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Glutaraldeído Setor de Pesquisa & Desenvolvimento Saneantes são substâncias ou preparações com a finalidade de higienizar, desinfetar domicílios, ambientes coletivos e/ou públicos. Possui diversas características em uso e produtividade, distinguindo- se uns dos outros, podendo ser utilizados de maneiras distintas. Os principais são os detergentes, alvejantes, desinfetantes, desodorizantes, esterilizantes, algicidas, fungicidas, água sanitária, inseticidas, raticidas e repelentes (ANVISA, 2016 apud LIMA, 2017). A esterilização e a desinfecção são procedimentos cruciais no controle da contaminação cruzada. Vários fatores podem influenciar a eficácia de ambos, tais como a limpeza de instrumentos, resíduos orgânicos e inorgânicos, a natureza da contaminação microbiana e o objeto contaminado e a presença de biofilme (RUTALA; WEBER, 2007 apud ARTICO, 2007). Esterilização é o procedimento onde ocorre a destruição de todas as formas de vida microbiana ou não (MCDONNEL; RUSSEL, 1999; RUTALA; WEBER, 2007 apud ARTICO, 2007), sob a forma esporulada ou não. É realizada através de métodos físicos ou químicos (MCDONNEL; RUSSEL, 1999). Desinfecção é o processo que elimina os micro-organismos de objetos inanimados e superfícies, com exceção de esporos bacterianos (RUTALA; WEBER, 2007) e príons (RUTALA; WEBER, 2001). Pode ser afetada pelo tempo de exposição e concentração do produto químico, a temperatura e o pH do meio e a remoção das sujidades do material (RUTALA, 1996 apud ARTICO, 2007). Um produto químico ideal deve possuir amplo espectro de ação, devendo ser viruscida, bactericida, tuberculicida, fungicida e esporicida, altamente eficaz, solúvel em água, inodoro, econômico, atóxico para os usuário tanto em forma líquida ou em vapor, de uso fácil, boa durabilidade e estabilidade em concentração original ou diluído e não ser poluente ao meio ambiente. Precisa agir rapidamente, ter efeito residual e poder ser usado tanto como esterilizante, como desinfetante. Não deve ser inativado por sabão, detergente, fluído ou matéria orgânica; nem ser corrosivo ou causar danos aos objetos ou alterado por fatores físicos (RUTALA; WEBER, 2007 apud ARTICO, 2007). O Gutaraldeído é um dialdeído, usado para desinfecção e esterilização e que pode se apresentar pronto para o uso (PELCZAR JR.; CHAN; KRIEG, 1997 apud SOUZA 2016). Possui um grande espectro de ação contra bactérias, fungos, vírus e esporos. Em concentração de 2% é tuberculicida. Segundo o protocolo da ANVISA (2007), o Glutaraldeído é esterilizante (8 a 10 horas) e desinfetante de alto nível (30 minutos), sendo indicado para a esterilização de artigos críticos e semicríticos termossensíveis, desinfecção de alto nível e descontaminação. É eficaz contra Mycobacterium tuberculosis, alguns fungos e vírus, incluindo os da hepatite B e HIV (SHIH, 2011). Esterilização e Desinfecção: Um produto químico ideal deve possuir amplo espectro de ação, altamente eficaz, solúvel em água, inodoro, econômico, atóxico, de boa durabilidade e estabilidade e não ser poluente ao meio ambiente. O Glutaraldeído é classificado como um desinfetante de alto nível, o que significa que ele tem uma ação letal contra todos os tipos de micro- organismos, exceto para altas concentrações de esporos bacterianos (RUTALA, 1996 apud SOUZA, 2016). O mecanismo de ação do glutaraldeído consiste na sua forte reação com aminas desprotonadas na superfície da célula microbiana (MCDONNEL; RUSSEL, 1999). Como o glutaraldeído é altamente reativo com os grupos amina, carboxil, hidroxil e sulfidril das proteínas, provoca ainda alterações ao nível do DNA, RNA e inibição da síntese proteica (RUTALA et al., 2008) Este composto possui um largo espectro de atividade contra as bactérias e seus esporos, fungos e vírus, ao passo que em concentrações elevadas é esporocida (BARAH, 2013). Algumas de suas vantagens é a capacidade de penetrar no sangue, pus e restos orgânicos; não ataca material de borracha ou plástico (ANVISA, 2007). É eficaz contra o vírus da hepatite B. Devido a sua toxicidade deve ser manipulado com o uso de EPI (Equipamento de Proteção Individual), pois existe a possibilidade da ocorrência de reações de hipersensibilidade na pele, olhos e vias aéreas (MCDONNELL; RUSSEL, 1999; TORTORA; FUNKE; CASE, 2003 apud ARTICO, 2007). FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO: Frascos plásticos com dosador contendo 1 litro de produto na forma de solução. FÓRMULA: Cada 100 mL contém: Glutaraldeído ........................................ 2g Di-quaternário de amônio ..................... 1g Veículo* q.s.p ........................................ 100g INFORMAÇÃO TÉCNICA: O Glutaraldeído 2% IBASA é um esterilizante químico, composto pela associação de Glutaraldeído e de um tensoativo quaternário (Cloreto de Cetiltrimetilamônio) de efeito sinérgico e potencializador que inibe os seguintes micro- organismos: bactérias (Staphylococcus aureus, Diplococcus pneumoniae, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Proteus vulgaris, Klebsiella pneumoniae), esporos (Bacillus globigii, Bacillus subtilis, Clostridium tetani, Clostridium welchii) e fungos (Aspergillus niger, Penicillium chrysogenum, Saccharomyces cerevisae, Trichophyton mentagrophytes). Essa associação é vantajosa porque mata esporos rapidamente, age na presença de matéria orgânica (sangue e pus), age em baixas concentrações, é livre de propriedades tóxicas e corrosivas, é estável, não danifica lentes e equipamentos médicos, não coagula o sangue. INDICAÇÕES: Indicado como esterilizante e desinfetante de: instrumentos médico-cirúrgicos e odontológicos, termômetros, equipamentos de plástico ou borracha, clínicas e hospitais veterinários (local de consultas, cirurgias, banho e tosa), instalações diversas e outros materiais que não possam ser esterilizados pelo calor, veículos de transporte de animais, comedouros, bebedouros e ovos. MODO DE USO: Somente uso externo. O Glutaraldeído 2% IBASA é um produto pronto para uso, mas pode ser diluído e é eficaz em concentrações de até 0,5%. • Esterilização (equipamentos e instrumentos): desmontar o equipamento, se for o caso, lavar com água e sabão e imergir no PRODUTO PURO, preferencialmente em recipientes plásticos por 10 horas, à temperatura ambiente. Enxaguar com água, preferencialmente estéril. • Desinfecção (salas cirúrgicas, veículos de transporte, demais materiais): diluir o produto (1:3). Remover a sujeira dos ambientes ou materiais com água e sabão. Pulverizar ou passar o produto com auxílio de um pano. Deixar o produto agir por 10 minutos e removê-lo com água ou deixar secar à temperatura ambiente, com ventilação adequada. Em veículos de transporte só colocar os animais após a completa secagem do produto. • Desinfecção de ovos: imergi-los na solução diluída (1:3) e deixá-los em contato por 20 segundos, a mesma temperatura do ovo. Deixar secar ao ar. Glutaraldeído 2 % Ibasa: PRECAUÇÕES: Não utilizar o produto em equipamentos ou instrumentos de aço carbono ou ferro, somente aço inoxidável. Manusear o produto utilizando luvas de borracha, óculos de segurança e avental. Trabalhar em local ventilado. Em caso de contato com a pele, lavar com água em abundância. Manchas amareladas poderão aparecer, mas desaparecem em poucos dias. Em contato com os olhos lavar com água em abundânciae procurar auxílio médico levando o produto, pois poderá ocorrer lacrimejamento, edema e inflamação no saco conjuntival. Em caso de ingestão, não provocar vômito. Procurar auxílio médico levando a embalagem do produto. O produto é tóxico para peixes, portanto não deve ser descartado em lagos, lagoas, açudes e rios. Não reutilizar a embalagem vazia. Não manusear ou aplicar próximo a medicamentos, alimentos e demais produtos. CONSERVAÇÃO: Conservar em local seco e fresco, protegido da luz solar (entre 15 e 30oC) e manter fora do alcance de crianças e animais. Não armazenar próximo a alimentos, produtos de higiene e domissanitários. ESTUDO DE EFICÁCIA DO PRODUTO: Em ensaios realizados pelo Laboratório Ibasa foi comprovado que o produto pode ser reutilizado mantendo sua eficácia esterilizante. Instrumentos cirúrgicos (pinças e tesouras) previamente contaminados foram acondicionados em recipiente contendo Glutaraldeído 2% IBASA, em volume suficiente para imersão, pelo período de 10 horas, tempo requerido para esterilização. Após esse período, procedeu-se o enxágue e incubação dos instrumentos em caldo de enriquecimento, cuja amostra e diluições foram posteriormente incubadas em meios de cultura específicos para crescimento de bactérias, fungos, leveduras e patógenos. O recipiente contendo o produto foi mantido em temperatura ambiente e reutilizado em mais dois processos de esterilização, conforme o anterior. Em nenhuma das amostras incubadas foi observado crescimento microbiológico, o que permite afirmar que o produto Glutaraldeído 2% IBASA pode ser utilizado por até três vezes consecutivas para esterilização de instrumentos cirúrgicos. ARTIGOS RELACIONADOS: RUTALA, W.A., WEBER D.J. 2016. Disinfection, sterelization and antisepsis: An overview. American Journal of Infection Control, 44, e1-e6. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Conceitos Técnicos. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/saneantes/conceito.htm#O QUE SÃO SANEANTES >. ARTICO, G. Eficácia do ácido peracético na desinfecção de instrumentos contaminados. Dissertação (Mestrado) pelo Programa de Pós-Graduação em Odontologia. Universidade de São Paulo. 90f. São Paulo, 2007. BARAH, F. 2013. Non-antibiotic biocides; na updated review. Microbial pathogens and strategies for combating them: science, technology and education, Badajoz, Spain: Formatex Research Center, 1:598-607. BRASIL. Ministério da Saúde. Informe Técnico nº 04/07 de março de 2007. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Brasília, DF, 2007. LIMA, A.A.S. 2017. Saneantes destinados à limpeza: revisão sistemática. Rev. e-ciência, 5(1): 60-68. MCDONNEL, G., RUSSEL, A.D. 1999. Antiseptics and disinfectants: activity, action and resistance. Clin Microbiol Rev, 12(1): 147-179. PELCZAR J.R., M.J., CHAN, E.C.S., KRIEG, N.R. Microbiologia: conceitos e aplicações: v.1, 2. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 1997. RUTALA, W.A. 1996. Association for Professionals in Infection Control and Epidemiology – APIC. Guideline for selection and use of disinfectants. American Journal of Infection Control, 24:313-342. RUTALA, W.A., WEBER, D.J. 2001. New disinfection and sterilization methods. Emerg Infect Dis, 32(1):1348-135. RUTALA, W.A., WEBER, D.J. 2007. How to asses risk of disease transmission to patients when there is a failure to follow recommended disinfection and sterilization guidelines. Infect Control Hosp Epidemiol, 28(2):146-155. RUTALA, W.A. et al..2008. Guideline for Disinfection and Sterilization in Healthcare Facilities, p.33-35. Atlanta. RUTALA, W.A., WEBER D.J. 2016. Disinfection, sterelization and antisepsis: An overview. American Journal of Infection Control, 44, e1-e6. SOUZA, A.M.P.L. Avaliação do efeito da desinfecção por agentes químicos e da irradiação gama no poli (3-hifroxibutirato). Dissertação (Mestrado) pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química. Universidade Federal de Pernambuco. 90f. Recife, 2016. TORTORA, G.J., FUNKE, B.R., CASE, C.L. Microbiologia. 6 ed. Porto Alegre, Artmed: 2003. Referências Bibliográficas:
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