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Familias de Angiospermas

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1
 
Curso: Ciências Biológicas 
Disciplina: Sistemática vegetal 
 
Capítulo 9: As Angiospermas 
 
Profa. Dra. Maria Auxiliadora Milaneze-Gutierre 
Universidade Estadual de Maringá/Departamento de Biologia (UEM). Av. Colombo, n. 
5790, CEP: 87020-900. Maringá, Paraná. 
 
As Angiospermas (do grego angeion, que significa vaso ou urna + sperma que significa 
semente) incluem as plantas com flores, frutos e sementes. A estrutura na forma de vaso, acima 
citada, refere-se à uma ou mais folhas carpelares dobradas (carpelos ou megasporófilos), capazes 
de oferecer maior proteção aos óvulos, e de modo a comporem o típico gineceu das angiospermas 
(Figura 1). Os óvulos, retidos nestas folhas carpelares se desenvolverão em sementes, e as folhas 
carpelares no fruto. Além do nome Angiospermae adotado por Engler e seus colaboradores (1892 a 
1964), este grupo de plantas vasculares com sementes foi denominado Magnoliophyta por 
Cronquist, na década de 1980, e Anthophyta por Raven e colaboradores, na década de 1990. 
 
Figura 1: Evolução hipotética do ovário simples e composto, mostrando a 
tendência de dobramento e junção das folhas carpelares, e consequente 
retenção dos óvulos no interior do gineceu. fv: feixe vascular; ov: óvulo. 
Fonte: Lawrence (1951). 
 2
Além da proteção aos óvulos, oferecida pelos tecidos as folhas carpelares, o sucesso 
evolutivo das angiospermas, em relação às gimnospermas, também pode ser atribuído à 
presença de elementos de vasos como as principais células condutoras de água e sais 
minerais, sendo mais eficientes que as traqueídes, tipos celulares comuns nas pteridófitas e 
gimnospermas (veja capitulo 5, Figura 4). 
Semelhantes às gimnospermas, as angiospermas apresentam ciclo de vida 
heterosporado (Figura 2), sendo o megagametófito (gametófito feminino) denominado de 
saco embrionário, retido no interior de cada óvulo, e considerado o mais reduzido entre os 
grupos vegetais. O saco embrionário, quando maduro, contem sete células, sendo uma 
delas binucleada, sendo: três antípodas, duas sinérgides, uma células central com dois 
núcleos polares, e a própria oosfera (gameta feminino ou megásporo). 
Por sua vez, cada micrósporo, por divisões mitóticas, diferencia-se no 
microgametófito, também denominado de grão de pólen. Esse possui apenas duas células, 
sendo uma delas a formadora do tubo polínico (também denominada célula geradora) e a 
outra a célula espermática (ou gamética). Em aproximadamente 2/3 das angiospermas os 
grãos de pólen são liberados das anteras com apenas estas duas células, e após o processo 
de polinização e germinação sobre os tecidos do estigma, a célula do tubo polínico protrai 
para dentro dos tecidos do estilete (saindo por uma das perfurações na parede do grão de 
pólen), e neste momento o núcleo da célula espermática divide-se em dois gametas 
masculinos. Nas demais espécies, antes de serem liberados das anteras, o núcleo 
espermático sofre a divisão mitótica para a formação dos gametas masculinos e, portanto, 
no momento da polinização, cada grão de pólen já apresenta três núcleos. 
Em ambos os tipos de angiospermas, os dois núcleos espermáticos seguem até a 
oosfera, contida no óvulo, passando por sua única abertura, a micrópila (na maioria das 
espécies). Apenas um dos núcleos espermáticos se funde com a oosfera, originado um 
zigoto diplóide. O outro núcleo espermático se funde com os núcleos polares do saco 
embrionário, originando um tecido triplóide, ou tecido endospérmico (ou endosperma). O 
envolvimento dos dois núcleos espermáticos, nos processos acima, denomina-se dupla 
fecundação, típica das angiospermas. 
O endosperma pode permanecer ao redor dos tecidos do embrião (sementes 
exalbuminada) ou ser relocado para os tecidos do cotilédone do próprio embrião (semente 
albuminada), mas sempre com a mesma função de nutrir o embrião durante o processo de 
germinação e estabelecimento da plântula (novo esporófito), ou seja, durante a fase 
heterotrófica do ciclo de vida de uma angiosperma, enquanto ainda não é capaz de nutrir-se 
 3
com água e sais minerais captados pelas raízes, e realizar plenamente os processos 
fotossintéticos nas folhas. 
Desta forma, assim como nas gimnospermas, a fase gametofítica do ciclo de vida 
de umas angiospermas é muito reduzida e totalmente dependente do esporófito, o qual 
constitui a fase dominante de ambos os ciclos. 
As angiospermas constituem o grupo de plantas atualmente dominante na maioria 
dos biomas mundiais. De acordo com Judd et al. (2009), as primeiras angiospermas devem 
ter surgido durante o Jurássico (há mais de 140 milhões atrás), com os primeiros registros 
fósseis datando de cerca de 135 milhões de anos atrás, no Cretáceo inferior. 
 
 
Figura 2: Ciclo de vida de uma angiosperma. 1. esporófito em fase reprodutiva (flores). 2. 
detalhes dos verticilos florais. 3. grãos de pólen (micrósporos contendo respectivos 
microgametófitos masculinos) são levados até o estigma por um agente polinizador, onde 
germinam e lançam o tubo polínico em direção dos óvulos contidos no ovário (4). 5. detalhe de 
um óvulo e seu saco embrionário (megagametófito), e respectivo tubo polínico alcançando a 
micrópila (entrada do óvulo). 6. com a união dos gametas, um zigoto é formado, enquanto o 
segundo núcleo gamético use-se aos núcleos polares para a formação do núcleo endospérmico 
triplóide (dupla fecundação). 7. o embrião desenvolve-se no interior do óvulo. 8. cada óvulo 
amadurece, tornando-se uma semente. 9. após a germinação da semente, a plântula (novo 
esporófito) se estabelece, desenvolve e alcança da fase reprodutiva. Fontes: item 8: 
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Alcea_rosea_seeds.jpg; item 9: 
http://www.weedbiology.uckac.edu/kacspecies/velvetleaf_seedling. htm 
 
 4
As angiospermas incluem cerca de 235.000 espécies e compreende o maior grupo de 
organismos fotossintetizantes existem atualmente, estando a mais de 100 milhões de anos dominando 
o planeta. Possui uma ampla diversidade morfológica, com os mais variados tamanhos, hábitos, 
formas foliares e florais, além de adaptações que as capacitam ocuparem os mais diversos ambientes. 
Quanto à flora angiospérmica brasileira, segundo os apontamentos de Souza e 
Lorenzi (2008), em nosso país ocorrem 224 famílias botânicas, sendo que 46 ocorrem 
apenas sob cultivo ou como subespontâneas, ou seja, embora proveniente de outros locais, 
aqui se aclimatizaram e passaram a se desenvolver em conjunto com as espécies nativas, 
sem necessitar de tratos culturais. 
Com base em estudos botânicos, até 2012 são reconhecidos para o Brasil 2.846 gêneros e 
31.627 espécies de angiospermas, das quais 17.855, ou seja, 56,45% são endêmicas. Entende-se 
por espécie endêmica aquela que só ocorre em uma dada região do planeta, não sendo encontrada 
naturalmente em outros lugares, apresentando singularidades em seus processos fisiológicos e 
portanto, sendo capaz de sobreviver em locais específicos, contando com condições ecológicas que 
satisfaçam suas necessidades fisiológicas. 
Tanto a sistemática vegetal, quanto outras ciências contam atualmente com sites bem 
estruturados na internet, e que em muito facilita a busca por informações verossímeis para os 
estudos das plantas. Dentre eles destacam-se: http://www.mobot.org/MOBOT/research/APweb/; 
http://www.tropicos.org/; e http://floradobrasil.jbrj.gov.br. Neste último está as Listagens das 
Espécies da Flora do Brasil, resultado do empenho e do comprometimento de mais de 400 
especialistas e reflete a missão de conhecer a biodiversidade brasileira e divulgar este 
conhecimento para a sociedade. 
Outro site de grande importância para os estudos de sistemática vegetal é o 
www.florabrasiliensis.cria.org.br, no qual estão scaneadas todas as figuras e textos da 
magna obra resultante das expedições de Martius e Spix no século XIX (veja Capitulo 3), 
oferecendo a base para a identificação de muitas espécies. 
A riqueza daflora brasileira ainda continua a ser desvendada, e diversos levantamentos 
florísticos (isto é, relativo ao estudo da flora) foram (e ainda são) realizados nos biomas no 
país, no intuito de se conhecer as espécies locais. Nos biomas do Paraná podemos destacar os 
estudos de Dias et al. (1998) no bioma Floresta Ombrófila Mista com Araucária, tendo 
identificado os representantes do componente arbóreo (árvores) das florestas ciliares do rio 
Iapó, na bacia do rio Tibagi, resultando em 127 espécies, 81 gêneros e 43 famílias. As três 
famílias com maior IVI (Índice de Valor de Importância) foram Lauraceae (15 espécies), 
Myrtaceae (14 espécies) e Euphorbiaceae (5 espécies). As espécies mais importantes foram: 
 5
Eugenia blastantha (Myrtaceae), Faramea porophylla (Rubiaceae), Casearia obliqua 
(Salicaceae), Nectandra grandiflora (Lauraceae), Sebastiania commersoniana 
(Euphorbiaceae), Casearia sylvestris (Salicaceae) e Actinostemon concolor (Euphorbiaceae). 
Os estudos de Cordeiro e Rodrigues (2007) revelaram que a estrutura horizontal 
(índices de abundância, dominância e frequência das espécies florestais) da floresta 
Ombrófila Mista com Araucária (localizada na região Centro do Paraná) está caracterizada 
por cinco espécies: Araucaria angustifolia (Ginmospermas, Araucariaceae), 
Campomanesia xanthocarpa (Myrtaceae), Casearia decandra (Salicaceae), 
Capsicodendron dinisii (Canellaceae) e Allophylus edulis (Sapindaceae). 
No bioma Floresta Ombrófila Densa Montana, ocorrente na Serra do Marumbi, 
próxima à Curitiba, Reginato e Goldenberg (2007) identificaram 85 espécies distribuídas 
em 31 famílias. Destas as mais diversas foram Myrtaceae (22 espécies), Lauraceae (11), 
Rubiaceae (6) e Aquifoliaceae (4). Estruturalmente, as espécies de angiospermas mais 
importantes foram Ocotea catharinensis e Cryptocarya aschersoniana (ambas Lauraceae) 
e Cordiera concolor (Rubiaceae). 
Nos Campos Gerais do Paraná, Cervi et al. (2007) encontraram 515 gêneros e 125 
famílias botânicas, sendo as de maior riqueza específica: Asteraceae (208 sp.), Poaceae (146 
sp.), Leguminosae (108 sp.), Orchidaceae (85 sp.), Myrtaceae (51 sp.), Cyperaceae (46 sp.), 
Rubiaceae (43 sp.), Euphorbiaceae (36 sp.) e Melastomataceae (35 sp.). Com esses dados tais 
autores puderam desmistificar o pressuposto da baixa diversidade herbácea de tal bioma, e 
indicando ser ele um dos grandes pontos de biodiversidade na América do Sul. 
Sob os domínios da Floresta Estacional Semidecidual ocorrente na planície de 
inundação do rio Paraná (oeste do Paraná), Souza et al. (2009) reconheceram 774 espécies, 
distribuídas em 442 gêneros e 116 famílias. Neste local, as 10 famílias com maior riqueza 
de espécies foram: Fabaceae (Leguminosae), Poaceae, Rubiaceae, Asteraceae, 
Euphorbiaceae, Myrtaceae, Cyperaceae, Solanaceae, Sapindaceae e Orchidaceae. Os 
gêneros com maior riqueza de espécies foram: Solanum (Solanaceae), Cyperus 
(Cyperaceae), Panicum (Poaceae), Eugenia (Myrtaceae), Tillandsia (Bromeliaceae), 
Serjania (Sapindaceae), Casearia (Salicaceae) e Polygonum (Polygonaceae). 
Como verificado acima, a identificação dos taxa encontrados em determinada área 
geralmente inicia-se pelo nível de família, podendo ser considerado o mais importante para 
os estudos dos graduandos em Ciências Biológicas. Tendo em mãos a família botânica, 
certamente ficará bem mais simples a identificação do exemplar vegetal ao nível de gênero 
e de espécie. 
 6
Cada uma das famílias botânicas reúne características singulares, tanto na 
morfologia e anatomia de seus órgãos, tecidos e células, quanto em sua fisiologia e 
particularidade de seu genoma, a partir do qual os caracteres fisiológicos e 
morfoanatômicos foram expressos. 
Perante o grande número de espécies e diversidade biológica, vários sistemas de 
classificação já foram propostos, na tentativa de hierarquizar todas as espécies angiospérmicas. 
Atualmente o sistema filogenético, com base nos estudos do APG (Angiosperm Phylogeny 
Group) tem revelado similaridades e divergências que antes não poderiam ser discutidas, tendo 
em vista somente os caracteres morfológicos das espécies, culminando em modificações (por 
vezes profundas) em muitos grupos taxonômicos. De acordo com os estudos do APG, com base 
nas análises moleculares e também dos caracteres morfológicos, as angiospermas formam um 
grupo monofilético de plantas, ou seja, que têm um ancestral em comum. Entretanto, quando são 
confrontados os dados genéticos ao nível de família, verificou-se que algumas delas, por vezes 
tradicionalmente reconhecidas, não constituíam linhagens monofiléticas, e portanto sendo 
rearranjadas, como por exemplo, as Bombacaceae (família das paineiras) (Figura 3), sendo seus 
membros transferidos para uma subfamília das Malvaceae (a família do algodão). 
 
Figura 3: Família Malvaceae. A. paineiras (Ceiba pubiflora) no campus 
da Universidade Estadual de Maringá. B e C. detalhe de suas flores. D e 
E. flores e fruto aberto de Gossypium (algodão) mostrando quatro 
conjuntos de sementes pilosas. Fotos A, B e C: Milaneze-Gutirre, M.A. 
 7
 
De acordo com Zecca (2012), em relação às angiospermas, as análises cladísticas mais 
atuais e baseadas na morfologia, rRNA, rbcL e sequências nucleotídicas não confirmam a 
tradicional divisão das angiospermas em apenas duas classes: monocotiledôneas e 
dicotiledôneas. Quando analisadas separadamente, as monocotiledôneas constituem um grupo 
monofilético, ou seja, possuem um ancestral comum, enquanto que as dicotiledôneas formam 
um complexo parafilético (com vários ancestrais em comum). Entretanto, um grande número de 
espécies consideradas anteriormente pertencentes às “dicotiledôneas” constitui um bem 
suportado clado “tricolpadas” (que apresentam grão de pólen tricolpados, ou com três aberturas) 
sendo denominadas de eudicotiledôneas. Assim, tem-se atualmente, compondo as angiospermas, 
os clados das monocotiledôneas, das tricolpadas (eudicotiledôneas) e resta um grupo que está 
sendo mais profundamente estudado quanto aos relacionamento filogenético, denominado 
“angiospermas basais” (clado ANITA) que inclui as Ordens Nymphaeales, Ceratophyllales, 
Piperales e Aristolochiales (também denominadas paleoervas) e Magnoliales, Laurales e 
Illiciales ( também denominadas de complexo Magnoliides) (Figura 4). Atualmente, com os 
estudos do APG III, publicados em 2009, somente poucas espécies parasitas ainda 
continuam sem definições claras de seu posicionamento no sistema de classificação 
filogenético. 
Conforme destacados na Figura 4, três grandes clados podem ser reconhecidos nas 
angiospermas: as Angiospermas Basais (clado ANITA), as Monocotiledôneas e as 
Eudicotiledoneas. 
 
 
Estudo das famílias das angiospermas brasileiras 
 
Para se iniciar o estudo das famílias botânicas são necessários: chave de 
identificação ao nível de família (encontradas em livros de botânica sistemática como o de 
Souza e Lorenzi, 2005, 2008) ou em artigos científicos; microscópio estereoscópico (lupa 
de mesa) ou mesmo um lupa de mão; lâminas de barbear novas, pinça de ponta fina e 
agulhas fixadas em um pequeno cabo de madeira ou plástico. Para a família das gramíneas 
(Poaceae) também será necessário um pedaço de fita adesiva (tipo fita crepe) sobre a qual 
são coladas as pequenas inflorescências, evitando a perda de verticilos. 
 
 
 
 8
 
Figura 4: “Árvore” com as distribuições das ordens das traqueófitas. Estando no site 
http://www.mobot.org/MOBOT/research/APweb/, fonte desta figura, e ‘clicando’ nas pequenas 
árvores à direita de cada ordem, aparecerá a respectiva distribuição cladística para as famílias que 
a compõe. 
 
 9
Para a realização desta atividade devem ser coletados ramos de plantas com flores, de 
preferência grandes, para o início do treinamento. A primeira ação é observar quais são os 
verticilos florais presentes na flor em questão. Repare que existe uma sequência dos verticilosprotetores (cálice: externo; e corola: interna), e mais internamente deve estar os verticilos 
reprodutores (androceu: externo; e gineceu: mais interno). Em muitos taxa ocorrem uma ou 
mais brácteas (folhas modificadas) junto à flor. Certamente, algumas destas peças florais 
podem estar ausentes, visto que existem flores sem cálice, ou sem corola, ou ainda unissexual 
masculina (sem gineceu) ou unissexual feminina (sem androceu). 
Uma vez definidos quais são os verticilo florais presentes no exemplar a ser analisado, 
observe uma das flores (aberta) de frente, com a finalidade de definir a simetria da corola 
(zigomorfa ou actinomorfa). A seguir, devem ser contadas quantas são as pétalas e os estames. 
Em seguida, corte a flor no sentido longitudinal, tendo a certeza que também o pedúnculo 
floral será dividido ao meio. Com auxílio da lupa, observe os detalhes dos estames, e do 
gineceu (pistilo), com ênfase na posição relativa do ovário (súpero ou ínfero). Este será do tipo 
súpero se estiver acima da inserção das pétalas e/ou sépalas; ou ínfero, caso esteja aprofundado 
no pedúnculo floral, estando as pétalas e/ou sépalas posicionadas em sua porção superior. O 
número de lóculos do ovário, e a quantidade de óvulos em cada um destes pequenos espaços é 
de grande valor para a determinação da família da planta sob análise, sendo obtidos cortando-
se o ovário ao meio, transversalmente. 
Seguido a sequência filogenética preposta na Figura 4, abaixo serão descritas e 
ilustradas algumas das famílias botânicas mais comuns em nosso dia-a-dia. 
No clado ANITA, proposto nos estudos do APG, estão espécies portadoras de 
características mais primitivas, como a Nymphaeaceae (Figura 5), composta por ervas de 
hábito aquático (macrófitas aquáticas), muito comum em rios e lagoas. Suas folhas são 
longamente pecioladas, simples e de formatos diversos, inclusive o rotundo, como na 
famosa Victoria amazonica, antigamente denominada de V. regia, gênero monoespecifico 
natural do Acre, Amazonas e Pará. O outro gênero nativo do Brasil é Nymphaea, com 18 
espécies e de ocorrência mais ampla em nosso país. Todos os representantes desta família 
apresentam grandes e belas flores actinomorfas, devido ao elevado número de sépalas 
pelalóides em conjunto com numerosas pétalas, dispostas espiraladamente, o que lhes 
confere um aspecto primitivo quando comparadas às demais angiospermas. 
 
 10
 
Figura 5: Família Nimphaeaceae. A. Victoria amazonica. B: Ninphaea do Jardim 
Botânico de São Paulo. 
 
Na sequência dos grupamentos botânicos, propostos pelo APG, está o clado das 
Magnoliideas, sendo nativas do Brasil: Magnoliales (Myristicaceae, Magnoliaceae, 
Annonaceae), Laurales (Siparunaceae, Monimiaceae, Hernandiaceae, Lauraceae), 
Canellales (Canellaceae, Winteraceae) e Piperales (Hydnoraceae, Aristolochiaceae, 
Piperaceae). 
Os representantes das Magnoliaceae apresentam-se como árvores ou arbustos. No 
Brasil ocorrem naturalmente apenas 2 espécies do gênero Magnolia L., sendo elas: M. 
amazonica, encontrada apenas no Pará e Acre; e M. ovata (Figura 6A e 6B), conhecida 
popularmente como pinha-do-brejo, mostrando ocorrência mais ampla, no Tocantins, Mato 
Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, estados do Sul e Sudeste (exceto Espírito Santo). 
Como característica básica desta família está a disposição dos verticilos reprodutores em 
espiral (flores espiradas), e pétalas e sépalas não são distinguíveis entre si (tépalas), 
vistosas e perfumadas, livres entre, à semelhança das Ninfeáceas. 
Outras espécies de Magnoliáceas são comuns como plantas ornamentais em jardins 
como as espécies Magnolia (arbustivas) e Michelia champaca (magnólia-amarela), árvore 
comum nas ruas e praças de várias cidades do noroeste do Paraná (Figura 6C). 
As Lauraceae brasileiras estão formadas por 23 gêneros e 434 espécies, sendo que 
quase metade são endêmicas. O gênero Octea contribui com 170 espécies, tendo destaque 
O. porosa, produtoras de importante madeira escura, a imbuia. Outro gênero com grande 
número de espécie é Nectandra (Figura 7) com 46 espécies. Entretanto, Lauraceae comuns 
em nosso cotidiano são Persea americana (abacateiro), assim como as cascas do caule e 
ramos de Cinnamomum zeylanicum (canela-do-ceilão ou canela-da-china), amplamente 
comercializadas secas como condimento alimentar, em pedaços e em pó. 
 
 11
 
Figura 6: Magnoliaceae. A. e B. aspectos gerais e da infrutescência de 
Magnolia ovata. C. flor de Michelia champaca. A: aquarela científica de 
Wilma Ferrari; foto C: Milaneze-Gutierre, M. A. 
 
 
Figura 7: Lauraceae. A. Nectandra megapotamica. B. N. membranácea. 
As setas indicam hipanto na base do fruto. Foto A: Eduardo L.H. Giehl; 
B: Anelise Nuernberg. 
 12
As Piperáceas são muito comuns nas florestas paranaenses, apresentando-se como 
ervas (muitas de hábito epifítico) ou arbustos. As espécies arbustivas podem ser facilmente 
encontradas nos remanescentes florestais, em geral ao longo das trilhas abertas pelo homem. 
Suas folhas são sempre simples, e na maioria das espécies alternas, mas variadas quanto ao 
tipo de nervação. Como característica básica da família está a presença de dezenas de 
minúsculas flores reunidas em inflorescência do tipo espiga, eretas ou curvadas. As 
inflorescências do tipo racemo (ou cacho) estão presentes apenas no gênero Ottonia. Cada 
pequena flor não apresenta pétalas ou sépalas (flor aclamídea), mas os órgãos reprodutivos 
estão envoltos por uma bráctea (folha modificada) em sua base. O ovário é súpero. 
Embora de ocorrência nacional, nas Piperáceas estão reunida em apenas 4 gêneros: 
Manekia (monoespecífico), Ottonia (com 2 espécies), enquanto que as demais 447 
espécies da família estão distribuídas nos gêneros Piperomia e Piper. Neste último gênero 
destaca-se Piper nigum, a pimenta-do-reino, cujos frutos, após secagem, são amplamente 
utilizados como condimento por muitos povos (Figura 8). 
 
Figura 8: Piperaceae. A. Detalhe das flores de Piper methysticum. B e C. duas espécies 
de Piperomia de hábito epifítico nativas do Paraná: P. rotundifolia e P. Tetraphylla, 
respectivamente. D e E. detalhes das folhas, frutos verdes e frutos secos de Piper 
nigrum, a pimenta-do-reino. Fotos de B e C: Paulo de Tarso S. Santos. 
 13
 
Quanto ao clado das monocotiledôneas, a monofilia está sustentada pela presença 
de raízes adventícias, tendo em vista que a raiz primária (derivada da radícula do embrião) 
tem vida curta, sendo o sistema radical formado por outras raízes que posteriormente se 
desenvolveram na base ou em outras porções do caule. Neste clado, a maioria das espécies 
apresenta folhas com nervuras paralelas. Em comum a todas as espécies de 
monocotiledôneas estão os cristais de proteína, na forma de cunha, presentes nos plastídios 
das células crivadas (do floema), além de sequências próprias de DNA nuclear e dos 
cloroplastos, conforme puderam concluir Judd et al. (2009). 
Além das características acima, nas espécies de monocotiledôneas estão verticilos 
florais (especialmente pétalas e estames) em número de 3 (ou seus múltiplos), grãos de pólen 
monocolpados (apenas uma perfuração) e raras com crescimento secundário no caule e raiz. 
Em geral, as monocotiledôneas são ervas perenes ou sazonais, mas também podem 
ocorrer estipes altas, como as palmeiras (família Arecaceae), Pandanus (Pandanaceae) e 
bambus com muitos metros de altura (Poacae). 
Neste clado, na ordem Alismatales está a familia Araceae, ou família dos antúrios e 
inhames (Figura 9) com típica inflorescência do tipo espádice, ocorrendo em todos os estados 
brasileiros, e sendo comuns nos sub-bosques de formações vegetais mais densas e úmidas. As 
Araceae brasileiras somam 36 gêneros e 473 espécies, das quais, mais da metade são 
endêmicas. Dentre os gêneros destacam-se Philodendron (123 espécies), Anthurium (130 
espécies), Dieffenbachia (23 espécies), muitas delas altamente tóxicas, como a comigo-
ninguém-pode(Dieffenbachia spp.). Os rizomas de Colocasia esculenta, e suas variedades, são 
comercializados com o nome de inhame, embora não seja nativa do Brasil. Pistia stratiotes, 
uma macrófita aquática, ocorre como invasora em lagoas e rios de todo o mundo. 
 
 14
 
Figura 9: Araceae. A. inflorescência de Anthurium da Floresta Atlântica. B. Dieffenbachia 
sp. C. e D. aspecto geral e inflorescência de Philodendron bipinnatifidum sob cultivo na 
UEM. E e F. Aspecto geral e inflorescência de Pistia stratiotes. Fotos A, C e D Milaneze-
Gutierre, M.A; F: Gerard. D. Carr. 
 
Na ordem Asparagales tem destaque a família Orchidaceae (Figuras 10, 11 e 12) pelo 
número de espécies e distribuição cosmopolita. No Brasil ocorrem 236 gêneros e 2.432 espécies 
de orquídeas, muitas delas endêmicas e em sério risco de extinção, tendo em vista serem alvo de 
extrativistas e colecionadores pouco responsáveis com o meio ambiente. Seus representantes têm 
em comum uma das pétalas diferenciada das demais (tanto em tamanho, quanto em formato e 
coloração), e denominada de labelo. Nas orquídeas os grãos de pólen estão reunidos em políneas, 
por vezes muito resistentes ao esmagamento e, portanto, não são pulverulentos. As sementes são 
 15
muito pequenas, a maioria com menos de 0,5mm de comprimento. Os principais gêneros 
brasileiros são Cattleya, Hadrolaelia (Laelia), Baptistonia (Oncidium) e Encyclia, pelo valor 
ornamental que apresentam. Entretanto, em número de espécies tem relevância o gênero 
Acianthera, com 121, cujas flores são de pequeno porte (microrquídea). Mais de 70% das 
orquídeas são epífitas, e dentre as de hábito terrestre estão as do gênero Habenaria, com 153 
espécies distribuídas por todos os estados brasileiros. Dentre os sites de busca destaca-se 
http://www.orchidstudium.com/, com excelente qualidade e volume de figuras das espécies 
nacionais e exóticas (não híbridos). 
 
Figura 10: Orchidaceae. A. aspecto geral dos órgãos vegetativos, flor e fruto de 
Cattleya walkeriana. B. C. forbesii. B. detalhe do ovário ínfero. C. flor dissecada. D. 
flor recém polinizada. E. fruto em fase final de amadurecimento. F. fruto e sementes 
de Encyclia patens. lb: labelo; ft: fruto; sp: sépala; ov: ovário. A: ilustração científica 
de Wilma Ferrari; demais fotos: Milaneze-Gutierre, M.A. 
 16
 
Figura 11: Orchidaceae. A. Baptistonia (Oncidium) flexuosa. B, C e D. 
detalhe de suas flores. E. antera e pólineas. F e G. Epidendrum ellipticum. 
Fotos: Milaneze-Gutierre, M.A. 
 
Na ordem Arecales encontra-se a família Arecaceae (Figuras 13 e 14), na qual estão as 
palmeiras e coqueiros. São espécies com típico caule estipe, com porte e formato de folhas muito 
variados, comuns em nosso dia-a-dia, tendo-se em vista a ampla flora brasileira com 39 gêneros 
e 264 espécies, além de diversas espécies cultivadas por seu valor ornamental, provenientes de 
diversos países tropicais. Os representantes têm em comum as folhas simples, desde partidas até 
sectas, pecioladas e com bainha de grande dimensão. As flores são unissexuais, raramente 
hermafroditas, com estames livre, de 3 a numerosos.Os frutos são, na maioria das espécies, do 
tipo drupa (fruto com endocarpo esclerificado), podendo ser o mesocarpo comestível (tamareira, 
Phoenix dactylifera; buriti, Mauritia flexuosa; macaúba, Acrocomia aculeata) ou não 
(mesocarpo fibroso do coco-da-bahia, Cocus nucifera; o coqueiro-indaiá, Attalea geraensis). 
Dentre as espécies brasileiras destacam-se a canaúba (Copernicia prunifera), o palmito-juçara 
(Euterpe edulis) nativo dos estados litorâneos e Goiás; o açaizeiro (Euterpe oleracea) nativo do 
 17
Amapá, Pará, Tocantins e Maranhão; o jerivá (Syagrus romanzoffiana), espécie amazônica. 
Embora nativo da África o dendezeiro (Elaeis guinensis) é amplamente cultivado dos estados do 
nordeste para a extração de óleo-de-dendê para a culinária e muitos outros usos. Na planície 
litorânea tem destaque o coqueirinho-da-praia (Allagoptera arenaria) com seus frutos 
comestíveis e forte odor de abacaxi. 
Na Figura 13 está a palmeira-rabo-de-peixe (Caryota urens), espécie exótica muito 
comuns em nossos parques e jardins, embora provoque urticária na pele, caso sua folhas e frutos 
maduros sejam manuseados. Devido as suas flores relativamente grandes, esta espécie torna-se 
um ótimo material didático. 
 
Figura 12: Orchidaceae. Micro-orquídeas nativas do Paraná. A e B. 
Aspidogyne argentea (terrestre). C. Barbosella cogniauxiana. D. 
Campylocentrum grisebachii. E. Acianthera aphthosa. E. A. 
leptotifolia. Escalas 1 cm. Fotos: Milaneze-Gutierre, M.A. 
 18
 
Figura 13: Arecaceae. Palmeira-rabo-de-peixe (Caryota urens), exótica. A. aspecto 
geral. B. inflorescência. C. e D. análise das flores estaminadas (masculinas). E. flores 
estaminadas (fe) e pistiladas (femininas, fp). F. e G. ovário em desenvolvimento. es: 
estames; pt: pétala. Fotos: Milaneze-Gutierre, M.A. 
 
 
pt 
 19
 
Figura 14: Arecaceae. A. aspecto geral do coqueiro-da-praia (Allagoptera arenaria). B e C. 
detalhe de sua inflorescência. D. jerivá (Syagrus romanzoffiana). E. detalhe dos frutos 
alimentando periquitos-do-encontro-amarelo. F. aspecto geral do coqueiro-indaiá (Attalea 
geraensis). G. seus frutos. H. exsicata. Fotos B a E: Milaneze-Gutierre, M.A.; G: ilustração 
científica de Wilma Ferrari. 
 
 
Ainda no clado das monocotiledôneas, mas na ordem Poales, estão famílias muito 
conhecidas, como a Bromeliaceae (bromélias), Cyperaceae (tiririca ou navalhas-de-
macaco) e Poaceae (gramíneas). 
O valor ambiental das bromélias está relacionado à disposição rosulada de suas 
folhas, de modo a formar um local onde se acumula água e se desenvolvem muitos seres 
vivos, especialmente artrópodes e anfíbios (fitotelmo). Bromeliaceae é uma família típica 
 20
das Américas, com espécies nativas no México, América Central e do Sul. Apenas uma 
espécie está presente na África (Pitcairnea feliciana). 
Para o Brasil são citados 43 gêneros e 1.258 espécies, das quais, mais de 1.000 são 
endêmicas. Os estames são em número de 6, e o ovário pode ser súpero ou ínfero. 
Dependendo da subfamília, os frutos podem ser do tipo cápsula (com sementes aladas, 
plumosas) ou baga (em anexos). Geralmente as bromélias são epífitas, mas também 
ocorrem espécies terrestres com Bromelia antiacantha, o caraguatá comum no noroeste do 
Paraná (Figuras 15 e 16) com suas grandes inflorescências esbranquiçadas circundadas por 
folhas modificadas na coloração vermelho-vivo. Também são de hábito terrestre o abacaxi 
(Ananas comosus, suas variedades, cultivares e híbridos), considerado a bromélia mais 
importante economicamente, tanto para o Brasil quanto para outros paises que a cultivam. 
Espécies comuns entre nós, são os abacaxis silvestres (ananás) e os abacaxis-de-jardim, 
ambos pertencentes ao gênero Ananas, um dos principais produtos floriculturais e de 
exportação do estado do Ceará. As flores das bromélias, em geral, são hermafroditas, 
actinomorfas e diclamídeas. Além de Ananas são comuns os gêneros Aechmea, Billbergia, 
Gusmania e Vriesea. Espécies nativas da Floresta Ombrófila Mista com Araucária, podem 
ser vistas nas Figuras 16A a 16D. 
 
 
Figura 15: Variabilidade genética entre abacaxizeiros com potencial ornamental: detalhes 
das inflorescências de Ananas e seus híbridos. Barra: 1 cm. Fotos: Everton Hilo de Souza. 
Fonte: Souza (2010). 
 
 
 21
 
 
 
Figura 16: Bromeliaceae. A. inflorescência de Vriesea carinata. B. Billbergia 
sp. C. e D. aspecto geral e inflorescência de Wittrockia cyathiformis. E. 
Neoregelia sp., a bromélia-do-copo-vermelho. Fotos: Milaneze-Gutierre, M.A. 
 
 
Na família Cyperaceae (Figura 17) está formada por ervas, presentes nos mais 
variados biomas do planeta, mas com preferência por locais brejosos. Apresentam rizoma 
tuberizado, onde são acumuladas diversas substâncias, tais como grãos de amido e 
princípios ativos com potencial alelopático, como cumarinas. Esse fato,aliado ao grande 
 22
poder de reprodução assexuada por perfilhamento, além da grande produção de sementes, a 
maioria das Ciperáceas são consideradas invasoras daninhas, em relação às plantas 
cultivadas. Devido às folhas lineares, paralelinérvias, semelhantes às das gramíneas, 
podem ser facilmente confundidas, à primeira vista, mas a presença de brácteas foliáceas 
(semelhantes às próprias folhas) na base da inflorescência, facilmente as diferencia das 
gramíneas. A denominação popular “navalha-de-macaco” deve-se à série de tricomas 
tectores pequenos, e muito rígidos, posicionados no bordo foliar de muitas espécies, a 
exemplo de Scleria. No Brasil ocorrem mais de 600 espécies distribuídas em 40 gêneros. 
Quanto ao número de espécies por gênero, tem destaque Rhynchospora (com 136), 
Cyperus (com 86), Eleocharis (com 72) e Scleria com 71 representantes. 
 
 
Figura 17: Cyperaceae. A. características de diversos representantes da família, 
B. aspecto geral de Cyperus rotundus, e C. detalhe de sua inflorescência. bc: 
bráctea na base da inflorescência. Fotos B e C: Milaneze-Gutierre, M.A. 
 
As Poaceae (anteriormente denominada de Graminae) (Figura 18) são popularmente 
denominadas gramas, gramíneas ou capins. São cosmopolitas e formam um dos maiores 
 23
grupamentos vegetais, composto por mais de 10.000 espécies, subdivididas em 10 sub-famílias. 
São ervas de pequeno a médio porte, exceto algumas espécies de Bambusa, Chusquea e Guadua 
que podem apresentar colmos ocos com muitos metros de altura (Figura 19). Suas folhas 
apresentam nervuras paralelas e bainha bem diferenciada. As flores são pequenas, aclamídeas, em 
geral hermafroditas, reunidas em espiguetas. Protegendo os estames e o pistilo estão brácteas 
especiais, a lema e a pálea (Figura 18C). 
No caso de Zea mays (milho) (Figura 20) as flores estão em inflorescências distintas: as 
masculinas compõem o “pendão” e as femininas a “boneca”. Nas gramíneas, em geral, ocorrem 3-
6 estames, mas podem ser numerosos como nas espécies da sub-família Bambusoideae, a qual 
inclui espécies popularmente denominadas de bambus ou taquaras. O fruto típico é a cariopse, com 
apenas uma grande sementes. No Brasil ocorrem 210 gêneros e 1.418 espécies, por vezes 
dominando a paisagem, como ocorre nos biomas Campos Gerais e Pampas. 
Além do milho, as espécies de gramíneas cultivadas pelo homem, há milênios, incluem o 
trigo (Triticum aestivum), arroz (Oryza sativa), a aveia (Avena sativa), a cevada (Hordeum vulgare), 
denominadas em conjunto de cereais, além de suas variedades, cultivares e híbridos. O Brasil sempre 
se destacou pelo cultivo da cana-de-açúcar (Saccharum officinarum), além de gramíneas para 
alimentação do gado (forrageiras), como o capim-braquiária (Figura 19, várias espécies, variedades e 
cultivares de Urochloa), o capim-colonião [Urochloa (Panicum) maxima] e muitos outros. 
 
Figura 18: Poaceae. A. aspecto geral de Urochloa maxima. B. espiguetas de 
aveia. C. detalhes da organização de uma espigueta de gramínea. 
 24
 
Figura 19: Poaceae. A. aspecto geral de uma touceira de bambus. B. 
inflorescências do capim-braquiária (Urochloa sp.). C. detalhe de uma de 
suas espiguetas. at: anteras. eg: estígma. Fotos: Milaneze-Gutierre, M. A. 
 
 
 25
Figura 20: Poaceae, Zea mays (milho). A. plantação de milho B. aspecto geral da 
inflorescência masculina (pendão). C. um de seus ramos e detalhes de uma espigueta 
(canto superior). D. inflorescências femininas (bonecas). E. espiga de milho recoberta 
por brácteas. F. inflorescência feminina exposta. G. detalhe de uma flor feminina (grão 
de milho). H. grãos imaturos. at: antera, st: estilete, ov: ovário. espigueta de gramínea. 
Fotos: Milaneze-Gutierre, M. A. 
 
 
 26
Ainda no clado Monocotiledôneas, ordem Zingiberales estão família de plantas típicas 
das regiões tropicais, como Musaceae (bananeira e outras) e Zingiberaceae (gengibre, Zingiber 
officinale), e as belas Heliconiaceae (Heliconia ou bico-de-papagaio) e Strelitziaceae (Strelitzia e 
Ravenala), sendo as duas últimas anteriormente pertencentes às Musaceae. 
Quanto às Musaceae (Figura 21), compreende uma família essencialmente tropical 
formada por poucos gêneros, cujas espécies são herbáceas de médio a grande porte. Como 
nativa do Brasil encontra-se citada apenas Musa paradisiaca, endêmica dos estados 
litorâneos e Roraima. Entretanto, o gênero Musa é relativamente grande, com diversas 
espécies, de acordo com www.mobot.org. Nas bananeiras e suas muitas variedades e 
cultivares, as folhas são grandes, formadas pelo limbo, pecíolo e bainha. Essas se dispõem 
umas sobre as outras, de modo a formar um pseudo-caule com alguns metros de altura. O 
verdadeiro caule é um rizoma subterrâneo ou “cabeça”, formado por entrenós muito curto. 
As inflorescências estão organizadas em vários conjuntos de flores alinhadas 
transversalmente (pencas) protegidas por uma bráctea, em geral vermelha ou amarela. As 
flores trímeras apresentam uma das pétalas livre e diferente das demais. As sépalas 
encontram-se fundidas as outras duas pétalas. Os estames são em número de 5 ou 6 (pode 
haver estaminóide). O ovário é ínfero, e após o processo partenogenético, desenvolve-se 
em uma banana sem sementes (apenas com óvulos abortados) nas variedades com valor 
econômico cultivadas pelo homem. Nas espécies de bananeiras silvestres, os frutos 
apresentam muitas sementes de tegumento escuro e esclerificado. 
As espécies que compõem o clado das Eudicotiledôneas têm em comum a presença 
de dois cotilédones e grãos de pólen tricolpados, além de sequências de DNA nuclear, 
mitocondrial e dos cloroplastos, como de acordo com Judd et al. (2009). 
Quanto às dicotiledôneas (veja Figura 4), destacam-se no clado Eudicotiledôneas 
Core, na ordem Caryophyllales uma das famílias botânicas mais comuns em nosso dia-a-
dia, a Cactaceae ou família dos cactos (Figura 22). No Brasil está representada por 37 
gêneros e 233 espécies. Estas são ervas de tamanhos variados, a maioria com folhas 
modificadas em espinhos, mas nas espécies de Pereskia e Quiabentia ocorrem folhas 
simples, carnosas e bem desenvolvidas. Muitas das espécies estão bem adaptadas aos 
ambientes secos e ensolarados das regiões desérticas, com as do gênero Cereus (ou 
mandacaru) e Opuntia (ou palma), típicas do agreste nordestino. Entretanto, na flora 
brasileira ocorrem várias espécies adaptadas ao ambiente epifítico, no qual a intermitência 
de água e luz é constante, mas que não toleram a isolação direta, as quais podem ser 
facilmente encontradas nas árvores urbanas, como é o caso das espécies de Rhipsalis (32 
 27
espécies), Lepismium cruciforme e Epiphyllum phyllanthus. As flores das Cactáceas são 
geralmente vistosas devido ao grande número de sépalas petalóides, hermafroditas, 
actinomorfas, pluriestaminadas e com ovário ínfero. 
 
Figura 21: Musaceae. Acessos de Musa paradisiaca, com potencial ornamental 
da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical (Cruz das Almas, BA), mostrado 
variedade de cores e formas das folhas, e das brácteas que protegem a 
inflorescência. Na letra ‘i’ estão os frutos. Barras: 1 cm. Fotos: ‘e’ e ‘i’: Fernanda 
V.D. Souza; as demais Everton Hilo de Souza. Fonte: Souza (2010). 
 
 
No clado Rosídeas, uma das ordens com representantes comuns nos ambientes 
naturais e urbanos é Myrtales, com destaque para as famílias Myrtaceae (Figura 23) e 
Melastomataceae (Figura 24). A primeira é a família da jabuticaba (Myrciaria spp.), 
pitanga (Eugenia uniflora) e goiaba (Psidium guajava), estando composta por 973 espécies 
ocorrentes no Brasil. Apresenta folhas simples, opostas, em geral pequenas, coriáceas e 
com glândulas de óleo por todo o limbo, as quais podem ser vistas na forma de pontos 
translúcidos contra uma fonte luminosa. Suas flores são dialipétalas e polistêmones, com 
estames e pétalas caducas, mas com cálice persistente até a fase de fruto maduro. 
 28
Nas últimas décadaso Brasil tem se destacado no cultivo de várias espécies de 
Eucalyptus (E. grandis e E. urophylla, dentre outras), gênero nativo da Austrália, de 
crescimento muito rápido e fornecedor de madeira e polpa de celulose. 
 
 
Figura 22: Cactaceae. A. detalhes dos espinhos de Cereus peruvianus. B. frutos de 
uma espécie de Rhipsalis. C. segmento caulinar e flores de Lepismium lumbricoides 
e de Lepismium houlletianum (D). fotos Milaneze-Gutierre, M. A. 
 
 29
 
Figura 23: Myrtacaeae. Eugenia uniflora, exemplo típico desta família. A. flores 
polistêmones. B. após a polinização (queda das pétalas e estames). C. fruto imaturo. 
D. frutos maduros. E. análise de uma flor. F. detalhes dos verticilos florais. Fotos: 
Milaneze-Gutierre, M. A. 
 
 
Melastomataceae (Figura 24) é a família das quaresmeiras e dos manacá-da-serra 
(Tibouchina spp.), estando formada por árvores, arbustos e ervas. Para o Brasil são 
reconhecidos 67 gêneros e 1.322 espécies, das quais 848 são endêmicas, com destaque para 
os gêneros Miconia (280 sp), Leandra (214 sp), Tibouchina (150 sp), Mouriri (53 sp), 
Clidemia (52 sp) e Lavoisiera (32 sp). As folhas são simples, com três nervuras de calibre 
semelhantes, que partem de um único ponto da base do limbo, curvinérvas. Na grande 
maioria das vezes, são de filotaxia oposta. A corola é pentâmera, dialipétalas e com 
simetria actinomorfa, sendo comuns as cores róseas e brancas. As anteras falciformes 
 30
(formato de foice), basefixa e poricida compõem umas das características singulares desta 
família, assim como a presença de múltiplos óvulos no ovário (em geral semi-ínfero), os 
quais originam centenas de minúsculas sementes, sendo raras as sementes grandes e em 
pouca quantidade. 
 
Figura 24: Melastomataceae. Tibouchina sp. a quaresmeira-roxa. A. exemplar sob cultivo. 
B. detalhes das folhas curvinérvias. C. Flores. D a H. análise dos verticilos florais. an: 
antera, es: estame, est: estigma, fl: filete, ov: ovário ínfero, pi: pistilo, pt: pétala, sp: 
sépala,. Fotos: Milaneze-Gutierre, M. A. 
 
 
Na subdivisão Eurosídeas I, do grande clado das Rosídeas destacam-se as famílias 
Euphorbiaceae (na ordem Malpighiales), Fabaceae (ou Leguminosae, na ordem Fabales), 
Rosaceae (na ordem Rosales) e Cucurbitaceae (na ordem Curcubitales). 
 31
Nas Euphorbiaceae (Figuras 25 e 26) estão espécies de hábito herbáceo, mas 
também podem ocorrem árvores, arbustos e lianas. A maioria das espécies apresenta folhas 
simples, com filotaxia alterna. As flores são unissexuadas, reunidas em inflorescências 
cimosas, racemosas ou em ciátios, como no gênero Euphorbia. Brácteas coloridas e 
nectários extra-florais são comuns ao lado das pequenas flores, como em E. pulcherrima, 
popularmente denominada poinsétia ou bico-de-papagaio. No caso dos ciátios, a flor 
feminina, em geral aclamídea, projeta-se para fora da inflorescência, permanecendo o 
ovário exposto até o desenvolvimento do fruto. Esse, em geral, apresenta três fendas de 
deiscência (tricoca). As Euforbiáceas são plantas com látex, muitas vezes tóxico, e 
cáustico, com em E. milli. 
Para o Brasil são citadas 914 espécies distribuídas em 63 gêneros. Além de Euphorbia 
(com 63 sp) destacam-se pelo número de espécies: Croton (311 sp), Manihot (77 sp), Dalechampia 
(72 sp) e Acalipha (48 sp). Do látex caulinar de Hevea brasiliensis (a seringueira) é extraída a 
borracha natural nos estados na região norte, de onde é nativa, mas também em outras áreas do 
país, presentes sob cultivo comercial. Por sua vez, diversas espécies e variedades de Manihot 
(mandioca ou aipim) são utilizadas na alimentação humana e animal, in natura ou na forma de 
farinha. Nos últimos anos, a mamona Ricinus communis passou a ser cultivada em maior escala 
para a extração de óleo combustível para automóveis, o biodiesel. 
 
Figura 25: Euphorbiaceae. A. Phyllanthus sp. (quebra-pedra). B. 
Euphorbia milii (coroa-de-cristo). C. E. heterophylla. D. E. pulcherrima 
(bico-de-papagaio) e inseto forrageando no nectário extra-floral. Foto D: 
Itamar Cossina, e as demais: Milaneze-Gutierre, M.A. 
 32
 
Figura 26: Euphorbiaceae. Ricinus communis (mamona). A. aspecto geral de 
uma inflorescência. B. flores femininas. C. frutos imaturos. D. frutos maduros. E. 
semenentes. Fotos B e C: Itamar Cossina. 
 
 
A família Fabaceae, também denominada Leguminosae, apresenta-se com 
aproximadamente 750 gêneros e 19.000 espécies, por muitos autores considerada a terceira 
maior família botânica (atrás apenas das Orchidaceae e Asteraceae), sendo abundantes nas 
mais diversas formações vegetais, especialmente nos regiões tropicais e subtropicais. Para 
o Brasil estão descritos 212 gêneros e 2.716 espécies, as quais podem apresentar hábito 
arbóreo (guapuruvu, sibipiruna, pau-brasil, tipuana), arbustivo (falso-pau-brasil, feijão-
guandu), herbáceo (soja, crotalaria) e lianas ou trepadeiras (feijão, ervilha, mucuna-preta). 
 33
Como característica básica de todos os representantes das leguminosas está a 
presença de nódulos, nas raízes, com bactérias fixadoras de nitrogênio (Figura 27). Em 
adição, o ovário unicarpelar unilocular, com 1 a muito óvulos, o qual, após desenvolvido 
originará um fruto do tipo legume. Esses podem ser deiscentes (feijão, soja, leucena, 
caliandra) ou indeiscentes (jatobá, acássias, ingás). Entretanto, nem todas as leguminosas 
apresentam o fruto do tipo legume, sendo comuns as sâmaras, os folículos e apenas 
Holocalix balancae (alecrim-da-campina), comum na arborização urbana de Maringá e 
região, apresenta fruto carnoso com apenas uma grande semente. 
 
Figura 27: Fabaceae (Leguminosae). Nódulos de bactérias 
fixadoras de nitrogênio nas raízes de uma leguminosa. 
 
As folhas das leguminosas são sempre compostas ou recomposta (raramente 
unifoliolada, dando a impressão de terem o limbo simples), dotadas de pulvino (na base do 
pecíolo) e pulvinolos (na base dos peciólulos), cuja função é dar mobilidade às folhas e 
folíolos. Quanto à filotaxia, nesta família estão espécies com folhas alternas. Também são 
comuns os nectários extra-florais (nas folhas de ingá e leucena, por exemplo), assim como 
acúleos nas folhas e ramos, como ocorre nas espécie de Aschinomaene, popularmente 
denominadas “arranha-gato” . 
As flores das leguminosas podem ser vistosas ou não, mas sempre hermafroditas. 
De acordo com as características da corola e folhas, as leguminosas podem ser divididas 
em 3 sub-famílias: Caesalpinioideae, Faboideae e Mimosoideae (Figuras 28, 29 e 30). Nas 
duas primeiras, as flores são dialipétalas e de simetria zigomorfas, enquanto que nas 
 34
Mimosoideae podem ser diali ou gamopétalas, mas sempre actinomorfas. Demais 
características distintivas destas subfamílias podem ser vistas na Tabela 1. 
 
Tabela 1: Características básicas das sub-famílias das Fabaceae (Leguminosae). 
Característica Faboideae Caesalpinioideae Mimosoideae 
 
Folhas 
Trifolioladas (maioria) 
Imparipinadas 
Unifoliolada 
Recomposta 
Paripinadas 
Bifolioladas 
Recomposta 
Paripinada (Ingá) 
 
Flores Diclamídeas e dialipétala Diclamídeas e 
dialipétala 
Diclamídeas e 
gamopétala (maioria) 
 
Estames 
Tipo (9) +1 (maioria) ou 
diplostêmone (raras), não 
vistosos 
Diplostêmone e 
livres, não vistosos 
Iso, diplo ou 
polistêmone, livres e 
vistosos 
Corola Zigomorfa Zigomorfa Actinomorfa 
 
Semente Sem pleurograma 
 
Com pleurograma 
 
Com pleurograma 
 
 
 
 
 
 
 35
 
Figura 28: Sub-família Caesalpinioideae (Fabaceae - Leguminosae). Análise das flores de 
Bauhnia variegata. A. aspecto geral. B, C e D. análise dos verticilos florais. E. e F. 
Análise do ovário em secção transversal e longitudinal (G). H e I. análise da corola 
quanto a posição interna do vexilo (pétala diferenciada). J e K: analise do fruto em 
desenvolvimento. Fotos: Milaneze-Gutierre, M.A. 
 
 36
 
Figura 29: Sub-família Faboideae (Fabaceae - Leguminosae). Análise das flores de 
Clitoriasp. A. aspecto geral da inflorescência. B. detalhe de uma folha trifoliolada. C. 
análise dos verticilos florais. D e E. detalhe dos verticilos reprodutores. F. comparação 
entre o tamanho do fruto em desenvolvimento e respectivo gineceu. 
 Fotos B e C: Milaneze-Gutierre, M.A. 
 
 37
 
Figura 30: Sub-família Mimosoideae (Fabaceae - Leguminosae). A. inflorescências de 
Caliandra sp. B., C. e D. aspecto geral da inflorescência, de apenas uma flor aberta e dos 
frutos de Inga sp. E. detalhe dos frutos e sementes ariladas de outra espécie de Inga. 
Fotos B e C: Milaneze-Gutierre, M.A. 
 
 
A importância econômica das leguminosas é muito grande, especialmente para o 
Paraná, com grandes plantios de soja (Glycine max) no período do verão. Outra cultura 
importante é a do feijão (Phaseolus vulgaris, suas variedades e cultivares). Quanto à 
madeira, o pau-brasil (Caesalpinia echinata) sempre se destacou pela qualidade e 
coloração avermelhada característica, mas muitas outras leguminosas são fontes 
 38
madeiráveis, com o nome popular “angico”: Anadenanthera, Parapiptadenia e Piptadenia. 
O angico-do-cerrado (Anadenanthera falcata) é uma árvore típica da regiao central de 
nosso país. 
Por sua vez, as Rosaceae (Figura 31) compõe um grupo de plantas muito conhecido 
por todo o mundo devido à importância das espécies do gênero Rosa (como ornamentais e 
para a produção de essências), e os frutos comestíveis de diversas outras espécies: Malus 
domestica (maçã), pêra (Pyrus communis), pêssego (Prumus persica), cerejas-doce 
(Prunus avium) e cereja-ácida (Prunus cerasus), nêspera (Eriobotrya japonica) e além dos 
pseudofruto dos morangos (Fragaria vesca). Para o Brasil são reconhecidos 16 gêneros e 
34 espécies nativas. As cerejeiras-do-japão (Prunus serrulata) embelezam parques e 
jardins de diversas cidades da região sudeste e sul, durante as estações mais frias do ano. 
As folhas das Rosáceas podem ser simples ou compostas e com margem serreada 
na maioria das espécies. As flores são vistosas, hermafroditas ou unissexuadas, 
actinomorfas, diclamídeas de ovário ínfero. Quanto aos estames, as flores das Rosáceas 
podem ser oligostêmones até polistêmones, mas sempre livres. 
Ainda no clado Eurosídeas I, na ordem Curcubitales também está incluída a família 
Cucurbitaceae, contando com ervas trepadeiras ou rastejantes. Esta é a família das 
abóboras e morangas (Cucurbita pepo), pepino (Cucumis sativus), melancia (Citrullus 
vulgaris) e melões (Cucumis melo), espécies de importância comercial e cultivadas nas 
regiões de clima tropical, assim como suas variedades, híbridos e cultivares As 
Cucurbitaceae nativas brasileiras somam 30 gêneros e 154 espécies, sendo comum no 
ambiente urbano Momordica charantia, o melão-de-são-caetano (Figura 32). 
As folhas das Cucurbitáceas são sempre simples, variavelmente lobadas, partidas 
ou sectas, enquanto que as flores são sempre unissexuada (plantas monóicas ou dióicas), 
gamepétalas, tubulosas e de ovário ínfero. O fruto baga é o mais comum, mas raramente 
podem ocorre cápsula carnosa e fruto seco tipo opérculo, como em Luffa cilindrica, a 
bucha vegetal. 
 39
 
 
Figura 31: Rosaceae. A. Aspecto geral de uma cerejeira-do-japão (Prunus serrulata) em 
floração. B. detalhes das flores com ovário ínfero. C. aspecto geral do moranguinho 
(Fragraria sp.).D. fruto. E. detalhe dos verticilos reprodutores. F. e G. flores e fruto do 
gênero Rosa. Fotos A, B: Milaneze-Gutierre, M.A.; E: Danilo Fugi; F: Itamar Cossina. 
Fontes: de C: http://www.botany.wisc.edu/garden/UW_botanical_Garden/ 
garden_images_3/Rosaceae_strawberry.jpg; E: http://www.baixaki.com.br/papel-de-
parede/18614-flor-de-morango.htm 
 
 40
 
Figura 32: Cucurbitaceae. Momordica charantia A. Aspecto geral de um 
exemplar com frutos. B e C. Análise da flor masculina. D e E. análise da flor 
feminina com ovário ínfero (ov). Barra: 1 cm. Fotos Milaneze-Gutierre, 
M.A. 
 
 
No clado Eurosídeas II destacam-se as ordens Brassicales e suas famílias 
Caricaceae (mamão) e Brassicaceae (família da couve, repolho, agrião e canola, veja 
Figura 12 do capítulo 4), assim como a ordem Malvales, cuja família mais conhecida é a 
Malvaceae (família das paineiras, hibiscos e algodão, veja Figura 3). 
As Brassicaceae (anteriormente denominadas Cruciferae, devido às suas quatro 
pétalas em cruz) são muito utilizadas como alimento in natura, especialmente as 
variedades e cultivares do gênero Brassica (couve). Como nativa do Brasil estão apenas 15 
espécies, distribuidas em 10 gêneros. Raphanus raphanistrum (Figura 33) popularmente 
denominado de nabo-forrageiro, é uma erva invasora de cultura muito comum nos estado 
da região sul do Brasil. 
 41
 
Figura 33: Brassicaceae. Raphanus raphanistrum. A. Aspecto geral em área 
agrícola. B. detalhe da corola tetrâmeras. C. detalhes dos estames e do inseto 
polinizador. Foto A: Milaneze-Gutierre, M.A.; B e C: Itamar Cossina. 
 
O último clado filogenético propostos pelo APG é o Asterídeas e sua subdivisões: 
Euasterídeas I e Euasterídeas II. No primeiro grupo devem ser destacadas as ordens 
Lamiales (com as famílias mais comuns: Bignoniaceae e Lamiaceae) e Solanales (com a 
família Solanaceae). Por sua vez, no grupo das Euasterídeas II devem ser destacada a 
ordem Asterales, e sua grande família, Asteraceae. 
As Bignoniaceae (Figuras 34 e 35) podem se apresentar com árvores, arbustos ou 
trepadeiras, em geral com flores vistosas, coloridas e com corolas tubulosas. Os estames 
são tipicamente didínamos (dois maiores e dois menores), além da presença de um 
estaminóide (estame infértil) por vezes de grande dimensão, como em Jacaranda 
mimosifolia (jacarandá-mimoso), árvore comum na arborização urbana. As folhas são 
compostas e de filotaxia oposta, em geral cruzada. Também são árvores usadas nas 
cidades, as espécies de ipês (gênero Tabebuia), provenientes do cerrados (ipê-amarelo) ou 
do norte do Paraná (ipê-rosa). As espécies nativas somam 391, distribuídas em 32 gêneros. 
Adenocalymma reúne 68 espécies, Fridericia 59, Jacaranda 35 e Anemopaegma 34. 
 42
 
Figura 34: Bignoniaceae. Pyrostegia venusta. A. Aspecto geral de ramos com 
flores. B. detalhe da gavinha formada pelo folíolo apical. C a G. Análise dos 
verticilos florais. Fotos Milaneze-Gutierre, M.A. 
 43
 
Figura 35: Bignoniaceae. Tabebuia spp. A. ipê-roxo. B. ipê-amarelo. C. ipê-branco. 
D. a H. analise dos verticilos florais de ipe-branco. Fotos A e C: Itamar Cossina, as 
demais: Milaneze-Gutierre, M.A. 
 
Família Lamiaceae (Figura 36), cujo nome antigo era Labiatae, devido ao formato 
bilabiado da corola, reúne diversas espécies utilizadas como plantas medicinais e também 
na fitoterapia, cosmetologia e culinária, como temperos com sabor e odor típicos, sendo as 
mais comuns o hortelã (Menta spp, variedades e híbridos), o poejo (Mentha pulegium), 
orégano (Origanum vulgare) e os boldos-brasileiros (Plectranthus spp.), a maioria 
exóticas. Inclui representantes de hábito herbáceos ou arbustivas, com folhas de filotaxia 
oposta cruzada, sempre simples, muito variadas quanto à forma do limbo, desde inteiro até 
profundamente partido, em geral com odor intenso, dado pelos óleos essenciais dos 
tricomas glandulares, muito abundantes por toda a parte aérea. O gineceu, sempre supero, é 
do tipo ginobásico, sendo esta a características mais marcantes deste grupo de plantas. Para 
o nosso país estão citados 34 gêneros e 498 espécies, a maioria endêmica 
 44
(aproximadamente 70%). O gênero Hyptis destaca-se com 202 espécies citadas para o 
Brasil, enquanto que Salvia mantém 61 e Vitex, 33. 
 
Figura 36: Lamiaceae. A. Aspecto geral de um ramos de Mentha sp (hortelã). 
com flores. B. detalhes das flores. C. Rosmarinum officinales (alecrim). D a G. 
análise dos verticilos florais de detalhe de Ocimum gratissimum (alfavaca), H. e 
I. flores e verticilos florais de Leonurus sibiricus (erva-rubin). Fotos: Milaneze-
Gutierre, M.A. 
 
 45Na família Solanaceae (Figura 37) estão muitas espécies amplamente cultivadas 
pelo homem há séculos, com destaque para a batata-inglesa (Solanum tuberosum), tomate 
(Lycopersicum esculentum), fumo (Nicotiana tabacum) e as pimentas vermelhas 
(Capsicum spp.). Todas as espécies apresentam folhas simples, alternas, sendo comum a 
presença de acúleos. As flores são relativamente grandes, hermafroditas, pentâmeras, 
gamopétalas e actinomorfas plicada, o que lhes confere o aspecto estrelado na antese 
(como em Solanum) ou tubulosa longa, com estames inclusos (como em Nicotiana). Os 
estames são 5 e livres, com grandes anteras exposta, em geral poricidas, e o ovário é 
sempre súpero, na maioria das espécies bicarpelar e bilocular. Para o Brasil são citadas 464 
espécies, sendo quase a metade endêmica. O gênero Solanum se destaca com 263 espécies. 
 
 
Figura 37: Solanaceae. A. ramos de Solanum paniculatum (jurubeba). B. aspecto 
geral de S. nigrum (maria-pretinha) e detalhe de suas flores (C). Fotos Milaneze-
Gutierre, M.A. 
 
As Asteraceae (Figuras 38 e 39) compreendem a família das margaridas e do 
girassol, sendo considerada a maior família entre as eudicotiledôneas, e formada por ervas, 
subarbustos, arbustos e raramente, árvores. As folhas são simples com limbo variavelmente 
lobado, partido ou secto. A inflorescência típica da família, o capítulo, é relativamente fácil 
de ser identificada pela disposição circular e sequencia de antese floral ao longo dos dias. 
As flores que compõem o capítulo podem ser todas iguais (tubulosas ou liguladas) 
ou serem de ambos os tipos, mas sempre estando as liguladas nos bordos da inflorescência. 
 46
Todas as flores de um capítulo apresentam uma bráctea na base. O fruto típico desta 
família é o aquênio, podendo apresentar estruturas para a dispersão, o papus, de 
consistência sedosa (dente de leão, tridax e outros) ou hirsuta (picão-preto ou carrapichos). 
As Asteráceas são muito utilizadas pelo homem como planta medicinal e também 
na fitoterapia, como é o caso das espécies nativas de carqueja (Baccharis trimera), o guaco 
(Mikania glomerata), a camomila (Matricaria spp.) e a estevia (Stevia rebaudiana) de 
cujas folhas é extraído o adoçante natural não calórico, um esteviosídeo. Entretanto, o 
girassol (Helianthus annuus) está entre as Asteraceae mais cultivadas, por seu valor 
comercial para a produção de óleo de qualidade; assim como o alface (Lactuca sativa) e o 
almeirão e chicória (Cichorium e suas variedades). Para o Brasil são citados 275 gêneros e 
2.034 espécies de Asteráceas, sendo mais da metade endêmicas. 
 
Figura 38: Asteraceae. A. capítulos de flores liguladas de Tagetes patula. B. 
capítulo de flores tubulosas de Emilia sonchifolia. C. capítulo de flores liguladas 
e tubulosas de Tridax procumbens. D. e E. análise das flores tubulosas. F. 
capítulo de flores liguladas de Taraxacum officinale (dente-de-leão) e seus 
frutos alados. Fotos D e E: Milaneze-Gutierre, M.A.; as demais: Itamar 
Cossina. 
 
 47
 
 
Figura 39: Asteraceae. Calendula officinalis. A. aspecto geral das plantas 
no canteiro. B e C. análise do capítulos formado por flores liguladas e 
tubulosas. D. detalhes das flores liguladas e da tubulosas. Barra: 1 cm. 
Fotos: Milaneze-Gutierre, M.A. 
 
 
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