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Raquel Avaliacao Estagio 2

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DO AMAPÁ/AP.
	
		PAULO LAS VEGAS, brasileiro, estado civil casado, funcionário público federal (INSS), inserido no CPF sob nº XXXX, portador do RG nº XXXX, nascido em XXXX, na cidade de Amapá, no estado do Amapá local onde reside desde pequeno, endereço eletrônico XXXX, filho de XXXXXX, pai de uma criança de 4 anos, considerado arrimo de família, em razão de prover sozinho a subsistência da esposa e da filha por intermédio de sua advogada, subscrito, com endereço profissional à Rua XXXX e endereço eletrônico XXXX, comparece o Acusado, com todo respeito à presença de V. Exa., na forma do que dispõe o art. 5º, inc. LXV da Constituição Federal, oferecer pedido de
REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA
Com fulcro no artigo 316 do CPP, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
I – FATO
	O Requerente foi denunciado como incurso nas penas do art. 121, §2º, inciso II, do Código Penal Brasileiro, sob o argumento de que no dia 5 de maio de 2011 teria ceifado a vida da vítima Lucas Califórnia, em razão de um desentendimento por conta de uma partida de futebol, o qual exercia o cargo de Prefeito da Cidade do Amapá/AP, no dia. A prisão do requerente foi realizada no dia 10 de maio do mesmo ano, em virtude do cumprimento do mencionado mandado de prisão preventiva, fundamentando-se a incontestável decisão judicial no fato de que o crime supostamente praticado pelo Requerente seria grave. 
Entretanto, registra-se que fora alegado também que, a manutenção em liberdade do Requerente poderia acarretar grave risco à ordem pública, tendo em vista, que haveria a possibilidade do mesmo cometer novos homicídios, em razão do clamor social e da gravidade concreta do crime praticado, pela conveniência da instrução criminal e pela dificuldade de aplicação da lei, mesmo que diante da primariedade e bons antecedentes ostentados pelo requerente. 
O delegado de polícia mencionou, também, que por o inquérito policial possuir caráter inquisitorial, não havendo processo judicial em andamento, a presença de advogado no ato seria facultativa, ou seja, deixou a cargo de Paulo a possibilidade de comunicar-se com algum advogado de sua confiança. Ainda segundo a autoridade policial, Paulo foi avistado por um morador vizinho, cujo nome é Douglas Texas, brigando com Lucas Califórnia e o empurrando para dentro de sua residência, sendo que, desde então, Lucas não mais foi visto por seus familiares.
Diante dos fatos apresentados, desacompanhado de advogado, pois Paulo Las Vegas e seus familiares não dispunham do contato com tal tipo de profissional, acabou confessando ter matado Lucas Califórnia. Ocorre que conforme será demonstrado a seguir, o decreto prisional, data vênia, merece ser revisto por este douto Juízo, vez que os fundamentos daquela decisão não são idôneos, bem como a custódia cautelar contra o requerente não se releva imprescindível, merecendo sua revogação.
II- DA REALIDADE FÁTICA
	O real motivo pelo qual o crime ocorreu, seria em razão de tê-lo visto, com um estilete em punho, praticando ato libidinoso com sua filha de 4 anos, que se encontrava na porta de casa aguardando a mãe (esposa de Paulo). Informou, ainda, que, ao ver a cena, imediatamente entrou em luta corporal com Lucas e o empurrou para a garagem de sua casa, quando, imbuído de violenta emoção, alcançou uma faca que se encontrava no local e, para salvar sua própria vida, desferiu um golpe no peito de Lucas, que logo após o ato, muito rapidamente, Paulo arrastou o corpo para um lote vago situado ao lado da sua residência.
Destaca-se que, toda ação acima mencionada foi realizada sem que houvesse a presença de terceiros, ou seja, nem mesmo a esposa do requerente estava no momento do ocorrido, entretanto, a esposa ficou sabendo pelo próprio marido, que relatou o acontecimento tempo depois do episódio, com intuito de que de imediato levassem a criança, filha do casal, ao hospital para realização de exames médicos, instante em que ficou constatado pelo médico que a criança realmente havia sido violentada sexualmente pelo vizinho, Lucas Califórnia.
Em referência ao acontecimento acima narrado, logo, a violência sexual sofrida pela filha do requerente, infere-se que esta sequer foi apurada pela polícia, direcionando a investigação para um crime cujo delito possui motivação diversa, daquela que fielmente resultou no ocorrido.
III – DA INVESTIGAÇÃO 
	Analisando os fatos, a autoridade policial não realizou diligências diversas sobre o caso, da mesma forma que, não investigou e apurou detalhadamente os fatos relacionados a prática do delito, tendo havido simplesmente o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, sendo apreendido os materiais utilizados pelos litigantes no momento da luta corporal, no caso, o estilete de Lucas e a faca utilizada por Paulo, e juntamente a realização da prisão do requerente.
Insta frisar que, o delegado de polícia encaminhou os autos do inquérito policial ao Poder Judiciário na mesma data em que houve a prisão do postulante, ainda desacompanhado do relatório final, o que, acarretou a ausência de informações vitais para a análise e compreensão da conduta em questão. Diante disso, é imprescindível destacar que, todos os fatos supracitados foram confessados pelo postulante quando este estava sob a tutela das autoridades policiais, sendo interrogado na Delegacia de Polícia.
IV - DO DIREITO
a) Da Ausência dos requisitos para decretação da prisão preventiva
É cristalino apontar que nenhum dos requisitos listados no art. 312 do CPP, os quais possibilitam a prisão preventiva, foram preenchidos. Pois o réu é primário e possui bons antecedentes, conforme documentos apensos ao processo.
Além do mais, Paulo Las Vegas possui trabalho estável desde os 18 anos de idade, o que afasta a hipótese de ordem econômica, não havendo indícios de que o denunciado, estando em liberdade, possa colocar em risco a instrução dos presentes autos.
O acusado possui residência fixa cito, endereço XXX, sendo servidor público de carreira (INSS), conforme certidões, comprovantes e cópias apenas aos autos. Portanto, não existem risco da aplicação da lei penal, pois o denuncia possui vínculos. 
Diante do apresentado, resta mencionar o art. 312 do CPP, quanto a sua inaplicabilidade no caso em tela, pois o mesmo não se enquadra nos requisitos do citado artigo. 
Conforme o Art. 312, do CPP:
“A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria."
Sobre o assunto, valendo-se da gravidade do delito e da reincidência da pessoa privada de liberdade, o Supremo Tribunal Federal se manifesta nos seguintes termos: 
Com efeito, é firme a jurisprudência da Corte que reconhece a gravidade concreta da conduta como fundamento razoável da custódia processual, tendo em vista que figura como circunstância apta a indicar a periculosidade do agente e, nessa medida, segundo um juízo prospectivo de risco de reiteração delituosa, pode recomendar a medida gravosa a fim de acautelar a ordem pública (HC 145315, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, julgado em 16/10/2017, publicado em PROCESSO ELETRÔNICO DJe-238 DIVULG 18/10/2017 PUBLIC 19/10/2017).
Partindo dessa premissa, ainda que presentes nos autos elementos suficientes para comprovar a materialidade do caso em questão e atestar a presença de indícios suficientes de autoria, atento às peculiaridades do caso concreto, às circunstâncias do fato e às condições pessoais do paciente, e tendo em vista que a prisão cautelar não objetiva antecipar a pena eventualmente imposta, entende-se que a imposição de medidas cautelares diversas afigura-se adequada e suficiente à hipótese retratada nos autos (CPP, art. 319).
 Cita-se:
§ 6° A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medidacautelar (art. 319)." 
 Neste caso, em que se subscreve é visivelmente cabível e necessário que a prisão preventiva seja revogada, e por seu fim poderá ser substituída por uma medida cautelar adversa da prisão. Uma vez que:
I - O Requerente é primário e portador de bons antecedentes, conforme comprova o CD de fls. nº (...), logo não há risco à ordem pública se em liberdade o Postulante;
II - Não há que se falar pela condição pessoal do Requerente, bem como do tipo penal em questão que haja risco à ordem econômica;
III - Não há indícios de que o Postulante em liberdade ponha em risco a instrução criminal nos autos;
IV - Tem o Requerente residência fixa na Rua (...), nº(...) , bairro (...), cidade, Estado, CEP (..), casado, possui uma filha de 4 (quatro) anos de idade com sua esposa e desempenha a função de funcionário público federal no INSS, conforme fazem prova as certidões de casamento e nascimento da filha do casal, cópias reprográficas do comprovante de endereço e do ato de nomeação do cargo, portanto não há risco à aplicação da lei penal já que o Requerente mantém vínculos.
Sendo assim, verifica-se que estão ausentes os requisitos autorizadores da prisão preventiva previstos no art. 312 do CPP, razão pela qual requer seja revogada nos termos do art. 316 do CPP.
IV - DO PEDIDO
Por todo o exposto, requer seja REVOGADA A PRISÃO PREVENTIVA, por ausentes os requisitos do Art. 312 do CPP, e ante a falta de provas investigativas capazes de preencher os requisitos da prisão preventiva, com a expedição do alvará de soltura.
Termos em que,
Pede Deferimento.
Local, dia de mês e ano
Advogado
OAB/UF

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