Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fundamentos de Administração Financeira (RWJL, 2013) – Capítulo 18. Questões e problemas - Respostas 1/11 Soluções para as questões conceituais: 1) São empresas com prazos médios de estoques e/ou com prazos médios de recebimento relativamente longos, São empresas que tendem a ter um estoque elevado disponível para vendas, e/ou que dão grandes prazos de pagamento para seus clientes. 2) São empresas com um prazo relativamente longo entre o pagamento das compras e a venda e o seu recebimento. Elas têm prazos de pagamento relativamente curtos ou prazos de recebimento relativamente longos. 3) a. Uso: Houve redução do saldo de caixa em $200 para pagar dividendos. b. Fonte: Houve aumento do saldo de caixa em $500, supondo que as compras foram feitas a crédito e as vendas foram à vista. c. Uso: Houve redução do saldo de caixa em $900 para pagamento do dos ativos não circulantes. d. Uso: Houve redução do saldo de caixa em $625 para pagar o aumento de estoques. e. Uso: Houve redução do saldo de caixa em $1,200 para amortizar obrigações. 4) Os custos de carregamento irão diminuir porque ela não terá estoques. Os custos de falta provavelmente vão subir, dependendo da proximidade dos fornecedores e de quão bem eles conseguem estimar as necessidades de fornecimento. O ciclo operacional vai diminuir porque o prazo médio de estoques irá diminuir. 5) O ciclo financeiro é igual ao ciclo operacional menos o prazo médio de pagamento, então não é possível que o CF seja maior que o CO se o PMP é positivo. É improvável que o PMP seja negativo, pois isso implicaria que a empresa pague suas contas antes de assumi-las. 6) Houve aumento do PMP, encurtando o CF. Não há efeito sobre o CO. 7) Haverá aumento do GIRO DE CONTAS A RECEBER dos fornecedores, aumentando o CO e o CF. 8) Há quem argumente que muitas vezes as grandes empresas tiram vantagem das pequenas, ameaçando comprar de outras. Entretanto, considerar uma mudança de fornecedor em busca de melhores condições de negócio é parte da natureza competitiva. 9) Todas as empresas gostariam de fazer isso! Prazos de pagamento são um tema de muita negociação e é um dos aspectos do preço que as empresas pagam a seus fornecedores. Uma empresa em geral tentará negociar a melhor combinação entre prazo e preço. De maneira geral, os fornecedores dão fortes incentivos financeiros para pagamento em prazo curto. Este é um aspecto que será discutido em maiores detalhes num capítulo próximo sobre política de crédito. 10) A Céu Azul vai precisar menos financiamento porque estará de fato tomando emprestado de seus fornecedores. Entre outras coisas, a Céu Azul provavelmente necessitará menos empréstimos de curto prazo de outras fontes, de forma que poderia economizar juros. Soluções para as questões e problemas básicos NOTA: Todos os problemas foram solucionados utilizando uma planilha eletrônica. Muitos problemas exigem vários passos. Devido a restrições de espaço e clareza para leitura, quando os passos intermediários estão incluídos os cálculos podem ter sido arredondados; as respostas finais foram encontradas sem arredondamentos intermediários. 1) a. N. Um dividendo pago com emissão de dívida não altera o caixa, uma vez que o caixa obtido com a dívida imediatamente vai para os acionistas. b. N. O imóvel é pago com o caixa obtido com o caixa resultante da emissão de dívidas. c. N. Estoques e Contas a Pagar aumentam, sem impacto na conta Caixa. d. R. O empréstimo de curto prazo é pago com caixa, o que reduz o saldo de caixa. e. R. O pagamento de impostos é uma transação com caixa. f. R. A recompra de ações é feita com caixa. g. N. O Contas a Receber irá aumentar, mas o caixa irá aumentar somente quando as vendas forem pagas. h. R. Os juros são pagos com caixa, o que reduz o saldo de caixa. i. A. Quando as vendas anteriores – Contas a Receber - são pagas, o saldo de caixa aumenta, pois os pagamentos devem ser realizados em caixa. j. R. Contas a Pagar são reduzidas mediante o pagamento em caixa aos fornecedores. k. R. Aqui, o dividendo é pago com recursos do Caixa, o que geralmente ocorre, diferente da questão “a” em que os dividendos eram pagos com emissão de dívida. l. N. O pagamento aos fornecedores é feito com o caixa obtido da emissão de dívida. m. R. A conta da energia deve ser paga com caixa. n. R. Um pagamento em dinheiro reduz caixa. o. A. A contrapartida da colocação de títulos mobiliários é o recebimento de caixa. Fundamentos de Administração Financeira (RWJL, 2013) – Capítulo 18. Questões e problemas - Respostas 2/11 2) A questão visa exercitar a visão do balanço patrimonial e seus componentes, focando o caixa. A primeira ideia é que Ativo Total = Obrigações + PL, as obrigações são constituídas pelo Passivo Circulante e Passivo Não Circulante, o total do passivo e PL é: = $10.380 + 1.450 + 7.500 = $19.330 Esse é também o valor do Ativo Total. O Ativo Total, como o nome diz, inclui todos os ativos. O Caixa é um ativo. Logo, o Caixa é igual ao Ativo Total menos os ativos não caixa. Caixa = $19.330 – 15.190 – 2.105 = $2.035 Temos o valor do CCL menos caixa, então o total do CCL é: CCL = $2.105 + 2.035 = $4.140 Podemos agora encontrar o Ativo Circulante, usando a equação do CCL que é: CCL = AC – PC = $4.140 = AC – $1.450 Logo AC= $5.590 3) a. Aumento. O valor de Contas a Receber aumenta, o tempo o prazo médio de recebimento aumenta, isso aumenta o CO. b. Aumento. Se o prazo de crédito para os clientes aumenta, os clientes levam mais tempo para pagar, isso aumenta o CO. c. Redução. Se o giro dos estoques aumenta, o prazo médio dos estoques diminui o que diminui o CO. d. Sem variação. O prazo médio de pagamento influi o ciclo financeiro, não o ciclo operacional. e. Redução. Se o giro de contas a receber aumenta, o prazo médio de recebimento diminui. f. Sem variação. O pagamento a fornecedores influi o prazo médio de pagamento, que é parte do ciclo financeiro, e não do ciclo operacional. 4) a. A; A. Se as condições de desconto para pagamento antecipado se tornam menos favoráveis, o Giro das Contas a Receber irá aumentar, Isso fará com que tanto o CF quanto o CO aumentem, b. A; N. Isso reduzirá o PMP e aumentará o CF. Não tem efeito sobre o CO pois o PMP não é parte desse ciclo. c. D; D. Se mais clientes pagam à vista, o Giro de Contas a Receber diminuirá: tanto o CF quanto o CO diminuem. d. D; D. Suponha que o PMP não se altere. Menor compra de matérias primas reduzirá o PME o que terá por consequência a redução do CF e do CO. e. D; N. Se mais matérias-primas forem adquiridas a prazo, o PMP tende a aumentar o que reduz o CF. Podemos dizer, porém, que esse pode não ser o caso. O prazo médio de pagamento é uma decisão da gestão da empresa. A empresa poderia aumentar as compras e realizar os pagamentos no mesmo prazo. Isso teria como resultado a não variação do PMP, o que faria com que o CF também não se alterasse, A variação nas compras a prazo nas mesmas condições não alterará o prazo médio de estocagem nem o prazo médio de pagamento, então o CO não varia. f. A; A. Se mais mercadorias são produzidas e estocadas, o PME aumentará. Isso vai aumentar tanto o CF quanto o CO. 5) a. Um prazo de recebimento de 45 dias implica que todas as contas a receber do trimestre anterior serão recebidas no presente trimestre, e: (90 – 45) / 90 = 1/2 das vendas correntes são recebidas, Então: T1 T2 T3 T4 Contas a receber inicial $360,00 $395,00 $370,00 $435,00 Vendas 790,00 740,00 870,00 950,00 Recebimentos em caixa (755,00) (765,00) (805,00) (910,00) Contas a receber final $395,00 $370,00 $435,00 $475,00 b. Um prazo de recebimento de 60 dias implica que todas as contas a receber do trimestre anterior serão recebidas no presente trimestre, e, (90-60) / 90 = 1/3 das vendas correntes são recebidas. Então: Fundamentos de Administração Financeira (RWJL, 2013) – Capítulo 18. Questõese problemas - Respostas 3/11 T1 T2 T3 T4 Contas a receber inicial $360,00 $526,67 $493,33 $580,00 Vendas 790,00 740,00 870,00 950,00 Recebimentos em caixa (623,33) (773,33) (783,33) (896,67) Contas a receber final $526,67 $493,33 $580,00 $633,33 c. Um prazo de recebimento de 30 dias implica que todas as contas a receber do trimestre anterior serão recebidas no presente trimestre, e, (90-30) / 90 = 2/3 das vendas correntes são recebidas, Então: T1 T2 T3 T4 Contas a receber inicial $360,00 $263,33 $246,67 $290,00 Vendas 790,00 740,00 870,00 950,00 Recebimentos em caixa (886,67) (756,67) (826,67) (923,33) Contas a receber final $263,33 $246,67 $290,00 $316,67 6) O CO é igual ao PMP + PME. O giro dos estoques e o prazo médio de estocagem são: Giro dos estoques = CMV / Estoque médio = $56.384 / {[$9.780 + 11.380]/2} = 5.3293 vezes PME = 365 dias / Giro dos estoques = 365 dias/5.3293 = 68,49 dias E o Giro de Contas a Receber e o PMR são: Giro de Contas a Receber = Vendas a prazo /Contas a Receber media = $89.804/{[$4.108 + 4.938]/2} = 19.855 vezes PMR = 365 dias/Giro das contas a receber = 365 dias/19.855 PMR = 18,38 dias Assim, o Ciclo Operacional é: Ciclo Operacional = 68,49 dias + 18,38 dias = 86,87 dias O Ciclo Financeiro é o Ciclo Operacional menos o prazo médio de pagamento. O Giro de Contas a Pagar e o Prazo Médio de Pagamento são: Giro das contas a pagar = CMV/Contas a pagar média = $56.384/{[$7.636 + 7.927]/2} = 7,2459 vezes Prazo médio de pagamento = 365 dias/Giro das contas a pagar = 365 dias/7,2459 = 50,37 dias Portanto, o Ciclo Financeiro é: CF = 86,87 dias – 50,37 dias = 36,50 dias A empresa está recebendo o caixa em média 36,50 dias depois de pagar suas contas. 7) As contas apresentadas são todas operacionais. O Ativo Circulante Operacional e o Passivo Circulante Operacional são: Caixa minimo 5.000 Fornecedores 40.000 Contas a receber 95.000 Salários e contribuições sociais 25.000 Estoques 45.000 Impostos sobre vendas 25.000 Impostos a compensar 10.000 Total do ativo circulante operacional 155.00 Total do passivo circulante operacional 90.00 Assim, temos ACO-PCO = 155.000 – 90.000 = 65.000. 65.000 é a Necessidade de Capital de Giro. A empresa tem 40.000 de Capital de Giro, logo terá que tomar empréstimos de 25.000 para cobrir a falta de capital de giro. 8). a. O Prazo médio de pagamento é zero, pois a empresa paga à vista. Os pagamentos em cada período são de 30% das vendas do próximo período, então: Fundamentos de Administração Financeira (RWJL, 2013) – Capítulo 18. Questões e problemas - Respostas 4/11 T1 T2 T3 T4 Pagamentos a fornecedores $258,00 $279,00 $297,00 $282,90 b. Se o Prazo médio de pagamento é 90 dias, os pagamentos em cada período são de 30% das vendas do último período, então: T1 T2 T3 T4 Pagamentos a fornecedores $246,00 $258,00 $279,00 $297,00 c Se o Prazo médio de pagamento é 60 dias, os pagamentos em cada período são 2/3 das vendas do último período, mais 1/3 das compras do período corrente, ou: Pagamentos trimestrais = 2/3(0,30) vezes Vendas correntes + 1/3(,30) Vendas do próximo período, T1 T2 T3 T4 Pagamentos a fornecedores $250,00 $265,00 $285,00 $292,30 9) Uma vez que o Prazo Médio de Pagamentos é d 60 dias, as contas a pagar em cada período serão de: Contas a pagar em cada período = 2/3 das compras do último trimestre + 1/3 das compras do trimestre corrente. Contas a pagar em cada período = 2/3(0,75) × Vendas correntes + 1/3(0,75) × Vendas do próximo período T1 T2 T3 T4 Pagamentos a fornecedores $722,50 $732,50 $847,50 $897,50 Salários, impostos e outras despesas 196,00 186,00 214,00 250,00 Despesas de financiamento de longo prazo 90,00 90,00 90,00 90,00 Total $1.008,50 $1.008,50 $1.151,50 $1.237,50 10) A. As vendas de novembro devem ser o total de vendas não recebidas, menos o total de vendas não recebidas de dezembro, dividido pela taxa de recebimento dois meses após a venda, assim: Vendas de novembro = ($173.000 – 136.000) / 0,15 = $246.666,67 B As vendas de dezembro são as vendas não recebidas de dezembro divididas pela taxa de recebimento das vendas do mês anterior, assim: Vendas de dezembro = $136.000/0,35 = $388.571,43 C. As cobranças de cada mês são: Cobranças = 0,15(Vendas de dois meses atrás) + 0,20(Vendas do mês anterior) + 0,65 (Vendas correntes) Cobranças de janeiro = 0,15($246.666,67) + 0,20($388.571,43) + 0,65($235.000) = $267.464,29 Cobranças de fevereiro = 0,15($388.571,43) + 0,20($235.000) + 0,65($260.000) = $274.285,71 Cobranças de março = 0,15($235.000) + 0,20($260.000) + 0,65($295.000) = $279.000,00 11) Os recebimentos mensais de vendas serão: Recebimentos de vendas = 0,35(Vendas co mês corrente) + 0,60(Vendas do mês anterior). Dados esses recebimentos, o orçamento de caixa será: Abril Maio Junho Saldo de caixa inicial $140.000 $101.600 $104.100 Entradas de caixa Recebimentos de: Vendas a prazo 283.500 361.400 371.700 Disponibilidade total de caixa $423.500 463.000 475.800 Saídas de caixa Compras $168.000 $147.800 $176.300 Salários impostos e outras despesas 53.800 51.000 78.300 Juros 13.100 13.100 13.100 Compra de equipamentos 87.000 147.000 0 Total de saídas de caixa $321.900 $358.900 $267.700 Saldo de caixa final $101.600 $104.100 $208.100 Fundamentos de Administração Financeira (RWJL, 2013) – Capítulo 18. Questões e problemas - Respostas 5/11 12) Item Fonte/Uso Valor Caixa Fonte $1.100 Contas a receber Uso –$4.300 Estoques Uso –$3.670 Propriedades, fábricas e equipamentos Uso –$12.720 Contas a pagar Fonte $2.600 Despesas acumuladas Uso –$810 Passivo não circulante Fonte $3.000 Capital social Fonte $5.000 Reserva de Lucros Fonte $1.610 Soluções para as questões de nível intermediário: 13. a. Se tomamos $50.000.000 pelo prazo de um mês, pagamos juros de: Juros = $50.000.000 x(0,01090) Juros = $545.000 Entretanto, com o saldo médio, poderemos usar somente: Valor recebido = $50.000.000 – 50.000.000 x (0,05) Valor recebido = $47.500.000 Isto significa que a taxa de juros do período é de: Juros do período = $545.000/$47.500.000 Juros do período = 0,01147 ou 1,147%a.m. Assim, a taxa efetiva anual (TEFa) será de: TEFa = [1 + ($545.000/$47.500.000)]12 – 1 TEFa = 0,11467368 ou, 14,67% b. Para dispor de $15.000.000 é necessário tomar emprestado: Valor a tomar emprestado = $15.000.000 / (1 – 0,05) = $15.789.473,68 O total de juros do empréstimo será de: Total em Juros = $15.789.473,68 x (1,0064)6 – 15.789.473,68 = $1.118.640,88 Cálculos adicionais: A taxa efetiva mensal do empréstimo será de: = (1+1.118.640,88/15.000.000)1/6 - 1 = 0,012059844 ou 1,20% a.m. A taxa efetiva anual do empréstimo será de: = [(1+1.118.640,88/15.000.000)1/6]12 - 1 = 0,154713709 ou 15,47% a.a. 14. a. A TEFa do seu investimento é de: TEFa = 1,01724 – 1 = 0,070595 ou 7,059% b. Para calcular a TEFa do empréstimo, podemos dividir o valor dos juros do empréstimo pelo valor do empréstimo. Os juros sobre o empréstimo incluem o custo de oportunidade do saldo médio. O custo de oportunidade é o valor do saldo médio vezes a taxa de juros potencial que você poderia ganhar. O saldo médio é a parte não usada do empréstimo, assim: A retenção é de 4% do valor não utilizado: Valor não utilizado: $70.000.000 – 45.000.000 = 25.000.000 Depósito não remunerado sobre valor não utilizado = 0,04 x 25.000.000 = 1.000.000 Custo de oportunidade do depósito não remunerado: 1.000.000,00 x 25.000.000 x (1,01724 – 1) – 0,04 x ($70.000.000 – 45.000.000) Custo de oportunidade = $70.595,48 Fundamentos de Administração Financeira (RWJL, 2013) – Capítulo 18. Questões e problemas- Respostas 6/11 O custo de oportunidade representa os juros que não serão recebidos sobre o valor do depósito, pois a empresa tem a oportunidade de investi-lo a 1,72% ao trimestre (7,059% a.a.). E os juros que você pagará sobre o empréstimo são: Custo em juros = $45.000.000 x [(1.035)4 -1] = = $6.638.535,05 O custo do empréstimo de $45 milhões é a soma dos custos em juros mais o custo de oportunidade do saldo médio que não rende juros: Assim, a TEFa do empréstimo de $45 milhões é de: TEFa = ($6.638.535,05+ $70.595,48) / $45.000.000 TEFa = 0,14909 ou, 15,91% a.a. c. O custo do empréstimo é a taxa da linha rotativa; como o custo de oportunidade somente existe se há depósito de saldo médio da parte não utilizada, caso a empresa saque o total da linha, não há custo de oportunidade. A TEFa de um empréstimo no valor do total da linha de crédito nesse caso é: TEFa = 1,0354 – 1 TEFa = 0,14752 ou 14,75% a.a. 15. a. Um prazo médio de cobrança de 45 dias, significa que o valor total das cobranças recebidas em cada trimestre é: Cobranças recebidas = 1/2 vendas do trimestre corrente + 1/2 vendas do trimestre anterior No primeiro trimestre as contas recebidas são de 173; correspondem ao saldo em contas a receber do trimestre anterior (68) mais a metade das vendas do trimestre (210/2 = 105). O saldo final de contas a receber é a outra metade das vendas, 210/2 = 105. Assim, as entradas e saídas de caixa em cada trimestre serão (em milhões): Um prazo médio de pagamento de 36 dias significa que em cada trimestre, ao final haverá 36 dias em contas a pagar, ou seja 36 dias/90 dias = 0,40. Isso é 2/5 das contas a pagar. Logo, 3/5 das compras correntes são pagas no trimestre e 2/5 das compras do trimestre são pagas no trimestre seguinte. No trimestre anterior ao primeiro, foram efetuadas compras no valor de 94,50 (45% de 210, as vendas de T1). Há, portanto, a pagar 37,80 (2/5 de 94,50). Em T1 são realizadas compras no total de 81,00 (45% de 180) e 3/5 desse valor é pago durante T1, 48,60. O pagamento de contas em T1 é de 37,80 + 48,60 = 86,40. T1 T2 T3 T4 Contas a receber - inicial 68,00 105,00 90,00 122,50 Vendas 210,00 180,00 245,00 280,00 Contas recebidas 173,00 195,00 212,50 262,50 Contas a receber - final 105,00 90,00 122,50 140,00 T1 T2 T3 T4 Pagamento de contas 86,40 98,55 119,70 115,20 Salários, tributos e outras despesas 52,50 45,00 61,25 70,00 Dispêndios de capital 80,00 Juros e dividendos 12,00 12,00 12,00 12,00 Total de desembolsos de caixa 150,90 235,55 192,95 197,20 Total de recebimentos de caixa 173,00 195,00 212,50 262,50 Total de desembolsos de caixa 150,90 235,55 192,95 197,20 Entrada de caixa líquida 22,10 (40,55) 19,55 65,30 O orçamento de caixa da empresa será: Fundamentos de Administração Financeira (RWJL, 2013) – Capítulo 18. Questões e problemas - Respostas 7/11 LINCE S.A. Orçamento de caixa (em milhões) T1 T2 T3 T4 Saldo de caixa inicial 64,00 86,10 45,55 $65,10 Entrada de caixa líquida 22,10 –40,55 19,55 65,30 Saldo de caixa final 86,10 45,55 65,10 130,40 Caixa mínimo –30,00 –30,00 –30,00 –30,00 Sobra (falta) de caixa 56,10 15,55 35,10 100,40 Com a necessidade de um saldo de caixa mínimo de $30 milhões, o plano financeiro de curto prazo será assim: b. LINCE S.A. Plano financeiro de curto prazo (em milhões) T1 T2 T3 T4 Saldo de caixa inicial $30,00 $30,00 $30,00 $30,00 Entrada de caixa líquida 22,10 –40,55 19,55 65,30 Novos investimentos de curto prazo –22,78 0 –19,90 –65,70 Receitas dos investimentos de curto prazo 0,68 1,14 0,35 0,40 Investimentos de curto prazo resgatados 0 39,41 0 0 Novo empréstimo de curto prazo 0 0 0 0 Juros sobre o empréstimo de curto prazo 0 0 0 0 Amortização do empréstimo de curto prazo 0 0 0 0 Saldo de caixa final $30,00 $30,00 $30,00 $30,00 Saldo de caixa mínimo –30,00 –30,00 –30,00 –30,00 Sobra (falta) $0 $0 $0 $0 Investimentos de curto prazo inicial $34,00 $56,78 $0 $17,37 Investimentos de curto prazo final $56,78 $17,37 $19,90 $83,46 Dívida de curto prazo inicial $0 $0 $0 $0 Dívida de curto prazo final $0 $0 $0 $0 A seguir estão os cálculos dos juros pagos (ou recebidos) em cada trimestre: Q1: A sobra de caixa de $34 investida por 1 trimestre rende 0,02 x ($34) = $0,68 em juros Q2: A sobra de caixa de $56,78 investida por 1 trimestre rende 0,02 x ($56,78) = $1,14 em juros Q3: A sobra de caixa de $17,37 investida por 1 trimestre rende 0,02 x ($17.37) = $0,35 em juros Q4: A sobra de caixa de $19,90 investida por 1 trimestre rende 0,02 x ($19.90) = $0,40 em juros Rendimento/Custo liquido do caixa = $0,68 + 1,14 + 0,35 + 0,40 = $2,56 16. a. Com um caixa mínimo de $50 milhões o plano financeiro de curto prazo será assim: LINCE S.A. Plano financeiro de curto prazo (em milhões) T1 T2 T3 T4 Saldo de caixa inicial $50,00 $50,00 $50,00 $50,00 Entrada de caixa líquida 22,10 –40,55 19,55 65,30 Novos investimentos de curto prazo –22,38 0 –16,00 –65,62 Receitas dos investimentos de curto prazo 0,28 0,73 0 0,32 Investimentos de curto prazo resgatados 0 36,38 0 0 Novo empréstimo de curto prazo 0 3,44 0 0 Juros sobre o empréstimo de curto prazo 0 0 –0,10 0 Amortização do empréstimo de curto prazo 0 0 –3,44 0 Saldo de caixa final $50,00 $50,00 $50,00 $50,00 Saldo de caixa mínimo –50,00 –50,00 –50,00 –50,00 Sobra (falta) acumulada $0 $0 $0 $0 Investimentos de curto prazo inicial $14,00 $36,38 $0 $0 Investimentos de curto prazo final $36,38 $0 $16,00 $65,94 Dívida de curto prazo inicial $0 $0 $3,44 $0 Dívida de curto prazo final $0 $3,44 $0 $0 Fundamentos de Administração Financeira (RWJL, 2013) – Capítulo 18. Questões e problemas - Respostas 8/11 A seguir estão os cálculos dos juros pagos (ou recebidos) em cada trimestre: T1: A sobra de caixa de $14 investida por 1 trimestre rende 0,02 x ($14) = $0,28 de receita T2: A sobra de caixa de $36,38 investida por 1 trimestre rende 0,02 x ($36,38) = $1,14 de receita T3: A falta de caixa de $3,44 tomada por 1 trimestre custa 0,02 x ($3,44) = $0,10 em juros T4: A sobra de caixa de $16,00 investida por 1 trimestre rende 0,02 x ($16,00) = $0,32 de receita Rendimento/Custo liquido do caixa = $0,28 + 0,73 – 0,10 + 0,32 = $1,22 b. Com um caixa mínimo de $10 milhões o plano financeiro de curto prazo será assim: LINCE S.A. Plano financeiro de curto prazo (em milhões) T1 T2 T3 T4 Saldo de caixa inicial $10,00 $10,00 $10,00 $10,00 Entrada de caixa líquida 22,10 –40,55 19,55 65,30 Novos investimentos de curto prazo –23,18 0 –20,31 –65,71 Receitas dos investimentos de curto prazo 1,08 1,54 0,76 0,41 Investimentos de curto prazo resgatados 0 39,01 0 0 Novo empréstimo de curto prazo 0 0 0 0 Juros sobre o empréstimo de curto prazo 0 0 0 0 Amortização do empréstimo de curto prazo 0 0 0 0 Saldo de caixa final $10,00 $10,00 $10,00 $10,00 Saldo de caixa mínimo –10,00 –10,00 –10,00 –10,00 Sobra (falta) acumulada 0 0 0 0 Investimentos de curto prazo inicial $54,00 $77,18 0 $38,17 Investimentos de curto prazo final $77,18 $38,17 $20,31 $104,29 Dívida de curto prazo inicial 0 0 0 0 Dívida de curto prazo final 0 0 0 0 A seguir temos os juros pagos (ou recebidos) em cada trimestre: T1: A sobra de caixa de $54 investida por 1 trimestre rende 0,02 x ($54) = $1,08 de receita T2: A sobra de caixa de $77,18 investida por 1 trimestre rende 0,02 x ($77,18 = $1,54 de receita T3: A sobra de caixa de $38,17 investida por 1 trimestre rende 0,02 x ($38,17) = $0,76 de receita T4: A sobra de caixa de $20,31 investida por 1 trimestre rende 0,02 x ($20,31) = $0,32 de receita Rendimento/Custo liquido do caixa = $1,08 + 1,54 + 0,76 + 0,41 = $3,79 Uma vez que o caixa apresenta custos de oportunidade, a empresa pode melhorar suas receitas se mantiver seu caixa mínimo em nível baixo e investir o restante de caixa. Entretanto, ela precisa pesaressa decisão, pois caso circunstâncias imprevistas aconteçam, ela pode não poder cumprir com suas obrigações de curto prazo por falta de caixa disponível. Soluções para as questões Desafio: 17. a. Para cada real que você tomou emprestado, você terá que pagar juros de: Juros = $1 x (0,029) = $0,029 Você também terá que manter saldo médio de 4 % dos fundos que tomou emprestados. Assim, de cada real que você tomou emprestado você somente irá dispor de: Valor recebido = $1(1 – 0,04) = $0,96 Podemos considerar o efeito do saldo médio ajustando a equação da TEFa que estamos utilizando, dividindo a TEFa por um menos o saldo médio, assim: TEFa = [(1,029)4 – 1]/(1 – 0,04) TEFa = 0,12619 ou 12,62% Outra maneira de calcular a TEFa é usar os valores presente e futuro do empréstimo. Para cada real que você tomou emprestado, você terá que pagar: Valor devido = $1 x (1,029)4 Fundamentos de Administração Financeira (RWJL, 2013) – Capítulo 18. Questões e problemas - Respostas 9/11 Valor devido = $1,1211 No final do ano, o saldo médio retido passa a estar disponível. Assim, o seu fluxo de caixa liquido no final do ano será o valor devido menos o saldo médio liberado para uso: Saída de caixa líquida do final do ano, por 1,00 real tomado = $1,1211– 0,04 Saída de caixa líquida do final do ano, por 1,00 real tomado = $1,0811 Você recebe, no início do ano, o valor presente do fluxo de caixa do final do ano. Assim, a TEFa sera de: VF = VP x (1 + R) $1,0811 = $0,96 x (1 + R) R = (1,0811/$0,96) – 1 TEFa = 0,01262 ou, 12,62% b. Linha de crédito 400.000.000 Custo da linha 2,90% Comissão de compromisso 0,14% Saldo médio 4,00% Fluxo de entrada de caixa do empréstimo tomado: Valor tomado 130.000.000,00 Retenção 5.200.000,00 Disponível 124.800.000,00 Comissão de compromisso 560.000,00 Disponível - comissão 124.240.000,00 VP do empréstimo 124.240.000,00 VF do empréstimo Valor tomado 130.000.000,00 Juro anual 12,11% Juro sobre empréstimo 15.748.754,23 Total da saída de caixa do empréstimo no vencimento Valor tomado 130.000.000,00 Juros - 15.748.754,23 145.748.754,23 Liberação da retenção 5.200.000,00 VF do empréstimo 140.548.754,23 Custo anual: VF/VP-1 = (140.548.754,23/124.240.000,00 -1) = 0,131268144, ou, 13,13%. 18. Na operação de empréstimo com desconto de duplicatas, o juro cotado para a operação é descontado do valor da duplicata: Valor da duplicata = $50.000 Taxa do desconto = 1,25% Valor do desconto = 625,00 Valor descontado = 50.000 – 625,00 = 49.375,00 Saldo médio exigido pelo banco= 0,05 x 50.000,00 = 2.500. Valor líquido disponível no momento da operação de desconto: Fundamentos de Administração Financeira (RWJL, 2013) – Capítulo 18. Questões e problemas - Respostas 10/11 49.375,00 – 2.500,00 = 46.875,00 Para calcular a taxa efetiva da operação considere os fluxos de caixa incrementais da operação de desconto: a) Se não descontar a duplicata, o fluxo de caixa será de: Início do período (t=0) Final do período (30 dias, t=1) Entrada de caixa Entrada de caixa 0,00 50.000,00 b) Se descontar a duplicata, o fluxo de caixa será de: Início do período (t=0) Final do período (30 dias, t=1) Entrada de caixa Entrada de caixa 46.875,00 2.500,00 c) Fluxo de caixa incremental (o fluxo incremental é a diferença entre os dois fluxos): Início do período (t=0) Final do período (30 dias, t=1) 46.875,00 -47.500,00 Embora no fluxo constatemos uma saída de caixa, essa é igual ao Valor Presente, multiplicado pelo fator de taxa do período. O sinal apenas indica saída de caixa. Dada essa equivalência de valores, podemos calcular a taxa efetiva do período: VP da operação de desconto = 46.875,00 VF da operação de desconto = 47.500,00 TEF do período (30 dias) = (47.500,00 / 46.875,00 – 1) = 0,0133 ou 1,33% no período. Neste, caso, como o prazo é de 30 dias corridos, podemos calcular o custo anualizado da operação assim: (1 + 1,33/100)12 – 1 = 0,17227, ou, 17,28% a.a. Observe que para calcular a disponibilidade líquida da operação, excluímos o saldo médio exigido, mas este estará disponível para uso no vencimento da operação. É por isso que consideramos uma entrada de caixa de 2.500,00 no vencimento. Entretanto, isso somente é verdade se o sacado pagar no vencimento. Caso não pague, o banco debitará à conta do emitente da duplicada o valor total da operação, 50.000,00. Portanto, com inadimplência, não haverá a disponibilidade de 2.500,00 no vencimento. 19. IOF é como é conhecido o Imposto sobre Operações Financeiras (o nome exato do IOF na verdade é um pouco mais complicado). O IOF incide sobre praticamente todas as operações de empréstimo (há algumas exceções). Há duas alíquotas: uma alíquota de 0,38% sobre o valor da operação de empréstimo e uma alíquota diária de 0,0041% sobre o saldo devedor (incidência limitada a um ano civil). No caso do desconto de duplicatas, o IOF é calculado sobre o valor descontado e não sobre o valor da duplicata. Valor da duplicata =50.000,00 Fundamentos de Administração Financeira (RWJL, 2013) – Capítulo 18. Questões e problemas - Respostas 11/11 Valor descontado = 49.375,00 IOF 0,38% = 0,0038 x 49.375,00 = 187,63 IOF 0,0041% = 0,000041/dia x 49.375,00 x 30 dias = 60,73 IOF total = 248,36 O valor do IOF é deduzido no início do período. Assim, a entrada de caixa de 46.875,00 - 248,36 = 46.626,64. Agora, o fluxo de caixa incremental será: d) Fluxo de caixa incremental com IOF: Início do período (t=0) Final do período (30 dias, t=1) 46.626,64 -47.500,00 TEF do período (30 dias) = (47.500,00 / 46.626,64– 1) = 0,018730 ou 1,87% ao mês. O custo anualizado será de: (1+ 1,87/100)12 – 1 = 0,2494 ou, 24,94% a.a. 20. A operação de empréstimo chamada de “Capital de Giro” é um produto oferecido pelos bancos para atender às necessidades de capital de giro das empresas. Diferentemente do Desconto de Duplicatas, os juros cotados são cobrados sobre o valor total da operação e são pagos no vencimento. O IOF, nas suas duas formas, também incide sobre o valor total da operação. O enunciado faz comparação com a operação anterior, cujo prazo era de 30 dias. Assim, esta também é uma operação tomada para pagamento em 30 dias. Cálculo da entrada de caixa: Valor da operação: 50.000,00 Deduções: TAC (Tarifa de Abertura de Crédito) = 120,00 IOF 0,38% = 0,0038 x 50.000,00 = 190,00 IOF 0,0041% = 0,000041/dia x 49.375,00 x 30 dias = 61,50 IOF total = 251,50 Total das deduções: 371,50 Entrada de caixa do empréstimo de Capital de Giro: = 50.000,00 – 371,50 = 49.628,50 Saída de caixa: A saída de caixa é constituída pelo empréstimo tomado mais os respectivos juros. O montante pode ser obtido pelo produto do valor do empréstimo pelo fator de taxa do período de 30 dias, ou 1/12 de um ano. (1,2027)1/12 = 1,01550 Saída de caixa: 50.000,00 × 1,01550 = 50.774,98 Para ter a taxa efetiva do período de 30 dias calculamos (VF/VP – 1) × 100. [(50.774,98/49.628,50) -1] × 100 = 0,0231 × 100 = 2,31% no período. Para ter a taxa efetiva anualizada devemos elevar fator VF/VP à potência 12. TEFa = Custo Efetivo Total (CET) anualizado [(VF/VP) 12 -1] x 100: [(50.774,98/49.628,50)12 -1] × 100 = 0,3153 × 100 = 31,53% a.a.
Compartilhar