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livro Fisiologia do exercício e avaliação cardiorrespiratória

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Prévia do material em texto

Indaial – 2020
Fisiologia do 
exercício e avaliação 
cardiorrespiratória
Profª. Flávia Roberta Rocha de Oliveira
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Profª. Flávia Roberta Rocha de Oliveira
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
O48f
 Oliveira, Flávia Roberta Rocha de
 Fisiologia do exercício e avaliação cardiorrespiratória. / Flávia Roberta 
Rocha de Oliveira. – Indaial: UNIASSELVI, 2020.
 176 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-161-5
 ISBN Digital 978-65-5663-162-2 
 1. Fisioterapia cardiorrespiratória. - Brasil. Centro Universitário 
Leonardo da Vinci.
CDD 615.82
apresentação
A fisioterapia cardiorrespiratória tem se difundido e se aprofundado 
muito no que se refere a questões científicas. Dessa forma, existem muitas 
formas já padronizadas e consolidadas no âmbito da avaliação. 
Aprofundaremos ao longo deste Livro Didático, diferentes formas 
de avaliar e até mesmo refletir qual é a melhor abordagem a ser feita para 
diferentes patologias e condições de cada paciente.
Na Unidade 1, compreenderemos as diferentes avaliações que 
devem ser feitas no primeiro contato com o paciente, ou seja, aspectos 
gerais, como, por exemplo sua história pregressa, uso de medicamentos, 
exames complementares, entre outros. Além disso, será abordado também 
a avaliação física inicial, como sinais vitais, tipo de tórax, respiração, entre 
outros. 
Outro aspecto importante é a aplicação de questionários que avaliam 
as atividades de vida diária (AVD) e a qualidade de vida (QV). Normalmente, 
esses questionários são aplicados para comparar o impacto do tratamento 
fisioterapêutico na vida dos pacientes. 
Na Unidade 2, serão abordados aspectos mais específicos da função 
pulmonar, ou seja, avaliação da força dos músculos respiratórios, dos 
volumes e do fluxo. Aspectos extremamente importantes, capazes de nortear 
o fisioterapeuta para uma abordagem mais pontual.
Já na Unidade 3, serão descritas avaliações que envolvem esferas 
funcionais, ou seja, que avaliam a capacidade funcional. Normalmente 
pacientes com patologias cardíacas e/ou pulmonares reduzem a sua 
capacidade máxima e submáxima de exercício em razão da dispneia, e por 
isso, avaliações que englobam esses aspectos são extremamente utilizadas. 
Além disso, a avaliação da capacidade funcional e até mesmo da capacidade de 
exercício físico irão nortear o fisioterapeuta em relação a escolha relacionada 
a intensidade do treinamento aeróbio que será realizado posteriormente a 
avaliação.
Lembre-se, a avaliação é o primeiro passo para um tratamento bem-
sucedido, com resultados sólidos e que poderão mudar positivamente a vida 
dos pacientes. 
Desejamos uma ótima leitura!
Profa. Flávia R. Rocha de Oliveira
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumário
UNIDADE 1 — AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA ........................................................... 1
TÓPICO 1 — SINAIS VITAIS, SINAIS E SINTOMAS .................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 SINAIS VITAIS .................................................................................................................................... 4
2.1 PRESSÃO ARTERIAL .................................................................................................................... 4
2.2 FREQUÊNCIA CARDÍACA .......................................................................................................... 8
2.2.1 Frequência respiratória ......................................................................................................... 8
2.3 SATURAÇÃO PERIFÉRICA DE OXIGÊNIO (SpO2) ................................................................ 9
2.4 SINAIS E SINTOMAS .................................................................................................................. 10
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 18
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 27
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 28
TÓPICO 2 — ANAMNESE E EXAME FÍSICO ............................................................................... 31
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 31
2 ANAMNESE........................................................................................................................................ 31
2.1 EXAME FÍSICO ............................................................................................................................. 32
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 47
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 48
TÓPICO 3 — QUESTIONÁRIOS PARA AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DE VIDA DIÁRIA 
(AVD) E QUALIDADE DE VIDA (QV) ............................................................................................ 49
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 49
2 AVALIAÇÃO POR ESCALAS E QUESTIONÁRIOS ................................................................. 49
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 57
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................58
UNIDADE 2 — AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA ......................................................... 59
TÓPICO 1 — ESPIROMETRIA .......................................................................................................... 61
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 61
2 FISIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA RESPIRATÓRIA APLICADAS À ESPIROMETRIA 62
3 O QUANTO ALGUMA PATOLOGIA PODE COMPROMETER A
FUNÇÃO PULMONAR ....................................................................................................................... 63
4 DISTÚRBIOS QUE CAUSAM OBSTRUÇÃO À VENTILAÇÃO ............................................ 64
5 DISTÚRBIOS QUE CAUSAM RESTRIÇÃO À VENTILAÇÃO .............................................. 64
6 DISTÚRBIOS VENTILATÓRIOS MISTOS ................................................................................. 64
7 COMO A MANOBRA NO EXAME DE ESPIROMETRIA DEVE SER REALIZADA? ........ 65
7.1 MANOBRA DE CAPACIDADE VITAL FORÇADA (CVF) ................................................... 65
7.2 VALORES DE REFERÊNCIA ...................................................................................................... 68
7.3 ORIENTAÇÕES QUANTO À PREPARAÇÃO DO PACIENTE PARA O TESTE ............... 68
7.4 MÉTODO DE EXECUÇÃO DA ESPIROMETRIA COM PROVA
BRONCODILATADORA ................................................................................................................... 69
7.4.1 Diagnóstico ........................................................................................................................... 69
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 73
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 74
TÓPICO 2 — MANOVACUOMETRIA, PICO DE FLUXO EXPIRATÓRIO E 
VENTILOMETRIA ............................................................................................................................... 75
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 75
2 PICO DE FLUXO EXPIRATÓRIO (PFE) ........................................................................................ 76
3 CLASSIFICAÇÃO DA GRAVIDADE CONFORME A VARIABILIDADE DO PFE............ 79
4 FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA ........................................................................................ 79
4.1 MANOVACUOMETRIA .............................................................................................................. 79
4.2 PRESSÃO INSPIRATÓRIA MÁXIMA (PImáx) ........................................................................ 80
4.2.1 Como mensurar a PImáx? .................................................................................................. 81
4.3 PRESSÃO EXPIRATÓRIA MÁXIMA (PEmáx) ........................................................................ 82
4.3.1 Como mensurar a PEmáx? ................................................................................................. 83
4.4 EQUAÇÕES PREDITIVAS DE PImáx E PEmáx ....................................................................... 83
5 VENTILOMETRIA ............................................................................................................................ 83
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 86
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 87
TÓPICO 3 —TESTE DA CAMINHADA DE SEIS MINUTOS, AVD GLITTRE, TESTE DE 
SENTAR E LEVANTAR E TESTE DO DEGRAU ........................................................................... 89
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 89
2 TESTE DA CAMINHADA DE SEIS MINUTOS (TC6min) ...................................................... 89
3 REALIZAÇÃO DO TESTE ............................................................................................................... 91
3.1 MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA O TESTE .......................................................................... 91
3.2 ORIENTAÇÕES DE PREPARO PARA O TESTE ..................................................................... 91
3.3 QUANDO O TESTE DEVE SER INTERROMPIDO................................................................. 91
3.4 LOCAL E PERCURSO .................................................................................................................. 91
3.5 MONITORIZAÇÃO ..................................................................................................................... 92
3.6 VALORES DE REFERÊNCIA ...................................................................................................... 93
3.6.1 Mínima diferença clinicamente importante ..................................................................... 94
3.7 ASSOCIAÇÕES ENTRE TC6min E DESFECHOS CLÍNICOS ............................................... 94
4 TESTE DE AVD-GLITTRE ............................................................................................................... 94
4.1 REALIZAÇÃO DO TESTE .......................................................................................................... 95
4.1.1 Orientações ........................................................................................................................... 95
5 TESTE DE CINCO REPETIÇÕES DE LEVANTAR-SE E SENTAR-SE .................................. 96
5.1 REALIZAÇÃO DO TESTE .......................................................................................................... 96
5.2 CUIDADOS A SEREM TOMADOS ANTES E DURANTE A REALIZAÇÃO DO TESTE 96
5.3 MÍNIMA DIFERENÇA CLINICAMENTE IMPORTANTE .................................................... 97
6 TESTE DO DEGRAU ........................................................................................................................ 97
6.1 TESTE DE DEGRAU DE SEIS MINUTOS ................................................................................. 98
6.1.1 Realização do teste ............................................................................................................... 98
6.1.2 Mínima diferença clinicamente importante ..................................................................... 98
6.1.3 Variação do teste do degrau ............................................................................................... 98
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 99
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 111
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 112
UNIDADE 3 — FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO ........................................................................... 113
TÓPICO 1 — BASES FISIOLÓGICAS DA OFERTA DE ENERGIA ....................................... 115
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 115
2 SUBSTRATOS ENERGÉTICOS ................................................................................................... 115
3 METABOLISMO ANAERÓBIO ALÁTICO: SISTEMA ATP-CP (FOSFAGÊNIO)............. 120
3.1 METABOLISMO ANAERÓBIO LÁTICO: SISTEMA GLICOLÍTICO ................................. 122
3.2 METABOLISMO AERÓBIO: SISTEMA OXIDATIVO ........................................................... 123
RESUMO DO TÓPICO 1...................................................................................................................127
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 128
TÓPICO 2 — TESTE CARDIOPULMONAR DE EXERCÍCIO (TCPE) .................................... 131
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 131
2 OBJETIVO DO TCPE ...................................................................................................................... 131
3 INDICAÇÕES DA ERGOMEPIROMETRIA ............................................................................. 132
3.1 CONTRAINDICAÇÕES GERAIS ............................................................................................. 132
3.2 CONDIÇÕES DE ALTO RISCO PARA O TCPE .................................................................... 133
3.3 CONDIÇÕES PARA A PROGRAMAÇÃO DO TESTE ......................................................... 133
3.4 CRITÉRIOS RELATIVOS PARA INTERRUPÇÃO DO TESTE ............................................ 134
3.5 PRINCIPAIS PROTOCOLOS .................................................................................................... 135
3.6 PRINCIPAIS VARIÁVEIS E PARÂMETROS ANALISADOS NO TESTE 
CARDIOPULMONAR DE EXERCÍCIO .................................................................................. 139
3.7 PRODUÇÃO DE DIÓXIDO DE CARBONO (VCO2) ............................................................. 139
3.8 TAXA DE TROCA RESPIRATÓRIA (R OU RER) .................................................................. 140
3.9 VOLUME MINUTO EXPIRADO .............................................................................................. 140
3.10 LIMIAR ANAERÓBIO ............................................................................................................. 140
3.11 PONTO DE COMPENSAÇÃO RESPIRATÓRIA ................................................................. 140
4 TESTE CARDIOPULMONAR DE ESFORÇO NO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA 
DISPNEIA ............................................................................................................................................ 141
5 FASES DE FORNECIMENTO ENERGÉTICO E PONTOS DE TRANSIÇÃO .................... 142
6 APLICABILIDADE DOS LIMIARES À PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO FÍSICO ............ 144
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 145
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 146
TÓPICO 3 — EXERCÍCIO E SUAS CORRELAÇÕES COM AS VARIÁVEIS: PRESSÃO 
ARTERIAL, GLICOSE, FREQUÊNCIA CARDÍACA E VO2MÁX ............................................ 147
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 147
2 O EXERCÍCIO .................................................................................................................................. 147
3 EXERCÍCIO E GLICEMIA ............................................................................................................. 150
4 ANÁLISE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA ................................................................................ 150
5 EXERCÍCIO E PRESSÃO ARTERIAL .......................................................................................... 152
6 MECANISMO DE FRAK STARLING ......................................................................................... 153
7 VENTILAÇÃO E EXERCÍCIO ....................................................................................................... 154
8 OS HORMÔNIOS REGULAM O METABOLISMO DURANTE O EXERCÍCIO .............. 156
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 157
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 168
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 169
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 170
1
UNIDADE 1 — 
AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender a importância da avaliação fisioterapêutica na área 
cardiorrespiratória;
• conhecer os componentes essenciais da avaliação;
• identificar quais componentes da avaliação são indicados para 
diferentes pacientes;
• estabelecer a relação existente entre os resultados obtidos na 
avaliação fisioterapêutico e o que de fato isso representa como 
guia do tratamento;
• elaborar seu próprio roteiro de avaliação.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da 
unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar 
o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – SINAIS VITAIS, SINAIS E SINTOMAS
TÓPICO 2 – ANAMNESE E EXAME FÍSICO 
TÓPICO 3 – QUESTIONÁRIOS PARA AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DE 
VIDA DIÁRIA (AVD) E QUALIDADE DE VIDA (QV)
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — UNIDADE 1
SINAIS VITAIS, SINAIS E SINTOMAS
1 INTRODUÇÃO
Pacientes com doenças cardiorrespiratórias crônicas apresentam inúmeras 
características que se diferem de forma importante, pois além da doença de base 
existe ainda muitas comorbidades associadas como: hipertensão arterial sistêmica 
(HAS), obesidade, diabetes melittus tipo 2, dislipidemia, hipertrigliceridemia, 
hipercolesterolemia, entre outras.
Além disso, a gravidade da doença cardíaca e/ou pulmonar varia, 
podendo ser classificada normalmente como leve até mesmo uma doença muito 
grave, apresentando como consequência inúmeras limitações funcionais. Por 
essa razão, a avaliação fisioterapêutica é considerada fundamental para esses 
pacientes. A partir da avaliação, o fisioterapeuta será capaz de identificar quais 
sãos os comprometimentos envolvidos, traçar seus objetivos e planejar um 
tratamento adequado para as necessidades de cada paciente.
Falhas na avaliação repercutirão diretamente na escolha inadequada do 
tratamento, portanto, além do amplo e aprofundado conhecimento das áreas de 
anatomia, fisiologia e fisiopatologia da doença, faz-se necessário uma percepção 
muito ampla do paciente, uma vez que as doenças cardíacas e pulmonares 
geram repercussões sistêmicas, que interferem inclusive na realização de simples 
atividades da vida cotidiana até mesmo na qualidade de vida dessa população. 
Vamos começar, então?
UNIDADE 1 — AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
4
2 SINAIS VITAIS
A aferição dos sinais vitais deve ser sempre realizada antes mesmo de 
qualquer abordagem, uma vez que pode inclusive contraindicar a realização de 
algum teste ou até mesmo expor o paciente a um risco desnecessário. Dentre os 
sinais vitais, discutiremos sobre a avaliação da pressão arterial (PA), frequência 
cardíaca (FC), frequência respiratória (FR) e saturação periférica de oxigênio 
(SpO2).
Com relação aos sinais e sintomas, é importante diferenciá-los: sintoma é 
a queixa do próprio paciente, apenas ele pode perceber, é subjetivo e depende da 
interpretação do paciente. Em contrapartida os sinais, do latim signale, significam 
tudo o que podemos verificar no paciente por meio da avaliação. Ou seja, são 
manifestações visíveis, sentidas ou ouvidas durante nossa abordagem avaliativa. 
 
QUADRO 1 – DIFERENÇA ENTRE SINAIS E SINTOMAS
2.1 PRESSÃO ARTERIAL
Para aferição da pressão arterial deve-se ter um esfigmomanômetro, 
que é composto por um manguito/braçadeira, manômetro, balonete insuflador, 
conhecido como pera, e válvula de deflação. Além disso, é necessáriotambém 
um estetoscópio. Os constituintes do aparelho de mensuração da pressão arterial 
estão contidos na Figura 1.
FIGURA 1 – CONSTITUINTES DO APARELHO DE MENSURAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
Manômetro Bolonete insuflador conhecido Válvula de deflação
 como pera 
FONTE: A autora
EXEMPLO DE SINAIS EXEMPLO DE SINTOMAS
PA Dor
FC Cansaço
FR Mal-estar
SpO2 Fraqueza
TÓPICO 1 — SINAIS VITAIS, SINAIS E SINTOMAS
5
Para aferição da pressão arterial alguns cuidados básicos devem ser 
considerados, como por exemplo o tamanho do manguito a ser escolhido, 
demostrado na Tabela 1.
TABELA 1 – TAMANHO DO MANGUITO
FONTE: Malachias et al. (2016, p. 8)
A forma de aferir a PA também deve ser rigorosamente seguida conforme 
as Recomendações da Sociedade Brasileira de Cardiologia (MALACHIAS et al., 
2016, p. 7-8): 
Preparo do paciente: 
1. Explicar o procedimento ao paciente, instruí-lo para não conversar 
durante o procedimento de aferição e deixá-lo em repouso de 3 a 5 
minutos em ambiente calmo. 
2. O paciente deve estar com a bexiga vazia, não deve ter praticado 
exercícios físicos há pelo menos 60 minutos; não teve ter ingerido 
 Manguito/braçadeira Estetoscópio
FONTE: <https://www.brcirurgica.com.br/aparelhos-de-pressao/pecas-de-reposicao/647/2150>. 
Acesso em: 16 nov. 2019.
Circunferência do 
braço (cm)
Denominação do 
manguito
Largura do 
manguito (cm)
Comprimento da 
bolsa (cm)
< 6 Recém-nascido 3 6
6-15 Criança 5 15
16-21 Indantil 8 21
22-26 Adulto pequeno 10 24
27-34 Adulto 13 30
35-44 Adulto grande 16 38
45-52 Coxa 20 42
UNIDADE 1 — AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
6
bebidas alcoólicas, café ou alimentos; e não deve ter fumado nos 
30 minutos anteriores. Todas essas situações podem interferir no 
resultado obtido.
3. O paciente deve estar sentado, com pernas descruzadas, pés 
apoiados no chão, costas recostadas na cadeira e relaxado; o braço 
deve estar na altura do coração, apoiado, com a palma da mão 
voltada para cima e as roupas não devem garrotear/comprimir o 
membro.
4. Medir a PA na posição de pé, após 3 minutos, nos diabéticos, 
idosos e em outras situações em que a hipotensão ortostática 
possa ser frequente ou suspeitada.
Etapas para a realização da medição: 
1. Identificar a circunferência do braço no ponto médio entre acrômio 
e olecrano, demostrada na Figura 2.
2. Selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço. 
3. Colocar o manguito, sem deixar folgas, 2 a 3 cm acima da fossa 
cubital, demostrada na Figura 3.
4. Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a 
artéria braquial, demostrada na Figura 4.
5. Estimar o nível da pressão arterial sistólica (PAS) pela palpação 
do pulso radial.
6. Palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar a campânula ou 
o diafragma do estetoscópio sem compressão excessiva.
7. Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado 
da PAS obtido pela palpação.
8. Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 mmHg por 
segundo). 
9. Determinar a PAS pela ausculta do primeiro som, e, após 
aumentar ligeiramente a velocidade de deflação.
10. Determinar a pressão arterial diastólica (PAD) no desaparecimento 
dos sons. 
11. Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para 
confirmar seu desaparecimento e depois proceder à deflação 
rápida e completa.
12. Se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a PAD 
no abafamento dos sons, e anotar valores da PAS/PAD/zero.
13. Realizar pelo menos duas medições, com intervalo em torno de 
um minuto. 
14. Aferir a pressão em ambos os braços na primeira consulta e 
utilizar o valor do braço onde foi obtida a maior pressão como 
referência. 
15. Informar o valor de PA obtido para o paciente. 
16. Anotar os valores exatos sem “arredondamentos” e o braço em 
que a PA foi medida. 
A forma de identificação da circunferência do braço no ponto médio entre 
acrômio e olecrano está demostrada da Figura 2.
TÓPICO 1 — SINAIS VITAIS, SINAIS E SINTOMAS
7
FIGURA 2 – IDENTIFICAÇÃO PONTO MÉDIO ENTRE ACRÔMIO E OLÉCRANO
FONTE: <http://repocursos.unasus.ufma.br/PPU/abordagem_nutricional_paciente_drc/und1/
ebook/17.html.>. Acesso em: 21 set. 2019.
FONTE: <https://www.earthslab.com/anatomy/cubital-fossa-borders-contents-and-clinical-im-
portance/>. Acesso em: 21 set. 2019.
FONTE: <http://www.bibliomed.com.br/bibliomed/bmbooks/anatomia/livro2/cap/fig09-36.
htm.>. Acesso em: 21 set. 2019.
FIGURA 4 – LOCALIZAÇÃO DA ARTÉRIA RADIAL E BRAQUIAL
FIGURA 3 – LOCALIZAÇÃO DA FOSSA CUBITAL
UNIDADE 1 — AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
8
A classificação dos valores obtidos também deve ser baseada nas 
recomendações da Sociedade Brasileira de Cardiologia (MALACHIAS et al., 
2016), conforme descrição da Tabela 2. 
TABELA 2 – CLASSIFICAÇÃO DA PA DE ACORDO COM A MEDIÇÃO NO CONSULTÓRIO A PAR-
TIR DE 18 ANOS DE IDADE
FONTE: Malachias et al. (2016, p. 11)
2.2 FREQUÊNCIA CARDÍACA
Para Bensenõr (2002), a avaliação da FC pode ser realizada por meio da 
ausculta cardíaca, observada no monitor cardíaco, ou ainda o pulso pode ser 
checado na artéria radial durante um minuto. A FC considerada normal no adulto 
varia de 60 a 100 bmp.
Quando a FC está dentro dos valores de normalidade é denominada 
normocardia; FC acima de 100 bpm taquicardia e abaixo de 60 bpm bradicardia.
2.2.1 Frequência respiratória
Definida como o número de respirações realizadas em um minuto, é 
avaliada por meio da observação do movimento de tórax ou abdômen. 
A FR considerada normal varia de 12-20 ipm e é classificada como 
normopneia; FR acima da faixa de normalidade taquipneia e baixo bradpneia. 
Além disso, quando o paciente apresenta ausência de movimentos respiratórios 
é denominado como apneia (SARMENTO, 2010).
Classificação PAS (mm Hg) PAD (mm Hg)
Normal < 120 <80
Pré-hipertenção 121-139 81-89
Hipertenção estágio 1 140-159 90-99
Hipertenção estágio 2 160-179 100-109
Hipertenção estágio 3 >180 >110
Quando a PAS e a PAD situam-se em categorias 
diferentes, a maior deve ser utilizada para 
classificação da PA
TÓPICO 1 — SINAIS VITAIS, SINAIS E SINTOMAS
9
2.3 SATURAÇÃO PERIFÉRICA DE OXIGÊNIO (SpO2)
A oximetria de pulso é a forma de mensurar a quantidade de oxigênio 
que está sendo transportado no sangue do paciente comparada com o máximo da 
capacidade de transporte. A avaliação é feita de forma não invasiva, utilizando o 
aparelho chamado oxímetro de pulso, que auxilia na tomada de decisão referente 
à necessidade de suplementação de oxigênio ou não.
Horner e O’driscoll (2018) descrevem que valores entre 90-94% são 
indicados para a maioria dos pacientes, entretanto, pacientes com risco de 
insuficiência respiratória hipercapnica a SpO2 deve ser mantida entre 88-92%. 
Caso os valores estejam abaixo do indicado, a suplementação de oxigênio deve 
ser instituída. As recomendações referentes a suplementação de oxigênio estão 
descritas na Figura 5. 
FIGURA 5 – RECOMENDAÇÕES DE OXIGENIOTERAPIA
*AVC: acidente vascular encefálico. IAM: infarto agudo do miocárdio.
FONTE: Adaptado de Horner D., O’driscoll (2018)
Para Sarmento (2010), a hipoxemia é definida em adultos pela presença 
da PaO2 (pressão arterial de oxigênio), obtida no exame de gasometria arterial, 
menor que 60 mmHg ou uma SpO2 abaixo de 90% em respiração em ar ambiente. 
Em casos de hipoxemia, deve ser definido a necessidade de suplementação de 
oxigênio assim como a interface indicada.
Para a suplementação de oxigênio existem as interfaces: cateter nasal, 
cânula nasal, sistema com reservatório (com e sem reinalação de CO2) e máscara 
de Venturi.
UNIDADE 1 — AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
10
Qual a diferença entre a informação do oxigênio mostrada pelo oxímetro e a 
obtida pela gasometria arterial?
O oxímetro oferece uma medida não invasiva e indireta apenas do oxigênio, que é 
transportado pelo sangue, já a gasometria é uma medida invasiva e direta (o sangue é 
retirado de uma artéria), capaz de mensurar a quantidade de oxigênio, dióxido de carbono 
(CO2), ph sanguíneo dentre outras variáveis. No diaa dia a oxímetro de pulso é muito 
utilizado para as tomadas de decisão. Normalmente a gasometria arterial é realizada em 
ambiente hospitalar, na unidade de terapia intensiva (UTI).
FONTE: <https://www.critcaremd.com/wp-content/uploads/2017/07/pulse-oximetry.pdf>. 
Acesso em: 21 set 2019.
NOTA
2.4 SINAIS E SINTOMAS
Dentre os principais sinais e sintomas de pacientes com doenças 
cardíacas e/ou respiratórias crônicas são: dispneia, tosse, secreção, dor torácica, 
baqueteamento digital, aumento de trabalho respiratória, cianose dentre outros.
Dispneia: é o termo usado para caracterizar a sensação subjetiva de falta 
de ar do paciente. 
A avaliação da dispneia é realizada por meio de escalas e questionários, 
entretanto, é necessário a diferenciação do conceito entre dispneia atual e disp-
neia usual. 
Dispneia atual: refere-se às características de um momento/evento exato. 
Para a avaliação são utilizados: escala visual analógica (EVA) e escala de Borg 
modificada, demostrada na Figura 6 e 7 respectivamente. 
TÓPICO 1 — SINAIS VITAIS, SINAIS E SINTOMAS
11
 FIGURA 6 – ESCALA VISUAL ANALÓGICA
FONTE: <https://kandelscreen.com/questionnaire/rating-scale/eva/>. Acesso em: 16 nov. 2019.
FIGURA 7 – ESCALA DE BORG MODIFICADA
FONTE: <https://www.researchgate.net/figure/Figura-2-Escala-de-Borg-modificada-Fonte-Caval-
cante-et-al-2008_fig2_274576257>. Acesso em: 16 nov. 2019.
Dispneia usual: refere-se às limitações das atividades cotidianas geradas 
pela dispneia. Para a avaliação são utilizados: Medical Research Council (MRC) 
— demostrado no Quadro 2; índice basal de dispneia (BDI), do domínio dispneia 
do questionário de doença respiratória crônica (CRQ), Quadro 3.
QUADRO 2 – MEDICAL REARCH COUNCIL (MRC)
FONTE: Kovelis et al. (2008, p. 1018)
1. Só sofre de falta de ar durante exercícios intensos.
2. Sofre de falta de ar quando andando apressadamente ou subindo uma rampa leve.
3. Anda mais devagar do que pessoas da mesma idade por causa de falta de ar ou tem que 
parar para respirar mesmo quando andando devagar.
4. Pára de respirar depois de andar menos de 100 metros ou após alguns minutos.
5. Sente falta de ar que não sai mais de casa, ou quando sai está se vestindo.
UNIDADE 1 — AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
12
QUADRO 3 – ÍNDICE DE DISPNEIA BASAL DE MAHLER (BDI)
1.1 DISPNEIA EM ATIVIDADES DE TRABALHO
 ATIVIDADE USUAL: ______________ DOMÉSTICA: ________________ 
______ Grau 4 Nenhuma incapacidade. Capaz de realizar atividades usuais e 
ocupação sem falta de ar.
______ Grau 3 Incapacidade discreta. Prejuízo em pelo menos uma atividade, 
mas nenhuma atividade completamente abandonada. Redução das atividades 
no trabalho ou nas atividades usuais que parece leve ou não claramente causa-
da pela falta de ar.
______ Grau 2 Incapacidade moderada. O paciente mudou atividades do tra-
balho e/ou pelo menos uma atividade usual pela falta de ar.
______ Grau 1 Incapacidade acentuada. Paciente incapaz de trabalhar ou 
abandonou a maioria, mas não todas as atividades costumeiras pela falta de ar.
______ Grau 0 Incapacidade muito acentuada. Incapaz de trabalhar e abando-
nou todas as atividades habituais pela falta de ar. 
______ W Quantidade de incerta 
______ X Desconhecida
______ Y Incapacidade por outras razões (________________________) 
1.2 DISPNEIA PARA ESFORÇOS FIXOS USUAIS
______ Grau 4 Extraordinária. Tem falta de ar apenas com atividades 
extraordinárias, tais como carregar cargas muito pesadas no plano, cargas mais 
leves ao subir ladeiras, escadas ou correndo. Nenhuma falta de ar com tarefas 
ordinárias.
______ Grau 3 Maior. Tem falta de ar apenas com atividades maiores tais 
como subindo ladeira 
forte, mais de 3 lances de escadas, ou carregando carga moderada no plano.
______ Grau 2 Moderada. Tem falta de ar com tarefas moderadas tais como 
subir uma ladeira suave, menos de 3 lances de escada ou carregando uma carga 
leve no plano.
______ Grau 1 Leve. Tem falta de ar com atividades leves tais como andando 
no plano, tomando banho, permanecendo em pé ou fazendo compras.
______ Grau 0 Nenhuma tarefa. Falta de ar em repouso, enquanto sentado, ou 
deitado.
______ W Quantidade incerta
______ X Desconhecida
______ Y Incapacidade por outras razões (________________________)
1.3 DISPNEIA PARA ESFORÇO MAIS INTENSO
Para a tarefa mais extenuante (Qual ? ________________) que o paciente possa 
realizar, por pelo menos 5 minutos.
TÓPICO 1 — SINAIS VITAIS, SINAIS E SINTOMAS
13
FONTE: <http://www.golddpoc.com.br/arquivos/escalas_de_dispneia.doc>. Acesso em: 21 fev. 2020.
O Índice de Dispneia Basal de Mahler (BDI) é um questionário objetivo 
multidimensional, cujo resultado final varia de nota zero (dispneia máxima) a 
doze (sem dispneia).
A dispneia pode ser classificada como descrito por Sarmento (2010):
• Ortopneia: dispneia na posição vertical, ou seja, paciente reclinado ou quando 
adota o decúbito horizontal.
• Trepopneia: dispneia em decúbito lateral.
• Dispneia: paroxítica noturna: dispneia prova a interrupção do sono.
• Platipneia: dispneia na posição ortostática.
Tosse: mecanismo de defesa das vias aéreas, é o ato de expulsão do ar dos 
pulmões com alto fluxo aéreo, pode ser classificada como voluntária, assistida e 
provocada.
Tosse voluntária: ato voluntário de expulsão de ar dos pulmões, que pode 
ser ensinado ao paciente sem assistência direta do fisioterapeuta e sem nenhuma 
necessidade de estimulação ou reflexo. A tosse voluntária é utilizada quando 
o paciente é lúcido e colaborativo. Preferencialmente ao solicitar tosse ativa ao 
paciente, este deve estar na posição sentada ou semissentada, uma vez que estes 
posicionamentos favorecem a mecânica na tosse. 
Tosse assistida: a tosse é assistida manualmente pelo fisioterapeuta ou 
até mesmo por auxílio de um travesseiro. 
Tosse provocada: manobra de estimulação da tosse por meio do estímulo 
dos receptores irritantes da traqueia, comprimindo-se a região logo acima da 
fúrcula (SARMENTO, 2010).
______ Grau 4 É feita rapidamente sem pausas por falta de ar ou sem reduzir 
o ritmo.
______ Grau 3 É feita lentamente, mas sem pausas ou sem parar para tomar 
respiração. 
______ Grau 2 É feita lentamente e com uma ou duas pausas para tomar 
respiração antes de completar tarefa ou pará-la de todo.
______ Grau 1 É feita lentamente e com muitas paradas ou pausas antes que a 
tarefa seja completada ou abandonada.
______ Grau 0 O paciente tem falta de ar em repouso ou enquanto sentado ou 
deitado.
______ W Quantidade incerta
______ X Desconhecida
______ Y Incapacidade por outras razões (______________________) 
4- ESCORE TOTAL DA DISPNEIA: _______________________
UNIDADE 1 — AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
14
Além disso, segundo a II DIRETRIZ BRASILEIRA NO MANEJO DA 
TOSSE CRÔNICA (2006): a tosse pode ser classificada também da seguinte forma:
• eficaz – paciente é capaz de eliminar a secreção da via aérea;
• ineficaz – paciente não é capaz de eliminar a secreção da via aérea, ou seja, 
não gera um fluxo expiratório suficiente;
• improdutiva – tosse sem secreção;
• produtiva – tosse com secreção.
Secreção: muco produzido diariamente nas vias aéreas. Em condições 
fisiológicas, produzidos aproximadamente 100 ml de muco diário no trato 
respiratório inferior. Esta produção é levada ao trato respiratório superior 
pelo aparelho mucociliar, onde sofre processo de deglutição, sem causar 
sintomatologia. Contudo, muitos pacientes apresentam aumento da produção 
de secreção, e nessas circunstâncias é indicado a avaliação quanto a colocação, 
tempo de aparecimento, características físicas, odor e quantidade da secreção.
Classificação quanto à cor da secreção: 
• Secreção serosa (aquosa e translúcida): característico de infecções virais.
• Secreção mucoide (esbranquiçada e pouco viscosa): frequentemente 
encontrada em pacientes com asma e bronquite crônica quando não há 
infecção bacteriana. Na asma, devido à grande quantidade de eosinófilos 
presentesna secreção, poderá haver escarro de coloração amarelada, porém 
sem significar infecção bacteriana.
• Secreção purulenta: coloração amarelada ou esverdeada com odor fétido, 
sendo associados a quadros de infecção bacteriana.
• Secreção rósea espumosa: associada a quadro de congestão pulmonar.
Classificação quanto ao aspecto físico (viscosidade e elasticidade) da 
secreção:
• Viscosidade: tendência que a secreção tem de resistir ao escoamento.
• Elasticidade: tendência para o gel recuperar sua forma original após a 
deformação induzida pelo estresse.
Na prática, o fisioterapeuta descreve se a secreção é muito ou pouco 
viscosa. No que se refere à quantidade de secreção, a avaliação na prática clínica 
é subjetiva, cabendo ao fisioterapeuta classificar como pequena, média ou grande 
quantidade de secreção expectorada.
TÓPICO 1 — SINAIS VITAIS, SINAIS E SINTOMAS
15
Dor torácica: é a sensação de dor ou desconforto, localizada na região 
anterior do tórax. Frente a um sintoma de dor, devemos definir os seguintes 
aspectos: localização, irradiação, característica, duração, fatores precipitantes, 
fatores que melhoram e pioram a dor e, ainda, os sintomas associados. A síndrome 
coronariana aguda (infarto agudo do miocárdico e angina instável) representa 
quase 1/5 das causas de dor torácica nas salas de emergência. 
 
No Quadro 4, estão descritas as principais causas de dor torácica e na 
segunda imagem são apresentadas e esquematizadas as características da dor 
torácica nas diferentes etiologias.
A hemoptise é uma tosse com sangue proveniente das vias aéreas, podendo 
a eliminação ser exclusivamente de sangue ou de sangue associado a secreção (WILKINS; 
STOLLER, 2000).
FONTE: <http://www.sobrice.org.br/lib/media/paciente/condicoes%20clinicas%20cha-
mada/hemoptise.jpg>. Acesso em: 21 fev. 2020.
NOTA
UNIDADE 1 — AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
16
QUADRO 4 – ETIOLOGIA DA DOR TORÁCICA
FONTE: Santos e Timerman (2018, p. 395)
FONTE: <https://farmaciasaude.pt/baqueteamento-digital/>. Acesso em: 21 set. 2019.
Baqueteamento digital: caracterizado pelo alargamento das falanges 
distais dos dedos da mão ou dos pés, associado ao aumento no ângulo da região 
da saída da unha (Figura 8). O aparecimento do batequeamento digital surge ao 
longo dos anos e pode estar presente em pacientes com doenças cardiopulmonares 
crônica. Sua fisiopatologia não é clara, contudo, acredita-se estar relacionada 
ao fator de crescimento derivado das plaquetas. Plaquetas se acumulariam nas 
extremidades dos membros em algumas situações ligadas à hipóxia crônica 
(WILKINS; STOLLER, 2000).
FIGURA 8 – BAQUETEAMENTO DIGITAL
TÓPICO 1 — SINAIS VITAIS, SINAIS E SINTOMAS
17
Cianose: caracterizada pela coloração azulada da pele e mucosas e surge 
em razão da redução da oxigenação do sangue. Em geral, é necessário pelo menos 
5g/dl de hemoglobina não ligada ao oxigênio para que a cianose se torne evidente. 
Classificação da cianose segundo Paiva (2002):
• Cianose central: desoxigenação do sangue causada por redução da PaO2 
(pressão parcial de oxigênio) no ar inspirado por patologias que reduzem a 
ventilação e a oxigenação pulmonar.
• Cianose periférica: causada por maior extração de oxigênio do sangue nos 
tecidos periféricos.
• Cianose mista: associação da cianose central e periférica
Sinais de aumento de trabalho respiratório: caracterizado pelo aumento 
da frequência respiratória (taquipeia), uso de musculatura acessória (Figura 9) da 
respiração e tiragens.
O uso da musculatura acessória em indivíduos saudáveis normalmente 
ocorre em situações de maior demanda ventilatória, como, por exemplo, a prática 
de algum esporte como corrida, futebol, ou até mesmo em atividades rotineiras 
como subir rápido um grande número de degraus. Em contra partida, pacientes 
com doenças cardíacas e/ou pulmonares podem utilizar a musculatura acessória 
da respiração até mesmo em repouso, o que caracteriza um grande gasto de 
energia e sensação de dispneia aos mínimos esforços. 
FIGURA 9 – MUSCULATURA ACESSÓRIA DA RESPIRAÇÃO
FONTE: <https://anatomiafacil.com.br/043-musculos-respiratorios/>. Acesso em: 22 set. 2019.
Associado ao uso da musculatura acessória da respiração, as tiragens 
também devem ser avaliadas, uma vez que são retrações inspiratórias na parede 
do tórax que surgem quando há aumento do trabalho respiratório. Segundo 
Wilkins (2000), as tiragens são classificadas como: 
UNIDADE 1 — AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
18
• Tiragem de fúrcula.
• Tiragem intercostal.
• Tiragem supraclavicular.
• Tiragem diafragmática.
Além disso, o batimento da asa de nariz também é um sinal de aumento 
de trabalho respiratório (Figura 10).
FIGURA 10 – BATIMENTO DE ASA DE NARIZ
FONTE: <https://ssl.adam.com/content.aspx?productid=125&pid=70&gid=17279&site=bestdoc-
tors.adam.com&login=BEST4545>. Acesso em: 22 set. 2019.
TÓPICO 1 — SINAIS VITAIS, SINAIS E SINTOMAS
19
INTRODUÇÃO 
A oxigenoterapia consiste em um tratamento em que a pressão parcial 
do oxigênio no sangue arterial é aumentada por meio de maior concentração 
de oxigênio no ar inspirado. É uma terapêutica eficaz indicada em casos de 
insuficiência respiratória, ou seja, quando o sistema respiratório não consegue 
manter os valores da pressão arterial de oxigênio (PaO2) e ou da pressão 
arterial de gás carbônico (PaCO2). A administração do oxigênio é indicada em 
insuficiência respiratória aguda (IRp), quando a PaO2 for inferior a 60 mmHg 
ou a SaO2 inferior a 88-90% pela curva de dissociação da oxihemoglobina em ar 
ambiente (FiO2 21%). 
Nos casos de hipoxemia crônica, em que a tolerância à hipoxemia é maior, 
pode-se utilizar uma PaO2 limiar de 55 mmHg. Nessas condições, o oxigênio deve 
ser sempre administrado, particularmente nos casos de IRp tipo I (hipoxêmica ou 
alvéolo-capilar), compreendendo as doenças que afetam primariamente vasos, 
alvéolos e interstício pulmonar como síndrome da angústia respiratória aguda 
(SARA), pneumonias, atelectasias, edema pulmonar, embolia pulmonar, quase 
afogamento, DPOC em exarcebação, asma grave, pneumotórax. Nesses casos, 
ocorre queda de PaO2 com valores normais de PaCO2. 
Nos casos de IRp tipo II, ocorre elevação dos níveis de gás carbônico por 
falência ventilatória (alterações do sistema nervoso central – SNC, alterações 
neuromusculares, periféricas, disfunção da parede torácica e pleura, obstrução 
das vias aéreas superiores). Além disso, a hipoxemia é comum em pacientes 
respirando em ar ambiente. 
A administração de oxigênio ao paciente tem indicações clínicas descritas 
na literatura que devem ser rigorosamente seguidas pela equipe multiprofissional. 
O seu objetivo é manter os níveis de oxigenação adequados para evitar a hipoxemia 
aguda suspeita ou comprovada, cujo dano é rápido e severo; reduzir os sintomas 
associados à hipoxemia crônica, assim como reduzir a carga de trabalho que a 
hipoxemia impõe ao sistema cardiopulmonar (hipertensão pulmonar, arritmia e 
isquemia do miocárdio) e ao SNC. 
A confirmação da presença de IRp só é feita pela análise dos gases 
sanguíneos. Uma indicação rápida das condições das trocas gasosas é dada pela 
oximetria de pulso. 
Um fato importante que deve ser considerado é que a insuficiência 
respiratória não se caracteriza por um achado clínico exclusivo. A dispneia pode 
ser o principal sintoma cuja intensidade e rapidez de aparecimento e evolução 
auxiliam no diagnóstico. A cianose, quando presente, é um sinal importante de 
LEITURA COMPLEMENTAR
UNIDADE 1 — AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
20
A monitorização por meio da oximetria de pulso reduz a hipoxemia 
pré-operatória, possibilita detectar e tratar a hipoxemia relacionada a eventos 
respiratórios e promover mudanças sérias no cuidado ao paciente (4). A Sociedade 
Brasileira de Anestesiologia, em conjunto com o Conselho Federal de Medicina, 
recomenda o uso do oxímetro de pulso durante as anestesias, nas sedações, em 
Unidades de Terapia Intensiva e no transporte de pacientes críticos.
A oxigenação dopaciente reflete mudanças na condição clínica do paciente 
e pode ser alterada por inúmeras razões (acúmulo de secreção), mudança de 
decúbito com alteração da relação V/Q (Ventilação/ perfusão) e envolve, portanto, 
toda a equipe ligada à assistência direta ao paciente. Em estudo anterior realizado 
Sa0, (%) Precisão (%)
> 90 +/- 2%
80-90 +/- 5%
<80 +/- 12%
hipoxemia, porém pode passar despercebida. Em caso de anemia, ainda que 
discreta, só estará presente quando a concentração de hemoglobina reduzida 
exceder 5 g/dl. À medida que a hipoxemia se acentua, manifestações como 
diminuição da função cognitiva, deterioração da capacidade de julgamento, 
agressividade, incoordenação motora, e até mesmo coma e morte podem 
ocorrer. Quadro semelhante a este pode ocorrer na elevação do CO2. No caso 
de hipoxemia crônica, os pacientes podem apresentar sonolência, falta de 
concentração, apatia, fadiga e tempo de reação retardado. O sistema nervoso é, 
de todos, o mais vulnerável, seguido do rim, coração e fígado, por isso na IRp os 
sintomas neurológicos predominam. 
Mas há outras manifestações clínicas que podem ser mínimas ou 
ausentes mesmo na vigência de hipoxemia importante, o que reforça ainda 
mais a necessidade de monitorização da oximetria de pulso. A oximetria (SPO2) 
é considerada o melhor método de monitorização não-invasiva. Por meio do 
oximetria, é possível avaliar se o nível de oxigênio no sangue arterial é adequado 
para as necessidades dos tecidos. É uma medida útil para avaliar mudanças 
agudas do estado clínico do paciente e ajuste do fluxo de oxigênio de acordo 
com o valor recomendado. Não se pode desconsiderar, contudo, as limitações 
impostas pela oximetria de pulso. 
Os valores de saturação têm equivalência com a gasometria arterial. 
Gasometricamente, IRp aguda (IRpA) corresponde a uma PaO2 < 60 mmHg, 
SaO2 < 90% e PaCO2 > 50 mmHg), exceto para pacientes retentores crônicos de 
CO2. A literatura comprova a correlação entre a leitura feita pelo oxímetro (SPO2) 
de pulso, que é a saturação da hemoglobina pelo oxigênio no sangue arterial 
periférico e a saturação medida no sangue arterial (SaO2). Há uma variação da 
precisão que deve ser considerada (Quadro 1).
QUADRO 1. VARIAÇÃO DA PRECISÃO DA SATURAÇÃO DE OXIGÊNIO 
TÓPICO 1 — SINAIS VITAIS, SINAIS E SINTOMAS
21
no HIAE em 2006, foram acompanhados 1.092 pacientes internados em programa 
de fisioterapia respiratória, e 11% foram encontrados em hipóxia, isto é, com 
saturação de oxigênio abaixo de 92%, valor que foi considerado dada a variação 
da precisão (dados não publicados). 
A rotina da fisioterapia incluía a avaliação da oximetria somente a cada 
atendimento de fisioterapia respiratória. Com base nos resultados encontrados em 
2006, nova rotina foi implementada e algumas recomendações foram sugeridas 
à equipe multiprofissional independentemente do atendimento a ser realizado:
• avaliar sistematicamente os sinais vitais (frequência cardíaca, frequência 
respiratória, temperatura, pressão). A oximetria é o quinto sinal vital; - sempre 
correlacionar oximetria com dados clínicos; 
• avaliar o quadro clínico do paciente. Observar se há alterações da consciência 
e instabilidade motora, que são sinais de alterações neurológicas; 
• certificar-se de que o paciente não apresente taquicardia e hipertensão arterial. 
Lembrar que a bradicardia ocorre mais tardiamente; 
• não esperar por cianose para descartar hipoxemia, que só ocorrerá quando 
os níveis de PaO2 estiverem abaixo de 50 mmHg; - checar a frequência 
respiratória. Caso o paciente apresente taquipneia (> 20 respirações/min, 
em adultos) ou bradipneia (incapacidade de gerar ou conduzir estímulos 
respiratórios), checar a oximetria de pulso e monitorar a frequência para 
acompanhar a evolução;
• certificar-se de que o oxímetro foi colocado corretamente, evitando pressão 
excessiva nos dedos. Em crianças, dependendo do tipo do oxímetro, o local 
de instalação deverá ser inspecionado para evitar lesões; 
• checar o cabo do oxímetro caso a leitura não seja condizente com a clínica do 
paciente; - quando duvidar de um resultado, deve-se aferir a oximetria em si 
mesmo para verificar se não é erro do aparelho; 
• manter a checagem da oximetria após a retirada do oxigênio em repouso e 
durante a manipulação do paciente, inclusive banho; 
• instalar o oxigênio e repetir a leitura caso a oximetria apresente valor alterado. 
A saturação deve ser mantida ≥ 92%, considerando a diferença descrita na 
literatura; 
• evoluir o resultado aferido no prontuário; - sugerir ao médico a coleta da 
gasometria arterial caso o paciente apresente quadro clínico crítico aliado à 
alteração da saturação, pois a oximetria não pode detectar hipercapnia ou 
acidose. Outras orientações foram dadas com relação à leitura da saturação: 
• indivíduos de raça negra: colocar o sensor em áreas mais claras e, quando o 
resultado for menor que 90%, aplicar o sensor virado para a palma da mão ou 
planta do pé; 
• luz exagerada no ambiente pode falsamente elevar a oximetria; - indivíduos 
fumantes ou que vivem nos centros de grandes cidades (taxistas) podem 
apresentar níveis altos de carboxihemoglobina, resultando em leituras de 
SPO2 mais alta; 
• indivíduos em uso de nitroprussiato de sódio, anestésicos locais, nitroglicerina, 
metocloramida e medicamentos que contenham sulfa também têm leituras 
mais altas. corantes intravenosos, como o azul de metileno, o índigo carmim e 
UNIDADE 1 — AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
22
verde indocianina, assim como esmalte nas unhas nas cores vermelha, preta, 
azul e verde, alteram a leitura, portanto evite a leitura com esmaltes;
• em caso de bacteremia, a queda na saturação é decorrente da inadequada 
perfusão. Nesse caso, considere o aspecto geral do paciente e afira a pressão 
arterial; se houver hipotensão associada, pode ser um indicativo de choque 
séptico iminente; 
• lembrar que a hipotermia pode mascarar a leitura. Além disso, outras ações 
foram reforçadas com a equipe da fisioterapia, como o monitoramento da 
oximetria de pulso, dos valores recomendados na literatura, da importância da 
evolução em prontuário dos valores encontrados, bem como o estabelecimento 
de uma checagem mais sistemática da saturação do oxigênio caso o paciente 
apresente alteração no quadro clínico ou medida de saturação limítrofe. 
Algumas barreiras tiveram que ser transpostas para a implantação dessas 
ações:
• a não adesão e envolvimento dos profissionais envolvidos na assistência direta 
ao paciente, principalmente fisioterapeutas e enfermeiros, que deveriam fazer 
o registro da saturação na evolução em prontuário; 
• a necessidade de checagem da oximetria de pulso pela enfermagem nos 
pacientes que não faziam uso do oxigênio pelo menos uma vez por dia e não 
eram acompanhados pela fisioterapia. Essa segunda ação impactou em custo, 
já que, como rotina da enfermagem na clínica médica (pacientes não graves), 
deveria haver prescrição médica para a medida de oximetria, e uma taxa 
diária de uso do oxímetro era cobrada pela enfermagem independentemente 
do número de vezes que a saturação era checada. 
OBJETIVO
Verificar a saturação de oxigênio em pacientes com prescrição de 
fisioterapia e as justificativas encontradas em prontuário pela fisioterapia para 
aqueles em que alterações fossem encontradas. 
MÉTODOS
O cálculo da amostra foi realizado com base no número de pacientes 
internados sem ventilação mecânica e atendidos pela fisioterapia em um período 
de 15 dias, com margem de erro de 7% e intervalo de confiança (IC) de 95%. 
Após a padronização do valor de saturação ideal, os fisioterapeutas foram 
orientados a checar a oximetria de pulso de todos os pacientes com prescrição de 
fisioterapia, respeitando o número de atendimentos programados. A orientação 
dada era checar a oximetria em repouso e também durante as atividades diárias, 
principalmente nos doentes pulmonares. A saturação deveria ser evoluída e, 
caso houvesse necessidade de administraçãode oxigênio ou qualquer alteração, 
aumento ou diminuição do mesmo, isto deveria ser registrado em evolução, bem 
como a justificativa da não correção quando necessário. Toda e qualquer alteração 
deveria ser evoluída e os profissionais envolvidos no atendimento ao paciente 
TÓPICO 1 — SINAIS VITAIS, SINAIS E SINTOMAS
23
deveriam estar cientes. Na prática diária, a enfermeira centraliza as informações 
e deve repassar ao médico e aos envolvidos, bem como deve estar ciente de 
toda e qualquer alteração detectada pela equipe. No caso de não ser encontrada 
justificativa para a evolução da fisioterapia, a evolução da enfermagem e a folha de 
controle com o registro do técnico de enfermagem do horário e valor da saturação 
deveriam ser checados, assim como a evolução da fonoaudiologia quando 
envolvida no processo. Uma segunda evolução era auditada para verificar se a 
saturação de oxigênio se mantinha adequada conforme registro do prontuário 
RESULTADOS 
Na análise da adequação do uso do oxigênio, pode-se notar que, do 
total de 129 medidas auditadas na primeira evolução, 72 estavam no valor de 
normalidade e 57 encontravam-se alteradas (Tabela 1). Do total de medidas 
alteradas, 46 correspondiam a hiperóxia e 11 a hipóxia (Tabela 2). 
Entre as medidas encontradas fora do critério de normalidade (em 
hiperóxia ou hipóxia: n = 57), 22 foram corrigidas pelo profissional da fisioterapia 
e 15 não foram corrigidas, mas foram justificadas (Tabela 3).
UNIDADE 1 — AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
24
Na segunda evolução, foram auditadas 69 evoluções, sendo que 37 se 
encontravam dentro do critério de normalidade e 32 alteradas (Tabela 4). 
Entre as medidas alteradas, 30 foram encontradas em hiperóxia na 2ª 
evolução e 2 apenas em hipóxia (Tabela 5). Vale destacar que estas últimas foram 
encontradas em setores onde os pacientes não eram continuamente monitorados 
e dependiam da avaliação da fisioterapia no momento do atendimento. 
A hiperóxia predominou em todos os setores avaliados, exceto em duas 
unidades em que uma única medida foi avaliada, pois os pacientes só realizavam 
fisioterapia uma vez ao dia (dados não mostrados em tabela).
TÓPICO 1 — SINAIS VITAIS, SINAIS E SINTOMAS
25
Desse total de alterações da segunda evolução, dez foram corrigidas pelo 
fisioterapeuta. Entre as 22 não corrigidas, apenas 8 foram justificadas (Tabela 6). 
Entre as justificativas encontradas nas unidades com pacientes de maior 
gravidade e risco, predominou a mudança de quadro clínico como justificativa 
mais frequente nas duas evoluções auditadas, independentemente da gravidade 
do paciente. Menor porcentagem de justificativas foi encontrada nos setores cujos 
pacientes apresentavam menor gravidade (Tabelas 7 e 8). 
DISCUSSÃO
 A decisão de quando monitorar a oximetria de pulso deve ser, como 
qualquer outra decisão clínica, baseada em objetivos terapêuticos. 
UNIDADE 1 — AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
26
A avaliação clínica da hipóxia e hipoxemia revela inconsistência na 
definição dos termos e da causa raiz, bem como nos indicadores clínicos usados 
para avaliar a necessidade de suplementação do oxigênio. 
Alguns pacientes podem apresentar riscos de desenvolver um quadro de 
hipóxia mesmo sem necessidade de suplementação de oxigênio. 
Muitos estudos discutem os critérios de indicação do oxigênio em situações 
específicas, mas não foi encontrado nenhum estudo comparativo avaliando os 
critérios de risco de hipóxia e a rotina de monitorização do oxigênio. 
O risco de hipóxia em condições específicas é bem discutido na literatura, 
como nas IRp agudas e crônicas, no pós-operatório imediato, principalmente nos 
pós-operatórios de grandes cirurgias, entre elas as abdominais. 
Outras situações oferecem risco de hipóxia, como é o caso dos pacientes 
que sofreram um acidente vascular encefálico, que ocorre devido a vários fatores 
como alterações na regulação do centro respiratório por broncoaspiração ou 
devido à fraqueza muscular e pelas possíveis alterações relacionadas ao sono, 
mesmo em pacientes que apresentem oximetria diurna normal. Esse mesmo 
risco ainda ocorre em pacientes com problemas pulmonares e cardiovasculares, 
infecções respiratórias, embolias pulmonares, edema agudo e, no caso de 
pacientes obesos, devido a problemas respiratórios associados à obesidade. 
A administração de oxigênio ao paciente tem indicações clínicas descritas 
na literatura que muitas vezes não são rigorosamente seguidas pela equipe 
multiprofissional. A checagem da oximetria é rotina na evolução dos atendimentos 
da fisioterapia independentemente do uso de oxigênio pelo paciente, mas não 
é rotina adotada pela enfermagem quando o paciente não faz uso de oxigênio 
contínuo. As consequências do uso inadequado ou o não uso do oxigênio 
trazem uma preocupação contínua com a segurança e a qualidade da assistência 
ao paciente. Faz-se necessário avaliar o padrão de saturação encontrado nos 
pacientes que são submetidos à fisioterapia, a fim de adequar o valor de saturação 
periférica e padronizar uma rotina na checagem da oximetria nas unidades de 
internação cujo risco de hipóxia é maior, dada a não monitorizarão contínua do 
paciente. No presente estudo, vale destacar que, nas unidades fechadas, como 
Semi-intensiva, Unidade Coronariana e Unidade de Terapia Intensiva, nas quais 
o paciente permanece sob monitorização ou fisioterapia mais intensiva, o valor de 
hipoxemia foi pequeno, prevalecendo as alterações por hiperóxia. A não correção 
da alteração encontrada foi motivada pela mudança de quadro clínico como 
justificativa mais frequente e, em menor porcentagem, a tentativa de desmame 
e o uso de válvula de fala. Assim, torna-se mandatório envolver a equipe de 
enfermagem e de fonoaudiologia na adesão à rotina da avaliação da oximetria do 
paciente, reforçando a importância desse monitoramento.
TÓPICO 1 — SINAIS VITAIS, SINAIS E SINTOMAS
27
 CONCLUSÃO
A conscientização de todos os profissionais envolvidos na assistência 
direta ao paciente sobre a importância da adequação do uso do oxigênio, da 
vigilância e do registro em evolução e da justificativa da não correção da mesma 
se faz necessária. Este trabalho revelou uma lacuna no compartilhamento da 
informação do quadro do paciente entre as equipes envolvidas e chamou atenção 
para a necessidade de se definirem critérios ainda mais importantes sobre o risco 
de hipóxia, já que a medida de oximetria de pulso tem custo para o paciente e 
para o serviço de saúde.
FONTE: <http://apps.einstein.br/revista/arquivos/PDF/1377-Einsteinv8n4_pg449-455.pdf>. Aces-
so em: 14 set. 2019.
28
Neste tópico, você aprendeu que:
• As formas de avaliar os sinais vitais como frequência cardíaca (pulso radial, 
monitor ou frequencímetro), frequência respiratória (análise do movimento 
torácico por 1 minuto), pressão arterial (mensuração por meio da utilização 
do esfigmomanômetro) e saturação periférica de oxigênio (oxímetro de pulso) 
devem ser verificadas.
• As anormalidades relacionadas aos sinais vitais são classificadas em: 
taquicardia quando a FC está acima de 100bpm, bradicardia quando a FC 
está abaixo de 60 bpm, e normocardia, quando a FC se encontra entre 60-100 
bpm. A eupneia é caracterizada quando a FR está entre 12-20ipm, bradpenia 
abaixo de 12 ipm e taquipneia acima de 20 ipm.
• Sinais são características palpáveis, é possível avaliar de forma direta (exemplo: 
FC, FR, PA etc.) Em contrapartida, os sintomas são sensações referidas pelo 
paciente, é a percepção dele (exemplo: dispneia, cansaço, tontura etc.).
• Os principais sinais e sintomas característicos de patologias cardiopulmonares 
são dispneia, dor torácica, entre outros.
• O uso de musculatura acessória comumente observada pelo uso do 
esternocleidomastóide e presença de tiragens (intercostal, fúrcula, 
diafragmática, entre outras) são sinais de aumento de trabalho respiratório. 
• As variáveis relacionadas à secreção pulmonar são: coloração, quantidade, 
odor e viscosidade.
RESUMO DO TÓPICO1
29
1 Em relação às características normalmente presentes em pacientes com 
doenças cardiopulmonares, é possível afirmar que:
a) ( ) A cianose central é quando o sangue já chega desoxigenado aos capilares 
por falta de oxigenação do sangue nos pulmões, enquanto a cianose periférica 
ocorre pela demasiada desoxigenação pelos tecidos periféricos. Sempre ha-
verá o aparecimento da cianose periférica e central em pacientes cardiopatas.
b) ( ) O baqueteamento digital está relacionado a hipóxia. Ocorre uma hiper-
trofia das falanges distais e unhas da mão, associada a diversas patologias 
cardíacas e pulmonares.
c) ( ) São músculos acessórios: esternocleidomastóide, escalenos, serrátil ante-
rior, peitoral maior e peitoral menor e batimento de asa de nariz.
d) ( ) A tosse pode ser classificada como: ativa, passiva, assistida, estimulada 
e aspirada.
e) ( ) O tipo de tórax é sempre em barril, o que caracteriza o aumento do diâ-
metro latero-lateral.
2 Tosse com presença de escarro com sangue dos pulmões é denominada:
a) ( ) Hematêmese.
b) ( ) Hemorragia.
c) ( ) Hematose.
d) ( ) Hemoptise.
e) ( ) Sibilos 
3 A tosse é um mecanismo de defesa importante do sistema respiratório e 
pode ser classificada como aguda: representada por um período de até três 
semanas; subaguda: tosse persistente por período entre três e oito semanas; 
e crônica: tosse com duração maior que oito semanas. Podemos didatica-
mente dividir a tosse em fases: irritação, inspiração, compressão e expulsão. 
Porém, para que a tosse possa ser realizada, diversos mecanismos precisam 
estar preservados. Baseado no exposto, assinale a alternativa CORRETA:
I- A tosse é denominada ineficaz quando é capaz de mobilizar a secreção de 
vias aéreas periféricas para regiões mais centrais, a fim de ser expectorada 
ou deglutida, e eficaz quando há o comprometimento de qualquer uma das 
quatro fases da tosse, pois pode reduzir a eficiência da remoção de secreção 
traqueobrônquica. 
II- A tosse é ineficaz quando a força dos músculos expiratórios não é suficiente 
para gerar um fluxo expiratório capaz de eliminar a secreção.
III- A tosse pode ser estimulada, ou seja, pode-se utilizar uma espátula na 
lateral da língua do paciente ou até mesmo aplicar outras manobras de 
fisioterapia específicas para estimulação de tosse.
AUTOATIVIDADE
30
IV- A tosse assistida pode ser realizada com o auxílio de um travesseiro, da 
mão do fisioterapeuta ou do próprio paciente, de cintas elásticas na região 
abdominal, dentro outras formas.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Apenas as alternativas I e II estão corretas.
b) ( ) Apenas as alternativas II e III estão corretas.
c) ( ) Apenas as alternativas II, III e IV estão corretas.
d) ( ) Apenas a alternativa I está correta.
e) ( ) Apenas as alternativas II e III estão corretas.
31
TÓPICO 2 — UNIDADE 1
ANAMNESE E EXAME FÍSICO
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, estudaremos a anamnese e o exame físico de pacientes com 
doenças cardiopulmonares. A anamnese é a entrevista inicial que é realizada, a 
fim de coletar todo o histórico do paciente, contemplando desde acontecimentos 
antigos, como cirurgias, exames anteriores, limitações, história familiar, doenças 
associadas, entre outros.
Já o exame físico é realizado por meio da avaliação no momento atual, ou 
seja, condições corporais dos pacientes no dia da avaliação, como por exemplo as 
características do tórax, da respiração, da ausculta pulmonar e cardíaca.
É o momento em que o fisioterapeuta deve questionar e avaliar cada 
detalhe, uma vez que poderá se relacionar diretamente com o planejamento e a 
evolução do tratamento fisioterapêutico. Tanto a anamnese quanto o exame físico 
são importantes para que se possa chegar ao correto diagnostico funcional, que 
será elaborado ao fim de toda a avaliação fisioterapêutica. 
2 ANAMNESE
Caracteriza uma entrevista ao paciente o momento em que o fisioterapeuta 
coleta o maior número de informações referente à história clínica, englobando 
desde a história pregressa até o momento atual (NUNES; MARTINS, 2002). 
Alguns elementos são considerados essenciais:
 
• Identificação do paciente: nome completo, endereço, naturalidade, estado 
civil, sexo, data de nascimento, profissão.
• Queixa principal: é o motivo do paciente procurar atendimento 
fisioterapêutico, por essa razão, há a possibilidade de existir mais de uma 
queixa. IMPORTANTE: a queixa deve ser escrita exatamente igual a fala do 
paciente, não deve ser traduzida conforme o entendimento do fisioterapeuta 
que realiza a anamnese. Exemplo: “falta de ar há 2 meses”.
• História da moléstia atual (HMA): é a abordagem detalhada em ordem 
cronológica dos problemas que levaram o paciente a buscar auxílio. Dessa 
forma, a HMA deve incluir a forma que iniciaram os sintomas/limitações/
patologias, como se desenvolveram os sinais e sintomas, quais foram as 
intervenções médicas, fisioterapêuticas realizadas nesse período.
32
UNIDADE 1 — AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
• Antecedentes pessoais: acontecimentos prévios relevantes na história 
clínica como: outras doenças, cirurgias anteriores, hospitalizações prévias 
(quantas? por qual motivo? necessidade de UTI? tempo de internação?), 
doenças associadas (exemplo: diabetes? hipertensão arterial?) medicamentos 
utilizados (nome, indicação, efeitos colaterais.)
• Hábitos e vícios: acontecimento prévio/atual a respeito de fatores como: 
tabagismo (quanto tempo de tabagismo, cigarros/dia, há quanto tempo 
cessou o tabagismo, fumante passivo?), álcool (ingesta social? diária?), prática 
de atividade física (qual modalidade, tempo de prática, tem sintomas quando 
realiza?), hábitos alimentares, uso de drogas ilícitas.
• Antecedentes familiares: algumas patologias apresentam um forte 
componente genético, por esse motivo é importante questionar o paciente 
sobre a ocorrência de doenças nos familiares consanguíneos como pai e mãe, 
irmãos, avós e tios.
• Exames complementares: o fisioterapeuta precisa saber analisar exames como: 
raio-x, ecocardiograma, eletrocardiograma, tomografia computadorizada, 
ressonância magnética, cintilografia do miocárdio, teste ergométrico, teste 
ergoespirométrico, gasometria arterial, dopller, espirometria, entre outros.
Atualmente se discute muito a importância de respeitar e valorizar o que é 
mais importante para o paciente, então, questionar o que paciente deseja alcançar/
melhorar com a intervenção da fisioterapia é muito relevante. Ele deseja voltar a 
caminhar? Deseja voltar a dançar? Ou simplesmente voltar a tomar banho sem 
auxílio? Outro ponto que pode tornar a intervenção mais agradável e acolhedora 
é perguntar ao paciente o tipo de música que gosta. A fisioterapia pode ser muito 
mais agradável quando esses cuidados e a individualização do atendimento são 
considerados. 
2.1 EXAME FÍSICO
Um cuidadoso exame físico é capaz de fornecer informações valiosas para 
direcionar a melhor intervenção para cada paciente. Dentre as técnicas de exame 
podemos citar:
• Inspeção.
• Palpação.
• Percussão.
• Ausculta.
O exame físico pode ser dividido, para melhor compreensão e organização, 
em duas partes: exame físico geral e segmentar.
TÓPICO 2 — ANAMNESE E EXAME FÍSICO
33
A) EXAME FÍSICO GERAL
Impressão geral do paciente (comunicação, apresentação pessoal, estado 
nutricional, expressão facial, postura) e avaliação dos sinais vitais e nível de 
consciência.
Avaliação do nível de consciência: capacidade de reconhecer a si mesmo 
e aos estímulos do ambiente. Tipos de alterações de consciência segundo Andrade 
et al. (2007):
• Desorientação: incapacidade do indivíduo se situar em relação ao espaço e 
tempo e até mesmo de reconhecer sua própria pessoa. Importante questionar 
o paciente sobre a data atual e sobre si.
• Sonolência e letargia: redução do nível de consciência, paciente só consegue 
acordar com fortes estímulos.
• Torpor: estado de sonolência mais profunda, paciente acorda com estímulos 
vigorosos e repetidos, mas volta ao estado de torpor logo apósa interrupção 
dos estímulos.
• Coma: estado em que o indivíduo não tem nenhuma consciência de si nem 
do ambiente, mesmo que submetido a diferentes intensidades de estímulos. 
A escala de coma de Glasgow, inicialmente criada em 1974 por Graham 
Teasdale e Bryan J. Jannett, tinha como objetivo avaliar o nível de consciência 
relacionado aos danos neurológicos em pacientes com traumatismo craniano. 
Todavia, atualmente é também utilizado para avaliar o nível de consciência de 
pacientes em geral. 
Tipos de alteração do conteúdo da consciência segundo Andrade et al. 
(2007):
• Delirium: desorientação, atenção reduzida, sensação de medo, irritabilidade 
e alucinações visuais. O paciente pode ainda apresentar inversão do ciclo 
sono-vigília, ou seja, permanecer acordado e agitado no período da noite e 
sonolento do período do dia. A alternância de períodos em alerta, agitação e 
sonolência podem estar presentes.
• Demência: perda permanente e progressiva das funções cognitivas, sem 
alteração do estado de alerta ou nível de consciência.
Quando o paciente está sob efeitos de sedativos, a avaliação deve ser 
realizada por meio da escala de Ramsay (Figura 11).
34
UNIDADE 1 — AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
FIGURA 11 – ESCALA DE SEDAÇÃO DE RAMSAY
FONTE: <https://bit.ly/3dMpJYo>. Acesso em: 21 fev. 2020.
A avaliação da sedação/agitação é realizada pela escala de Richmond de 
agitação-sedação (RASS) (Tabela 3).
TABELA 3 – ESCALA DE RICHMOND DE AGITAÇÃO-SEDAÇÃO (RASS)
FONTE: Pessoa e Nácul (2006, p. 193)
TÓPICO 2 — ANAMNESE E EXAME FÍSICO
35
B) EXAME FÍSICO SEGMENTAR
Envolve a avaliação minuciosa da cabeça e pescoço, abdome e 
extremidades.
• Exame da cabeça e pescoço 
Observar na face se há algum sinal que indique esforço respiratório, como 
batimento de asa de nariz, expiração forçada utilizando a respiração com freno 
labial, cianose nos lábios, nariz. No pescoço, observar a utilização de musculatura 
acessória como esternocleidoocciptomastóide e tiragens (JOSE; SOUZA, 2018). 
Um sinal comum de pacientes com insuficiência cardíaca direita é a turgência da 
veia jugular, podendo inclusive estar associado ao edema periférico.
• Exame do tórax
Deve ser realizado de tal forma que evidencie a avaliação:
• Estática: avalia a configuração do tórax.
• Dinâmica: avalia o tórax em movimento.
• Palpação: avalia por meio do toque das mãos na parede do tórax.
• Inspeção estática
Analisa a configuração normal do tórax. O tórax normal pode ser 
classificado em relação ao ângulo existente entre as costelas e o processo xifoide 
do osso esterno, denominada como ângulo de Charpy (Figura 12).
FIGURA 12 – ÂNGULO DE CHARPY
FONTE: Santos et al. (2015, p. 12)
36
UNIDADE 1 — AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
QUADRO 5 – CONFIGURAÇÃO TORÁCICA NORMAL E ÂNGULO DE CHARPY
FONTE: A autora
A configuração anormal do tórax pode ser classificada das seguintes 
formas:
• Tórax cariniforme/pectus carinatum: a incidência desta deformidade varia 
de 0,6 a 0,97:1000 (COELHO et al., 2003) e é mais frequente em homens e a 
predominância é em pacientes com paralisia cerebral (P. C.). Pode ser ainda 
diferenciado em carinatum inferior, lateral e superior (Figura 13 A, B, C, 
respectivamente).
FIGURA 13 – PECTUS CARINATUM
FONTE: Coelho; Guimarães (2007a, p. 465-466).
• Tórax infundibiliforme/pectus excavatum/tórax de sapateiro: pectus excavatum, 
conhecido entre os leigos como “peito de sapateiro”, “peito escavado”, ou 
“tórax escavado”, é uma deformidade por depressão do esterno e das car-
tilagens costais inferiores, eventualmente acompanhada de deformidade da 
extremidade anterior das costelas na sua articulação com as cartilagens cos-
tais. É classificado como: assimétrico, simétrico “agudo”, simétrico “amplo” 
(Figura 14 A, B, C, respectivamente). 
FIGURA 14 – PECTUS EXCAVATUM
FONTE: Coelho e Guimarães (2007b, p. 413).
ÂNGULO DE CHARPY BIOTIPO CARACTERÍSTICA FÍSICA
90º Normolíneo Estatura e tórax intermediário.
< 90º Longelíneo Estatura alta, tórax longo.
> 90º Brevelíneo Estatura baixa, tórax largo.
TÓPICO 2 — ANAMNESE E EXAME FÍSICO
37
• Tórax escoliótico: desvio lateral da coluna vertebral (Figura 15).
FIGURA 15 – TÓRAX ESCOLIÓTICO
FONTE: Haje e H–aje (2009, p. 196)
• Tórax cifótico: aumento da cifose torácica.
FIGURA 16 – TÓRAX CIFÓTICO
FONTE: <https://bit.ly/3iYOscO>. Acesso em: 22 set. 2019.
• Tórax esfisematoso/barril/tonel: caracterização pelo aumento do diâmetro 
anteroposterior do tórax e horizontalização das costelas
FIGURA 17 – TÓRAX ENFISEMATOSO
FONTE: <https://bit.ly/3iYOscO>. Acesso em: 22 set. 2019.
38
UNIDADE 1 — AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
C) INSPEÇÃO DINÂMICA
• Ritmo Respiratório: classificado como Cheyne-Stokes, Ritmo de Kussmaul 
(ou acidótico) e Ritmo de Biot (Figura 18 A, B, C, respectivamente).
• Cheyne-Stokes: caracteriza-se por uma fase de apneia seguida de 
inspirações cada vez mais profundas até atingir o máximo, seguindo 
de nova apneia. As causas mais frequentes são: insuficiência cardíaca, 
hipertensão intracraniana, acidente vascular encefálico e traumatismo 
cranioencefálico. O excesso de CO2 retido no período de apneia 
obriga o centro respiratório a enviar impulsos nervosos mais intensos, 
aumentando a amplitude dos movimentos respiratórios.
• Kussmaul: caracteriza-se por uma respiração rápida, profunda e 
ruidosa, resultando em alto volume por minuto. A principal causa é a 
acidose diabética.
• Biot: caracteriza-se por duas fases: a primeira fase é composta por 
um período de apneia e a segunda por movimentos respiratórios 
desorganizados quanto ao ritmo e amplitude. As principais causas são 
as mesmas do ritmo Cheyne-Stokes (SARMENTO, 2010).
FIGURA 18 – RITMOS RESPIRATÓRIOS
FONTE: a) <https://bit.ly/3jTJ8Zu>; c) <https://bit.ly/3dCLIRr>. Acesso em: 22 set. 2019.
• Padrão respiratório: em uma respiração normal deve haver sincronia entre 
o movimento da caixa torácica e abdômen, ou seja, na inspiração o tórax 
e abdômen se expandem juntos e na expiração há o recuo desses dois 
compartimentos. Contudo, há em muitos casos predomínio da expansão de 
TÓPICO 2 — ANAMNESE E EXAME FÍSICO
39
um compartimento em relação ao outro. Por esse motivo é possível classificar 
o padrão respiratório em: normal ou toracoabdominal, apical, abdominal/
diafragmático e paradoxal.
• Padrão normal/ toracoabdominal: sincronia na expansão de tórax e abdômen.
• Padrão apical: há predomínio da expansão apical do tórax em relação ao 
abdômen. É muito comum em pacientes no período pós-operatório de 
cirurgias cardíacas e abdominais. Normalmente isso ocorre em razão da dor 
e do medo de mobilizar o tórax como um todo. 
• Padrão abdominal: há predomínio da expansão abdominal em relação a 
região torácica. É comum em pacientes no pós-operatório de cirurgia torácica 
e com dreno de tórax.
• Padrão paradoxal: há movimentação do abdômen com uma retração durante 
a inspiração e uma expansão durante a expiração, ou seja, ocorre o movimento 
oposto de uma respiração normal. É comum em pacientes com paralisia do 
músculo diafragma, trauma de tórax e fadiga diafragmática. 
D) PALPAÇÃO 
• Expansibilidade torácica: Deve-se solicitar ao paciente que realize uma 
expiração lenta e completa até o volume residual (VR) e em seguida orientar 
ao paciente que inspire de forma lenta e completa até a capacidade pulmonar 
total (CPT). O fisioterapeuta deve posicionar as mãos espalmadas na região 
anterolateral do tórax com os polegares seguindo a linha costal (na expiração) 
até se encontrem na linha média do tórax (inspiração), conforme a Figura 
19. A expansibilidade torácica é considerada normal quando os polegares se 
afastam de 3 a 5 cm. Contudo, pode haver assimetria na expansibilidade, o 
que pode sugerir afecções como: pneumotórax, derrame pleural e atelectasia. 
Ou seja, o pulmão acometido expande menos (JOSE; SOUZA, 2018).
FIGURA 19 – EXPANSIBILIDADE TORÁCICA
FONTE: <http://1.bp.blogspot.com/-O9genDCUuGM/VEuxPiZ_JvI/AAAAAAAAAOA/dwGYm-
-4CSb8/s1600/tora011.jpg>. Acesso

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