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Cefaleia: Definição, Sintomas e Características

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Definição 
 
• Sintoma → dor de cabeça
 
Cefaleia na sua definição mais simples é dor de cabeça. Pode ser definida, também, 
como sensação dolorosa percebida pelo paciente em uma região que vai dos 
supercílios até a base de implantação dos cabelos na nuca. 
Cefaleia é um sintoma e as doenças são enxaqueca, cefaleia tensional e cefaleia 
em salvas, por exemplo. 
As cefaleias primárias surgem por microalterações na neurofisiologia cerebral e 
não derivam de nenhuma doença subjacente, já as cefaleias secundárias são 
decorrentes de outras alterações, como cefaleia secundária a tumor cerebral. 
 
 Semiologia 
 
• Instalação e progressão da dor 
 
Súbita: atinge seu pico de dor em um curto espaço de tempo. Também é chamada de 
instalação em trovoada. O paciente costuma a se assustar com essa instalação. 
A instalação súbita pode remeter a uma doença grave. 
 
Progressiva: Piora da dor ao longo do tempo, sem melhora do quadro. Pode indicar 
doenças graves. 
 
Recorrente: instalação no decorrer de horas. Apresenta melhoras e pioras, mas 
sempre com um nível basal de dor. Comum em crises de enxaquecas. Exemplo: 
migrânea e cefaleia tensional. 
 
Em salvas ou hemicrania: apresenta crises e remissões. o paciente pode ter meses 
entre uma crise e outra. 
 
• Característica da dor 
 
Pulsátil: dor latejante, referida como dor “chunchada” pelo paciente. Exemplo: 
enxaqueca. 
 
Aperto ou pressão: sensação de opressão, peso ou aperto na cabeça; exemplo: 
cefaleia tensional. 
 
Facadas: se dá de forma intensa em uma pequena área da cabeça. Essa dor pode 
ser referida como aguda e lancinante. 
 
Pontadas: dor em pontada com duração curta (fração de segundos). 
 
*Cefaleias secundárias não se apresentam como uma característica padrão, podem 
ter diversas apresentações. 
 
• Localização da dor 
 
Seios da face: gripes e sinusite. Dor piora ao levantar-se. Pode vir associada com 
irradiação para a arcada dentária superior. 
 
região orbitária, supraorbitária e temporal unilateral: cefaleia em salvas. 
 
Bilateral frontal: cefaleia tensional. sensação de aperto, que pode ter 
irradiação para a região occipital e cervical. 
 
Área extensa da cabeça unilateral: enxaqueca. 
 
 
 
• Intensidade 
 
Fraca: 1, 2 e 3. 
 
Moderada: 4, 5 e 6. 
 
Forte: 7, 8 e 9. 
 
Excruciante ou muito forte: 10. 
 
 
 
 
• Sintomas associados 
 
Pródromos: precedem a enxaqueca em horas ou dias e se expressam por 
irritabilidade, raciocínio lento, sono prejudicado e bocejos (ocorrem em 60% das 
crises). 
 
Aura típica: sintomas neurológicos indicativos de alterações no córtex ou tronco 
cerebral, que se desenvolvem de 5-20 minutos e duram até 60 minutos. Podem 
ocorrer simultânea ou precedentemente a dor. 
 
Distúrbio visual: pontos luminosos (cintilações), ziguezagues brilhantes e 
perda ou distorção de uma parte da visão. Pode ocorrer escotoma (pontos 
cegos) ou hemianopsia. 
Os sintomas positivos são os pontos luminosos e ziguezagues brilhantes e os pontos 
negativos são os escotomas. 
 
Parestesia ou plegia da face ou mão: pode ser acompanhado de dor ou 
alteração da sensibilidade. 
 
Distúrbio de linguagem: pode ter comprometimento de algum dos 6 
elementos. 
 
Náuseas e/ou vômitos: enxaqueca e meningite. 
 
Lembrete! 
-a enxaqueca nunca é leve, sempre é de 
moderada a forte, podendo chegar até 10. 
-a cefaleia tensional costuma ser de leve a 
moderada (1 a 6). 
-a cefaleia em salvas é sempre 10 e se instala em 
questão de minutos. 
 Meningite pode apresentar confusão mental, letargia, rigidez de nuca, 
náuseas e vômitos e febre. A enxaqueca pode apresentar náuseas e vômitos 
também, mas é possível diferenciar da meningite pela ausência da febre 
(característica típica de doenças infecciosas). 
 alguns pacientes com enxaqueca podem apresentar melhora da dor após o 
vômito – já que há uma descarga de neurotransmissores após esse ato. 
 
Fonofobia e fotofobia: enxaqueca. 
 
 na enxaqueca, o paciente apresenta hipersensibilidade aos diversos 
estímulos – que podem piorar a dor. 
 
Sonolência/confusão mental: hipertensão intracraniana. 
 
Febre: causas infecciosas, como meningite, encefalite e abcesso. Não ocorrem nas 
cefaleias primárias. 
 
 Sinais e sintomas de meningite + sinais e sintomas de encefalite = 
meningoencefalite (evolução da meningite). 
 
Outros sinais e sintomas: ptose, rinorreia, hiperemia conjutival (da esclera), 
sudorese, alteração do diâmetro da pupila → todos eles ocorrem por 
disautonomia. Exemplo: cefaleia em salvas ou hemicrania. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O fundo de olho pode apresentar alterações também, como papilema agudo. 
Sinais de rigidez de nuca em cefaleias secundárias, como sinal de brudzinski e 
kernig. 
 
• Fatores desencadeantes ou gatilhos 
 
Estresse, atividade física, açúcar, vinho tinto, perfumes fortes, café, sorvetes 
ou alimentos muito gelados. 
Cada paciente tem o seu gatilho e alguns não possuem um gatilho bem 
determinado. 
 
• Fatores de melhora e piora 
 
Medicamentos, dormir, atividades físicas ou postura. 
 
 Na cefaleia da hipotensão licórica, o paciente sente piora quando 
senta e melhora quando se deita (devido a distribuição do licor no 
sn). 
 
 
Cefaleias primárias x cefaleias secundárias 
 
• Primárias 
 
As cefaleias primárias são aquelas em que a cefaleia é a própria doença e a 
etiologia é demonstrável por exames clínicos ou laboratoriais. Além disso, os 
sintomas associados estão bem descritos. 
Exemplo: enxaqueca, cefaleia tensional e cefaleia em salvas. 
→ Cefaleias primárias: migrâneas, cefaleias tipo tensional, cefaleias 
em salvas e outras cefaleias trigêmino-autonômicas. 
 
 
Cefaleia tensional x enxaqueca 
 
 Cefaleia tensional enxaqueca 
duração 30 minutos a 7 dias 4 a 72 horas 
dor 
Sensação de aperto ou 
pressão, não pulsátil 
Latejante e pulsátil 
região Dois lados da cabeça 
Apenas um dos lados da 
cabeça 
intensidade Fraca ou moderada Moderada a forte 
agravantes Não há Atividade física ou esforço 
 
Outros sinais 
Não há náuseas, mas pode 
haver sensibilidade a luz 
ou ao barulho 
Pode vir acompanhada de 
vômitos, náuseas e 
sensibilidade a luz, 
barulho e odores 
gatilhos 
Estresse, ansiedade e 
tensão muscular 
Alterações no sono, 
cafeína, vinho tinto, 
jejum prolongado, 
alterações hormonais e 
estresse 
 
 
 
Cefaleia tensional = A cefaleia do tipo tensão, assim como a enxaqueca, constitui afecção 
comum. As mulheres são as mais acometidas, podendo surgir em qualquer idade. A dor típica é 
bilateral, do tipo pressão ou aperto, não pulsátil, de intensidade leve a moderada, sem piorar 
com a atividade física rotineira. Não há náuseas nem vômitos; fono ou fotofobia podem estar 
presentes. Diferentemente da enxaqueca, os pacientes desse grupo tendem a continuar suas 
tarefas na vigência do ataque, apesar do incômodo provocado pela dor. 
Os músculos do pescoço e pericranianos podem estar doloridos e contraídos, mas nem sempre 
essas anormalidades são detectadas. Tampouco existe necessariamente tensão emocional, mas 
o fator psicogênico é, algumas vezes, bem evidente, representado por ansiedade, depressão ou 
histeria de conversão (transtorno dissociativo). 
 
Enxaqueca = A enxaqueca é uma doença comum, na qual a cefaleia é um dos principais sintomas, 
caracterizando-se por ser paroxística, com ataques durando de 4 a 72 h, intercalados por 
períodos assintomáticos. Acomete principalmente o sexo feminino, com a primeira crise antes 
dos 30 anos de idade. Em aproximadamente 2/3 dos casos, a dor é unilateral, mas alternante, 
isto é, aparece ora de um lado da cabeça, ora do outro. A dor é pulsátil, de intensidade moderada 
a acentuada, piorando com exercícios físicos leves. Há também foto e fonofobia, náuseas e/ ou, 
eventualmente, vômitos. Por isso, durante as crises de enxaqueca, os pacientes procuram 
repouso em local tranquilo e pouco iluminado. A história familiar é frequentemente 
reveladora de outros casos, sobretudo em mulheres. 
A enxaqueca mais frequente é chamada enxaqueca sem aura (antiga enxaquecacomum). Caso as 
crises sejam associadas de alguma maneira a distúrbios neurológicos focais, deve ser 
considerada a possibilidade de enxaqueca com aura (antigamente denominada enxaqueca 
clássica, oftalmoplégica, hemiplégica, afásica, complicada). 
 
Migrânea sem aura 
 
✓ Migrânea = enxaqueca 
 
a) Pelo menos 5 crises de cefaleia preenchendo os critérios de b a d. 
Disautonomia 
é um transtorno provocado por alterações do sistema nervoso autônomo, 
quando um desequilíbrio do sistema simpático/parassimpático afeta as funções 
involuntárias que ajuda a coordenar. 
É Uma disfunção dos nervos que regulam as funções corporais involuntárias, 
como frequência cardíaca, pressão arterial e transpiração. 
De acordo com a Classificação Internacional das Cefaleias e Algias Craniofaciais de 2004, quando 
o paciente sofre de enxaqueca e hemiplegia, há 2 possibilidades: enxaqueca hemiplégica esporádica 
(antiga enxaqueca com aura hemiplégica) e enxaqueca hemiplégica familiar, quando há outros 
membros acometidos na família. Esta última é autossômica dominante, provocada por diferentes 
mutações conhecidas nos Zoei 19p13, lq23 e 2q24 (respectivamente, enxaqueca hemiplégica familiar 
tipos 1, 2 e 3). 
b) Duração de 4-72 horas (sem tratamento ou com tratamento ineficaz). 
c) Pelo menos duas das seguintes características: 
1. localização unilateral. 
2. qualidade pulsátil. 
3. intensidade da dor moderada ou severa. 
4. exacerbada por atividade física rotineira. 
d) pelo menos um dos seguintes: 
 1. náusea e/ou vômitos. 
 2. fotofobia e fonofobia. 
e) não atribuída a outra desordem. 
 
 
Migrânea com aura típica 
 
✓ Mesmas características da migrânea sem aura. 
 
a) Pelo menos 2 crises de cefaleia preenchendo os critérios de b a d. 
b) Aura com ambos os seguintes: 
1. sintomas visuais, sensoriais e/ou de fala/linguagem plenamente reversíveis. 
2. ausência de sintomas motores, do tronco cerebral ou retinianos. 
c) Ao menos três das seis seguintes características: 
 1. ao menos um sintoma de aura alastra-se gradualmente por > ou = 5 minutos. 
 2. dois ou mais sintomas de aura ocorrem em sucessão. 
 3. cada sintoma de aura individual dura 5-60 minutos. 
 4. ao menos um sintoma de aura é unilateral. 
 5. ao menos um sintoma de aura é positivo. 
 6. a aura é acompanhada ou seguida dentro de 60 minutos por cefaleia. 
d) não melhor explicada por outro diagnóstico da ichd-3. 
 
 Se a aura demorar mais do que 60 minutos já não é um sintoma típico e não se 
enquadra em migrânea. Nesse caso pode ser, inclusive, um avc. 
 Os sintomas motores, de tronco cerebral e retinianos pertencem a aura não típica. 
Migrânea hemiplégica possui sintomas de déficit motor. Migrânea basilar possui 
sintomas de tronco cerebral. Migrânea retiniana possui sintomas retinianos 
específicos. 
 
Cefaleia do tipo tensão 
 
a) Pelo menos 10 crises de cefaleia com: 
b) Duração de 30 minutos a 7 dias. 
c) Pelo menos duas das seguintes características: 
1. localização bilateral. 
2. caráter em pressão/aperto (não pulsátil). 
3. intensidade leve ou moderada. 
4. não agravada por atividade física rotineira como caminhar ou subir degraus. 
d) ambos os seguintes: 
 1. ausência de náusea e vômito. 
 2. ausência concomitante de fotofobia e fonofobia (não podem vir juntas). 
 
 
Cefaleia em salvas (trigemino-autonômica) 
 
✓ Cefaleia incomum com incidência de 0,7 em 100.000 indivíduos. 
✓ Mais comum em homens (9:1). 
✓ Entre a terceira e a quarta década de vida. 
✓ Comumente associada ao etilismo e tabagismo. 
✓ Principal fator desencadeante é a ingestão alcoólica (ocorre em até 70% dos indivíduos). 
✓ Fisiopatologia desconhecida. 
✓ Episódio acontece comumente a noite, acordando o paciente. 
 
A cefaleia em salvas é uma doença de causa desconhecida que acomete principalmente os 
homens. A dor é praticamente insuportável, caracterizada pelos pacientes como a maior jamais 
experimentada. Os pacientes, na tentativa de obter alívio, batem a cabeça na parede, socam a 
própria cabeça, em constante agitação. Não permanecem deitados, nem mesmo sentados, 
durante os ataques. 
A dor é unilateral fronto-orbitária, eventualmente temporal, caracteristicamente descrita 
como vindo detrás do olho. Dura de 15 a 180 min, em uma frequência de 1 ataque a cada 2 dias até 
8 ataques por dia. 
Distúrbios autônomos no lado da dor acompanham as crises, tais como injeção conjuntival, 
lacrimejamento, obstrução nasal, rinorreia, sudorese na fronte e na face, miose, ptose 
palpebral e edema das pálpebras. 
 Os ataques ocorrem por um período que varia de semanas a poucos meses, após o qual 
desaparecem completamente para ressurgir após meses ou anos, com as mesmas características. 
Embora seja mais comum em adultos de idade mais avançada, pode ocorrer em jovens. 
Os ataques tendem a ocorrer durante um período determinado da noite, desencadeados, nesses 
casos, pelo sono. Bebidas alcoólicas também podem provocá-los. Curiosamente, a inalação de 
oxigênio puro por máscara, 7 f/rnin, por 10 a 15 min, corta as crises, o que serve não apenas para 
tratamento, mas também como prova diagnóstica. 
 
 
 
 
a) Pelo menos cinco crises preenchendo os critérios de b a d. 
b) Dor severa ou muito severa, unilateral, orbitária, supra-orbitária e/ou temporal, 
durando de 15 a 180 minutos, se não tratada. 
c) A cefaleia acompanha-se de, pelo menos, um dos seguintes aspectos: 
1. ao menos um dos sinais/sintomas ipsilaterais: 
 -hiperemia conjuntival e/ou lacrimejo. 
 -congestão nasal e/ou rinorria. 
 -edema palpebral. 
 -sudorese frontal e facial. 
 -miose e/ou ptose ipsilateral. 
2. sensação de inquietude ou agitação. 
d) as crises têm uma frequência de uma a cada dois dias a oito por dia. 
e) não atribuída a outra alteração. 
 
Hemicrânia paroxística (trigemino-autonômica) 
 
A hemicrania paroxística, mais comum em mulheres, embora semelhante, não é um subgrupo da 
cefaleia em salvas, e sim uma entidade à parte. 
Cursa com ataques unilaterais de localização e intensidade semelhantes, mas que tendem a ser 
mais curtos (2 a 45 min) e mais frequentes (mais de 5 ataques por dia por mais da metade do 
tempo, podendo chegar a dezenas). 
As manifestações autonômicas oculares são, entretanto, semelhantes. 
Em 10 a 15% dos casos, os ataques podem ser provocados por movimentação cervical ou 
digitopressão em estruturas cervicais desencadeadoras. 
A indometacina, um inibidor da síntese de prostaglandinas, usada em doses apropriadas, é eficaz 
nessa condição, eliminando totalmente a sintomatologia. Tal medicamento deve ser utilizado 
inclusive como teste terapêutico em caso de suspeita de hemicrania paroxística. 
 
a) ao menos 20 crises preenchendo os critérios b-e. 
b) dor forte unilateral, orbital, supre-orbital e/ou temporal, durando de 2-30 minutos. 
c) um dos ou ambos os seguintes: 
 1. ao menos um dos seguintes sintomas ou sinais, ipsilaterais à cefaleia: 
 -injeção conjuntival e/ou lacrimejamento. 
 -congestão nasal e/ou rinorreia. 
 -edema palpebral. 
 -sudorese frontal e facial. 
 -miose e/ou ptose. 
 2. sensação de inquietude ou de agitação. 
d) ocorrendo com uma frequência >5 por dia. 
e) prevenidas de forma absoluta por doses terapêuticas de indometacina. 
f) não melhor explicada por outro diagnóstico ichd-3. 
 
 
 
 
Cefaleia em salvas x cefaleia hemicrania paroxística 
Cefaleia em salvas Cefaleia hemicrania paroxística 
ao menos 5 crises Ao menos 20 crises 
Duração de 15-180 minutos Duração de 2-30 minutos 
Frequência 1 a cada 2 dias a 8 por dia Frequência > 5 por dia 
Não responde bem a indometacina Resposta muito boa a indometacina 
Lembrete! 
Quando o paciente chegar no pronto-socorro com alteração do estado mental, sonolência, febre ou náuseas 
e vômitos já não se pensa em cefaleia em salvas. 
• Secundárias 
 
As cefaleias secundárias são provocadas por doenças. Exemplo: cefaleia atribuída 
a infecção, tumor cerebral, meningite, neurotoxoplasmose, chicungunha, covid-
19 e outros. 
 
→ Cefaleia atribuída a trauma cefálico e/ou cervical,cefaleia 
atribuída a doença vascular craniana ou cervical, cefaleia 
atribuída a transtorno intracraniano não vascular, cefaleia 
atribuída a uma substância ou a sua retirada, cefaleia atribuída a 
infecção, cefaleia atribuída a transtorno da homeostase, cefaleia 
ou dor facial atribuída a transtorno do crânio, pescoço, olhos, 
ouvidos, nariz, seios da face, dentes, boca ou outras estruturas 
faciais ou cranianas e cefaleia atribuída a transtorno 
psiquiátrico. 
 
No caso das cefaleias secundárias é preciso identificar a causa que provoca a dor! 
 
 
RED FLAGS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Casos clínicos 
 
• Caso 1 
 
Paciente de 78 anos com início a 2 meses de cefaleia pulsátil em região temporal 
esquerda, progressiva de moderada intensidade. Nega antecedente de cefaleia. 
Associado ao quadro vem com fraqueza generalizada e dores no corpo. 
 
 
-na imagem é possível perceber proeminência de artérias temporais. 
 
Diagnóstico: cefaleia secundária à arterite temporal ou arterite de células 
gigantes. 
 
 
• caso 2 
 
paciente 26 anos, gênero feminino, vem com queixa há 6 horas de cefaleia pulsátil 
unilateral, de forte intensidade com fono e fotofobia, com náuseas e piora com 
exercício. Precedendo a dor apresenta escotomas cintilantes. Refere episódios 
prévios em períodos menstruais desde os 14 anos. 
Exame físico: sem alterações. 
 
Diagnóstico: cefaleia primária do tipo migrânea com aura. 
 
• Caso 3 
 
Em um plantão no pronto-socorro você atende um paciente, 30 anos, gênero 
masculino, iniciou há cerca de 1 semana episódios de cefaleia unilateral, 
periorbitária, de muito forte intensidade (10/10 em escala de dor), em pontada, 
com duração em média de 50 minutos e cerca de 2-3 episódios ao dia. Durante a dor, 
o paciente fica bastante agitado e apresenta hiperemia ocular, lacrimejamento 
e rinorreia ipsilateral. Refere episódios semelhantes há 1 ano. 
 
 
 
Diagnóstico: cefaleia primária do tipo em salvas. 
 
 
Red flags são os sinais de alerta para as cefaleias secundárias, 
eles são: 
1. Febre – doenças infecciosas 
2. sinais e sintomas de hipertensão intracraniana - paciente 
sonolento, alteração do estado mental, náuseas, vômitos e 
papiledema em fundo de olho 
3. neoplasias 
4. hiv 
5. mudança de padrão significativa das cefaleias 
6. início após 50 anos 
7. súbita/progressiva 
8. esforço físico ou sexual 
9. exame físico alterado - déficit motor, rigidez de nuca, 
movimentos involuntários, entre outros 
Observação! 
A arterite de células gigantes (arterite temporal) Acomete ambos os sexos acima dos 50 anos 
de idade, sendo potencialmente grave se não for reconhecida a tempo. 
A dor, em uma ou ambas as regiões temporais, é moderada a intensa, estando a artéria 
temporal superficial dilatada, edemaciada e sensível. 
Consiste em inflamação das artérias e é uma doença sistêmica. Gera fraqueza generalizada, 
dores no corpo, cefaleia e aumento do volume das artérias da região temporal. 
A falta do tratamento pode levar à cegueira por acometimento da artéria oftálmica, atrofia 
óptica e avc. 
Quando tratada com corticosteroides, a dor desaparece em até 48 h. 
O diagnóstico é feito pelo estudo dos vasos – biopsia. 
• Caso 4 
 
Paciente de 22 anos, gênero feminino, natural de são Paulo, procedente de 
salvador, sem comorbidades prévias, vem com queixa de odinofagia (dor ao 
deglutir) acompanhado de mal estar geral e febre há 5 dias. Há 2 dias relata 
surgimento de cefaleia de forte intensidade, holocraniana, em aperto, pior em 
região da nuca, sem fatores de melhora ou piora. Acompanhando a cefaleia, 
apresentou vômitos em jato. Há 1 dia, paciente evoluiu para confusão mental e 
sonolência. 
 
 
 
-Na imagem é possível perceber que há petéquias e equimoses. 
 
Diagnóstico: cefaleia secundária à meningite meningocócica (síndrome de 
waterhouse friderichsen). 
 
 
• Caso 5 
 
Paciente de 50 anos, masculino, com quadro de cefaleia holocraniana de caráter 
progressivo há 2 meses. Vem com vômitos há 2 dias. Ao exame sonolento e confuso. 
Fo com papiledema. 
 
 
 
Diagnóstico: cefaleia secundária à um tumor. 
 
• Caso 6 
 
Paciente do gênero masculino de 30 anos deu entrada na emergência com quadro 
de cefaleia súbita, durante o ato sexual. 
Ao exame: sonolento com rigidez nucal. 
 
 
 
Diagnóstico: cefaleia secundária à hemorragia subaracnóidea. 
 
• Caso 7 
 
Paciente masculino de 19 anos, vem com relato que há cerca de 7 dias vem com 
quadro de febre alta, mialgia predominante em panturrilhas e cefaleia retro-
orbitária de forte intensidade. 
Ef: beg. 
Em: sem alterações. 
 
 
 
Diagnóstico: cefaleia secundária à dengue.

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