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Waldirene Valente Silva

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Há evidências para a retirada do glúten para o tratamento da obesidade?
WALDILENE VALENTE SILVA[footnoteRef:2] [2: Discente do Curso de Waldilene Valente Silva da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein.] 
ANA MARIA PITA LOTTENBERG [footnoteRef:3] [3: Docente do curso Ana Maria Pita Lottenberg da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein.] 
1. INTRODUÇÃO
De acordo com o levantamento realizado em 26 capitais barsileiras e no Distrito Federal pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção por Inquérito Telefônico (VIGITEL) do Ministério da Saúde de 2018, ressalta que mais da metade da população brasileira 55,7% está acima do peso e a obesidade saiu de 11,8% em 2006 para 19,8% em 2018, ou seja que quase 1 em cada 5 são obesos. O Brasil nos últimos três anos apresentava taxa estáveis da doença. Desde 2015, a prevalência de obesidade se manteve em 18,9%1.
Esclarece-se que a obesidade pode ser causada por fatores genéticos, ambientais, estilo de vida e fatores emocionais. A divisão da obesidade é considerada por primária, isto é, quando o consumo de calorias é maior que o gasto energético, ou secundária quando é resultante de alguma doença como desenvolvimento de diabetes tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemia e doenças cardiovasculares2. É uma doença caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura no organismo e se diferencia principalmente pela gravidade e localização desse acúmulo2.
Há evidências científicas de que ocorre uma melhora da sensibilidade à insulina quando se retiram alimentos que contêm glúten da alimentação. Logo, é uma estratégia a ter em conta no tratamento da obesidade e excesso de peso. Com isso a dieta isenta de glúten tem se tornado comum na população de maneira geral, resultando em abrir mão de alimentos benéficos para a saúde, como grãos integrais de trigo, cevada, aveia e centeio3.
Derivada do latim “glüten”, o termo glúten trata-se de uma proteína amorfa, composta basicamente pela mistura de cadeias proteicas longas de gliadina e glutenina, encontradas dentro de grãos de trigo, cevada e centeio, mais precisamente no endosperma, que é a reserva nutritiva do embrião da planta. As gliadinas são proteínas relativamente pequenas, de soluções extremamente viscosas, responsáveis pela consistência e viscosidade da massa e apresentam pouca resistência à extensão. Já as gluteninas são proteínas poliméricas, responsáveis pela extensibilidade, força e firmeza da massa4.
As proteínas formadoras do glúten encontram-se naturalmente nas sementes de muitos cereais da família das gramíneas, e estão presente em muitos alimentos consumidos diariamente, como o pão, o macarrão e o biscoito e, inclusive, na cerveja. Isto é, tudo o que é feito com grãos ou farinha de trigo, de cevada, de centeio e de triticale, possui essa proteína, com grande valor nutricional e baixo conteúdo de carboidratos. Assim sendo, tanto os grãos como as sementes são alimentos dos quais se obtém fibras, todas as vitaminas do complexo B, bem como carboidratos, potássio, selênio, ferro e magnésio5.
A proteína do glúten possui uma fração de a gliadina em razão do seu elevado teor de prolina e glutamina é pouco digerida no intestino humano mesmo na ausência de doença celíaca ou outra comorbidade associada. Em se tratando da doença celíaca é uma reação autoimune do organismo provocada pela ingestão de glúten5. As prolaminas são consideradas tóxicas ao celíaco e diferem de acordo com o tipo de cereal, sendo denominadas de gliadina no trigo, secalina no centeio, hordeína na cevada e avenina na aveia5. O glúten é o antigénio responsável pelo desenrolar da resposta imune característica desta doença, promovendo o desenvolvimento de um ambiente pró-inflamatório, responsável pelo atrofio das vilosidades intestinais. As células apresentadoras de antigénios (APC), através dos receptores HLA expressos à sua superfície, reconhecem os péptidos de glúten provenientes da alimentação e apresentam-nos aos linfócitos T como antigénios. Desta forma, é iniciada uma resposta imune e inflamatória, que culmina em danos ao nível das vilosidades intestinais, característicos da DC. Existem dois tipos de imunidade adquirida, os anticorpos e imunidade de células T, ambos os tipos de imunidade adquirida são induzidos por antígenos6. 
Tem clínica variada que se relaciona à intensidade, extensão e localização do processo inflamatório. Outros fatores que influenciam o quadro são a sensibilidade individual, a quantidade de glúten na dieta, a época da sua introdução e o efeito protetor do aleitamento materno6. 
Sua forma clássica é caracterizada por sintomas de má-absorção intestinal (diarreia, esteatorreia, inapetência, retardo do crescimento, deficiência de vitaminas, ferro, cálcio e ácido fólico). Os quadros atípicos têm ocorrido mais frequentemente e incluem manifestações extraintestinais, como a dermatite herpetiforme, defeitos no esmalte dentário, baixa estatura, atraso puberal, infertilidade, anemia por deficiência de ferro refratária ao tratamento, deficiência não explicada de ácido fólico e vitamina B12, doenças neurológicas, alterações comportamentais, artrite, osteomalácia, osteopenia, osteoporose e alterações das enzimas hepáticas7. 
O glúten é a única proteína que o organismo não consegue digerir completamente. Quando um alimento que contém glúten é ingerido, o sistema digestivo tem a missão de quebrar essa complexa estrutura até chegar à sua menor parte, os aminoácidos, os quais entram nas células, onde são usados como fonte de energia ou para produzir novas proteínas. O seu processo de digestão do glúten, portanto, é semelhante ao de outras proteínas: começa no estômago e, quando chega ao intestino delgado, suas partículas são absorvidas e enviadas à corrente sanguínea até chegar às células4. 
Na verdade, o glúten não é uma proteína difícil de ser digerida, e sim mais complexa; contudo, é absorvido normalmente pelo organismo. Embora muitos acreditem que o glúten seja indigesto, especialistas afirmam que a maioria das pessoas pode tolerar e eliminar o glúten com segurança3.
Por todas as características mencionadas, é que o tema tornou-se importante, pois, tratar do glúten como carboidrato é um equívoco, pois ele é proteína, e não há evidências científicas, no entanto, de que consumir produtos livres de glúten trariam algum benefício à saúde, inclusive na redução do peso, para pessoas que não possuem doença celíaca. O glúten está presente em muitos carboidratos como: pão, macarrão, bolo, bolacha, em suma em todos os derivados de trigo, cevada e centeio6.
Salienta-se que o principal motivo da necessidade de restrição ao glúten da alimentação de um indivíduo não é o controle do peso corporal, mas o controle de alguma doença ou condição adversa que venha a causar prejuízos à absorção de nutrientes ou mesmo ao bem-estar do indivíduo em questão. Além disso, vale observar que em função do uso de tais dietas sem glúten, as quais nem sempre são absolutamente necessárias, é preciso verificar cautelosamente quais as condições que requerem tal restrição dietética, seja a doença celíaca, a alergia ao glúten, a insensibilidade ao glúten ou até mesmo o autismo8. 
Diferentemente do que grande parcela da população pode ser levada a acreditar pela influência dos diversos meios de comunicação, seguir uma dieta restrita em glúten não apresenta quaisquer vantagens nutricionais, visto que sua restrição não implica em redução de açúcares, gordura ou sódio. A possível perda ponderal comumente associada a tais dietas deve-se principalmente a restrição alimentícia, principalmente de produtos como pães e massas que costumam ser consumidos em excesso. No entanto, tal perda de peso pode estar acompanhada de deficiência de nutrientes essenciais como ferro, folato, niacina, zinco e fibra, além de possível baixa quantidade de carboidratos7. 
A comunidade científica é contrária à dieta, por considerar que ela priva o organismo de uma boa parte de carboidratos, fonte importante de energia, e sem ela, o organismo pode acabar recorrendoàs fontes da gordura e da proteína para obter o combustível de que necessita. Os críticos também argumentam que o emagrecimento resultante da dieta advém da redução do consumo de alimentos calóricos, nos quais há a presença do glúten, como os pães e as pizzas. Segundo eles, muitas vezes, essas são as fontes de vulnerabilidade para que a pessoa engorde. Mesmo diante de tanta controvérsia, retirar o glúten do cardápio tornou-se a solução mais propagada do momento para perder peso e ter mais saúde.
Devido a escassez de evidencias do papel do gluten na obesidade, e o seu devido impacto nesta sindrome de extrema importancia na morbimortalidade dos pacientes, se faz necessário maior aprofundamento neste tematica para compor maior acervo de referncias que possam embasar o tratamento destes individuos. 
2. Objetivo
Analisar a produção cientifica nacional e internacional sobre evidências para a retirada do glúten do tratamento da obesidade.
3. MÉTODO
3.1 Tipo de estudo
	Trata-se de uma revisão narrativa de literatura de publicações em periódicos.
3.2 Operacionalização da coleta de dados 
Foi realizada uma busca bibliográfica por meio das fontes de busca constituídas pelos recursos eletrônicos na seguinte base de dados: National Institutesof Health (Pubmed), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e na biblioteca eletrônica Scientific Eletronic Library On-line (SciELO), publicados no período de 2014 a 2019. Os descritores utilizados foram: obesidade/obesity, glutens/glutens, terapêutica/therapeutics, doenças crônicas/ chronicdisease. Salienta-se que os descritores supracitados encontram-se nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). A coleta dos dados aconteceeu no decorrer do mês de setembro de 2019. Depois de identificados os artigos, estes foram analisados e os que atenderem aos objetivos do estudo, estiverem no idioma português einglês, e tiverem sido publicados nos últimos cinco anos, serão incluídos no roteiro para registro.
3.3 Tratamento dos dados e apresentação dos resultados
Após a identificação dos artigos, nas fontes de busca mencionadas, serão avaliados os títulos e resumos, de modo a selecioná-los. Serão elencados os artigos que farão parte da amostra, que serão registrados em ficha própria contendo dados do periódico, base de dados, idioma, ano de publicação, objetivos, resultados e conclusões.
Os resultados serão apresentados por meio de tabelas e quadros que contemplem as principais características dos artigos utilizados na pesquisa. Caso seja necessário, serão identificadas categorias temáticas.
4. REFERÊNCIAS
1 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigitel Brasil, 2017: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.
2 ALKHAWAM, Hassan et al. Coronary artery disease in patients with body mass index≥ 30 kg/m2: a retrospective chart analysis. Journal of community hospital internal medicine perspectives, v. 6, n. 3, p. 31483, 2016. 2
3 Santos DRD, Machado APL, Silva LR. Doença Celíaca. In: Carvalho E, Silva LR, Ferreira CT. Gastroenterologia e Nutrição em pediatria. Barueri: Manole; 2012. P. 359-40.
4 Wieser H. Chemistry of gluten proteins. Food Microbiol. 2007 Apr;24(2):115-9. Epub 2006 Sep 7.
5 CAPANNOLO, Annalisa et al. Non-Celiac gluten sensitivity among patients perceiving gluten-related symptoms. Digestion, v. 92, n. 1, p. 8-13, 2015.
6 Hill ID, Fasano A, Guandalini S, Hoffenberg E, Levy J, Reilly N, Verma R. NASPGHAN Clinical Report on the Diagnosis and Treatment of Gluten-related Disorders. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2016 Jul;63(1):156-65. NASPGHAN
7 Santos DRD, Machado APL, Silva LR. Doença Celíaca. In: Carvalho E, Silva LR, Ferreira CT, editors. Gastroenterologia e Nutrição em pediatria. Barueri: Manole; 2012. P. 359-40.
8 FIATES, G, M, R; SCAPIN, T; ZUCCHI, N, D; MÜLLER, J; BOTELHO, A, M; KUNTZ, M, G, F. Composição Nutricional de Preparações Salgadas Com e Sem Glúten. Rev. Nutrição em Pauta. Março, 2014

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