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PREPARATÓRIO PARA AS DEFENSORIAS

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CEI-DPE’S
1ª RODADA 18/03/2015
Página - 1
Prezado(a) aluno(a), é proibida a reprodução deste material, ainda que sem fins lucrativos. O CEI possui um 
sistema de registro de dados que marca o material com o seu CPF ou nome de usuário. O descumprimento 
dessa orientação acarretará na sua exclusão do Curso.
CEI-DPE’S
PREPARATÓRIO PARA AS DEFENSORIAS
PÚBLICAS ESTADUAIS
1ª RODADA - 18/03/2015
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CEI-DPE’S
1ª RODADA 18/03/2015
CORPO DOCENTE
Caio Paiva – Coordenador do Curso e professor de Processo Penal e Direitos Humanos 
Defensor Público Federal, especialista em ciências criminais, fundador do CEI, já foi professor dos cursos 
CEI-DPU, CEI-DPE/MG/RS e CEI-Jurisprudência de Tribunais Internacionais de Direitos Humanos. Editor do 
site www.oprocesso.com
Alexandre Mendes – Professor de Processo Civil 
Defensor Público Federal desde 2009. Foi servidor do Ministério Público da União (Técnico Administrativo e Analista 
Processual) lotado no MPF. Foi Procurador da Fazenda Nacional. É titular do 7º Ofício Cível da DPU/DF de 2ª 
categoria. Foi titular do 5º Ofício Previdenciário da DPU/DF. Foi Diretor da Escola Superior da Defensoria Pública da 
União – ESDPU de 08/01/2013 a 14/07/2014.
Aline Andrade de Castro Dias – Professora de Direito Civil e Direito Empresarial 
Defensora Pública do Estado do Amazonas. Ex-Delegada de Polícia Civil do Estado do Amazonas. 
Graduada em Direito pela Universidade Federal do Amazonas. Especialista em Direito Penal e Direito 
Processual Penal. Editora do site: http://embuscadamagistraturafederal.com/
André Ribeiro Giamberardino – Professor de Direito Penal e Criminologia 
Defensor Público do Estado do Paraná, Professor da UFPR e da UP, doutor em Direito (UFPR) e Mestre em 
Direito (UFPR) e Criminologia (Università di Padova). Coautor com Massimo Pavarini do livro “Teoria da 
Pena e Execução Penal – Uma Introdução Crítica” (Lumen Juris).
Franklyn Roger – Professor de Princípios Institucionais da Defensoria Pública 
Defensor Público do Estado do Rio de Janeiro, Mestre em Direito Processual pela UERJ e co-autor do livro 
– Princípios Institucionais da Defensoria Pública – Ed. Forense.
Fábio Schwartz – Professor de Direitos Difusos e Coletivos 
Defensor Público do Estado do Rio de Janeiro, Mestrando em Direito Econômico pela UCAM e autor do 
livro Direito do Consumidor – tópicos e controvérsias – Ed. Impetus.
Gustavo Goldzveig – Professor de Direito Constitucional, Direito Administrativo e Direito Tributário 
Defensor Público do Estado de São Paulo, Especialista em Direito Público, Professor de Direitos 
Constitucional e Direitos Humanos. Ex-membro da Comissão de Direito do Consumidor da OAB. 
Ex-professor da Faculdade de Direito Damásio de Jesus.
José Victor Nogueira – Professor de Direito da Criança e do Adolescente, Filosofia e Sociologia 
Defensor Público do Estado de São Paulo. Bacharel em Direito pela USP.
COORDENAÇÃO DO CEI
Caio Paiva - caio.paiva@cursocei.com
CEI-DPE’S
1ª RODADA 18/03/2015
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INSTRUÇÕES GERAIS
1. O objetivo principal do CEI é promover uma simulação máxima da “prova real”, mas, para que isso 
aconteça, precisamos da colaboração de vocês. A principal instrução, aqui, é para que quando forem 
redigir as respostas das questões dissertativas ou elaborar a peça judicial, fiquem à vontade para pesquisar 
o quanto puderem/quiserem sobre os temas tratados. Porém, no momento de redigir a resposta/peça, 
estejam a sós com a legislação seca. Por essa razão, evitem citar número de decisões, transcrever trecho 
de doutrina etc.
2. Todos os alunos do Curso recebem o “Espelho de Correção” (material que contém o gabarito 
comentado das questões dissertativas e da peça judicial + as melhores respostas/peças dos alunos), 
inclusive aqueles que optarem por não participarem ativamente submetendo suas respostas/peças para 
correção individualizada.
3. Para que o Curso seja dinâmico e possamos, todos, nos organizar, não iremos tolerar (salvo casos 
excepcionais) atraso no envio das respostas/peças para correção individualizada. Atentem-se para 
identificar perfeitamente qual o e-mail do professor responsável pelo questionamento!
4. O funcionamento do Curso compreende, conforme divulgado no site do CEI (www.cursocei.com), 
basicamente, rodadas de 10 em 10 dias, de modo que, a partir do dia em que receber o material, o aluno 
tem 10 dias para enviar as suas respostas/peças para correção. Exemplo: o material da primeira rodada 
é enviado no dia 24/07, tendo o aluno, portanto, até o dia 03/08 para submeter ao professor as suas 
respostas/peças para a correção individualizada.
Estarei sempre à disposição para dúvidas e questionamentos.
Caio Paiva – Coordenador Geral do CEI
E-mail: caio.paiva@cursocei.com
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CEI-DPE’S
1ª RODADA 18/03/2015
SUMÁRIO
QUESTÕES OBJETIVAS SEM O GABARITO COMENTADO...........................................................................5
DIREITOS HUMANOS....................................................................................................................................5
DIREITO PROCESSUAL PENAL.....................................................................................................................6
CRIMINOLOGIA..............................................................................................................................................7
DIREITO PENAL..............................................................................................................................................8
DIREITO CONSTITUCIONAL........................................................................................................................9
DIREITO ADMINISTRATIVO.......................................................................................................................12
DIREITO CIVIL...............................................................................................................................................13
DIREITO EMPRESARIAL..............................................................................................................................15
DIREITO PROCESSUAL CIVIL.....................................................................................................................16
DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS............................................................................................................19
PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS DA DEFENSORIA PÚBLICA...............................................................22
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.........................................................................................24
SOCIOLOGIA E FILOSOFIA JURÍDICA.....................................................................................................26
DIREITOS HUMANOS..................................................................................................................................28
QUESTÕES OBJETIVAS COM O GABARITO COMENTADO........................................................................28
DIREITO PROCESSUAL PENAL..................................................................................................................34
CRIMINOLOGIA............................................................................................................................................41
DIREITO PENAL............................................................................................................................................43
DIREITO CONSTITUCIONAL......................................................................................................................48
DIREITO ADMINISTRATIVO.......................................................................................................................59
DIREITO CIVIL...............................................................................................................................................63
DIREITO EMPRESARIAL..............................................................................................................................89DIREITO PROCESSUAL CIVIL.....................................................................................................................94
DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS..........................................................................................................108
PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS DA DEFENSORIA PÚBLICA...............................................................124
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.......................................................................................130
SOCIOLOGIA E FILOSOFIA JURÍDICA....................................................................................................144
QUESTÕES DISSERTATIVAS............................................................................................................................147
DIREITOS HUMANOS................................................................................................................................147
DIREITO CIVIL E EMPRESARIAL...............................................................................................................147
PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS DA DEFENSORIA PÚBLICA...............................................................148
PEÇA JUDICIAL..................................................................................................................................................149
DICAS DE PREPARAÇÃO..................................................................................................................................150
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QUESTÕES OBJETIVAS SEM O GABARITO COMENTADO
Treine os seus conhecimentos e depois, a frente, confira o seu desempenho lendo os comentários dos 
professores sobre os enunciados.
DIREITOS HUMANOS
1. No que diz respeito à pena de morte, aos Tratados Internacionais de Direitos Humanos e ao 
ordenamento jurídico brasileiro, assinale a alternativa incorreta:
a) A doutrina reconhece três fases da regulação jurídica internacional da pena de morte, 
podendo-se afirmar que o Brasil se encontra, atualmente, na “segunda fase”, que simboliza 
o banimento da pena capital com exceções.
b) Para os países que ainda admitem a aplicação da pena de morte, o Direito Internacional 
dos Direitos Humanos impõe uma condicionante intransponível, qual seja, a de que o 
sujeito tenha praticado um “crime grave”, podendo-se citar como exemplo o crime de 
tráfico internacional de drogas.
c) O Caso Hilaire, Constantine e Benjamin e outros vs. Trinidad e Tobago, julgado pela 
Corte Interamericana de Direitos Humanos em 21/06/2012, representa a primeira vez 
que um Tribunal internacional reconhece que a pena de morte obrigatória viola Tratados 
Internacionais de Direitos Humanos.
d) O Direito Internacional dos Direitos Humanos proíbe a aplicação da pena de morte a 
menores de dezoito anos, a maiores de setenta anos, a mulheres grávidas e a pessoas com 
retardo mental ou capacidade mental reduzida.
e) O Tribunal Europeu de Direitos Humanos, no julgamento do Caso Soering vs. Reino 
Unido, determinou que o “corredor da morte” consiste em tratamento cruel, inumano e 
degradante, impedindo, por esta razão, que o Estado demandado extraditasse o demandante 
aos EUA, onde poderia ser condenado à morte e, consequentemente, submetido à espera 
no “corredor da morte”.
2. No que diz respeito às classificações dos direitos humanos e às teorias que as explicam, assinale 
a alternativa correta:
a) A teoria das gerações dos direitos humanos é atribuída ao jurista alemão Otto Bachof.
b) Não se verifica complementaridade alguma entre, de um lado, os direitos civis e políticos, 
e de outro, os direitos econômicos e sociais, podendo a efetivação de cada grupo de direitos 
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progredir independentemente da efetivação do outro grupo.
c) É correto afirmar que existem “direitos humanos híbridos”, os quais demandam, para se 
verem realizados, tanto ações quanto a omissão estatal.
d) A CLT – Consolidação das Leis do Trabalho é considerada um dos principais marcos 
históricos dos direitos humanos de segunda geração.
e) A teoria das gerações dos direitos humanos encontra acolhida na Declaração e Programa 
de Ação de Viena, de 1993.
DIREITO PROCESSUAL PENAL
3. Assinale a alternativa correta no que diz respeito ao procedimento sumaríssimo previsto na Lei 
9099/95:
a) Prevalece na doutrina o entendimento de que a Lei 9099/95 adotou a teoria da atividade 
quanto à fixação da competência territorial.
b) A transação penal não pode ser oferecida ao agente que tenha sido beneficiado com tal 
medida despenalizadora anteriormente, no prazo de três anos.
c) O descumprimento da transação penal não autoriza a submissão do agente a um 
reprocessamento, e isso porque a decisão homologatória faz coisa julgada formal e material, 
conforme entendimento do STF.
d) O prazo prescricional não fica suspenso durante a apuração do cumprimento da transação 
penal.
e) Da sentença homologatória da transação penal não cabe recurso algum.
4. No que diz respeito aos aspectos processuais penais da Lei 9296/96 (Interceptação Telefônica), 
assinale a alternativa correta:
a) Em nenhuma hipótese é autorizada a interceptação telefônica para investigar crime 
punido com detenção.
b) A interceptação telefônica não pode ser decretada de ofício pelo juiz, mas somente a 
partir de requerimento da autoridade policial ou do Ministério Público.
c) Conforme tem entendido os Tribunais Superiores, o prazo da interceptação telefônica 
somente pode ser prorrogado por uma única vez.
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d) Prevalece na jurisprudência dos Tribunais Superiores que é prescindível a degravação 
integral da mídia que contém o resultado da interceptação telefônica.
e) A jurisprudência dos Tribunais Superiores inibe qualquer tentativa de se utilizar da 
interceptação telefônica em processo de natureza cível.
5. Acerca do tema “prisão, liberdade provisória e medidas cautelares alternativas à prisão”, assinale 
a alternativa correta:
a) Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva 
decretada pelo juiz, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do 
assistente, ou por representação da autoridade policial.
b) A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena 
privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos.
c) Recusando ou retardando a autoridade policial a concessão da fiança, o preso, ou alguém 
por ele, poderá prestá-la, mediante simples petição, perante o chefe de polícia competente, 
que apreciará o pleito em 48 (quarenta e oito) horas.
d) No caso de prisão de estrangeiro em solo nacional, a autoridade policial deve cientificá-
lo sobre seu direito à assistência consular antes de qualquer declaração ou depoimento, 
conforme prevê o CPP (alteração promovida pela Lei 12403/2011).
e) Os requisitos que o CPP exige para que o juiz autorize a substituição da prisão preventiva 
pela prisão domiciliar são os mesmos exigidos pela LEP para que se admita o recolhimento 
em residência particular do beneficiário do regime aberto.
CRIMINOLOGIA
6. Sobre criminologia, assinale a alternativa correta:
a) A teoria da associação diferencial era também conhecida como teoria da aprendizagem, 
preconizando que o comportamento criminoso é decorrente da desorganização social 
própria do meio urbano.
b) Segundo o positivismo criminológico, o ser humano é dotado de livre arbítrio e o crime 
é compreendido como uma violação do contrato social.
c) A criminologia crítica e radical defende a ideia de que a prisão pode ser imediatamente 
abolida em face de sua desnecessidade, considerando que já hoje um grande percentual de 
delitos não chega sequer a ser objeto de registro oficial.
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d) A criminologia crítica ficou historicamente conhecida também como teoria do 
etiquetamento ou da rotulação social.
e) O conceito de processode criminalização é um dos principais objetos de estudo da 
criminologia crítica.
DIREITO PENAL
7. Em relação aos crimes omissivos, é correto afirmar:
a) Os crimes de omissão própria são crimes de resultado.
b) Os crimes de omissão imprópria independem de previsão legal específica.
c) De acordo com o princípio da legalidade, o dever de garantidor decorre exclusivamente 
de lei.
d) O poder concreto de agir, a ocorrência do resultado e a posição de garantidor são 
elementos exclusivos do tipo objetivo da omissão imprópria, estando ausentes do tipo 
objetivo da omissão própria.
e) E) De acordo com o Código Penal brasileiro, é possível, em tese, a punição da omissão 
imprópria na forma tentada.
8. Sobre o erro na teoria do delito, assinale a alternativa correta:
a) O erro de tipo sempre exclui o dolo.
b) Não se admite, no Brasil, a figura da legítima defesa putativa.
c) O erro de proibição admite a punição a título de culpa, quando evitável ou inescusável.
d) Em relação às descriminantes putativas, o Código Penal brasileiro adota a teoria 
extremada.
e) O erro de proibição, quando inevitável, exclui tanto o dolo como a culpa.
9. Sobre a pena privativa de liberdade, assinale a alternativa correta:
a) A Constituição brasileira prevê expressamente que a finalidade da pena privativa de 
liberdade é a ressocialização ou reintegração social do condenado.
b) A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime, desde que devidamente 
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fundamentada, permite a imposição de regime mais severo que o permitido segundo a 
pena aplicada.
c) Admite-se a execução provisória da pena privativa de liberdade para progressão 
de regime ou aplicação imediata de regime menos severo, ainda que pendente recurso 
interposto pelo Ministério Público.
d) O regime inicial fechado pode ser aplicado ao condenado a pena de detenção, caso se 
trate de reincidente.
e) O condenado a pena de reclusão superior a 8 (oito) anos pode excepcionalmente 
iniciar o cumprimento da pena em regime semiaberto, caso se trate de réu primário e as 
circunstâncias judiciais sejam favoráveis.
10. Sobre os princípios do direito penal constitucional, é correto dizer:
a) O princípio da secularização do Estado e do direito penal moderno veda a criminalização 
de comportamentos com base em razões exclusivamente morais.
b) A anterioridade a a irretroatividade da lei penal mais severa são expressões do princípio 
da legalidade, mas não abarcam os institutos da remição e da progressão de regime por 
não se tratarem de matéria penal.
c) O princípio da humanidade das penas impede que o legislador estabeleça vedações 
genéricas a situações que devem ser analisadas pelo julgador no caso concreto.
d) A Constituição prevê a extensão do princípio da legalidade a alterações no entendimento 
jurisprudencial consolidado, especialmente se por meio de súmula dos Tribunais Superiores, 
devendo inclusive retroagir se mais benéficas ao réu.
e) O princípio da pessoalidade ou intranscendência da pena pode ser excepcionalizado por 
razões de segurança, como quando necessária a revista íntima em familiares de pessoas 
encarceradas nas ocasiões de visita.
DIREITO CONSTITUCIONAL
11. “A aferição da constitucionalidade, ou inconstitucionalidade, da atuação dos Poderes constituídos 
– o controle de constitucionalidade – constitui outra questão delicada e complexa. Com efeito, 
ela, de um lado, é indispensável para a Supremacia da Constituição, portanto, para o Estado 
constitucional de Direito, e de outro, interfere na relação entre os Poderes, na sua harmonia. Sua 
importância se traduz na instituição de uma justiça constitucional para dele se desincumbir, como 
hoje se faz em numerosos Estados” (FILHO, Manoel Gonçalves Ferreira. Princípios Fundamentais 
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do Direito Constitucional. 2ª Edição. São Paulo: Saraiva, p. 116). 
Levando-se em consideração a Constituição da República, a doutrina e a jurisprudência do STF 
acerca do controle de constitucionalidade, assinale a alternativa correta:
a) No Brasil admite-se a realização do controle de constitucionalidade judicial apenas após 
a o ato normativo se tornar perfeito e acabado, sendo inviável, conforme posicionamento 
do Supremo Tribunal Federal, a realização do chamado “controle preventivo” pelos órgãos 
do Judiciário.
b) No Brasil o “controle preventivo” das Propostas de Emendas Constitucionais, aquele que 
se realiza antes de seu aperfeiçoamento no ordenamento jurídico, pode ser realizado tanto 
pelo Poder Executivo, quanto pelo Poder Legislativo.
c) No ordenamento jurídico brasileiro não há qualquer hipótese de ser realizado o controle 
repressivo – aquele que ocorre após o aperfeiçoamento da norma -, por outro Poder, que 
não o Judiciário.
d) O Supremo Tribunal Federal admite a possibilidade de “controle preventivo” judicial, 
quando o projeto de emenda constitucional ou de lei em trâmite, viola o chamado 
devido processo legislativo constitucional. Tal controle de constitucionalidade é realizado 
mediante a propositura de Ação Direta de Inconstitucionalidade de legitimidade exclusiva 
de parlamentar.
e) O Supremo Tribunal Federal possui entendimento jurisprudencial de que é possível, 
excepcionalmente, o chamado controle de constitucionalidade preventivo judicial, quando 
o projeto de emenda constitucional ou de lei em trâmite, viola o chamado devido processo 
legislativo constitucional. Tal controle de constitucionalidade é realizado mediante a 
propositura de um Mandado de Segurança, de legitimidade exclusiva dos parlamentares, 
que possuem o direito líquido e certo a um processo legislativo constitucional hígido.
12. Sobre os remédios constitucionais assinale a alternativa incorreta:
a) A ação popular é o remédio constitucional disposto à utilização de qualquer cidadão que 
busque anular ato da administração pública ou de entidade de que o Estado participe lesivo 
ao patrimônio público, ao meio ambiente, bem como ao patrimônio histórico e cultural. 
Como regra, a ação popular não admite o chamado “foro por prerrogativa de função”.
b) O Mandado de Injunção é remédio constitucional estabelecido pela primeira vez na 
Constituição da República de 1988, tendo por objeto a integração do texto constitucional, 
ou seja, combater as chamadas omissões constitucionais. Em meados de 2008, o Supremo 
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Tribunal Federal modificou sua posição e passou a aplicar a chamada posição “concretista” 
às decisões em sede de Mandado de Injunção.
c) O Mandado de Segurança é remédio constitucional previsto no artigo 5º, inciso LXIX da 
CF, que somente pode ser utilizado para proteger direito líquido e certo não amparado por 
“habeas corpus” e “habeas data”. Mencionado remédio é cabível inclusive quando o ato 
ilegal ou abusivo é praticado por particular, desde que este esteja atuando no exercício de 
atribuições do Poder Público.
d) O “Habeas Data” é o remédio constitucional com a finalidade de permitir o acesso às 
informações que estejam em registro ou banco de dados de caráter público. Uma das 
hipóteses de cabimento do “habeas data”, reconhecida amplamente pela jurisprudência 
dos Tribunais Superiores, é a aquela em que o órgão público se nega a fornecer certidão 
por tempo de contribuição ao ex-funcionário público.
e) O “Habeas corpus” é o remédio constitucional que tem por objetivo a proteção da 
liberdade de ir, vir e permanecer dos indivíduos. O “habeas corpus”, conforme o artigo 5º, 
inciso LXVIII da CF, pode ter um caráter tanto preventivo (ameaça à liberdade de locomoção), 
quanto repressivo ( já houve violação da liberdade de locomoção) Trata-se do remédio 
constitucional mais antigo do nosso ordenamento jurídico. Cabe destacar, contudo, que 
não houve previsão expressa no “habeas corpus” na Constituição do Império de 1824.
13. “Os subordinados devem obediência eterna a seus superiores, assim como as mulheres devem 
aos homens. Uns nascem para mandar, outrospara obedecer. 
O racismo, assim como o machismo, justifica-se pela herança genética: não são 
os pobres, uns fodidos por culpa da história e sim por obra da biologia. Levam no 
sangue o seu destino e, pior, os cromossomos da inferioridade costumam misturar-
se com as perversas sementes do crime. E quando se aproxima um pobre de pele 
escura, o perigômetro acende a luz vermelha. E disparara o alarme.” (GAELANO, 
Eduardo. “De Pernas pro ar – A Escola do Mundo ao Avesso, pg 45, L&M Pocket).
Considerando a crítica feita pelo sociólogo Uruguaio, Eduardo Galeano, assinale a afirmativa 
correta acerca dos Direitos e Garantias Fundamentais à luz da Constituição e da Jurisprudência 
do Supremo Tribunal Federal:
a) Em que pese previsão da dignidade da pessoa humana (artigo 1º, inciso III da CF), do 
objetivo da república de erradicação da pobreza e marginalização e da não discriminação 
(artigo 3º, inciso III e IV da CF) e do princípio da isonomia (artigo 5º, “caput” da CF), não 
há qualquer previsão de ações afirmativas expressamente previstas na Constituição da 
República.
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b) No que tange ao princípio da isonomia já decidiu o Supremo Tribunal Federal, analisando 
o direito à educação, que: “...O desvalor da desigualdade a proceder e justificar a imposição do 
valor da igualdade. A imperiosa luta contra as relações desigualitárias muito raro se dá pela 
via do descenso ou do rebaixamento puro e simples dos sujeitos favorecidos. Geralmente 
se verifica é pela ascensão das pessoas até então sob a hegemonia de outras. Que para tal 
viagem de verticalidade são compensadas com esse ou aquele fator de supremacia formal”.
c) A Constituição da República demonstra uma preocupação específica acerca dos direitos 
e garantias fundamentais, tanto é verdade que estes são tratados logo nos primeiros artigos 
do texto constitucional. Um dos dispositivos mais importantes, especialmente considerada 
a redemocratização, é o que trata da liberdade de expressão e pensamento (artigo 5º, inciso 
IX da CF). A preocupação do constituinte, inclusive, implicou na realização de um capítulo 
próprio para os meios de Comunicação Social (artigo 220 da CF). Tomando por base esse 
cenário, o Supremo Tribunal Federal considerou imprescindível a obtenção de diploma de 
jornalista para o exercício da profissão respectiva.
d) A igualdade perante a lei, que é fruto das revoluções liberais (independência dos Estados 
Unidos e Revolução Francesa), representa a chamada “igualdade formal”. A conquista da 
igualdade perante a lei representou, à época, que os indivíduos passariam a ser tratados 
igualmente, levando-se em consideração as suas desigualdades fáticas e a condição social 
para que não houvesse qualquer distinção que maculasse a obtenção dos demais direitos.
e) O princípio da isonomia está expressamente previsto na Constituição da República, no 
artigo 5º, “caput” da Constituição. Entretanto, por se tratar de um preceito que admite 
apenas a igualdade perante a lei ou igualdade jurídica, entendeu o Supremo Tribunal Federal 
que qualquer diferenciação feita por lei é inconstitucional, sendo necessária a modificação 
do texto constitucional por emenda para criar referidas distinções, em respeito ao princípio 
da supremacia da constituição.
DIREITO ADMINISTRATIVO
14. Sobre bens públicos, assinale a alternativa correta:
a) De acordo com o Código Civil são considerados bens de uso comum do povo aqueles 
que são de acesso livre a qualquer cidadão, como por exemplo, o prédio da Defensoria 
Pública.
b) De acordo com o Código Civil são considerados bens dominicais aqueles que constituem 
o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou 
real, de cada uma dessas entidades. Tais bens, por serem alienáveis, são os únicos que 
admitem usucapião, conforme exceção constitucional.
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c) De acordo com o Código Civil são considerados bens dominicais as edificações ou 
terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração, inclusive aqueles 
pertencentes a autarquias e fundações públicas.
d) De acordo com o Código Civil os bens de uso especial e os bens dominicais podem ser 
objeto de alienação. Entretanto, somente os bens dominicais admitem a usucapião.
e) De acordo com o Código Civil os bens de uso comum do povo podem ser usados 
gratuitamente, bem como com retribuição, conforme estabelecido legalmente pela entidade 
a cuja administração pertencem.
15. Sobre a dispensa e a inexigibilidade das licitações, assinale a opção correta:
a) É dispensável a licitação quando houver possibilidade de comprometimento da 
segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido 
o Conselho da República.
b) É inexigível a licitação quando a União tiver que intervir no domínio econômico para 
regular preços ou normatizar o abastecimento.
c) A licitação é dispensável nos casos de contratação de profissional de qualquer setor 
artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela 
crítica especializada ou pela opinião pública.
d) Nas hipóteses de dispensa e de inexigibilidade de licitação, se comprovado 
superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o 
fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de 
outras sanções legais cabíveis.
e) A licitação é dispensável para obras e serviços de engenharia de valor até R$ 20.000,00 
(vinte mil reais), desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou 
ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas 
conjunta e concomitantemente.
DIREITO CIVIL
16. A respeito das causas suspensivas e interruptivas da prescrição e dos prazos prescricionais 
previstos no Código Civil, assinale a alternativa correta:
a) Na ação de indenização contra companhia securitária, o termo inicial da prescrição 
conta-se sempre da data em que ocorrido o acidente que deu causa à lesão incapacitante. 
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b) O pedido de pagamento de indenização à seguradora interrompe o prazo prescricional 
até que o segurado receba resposta de seu pedido e esta interrupção inutiliza o tempo já 
decorrido.
c) A resposta dada pela seguradora ao pedido de indenização jamais pode configurar uma 
causa interruptiva da prescrição. 
d) A ação de indenização do segurado em grupo contra a seguradora prescreve em três 
anos.
e) As causas suspensivas da prescrição podem ocorrer mais de uma vez, consoante 
interpretação a contrario sensu do artigo 202 do CCB.
17. Sobre a superfície, enquanto direito real de gozo ou fruição, assinale a alternativa correta:
a) A superfície é um direito real de caráter perpétuo por meio do qual o proprietário do 
bem imóvel concede a outrem o direito de construir ou plantar em seu terreno, somente 
podendo ocorrer de forma onerosa.
b) Quando o proprietário aliena por superfície plantação ou construção já existente no 
terreno, diz-se que a superfície foi constituída por cisão. 
c) O Código Civil de 2002 não prevê expressamente o direito de prelação em mão dupla do 
fundieiro e do superficiário.
d) Não é necessário o registro da superfície em registro imobiliário se o seu valor por 
inferior a trinta vezes o valor do salário mínimo vigente no país.
e) O Código Civil de 2002 revogou as disposições do direito de superfície constantes do 
Estatuto da Cidade (Lei n° 10.257/2001).
18. A respeito da ação pauliana e da fraude contra credores, assinale a alternativa correta:
a) A ação pauliana será proposta contra o devedor insolvente ou contra o adquirente da 
coisa alienada fraudulentamente, sendo hipótese de litisconsórcio facultativo.
b) Somente os credores quirografários tem legitimidade ativa para propositura da ação 
pauliana.
c) O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento da dívida ainda 
não vencida, ficará obrigado a repor,em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar 
o concurso de credores, aquilo que recebeu.
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d) A fraude contra credores pode ser reconhecida em sede de embargos de terceiros.
e) O prazo prescricional para ajuizar a ação pauliana é de três anos.
19. Considere as assertivas abaixo em relação à eficácia do direito fundamental social à moradia 
nas relações familiares.
I. A impenhorabilidade do bem de família alcança o imóvel pertencente a pessoas solteiras, 
separadas e viúvas, bem como o único imóvel do devedor locado a terceiros, desde que a 
renda da locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família.
II. No âmbito da Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha) pode ser requerida medida protetiva 
de urgência em favor da ofendida consistente na sua recondução e a de seus filhos à moradia 
familiar, após o afastamento do agressor.
III. O Código Civil assegura o direito real de habitação no imóvel destinado à moradia 
da família, dentre outros requisitos, ao cônjuge supérstite, silenciando em relação ao 
companheiro sobrevivente, que pode invocar tal direito com fundamento no princípio da 
isonomia entre as entidades familiares e na Lei nº 9.278/96 (União Estável).
IV. A Lei n° 12.424/11 acrescentou ao Código Civil uma nova hipótese de usucapião em 
que, preenchidos os requisitos legais, o possuidor adquire o domínio integral do imóvel 
cuja propriedade é dividida com o ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, se 
utilizado para sua moradia ou de sua família.
V. De acordo com a Lei nº 8.245/91 (Locação de imóveis urbanos), em casos de separação 
de fato, divórcio ou dissolução da união estável, a locação residencial prosseguirá 
automaticamente com o cônjuge ou companheiro que permanecer no imóvel.
Está correto o que se afirma em:
a) I, II, III, IV e V.
b) I, IV e V, apenas.
c) I, III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) II, III e V, apenas.
DIREITO EMPRESARIAL
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20. João, titular de estabelecimento comercial do ramo de confeitaria, alienou-o para Paulo, 
que continuou explorando a mesma atividade no local. Dois anos depois da transferência, João 
decidiu alugar o imóvel vizinho, no qual estabeleceu nova confeitaria, passando a competir 
diretamente com Paulo. Nesse caso, e considerando que o contrato de trespasse nada previa 
acerca da proibição de concorrência, é correto afirmar:
a) João tem direito de fazer concorrência a Paulo, dado que o contrato nada previa a esse 
respeito.
b) É requisito de validade do contrato de trespasse a estipulação, por escrito, acerca do 
direito de concorrência por parte do alienante do estabelecimento.
c) Nem mesmo com autorização expressa de Paulo seria lícito a João fazer-lhe concorrência, 
por se tratar de direito irrenunciável, que visa a impedir o comportamento empresarial 
predatório, prejudicial ao desenvolvimento sustentável da ordem econômica.
d) João tem direito de explorar a mesma atividade no imóvel vizinho amparado no princípio 
constitucional da liberdade de concorrência, reputando-se nulas quaisquer convenções que 
o proibissem de competir com Paulo.
e) Na omissão do contrato, João não poderá fazer concorrência a Paulo nos cinco anos 
subsequentes à transferência do estabelecimento.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
21. Sobre sobre a ação de execução e a fase de cumprimento de sentença, assinale a alternativa 
correta:
a) Em ação de cobrança proposta por João em face de Carlos, na qual o pedido foi julgado 
procedente, poderá Carlos oferecer impugnação ao cumprimento de sentença, suscitando a 
falta de interesse de agir, caso a dívida reconhecida em juízo tenha sido integralmente paga 
no curso do processo de conhecimento.
b) Na fase de cumprimento de sentença, Maria, esposa do executado, José, ofereceu 
impugnação alegando que não foi observado o prazo para cumprimento voluntário da 
obrigação fixada na sentença. Nessa hipótese, o procedimento de cumprimento de sentença 
deve ser extinto, dispensada a oitiva do exequente, caso seja acolhido o fundamento da 
impugnação.
c) Consoante entende o STJ, a regra abstrata de direito adotada na fase de conhecimento 
para fixar o prazo de prescrição não faz coisa julgada em relação ao prazo prescricional a 
ser fixado para a execução do julgado, o qual deve observar a orientação jurisprudencial 
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firmada pelo referido tribunal, ainda que superveniente ao trânsito em julgado da sentença.
d) Em execução de título extrajudicial, João foi citado e pagou integralmente o débito no 
prazo legal. Nessa hipótese, dada a perda do objeto, o processo deve ser julgado extinto, 
descabendo condenar o João ao pagamento de honorários advocatícios, eis que não 
ofereceu resistência a pretensão do exequente.
e) José moveu ação de despejo cumulada com cobrança de aluguéis vencidos contra 
Carlos, a qual foi julgada procedente, tendo a sentença transitado em julgado. Nessa 
hipótese, Regina, fiadora de Carlos e portanto, devedora solidária, poderá ser acionada 
para a cobrança dos valores declarados na sentença.
22. Sobre a ação rescisória e honorários advocatícios, assinale a alternativa correta:
a) A ação rescisória deve ser ajuizada sempre dentro do prazo decadencial de 2 anos 
contados do trânsito em julgado da sentença cuja rescisão pretende-se, considerando, para 
início desse prazo, segundo entendimento do STF, o momento em que o capítulo objeto de 
impugnação transitou em julgado, ainda que haja recurso pendente de julgamento relativo 
à outro capítulo da decisão judicial.
b) Consoante orientação do STJ, a verba honorária é remuneração do causídico e deve ser 
fixada segundo a complexidade da causa. Não deve ser tida como meio de política judiciária 
a fim de demonstrar à parte sucumbente que a litigância impensada. Para essa finalidade, 
deve o juiz se valer da fixação de multa por litigância de má-fé.
c) Ajuizada a ação rescisória perante o Tribunal de Justiça, percebendo a Corte que o 
capítulo da decisão do tribunal local que se objetiva rescindir transitou em julgado somente 
após o conhecimento e julgamento de recurso perante o Superior Tribunal de Justiça, deve 
o tribunal local declinar da competência e remeter os autos àquela corte superior, haja vista 
tratar-se de competência originária do STJ, sendo portanto absoluta.
d) Caso uma decisão judicial omissa quanto a fixação de honorários advocatícios transite 
em julgado, tal vício só será passível de saneamento pela via da ação rescisória, conforme 
orientação do STJ.
e) Consoante entendimento do STJ, havendo duas sentenças judiciais transitadas em 
julgado sobre um mesmo caso (mesmas partes, pedido e causa de pedir) em sentidos 
opostos e ultrapassado o prazo decadencial para o manejo de ação rescisória para ambas, 
prevalece a sentença mais antiga.
23. Sobre a tutela coletiva, assinale a alternativa correta: 
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a) Uma associação de âmbito local, constituída há mais de um ano, pode propor ação 
coletiva, devendo fazê-lo no foro do local onde ocorreu a violação do direito.
b) Não são devidos honorários advocatícios pela Fazenda Pública nas execuções individuais 
de sentença proferida em ações coletivas não embargadas.
c) Em uma mesma ação coletiva proposta pelo Ministério Público, podem ser discutidos os 
interesses dos consumidores que possam ter tido tratamento de saúde embaraçado com 
base em determinada cláusula de contrato de plano de saúde, a ilegalidade em abstrato 
dessa cláusula e a necessidade de sua alteração em consideração a futuros consumidores 
do plano de saúde, sendo juridicamente possível, inclusive, a condenação da parte ré à 
indenização por dano moral coletivo, revertida ao fundo.
d) Em ação civil pública movida para anular permissões para a prestação de serviços de 
transporte coletivo concedidas sem licitação e para condenar o Estado a providenciar 
as licitações cabíveis, é possível discutir eventualindenização devida pelo Estado ao 
permissionário.
e) A falta de publicação do edital destinado a possibilitar a intervenção de interessados 
como litisconsortes (art. 94 do CDC) impede a produção de efeitos erga omnes de na ação 
coletiva quando esta versar sobre direitos individuais homogêneos.
24. Sobre a curadoria especial, assinale a alternativa correta:
a) Considerando que o curador especial não está submetido à regra do ônus da impugnação 
específica, pode excepcionalmente reconhecer a procedência do pedido, desde que a 
demanda verse sobre direito disponível. 
b) No exercício da curadoria especial, em consonância com a garantia constitucional da 
ampla defesa, a Defensoria Pública tem legitimidade para apresentação para todas as 
modalidades de resposta que o réu, caso fosse citado pessoalmente, teria ao seu dispor.
c) Considerando que a Defensoria Pública foi incumbida pela Constituição Federal de 
defender os interesses dos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal, 
a aferição da hipossuficiência econômica do curatelado pelo Defensor Público é necessária, 
inclusive, nos casos em que no exercício da curadoria especial dos interesses de réu revel 
citado por edital.
d) Na ação de usucapião, deve o juízo nomear curador especial para atuar na defesa dos 
interesses de réus incertos e ausentes citados por edital, sob pena de nulidade.
e) Consoante entendimento do STJ, o exercício da curadoria especial, pela Defensoria 
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Pública, em ações que envolvam interesses de menores, consiste em função de representação 
de natureza processual e representação em juízo do menor que não tiver representante 
legal ou se os seus interesses estiverem em conflito.
25. Sobre os recursos no direito processual civil, assinale a alternativa correta:
a) Em processo de execução, foi rejeitada a objeção de pré-executividade oferecida pelo 
executado com escopo de extinguir o processo. Inconformado, o executado interpôs 
agravo de instrumento. Considerando que as diligências realizadas na execução apontaram 
a ausência de bens passíveis de penhora, inexiste periculum in mora, cabendo ao relator 
determinar a conversão do agravo de instrumento em retido, nos termos do art. 527, II, do 
CPC.
b) Não cabe recurso para o STJ contra ato do presidente do tribunal de origem que, com 
fundamento no art. 543-C, § 1º, do CPC, determina a suspensão de recursos especiais, 
enquanto se aguarda o julgamento de outro recurso encaminhado ao STJ como representativo 
da controvérsia.
c) Para o STJ, a atuação da Defensoria em muitas ações em que se discuta o mesmo tema 
versado no recurso especial representativo de controvérsia é suficiente para justificar a 
legitimidade sua admissão como amicus curiae.
d) Proferida sentença de mérito, a parte inconformada opôs embargos de declaração 
alegando omissão e pretendendo a obtenção de efeitos modificativos. Nessa hipótese, caso 
o julgador entenda que assiste razão ao embargante, deverá imediatamente acolher os 
embargos e suprir a omissão apontada, conferindo efeitos modificativos ao recurso.
e) É pacífico no STF o entendimento de que o recurso extraordinário interposto antes do 
julgamento de embargos de declaração opostos pela parte contrária no Tribunal de origem 
é considerado tempestivo, independentemente da ocorrência de ulterior ratificação.
DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS
26. Assinale a alternativa CORRETA:
a) Para a defesa dos direitos e interesses protegidos pelo Código de Defesa do Consumidor 
não são admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva 
tutela, a exemplo da inibitória.
b) Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis pela 
propositura da ação serão solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao 
décuplo das custas, afastada, por conseguinte, a responsabilidade por perdas e danos.
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c) Para a tutela dos direitos e interesses protegidos pelo Código de Defesa do Consumidor, 
os legitimados à propositura da ação poderão instaurar inquérito civil, fazendo-o na forma 
da Lei n. 7347/85.
d) Quando coletiva a execução, é competente para a execução o juízo da condenação.
e) Em se tratando de associação, o requisito da pré-constituição há pelo menos um ano 
poderá ser dispensado pelo juiz, exclusivamente, quando houver interesse social evidenciado 
pela dimensão ou característica do dano.
27. Sobre a defesa coletiva dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas, prevista nos 
artigos 81 e seguintes do Código de Defesa do Consumidor, assinale a alternativa INCORRETA:
a) Nas ações coletivas para defesa de interesses individuais homogêneos, ainda que o 
Ministério Público não promova o ajuizamento da ação, poderá sempre atuar como fiscal 
da lei.
b) A defesa coletiva será exercida quando houver interesses difusos ou coletivos envolvidos, 
mas não poderá ser exercida para defesa de direitos individuais, ainda que relativos a danos 
sofridos por um determinado grupo de pessoas e decorrentes de origem comum.
c) Nas ações coletivas previstas no CDC, se constatada litigância de má-fé pela associação 
autora da ação, é possível condenação solidária de seus diretores ao pagamento de 
honorários advocatícios e ao décuplo das custas.
d) É competente para julgar a causa o foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, 
quando este for de âmbito local e não for competente a Justiça Federal.
e) Para a defesa dos direitos e interesses dos consumidores são admissíveis todas as 
espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela.
28. No julgamento do Recurso Especial no 931.513/RS, no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, 
o Ministro Antônio Herman Benjamin reconheceu a legitimidade do Ministério Público para a 
propositura de Ação Civil Pública em prol de direito individual de pessoa com deficiência para 
obtenção de prótese auditiva, reconhecendo, no caso, a caracterização de “sujeito hipervulnerável”. 
No seu voto, o Ministro destaca que “a categoria ético-política, e também jurídica, dos sujeitos 
vulneráveis inclui um subgrupo de sujeitos hipervulneráveis, entre os quais se destacam, por razões 
óbvias, as pessoas com deficiência física, sensorial ou mental”, bem como que, “em caso de dúvida 
sobre a legitimação para agir de sujeito intermediário − Ministério Público, Defensoria Pública e 
associações, p. ex. −, sobretudo se estiver em jogo a dignidade da pessoa humana, o juiz deve optar 
por reconhecê-la e, assim, abrir as portas para a solução judicial de litígios que, a ser diferente, 
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jamais veriam seu dia na Corte”. A partir de tais considerações e com base no que dispõe a Lei 
Orgânica Nacional da Defensoria Pública (Lei Complementar n. 80/94, com as alterações trazidas 
pela Lei Complementar n. 132/09), é CORRETO afirmar:
a) O conceito de necessitado (ou vulnerável) deve ser tomado exclusivamente em sentido 
estrito, tal qual estabelecido no art. 2º, parágrafo único, da Lei nº 1.060/50, ou seja, apenas 
vislumbrando a perspectiva exclusivamente econômica do indivíduo ou grupo social que 
busca o serviço da Defensoria Pública.
b) Com base no art. 4º, VII, da Lei Complementar n° 80/94, a legitimidade da Defensoria 
Pública para a propositura de Ação Civil Pública é ampla e irrestrita, não havendo qualquer 
limitação de ordem legislativa.
c) Muito embora a previsão do art. 4º, X, da Lei Complementar n° 80/94, no sentido de 
assegurar a legitimidade da Defensoria Pública para promover a mais ampla defesa dos 
direitos fundamentais dos necessitados, abrangendo seus direitos individuais e sociais, não 
há consagração expressa de tal legitimidade para a proteção dos seus direitos ambientais.
d) O art. 4º, XII, da Lei Complementar n° 80/94 assegura a legitimidade da Defensoria 
Pública para a instauração de inquérito civil.
e) A previsão do art. 4º, XI, da Lei Complementar n° 80/94, aoreconhecer a legitimidade da 
Defensoria Pública para exercer a defesa dos direitos coletivos da criança e do adolescente, 
do idoso, da pessoa portadora de necessidades especiais, da mulher vítima de violência 
doméstica e familiar e de outros “grupos sociais vulneráveis” que mereçam proteção especial 
do Estado, permite ampliar o conceito de necessitado para o que a doutrina denomina de 
“necessitados do ponto de vista organizacional”.
29. Nas afirmativas abaixo, marque V para as verdadeiras e F para as falsas, considerando os 
direitos básicos do consumidor:
( ) A defesa coletiva do consumidor será exercida quando se tratar de interesses ou direitos 
coletivos, interesses ou direitos difusos e interesses ou direitos individuais homogêneos; 
( ) As associações legalmente constituídas há pelo menos dois anos e que incluam 
entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos pelo CDC estão 
legitimadas para a defesa do consumidor em Juízo;
( ) Nas ações coletivas disciplinadas pelo CDC não haverá adiantamento de custas judiciais 
para quaisquer das partes, e também não haverá condenação da associação autora em 
honorários advocatícios, salvo comprovada má-fé; 
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( ) As ações coletivas não induzem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos 
da coisa julgada erga omnes não beneficiarão os autores das ações individuais, se não for 
requerida sua extinção no prazo de 30 dias. 
A sequência está correta em:
a) V,F, F, V.
b) V, F, V, F.
c) V, V, V, F.
d) V, V, V, V.
e) V, V, F, V.
30. O processo civil coletivo brasileiro, desde a edição da Lei da Ação Civil Pública, tem trilhado 
um caminho de profundo desenvolvimento teórico e normativo, inclusive a ponto de estabelecer 
princípios próprios que norteiam a interpretação do microssistema em questão, diferenciando-
se, em diversos aspectos, do processo civil individual. À luz desse cenário, NÃO está de acordo 
com as premissas do sistema processual coletivo o princípio da:
a) Primazia do conhecimento do mérito.
b) Representação adequada.
c) Taxatividade e tipicidade da ação coletiva.
d) Indisponibilidade da demanda coletiva.
e) Reparação integral do dano.
PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS DA DEFENSORIA PÚBLICA
31. Sobre a Ouvidoria-Geral podemos afirmar:
a) Trata-se de um órgão da administração superior da Defensoria Pública com assento no 
Conselho Superior.
b) É um órgão ocupado pelo Defensor Público integrante da classe mais elevada da carreira.
c) Tem como atribuição processar representação contra membros e servidores da Defensoria 
Pública do Estado, assegurada a defesa preliminar.
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d) O Ouvidor-Geral é nomeado pelo Defensor Público-Geral do Estado.
e) Trata-se de um órgão que, por força da previsão da LC n. 80/94, existe apenas no âmbito 
da Defensoria Pública da União.
32. Dentre as funções institucionais da Defensoria Pública, previstas na LC n. 80/94 não encontramos 
a seguinte:
a) Atuar nos Juizados Especiais.
b) Patrocinar ação penal privada e a subsidiária da pública.
c) Exercer o papel de curador ao vínculo.
d) Exercer a curadoria especial nos casos previstos em lei.
e) Convocar audiências públicas para discutir matérias relacionadas às suas funções 
institucionais.
33. A respeito dos princípios, garantias e prerrogativas institucionais podemos afirmar:
a) A prerrogativa da inamovibilidade encontra-se prevista no texto constitucional e na LC 
n. 80/94.
b) A unidade, indivisibilidade e a independência funcional são princípios exclusivos das 
Defensorias Públicas dos Estados.
c) A prerrogativa de intimação pessoal e prazo em dobro prevista na LC 80/94 sofre do 
fenômeno da inconstitucionalidade progressiva, conforme decisão do STF.
d) O rol de prerrogativas previsto no art. 128 da LC n. 80/94 é exaustivo, de acordo com a 
interpretação literal da lei.
e) A garantia da independência funcional no desempenho da função permite que o 
Defensor Público possa atuar livre de pressões ou ingerências internas e externas.
34. Sobre a carreira da Defensoria Pública dos Estados prevista na LC n. 80/94 é correto afirmar:
a) A Lei Complementar n. 80/94 não exige que os Defensores Públicos Estaduais estejam 
inscritos nos quadros da OAB.
b) O Defensor Público pode advogar em causa própria, por gozar de capacidade postulatória 
prevista em seu regime jurídico.
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c) A promoção de membros da Defensoria Pública nunca poderá ocorrer se o interessado 
não possuir 2 (dois) anos de efetivo exercício.
d) O voto para o cargo de Defensor Público-Geral é facultativo para os membros não 
estáveis.
e) O critério de merecimento é prevalente ao da antiguidade em matéria de promoção.
35. Marque a alternativa que não possui afirmação falsa quanto as prerrogativas dos membros da 
instituição previstas na LC 80/94:
a) O Defensor Público só pode se manifestar nos autos por meio de petição.
b) Quando for intimado para prestar depoimento na condição de réu, o Defensor Público 
poderá indicar dia, hora e local em que pretende ser ouvido.
c) O prazo em dobro da Defensoria Pública se aplica no caso de ajuizamento de Ação 
Rescisória.
d) O prazo para os membros da Defensoria Pública tem início a partir do momento em que 
os autos ingressam na instituição.
e) O Defensor Público não pode ser preso em flagrante delito por crime afiançável.
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
36. Sobre o Direito da Criança e do Adolescente, é correto afirmar que:
a) Teve origem no Brasil com o Estatuto da Criança e do Adolescente e tem como base os 
princípios da proteção integral e prioridade absoluta.
b) Permite que o juiz da infância, fundamentado no art. 149 do ECA, por meio de portaria, 
restrinja a permanência de adolescentes em geral em certo local em certos horários.
c) Embora esteja previsto no ECA o direito das crianças e adolescentes serem ouvidas em 
todas as questões pertinentes a elas, não há previsão semelhante na Convenção das Nações 
Unidas sobre os Direitos da Criança.
d) Tem como diretriz a municipalização do atendimento, com a descentralização político-
administrativa, com a participação de todos os entes federados da obrigação em relação 
ao setor infanto-juvenil com a criação de conselhos municipais, estaduais e nacionais dos 
direitos das crianças e adolescentes.
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e) Não abrange os adolescentes entre dezesseis e dezoito anos que foram emancipados.
37. Sobre a aplicação de medidas socioeducativas, é correto dizer que:
a) É possível aplicação de medida socioeducativa de advertência, mesmo que não haja 
prova da autoria e materialidade, tendo em vista que esta medida visa exclusivamente a 
proteção do adolescente.
b) Com base na Convenção das Nações Unidas do Direito da Criança, é assegurado ao 
adolescente infrator o respeito a sua condição de pessoa, não podendo receber em nenhuma 
circunstância tratamento inferior ao do adulto em situação semelhante.
c) A personalidade e o contexto social do adolescente, e as necessidades pedagógicas da 
medida devem preponderar sobre a gravidade e as circunstâncias da infração.
d) No caso de ato infracional cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, se 
comprovadas a autoria e a materialidade, deverá a autoridade judicial aplicar medida 
socioeducativa de internação.
e) É possível, no curso da execução, substituir-se medida socioeducativa mais branda pela 
medida de internação, considerando a personalidade do adolescente e o parecer técnico de 
equipe multidisciplinar, desde que obedecido limite máximo de três anos.
38. A respeito dos princípios constituidores e interpretativos do Direito da Criança e do Adolescente 
é correto afirmar que:
a) A redução da maioridade civil pelo Código Civil de 2002, que reduziu a maioridade civil 
de 21 para 18 anos, impede a aplicação de medida socioeducativa para pessoas com idade 
entre 18 e 21 anos.
b) O princípio da prioridade absolutaprevê, entre outras disposições do art. 4º do ECA, 
a preferência na formulação e na execução de políticas públicas, mas não permite, em 
razão da autonomia administrativa, a determinação judicial de construção de uma escola 
em determinado bairro que não tenha estabelecimento de ensino correspondente.
c) O Estatuto da Criança e do Adolescente está sujeito apenas as mesmas formas de 
interpretação previstas pela Lei de Introdução ao Direito Brasileiro, tais como os fins sociais, 
os direitos e deveres individuais e coletivos e as exigências do bem comum.
d) O princípio da proteção integral significa que o ECA rejeitou o critério biopsíquico para 
definir adolescência, utilizando-se apenas do critério cronológico.
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e) O Estatuto da Criança e do Adolescente obedece ao comando constitucional insculpido 
no art. 227, § 8º, I, de que a lei estabelecerá o estatuto da juventude, destinado a regular o 
direito dos jovens.
39. Sobre o direito à vida, à saúde, à liberdade, ao respeito e à dignidade da criança e dos 
adolescentes, é correto afirmar que:
a) Conforme a Portaria 1190/09 do Ministério da Saúde, o enfoque do Plano Emergencial 
de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas, do Sistema 
Único de Saúde, as ações para tratamento de crianças e adolescentes em situação de 
vulnerabilidade devem ser voltadas somente para o aspecto clínico deste grupo.
b) Incumbe ao Poder Público proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe no 
pré e no pós-natal, desde que a mãe não manifeste interesse em entregar seus filhos à 
adoção.
c) Conforme a Portaria 130/2012 do Ministério da Saúde, o Centro de Atenção Psicossocial 
de Álcool e outras Drogas (CAPS AD III) poderá se destinar a atender adultos e crianças 
adolescentes, conjunta ou separadamente. No caso em que se destinar a atender a crianças 
e adolescentes, deverá adequar-se ao que prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente.
d) A Lei 12.010/09 tornou prescindível a participação de crianças e de adolescentes em 
acolhimento institucional na elaboração, na execução e avaliação do Plano Individual de 
Acolhimento.
e) O princípio da prioridade absoluta das crianças recém-nascidas não se sobrepõe à 
vedação ao exercício do direito personalíssimo do reconhecimento do nascimento do pai 
adolescente, por incapacidade absoluta deste.
SOCIOLOGIA E FILOSOFIA JURÍDICA
40. “O juízo de valor de que uma conduta é lícita ou ilícita (...) pressupõe um juízo de valor 
estabelecendo ser a função do legislador uma função legal (...). Os juízos jurídicos de valor exibem 
uma estratificação que corresponde a das normas jurídicas.”
Com base nas obras O que é justiça, de Hans Kelsen, e Ciência do Direito, de Tércio Sampaio 
Ferraz Junior, aponte qual a escola do direito que mais se relaciona ao trecho acima:
a) Escola Histórica do Direito.
b) Jusnaturalismo moderno.
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c) Sofistas.
d) Realismo jurídico.
e) Positivismo.
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QUESTÕES OBJETIVAS COM O GABARITO COMENTADO
PROFESSOR: CAIO PAIVA
E-mail: caio.paiva@cursocei.com
DIREITOS HUMANOS
1. No que diz respeito à pena de morte, aos Tratados Internacionais de Direitos Humanos e ao 
ordenamento jurídico brasileiro, assinale a alternativa incorreta:
a) A doutrina reconhece três fases da regulação jurídica internacional da pena de morte, 
podendo-se afirmar que o Brasil se encontra, atualmente, na “segunda fase”, que simboliza 
o banimento da pena capital com exceções.
b) Para os países que ainda admitem a aplicação da pena de morte, o Direito Internacional 
dos Direitos Humanos impõe uma condicionante intransponível, qual seja, a de que o 
sujeito tenha praticado um “crime grave”, podendo-se citar como exemplo o crime de 
tráfico internacional de drogas.
c) O Caso Hilaire, Constantine e Benjamin e outros vs. Trinidad e Tobago, julgado pela 
Corte Interamericana de Direitos Humanos em 21/06/2012, representa a primeira vez 
que um Tribunal internacional reconhece que a pena de morte obrigatória viola Tratados 
Internacionais de Direitos Humanos.
d) O Direito Internacional dos Direitos Humanos proíbe a aplicação da pena de morte a 
menores de dezoito anos, a maiores de setenta anos, a mulheres grávidas e a pessoas com 
retardo mental ou capacidade mental reduzida.
e) O Tribunal Europeu de Direitos Humanos, no julgamento do Caso Soering vs. Reino 
Unido, determinou que o “corredor da morte” consiste em tratamento cruel, inumano e 
degradante, impedindo, por esta razão, que o Estado demandado extraditasse o demandante 
aos EUA, onde poderia ser condenado à morte e, consequentemente, submetido à espera 
no “corredor da morte”.
COMENTÁRIO
Com as recentes (e trágicas) notícias de aplicação da pena de morte a brasileiros pela Indonésia, o tema 
inevitavelmente foi reacendido e ocupou o centro do debate nos últimos meses, devendo o candidato 
ficar atento para as diversas questões que rodeiam a discussão. Importante informar, ainda, que o tema 
(pena capital) foi objeto de questão objetiva no concurso da DPE/SP de 2006. Vejamos as alternativas:
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Alternativa (A): está correta. Conforme registra André de Carvalho Ramos, há três fases da regulação 
jurídica internacional da pena de morte: “A primeira fase é a da convivência tutelada, na qual a pena 
de morte era tolerada, porém com estrito regramento”, o qual abrangia, segundo o autor, limites como 
o da natureza do crime, vedação da ampliação, devido processo legal penal e vedações circunstanciais. 
“A segunda fase do regramento internacional da pena de morte é a do banimento com exceções. (...) 
A terceira – e tão esperada – fase do regramento jurídico da pena de morte no plano internacional é a 
do banimento em qualquer circunstância” (RAMOS, André de Carvalho. In Manual Prático de Direitos 
Humanos Internacionais. Coordenador Sven Peterke. Brasília, ESMPU/DF, 2010, p. 248-250). Podemos 
dizer que o Brasil se encontra, atualmente, na “segunda fase” da regulação internacional da pena de 
morte, eis que, embora tenha aderido ao bloco normativo internacional de repressão à pena de morte 
(Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o seu Segundo Protocolo Facultativo; Convenção 
Americana de Direitos Humanos e o seu Protocolo Adicional), reservou-se no direito de aplicar a pena 
capital no caso de guerra declarada, nos termos do art. 5º, XLVII, a, da CF.
Alternativa (B): a primeira parte da alternativa, até “crime grave”, está correta. O equívoco se encontra na 
menção ao crime de tráfico internacional de drogas como exemplo de “crime grave” a justificar, portanto, 
a legitimidade da pena de morte. No âmbito da proteção global dos direitos humanos, o Comitê de 
Direitos Humanos da ONU já estabeleceu que crimes graves são aqueles que “impliquem em perdas de 
vidas humanas”1. A jurisprudência do sistema global é seguida pelo sistema regional americano. Para 
aprofundar um pouco mais nessa questão, recomendo a leitura deste artigo que publiquei no Justificando, 
no qual faço uma análise da execução do brasileiro Marco Archer pela Indonésia: http://justificando.
com/2015/01/19/pena-de-morte-e-direitos-humanos-o-carrasco-nao-atendeu-o-carcereiro/
Alternativa (C): está correta. Conforme anotações que fiz sobre o citado Caso Hilaire e outros vs. Trinidad 
e Tobago na 6ª Rodada do curso CEI-Jurisprudência de Tribunais Internacionais de Direitos Humanos, 
registra Antônio Augusto Cançado Trindade que a importância deste Caso está no “repúdio à aplicação 
obrigatória da pena de morte sem individualização penal e possibilidade de indulto, graça ou anistia”, 
destacando, ainda, ter sido esta “a primeira vez que um tribunal internacional determina que a pena 
de morte ‘obrigatória’ é violatória de um tratado de direitos humanos como a Convenção Americana, 
que o direito à vida é violado pela aplicação da pena de morte de modo genérico e automático, sem 
individualizaçãoe sem as garantias do devido processo legal, e que, entre as medidas de reparação, deve 
o Estado demandado modificar sua legislação penal para harmonizá-la com a normativa de proteção 
internacional dos direitos humanos e abster-se, em qualquer caso, de executar os condenados” (Cf. o 
seu Voto Concorrente neste Caso Hilaire e outros vs. Trinidad e Tobago: http://www.corteidh.or.cr/docs/
1 Cf. Observação Geral nº. 6 e também as Observações Finais sobre o Irã. Ainda na jurisprudência do Comitê, se encontram 
precedentes que concluem pela violação do PIDCP no caso de aplicação da pena de morte em crime de roubo à mão armada 
sem vítima fatal (Caso Lubuto vs. Zambia, 1995) e também em casos de aplicação obrigatória/automática da pena capital, 
sem analisar as circunstâncias particulares do caso concreto (Caso Kennedy vs. Trinidad y Tobago, em 2000, e Caso Thompson 
vs. San Vicente y Las Granadinas, em 2002). Também no âmbito da ONU, a antiga Comissão de Direitos Humanos instou os 
Estados a velarem para que “o conceito de ‘crimes mais graves’ se limite aos delitos intencionais com consequências fatais ou 
extremamente graves e que não imponham a pena de morte por atos não violentos” (Cf. Resolução 2005/59 Questão da Pena 
Capital da Comissão de Direitos Humanos da ONU. Acessível em:http://www.acnur.org/biblioteca/pdf/4339.pdf?view=1, 
p. 3).
http://justificando.com/2015/01/19/pena-de-morte-e-direitos-humanos-o-carrasco-nao-atendeu-o-carcereiro/
http://justificando.com/2015/01/19/pena-de-morte-e-direitos-humanos-o-carrasco-nao-atendeu-o-carcereiro/
http://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/Seriec_94_esp.pdf
http://www.acnur.org/biblioteca/pdf/4339.pdf?view=1
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casos/articulos/Seriec_94_esp.pdf [p. 77]. Também apontando pelo caráter inédito da decisão na região 
americana: MAC-GREGOR, Eduardo Ferrer; MÖLLER, Carlos María Pelayo. In Convención Americana sobre 
Derechos Humanos – Comentario. Bogotá: Fundación Konrad Adenauer, 2014, p. 89).
Alternativa (D): está correta. Valho-me aqui, ainda, de considerações que fiz a respeito do Caso Hilaire. 
Sobre “aspectos relevantes” da pessoa do acusado/condenado, o art. 4.5 da CADH estabelece que “Não 
se deve impor a pena de morte a pessoa que, no momento da perpetração do delito, for menor de dezoito 
anos, ou maior de setenta, nem aplicá-la a mulher em estado de gravidez”. Importante ressaltar, aqui, a 
importantíssima conclusão da Comissão Interamericana no Caso Michael Domingues vs. EUA, em 2002, 
ao assentar que “o Estado atuou em violação de uma norma de jus cogens internacional ao sentenciar 
Michael Domingues à pena de morte por um delito que cometeu quando tinha 16 anos. Portanto, se o 
Estado vier a executar o Sr. Domingues em virtude desta sentença, a Comissão conclui que será responsável 
por uma grave e irreparável violação do direito à vida do Sr. Domingues segundo o artigo I da Declaração 
Americana” (Para consultar e ler na íntegra o Relatório da Comissão neste Caso: http://cidh.oas.org/
annualrep/2002port/EstadosUnidos.12285.htm, em português). Curiosidade: o Caso Michael Domingues 
teve como representante da vítima, na Comissão Interamericana, um Defensor Público do Condado 
Clark (EUA), que havia complementado petição anteriormente apresentada por uma entidade de defesa 
dos direitos humanos dos EUA. Importante: o Caso Michael Domingues representa uma superação do 
precedente da Comissão firmado no Caso Roach e Pinkerton vs. EUA, em que se estabeleceu que não 
existia, naquele momento, uma norma consuetudinária em direito internacional que impedisse a aplicação 
da pena de morte a menores de 18 anos.
Ainda sobre a proibição de aplicação da pena de morte a determinados grupos de pessoas, embora 
os Pactos Internacionais prevejam expressamente apenas menores de 18 anos, maiores de 70 anos e 
mulheres grávidas, importante ressaltar que o Conselho Econômico e Social da ONU, em sua Resolução 
nº. 1989/64, recomenda aos Estados membros abolirem a pena de morte – também – para os casos de 
pessoas que padeçam de retardo mental ou com capacidade mental claramente limitada. Da mesma 
forma, a antiga Comissão de Direitos Humanos da ONU, em sua Resolução nº. 2005/59, que, além de 
prever a hipótese dos deficientes mentais, ainda amplia a situação de gravidez para abranger também 
mulheres com filhos bebês (Informação extraída de Estándares internacionales relativos a la aplicación 
de la pena de muerte. Comisión Internacional de Juristas, Genebra/Suíça, p. 19. Disponível em: http://
www.refworld.org/pdfid/530ef6f94.pdf ). Atenção: o aspecto relativo à aplicação da pena de morte a 
cidadãos com retardo mental ganhou destaque com a notícia da próxima execução de outro brasileiro na 
Indonésia, que estaria acometido de doenças mentais.
Alternativa (E): está correta. Outro tema importante, que pode ser abordado a partir das considerações 
sobre a pena de morte, é o denominado “fenômeno do corredor da morte” (death row phenomenon), 
que foi severamente criticado pela Corte Interamericana no Caso Hilaire. Sobre o assunto, de fato, 
conforme consta no enunciado, o Tribunal Europeu de Direitos Humanos, no conhecido Caso Soering 
vs. Reino Unido, determinou que o “corredor da morte” é um tratamento cruel, inumano e degradante, e 
justamente por essa razão impediu que o Estado demandado extraditasse o indivíduo demandante (um 
http://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/Seriec_94_esp.pdf
http://cidh.oas.org/annualrep/2002port/EstadosUnidos.12285.htm
http://cidh.oas.org/annualrep/2002port/EstadosUnidos.12285.htm
http://www.refworld.org/pdfid/530ef6f94.pdf
http://www.refworld.org/pdfid/530ef6f94.pdf
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nacional alemão) aos EUA, onde poderia ser condenado à morte e, consequentemente, submetido ao 
sofrimento intenso e prolongado de espera de execução no “corredor da morte”, cenário que evidenciaria 
violação do art. 3º da Convenção Europeia de Direitos Humanos.
Finalmente, sem qualquer pretensão de esgotar este – inesgotável – tema da “pena de morte”, devemos 
recordar que o Brasil não pode entregar extraditando a Estado que poderá aplicar a pena de morte, 
entendimento este consolidado na jurisprudência do STF desde 1959 (Plenário, Ext 218) até os dias atuais 
(Plenário, Ext 1201, julgada em 2011). A exceção, ainda conforme a jurisprudência do Supremo, ficaria por 
conta da hipótese em que a Constituição Federal brasileira admite a aplicação da pena de morte, nos 
termos do seu art. 5º, XLVII, a, quando seria permitida, portanto, a extradição (neste sentido: Plenário, Ext 
633, julgada em 1996).
PARA FIXAÇÃO
O Brasil se encontra na “segunda fase” da regulação jurídica internacional da pena de morte (banimento 
com exceções). “Crime grave”, para o Direito Internacional dos Direitos Humanos (DIDH), somente pode 
ser aquele que implica na perda de vidas humanas. O Caso Hilaire representa a primeira vez que um 
Tribunal Internacional reconhece que a “pena de morte obrigatória” viola o DIDH. O DIDH proíbe a 
aplicação da pena de morte a grupos vulneráveis (menores de 18 anos, maiores de 70 anos, grávidas, 
doentes mentais etc.). O Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH) já decidiu que o “corredor da 
morte” viola o DIDH (Caso Soering vs. Reino Unido).
GABARITO: LETRA “B“
2. No que diz respeito às classificações dos direitos humanos e às teorias que as explicam, assinale 
a alternativa correta:
a) A teoria das gerações dos direitos humanos é atribuída ao jurista alemão Otto Bachof.
b) Não se verifica complementaridade alguma entre, de um lado, os direitos civis e políticos, 
e de outro, os direitos econômicos e sociais, podendo a efetivação de cada grupo de direitos 
progredir independentemente da efetivação do outro grupo.
c) É correto afirmar que existem “direitos humanos híbridos”, os quais demandam, para se 
verem realizados, tanto ações quanto a omissão estatal.
d) A CLT – Consolidação das Leis do Trabalho é considerada um dos principais marcos 
históricosdos direitos humanos de segunda geração.
e) A teoria das gerações dos direitos humanos encontra acolhida na Declaração e Programa 
de Ação de Viena, de 1993.
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COMENTÁRIO
Sendo honesto com você, nosso querido(a) aluno(a), essa questão não é totalmente inédita, pois foi 
por mim elaborada para o curso CEI-DPE/MG/RS. Embora tenhamos o compromisso de sempre 
trabalhar questões inéditas, considerando que nosso acervo de questões já está alcançando um tamanho 
considerável, em raras oportunidades iremos replicar algum conteúdo de outros cursos, sempre, porém, 
com a devida adaptação e acréscimo de informações. E assim o faço aqui, aliás, em razão de esse 
conhecimento mais teórico sobre Direitos Humanos ser cobrado em praticamente todos os concursos das 
Defensorias. Vamos às alternativas:
Alternativa (A): está errada. Otto Bachof foi o responsável por conceber o estudo sobre Normas 
Constitucionais Inconstitucionais, e não a teoria das gerações dos direitos humanos, a qual é atribuída 
ao jurista francês de origem checa, Karel Vasak, que, conforme leciona André de Carvalho Ramos, 
“em Conferência proferida no Instituto Internacional de Direitos Humanos de Estrasburgo (França), no 
ano de 1979, classificou os direitos humanos em três gerações, cada uma com características próprias. 
Posteriormente, determinados autores defenderam a ampliação da classificação de Vasak para quatro ou 
até cinco gerações”. E prossegue o autor para explicar que
“Cada geração foi associada, na Conferência proferida por Vasak, a um dos 
componentes do dístico da Revolução Francesa: ‘liberte, egalité et fraternité’ 
(liberdade, igualdade e fraternidade). Assim, a primeira geração seria composta 
por direitos referentes à ‘liberdade’; a segunda geração retrataria os direitos 
que apontam para a ‘igualdade’; finalmente, a terceira geração seria composta 
por direitos atinentes à solidariedade social (‘fraternidade’)” (RAMOS, André de 
Carvalho. Curso de Direitos Humanos. São Paulo: Saraiva, 2014, p. 55).
Previamente ao exame da segunda alternativa, parece-me fundamental destacar que a teoria das gerações 
dos direitos humanos, embora tenha um caráter didático, recebe diversas críticas da doutrina, as quais 
podem ser, de um modo geral, divididas em três eixos, conforme a doutrina de Silvio Beltramelli Neto 
(NETO, Silvio Beltramelli. Direitos Humanos. Salvador: Juspodivm, 2014, p. 77-78):
“Falsa ideia de sobreposição: a identificação dos direitos fundamentais com 
períodos históricos que se sucederam transmite a equivocada sensação de ter 
havido uma sobreposição ou substituição de uma geração pela outra;
Falsa ideia de hierarquia: falar-se em 1ª, 2ª e 3ª gerações pode, erroneamente, 
denotar a existência de patamares de importância entre as gerações, percepção 
que afronta o anseio pela efetividade, sem distinções, de todos os direitos humanos. 
Tal noção reforça, por exemplo, o déficit de concretização dos direitos econômicos 
sociais e culturais em face dos direitos civis e políticos;
Falsa ideia de compartimentação: qualquer um dos direitos humanos apresenta 
facetas que podem conduzir os seus sujeitos passivos ora a obrigações de 
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abstenção (associadas à 1ª geração), ora a obrigações de prestação (associadas à 
2ª geração), além do que podem sofrer violações cuja extensão dizem respeito a 
toda sociedade (associadas à 3ª geração), motivo pelo qual, ao permitir a ideia da 
existência de uma classificação estanque (três gerações compartimentadas, sem 
espaços de conexão), erra a Teoria das Gerações”.
Encerro os comentários dessa alternativa trazendo, também, a crítica de natureza política invocada por 
Carlos Weis, para quem “Insistir, pois, na ideia das gerações, além de consolidar a imprecisão da expressão 
em face da noção contemporânea dos direitos humanos, pode se prestar a justificar políticas públicas que 
não reconhecem a indivisibilidade da dignidade humana e, portanto, dos direitos fundamentais, geralmente 
em detrimento da implementação dos direitos econômicos, sociais e culturais ou do respeito aos direitos 
civis e políticos previstos nos tratados internacionais já antes citados” (WEIS, Carlos. Direitos Humanos 
Contemporâneos. 2ª ed. São Paulo: Malheiros, 2010, p. 54).
Alternativa (B): também está errada e o raciocínio para se chegar a essa conclusão decorre justamente 
das críticas endereçadas à teoria das gerações dos direitos humanos. Ao contrário do que foi veiculado na 
alternativa, do ponto de vista de sua verificação real, adverte Carlos Weis, “os direitos ‘de’ (liberdades civis) 
necessitam da realização dos direitos ‘a’ (direitos econômicos, sociais e culturais). A complementaridade 
necessária dos direitos humanos figura como condição de ocorrência material – vale dizer, de eficácia – 
dos direitos civis e políticos, levando à conclusão de que negar caráter jurídico aos direitos econômicos, 
sociais e culturais significa retirar a eficácia dos outros, se ou quando seu exercício pleno depender do 
acesso aos meios de vida adequados. Ora se os direitos civis e políticos só se tornam plenamente eficazes 
com a concorrência dos direitos econômicos, sociais e culturais, pode-se dizer que seu próprio conteúdo e 
sentido passaram por uma transformação, desde sua concepção até os dias correntes, acompanhando a 
modificação da noção de ser humano, de que se falou” (Obra citada, p. 68-69).
Alternativa (C): está correta. Vejamos a lição de Weis: “Acompanhando esse fenômeno [de 
complementaridade dos direitos humanos], começam a surgir direitos humanos ‘híbridos’, fusão dos 
atuais direitos compartimentados, que demandam tanto ações quanto a omissão estatal para se verem 
plenamente realizados”. E o autor exemplifica a frente: “A rigor, o próprio Pacto Internacional dos Direitos 
Econômicos, Sociais e Culturais já contêm disposições neste sentido, e sua leitura atenta demonstra o 
caráter relativo da implantação progressiva dos direitos de que cuida. Tome-se como exemplo seu art. 13, 
que cuida da educação. Nele encontram-se orientações ao Estado, obrigações precisas de fazer e, mesmo, 
liberdades negativas, implicando a abstenção estatal” (Obra citada, p. 69).
Alternativa (D): está errada, pois a CLT, embora consista num importante marco regulatório dos direitos 
humanos (no caso, do direito social ao trabalho), não figura na lista dos eventos legislativos que (mais) 
ensejaram a efetivação dos direitos humanos, os quais foram, segundo a doutrina de André Ramos de 
Carvalho: “as chamadas lutas sociais na Europa e Américas, sendo seus marcos a Constituição mexicana 
de 1917 (que regulou o direito ao trabalho e à previdência social), a Constituição alemã de Weimar de 
1919 (que, em sua Parte II, estabeleceu os deveres do Estado na proteção dos direitos sociais) e, no Direito 
Internacional, o Tratado de Versailles, que criou a Organização Internacional do Trabalho, reconhecendo 
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direitos dos trabalhadores” (RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos. São Paulo: Saraiva, 
2014, p. 56).
Alternativa (E): diversamente do que nela consta, a teoria das gerações dos direitos humanos não encontra 
acolhida na Declaração e Programa de Ação de Viena de 1993, diploma que, em seu art. 5º estabelece que 
“Todos os direitos humanos são universais, indivisíveis, interdependentes e inter-relacionados. A comunidade 
internacional deve tratar os direitos humanos de forma global, justa e equitativa, em pé de igualdade e com 
a mesma ênfase. Embora particularidades nacionais e regionais devam ser levadas em consideração, assim 
como diversos contextos históricos, culturais e religiosos, é dever dos Estados promover e proteger todos 
os direitos humanos e liberdades fundamentais, sejam quais forem seus sistemas políticos, econômicos 
e culturais”. Assim sendo, considerando que a Declaração aludida ratifica os ideias da indivisibilidade, 
interdependência e interrelação dos

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