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Resumos de Direito Penal 1

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Aula 11 CONCURSO DE PESSOAS
. Conceitos, Requisitos, Teorias e o sistema penal brasileiro (CRÉDITO DIGITAL) SITUAÇÃO-PROBLEMA:
 O Código penal adotou a teoria monista para a punibilidade do concurso de pessoas, nos termos do art. 29 do Código Penal: - - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. Assim, essa teoria determina, em resumo, que todos os agentes que concorreram para o mesmo resultado deverão responder pelo mesmo crime. Imagine que na cidade de Instante, Jairo e o corréu, Jessé, foram condenados em primeira instância, pelo crime de roubo na forma tentada. O Ministério Público recorreu da decisão do Tribunal de Justiça perante o STJ, mas somente contra a condenação de Jairo. O Superior Tribunal de Justiça acolheu o recurso e modificou a sentença para condenar Jairo pelo crime de roubo consumado, e não tentado, além de excluir a atenuante de confissão espontânea, reconhecida em segunda instância. O resultado foi o aumento da pena. Assim, um deles responderia pelo crime na forma tentada e o outro, na forma consumada, apesar de atuaram com unidade de desígnios. Considerando as penas distintas a corréus que foram processados e julgados pela mesma prática delitiva, você entende que houve afronta à teoria monista adotada pelo nosso Código Penal no que diz respeito ao concurso de pessoas? Justifique.
 MACETE: PRIL
LIAME SUBJETIVO
Concurso de pessoas 
– art. 29 do CP. Requisitos: pluralidade de agentes, relevância causal, identidade da infração e liame subjetivo, que não é acordo prévio. MACETE: PRIL Teoria: Monista, dualista e pluralista.
Teoria do domínio final do fato
 – Essa teoria amplia o conceito de autor e explica também as hipóteses de autoria mediata, permitindo a punição deste, na qualidade de autor, ainda que não se utilize de um instrumento impunível (inimputável). Para essa teoria, considera-se autor todos aquele que detém o controle finalístico da empreitada criminosa; Aquele que tem poder de comando e organização. Autor de escritório; Organização criminosa, facções etc.
 EX: Autoria de determinação – Médico que manda a enfermeira aplicar um veneno sem que ela saiba. Autor é o médico e a enfermeira é o instrumento dele. O código penal adotou a teoria restritiva da autoria, atrelado ao critério objetivo formal, distinguindo autor e partícipe. Porém, a teoria do domínio final do fato vem ganhando muitos adeptos no pensamento jurídico moderno. Assim, autor é aquele que pratica ato relevante na execução do plano criminoso. EX: A que espera no carro os demais comparsas que estão praticando roubo, é coautor ou partícipe? STJ HC 20819.
Participação Seria uma conduta acessória utilizada pelo agente objetivando auxiliar induzir ou instigar o autor principal na relação do tipo penal. Formas de participação Moral – ocorre quando o agente induz ou instiga o autor principal. Induzir- é fazer nascer na cabeça do agente a vontade de praticar tal conduta criminosa. Instigação – é reforçar algo na cabeça do agente que já existe. Material – É a prestação material de auxílio ao autor do crime. (emprestar uma arma, ou faca)
Até que ponto o partícipe pode responder? Preciso do conceito de crime. Teoria da acessoriedade mínima – Basta que o Fato seja típico para que o participe responda
. EX: Induzir alguém em legítima defesa eu seria partícipe? 
Teoria da acessoriedade limitada – Basta que o fato praticado pelo autor seja típico e ilícito. (majoritário), pois culpabilidade pé caráter subjetivo, de cada agente.
 Acessoriedade extremada – Basta que seja típico, ilícito e culpável.
 Hiperacessoriedade – Basta que o fato seja típico, ilícito, culpável e punível. Até que momento o partícipe poderá ingressar na ceara do ilícito? EX: Ocultação de cadáver. Aprenda + Assista ao vídeo: concurso de pessoas. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=JI_9MF_c7bc Acesso em: 13 nov. 2020.
EXPLICANDO Concurso de pessoas: conceitos e fundamentos, requisitos. Conceito – Concurso de pessoas é uma reunião de pessoas para realização de um crime. Essas pessoas devem atuar de maneira relevante e possuir identidade de propósito (liame subjetivo). Não havendo identidade de propósito, há autoria colateral e não concurso de pessoas. Requisitos – São requisitos do concurso de pessoas: 
• pluralidade de agentes ou de condutas;
 • relevância causal das condutas: significa que cada partícipe ou coautor tenha dado causa, de alguma forma, para o resultado; é vista a partir da teoria da equivalência combinada com a teoria da eliminação hipotética – imagina-se um desdobramento fático sem aquela conduta, isto é, se o desdobramento for o mesmo, a conduta não é causa, se for diferente então a conduta é causa, causa é tudo aquilo que sem aquilo o crime não teria ocorrido como ocorreu. 
• identidade de infração: a ideia é de que os agentes queiram praticar o mesmo crime. 
• liame subjetivo: os agentes devem estar conscientes da prática dos demais. É dispensado o prévio ajuste para a prática do crime. Teorias – O ordenamento jurídico traz as seguintes teorias: 
• teoria monista: todos os concorrentes, independentemente da distinção entre partícipes, autores ou coautores, praticam condutas concorrendo para a prática de um único crime, de modo que responderão por este crime. Disposta no art. 29, CP. Adotada pelo CP (em regra, mas há exceções).
 • teoria pluralista (teoria da cumplicidade-delito distinto ou autonomia da concorrência): cada agente do crime comete um delito diferente, eis que cada agente possui um elemento e conduta específicos. Ex.: corrupção ativa (art. 333, CP) e corrupção passiva (art. 317, CP). O particular que corrompe o funcionário público pratica corrupção ativa, enquanto o funcionário corrompido pratica corrupção passiva. Outro exemplo é Art. 124 e Art. 126 ambos do CP. 
• teoria dualista: faz uma diferenciação, estabelecendo que há um delito para os executores (autores e coautores) e outro delito para os partícipes. O CP adotou a teoria monista, com base no art. 29 do CP, estabelecendo que quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. O autor e o partícipe respondem pelo mesmo crime. No entanto, há exceções, em que se poderia pensar na teoria pluralista. O CP, em determinados pontos, adota a teoria pluralista, como é o caso da corrupção passiva e ativa. 
V – espécies de autoria: Autoria mediata
 Na autoria imediata, é o próprio agente que executa o fato. O autor mediato, por sua vez, não realiza o núcleo do tipo. Há autoria mediata quando o agente se utiliza de pessoa, que atua sem dolo ou de forma não culpável, como instrumento para a execução do fato. O domínio do fato pertence exclusivamente ao autor mediato, e não ao executor. O autor mediato domina a vontade alheia para cometer o delito.
 Ex.: médico indica a injeção letal para que a enfermeira aplique na vítima, sem que a enfermeira tenha conhecimento do intento criminoso. O médico é autor mediato; se a enfermeira percebe que é veneno e aplica propositadamente, também pratica o crime de homicídio; se ela tem dúvida se é ou não veneno, mas acredita sinceramente que não é, apesar da cor ser muito diferente da cor do remédio, ela pode incidir na prática de homicídio culposo. Prevalece o entendimento de que não se admite autoria mediata em crimes culposos, também denominados de crimes imprudentes, pois a autoria mediata tem lugar quando alguém se vale de outrem como instrumento para atingir um resultado, mas, no caso do crime culposo, o resultado é involuntário. 
No tocante aos crimes próprios ou crimes de mão própria, a doutrina afirma que, em relação aos crimes próprios (aqueles que exigem uma qualidade especial do sujeito ativo), como é o caso do peculato, que exige a condição de ser o agente funcionário público, será possível a autoria mediata, desde que o autor mediato seja quem tenha a qualidade exigida pelo tipo penal, não podendo ser a pessoa-instrumento. Já em relação aos crimes de mão própria, por não permitiremcoautoria, o entendimento majoritário é no sentido de que não se admite cautoria, eis que a ação deve ser praticada diretamente pelo sujeito ativo. 
Ex.: Crime de falso testemunho ou falsa perícia (art. 342, CP). A doutrina fala hoje em autoria de escritório, que é uma forma de autoria mediata. Trata-se de uma autoria em que um indivíduo emite uma ordem para que outro a cumpra. A ordem para o subordinado é de matar uma terceira pessoa, por exemplo. 
Quem mata é igualmente culpado, assim como aquele que emite a ordem. Perceba que quem emite a ordem possui uma posição de comando, enquanto o subalterno pode ser inclusive ser trocado. O autor de escritório é o autor mediato. Essa autoria mediata é característica de organizações criminosas hierarquizadas, havendo fungibilidade dos membros.
 OBS: CUIDADO, POIS A PROVA DO MP-PR JÁ CONSIDEROU COMO CORRETA A OPÇÃO DE NÃO HAVER AUTORIA MEDIATA NOS CRIMES DE MÃO PROPRIA E CRIME PRÓPRIO.
 Autoria colateral Não há concurso de pessoas pela ausência de vínculo subjetivo, em outras palavras, um não sabe da conduta do outro. A autoria colateral ocorre quando dois ou mais agentes, ignorando a atuação do outro, praticam determinada conduta visando ao mesmo resultado, que ocorre em razão do comportamento de apenas um deles. 
Ex.: João e José querem matar Antônio, esperam Antônio passar e, para isso, cada um se esconde atrás de uma árvore diferente; quando Antônio passa, ambos atiram; Antônio vem a óbito em razão do disparo de João e não de José. João responde por homicídio consumado e José por tentativa de homicídio.
 Caso não se saiba quem foi o autor responsável pelo disparo fatal, por exemplo, haverá autoria incerta, razão pela qual ambos deverão responder por tentativa de homicídio, devido à máxima do in dubio pro reo. Se, havendo duas pessoas querendo matar alguém, uma se utilizar de meio absolutamente ineficaz para atingir o resultado e a outra se valer de um meio eficaz, como veneno, caso não seja possível apontar qual das duas foi a que utilizou o meio eficaz, nenhuma delas será responsável pelo crime.
 (Caiu em prova) AUTORIA INCERTA.
 Em outras palavras, no caso, ficou configurado que uma pessoa cometeu um crime impossível (ex.: usou talco para matar alguém) e a outra usou de um meio possível e matou de fato a vítima, mas não se sabe quem ministrou qual substância. Logo, pela aplicação do in dubio pro reo, nenhum dos agentes responde pelo crime. O caso não se confunde com o anterior, pois naquela as duas pessoas usavam de meio eficazes para atingir o resultado desejado. 
Multidão delinquente: São os crimes multitudinários ocorridos por conta de um fato gerador dessas condutas. É o caso, por exemplo, dos indivíduos que subtraem caixas de cerveja do caminhão tombado
 – furto qualificado pelo concurso de pessoas (art. 155, § 4º, inciso IV, CP). Apesar de não haver prévio ajuste, há liame subjetivo, havendo concurso de pessoas, porém é difícil particularizar a conduta de cada um dos indivíduos.
 Sendo assim, dispensa-se a individualização da conduta, bastando comprovar que o agente contribuiu para a ocorrência do resultado. O Código Penal, no art. 65, inciso III, prevê uma atenuante da pena, caso o indivíduo cometa um crime influenciado pela multidão. Mas essa atenuante é apenas para quem foi influenciado, pois quem provocou a multidão é punido pela agravante do art. 62, inciso I, CP, visto que dirigiu a atividade dos demais agentes.
 Coautoria Há dois ou mais autores, ligados subjetivamente, unidos para a prática de uma conduta criminosa. Coautoria: dois ou mais autores. E portanto, se há um caso de coautoria, haverá concurso de agentes. Nos crimes próprios é possível coautoria, ainda que o indivíduo não tenha a qualidade especial.
 Ex.: Para a prática de peculato é necessário ser funcionário público, mas é possível que haja coautoria ainda que o indivíduo não tenha a qualidade especial, desde que o agente saiba que o comparsa ostenta essa qualidade. Prevalece que os crimes de mão própria não admitem coautoria.
Os crimes de mão própria exigem que o sujeito ativo pratique o próprio núcleo do tipo, razão pela qual não admitem coautoria, mas tão somente participação. Há apenas uma exceção de coautoria em crimes de mão própria que é o caso do crime de falsa perícia. Nesse caso, os dois peritos combinam de cometer o crime de falsa perícia (art. 342, CP). Há também a discussão de a testemunha praticar em coautoria com o advogado o crime de falso testemunho do CP.
PARTICIPAÇÃO (animus socci) Participação: o sujeito realiza atos que contribuem para o crime, sem executar o núcleo do tipo (teoria objetivo-formal). Conduta acessória. A) Espécies de partícipe São espécies de participação:
 • Participação moral: o agente instiga ou induz. Instigar é alimentar a ideia já existente. Induzir é fazer nascer o pensamento no agente. A instigação e o induzimento devem atingir pessoa certa, pois se forem gerais, o crime poderá ser o de incitação ao crime (art. 286, CP). 
• Participação material: o agente auxilia materialmente.
B) Teorias da punição do partícipe São teorias que analisam a punição do partícipe:
 • teoria da acessoriedade mínima: para punir o partícipe, basta que o autor pratique o fato típico.
 • teoria da acessoriedade limitada: para punir o partícipe, basta que o autor pratique o fato típico e ilícito. Esta é a que predomina na doutrina. 
• teoria da acessoriedade máxima: para punir o partícipe, é necessário que o autor pratique o fato típico, ilícito e que seja o autor culpável. 
• teoria da hiperacessoriedade: para punir o partícipe, é necessário que o autor pratique o fato típico, ilícito e que seja o autor culpável e punível.
Participação em cadeia e participação sucessiva (CAIU EM PROVA)
 • participação em cadeia: é o caso em que um agente instiga outro que induz um terceiro a cometer o crime.
 • participação sucessiva: é o caso em que um indivíduo instiga uma pessoa e, paralelamente, há uma outra pessoa instigando também essa pessoa, sem que os instigadores tenham conhecimento um da atuação do outro. O mesmo agente é instigado por duas ou mais pessoas, sem que uma tome conhecimento da ação das outras.
Concurso de pessoas em crimes omissivos
 Admite-se coautoria em crimes omissivos próprios, apesar de divergente o entendimento. Mirabete diz que não é possível coautoria em crimes omissivos próprios. Cezar Roberto Bitencourt entende que é possível coautoria em crimes omissivos próprios, desde que exista vínculo subjetivo.
 Ex.: João e Pedro assistem Maria se afogando. João vira para Pedro e diz: “deixa morrer”. Pedro responde: “vamos deixar”. Caso Maria morra, haverá coautoria, pois os dois concordaram em não socorrer a colega
. Também é possível a participação em crimes omissivos próprios.
 Ex.: o paciente vira para o médico e pede para que ele não cumpra a notificação compulsória de que o paciente é portador. O médico deixa de efetuar a notificação compulsória, baseado naquele apelo.
 O sujeito que pediu não omitiu, mas foi partícipe da omissão (art. 269, CP).
 É possível a coautoria nos crimes omissivos impróprios (ou comissivos por omissão – que são aqueles crimes comissivos, mas cometidos por omissão por aquele que tinha o dever jurídico de evitar o resultado, que é o garante, previsto do art. 13, § 2º, CP), desde que os garantes tenham de evitar o resultado, e de comum acordo não evitem o resultado.
 Embora haja divergência, pois cada um seria autor da própria omissão.
 Ex.: mãe e pai concordam em deixar o recém-nascido morrer.
Omunicabilidade das circunstâncias, condições e elementares
 Segundo o art. 30 do CP, não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. Todos os tipos penais são integrados por suas elementares. Alguns também possuem circunstâncias. O que for de caráter pessoal, circunstância ou condição, não se comunica. Só se comunica aquilo que for elementar.
 • circunstâncias: são dados acessórios ao crime, dispensáveis para a configuração da figura penal básica, embora causem influênciasobre a quantidade de pena. Podem ser objetivas e subjetivas:
 •circunstâncias objetivas –
 Ex.: furto mediante rompimento de obstáculo. Essa circunstância qualifica o crime de furto (elementar) e vai se comunicar.
 •circunstâncias subjetivas: não se comunicam como regra, salvo quando forem elementares, pois se referem ao agente.
 Ex.: quem mata o pai para receber herança comete homicídio qualificado pelo motivo torpe; o motivo torpe é uma circunstância do crime de homicídio, ligada ao crime, mas que se refere ao agente, sendo esta circunstância subjetiva, que não se comunica ao coautor.
 • condição: é algo inerente ao indivíduo; a condição é inerente ao indivíduo, existindo independentemente da prática do crime.
 Ex.: reincidência, isto é, independente do crime, o sujeito vai ser reincidente. O mesmo ocorre em relação à condição da menoridade, eis que o indivíduo, por ser menor, não pratica crime, e sim ato infracional, não se comunicando com os demais agentes.
 • elementar: são dados que constituem o tipo penal, ou seja, são os elementos constitutivos do crime. As elementares sempre se comunicam, sejam de caráter objetivo ou subjetivo. 
Ex.: a vítima é menor de 14 anos, e acaba por ser estuprada por dois indivíduos. Neste caso, o fato de ela ser menor de 14 é elementar para o crime de estupro de vulnerável (art. 217-A, CP), sendo uma elementar que irá atingir os dois agentes, independentemente de suas condições. As circunstâncias e condições de caráter objetivo se comunicam, desde que os demais indivíduos tenham o conhecimento.
 Ou seja, se ambos os indivíduos estiverem sabendo que o crime de furto foi cometido com rompimento de obstáculo, haverá furto qualificado. No entanto, caso um deles não tenha esse conhecimento, responderá apenas por furto simples.
Aula 09: Teorias e espécies de concurso de crimes Situação-problema:
 acompanhe a seguinte decisão: [...] concurso material e concurso formal. Distinção básica. Os institutos diferem sob o ângulo da ação ou da omissão, pressupondo o primeiro mais de uma, enquanto o segundo requer ação ou omissão única. Extorsão. Caixa eletrônico. Numerário. Roubo. Subtração de outros bens da vítima. Vindo o agente, no mesmo contexto, a praticar extorsão, compelindo a vítima a sacar numerário em caixa eletrônico e dela subtraindo outros bens – roubo -, tem-se, ante a ação única, concurso formal, e não material (HC 98.960, rel. min. Marco Aurélio, j. 25-10-2011, 1ª T, DJE de 6-12-2011). A partir disso, é possível indagar: para efeito de classificação do concurso de crime, as condutas praticadas pelo agente são consideradas autônomas, ou será considerada conduta única, praticada mediante diversos atos? Justifique sua resposta com base na análise das teorias e espécies de concursos de crimes.
Crime continuado:
 quando o agente, ao praticar mais de uma ação ou omissão, comete dois ou mais crimes da mesma espécie, e por suas condições – seja de tempo, lugar, maneira de execução – devem os subsequentes serem tidos como continuação do primeiro.
 É aplicada a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. Requisitos: Tempo (STJ), lugar, maneira de execução. OS crimes precisam ser idênticos? STJ entende o que por crimes idênticos? Art. 71
 – Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. Parágrafo único
 – Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.
Situação-problema: acompanhe a seguinte decisão: [...] concurso material e concurso formal. Distinção básica. Os institutos diferem sob o ângulo da ação ou da omissão, pressupondo o primeiro mais de uma, enquanto o segundo requer ação ou omissão única. Extorsão. Caixa eletrônico. Numerário. Roubo. Subtração de outros bens da vítima. Vindo o agente, no mesmo contexto, a praticar extorsão, compelindo a vítima a sacar numerário em caixa eletrônico e dela subtraindo outros bens – roubo -, tem-se, ante a ação única, concurso formal, e não material (HC 98.960, rel. min. Marco Aurélio, j. 25-10-2011, 1ª T, DJE de 6-12-2011). A partir disso, é possível indagar: para efeito de classificação do concurso de crime, as condutas praticadas pelo agente são consideradas autônomas, ou será considerada conduta única, praticada mediante diversos atos? Justifique sua resposta com base na análise das teorias e espécies de concursos de crimes.
 Conceito:
 O concurso de crimes ocorrerá toda vez que houver a prática de duas ou mais ações (e não condutas), ambas cometidas pela MESMA pessoa em um mesmo contexto fático ou não. Espécies de cúmulo: Cúmulo material – (ato de somar as penas) Cúmulo da exasperação – (ato de aumentar a pena de um dos crimes).
 Espécies de concurso de crimes: O concurso de crimes se divide em: Concurso material: Ocorre o concurso material de crimes quando o agente, no mesmo contexto criminoso, pratica dois ou mais crimes idênticos ou não, havendo uma progressão criminosa. Aqui as penas são aplicadas cumulativamente. Art. 69 do CP: Art. 69
 – Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela.
 §1º – Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código. §2º
 – Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais.
 Concurso formal: Quando o agente, ao praticar apenas UMA conduta, acaba cometendo dois ou mais crimes. Nesse caso, é aplicada a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas. Art. 70 do CP: Art. 70
 – Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade.
 As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
 Parágrafo único – Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código.
 O concurso formal é classificado em:
 I. Concurso formal homogêneo:
 Haverá quando ocorrer dois ou mais crimes idênticos. O exemplo clássico dado pela doutrina é o ato de avançar o sinal vermelho e matar duas pessoas. Dessa forma, teremos dois Homicídios Culposos. II.
 Concurso formal heterogêneo:
 Haverá quando ocorrer dois ou mais crimes diversos. O exemplo clássico dado pela doutrina é parecido com o primeiro exemplo, mas, os tipos penais diferentes. Vejamos: Avançar o sinal vermelho e matar um homem e ferir outra pessoa. Dessa forma, temos um crime de Homicídio e outro de lesão Corporal.
 III. Concurso formal perfeito: O agente pratica uma só conduta, sendo um ato doloso e o outro culposo, não possuindo desígnios autônomos. IV. Concurso formal imperfeito: O agente ele pratica uma só conduta e ambos os atos, no mesmo contexto fático com dolo, ou seja, desígnios autônomos.
 Como exemplo temos a seguinte situação fática: João atira em Carlose Ana. Põe um atrás do outro e dá somente um tiro para economizar a bala. Repare que o agente praticou uma só conduta, um tiro, e teve dois ou mais resultados (2 homícidios) e o agente quis os dois resultados. Nessa hipótese de concurso formal imperfeito, o agente responderá com cúmulo material, ou seja, somando as penas. Crime continuado: quando o agente, ao praticar mais de uma ação ou omissão, comete dois ou mais crimes da mesma espécie, e por suas condições
 – seja de tempo, lugar, maneira de execução
 – devem os subsequentes serem tidos como continuação do primeiro. É aplicada a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. Requisitos: Tempo (STJ), lugar, maneira de execução. OS crimes precisam ser idênticos? STJ entende o que por crimes idênticos? Art. 71
 – Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. Parágrafo único
 – Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.
 Resultado diverso do pretendido: Art. 74 do CP. Embora não seja uma espécie de concurso de crimes, deve ser tratado nesse tópico. OBS importante da jurisprudência: O posicionamento pacificado desta Corte é no sentido de que ‘[o] percentual de aumento decorrente do concurso formal de crimes (art. 70 do CP) deve ser aferido em razão do número de delitos praticados’ (STJ, HC 222855/SP, Relatora Ministra Laurita Vaz, julgado em 03.09.2013). Informativo n. 806 STF.
Aula 03 O sistema Penal Brasileiro.
 Princípios norteadores da Pena Situação-problema: que os delitos mais funestos(piores) à sociedade sejam os mais raros. Os meios que a legislação emprega para impedir os crimes devem, pois, ser mais fortes à medida que o delito é mais contrário ao bem público e pode tornar-se mais comum. Deve. Pois, haver uma proporção entre os delitos e as penas. (Cesar Beccaria, Dos delitos e das penas). Essa passagem do livro de Beccaria deixa evidente o caráter proporcional que se deve atribuir ao delito, a depender da gravidade do crime. A partir disso, é possível indagar: No contexto jurídico brasileiro, é possível enquadrar esse trecho apresentado pelo autor a um princípio da sanção penal, o da proporcionalidade, que deve corresponder entre a gravidade do injusto penal e a pena aplicada. Assim sendo, avalie, sob o crivo de constitucionalidade, a partir de que momento deve-se cumprir a observância desse princípio. Justifique sua resposta.
Aula 03 - 
Sistemas Penais:
Sistema Pensilvânico da Filadélfia ou celular
Haveria isolamento completo do condenado, sem poder trabalhar ou receber visitas, a não ser dos próprios funcionários do sistema penitenciário. Vigorava a lei do silêncio. Seriam presos em celas individuais. Visão punitiva e retributiva da pena. 
Sistema Auburniano
Preocupava-se, essencialmente, com a obediência do criminoso, com a segurança do presídio, com a exploração da mão-de-obra barata. Adotou a regra do silencio absoluto, mas fomentou o trabalho do preso durante o dia e à noite o isolamento. 
Sistema progressivo Europeu
Dividia-se o encarceramento em estágios, conforme merecimento do preso. Era possível passar do sistema comum inicial de isolamento ao do trabalho comum com período de semiaberto até atingir a liberdade sob vigilância na etapa final. O STF chama esse sistema de PROGRESSIVO, uma vez que, para ele,  a progressão está no tempo e na educação daquele preso, para que possa viver e retornar à sociedade, inteligência do Art. 112 da LEP ( Lei 7210), já alterada pela lei anticrime, Lei 13.964/19.
Princípios da Pena 
Princípio da Personalidade ou Responsabilidade Pessoal  
Está previsto no Art. 5°, XLV da CRFB. Nesse princípio entendemos que a pena não poderá passar do condenado.  Tal proteção não abrange ao dever de reparar o dano e perdimento dos bens.
Princípio da Legalidade
Está previsto no Art. 5°, XXXIV da CRFB. A pena não poderá ser dada sem prévia cominação legal, Art. 1° do CP. 
Princípio da Isonomia 
Art. 5° Caput da CRFB.  Deve ser dado tratamento isonômico para todos na mesma condição. Não há distinção entre um e outro, ressalvadas as suas desigualdades. Aqui, devemos também lembrar do Art. 30, que acaba modificando um pouco a pena, individualizando-a.
Princípio da Inderrogabilidade
A pena não poderá de ser aplicada, ressalvada quando houver extinção da punibilidade, Art. 107 do CP.
Princípio da Proporcionalidade
A pena deverá ser proporcional ao crime praticado, Art. 5°, XLVI da CRFB. 
Individualização da pena - Art. 5°, XLVI da CRFB.
Tem o significado de eleger justa e adequada sanção penal quanto ao montante ao perfil e ao efeito pendente sobre o sentenciado, tornando-o único e distinto dos demais sentenciados. A pena deve ser fixada de forma individual, demonstrando para cada réu, o quantum merecido pelo que ele praticou. 
Dessa forma a sentença poderá ter 3 fases, adotado pelo Nelson Hungria, quando houver pena restritiva de direitos ou privativa de liberdade, ou 2 fases, quando for somente pena de multa, inteligência do Art. 49,§1° do CP. (lembrando: somente multa) O examinador já cobrou isso em prova e muita gente errou. 
SISTEMA TRIFÁSICO – Art. 68 CP.
O juiz, depois de condenar o agente, tem que fase a aplicação de pena. E agora será feita então por intermédio desse sistema trifásico. Assim, caso o juiz queira aumentar do mínimo a pena, deverá aumentar a pena se baseando em alguma circunstância do art. 59 do CP, sendo imprescindível que demonstre concretamente o fundamento para esse aumento. Dessa forma, não é legal que apenas se refira à “maior culpabilidade” ou mencione que há consequências do crime, pois estas referências genéricas impedem que se diferenciem as circunstâncias mais graves daquelas previstas no próprio tipo penal e que já são consideradas pelo legislador como pena inicialmente mais alta. Por exemplo: crime qualificado. Não posso usar qualificadora por um motivo, e esse mesmo motivo aumentar a pena nas circunstâncias judiciais. Isso seria BIS IN IDEM. Entendido isso, passaremos para primeira fase:
PRIMEIRA FASE - O magistrado fixa a pena base, com fundamento no Art. 59 do CP.
SISTEMA TRIFÁSICO – Art. 68 CP.
O juiz, depois de condenar o agente, tem a fase a aplicação de pena. E agora será feita então por intermédio desse sistema trifásico. Assim, caso o juiz queira aumentar do mínimo a pena, deverá aumentar a pena se baseando em alguma circunstância do art. 59 do CP, sendo imprescindível que demonstre concretamente o fundamento para esse aumento. Dessa forma, não é legal que apenas se refira à “maior culpabilidade” ou mencione que há consequências do crime, pois estas referências genéricas impedem que se diferenciem as circunstâncias mais graves daquelas previstas no próprio tipo penal e que já são consideradas pelo legislador como pena inicialmente mais alta. Por exemplo: crime qualificado. Não posso usar qualificadora por um motivo, e esse mesmo motivo aumentar a pena nas circunstâncias judiciais. Isso seria BIS IN IDEM. Entendido isso, passaremos para primeira fase:
PRIMEIRA FASE - O magistrado fixa a pena base, com fundamento no Art. 59 do CP.
Lendo o Art. 59 do CP nota-se que há 8 circunstanciais quais sejam:
1. Culpabilidade – é a reprovação social que o crime merece ter naquele caso concreto. Ex: uma pessoa que mata com um tiro, tem maior culpabilidade do que alguém que premedita o crime, e matacom tiro, joga no meio da rua e taca fogo?
Nessa fase o julgador deve analisar a frieza e crueldade do agente para a prática daquele crime. Como foi a sua culpabilidade com relação àquele crime. 
Por fim, ainda na primeira fase, que a pena não poderá ficar abaixo do mínimo legal, inteligência da súmula 231 do STJ, que diz que a pena não ficará abaixo do mínimo legal. Então, se o agente é primário, bons antecedentes, por exemplos, e não haja nenhum fator que eleve a pena na primeira fase, essa pena não pode ficar abaixo do mínimo estipulado por aquele artigo em que ele foi condenado.
2. Maus antecedentes - 
Trata-se de tudo que existir da vida do autor do fato antes da prática do fato criminoso, ou seja, sua vida pregressa no campo do direito penal;
Na visão de Fernando Capez “são todos os fatos da vida pregressa do agente, bons ou maus, ou seja, tudo o que ele fez antes da prática do crime”. Esse conceito tinha abrangência mais ampla, englobando o comportamento social, relacionamento familiar, disposição para o trabalho, padrões éticos e morais etc. A nova lei penal, porém, acabou por considerar a ‘conduta social’ do réu como circunstância independente dos antecedentes, esvaziando, por conseguinte, seu significado”. Fica muito ruim ter esse raciocínio, uma vez que houve realmente um esvaziamento do conceito de maus antecedentes.
Ainda nessa esteira, para Rogério Greco, os antecedentes “dizem respeito ao histórico criminal do agente que não se preste para efeitos de reincidência”. Dessa forma, pode-se citar a Súmula 444 do STJ que diz: “É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base”, oriundo do julgado do STF no RE 591054, decidido em dezembro de 2014.
Por que motivo não posso usar as ações penais em curso? O raciocínio é bem simples, pois devemos respeitar o princípio da presunção de inocência que estudamos no período passado em Penal 1.  
Então, professor, quando eu poderei usar o instituto de maus antecedentes?
A resposta é bem simples: Vem prevalecendo na jurisprudência o entendimento de que os maus antecedentes só se caracterizariam nos casos de condenações transitadas em julgado que não forem suficientes a a gerar reincidência. Assim, devemos saber o que é reincidência para então sabermos o que serão maus antecedentes.
Reincidência 
       Pode-se dizer que ela está prevista no Art. 63 do CP – leitura do Artigo, pois ele traz o conceito de reincidência: "Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior."
       Então pessoal, se estivermos diante uma sentença que AINDA NÃO TENHA TRANSITADO EM JULGADO, mas tenha condenado, não falaremos de reincidência, mas sim de maus antecedentes.
       A reincidência tem como fundamento uma sentença condenatória transitada em julgado ao crime anterior em questão.
       Repare que se houver crime transitado em julgado e depois contravenção,  há reincidência. 
       Se houver contravenção transitada em julgado e depois crime não há de se falar em reincidência. 
       Se houver contravenção penal transitada em julgado e depois nova contravenção, somente nessa hipótese, haverá reincidência com contravenção penal anterior.
       É importante dizer que a pena multa não exclui a reincidência, afinal, não deixa de ser uma pena, só de multa.
       A reincidência é provada por meio de certidão em cartório que será emitida onde ocorreu a condenação transitada em julgado. Ocorre que o STJ vem mitigando esse entendimento, conforme julgado recente:
       “RE n.º 1.788.721-GO contra decisão do TJGO que não reconheceu a reincidência em desfavor do réu, sob o fundamento da imprescindibilidade de certidão cartorária para se ter ciência do trânsito em julgado de sentença condenatória e, assim, reconhecer a reincidência do apenado. Resumidamente, a Corte goiana consignou o seguinte: “Ressalto que cópia de audiência de justificação fls. 222/223 e cópia de sentença extraída do SPG (fls. 301/309) não são suficientes para agravamento da pena.” 
         Assim, o Ministério Público pretendeu demonstrar, com fundamento na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, que é prescindível a juntada de certidão cartorária como prova da reincidência, sendo possível a comprovação por meio de consulta ao sítio eletrônico do Tribunal. (HC 318.602/MS, Rel. Ministro Gurgel de Faria, 5º Turma, julgado em 16/02/16, DJe 04/03/2016). O Ministro Antônio Saldanha Palheiro, por ocasião do recurso ministerial, aduziu que “a Corte local contrariou a jurisprudência desta Casa Superior de Justiça pacificada no sentido de ser prescindível a certidão cartorária ou a folha de antecedentes, ‘sendo admitida inclusive a utilização de dados constantes dos sistemas informatizados dos tribunais’(AgRg no AREsp n. 1.340.032/PI, relatora Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 2/10/2018, grifei)”.
Segundo Fernando Capez, doutrinador clássico, a reincidência tem natureza jurídica de uma circunstância agravante genérica de caráter pessoal, que não se comunica aos demais acusados (corréus), inteligência do Art. 30 do CP, que já estudamos.
Por fim, reconhecer a reincidência e maus antecedentes pelo único motivo configura BIS IN IDEM.
A reincidência tem uma consequência na progressão de regime, que veremos mais adiante.
A reincidência pode ser: 
Específica -   o entendimento da jurisprudência é no sentido de que a específica deverá ser os dois da lei 8072 (hediondo), ou basta que o último seja hediondo para que seja reincidência específica? A jurisprudência é no sentido de que basta ser o último crime hediondo para que seja aplicada as regras da reincidência específica. STJ HC – 173.992/ MS e HC 55728/2013.
Genérica -   Nessa hipótese, basta o agente praticar qualquer crime, desde que nenhum deles sejam hediondos. 
Situação-problema: que os delitos mais funestos(piores) à sociedade sejam os mais raros. Os meios que a legislação emprega para impedir os crimes devem, pois, ser mais fortes à medida que o delito é mais contrário ao bem público e pode tornar-se mais comum. Deve. pois, haver uma proporção entre os delitos e as penas. (Cesar Beccaria, Dos delitos e das penas). Essa passagem do livro de Beccaria deixa evidente o caráter proporcional que se deve atribuir ao delito, a depender da gravidade do crime. A partir disso, é possível indagar: No contexto jurídico brasileiro, é possível enquadrar esse trecho apresentado pelo autor a um princípio da sanção penal, o da proporcionalidade, que deve corresponder entre a gravidade do injusto penal e a pena aplicada. Assim sendo, avalie, sob o crivo de constitucionalidade, a partir de que momento deve-se cumprir a observância desse princípio. Justifique sua resposta
1. Conduta social  
O que é, qual papel no contexto daquela família, no seu âmbito de trabalho. 
Como aquela pessoa era no seu seio social, na sua residência, no seu bairro, no local de trabalho, se era agressivo, ou muito educado, nem um pouco reativo. 
2. Personalidade do agente
Aqui, deve-se levar em conta se o agente tem personalidade voltada para o crime. 
3. Motivos 
O que levou o agente à prática daquele crime.
4. Circunstâncias do crime 
 São elementos acidentais que não participam daquela estrutura criminosa. Em outras palavras, podemos entender que se houver uma elementar do crime, essa elementar não poderá servir para constituir o próprio tipo e para aumentar, ao mesmo tempo, como circunstancia do crime para aumentar a pena na primeira fase.  Dessa forma, trago para vocês uma parte de um julgado do TJ/SP "[...] as circunstâncias do crime são os fatores de tempo, lugar, modo de execução, excluindo-se aqueles previstos como circunstâncias legais." (PRADO, Luiz Regis et al. Curso de Direito Penal Brasileiro. 13. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014. p. 428).
5. Comportamento da vítima
Significa como a vítima se reportou para que o crime pudesse ocorrer. Não podemos entender que se a vítima estava de short curto, elaprovocou e a pena deverá ser diminuída. JAMAIS TER ESSE ENTENDIMENTO. NÃO É ISSO. Seria a hipótese de ter a vítima provocado, inflamado o autor, ou provocado para que, por exemplo, ele venha a agredir a vítima, como xingar, incitá-lo.
6. Consequências do crime
O conceito de consequências do crime seria aquele que o desdobramento, não previsto no artigo, ou seja, não típico, que vieram da conduta do agente. Com outras palavras seria “o mal causado pelo crime que transcende ao resultado típico”, Nucci.
Vamos colocar isso num exemplo em que o agente rouba, e o crime se consuma quando houver a inversão da posse, Teoria da AMOTIO. Se o agente, consegue vender, e obter um bom dinheiro e comprar casa, carro, ter um bom benefício com o proveito do roubo, isso poderia ser considerado como consequências do crime. (proveito da empreitada criminosa).

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