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Análise Crítica-Reflexiva sobre a História da Luta da Pessoa com Deficiência

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Análise Crítica-Reflexiva sobre a História da Luta da Pessoa com Deficiência 
por sua Inclusão na Sociedade e na Educação
A importância de fazermos uma análise crítico-reflexiva acerca dos períodos que compõem
a história da pessoa com deficiência e seu espaço na sociedade, bem como dos paradigmas que
permeavam as ações tanto políticas como sociais e educacionais desses períodos é que através desta
análise possamos compreender a realidade encontrada nos dias atuais a fim de que integralizemos
não somente os conceitos, mas que possamos efetuar uma mudança real em nossas práticas
pedagógicas a fim de que verdadeiramente consigamos atingir uma Educação de Qualidade
Inclusora e Igualitária para todos.
Vemos inicialmente na História da Humanidade, principalmente nas Culturas Clássicas, a
exclusão das pessoas com deficiência, vez que o que se buscava nessas sociedades era o ideal de
belo, a estética, o foco era o treinamento militar, quem não se enquadrava nestes padrões era
simplesmente indesejável. Quando uma criança nascia com deficiência era abandonada aos animais
para que dela se alimentassem ou ainda jogada de um monte ou penhasco alto. Mas, porque isso
acontecia? 
Na Antiguidade Clássica, as pessoas possuíam a crença de que a deficiência física era
contagiosa ou ainda que seria um castigo dos Deuses, sendo assim, a permanência destas na
sociedade poderia ocasionar uma epidemia ou ainda atrair a vingança dos Deuses.
Após o advento do Cristianismo, principalmente na Idade Média, ocorre uma transformação
nas sociedades cristãs, através da qual passa a ser garantido o Direito à Vida as pessoas portadoras
de Deficiência, entretanto não sob forma igualitária, mas por piedade, caridade, porque estas
pessoas eram tidas como inferiores as demais, incapazes e improdutivas por isso viviam de favor.
Este período é demarcado pela segregação, onde as pessoas eram deixadas em instituições de cunho
assistencial. 
Do Século XVI até meados do Século XX passamos por um Período de Integração através
do qual surgem alguns estudos, principalmente na França e na Espanha, através dos quais a
deficiência passa a ser explicada através do conceito de inatismo, ou seja, passaram a ser atribuídas
a deficiência, causas orgânicas ocorridas no início do desenvolvimento inerente as crianças com
pouca ou nenhuma possibilidade de intervenção. Sendo assim, estas crianças precisavam de uma
atenção educacional especial, surgindo as primeiras escolas de Educação Especial na Europa e
posteriormente no Brasil.
Essa visão entretanto, não conseguia responder as questões relacionadas ao desenvolvimento
e ao aprendizado e, nas décadas de 40 e 50, começam a ser questionados os aspectos socioculturais
e suas influências no desenvolvimento humano. É a partir daí que surgem as hipóteses de que a
deficiência poderia estar relacionada a ausência de estimulação apropriada ou ainda a processos de
aprendizagem incorretos e com isto, os conceitos de adaptação social e aprendizagem.
Sendo assim, em 18 de Setembro de 1946, a Constituição dos Estados Unidos do Brasil,
promove a concepção de Educação como Direito de Todos, destacando que esta deve ser inspirada
através dos ideais de solidariedade humana. 
Neste mesmo período, mais precisamente em 11 de dezembro de 1954, surge a Primeira
APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) no Rio de Janeiro, objetivando “promover a
atenção integral à pessoa com deficiência, prioritariamente aquela com deficiência intelectual e
múltipla”. (APAE, BRASIL, Disponível em http://www.apaebrasil.org.br. Acesso em 30 de agosto
de 2014 as 17:45h).
A primeira reunião do Conselho Deliberativo ocorreu em março de 1955, na sede da
Sociedade de Pestalozzi do Brasil que colocou à disposição, parte de um prédio, para que
instalassem uma escola para crianças excepcionais.
Neste período, o paradigma norteador para o atendimento do aluno com necessidades
especiais era o médico-assistencialista que visava o cuidado e a proteção da pessoa com deficiência.
A partir da década de 1970, este enfoque é substituído pelo modelo de atendimento
educacional com apoio de rede especializada, influenciando a busca por novas pesquisas que
visavam a investigação de novos métodos e técnicas pedagógicas para lidar com os alunos
portadores de deficiência.
Nas décadas de 80 e 90, vemos surgir a crítica a este paradigma de serviços que tinha como
abordagem a ideia de que os alunos portadores de necessidades especiais deveriam percorrer etapas
para que pudessem frequentar a escola regular. 
Neste período surgem os conceitos de inclusão e inclusão total, através dos quais busca-se
garantir o acesso imediato, irrestrito e continuo dos alunos com necessidades especiais em todos os
espaços da escola regular.
Entre 7 e 10 de junho de 1994, em Salamanca, na Espanha ocorreu a Conferência Mundial
de Educação Especial, representando 88 governos e 25 organizações internacionais em assembleia,
reafirmando o compromisso com a Educação para Todos, reconhecendo a necessidade e urgência do
providenciamento de educação para as crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais
especiais dentro do sistema regular de ensino. Declaração de Salamanca: Educação Inclusiva:
https://www.youtube.com/watch?v=vHH_STbZZ-k
Sendo assim a escola deverá ‘utilizar todos os recursos, programas, serviços e tecnologias
disponíveis para todos os alunos, adaptando o currículo, apenas com o necessário para atender os
alunos com necessidades especiais”, afirmando ainda que o ‘sistema de segregação de alunos com
necessidades especiais em instituições especializadas não é recomendado”.
Com relação a esta afirmação sugiro como reflexão os vídeos ‘EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Posicionamento da Rede Apae II, III’, seguem os https://www.youtube.com/watch?
v=UsEOOSUBJZ0 https://www.youtube.com/watch?v=7JJE2ALvsyE
Essa questão com relação a inclusão dos alunos portadores de necessidades especiais, ainda
se mostra bem controversa na medida em que a nossa sociedade, infelizmente, ainda não percebeu
que todos nós fazemos parte de uma grande teia cósmica e através das diferenças e peculiaridades
de cada um é que de fato aprendemos, evoluímos e nos tornamos Seres Humanos no sentido mais
abrangente que este termo pode significar. Sem hipocrisia, sem demagogia, só pode haver uma
inclusão real quando introspectamos este conceito em nossa alma, em nossas mentes e no coração.
Percebemos ao longo de nossos estudos e práticas que o Governo tem procurado
implementar a educação inclusiva através das políticas educacionais instituídas, mas muito ainda há
que se caminhar para que a Verdadeira Inclusão ocorra de fato.
É preciso que se invista no aperfeiçoamento constante dos professores (desde a sua
formação básica até a especializada), que se invista de fato na infraestrutura das escolas, que todos
os sujeitos que fazem partem do processo de aprendizagem participem efetivamente do Projeto
Político Pedagógico das Escolas (que por sinal, geralmente não é elaborado e nem implantado de
forma adequada), a que se mudar a mentalidade de exclusão de diferença, temos que reprimir toda
prática etnocêntrica (que infelizmente é uma realidade cada dia mais constante em nossas escolas)
através das quais tanto alunos com necessidades especiais ou os ditos ‘normais’ são expostos quase
que diariamente.
GUERREIRO et Al. Em seu artigo “Os desafios da inclusão escolar no Século XXI” afirma
que:
O uso de estratégias de ensino adequadas a diferentes tipos de
necessidades específicas de aprendizagem só vem a contribuir
para o desenvolvimento de todos os estudantes envolvidos no
processo, ou seja, indivíduos com diferentes deficiências ou
necessidades educacionais específicas, de diferentes origens
socioeconômicas e contextosculturais distintos, com
habilidades igualmente distintas entre si, poderão beneficiar-se
de estratégias didático-metodológicas heterogêneas; afinal, em
uma escola cada vez mais plural e democrática, não se pode
supor que exista uma única forma de ensinar e aprender.
(GUERREIRO et Al. Os desafios da inclusão escolar no Século
XXI. Disponível em http://www.bengalalegal.com/desafios.
Acesso em 28 de Agosto de 2014 as 18:37h.).
Neste sentido, nós, profissionais da área de educação podemos fazer a diferença
transformando nossas salas de aula num espaço democrático de aprendizagem, onde incentivemos o
apoio e respeito mútuos, oferecendo aos nossos alunos atividades diversificadas que instiguem a
cooperação e a reflexão. 
Andréa Vidal Tomé da Silva
Publicado no Recanto das Letras em 23/12/2014

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