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EDUCAÇÃO INCLUSIVA E INTEGRAÇÃO SOCIAL

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Prévia do material em texto

EDUCAÇÃO INCLUSIVA E 
INTEGRAÇÃO 
SOCIAL 
PROFESSORA
Dra. Tereza Cristina de Carvalho
ACESSE AQUI 
O SEU LIVRO 
NA VERSÃO 
DIGITAL!
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/1015
EXPEDIENTE
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. 
Núcleo de Educação a Distância. CARVALHO, Tereza Cristina.
Educação Inclusiva e Integração Social. 
Tereza Cristina de Carvalho.
Reimpressão 2021.
Maringá - PR.: UniCesumar, 2020. 
208 p.
“Graduação - EaD”. 
1. Educação 2. Inclusão 3. Integração Social. EaD. I. Título. 
FICHA CATALOGRÁFICA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 
Coordenador(a) de Conteúdo 
Eder Rodrigo Gimenes
Gustavo Affonso Pisano Mateus
Projeto Gráfico e Capa
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho
e Thayla Guimarães
Editoração
Matheus Silva de Souza
Design Educacional
Giovana Vieira Cardoso
Revisão Textual
Lorena Martins
Fotos
Shutterstock
CDD - 22 ed. 371.9 
CIP - NBR 12899 - AACR/2
ISBN 978-85-459-1996-4
Impresso por: 
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional 
Débora Leite Diretoria de Graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria 
de Pós-graduação, Extensão e Formação Acadêmica Bruno Jorge Head de Produção de Conteúdos Celso 
Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos 
Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila Toledo Supervisão 
de Projetos Especiais Yasminn Zagonel
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de 
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de 
EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi 
DIREÇÃO UNICESUMAR
BOAS-VINDAS
Neste mundo globalizado e dinâmico, nós tra-
balhamos com princípios éticos e profissiona-
lismo, não somente para oferecer educação de 
qualidade, como, acima de tudo, gerar a con-
versão integral das pessoas ao conhecimento. 
Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profis-
sional, emocional e espiritual.
Assim, iniciamos a Unicesumar em 1990, com 
dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, 
temos mais de 100 mil estudantes espalhados 
em todo o Brasil, nos quatro campi presenciais 
(Maringá, Londrina, Curitiba e Ponta Grossa) e 
em mais de 500 polos de educação a distância 
espalhados por todos os estados do Brasil e, 
também, no exterior, com dezenasde cursos 
de graduação e pós-graduação. Por ano, pro-
duzimos e revisamos 500 livros e distribuímos 
mais de 500 mil exemplares. Somos reconhe-
cidos pelo MEC como uma instituição de exce-
lência, com IGC 4 por sete anos consecutivos 
e estamos entre os 10 maiores grupos educa-
cionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos edu-
cadores soluções inteligentes para as neces-
sidades de todos. Para continuar relevante, a 
instituição de educação precisa ter, pelo menos, 
três virtudes: inovação, coragem e compromis-
so com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, 
para os cursos de Engenharia, metodologias ati-
vas, as quais visam reunir o melhor do ensino 
presencial e a distância.
Reitor 
Wilson de Matos Silva
Tudo isso para honrarmos a nossa mis-
são, que é promover a educação de qua-
lidade nas diferentes áreas do conheci-
mento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
P R O F I S S I O N A LT R A J E T Ó R I A
Dra. Tereza Cristina de Carvalho
Doutora em Educação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho 
(UNESP) – Campus de Marília-SP, na linha de Educação Especial. Mestre em Educa-
ção pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Campus de Presidente Pruden-
te-SP. Graduada em Pedagogia pela UNITOLEDO – Araçatuba-SP. Especialista em 
Formação de Professores para Potencializar a Inclusão pela UNESP – Campus de 
Presidente Prudente-SP. Psicopedagoga pela UCESP – Araçatuba-SP. Atualmente, 
é pedagoga do Estado do Paraná e professora do Curso de Pedagogia a Distância 
da Unicesumar – Maringá-PR. Tem experiência na educação básica, atuando como 
professora, coordenadora pedagógica e diretora da educação básica. Também 
tem experiência na área da educação especial (Processo Educacional e Inclusivo 
de Pessoas com Autismo) e na Formação Continuada Colaborativa. Experiência em 
educação a distância e em cursos de pós-graduação na área da educação e da 
educação especial.
http://lattes.cnpq.br/0397457113408873.
A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A
EDUCAÇÃO INCLUSIVA E INTEGRAÇÃO SOCIAL
Seja bem-vindo(a)!
É com muita alegria que disponibilizo este livro a você, para que inicie uma linda jornada 
de conhecimento. Foram alguns meses dedicados à sua construção, como se cada pá-
gina fosse um tijolo que, junto aos demais, um após o outro, formasse este exemplar, já 
que frente ao limite espaço-temporal não foi possível contemplar cada leitura realizada, 
anteriormente, a essas páginas. 
É importante citar, ainda, que as reflexões propostas são introdutórias mediante o 
universo de conhecimento acerca destatemática tão instigante. Todavia, embora in-
trodutórias, todas as cinco unidades são imbuídas de conceitos fundamentais. Desse 
modo, outras leituras e outrosdebates que, por vezes, se tornarão distintos, devem ser 
considerados como instrumentos investigativos para permear a sua formação inicial.
Nesse sentido, o diálogo que envolve este livro tem como propósito refletir sobre Educa-
ção Inclusiva e a sua relação com a Integração Social, disciplina importante pois apresen-
ta uma estreita relação com a diversidade encontrada na escola. Por isso, a compreensão 
da articulação entre os temas precisa ser firmada para que entendamos o objeto central 
das discussões propostas.
Além disso, em sua formação inicial, é importante que faça outras leituras para que 
consiga ampliar o entendimento a respeito da complexidade de alguns temas e, aos 
poucos, se aproprie de um conhecimento que o permita construir seu próprio discurso.
O livro que você está lendo é apenas um instrumento que abrange a metodologia deste 
curso. Por isso, é importante que você considere os demais recursos didático-peda-
gógicos para compreender os conteúdos apresentados. Assim, é necessário que você 
assista às aulas conceituais, participe das aulas ao vivo e realize as atividades propostas 
para esta disciplina.
Como escritora deste livro, vejo a necessidade de que cada um dos conceitos apresenta-
dos seja abordado na formação de professores que atuarão na Educação Básica. Desse 
modo, a disciplina de Educação Inclusiva e Integração Social está conectada à realidade 
da escola e necessita de um olhar específico para atender o público-alvo da educação 
especial, levando em consideração todas as suas particularidades.
D A D I S C I P L I N AA P R E S E N TA Ç Ã O
As unidades deste livro precisam ser vistas como o início de um trabalho que promova 
o conhecimento e contribua para uma sociedade mais igualitária e democrática. Para 
isso, a primeira unidade propõe um direcionamento histórico, teórico e conceitual a 
respeito dos conceitos de integração e de inclusão para que você possa refletir sobre 
as concepções que envolvem essa temática e desenvolva uma percepção mais apro-
fundada de como esses acontecimentos influenciaram, historicamente, a construção 
da sociedade moderna.
Na segunda unidade, são apresentadas as leis e os documentos nacionais e internacio-
nais mais importantes para o subsídio e a organização da educação especial e inclusiva 
no país; você ainda compreenderá, de maneira mais aprofundada, como a educação 
especial, na perspectiva da educação inclusiva, consolidou-se como normativa para os 
sistemas de ensino.
Na terceira unidade, caro(a) aluno(a), apresentaremosos aspectos relacionados à for-
mação inicial e continuada dos docentes que lecionam no Ensino Médio na perspectiva 
da educação inclusiva, e a relação estabelecida entre formação e ação pedagógica.
Na quarta unidade, você conhecerá alguns encaminhamentos práticos na atuação do-
cente, importantes para o desenvolvimento do trabalho educacional e inclusivo com os 
estudantes do público-alvo da educação especial.
Enfim, na quinta e última unidade deste livro, você compreenderá o processo de imple-
mentação do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e conhecerá os estudantes 
que fazem parte do público-alvo da educação especial atendidos pelo AEE, além dos 
possíveis encaminhamentos a respeito do currículo, para viabilizar o processo educa-
cional desse público em específico.
Portanto, caro(a) aluno(a), desejo que, durante sua trajetória nesta disciplina e no curso, 
você possa internalizar o universo político, social e educacional da profissão docente. 
Assim, espero que construa, a partir da leitura deste livro, concepções teórico-práticas 
que o auxiliem no campo da prática docente, instigando-o na busca por novos conheci-
mentos, pois o desejo é o de que este material deixe marcas em sua vida, contribuindo 
para sua formação profissional.
Bons estudos!
ÍCONES
Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-la(o) melhor da maneira mais simples.
conceituando
No fim da unidade, o tema em estudo aparecerá de forma resumida 
para ajudar você a fixar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos. 
quadro-resumo
Neste elemento, você fará uma pausa para conhecer um pouco 
mais sobre o assunto em estudo e aprenderá novos conceitos. 
explorando Ideias
Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e 
transformar. Aproveite este momento! 
pensando juntos
Enquanto estuda, você encontrará conteúdos relevantes 
online e aprenderá de maneira interativa usando a tecno-
logia a seu favor. 
conecte-se
Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar 
Experience para ter acesso aos conteúdos online. O download do aplicativo 
está disponível nas plataformas: Google Play App Store
CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01 UNIDADE 02
UNIDADE 03
UNIDADE 05
UNIDADE 04
FECHAMENTO
DESDOBRAMENTOS 
HISTÓRICOS, TEÓRICOS 
E CONCEITUAIS 
RELACIONADOS À 
INTEGRAÇÃO E À 
INCLUSÃO DAS PESSOAS 
COM NECESSIDADES 
ESPECIAIS
10
TRAJETÓRIA POLÍTICA 
E LEGISLATIVA DA 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
E INCLUSIVA: 
TENDÊNCIAS E 
DESAFIOS
46
84
FORMAÇÃO INICIAL 
E CONTINUADA DE 
PROFESSORES E A 
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: 
SABERES NECESSÁRIOS 
E PERCURSOS 
FORMATIVOS 
112
A CONSTRUÇÃO DE 
SABERES PRÁTICOS E 
A ATUAÇÃO DOCENTE 
NO PROCESSO 
EDUCACIONAL E 
INCLUSIVO
152
A EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
NO CONTEXTO ESCOLAR 
E SEUS DESAFIOS
191
CONCLUSÃO GERAL
1
DESDOBRAMENTOS 
HISTÓRICOS, TEÓRICOS E 
CONCEITUAIS RELACIONADOS 
À INTEGRAÇÃO 
E À INCLUSÃO 
das pessoas com
necessidades especiais
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • A integração e a sua relação com 
o contexto social e educacional • A inclusão e a sua relação com o contexto social e educacional • A 
institucionalização dos movimentos de integração e de inclusão no Brasil.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Conhecer concepções de integração e a sua relação com o contexto social e educacional • Conhecer 
concepções de inclusão e a sua relação com o contexto social e educacional • Entender o processo de 
institucionalização dos movimentos de integração e de inclusão no Brasil.
PROFESSORA 
Dra. Tereza Cristina de Carvalho
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), o objetivo desta unidade é compreender melhor os 
caminhos que as pessoas com deficiência percorreram para consegui-
rem ser vistas como cidadãos na sociedade. Desse modo, você poderá 
compreender primeiramente os conceitos de integração e de inclusão. 
Para o estudo envolvendo essa temática, foi proposto um direciona-
mento histórico, teórico e conceitual a respeito dessas terminologias, 
para que você possa refletir a respeito das concepções que envolvem a 
temática, levando a uma percepção mais abrangente sobre integração 
e inclusão bem como seus principais segmentos.
Na sistematização do percurso da unidade, serão apresentados, em 
linhas gerais, o significado de integração e o seu funcionamento dentro 
da sociedade e da escola. Da mesma maneira, será apresentado o signifi-
cado de inclusão e como ela ocorre dentro da sociedade e da escola. Em 
seguida, serão apresentados os caminhos que levaram à institucionali-
zação dos movimentos de integração e de inclusão no Brasil. Para isso, a 
proposta foi a de apresentar os caminhos iniciais, suas definições, além 
das influências que levaram à articulação desses movimentos no país.
Nesse sentido, a unidade oportuniza a você, caro(a) aluno(a), uma, 
percepção mais abrangente dos movimentos de integração e inclusão, 
que precisam ser compreendidos em sua individualidade, bem como 
em suas correlações, para que possamos ter uma visão mais clara da 
construção epistemológica destes termos e como podem influenciar, 
diretamente, nas relações de poder dentro da sociedade.
A partir da compreensão inicial a respeito do processo integracio-
nista e inclusivo e da institucionalização destes movimentos no país, 
você poderá refletir de maneira muito mais aprofundada sobre como 
estes acontecimentos influenciaram, historicamente, na construção da 
sociedade moderna.
Diante do que foi explicitado, esperamos que você, caro(a) aluno(a), 
possa, ao final desta leitura, compreender que as concepções apresenta-
das são parte de um universo ainda maior chamado educação especial 
e inclusiva, e que, para adentrá-lo, é necessário apreender inúmeros 
conceitos, segmentos e direcionamentos. Boa leitura e bom estudo!
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A INTEGRAÇÃO E A 
SUA RELAÇÃO COM O
CONTEXTO SOCIAL 
E EDUCACIONAL
Caro(a) aluno(a), iniciaremos esta jornada refletindo a respeito de alguns termos 
que podem ser interpretados da maneira incorreta, como integração e inclusão. 
Comumente, utiliza-se o termo inclusão quando, na verdade, o que está ocorrendo é 
uma integração. Pensando sobre estes aspectos, quais são, então, as diferenças entre 
integração e inclusão? Iniciaremosos delineamentos sobre integração e seus prin-
cipais aspectos; em seguida, abordaremos a inclusão e seus principais segmentos.
Integração
Para o dicionário Aurélio (2014), integração é um substantivo feminino cuja ori-
gem vem do latim integrare, que significa tornar inteiro, ato ou efeito de integrar. 
Para Mazzota (1993, p. 13), integração é “a busca da ampliação da participação das 
pessoas que se encontram em situações segregadas para situações ou ambientes 
normais, sejam educacionais ou sociais”.
Para a Política Nacional de Educação Especial de 1994, integração “é um proces-
so dinâmico de participação das pessoas num contexto relacional, legitimando sua 
interação nos grupos sociais, implicando na reciprocidade” (BRASIL, 1994, p. 18).
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Já Edler (1993) e Amaral (1994) afirmam que integrar é incorporar, fisica 
e socialmente, um indivíduo que está segregado e separado de seus pares, 
oferecendo-lhe oportunidades iguais. Integração, para esses estudiosos, sig-
nifica tornar esse indivíduo parte da sociedade, oportunizando o seu acesso 
de modo que ele estará nos mesmos lugares em que as outras pessoas estão, 
estará vivendo como as outras pessoas, fazendo o que todos fazem e tendo 
os mesmos direitos que as demais. Ainda, de acordo com Soldatos (1973) e 
Pescatore (1974), o conceito de integração é novo, surgindo como empréstimo 
da economia cuja doutrina se desenvolveu em torno do século XX.
Na literatura, também encontramos o significado de integração relacionado 
à área empresarial, sendo ela como processo ou como resultado. Para Goranson 
(1997), a partir dos objetivos estabelecidos por cada empresa, integrar é o meio 
de alcançar uma operação de maneiramais eficiente nos processos de negócio, 
como a compreensão das pessoas, das máquinas e da informação. A integração 
em uma empresa facilita o acesso à informação, ao controle e ao fluxo de material, 
vinculando os mais variados processos funcionais, melhorando a comunicação, 
a cooperação e a coordenação dentro da empresa, fazendo com que ela proceda 
como um todo integrado, bem como melhora a sua produtividade, flexibilidade 
e capacidade de gerenciamento de mudança (VERNADAT, 1996).
Já Sanches e Teodoro (2009) relatam que o termo integração nasceu na 
Dinamarca, em 1960, sendo pioneira ao incluir nas leis do país o conceito de 
normalização, oportunizando às pessoas com deficiência viverem uma vida 
o mais normal possível. Esses autores ainda conceituam integração como:
 “ a oferta de serviços educativos que se põem em prática mediante a disponibilidade de uma variedade de alternativas de ensino e de classes que são adequadas ao plano educativo, para cada aluno, 
permitindo a máxima integração institucional, temporal e social 
entre alunos deficientes e não-deficientes durante a jornada es-
colar normal (SANCHES; TEODORO, 2009, p. 65).
Além disso, o conceito de integração pode ter significados distintos. Na área 
da educação, é muito utilizado na Pedagogia e na Sociologia, por exemplo, e 
em outras áreas das ciências sociais, como a economia.
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Segundo Wolfensberg (1972 apud SANCHES; TEODORO, 2009, p. 65) 
integração “é o oposto à segregação, consistindo o processo de integração nas 
práticas e nas medidas que maximizam (potencializam) a participação de pes-
soas em atividades comuns (mainstream) da sua cultura”. Para Nunes e Silva 
(2016, p. 5), a corrente integracionista se expandiu por toda Europa e chegou à 
América do Norte, onde se desenvolveu de maneira mais específica,
 “ [...] suas ideias favorecem a substituição de práticas segregadoras, nos ambientes escolares, por práticas integradoras. A rápida reper-cussão neste continente consolidou as práticas integracionistas, 
tendo como exemplo o movimento de mainstreaming.
Gottlieb (1981 apud OMOTE, 1999) relata esse movimento de mainstreaming. É 
considerado uma política integracionista que obteve maior evidência nos Estados 
Unidos, entre os anos de 1960 e 1970, de modo a instruir estudantes com deficiên-
cia em um ambiente o mais normal possível, evitando, desse modo, a segregação.
Com o avanço das pesquisas sobre integração, as concepções de integração 
foram se modificando. Para Canziani (1993), o atendimento já não tem mais 
um cunho assistencialista, a deficiência não é mais considerada uma doença, a 
abordagem passa de terapêutica para educativa, e as intervenções não são mais 
focadas na falta de capacidade do indivíduo, e sim em suas potencialidades. 
Após compreendermos alguns conceitos de integração, entenderemos como a 
integração ocorre pelo mundo.
Para compreender como a integração era vista no mundo todo a partir da 
década de 1975, iniciaremos com o posicionamento dos Estados Unidos da Amé-
rica. Lá, até 1975, as crianças com deficiência geralmente não eram vistas em 
nenhum lugar público. Ainda em 1975, porém, o Congresso americano aprovou 
uma lei que determinava a inserção das crianças com deficiência na escola, com 
uma educação especializada. Essa lei também determinava que os responsáveis 
dessas crianças deveriam participar da educação de seus filhos, que a educação 
organizaria um plano individual de trabalho com esses estudantes, e que todos 
os estados americanos sistematizariam leis de atendimento educacional aos seus 
estudantes com deficiência. Apesar dos esforços, somente na década de 1990 os 
estudantes com deficiência foram realmente incluídos no ensino comum.
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Para Brawn (1993), a integração só terá sucesso se houver o envolvimento 
da comunidade, a parceria da família e as possibilidades para que os indiví-
duos com e sem deficiência convivam juntos e estabeleçam relações.
Na Inglaterra, em 1981, o parlamento instituiu e implantou a integração 
de toda pessoa com deficiência no ensino comum, concedendo direitos e 
benefícios fundamentais a essas pessoas. Além disso, a prática integracionista 
radical revogou as escolas especiais, integrando todos os estudantes com 
deficiência no ensino comum, independentemente do nível de seu compro-
metimento, gerando muitos debates e discussões. 
Na Espanha, a integração ganhou força em meados de 1982, após a cria-
ção do Centro Nacional de Recursos para a Educação Especial cujo objetivo 
era o investigar, formar e produzir materiais específicos para Educação Es-
pecial. Durante o processo de integração no país, o Ministério da Educação 
organizou uma campanha de conscientização com o objetivo de apresentar, 
por meio das mídias da época, que as pessoas com deficiência eram como 
todos e que tinham direitos que precisavam ser respeitados, além de que 
deveriam estar entre todos (VILLANUEVA, 1993). Com esse investimento 
para a conscientização da população, a Espanha se tornou bem-sucedida em 
seu projeto de integração, considerado muito bem organizado.
Desde o final da década de 1990, a Suécia e a Noruega investem de maneira 
massiva no processo de acessibilidade, devido aos recursos e às tecnologias que 
possuem, favorecendo, dessa maneira, a integração das pessoas com deficiência. 
A Alemanha passou por um período muito difícil durante a Segunda 
Guerra Mundial, quando Adolf Hitler autorizou o programa de eutanásia em 
pessoas consideradas incapacitadas. Esse programa só foi encerrado ao final 
da Segunda Guerra Mundial, e os dados apontam para uma cruel estimativa 
de 275 mil adultos e crianças com deficiência mortos durante esse período, 
além de outras 400 mil pessoas com suspeitas de alguma hereditariedade 
de deficiência (GUGEL, 2007). Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a 
ascensão dos direitos humanos e as ações ao longo das décadas seguintes, a 
Alemanha iniciou um trabalho em relação à integração, porém ainda aquém 
da proposta integracionista dos outros países da Europa. Na Grécia, os es-
tudantes com deficiência frequentam as classes especiais no ensino comum 
com o objetivo de realizar a prática integradora.
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Até esse momento, vimos que o cenário internacional da integração apresenta 
estratégias diferenciadas para realizar um trabalho voltado para as pessoas com 
deficiência, porém sabemos que, independentemente do seu direcionamento, 
realizar a integração, seja ela na sociedade seja na escola, é uma tarefa complexa, 
e os sucessos e insucessos desse processo precisam levar em consideração inú-
meros fatores. Agora, entendamos os caminhos que levam à integração social.
A integração social é um termo muito utilizado no campo da Sociologia e 
em outras disciplinas das ciências sociais. A integração social, na Sociologia, é 
uma dinâmica realizada por minorias para permanecerem dentro de determi-
nada sociedade. Para ser aceita, a pessoa pode adotar uma nova língua, novos 
valores e costumes. Na integração social, as pessoas, geralmente, renunciam 
à sua própria cultura se ela não estiver de acordo com os valores da socie-
dade em que estão inseridas. Pesquisas recentes mostram, por exemplo, que 
imigrantes devem ser sempre mais proativos para conseguirem se integrar 
socialmente nos países de acolhimento.
Além disso, é importante retratar que há dois tipos de integração social: 
a normativa, que se dá por meio da absorção de valores hegemônicos, e a 
funcional, que se dá por meio da codependência de várias partes.
Para Almeida (1993, p. 830), a integração social, em nossa sociedade,
 “ [...] não é pensável como uma homogeneidade restritivamente decretada, como uma auto definição grupal. Nem mesmo, já num sentido mais amplo, como o conjunto de representações, valores 
e comportamentos que uma dada cultura avalia de forma posi-
tiva. A este nível julgo que a integração é antes definível como 
pluralidade vasta, aberta e mutável de estilos de vida, todos parti-lhando a cidadania. Isto é, todos eles conservando, aprofundando 
e exprimindo capacidades de escolha.
Giddens (1989) e Pires (1999) afirmam que a integração social não deve ser 
analisada fora da conjuntura de integração, pois está relacionada a uma ordem 
social específica, sendo fruto das articulações entre a parte e o todo, simbo-
lizando um padrão de vida social, uma aceitação e interiorização de padrões 
atuais em determinadas situações e na sua reprodução.
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Pessoas com deficiência têm o direito…
ao respeito pela sua dignidade humana…
aos mesmos direitos fundamentais que os concidadãos…
a direitos civis e políticos iguais aos de outros seres humanos…
a medidas destinadas a permitir-lhes a ser o mais autossuficientes possível…
a tratamento médico, psicológico e funcional e
a desenvolver suas capacidades e habilidades ao máximo e
apressar o processo de sua integração ou reintegração social…
à segurança econômica e social e a um nível de vida decente…
de acordo com suas capacidades, a obter e manter o emprego ou se engajar em uma ocupa-
ção útil, produtiva e remunerada, e se filiar a sindicatos e a ter suas necessidades especiais 
levadas em consideração em todas as etapas do planejamento econômico e social…[...].
Para ler na íntegra, acesse o site: https://bit.ly/2xVKBKw. 
Fonte: ONU (1975).
explorando Ideias
O movimento de integração das pessoas com deficiência faz parte da história da 
sociedade, porém é necessário compreender o seu verdadeiro significado, além 
de entender como a integração desse público em específico se efetivou dentro da 
sociedade e, consequentemente, na educação.
A integração social é vista como um direito de todas as pessoas e tinha como 
objetivo modificar a pessoa com deficiência para que ela pudesse se identificar 
com as outras pessoas e, desse modo, ser inserida à convivência igualitária dentro 
da sociedade. Nesse sentido, integrar consistia em encontrar na pessoa o foco da 
mudança, em um processo de busca pela “normalização” da pessoa com deficiên-
cia, não considerando que as diferenças, na realidade, não podem ser anuladas, 
revelando um ideal tendencioso em relação às diferenças ao imaginar que a sua 
condição determina certa inferioridade enquanto ser humano e ser social. 
Para Sassaki (1997), integrar é inserir a pessoa com deficiência na convivência 
em sociedade. Além disso, é importante ressaltar que as pessoas com deficiência são 
cidadãs comuns, com os mesmos direitos e deveres, e isso fica claro na Lei nº 7.853, 
de 24 de outubro de 1989, que estabelece em seu Art. 1º que “ficam estabelecidas 
normas gerais que asseguram o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das 
pessoas portadoras de deficiências, e sua efetiva integração social, nos termos desta 
Lei” (BRASIL, 1989, on-line). A mesma lei determina, no parágrafo 1º do Art. 1º, que:
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 “ [...] na aplicação e interpretação desta Lei, serão considerados os valores básicos da igualdade de tratamento e oportunidade, da justiça social, do respeito à dignidade da pessoa humana, do 
bem-estar, e outros, indicados na Constituição ou justificados 
pelos princípios gerais de direito (BRASIL, 1989, on-line).
Em 20 de outubro de 1999, o Decreto nº 3.298 regulamenta a Política Nacional 
para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, estabelecendo, em seu 
Art. 1º, que essa política “compreende o conjunto de orientações normativas 
que objetivam assegurar o pleno exercício dos direitos individuais e sociais 
das pessoas portadoras de deficiência” (BRASIL, 1999, on-line).
Caro(a) aluno(a), a integração social sempre foi um direito de todos os ci-
dadãos, independentemente de suas condições. Vemos, porém, que, em alguns 
momentos na história, foram necessárias ações estabelecidas por lei para que 
esse público pudesse ter seus direitos garantidos como os de qualquer outra 
pessoa. Por isso, as lutas e os debates na e com a sociedade foram sempre 
muito decisivos para que as próprias políticas públicas pudessem assegurar 
a integração das pessoas com deficiência na sociedade. Agora, vejamos quais 
caminhos levam à integração escolar.
A integração escolar é um termo ou conceito, geralmente, utilizado para 
direcionar o processo de inserção do estudante com deficiência nas salas de 
aula comuns, ou pode ser utilizado para caracterizar estudantes que frequen-
tam classes especiais ou escolas especiais. Desde a década de 1970, há um 
movimento internacional, principalmente europeu, a favor da integração 
das pessoas com deficiência; possui um viés de normalização, direcionado 
às atividades cotidianas ocorridas em todas as etapas da vida dessas pessoas. 
Nesse sentido, a integração abre um leque de possibilidades, principalmente 
educacionais, direcionadas às pessoas com deficiência, seja no ensino comum 
seja nas classes de escolas especiais. 
Durante o processo de integração, o estudante poderá percorrer todo o 
sistema educacional, porém nem sempre estarão integrados às turmas do en-
sino comum, pois, no processo integracionista, o estudante deverá passar por 
uma seleção prévia de aptidão para identificar a possibilidade de frequentar 
a sala de aula comum. É o aluno que deve se adaptar à escola, não a escola a 
ele, já que, de modo geral, a escola é estática, não muda.
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Na área da educação, por exemplo, utilizou-se, por muito tempo, o conceito 
“integração social” para se referir à chegada de um aluno com deficiência na escola, 
e a integração era a estratégia utilizada para estabelecer a relação do aluno com o 
espaço escolar. Desse modo, o aluno “integrado” era quem faria todo o esforço para 
se integrar ao ambiente e a seus pares, pois a escola não oportunizava meios para 
que ele tivesse acesso.
Nesse caso, era o aluno quem buscaria meios para se adaptar às situações diárias. 
Desse modo, a integração é vista como um processo fragmentado e padronizado 
dentro da escola.
Ainda, a integração escolar não pressupõe a inexistência de serviços educa-
cionais especiais, pois tem como princípio assegurar tais serviços com a qualidade 
que atenda às especificidades das pessoas com deficiência. No entanto, é comum 
encontrar esses serviços fora do ambiente escolar, funcionando como “serviços pa-
ralelos”. Assim, o seu propósito não fica claro, uma vez que os serviços especializados 
realizados fora da escola, geralmente, apresentam um distanciamento em relação 
àquilo que é realizado, efetivamente, na escola. Isso dificulta a integração escolar 
dos estudantes, já que não fazem parte da instituição como um todo.
O objetivo da integração escolar, portanto, é garantir a permanência do estu-
dante na escola e lhe oferecer um direcionamento no qual se sinta parte do espaço 
escolar. O docente da educação especial não deve restringir seu trabalho à classe 
especial e seus alunos, e sim a atender às demandas de toda a comunidade escolar.
A literatura aponta, ainda, que, no processo de integração, o estudante vai se 
moldando ao padrão estabelecido pela escola, continuando o seu percurso formati-
vo normalmente, com seus valores e meios organizacionais baseados na perspectiva 
enganosa da homogeneidade, uma vez que a “integração” é voltada para a inserção 
do estudante de maneira parcial. Aqueles que não se enquadram nos padrões e não 
são considerados aptos a frequentar a sala de aula comum são encaminhados às 
escolas ou classes especiais.
Omote (1999) relata que a política integracionista começou a se destacar 
nos Estados Unidos entre os anos 1960 a 1970, como uma forma de instruir os 
estudantes com deficiência em sua escolarização em um ambiente que deveria 
ser considerado o mais normal possível, para evitar, desse modo, a segregação. 
Portanto, nas salas de aula comuns, os estudantes com deficiência eram enco-
rajados a participar das atividades.
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Para Sanches e Teodoro (2009, p. 65), integração nada mais é do que:
 “ [...] a oferta de serviços educativos que sepõem em prática me-diante a disponibilidade de uma variedade de alternativas de ensino e de classes que são adequadas ao plano educativo, para 
cada aluno, permitindo a máxima integração institucional, tem-
poral e social entre alunos deficientes e não-deficientes durante 
a jornada escolar normal.
A integração escolar tem como perspectiva educacional considerar o estudan-
te no processo, independentemente das suas especificidades ou condições. O 
docente acompanha a realização das atividades e direciona os passos a serem 
seguidos. Ainda, integração escolar, de acordo com a Política Nacional de 
Educação Especial de 1994,
 “ [...] é um processo gradual e dinâmico que pode tomar distintas formas de acordo com as necessidades e habilidades dos alunos. A integração educativa-escolar refere-se ao processo de educar e 
ensinar, no mesmo grupo, a crianças com e sem necessidades edu-
cativas especiais, durante uma parte ou na totalidade do tempo de 
permanência na escola (BRASIL, 1994, p.18).
Para Mendes e Trindade (1993), a integração da pessoa com deficiência precisa 
ser reconhecida, efetivamente, pela concepção de que toda criança é especial, 
eliminando, assim, a barreira da segregação e da discriminação, trabalhando a 
partir da individualidade e da capacidade de cada estudante.
Caro(a) aluno(a), vimos que, no país, o processo de integração confundiu-
-se, muitas vezes, com a ideia de inserção do estudante no ensino comum, em 
um sistema educacional que apresenta inúmeros mecanismos de exclusão. No 
entanto a integração não foi de todo uma ideia ruim, pois é muito difícil im-
plementar uma prática integracionista dentro de um sistema que exclui pelos 
próprios serviços que oferece. Contudo veremos a seguir que o movimento 
de inclusão reverteu esse quadro, reestruturando as maneiras de oferecer os 
serviços para as pessoas com deficiências, de modo a incluí-las de maneira 
mais efetiva no contexto social e escolar.
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A INCLUSÃO E A 
SUA RELAÇÃO COM O 
CONTEXTO SOCIAL
E EDUCACIONAL
Caro(a) aluno(a), refletiremos neste momento, sobre a inclusão e seus seg-
mentos, uma vez que sua definição está comumente relacionada à integração, 
havendo uma confusão entre esses conceitos. A inclusão foi sendo integrada 
à sociedade por meio de vários aspectos históricos, sociais, políticos e edu-
cacionais para amparar de maneira mais efetiva as pessoas com deficiência. 
Em relação aos aspectos históricos, é necessário ressaltar que esse movimen-
to auxiliou a reconhecer que essas pessoas apresentam muito mais do que 
limitações e dificuldades: a inclusão possibilitou enxergar o outro com suas 
habilidades e potencialidades. 
Em relação aos aspectos sociais, a inclusão vem buscando meios e es-
tratégias para auxiliar as pessoas com deficiência a serem vistas de maneira 
respeitosa, de modo que a convivência com os demais seja feita de forma har-
moniosa e solidária. Em relação aos aspectos políticos, a inclusão buscou, por 
meio de muitas lutas, redimensionar as políticas, as legislações, as diretrizes 
e os documentos que regem a educação para estabelecer o direito subjetivo 
à educação. Enfim, no que diz respeito à educação, o foco é no processo edu-
cacional, propiciando meios para que todos tenham as mesmas oportunida-
des. Então vamos lá, é momento de compreender os principais aspectos da 
inclusão e seus segmentos.
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Inclusão
O conceito de inclusão segue alguns parâmetros comuns, já que significa 
incluir, adicionar ou acrescentar pessoas ou algo que existe em grupos dos 
quais não faziam parte. De acordo com o Dicionário Informal (2019, on-line)1, 
inclusão vem “do verbo incluir (do latim, includere), no sentido etimológico, 
significa conter em, compreender, fazer parte de, ou participar de”. A palavra 
inclusão também estabelece uma margem para vários sinônimos, dentre eles: 
abarcamento; colocação; encerramento; enquadramento; envolvimento; in-
corporação; inserção; integração e introdução.
A definição dessa palavra não pressupõe que a pessoa “incluída” precisa 
ser semelhante ou igualmente parecida com os demais, já que em uma so-
ciedade dita inclusiva os indivíduos são valorizados por sua individualidade, 
fortalecendo, desse modo, a diversidade e a aceitação das diferenças. É nes-
sa sociedade que o indivíduo convive, contribui e constrói, com seus pares, 
oportunidades que sejam iguais para todos, de modo em que juntos têm a 
responsabilidade mútua de fazer pelo outro, mesmo que esse outro não apre-
sente as mesmas características.
A palavra inclusão é frequentemente utilizada nas discussões, nos debates 
e, principalmente, nos documentos educacionais, sociológicos e políticos. 
Desde que surgiu nesses campos, apareceu com o propósito de evoluir e dar 
um novo significado à palavra “integração”. Inclusão pressupõe a ideia ressig-
nificada de integrar uma pessoa na sociedade, fazendo com que o que está em 
volta se modifique para que o sujeito se sinta “pertencido” a um determinado 
contexto.
Para Forest e Pearpoint (1997, p. 137), a inclusão significa,
 “ [...] estar com o outro e cuidar uns dos outros. Não quer abso-lutamente dizer que somos todos iguais. Inclusão celebra, sim, nossa diversidade e diferenças com respeito e gratidão. Quanto 
maior a nossa diversidade, mais rica a nossa capacidade de criar 
novas formas de ver o mundo.
A inclusão é o processo em que a sociedade se adapta ao objetivo de incluir 
e capacitar os indivíduos discriminados, possibilitando, desse modo, a sua 
participação na sociedade (ROSS, 1998).
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Ainda sobre a inclusão na sociedade, podemos deduzir que o seu significado 
está ligado à representatividade da igualdade entre pessoas diversas que ocu-
pam o mesmo espaço social, dando a entender que todos, independentemente 
de qualquer situação, têm direito de estar junto, no mesmo espaço, participando, 
sem sofrer nenhum tipo de discriminação ou de preconceito. Estabelece conter 
ou englobar alguma coisa ou alguém entre outras coisas ou espaços específicos. 
Nesse sentido, incluir é agregar valor a algo que já existe.
Desse modo, a inclusão precisa valorizar a diversidade como princípio fun-
damental, de modo que cada pessoa contribui com algo, sendo assim, a inclusão 
é um problema da sociedade cuja solução precisa ser encontrada no próprio sis-
tema social (MASINI, 1999). Além disso, é importante pensarmos que a inclusão 
deve ocorrer em todos os âmbitos, sendo assim, compreenderemos melhor como 
ela deve ocorrer na sociedade.
A diversidade faz parte da sociedade e está em toda parte, seja no cotidiano, 
nas redes sociais, na mídia, no esporte etc. A inclusão social pode ser considerada 
um conjunto de ações que possibilita a todos igualdade de condições nessa socie-
dade, independentemente de qualquer aspecto, seja ele relacionado à deficiência, 
ao gênero, a orientação sexual, entre outros.
A Constituição Brasileira de 1988 é clara quando estabelece em seu Art. 5º 
que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garan-
tindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade” (BRASIL, 
1988, on-line). Ainda, o Art. 7º da Constituição de 1988, que aborda os direitos 
dos trabalhadores urbanos e rurais, determina em seu inciso XXXI a proibição 
da discriminação contra o trabalhador com deficiência.
Apesar do que a legislação estabelece em relação ao que a sociedade deveria 
seguir como direitos e deveres, ela ainda necessita compreender o conceito de 
inclusão social a partir das minorias. Como você já estudou, inclusão significa 
“fazer parte de”, ou seja, incluir nada mais é do que a ação de inserir uma pessoa 
ou um grupo na sociedade. Incluir uma pessoa com deficiência, então, significa 
que a mesma deve ter uma vida social e política como a das outras pessoas.
Ainda, o conceito de inclusão social é utilizado para designar as políticas 
de inserçãode grupos ou indivíduos excluídos da sociedade. Por isso, a inclu-
são ainda está relacionada à exclusão. Assim, para que uma ação inclusiva seja 
consolidada, é necessário identificar os excluídos, aqueles não têm seus direitos 
básicos respeitados.
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Portanto, ao abordar a inclusão social, é necessário ressaltar que há inúmeros 
segmentos que necessitam ser democratizados para que todos tenham acesso ir-
restrito dentro da sociedade, independentemente de suas condições. Além disso, 
a inclusão social deve ser promovida por meio de condições que beneficiem a 
autonomia das pessoas com deficiência.
Para Sassaki (1997, p. 3), inclusão social é:
 “ [...] o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na 
sociedade. A inclusão social constitui, então, um processo bilateral 
no qual as pessoas ainda excluídas e a sociedade buscam, em par-
cerias, equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a 
equiparação de oportunidades para todos.
Desse modo, é importante ressaltar que uma pessoa com deficiência é excluída da 
sociedade quando essa mesma sociedade não propõe condições mínimas para que 
ela seja incluída, portanto, não oportunizar meios para que isso ocorra se torna um 
impeditivo à liberdade dessa pessoa. Há, nesse caso, exclusão social, posto que a 
pessoa foi impossibilitada de exercer seu papel de cidadã por razões injustificáveis.
Nesse sentido, a inclusão social também se transformou em um grande movi-
mento de luta, não somente pelas pessoas com deficiência, familiares, pesquisadores 
e afins, mas por todos os grupos marginalizados dentro da sociedade, já que são 
comuns infinitas formas de discriminação em relação ao diferente dentro de uma 
sociedade que, por vezes, apresenta um discurso voltado à homogeneidade. Atual-
mente, há grandes movimentos sociais que reivindicam da sociedade, e principal-
mente do poder público, a efetivação de políticas públicas que possam ser a base de 
“compensação” às discriminações históricas e sociais construídas em nossa sociedade. 
No entanto, além dessas ações em nível governamental, é preciso uma ação social 
mais efetiva, pois ações coletivas e individuais ajudam a romper com o preconceito.
A história de preconceito e discriminação está no cerne da sociedade, desde os 
primórdios. No entanto, na atualidade, ainda falta estrutura e conhecimento para 
que a sociedade possa incluir socialmente as pessoas com deficiência, garantindo a 
elas a inclusão social. Tais fatos são vistos diariamente: quando não há acessibilidade 
nas ruas, quando não há profissionais da área da saúde especializados para tratar 
desse público, quando não há local adequado para irem e virem, quando a escola 
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apenas insere e não inclui, entre outras situações. Por isso, é muito importante que 
haja um direcionamento efetivo do dinheiro público para que a estrutura da socie-
dade seja adequada, com investimentos que visem, também, a conscientização da 
sociedade de modo geral, para que essas pessoas sejam reconhecidas e respeitadas, 
para que possam interagir com e na sociedade de maneira muito mais significativa.
Por isso, Sassaki (1997, p. 42) ressalta que a inclusão social deve ser:
 “ [...] um processo que contribui para a construção de um novo tipo de sociedade, através de transformações, pequenas e grandes, nos ambien-tes físicos, espaços internos e externos, equipamentos, aparelhos, utensí-
lios, mobiliário e meios de transportes, e na mentalidade de todas as pes-
soas, portanto também do próprio portador de necessidades especiais.
Além do que Sassaki (1997) ressalta, é necessário evidenciar que as situações de in-
clusão social que contemplam as pessoas com deficiência precisam ser construídas 
no dia a dia, por meio das relações na sociedade, com seus pares e nos movimentos 
políticos para que haja a minimização das situações de discriminação que excluem 
essas pessoas da vida em sociedade. Acreditamos que a educação constitui, sem 
dúvida, um dos caminhos mais eficazes para consolidar a inclusão social da pessoa 
com deficiência, pois é nesse espaço que ações pautadas no respeito à diversidade e 
à pluralidade cultural são articuladas com um propósito muito mais sistematizado, 
auxiliando na construção de uma concepção mais significativa e pragmática.
Por isso, a inclusão escolar consiste em ações inclusivas realizadas no interior 
da escola, de modo que todas as pessoas tenham acesso ao ensino de maneira 
igualitária e sem nenhum tipo de discriminação. Nesse sentido, o principal foco 
da inclusão escolar é a oferta e o acesso às pessoas com necessidades educacionais 
especiais (PNEE), que, geralmente, apresentam algum tipo de deficiência.
A inclusão escolar pressupõe o acesso dos estudantes com necessidades edu-
cacionais especiais à sala de aula comum, compartilhando as mesmas experiên-
cias e aprendizados de seus pares. No entanto, apesar da Política da Educação 
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva de 2008, que reorganiza a Po-
lítica da Educação Especial de 1994 e estabelece caminhos claros e específicos 
para o atendimento a ser realizado com esse público, ainda encontramos escolas 
despreparadas, sem o suporte necessário para realizar esse atendimento, sem 
infraestrutura adequada e, principalmente, sem formação continuada específica 
para efetivar o trabalho educacional e inclusivo com esses alunos. 
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Após a Política de 1994, porém, outras leis e documentos foram surgindo 
como meio de estabelecer a educação inclusiva no país. Um exemplo disso é a 
Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional - LDBEN, conhecida como Lei 
nº 9.394/96, que estabelece em seu Art. 59 que “os sistemas de ensino assegura-
rão aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e 
altas habilidades ou superdotação” dentre outras questões, “currículos, métodos, 
técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas ne-
cessidades [...]” (BRASIL, 1996, on-line), propondo, desse modo, que a educação 
seja delineada dentro de uma perspectiva inclusiva.
A Resolução nº 02/2001, que instituiu as Diretrizes Nacionais para a Educa-
ção Especial na Educação Básica, foi outro documento que recomenda, em seu 
art. 2º, que “os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo 
às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades 
educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para a educação 
de qualidade para todos”.
Anos mais tarde, o Art. 8º, parágrafo I, da Lei n. 13.146 de 6 de julho de 
2015, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, 
considera crime, 
 “ punível com reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa ao recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer 
curso ou grau, público ou privado, em razão de sua deficiência [...]” 
(BRASIL, 2015, p. 24).
Há também o Artigo 208 da Constituição Federal de 1988, que propõe como 
dever do Estado a garantia de “atendimento educacional especializado aos por-
tadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL, 
1988, on-line). 
Para Ainscow e Ferreira (2003), a inclusão tem como objetivo apoiar a edu-
cação para todos. Desse modo, o propósito é de que todos os estudantes tenham 
um local para construir o conhecimento científico e se desenvolver enquanto 
pessoas. Ainda, a inclusão sugere que todos os estudantes possam usufruir de 
um ambiente escolar que seja comum a todos, para que possam aprender juntos.
Complementando a ideia da educação para todos, a própria Declaração de 
Salamanca (1994) sugere que:
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A Portaria CENESP/MEC nº 69/1986, que expediu normas para fixação de critérios regula-
dores da prestação de apoio técnico e/oufinanceiro à Educação Especial nos sistemas de 
ensino público e particular, substituiu o termo “aluno excepcional” pelo termo “educando 
com necessidades especiais”. Desse modo, reflita sobre os benefícios que essa mudança 
trouxe para os estudantes do público-alvo da educação especial.
Fonte: a autora.
pensando juntos
 “ O desafio que confronta a escola inclusiva é no que diz respeito ao desenvolvimento de uma pedagogia centrada na criança e capaz de bem-sucedidamente educar todas as crianças, incluin-
do aquelas que possuam desvantagens severas. O mérito de tais 
escolas não reside somente no fato de que elas sejam capazes de 
prover uma educação de alta qualidade a todas as crianças: o 
estabelecimento de tais escolas é um passo crucial no sentido de 
modificar atitudes discriminatórias, de criar comunidades aco-
lhedoras e de desenvolver uma sociedade inclusiva.
Nesse sentido, é necessário pensar sobre inúmeros aspectos em relação à es-
cola inclusiva, como a disponibilidade de serviços especializados que possam 
propiciar o ensino igualitário a todos, independentemente das características 
individuais dos estudantes. 
A Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, 
de 2008, tem como objetivo “assegurar a inclusão escolar de alunos do público-alvo 
da educação especial, orientando os sistemas de ensino para garantir: acesso ao 
ensino regular, com participação, aprendizagem e continuidade nos níveis mais 
elevados do ensino” (BRASIL, 2008, on-line). Tendo esse documento como diretriz, 
entende-se que o objetivo é a reestruturação do ensino comum, de modo a atender 
com mais eficiência a todos os estudantes do público-alvo da educação especial, que 
são aqueles que apresentam deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e 
altas habilidades/superdotação, abandonando definitivamente a ideia de integração.
De acordo com Ainscow (1998), a escola inclusiva é aquela voltada para o 
currículo, em que há a possibilidade de relacionar os aspectos específicos e prá-
ticos, como as estratégias, recursos e métodos considerados fundamentais para 
a implementação de uma escola inclusiva.
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Transformar as escolas em inclusivas é considerado um desafio, visto que a redefi-
nição dos papéis ainda se encontra em processo, mesmo após mais de uma década 
da Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. 
Essa redefinição trata da articulação entre a escola especializada e a comum, do 
atendimento educacional especializado na escola comum, da elaboração de um 
currículo inclusivo, da formação inicial e continuada dos docentes, da formação 
específica para a comunidade escolar como um todo, da estrutura e organização 
da escola comum, entre tantas outras questões que ainda, ano após ano, necessi-
tam ser revistas, redefinidas e reorganizadas para que o pertencimento integral 
aconteça de maneira efetiva.
Além disso, a educação inclusiva é bem diferente da educação tradicional, em 
que o estudante é quem precisava se adaptar. Nesse novo modelo, é a escola que se 
adapta às necessidades e especificidades do estudante, objetivando não somente a 
sua permanência, mas que seu processo de ensino e aprendizagem seja contem-
plado de maneira igualitária e satisfatória. Nesse sentido, a educação inclusiva 
tem como desafio oferecer educação de qualidade para todos os seus estudantes.
Pensando a respeito das particularidades que esses estudantes apresentam, é 
importante ressaltar que cada um apresenta características próprias que os tor-
nam únicos, com um padrão de aprendizagem e de interesses muito específicos, 
e é um grande desafio para a escola atuar com toda essa diversidade, na tentativa 
de estruturar uma nova maneira de ensinar e de aprender que possa eliminar seu 
viés segregacionista e atender a todos, sem exceção.
Para que a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no 
ensino comum seja efetivada, não basta a promulgação de leis e documentos que 
estabeleçam regras, normas e diretrizes para a educação inclusiva. É fundamental 
que existam leis que amparem esse público em específico, mas isso não é sufi-
ciente. A educação inclusiva também precisa ser acolhida pela sociedade e pela 
própria escola, para que ela seja efetivada em sua totalidade.
Caro(a) aluno(a), você acompanhou o percurso da integração à inclusão e viu 
como ocorreu essa transição em nosso país, com avanços significativos quanto ao 
ao processo de inclusão das pessoas com necessidades educacionais especiais. A 
seguir, você entenderá mais uma vertente relacionada à integração e à inclusão, 
e como ocorreu o processo de institucionalização desses movimentos no Brasil.
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A INSTITUCIONALIZAÇÃO 
DOS MOVIMENTOS DE 
INTEGRAÇÃO E DE 
INCLUSÃO NO BRASIL
Olá, caro(a) aluno(a), compreenderemos um pouco melhor o surgimento da 
integração e da inclusão no Brasil. Para isso, é necessário conhecer como e por 
que esse paradigma se consolidou. Com a criação da Organização das Nações 
Unidas (ONU), em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, o mundo pas-
sou a se preocupar com os direitos humanos, pois a sociedade compreendeu 
a necessidade do bem-estar comum. A maior preocupação, nesse período his-
tórico, foi com os soldados que voltavam da guerra mutilados, sem audição ou 
visão, entre muitas outras limitações físicas.
Desse modo, foi necessário propor meios de reabilitação e de acessibilidade 
para esses soldados, para que pudessem se reintegrar à sociedade. Em 1955, foi 
aprovada a Recomendação n.º 99 da Organização Internacional do Trabalho 
(OIT), para tratar da reabilitação das Pessoas Deficientes. A OIT foi fundada 
em 1919, com o objetivo de promover a justiça social, e ganhou o Prêmio Nobel 
da Paz em 1969. A partir desse documento, a Assembleia Geral da ONU bus-
cou meios para aprovar outros documentos que tratassem dos direitos dessas 
pessoas com deficiência, entre eles está a Declaração dos Direitos das Pessoas 
com Deficiência de 1975, sugerindo que:
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 “ As pessoas deficientes têm direito a tratamento médico, psicoló-gico e funcional, incluindo dispositivos protéticos e ortopédicos, a reabilitação médica e social, a educação, formação e reabilitação 
profissional, a apoio, aconselhamento, serviços de colocação e 
outros serviços que lhes permitam desenvolver ao máximo as 
suas capacidades e aptidões e acelerem os seus processos de in-
tegração ou reintegração social (ONU, 1975, on-line)2.
Durante esse período, a abordagem utilizada era a médica, em que se analisava a si-
tuação das pessoas com deficiência. Ela partia do pressuposto de que a deficiência era 
como qualquer outra doença, devendo ser tratada e curada; após o devido tratamento, 
a pessoa com deficiência poderia se integrar à sociedade, adaptando-se aos modelos 
já existentes, dependendo, unicamente, dela mesma, pois deveria provar estar prepa-
rada para conviver com os demais na sociedade. No entanto percebeu-se, ao longo 
dos tempos, que a integração dessas pessoas ocorria de maneira muito superficial.
Nesse sentido, Ramos (2017, p. 251) pontua que:
 “ A atenção da sociedade e do Estado, então, voltava-se ao reconheci-mento dos problemas de integração da pessoa com deficiência para que esta desenvolvesse estratégias para minimizar os efeitos da defi-
ciência em sua vida cotidiana. A adoção desse modelo gerou falta de 
atenção às práticas sociais que justamente agravavam as condições 
de vida das pessoas com deficiência, ocasionando pobreza, invisibi-
lidade e perpetuação dos estereótipos das pessoas com deficiência 
como destinatárias da caridade pública (e piedade compungida), 
negando-lhes a titularidade de direitos como seres humanos. Além 
disso, como a deficiência era vista como “defeito pessoal”, a adoção 
de uma política pública de inclusão não era necessária.
Diante desse movimento contrário, não havia inclusão, pois eram as pessoas com 
deficiência que deveriam se adaptar à sociedade parase integrarem. Não havia 
nenhum reconhecimento em relação à reabilitação, e a sociedade deveria mudar 
a sua visão excludente para permitir que as pessoas com deficiência pudessem 
ter seus direitos respeitados. A sua integração não poderia ser parcial e voltada 
à análise de sua capacidade individual, mas total e incondicional, independente-
mente do grau de comprometimento da pessoa com deficiência. Apesar da visão 
segregacionista que a sociedade perpetuava, o conceito de integração permitiu 
que a sociedade rompesse aos poucos com seus preconceitos.
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Miranda (2003, p. 2) pontua que “podemos dizer que a fase de integração 
se fundamentava no fato de que a criança deveria ser educada até o limite 
de sua capacidade”. No entanto, apesar dos avanços alcançados, o período 
de integração da pessoa com deficiência não ocasionou nenhuma mudança 
mais relevante na sociedade, pois, mesmo com a aceitação da diferença, era a 
pessoa com deficiência que precisava se adaptar ao meio.
O paradigma relacionado ao atendimento das pessoas com deficiência só 
começou a ser visto de maneira diferente a partir da década de 1980. Em 1981, 
a ONU organizou-se, politicamente, em prol da pessoa com deficiência. Em 
1999, foi criada a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as 
Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. Essa 
Convenção utilizou, mais uma vez, a expressão “integração social” na redação 
de seu documento. Após cinco anos de luta, no ano de 2006, a comunidade 
internacional aprovou uma Convenção sobre os Direitos das Pessoas com 
Deficiência, que modificou o modelo social da deficiência, contrariando o 
modelo médico, sustentando o paradigma da integração. A utilização do mo-
delo social pode estar inserida em seu Art. 3º, propondo como um de seus 
princípios “a plena e efetiva participação e inclusão na sociedade” (BRASIL, 
2007, p. 28).
Esse princípio busca assegurar a igualdade de condições como modo de 
consolidar a responsabilidade do Estado e da sociedade a favor dos direitos 
do ser humano. Desse modo, não é mais a pessoa com deficiência que deve 
se adaptar, mas a sociedade, com base na dignidade humana, deve assegurar 
a igualdade de condições, eliminando as barreiras até se chegar à inclusão.
Apesar dos movimentos que auxiliaram as pessoas com deficiência a se-
rem incluídas na sociedade, é importante pontuar que foi um processo lon-
go até chegarem à escola, que passou por inúmeras mudanças até chegar à 
inclusão, considerada um modelo ideal na atualidade quando o assunto é o 
processo educacional das pessoas com deficiência. No entanto, é necessário 
recordar que a integração norteou, por muito tempo, os ideais da educação 
especial, pois é vista como um modelo que visa integrar o estudante com 
necessidades educacionais especiais na escola, propiciando condições para 
que ele se integre graças ao atendimento que é realizado, porém, como já 
pontuado anteriormente, nesse modelo é o estudante que se adequa à escola, 
e não a escola que precisa se adequar ao estudante. O mais impressionante 
é que até recentemente o modelo integracionista era utilizado na educação.
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Para Rodrigues (2006), o modelo integracionista supõe a participação do 
estudante com deficiência no sistema, por intermédio de um representante, 
de modo que ele se adapte ao meio, sendo uma escola muito parecida com 
a tradicional, em que esse estudante é ignorado. Nesse modelo, é negado ao 
estudante com deficiência a sua identidade, pois ele é integrado ao contexto 
escolar como qualquer outro, não considerando as diferenças existentes para 
preparar o seu processo de ensino e aprendizagem.
Para Sassaki (1997, p. 32), no modelo integrativo “a sociedade em geral 
ficava de braços cruzados e aceitava receber as pessoas com deficiência desde 
que elas fossem capazes de moldar-se aos tipos de serviços que ela lhes ofe-
recia; isso acontecia inclusive na escola”. Esse modelo educacional exclui os 
estudantes com deficiência que não se adaptam ao ensino oferecido na escola 
comum. A integração investe na adaptação do estudante com deficiência à 
escola regular, sem focar a sua autonomia com o objetivo de emancipá-lo, sem 
melhorar o seu senso crítico e sem colaborar para que ele seja reflexivo. Como 
já mencionado durante a conceituação de integração, uma das estratégias da 
integração é o mainstreaming.
Segundo Cerqueira (2003), mainstreaming está relacionado à integração 
temporal, social e instrucional do estudante com deficiência, de maneira pro-
gressiva, baseado em estudos e avaliações individuais. Mesmo com muitas 
críticas em relação ao processo de integração do estudante com deficiência na 
sociedade, Sassaki afirma (1997) que o processo de mainstreaming foi muito 
importante para a aquisição de conhecimento e de experiência de integração 
para início do processo inclusivo.
O paradigma da integração foi utilizado em nosso país após os anos de 
1970. Nos anos seguintes, aconteceram várias conferências e vários acordos 
internacionais a respeito da democratização do ensino que se refletiram no 
Brasil. Entre a metade e o final da década de 1990, a integração era vista 
como um meio de inserir no ensino comum os estudantes que estavam fora 
da escola. Essa expressão caiu em desuso quando a palavra inclusão surgiu 
na política educacional brasileira, baseada nos movimentos internacionais.
Após os anos de 1990, ocorreram inúmeros debates a respeito dos fatores 
que dificultavam o entendimento do conceito de integração. De acordo com 
Mazzotta (1993), a diversidade de compreensão do significado da palavra 
ocorreu em todo contexto envolvendo a educação. Para esse autor, o termo 
foi compreendido de formas diversas em cada período. Ainda, para ele, con-
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ceituar integração “depende, essencialmente, da concepção de homem e de 
sociedade que seus membros concretizam nas relações que estabelecem den-
tro e fora do ambiente escolar” (MAZZOTTA, 1993, p. 17).
Além disso, foi durante a década de 1990 que surgiram os primeiros de-
bates sobre o novo conceito de educação, denominado inclusão escolar. Para 
Batalha (2009, p. 1066) “no Brasil, a educação inclusiva assume espaço central 
no debate acerca da sociedade contemporânea e do papel da escola na supe-
ração da lógica da exclusão [...]”.
No início do século XXI, as mobilizações foram mais efetivas em relação 
à estrutura segregacionista proposta pelos sistemas de ensino, que manteve 
um alto índice de pessoas com deficiência em idade escolar fora do ensino 
comum ou matriculados em classes ou escolas especiais.
Nesse sentido, a política educacional brasileira voltada para a educação 
inclusiva iniciou-se em 2001, quando o Conselho Nacional de Educação 
aprovou o Relatório da Câmara de Educação Básica por meio da Resolução 
CNE/CEB nº 2/2001; por meio do Parecer CNE\CEB nº 17/2001, aprovou as 
Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica, indicando 
os princípios para a organização dos serviços de educação especial a partir 
da perspectiva inclusiva. O Parecer CNE/CEB n.17/2001 sugere a reestru-
turação do sistema educacional, com o objetivo de tornar a escola inclusiva. 
Desse modo, 
 “ O conceito de escola inclusiva implica uma nova postura da escola comum, que propõe no projeto pedagógico – no currículo, na meto-dologia de ensino, na avaliação e na atitude dos educadores – ações 
que favoreçam a interação social e sua opção por práticas hetero-
gêneas. A escola capacita seu professor prepara-se, organiza-se e 
adapta-se para oferecer educação de qualidade para todos, inclusive 
para os educandos que apresentam necessidades especiais. Inclusão, 
portanto, não significa simplesmente matricular todos os educan-
dos com necessidades especiais na classe comum, ignorando suas 
necessidades específicas, mas significa dar ao professor e à escola 
o suporte necessário à sua ação pedagógica (BRASIL, 2001, p. 40).
A partir de 2003, foi instituídoo Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade, 
promovido pela Secretaria de Educação Especial – SEESP – do Ministério da Edu-
cação – MEC cujas diretrizes principais são as de “disseminar a política de educação 
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inclusiva nos municípios brasileiros e apoiar a formação de gestores e educadores 
para efetivar a transformação dos sistemas educacionais em sistemas educacionais 
inclusivos” (BRASIL, 2006, on-line). Ainda, tem como princípio a “garantia do direito 
dos alunos com necessidades educacionais especiais de acesso e permanência, com 
qualidade, nas escolas da rede regular de ensino” (BRASIL, 2006, on-line).
Em 2006, após a Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência 
aprovada pelo Decreto Legislativo n° 186/2008 e pelo Decreto Executivo n° 
6.949/2009, as políticas públicas voltadas à inclusão foram se estabelecendo 
no país, passando a ser percebidas como um processo de reflexão e prática, 
de modo a possibilitar a reestruturação conceitual, política e pedagógica da 
educação, com o objetivo de efetivar o direito de todos, conforme estabelece 
a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988).
Nesse período, portanto, houve, efetivamente, a mudança do conceito de 
deficiência, que até esse momento era pautado pelo modelo integracionista, 
em que o padrão utilizado para identificar a deficiência era o clínico, e a 
condição na qual o indivíduo se apresentava era vista como um empecilho à 
integração social, fazendo com que ele se adaptasse às condições da sociedade 
(BRASIL, 2006). O novo conceito de deficiência sugerido pela Convenção dos 
Direitos das Pessoas com Deficiência, porém, é que:
 “ pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua par-
ticipação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições 
com as demais pessoas (BRASIL, 2015, on-line).
Ainda de acordo com o Art. 240 do mesmo documento, os Estado Partes asse-
gurarão às pessoas com deficiência “[...] acesso ao ensino primário inclusivo, de 
qualidade e gratuito, e ao ensino secundário, em igualdade de condições com 
as demais pessoas na comunidade em que vivem [...]” (BRASIL, 2015, on-line).
 No ano de 2008, a Política Nacional de Educação na Perspectiva da Educa-
ção Inclusiva trouxe uma nova maneira de compreender a educação especial, 
a partir de uma perspectiva inclusiva. Desse modo, estabeleceu de maneira 
clara quem são os estudantes que fazem parte do público-alvo da Educação 
Especial e como o Atendimento Educacional Especializado será realizado.
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Para Mantoan (2010), a Política Nacional de Educação Especial na Pers-
pectiva da Educação Inclusiva de 2008 trouxe avanços significativos para 
a educação especial, pois a partir de suas diretrizes provocou uma grande 
mudança na escola comum, revertendo os conceitos e práticas utilizadas em 
sala de aula. Essa política, com certeza, instituiu em termos legais, políticos e 
sociais um importante marco para a educação do país como um todo.
De acordo com Glat, Pletsch e Fontes (2006, p. 3):
 “ Para avançarmos nesta discussão, é importante reconhecer que a Educação Inclusiva como hoje a conhecemos representa a etapa atual do processo de transformação das concepções teóricas e das 
práticas da Educação Especial, que historicamente vêm acompa-
nhando os movimentos sociais e políticos em prol dos direitos 
das pessoas com deficiências.
A educação especial teve, por muito tempo, uma abordagem de ensino para-
lelo que atendia aos estudantes com necessidades especiais. A escola especial 
era, portanto, vista como substituta do ensino comum. No entanto Glat e 
Blanco (2007, p. 16) relatam que:
 “ [...] a Educação Especial não deve ser concebida como um sis-tema educacional especializado à parte, mas sim como um con-junto de metodologias, recursos e conhecimentos (materiais, pe-
dagógicos e humanos) que a escola comum deverá dispor para 
atender a diversidade de seu alunado.
Mantoan (2010, p. 21) afirma que “nas escolas inclusivas, os alunos não são 
identificados como especiais, normais, comuns. Todos se igualam pelas suas 
diferenças”. Além disso, “[...] a finalidade das escolas inclusivas está centrada 
na criação de sistemas educacionais que ofereçam respostas às necessidades 
de todos os alunos” (GONZÁLEZ, 2002, p. 120).
Para Miranda (2003), são vistas de maneira clara as conquistas que foram 
alcançadas ao longo dos anos. Para que elas se concretizem na prática escolar, 
porém, são necessárias ações colaborativas entre todos os envolvidos no pro-
cesso educacional e inclusivo para alcançar um objetivo comum.
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Portanto, caro(a) aluno(a), para finalizar este tópico, o quadro a seguir demonstra 
as principais diferenças entre inclusão e integração. As definições apresentadas são 
do primeiro volume do Manual do Mídia Legal (2003).
PRINCIPAIS DIFERENÇAS
INTEGRAÇÃO INCLUSÃO
Inserção parcial e condicional 
(crianças “se preparam” em escolas 
ou classes especiais para estar em 
escolas ou classes regulares).
Inserção total e incondicional 
(crianças com deficiência não 
precisam “se preparar” para ir à 
escola regular).
Pede concessões aos sistemas Exige rupturas nos sistemas
Mudanças visando prioritariamente a 
pessoas com deficiência (consolida a 
ideia de que elas “ganham” mais).
Mudanças que beneficiam toda e 
qualquer pessoa (não se sabe quem 
“ganha” mais; TODAS ganham).
Contenta-se com transformações 
superficiais.
Exige transformações profundas.
Pessoas com deficiência se adaptam 
às necessidades dos modelos que 
já existem na sociedade, que faz 
apenas ajustes.
Sociedade se adapta para atender 
às necessidades das pessoas com 
deficiência e, com isso, se torna mais 
atenta às necessidades de TODOS.
Defende o direito de pessoas com 
deficiência.
Defende o direito de TODAS as 
pessoas, com e sem deficiência.
Insere nos sistemas os grupos de 
“excluídos que provarem estar aptos” 
(sob este aspecto, as cotas podem 
ser questionadas como promotoras 
da inclusão).
Traz para dentro dos sistemas 
os grupos de “excluídos” e, 
paralelamente, transforma esses 
sistemas para que se tornem de 
qualidade para TODOS.
O adjetivo integrador é usado quando 
se busca qualidade nas estruturas 
que atendem apenas às pessoas com 
deficiência consideradas aptas (escola 
integradora, empresa integradora etc.).
O adjetivo inclusivo é usado quando 
se busca qualidade para TODAS 
as pessoas com e sem deficiência 
(escola inclusiva, trabalho inclusivo, 
lazer inclusivo etc.).
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PRINCIPAIS DIFERENÇAS
INTEGRAÇÃO INCLUSÃO
Como reflexo de um pensamento 
integrador podemos citar a 
tendência a tratar pessoas com 
deficiência como um bloco 
homogêneo (ex: surdos se 
concentram melhor; cegos são 
excelentes massagistas).
Valoriza a individualidade de pessoas 
com deficiência (ex: pessoas com 
deficiência podem ou não ser bons 
funcionários; podem ou não ser 
carinhosos etc.).
Tende a disfarçar as limitações para 
aumentar a possibilidade de inserção
Não quer disfarçar as limitações, 
porque elas são reais
A presença de pessoas com e sem 
deficiência no mesmo ambiente 
tende a ser suficiente para o uso do 
adjetivo integrador.
Não se caracteriza apenas pela 
presença de pessoas com e sem 
deficiência em um mesmo ambiente.
Incentiva pessoas com deficiência 
a seguir modelos, não valorizando, 
por exemplo, outras formas de 
comunicação como a Libras. 
Seríamos um bloco majoritário 
e homogêneo de pessoas sem 
deficiência rodeado pelas que 
apresentam diferenças.
A partir da certeza de que TODOS 
somos diferentes, não existem 
“os especiais”, “os normais”, “os 
excepcionais”, o que existe são 
pessoas com deficiência. 
Quadro 1 - Diferença entre integração e inclusão / Fonte: Veet Vivarta (2003, p. 21).
Esse quadro deixa bastante claro quais os caminhos que a integração e a inclusão 
seguem. No entanto, para reforçar taissegmentos, partiremos do pressuposto de 
que a integração, quando se refere ao ato de incluir, é considerada segregacionis-
ta, uma vez que se entende que o sujeito é quem precisa se adaptar ao meio. A 
inclusão vai muito além desse conceito, atribuindo às políticas públicas e educa-
cionais bem como à sociedade essa responsabilidade. Incluir vai além, pois busca 
recursos, meios e estratégias para que a pessoa com deficiência ou necessidades 
educacionais especiais tenham as mesmas condições que as demais.
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Mesmo que o panorama da educação inclusiva seja visto como progressista e 
transformador, caro(a) aluno(a), ainda carrega fatores que provocam a exclusão, prin-
cipalmente no campo da educação, como a falta de formação continuada específica 
de todos os docentes, o currículo inadequado, que, geralmente, visa somente ao en-
riquecimento acadêmico dos estudantes “aprendentes”, à falta de acessibilidade e às 
salas de aula adequadas, entre muitos outros. Cabe a cada um de nós, profissionais 
da educação, nos despir do preconceito e buscar meios para modificar o processo 
educacional de todos os alunos, independentemente de suas condições. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), até aqui, estudamos a trajetória percorrida pela integração e, pos-
teriormente, pela inclusão, até chegarmos aos dias atuais. Os dois conceitos, nesse 
caminho repleto de nuances, foram se encontrando e se configurando em seus 
períodos históricos para modificar a perspectiva da educação inclusiva no país.
 Os estudiosos, pesquisadores e todos os envolvidos na educação que atuam a 
favor das diferenças e da diversidade tiveram grande preocupação em relação ao 
percurso que o cenário educacional inclusivo tomaria. No entanto foi por meio de 
muitos debates e estudos que se pôde compreender e refletir a respeito da apren-
dizagem dessas pessoas, o que possibilitou investir em políticas educacionais que 
visassem ao desenvolvimento de práticas pedagógicas educacionais inclusivas.
Esse processo trouxe uma ressignificação ao trabalho com as pessoas com ne-
cessidades educacionais especiais e ao papel da escola enquanto instituição inte-
gradora e inclusiva, pois, com certeza, é a escola que deve mudar, não o estudante, 
pois a educação é um direito natural e indispensável, não havendo brechas para 
barganha. Por isso, enquanto profissionais da educação para todos e que atenda a 
todos, independentemente de qualquer situação, precisamos lutar por um sistema 
menos segregacionista, discriminatório e preconceituoso, pois quando nos referi-
mos à Educação Inclusiva, ela deve ser reconhecida pela sua habilidade de agregar 
a diversidade e pelo seu espaço democrático de participação e de aprendizagem.
Por fim, esperamos, caro(a) aluno(a), que as leituras tenham favorecido a 
compreensão a respeito da trajetória histórica, teórica e conceitual relaciona-
da à integração e à inclusão das pessoas com necessidades especiais. Podemos 
considerar, até esse momento, que o caminho a ser seguido no que diz respeito à 
concepção inclusiva cabe a cada um dos profissionais envolvidos, construindo, 
diariamente, esse processo na busca por uma escola muito mais inclusiva.
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na prática
1. Na história da educação, a integração e a inclusão perpassam inúmeros processos 
de transformação para chegar ao estágio visto nos dias atuais, pelo menos em rela-
ção à legislação. Considerando o que é estabelecido pelo movimento de integração 
e inclusão educacional, analise as afirmações a seguir: 
I - A integração escolar é considerada um modelo atual que agrega e insere todos 
no ensino comum, apoiando o estudante para que se sinta parte do sistema 
educacional.
II - A educação inclusiva é vista como um avanço em relação à integração escolar, 
já que seu principal papel é atender os alunos com necessidades educacionais 
especiais do ensino comum, na sala de recursos multifuncionais, no contraturno.
III - A educação especial e a integração escolar se complementam, não havendo 
nenhuma distinção entre as duas.
IV - O conceito de inclusão é mais amplo do que o de integração, pois enfatiza o 
papel do ensino comum na função de atender todos os alunos, inclusive, os da 
Educação Especial. 
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) I e II.
c) III e IV.
d) II, III e IV.
e) I, II, III e IV.
40
na prática
2. A inclusão segue alguns parâmetros comuns, já que significa incluir, adicionar ou 
acrescentar pessoas ou algo que existe em grupos dos quais não faziam parte. 
Considerando o que se afirma em relação à inclusão, podemos afirmar que seu 
enfoque é que:
a) A escola deve adaptar o seu processo educacional apenas aos estudantes que 
fazem parte do público-alvo da educação especial.
b) Fazem parte dos estudantes do público-alvo da educação especial aqueles que 
apresentam deficiência, depressão, transtornos globais do desenvolvimento e 
altas habilidades/superdotação, nas escolas regulares.
c) A inclusão é um processo semelhante ao da integração, a única diferença é o 
público a que cada um desses segmentos atende.
d) O processo educacional dos estudantes que estão matriculados em uma escola 
inclusiva é realizado na sala de aula comum, de modo em que ele se adapte ao 
ambiente e à forma de ensino e aprendizagem.
e) No processo de inclusão, a prioridade é ter escolas que atendam a todos os es-
tudantes, independentemente de suas condições físicas, psíquicas, emocionais 
ou educacionais.
3. A presença de estudantes com necessidades educacionais especiais no ensino co-
mum não consiste apenas na permanência neste espaço com os demais, ou na 
oferta de serviços especializados aos estudantes que deles necessitam, mas implica 
reestruturação do sistema educacional. Considerando o que está sendo retratado, 
podemos afirmar que tais concepções estão relacionadas:
a) À integração.
b) À inclusão educação especial.
c) Ao sistema escolar.
d) À normatização.
e) À educação especial.
41
na prática
4. A inclusão tem sido um tema bastante discutido entre os educadores brasileiros ao 
longo das últimas décadas. As discussões envolvem o movimento educacional atual, 
bem como os princípios da educação inclusiva que, por meio da legislação vigente, 
estabelece as condições necessárias para que as escolas se adequem às exigências 
atuais. Nesse sentido, para que a inclusão se efetive, faz-se necessário:
a) Seguir esse modelo de cientificidade e de ensino considerado único.
b) Propagar a concepção de igualdade e equidade como um modo de inclusão nas 
escolas.
c) Uma mudança do atual paradigma educacional cuja base é a escola para os 
normais.
d) Valorizar os iguais e os normais para que a escola possa atender a todos.
e) Recriar o modelo educacional de escola, que tem como eixo o ensino para os 
necessitados.
5. Sobre a educação inclusiva nas escolas, assinale a alternativa correta: 
a) É aquela que garante a qualidade de ensino a todos seus alunos, reconhecendo 
e respeitando a diversidade e atendendo de acordo com as potencialidades e 
necessidades.
b) É aquela que será considerada inclusiva quando direcionar o trabalho educacio-
nal dos estudantes de maneira igual em todos os aspectos.
c) É aquela que dá preferência ao ensino do estudante destaque, propiciando um 
trabalho educacional genérico.
d) É aquela em que o aluno está sujeito à segregação para garantir o processo de 
aprendizagem e de construção das competências para o exercício da cidadania.
e) É aquela em que o estudante com necessidades educacionais especiais tem 
tratamento diferenciado, ficando em locais separados e específicos.
42
aprimore-se
De acordo com o Art. 1º do Estatuto da Pessoa com Deficiência, o documento esta-
belece as diretrizes, normas gerais e os critérios básicos para assegurar, promover e 
proteger o exercício pleno e em condições de igualdade de todos os direitos huma-
nos e liberdades fundamentais pelas pessoas com deficiência, visando a sua inclusão 
social e cidadania plena e efetiva (BRASIL, 2015, on-line). Para

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