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13
INSTITUTO SUPERIOR DE TEOLOGIA APLICADA – INTA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
JOSÉ DIONES LOIOLA GOMES
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ÁS CRIANÇAS COM ASMA: REVISÃO INTEGRATIVA
SOBRAL– CE
2017
JOSÉ DIONES LOIOLA GOMES
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ÁS CRIANÇAS COM ASMA: REVISÃO INTEGRATIVA
Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Enfermagem do Instituto Superior de Teologia Aplicada (INTA) como requisito parcial para obtenção do título de Graduação de Bacharelado em Enfermagem.
Orientador(a): Profa. Ms. Rosalice Araújo de Sousa Albuquerque.
SOBRAL– CE
2017
Monografia apresentada como requisito parcial necessário para obtenção de Grau de Bacharelado em Enfermagem. Qualquer citação atenderá as normas da ética científica.
____________________________________________________
NOME DO ALUNO
Apresentado em ____/____/____
BANCA EXAMINADORA:
_________________________________________________________________
Orientador (a) Profª Mestre. Rosalice Araujo de Sousa Albuquerque 
_________________________________________________________________
1ª Examinador (a) Profª Mestre. Raila Souto Pinto Menezes
_________________________________________________________________
2ª Examinador (a) Profª Mestre. Francisca Alanny Rocha Aguiar Araujo
À minha mãe, Maria de Fátima Loiola Gomes e ao meu Pai José Lisboa Gomes, que por muitas vezes abriram mão de seus projetos de vida para que hoje meu sonho fosse realizado.
A meus irmãos, Luiza Maria Gomes, Pedro Wellington Loiola Gomes e a Sandra Maria Gomes que hoje não está no meio de nós, mas onde quer que ela esteja estará olhando por mim e nossa família. 
A minha esposa Alcione silva Sousa e a minha bebê Alessandra Louise da Silva Loiola, que para mim sempre será uma criança, não importando a idade. Obrigado por acreditarem no meu potencial e por terem me incentivado sempre.
Às minhas amigas, Izabel, Hérica, Aretha e Marcleide, por constituírem minha base social e fazerem parte do meu cotidiano.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por sempre guiar meu caminho e por ter me proporcionado essa realização.
À minha querida orientadora, professora Profª Mestre. Rosalice Araujo de Sousa Albuquerque, pela amizade, compromisso, dedicação e pelos sábios ensinamentos metodológicos que tanto me ajudaram na elaboração deste trabalho de pesquisa.
Agradeço também aos meus amigos e colegas da universidade que sempre torceram por mim e me apoiaram no decorrer da faculdade
Aos Enfermeiros e amigos, Gutembergue, Kécia, Marly, Priscila, Glauçonneide, Luiza, Yuka, e Marcela, pelo apoio, incentivo nesta minha jornada e por contribuírem através de seus ensinamentos e condutas a moldar o profissional que estou me tornando.
Aos demais amigos e familiares que colaboraram direta ou indiretamente para a conclusão deste trabalho.
A todos os professores de enfermagem das faculdades INTA, pelos constantes ensinamentos e pelo exemplo de dedicação ao ensino e pesquisa.
Por fim, a todos cujos seus nomes não foram citados, mas que estiveram envolvidos direta ou indiretamente com essa vitória alcançada.
RESUMO
Asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, na qual muitas células e elementos celulares têm participação. A inflamação crônica está associada à hiper-responsividade das vias aéreas, que leva a episódios recorrentes de sibilos, dispnéia, opressão torácica e tosse, particularmente à noite ou no início da manhã. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 300 milhões de pessoas no mundo, sofrem com a asma, incluindo crianças. A patologia em si, é responsável pelo acometimento de grande número de crianças em nosso meio, o que a torna uma das doenças de maior relevância na infância. A criança passar ter uma mudança no seu estilo de vida e hábitos, o que gera muitas limitações no seu dia-a-dia. Trata-se de uma revisão integrativa, que teve como objetivo analisar as produções científicas publicada entre 2011 e 2016, referente à assistência prestada à criança com asma. A seleção dos estudos foi realizada nas bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (MEDLINE, LILACS, BDENF) e resultou em 25 artigos, onde foram usados 13 que respondiam a pergunta norteadora. O estudo em geral abordou: Conceito, dados epidemiológicos, fisiopatológicos, tratamento, prevenção, assistência de enfermagem, educação em saúde, assistência hospitalar e qualidade de vida. Conclui-se que, os profissionais atuantes em programas de controle da asma na atenção básica, especialmente os enfermeiros envolvidos nesses serviços, precisam estar aptos a orientar os pais e suas crianças quanto o manejo da asma, para que o nível de internações diminua nos hospitais. Assim proporcionando uma melhor qualidade de vida de nossas crianças.
Palavras-chaves: Asma; Enfermagem, Criança, Atenção Primária.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
	
	
	Páginas
	Figura 1:
	Plano de cuidado de enfermagem: criança com asma
	26
	Figura 2:
	Componentes da revisão integrativa da literatura
	28
	Figura 3:
	Processo de busca dos artigos
	31
	Figura 4:
	Assistência a criança com asma
	37
	Quadro 1:
	Classificação da gravidade da asma
	19
	Quadro 2:
	Total de publicações de acordo com os descritores
	30
	Quadro 3:
	Publicações analisadas de acordo com o título, autores, ano de publicação, tipo de estudo, objetivo e conclusão
	34
LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES
APS – Atenção Primária á saúde
BDENF – Base de Dados Bibliográficos Especializada na Área da Enfermagem 
BVS – Biblioteca Virtual em Saúde
DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica 
DRC – Doenças Respiratórias Crônicas 
ESF – Estratégia Saúde da Família 
GINA – Iniciativa Global Contra Asma
LILACS – Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde 
MS – Ministério da Saúde 
OMS – Organização Mundial em Saúde 
PSF – Programa saúde da família 
SUS – Sistema Único de Saúde 
SAE – Sistematização da Assistência de Enfermagem
S.B.P.T – Sociedade Brasileira de Pneumonia e Tisiologia
UBS – Unidade Básica de Saúde
SUMÁRIO
	1
	INTRODUÇÃO......................................................................................
	10
	2
	OBJETIVO............................................................................................
	15
	3
	REVISÂO DE LITERATURA................................................................
	16
	3.1
	Asma.....................................................................................................
	16
	3.1.1
	Fisiopatologia......................................................................................
	
	3.1.2
	Aspectos epidemiológicos.................................................................
	
	3.1.3
	Diagnóstico..........................................................................................
	
	3.1.4
	Fatores de riscos associados............................................................
	
	3.1.5
	Tratamento...........................................................................................
	
	3.2
	Atenção Primária.................................................................................
	20
	3.3
	Assistência hospitalar........................................................................
	22
	3.4
	Assistência de enfermagem...............................................................
	23
	4
	METODOLOGIA...................................................................................
	27
	4.1
	Tipo de estudo.....................................................................................
	27
	4.2
	Pergunta norteadora...........................................................................
	28
	4.3
	Local da pesquisa...............................................................................
	29
	4.4
	Período da coleta de dados................................................................
	29
	4.5
	Coleta de dados...................................................................................
	29
	4.6
	Avaliação dos estudos........................................................................30
	4.7
	Discussão dos resultados..................................................................
	32
	4.8
	Síntese do conhecimento................................................................... 
	32
	4.9
	Aspectos éticos...................................................................................
	32
	5
	RESULTADOS E DISCUSSÕES..........................................................
	33
	5.1
	Caracterização dos estudos...............................................................
	33
	5.2
	Síntese do Conhecimento..................................................................
	37
	5.2.1
	Atenção primária ................................................................................
	38
	5.2.2
	Assistência de enfermagem...............................................................
	39
	5.2.3
	Mudanças no estilo de vida das crianças.........................................
	40
	5.2.4
	Qualidade de vida................................................................................
	41
	5.2.5
	Educação em saúde ...........................................................................
	42
	5.2.6
	Assistência hospitalar........................................................................
	44
	6
	CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................
	46
	
	REFERÊNCIAS.....................................................................................
	48
	
	APÊNDICE............................................................................................
	53
1 INTRODUÇÃO
O significado etimológico da palavra asma provém do grego asthma, pois tem o significado de sufocante, arquejante. Desde a antiguidade é conhecida por acometer indivíduos de todas as idades, níveis sociais e culturais, com parâmetros variados de gravidade e frequência, é considerado um obstáculo presente nas políticas públicas em saúde infantil (FERRARI et al., 1998).
Asma é um distúrbio inflamatório crônico, suas principais características constituem em hiper-reatividade brônquica, limitação reversível do fluxo aéreo e inflamação das vias respiratórias. A inflamação causa episódios recorrentes de sibilos, falta de ar, congestão torácica, tosse prolongada, intolerância ao exercício, dispnéia e bronquite ou pneumonia recorrentes. Episódios que acontecem principalmente à noite ou início da manhã (HAY JUNIOR et al., 2016; HOCKENBERRY, 2014).
De acordo com Gina (2013), asma é considerada uma doença pulmonar obstrutiva, e esse caráter é quase sempre reversível, para diferenciá-la da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). No entanto, essa característica quase sempre reversível pode não ser notada em pacientes com doença avançada, que podem ter sofrido remodelamento das vias aéreas com consequente limitação fixa do fluxo aéreo, o que dificulta o diagnóstico diferencial com a DPOC. 
Os elementos fundamentais presentes na asma são o processo inflamatório, o broncoespasmo e o aumento da produção de muco pelo epitélio das vias aéreas. Em função do processo inflamatório, ao longo da evolução da doença, pode haver fibrose e remodelamento das vias aéreas, levando a um comprometimento pulmonar mais grave, em que o componente obstrutivo tende a se tornar menos reversível, e o padrão ventilatório pode adquirir um padrão restritivo. O tratamento apropriado da asma reduz o processo inflamatório, melhora o controle dos sintomas e pode evitar essa evolução (GINA, 2013; MINTZ, 2004).
Segundo Malta (2015), a asma em adulto pode não apresentar sintomas, sendo as crises mais constantes em crianças. Devido sua frequência e risco de desfecho grave do quadro clínico, a asma é considerada uma prioridade de atendimento em saúde. A respeito das crianças, a doença provoca internações frequentes e se não houver atendimento apropriado pode levar a óbito. A Organização Mundial de Saúde (OMS), também classifica essas doenças respiratórias crônica como prioridade para controle.
As doenças respiratórias crônicas (DRC) são doenças crônicas tanto das vias aéreas superiores como das inferiores. A asma, a rinite alérgica e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) são as DRC mais comuns. Representam um dos maiores problemas de saúde mundialmente. Centenas de milhões de pessoas de todas as idades sofrem dessas doenças e de alergias respiratórias em todos os países do mundo e mais de 500 milhões delas vivem em países em desenvolvimento. As DRC estão aumentando em prevalência particularmente entre as crianças e os idosos. Afetam a qualidade de vida e podem provocar incapacidade nos indivíduos afetados, causando grande impacto econômico e social. As limitações físicas, emocionais e intelectuais que surgem com a doença, com consequências na vida do paciente e de sua família, geram sofrimento humano (BRASIL, 2010, pag.8).
A Organização Mundial de Saúde (2015), avalia que 300 milhões de pessoas no mundo, sofrem com a asma, incluindo crianças. Seu sintoma é identificado, basicamente pela dificuldade respiratória (falta de ar), tosse seca, chiado no peito e ansiedade. As complicações ocorrem porque os brônquios do asmático são mais sensíveis e tendem a reagir de forma mais abrupta quando há exposição aos diferentes desencadeadores da doença: frio, mudança de temperatura, fumaça, ácaros ou fungos, e até mesmo odores fortes.
O Brasil está na oitava posição mundial em prevalência de asma, com estimativas para crianças e adolescentes escolares variando de menos que 10 a mais do que 20% em diversas cidades estudadas, dependendo da região e da faixa etária consideradas. Em 2007, foi responsável por cerca de 273 mil internações, gerando custo aproximado de R$ 98,6 milhões para o Sistema Único de Saúde (SUS). Houve 2.500 óbitos, de acordo com o DataSUS, dos quais aproximadamente um terço ocorreu em unidades de saúde, domicílios ou vias públicas (BRASIL, 2010).
O tratamento inclui muitas medicações de uso oral, inalatória, endovenosa, e em alguns casos intramuscular. Apesar dessa grande quantidade de medicamentos isso não reduz a necessidade de ações educativas para diminuir a exposição a fatores agravantes/desencadeantes e para o controle da doença, especialmente a exposição ao tabagismo, ativo ou passivo. Essas ações devem ser efetuadas em todos os casos de asma (BRASIL, 2010).
A asma é um dos tipos de doenças alérgicas, o que representa um dos problemas mais comuns visto pelos pediatras e médicos da rede de atenção primaria, o que acomete cerca de 25% da população dos países desenvolvidos. Cerca de 80% das crianças com asma manifesta sintomas antes dos cinco anos de idade. A prevalência da doença acomete mais meninos do que meninas, mas a tendência hereditária constitui o fator predisponente identificável mais forte (HAY JUNIOR et al., 2016).
Quando falamos que o paciente é criança, o sofrimento parece ser maior para família, em especial a mãe, deixando a mesma angustiada e insegura, procurando sempre por meios para acalmar a criança nos momentos de crises. De acordo com Lima; Guedes (2003) o medo de que a criança entre em crise novamente e passe por tudo de novo, leva a todos da família, a viver em estado de alerta. 
Sendo assim, o cuidado do profissional de enfermagem a criança com asma tem início com uma revisão do histórico de saúde da criança, condições do domicílio, rotina na escola, ou seja, ambiente recreativo e as atitudes dos pais em relação às condições clínicas que a criança apresenta. O enfermeiro (a) deverá fazer uma avaliação física completa com um foco no sistema respiratório. Os cuidados de enfermagem envolvem tanto os cuidados agudos como também os de longos prazos (HOCKENBERRY, 2014).
A doença pode ser conduzida de modo que a criança não necessite ser hospitalizada e que não haja intervenção na vida da família, na prática de atividade física ou no convívio na escola. Os cuidados de enfermagem á criança com asma requerem uma sistematização em um plano de cuidados. Assim os enfermeiros (as) podem executar uma variedade de funções no cuidado da criança com asma. Funções que podem incluiratividades educativas sobre a asma nos contextos do ambulatório, dos postos de saúde, da escola, da comunidade, do pronto-atendimento e em unidades de cuidados intensivos. Todos esses esforços são realizados para construir uma relação de aliança entre a criança, a família e a equipe de saúde, tornando assim a comunicação efetiva um componente fundamental dessa relação (HOCKENBERRY, 2014).
De acordo com Potter et al., (2013), o cuidado da saúde está cada vez mais sendo direcionado seu foco na promoção da saúde, bem-estar e prevenção de doenças. O acelerado crescimento dos custos do cuidado a saúde estimulou as pessoas a procurar maneiras para diminuir a incidência e para minimizar sequelas causadas pelas doenças ou incapacidade. 
Neste aspecto, a enfermagem tem um papel fundamental, pois o profissional não se limita simplesmente em um conjunto de habilidades específicas, para a realização de determinadas tarefas. Dessa forma a enfermagem é uma profissão fundamentada em conhecimentos. Os pacientes impõem e espera do enfermeiro (a) um conhecimento científico e prático com a capacidade de tomada de decisões clínicas. Assim os programas de educação permanente é uma das maneiras de atualizar-se, adquirir novos conhecimentos e teorias, e desenvolver novas habilidades que reflitam as mudanças no sistema de saúde (POTTER et al., 2013).
Segundo Kubo e Nascimento (2013), a educação em saúde é uma das ferramentas sugeridas pelo Ministério da Saúde para a realização das práticas promotoras da saúde. A mesma é estabelecida como um conjunto de práticas pedagógicas de caráter participativo e emancipatório, que perpassa vários campos de atuação e tem o objetivo de sensibilizar, conscientizar e mobilizar para o enfrentamento de situações individuais e coletivas que interferem na qualidade de vida.
A educação em saúde é importante, e a participação da família da criança constitui um componente fundamental no tratamento para melhorar a adesão e os resultados. Assim o paciente e sua família necessitam entender o papel dos fatores desencadeantes da asma, mesmo na ausência de seus sintomas, isso facilitara a compreensão dos sinais de alerta e agravamento da doença. Devemos traçar um plano de cuidados para todos os pacientes com asma, atualmente, uma exigência de muitos hospitais e outros serviços para registrar a implementação das orientações educacionais sobre o manejo da doença crônica (HAY JUNIOR et al., 2016).
O pesquisador em questão possui uma vivência familiar e percebe o quanto é difícil aos pais se adequarem ao tratamento e reorganizar o estilo de vida. Diante dessa situação resolveu-se desenvolver uma pesquisa sobre o assunto, pois a criança passa a ter uma sobrevida regrada com fatores condicionantes de recreações limitadas, além de preocupações com alimentações, ambiência e demais atividades de vida diária, evidenciando o desafio do empoderamento familiar para melhoria da qualidade de vida. 
Diante deste contexto emergiu o seguinte questionamento: Qual a assistência de enfermagem prestada à criança com asma?
 A pesquisa torna-se relevante, pois a asma é um problema de saúde pública e diante deste contexto necessita de mais pesquisas para que aconteça o cuidado diário das crianças com asma. A partir deste cuidado, o nível de internações tende a diminuir. 
2 OBJETIVO
Investigar em publicações científicas a assistência de enfermagem prestada à criança com asma. 
3 REVISÃO DE LITERATURA 
3.1 Asma
3.1.1 Fisiopatologia
A asma é uma doença inflamatória crônica que acomete as vias aéreas inferiores. As vias aéreas inferiores são um conjunto de condutos que permitem a passagem do ar inspirado ou expirado desde a traquéia até os bronquíolos terminais. Essa inflamação crônica está associada ao aumento da responsividade brônquica a vários estímulos, trazendo como consequência o estreitamento dessas vias, obstruindo o fluxo aéreo intrapulmonar generalizado e variável, reversível com ou sem medicação. O pulmão do asmático é diferente de um pulmão saudável, como se os brônquios dele fossem mais sensíveis e inflamados, no qual reage ao menor sinal de irritação (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA, 2012).
“Na patogenia da asma, está envolvida uma variedade de células e mediadores inflamatórios que atuam sobre a via aérea e levam ao desenvolvimento e manutenção dos sintomas”. Seus sintomas apresentam-se através de episódios recorrentes de sibilos, falta de ar, rigidez torácica e tosse, principalmente à noite ou no início da manhã, o que dificulta a passagem de ar para os pulmões (BRASIL, 2010; HOCKENBERRY, 2014).
De modo geral, existe um consentimento de que a inflamação contribui para a estimulação das vias áreas na asma. Os dispositivos que colaboram para uma inflamação das vias áreas são vários, no qual envolve um numero de vias diferentes. É bastante improvável que a asma possa ser causada por apenas uma célula ou um único mediador inflamatório (HOCKENBERRY, 2014).
Em relação às células inflamatórias envolvidas, podem-se destacar os mastócitos, eosinófilos, linfócitos T, células dendríticas, macrófagos e neutrófilos. Entre as células brônquicas estruturais envolvidas na patogênese da asma, aparecem as células epiteliais, as musculares lisas, as endoteliais, os fibroblastos, os miofibroblastos e os nervos. Já os mediadores inflamatórios encontrados no processo inflamatório da asma destacam-se as quimiocinas, citocinas, eicosanoides, histamina e óxido nítrico (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA, 2012).
3.1.2 Aspectos epidemiológicos
A asma é uma doença muito comum no mundo todo, pois acomete crianças e adultos, sendo um importante problema mundial, estima-se que existam 300 milhões de indivíduos afetados, causando absenteísmo no trabalho e na escola (GINA, 2014).
Nos Estados Unidos a asma acomete cerca de 7 milhões de crianças, embora essas taxas de prevalência atuais da doença tenham aumentado na última década estimando assim um percentual de 10%, entretanto o ano de 2013 essa taxa se manteve estável (HAY JUNIOR et al., 2016).
No Brasil, estudos populacionais contínuos revelaram que crianças e adolescente de grandes cidades apresentam até 25% de sintomas de asma como sibilância, dispnéia e tosse recorrentes. Nesses últimos 10 anos, a quantidade de internações por asma vem diminuindo de maneira significativa, mas ainda provoca internações frequentes, cerca de 200 mil/ano, tendo um gasto de 100 milhões/ano (2012 a 2014), no entanto a mortalidade por asma continua em alta, em média de 2500 mortes/ano (2008 a 2012), tendo uma taxa crescente na região Norte e decrescente nas outras regiões (GINA, 2014).
Esses dados mostram que o tratamento da asma ainda não está sendo executado em muitas cidades, mesmo havendo uma distribuição gratuita das medicações de controle e alivio (GINA, 2014).
Dados de 2010 e 2013 mostraram que a região Nordeste foi a que teve uma maior prevalência de asma na população infantil, correspondendo a 41,7% do total de crianças acometidas por essa morbidade. Ainda nesse público, a grande prevalência dessa doença ocorre em crianças de um a quatro anos, acompanhando a faixa etária de cinco e nove anos. A maior prevalência está nas crianças do sexo masculino, apresentando uma diferença entre os gêneros de 15% (BRASIL, 2013).
3.1.3 Diagnóstico 
O diagnóstico da asma é variabilidade dos sintomas como tosse crônica, dispnéia, sibilância, desconforto torácico, desencadeado por irritantes inespecíficos, como por exemplo: fumaças, odores fortes e exercícios ou aeroalérgenos como ácaros e fungos, o agravamento desses sintomas ocorre à noite ou inicio da manhã, para que o paciente tenha uma melhora é necessário o uso adequado de medicações especificas para asma, indicado pelo médico que o acompanha (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA, 2012).
A asma é avaliada por diversos tipos de diagnósticos sendo eles: O diagnóstico clínico, que avalia as crises e reincidência de sintomas; o diagnóstico funcional proporcionamedidas para avaliação da limitação do fluxo aéreo como, a espirometria e pico de fluxo expiratório (PFE); o diagnóstico da alergia especifica a exposição à alérgenos relacionados à asma por meio de testes cutâneos e IgE sérica; e o diagnóstico diferencial avalia diversas condições específicas que poderão ser confundidas com asma (TRINCA; BICUDO; PELICIONI, 2011).
3.1.4 Fatores de riscos associados
Quanto aos fatores de risco podem ser divididos em ambientais e próprios do paciente, como é o caso dos aspectos genéticos, obesidade e sexo masculino (durante a infância), já os fatores ambientais são representados pela exposição à poeira domiciliar e ocupacional, baratas, infecções virais (especialmente vírus sincicial respiratório e rinovírus) (BRASIL, 2010).
Um dos modos de prevenção sobre o cuidado com a asma é o controle com os alérgenos, que se dá a partir de uma terapia não farmacológica, que tem como objetivo a prevenção e a redução da exposição aos agentes irritantes e os alérgenos transportados pelo ar. A poeira doméstica é um dos principais agravantes nestes momentos de crises alérgicas, pois nela podemos encontrar os ácaros e outros componentes, sendo agentes frequentemente identificados em crianças alérgicas aos inalantes (HOCKENBERRY, 2014).
As baratas, um inseto muito comum encontrado no ambiente doméstico principalmente na cozinha, devido aos restos de comidas, pode também trazer riscos a saúde das crianças. O importante é sempre manter este local limpo, como pisos, armários. O descarte do lixo adequado também contribui como modo de prevenção, principalmente no período da noite, para que não haja infestações de baratas. O alérgeno do camundongo é o mais recente alérgeno identificado nos domicílios de crianças com asma que vivem nas grandes cidades. O processo da descamação epitelial de cães e gatos na asma induzida por alérgenos também tem sido estudado, apesar desses estudos as pessoas têm que avaliar bem se pretendem adquirir algum animal de estimação, ainda que essas evidências sejam inconsistentes, pois não se pode afirmar o desenvolvimento da asma após a exposição de cães e gatos (HOCKENBERRY, 2014).
3.1.5 Tratamento
A classificação da gravidade da asma e o tratamento é um importante passo para as condutas clinicas em relação ao controle de seus pacientes. A asma esta classificada enquanto sua gravidade em: Asma intermitente; Persistente leve; Persistente moderada; Asma persistente grave (HOCKENBERRY, 2014). A classificação da gravidade da asma está descrita no Quadro (1).
O correto tratamento farmacológico da asma integra uma avaliação e monitoramento periódico da atividade da doença. A educação e a participação da família melhoram o autocontrole da asma, com isso será observado com maior clareza os fatores desencadeantes e o uso correto de medicações apropriadas. Esse tratamento tem como objetivo alcançar o melhor controle da doença (HAY JUNIOR et al., 2016)
O tratamento farmacológico é utilizado para prevenir e controlar os sintomas da asma, reduzir a frequência e a gravidade das exacerbações da asma e reverter à obstrução das vias aéreas. Os medicamentos para o tratamento da asma dividem-se em dois grandes grupos, o de controle de longo prazo, no intuito de alcançar e manter o controle da inflamação e os de alivio rápido para tratar os sintomas e as exacerbações. Recomenda-se que o tratamento da asma seja de acordo com a classificação de gravidade, utilizando-se a menor dose que possa controlar os sintomas. O tratamento deverá ser realizado num período de três meses, pois logo após esse período, pode-se tentar reduzir a dose da medicação anti-inflamatória em uso e reavaliar as condições clínicas do paciente (HOCKENBERRY, 2014; GINA, 2010; BRASIL, 2010).
Caso se o controle da crise não for obtido, deve-se reavaliar a adesão prescrita, pois o paciente poderá apresentar outros fatores agravantes ou desencadeantes, tais como rinite alérgica não tratada, infecções virais, exposição à alérgenos, dentre outros. Os corticóides inalatórios são os principais medicamentos para a realização do controle a asma, e os beta-agonistas de ação rápida associados aos corticóides sistêmicos são os mais efetivos para o alívio das crises, tanto em crianças quanto em adultos (BRASIL, 2010).
No caso das crianças entre quatro e seis anos é preferível usar o dispositivo inalatório dosimetrado com o espaçador acoplado a máscara, pois traz uma melhor eficácia no tratamento devido está diretamente na boca. Acima de seis anos pode-se utilizar os dispositivos com pó seco (BRASIL, 2010).
Quadro 1. Classificação da gravidade da asma.
	Classificação 
	Sintomas
	B2-agonista curta duração para alivio
	PFE OU VEF1 (% previsto)
	Variação PFE OU VEF1 (% previsto)
	
	Dia 
	Noite
	
	
	
	Intermitente
	<1x/semana
Atividades normais
Exacerbações breves
	<2x/mês
	≤ 1x/semana 
	≥ 80%
	<20%
	Persistente leve
	> 1x/semana, mas não todo dia
Crises podem afetar atividades e sono
	>2x/mês e < que 1x/semana
	≤ 2x/semana
	 ≥ 80%
	<20 a 30%
	Persistente moderada
	Diários 
Crises podem afetar atividades
	>1x/semana
	Diariamente
	60% a 80%
	>30%
	Persistente grave
	Contínuos, diários 
Crises frequentes 
Atividades limitadas
	Frequentes 
	Diariamente
	≤ 60%
	>30%
Fonte: Modificado de Global Strategy for Asthma Management and Prevention (GINA), 2008 e IV Consenso Brasileiro em Asma 2006.
	
3.2 Assistência á criança com asma na atenção primária
Uma das referências para o desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde (APS) mundial foi à publicação da Declaração de Alma Ata no ano de 1978, a qual resguardava a APS como núcleo central de um sistema de saúde. As idéias primordiais para o aprimoramento dos sistemas de saúde contemporâneos foram apresentadas nessa declaração, trazendo contribuições para resultados mais favoráveis e equitativos em saúde, maior eficiência, efetividade e satisfação do usuário (ARANTE; SHIMIZU; HAMANN, 2015).
No Brasil, desde os anos 1920 até a atualidade, testemunhamos várias tentativas de se organizar a APS. Nesse tempo, vários modelos foram implantados em diferentes regiões do país, em função de interesses e concepções bastante distintas. Entretanto, o marco mais importante da APS ocorreu por meio da implantação do Programa Saúde da Família (PSF), influenciado por abordagens internas e externas de cuidados primários, apresentando-se como uma proposta mais abrangente de APS (PAIM, 2012; CONILL 2008; MENDES, 2012).
Em decorrência das suas potencialidades, o PSF passou a ser reconhecido como Estratégia Saúde da Família (ESF) pela sua capacidade em orientar a organização do sistema de saúde, buscar respostas para todas as necessidades de saúde da população e contribuir na mudança do modelo assistencial vigente. Para isso, a Estratégia Saúde da Família (ESF) baseia se em princípios norteadores para o desenvolvimento das práticas de saúde, como a centralidade na pessoa/família, o vínculo com o usuário, a integralidade e a coordenação da atenção, a articulação à rede assistencial, a participação social e a atuação intersetoria (ARANTE; SHIMIZU; HAMANN, 2015).
Na rede de serviços públicos de saúde, o atendimento ao asmático é realizado em todos os níveis da atenção: primário, secundário e terciário. A asma encontra-se entre os 20 principais motivos de consulta em Atenção Primária (APS), e consiste em uma das principais causas de internação hospitalar do SUS no Brasil. Com tudo, é considerada uma condição sensível à Atenção Primária à Saúde (APS), ou seja, aquela em que atenção ambulatorial efetiva e a tempo pode evitar internações, prevenindo enfermidades, tratando precocemente a enfermidade aguda ou controlando a enfermidade crônica (ARAUJO, 2013; LENZ, 2011; SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA, 2012).
A predominância média mundial da asma encontra-se em torno de 11,6% entre escolares e 13,7% entre adolescentes. No Brasil, a prevalência é de 20% em ambas as faixas etárias. A mortalidade por asma não é considerada elevada, mas apresenta magnitude crescente em diversos países ou regiões (SOCIEDADEBRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA, 2012). 
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), os investimentos na atenção básica também respondem pelo resultado positivo. Nos últimos anos, um dos esforços do governo federal tem sido expandir e melhorar o acesso à atenção básica para que ela seja a principal porta de entrada ao Sistema Único de Saúde. O número de internações de pacientes com asma pelo Sistema Único de Saúde caiu 51% nos últimos dez anos (BRASIL, 2011).
Sendo uma doença de alta morbidade e interferindo de forma importante na vida da família, todo o asmático deve receber uma abordagem terapêutica ampla, não focada exclusivamente no atendimento da crise, requerendo acompanhamento continuado, com consultas programadas e atividades educativas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA, 2012).
O acolhimento é uma ação técnico-assistencial que implica em mudanças na relação profissional/usuário, promovendo a reorganização dos serviços, melhorando a qualidade da assistência e tendo o paciente como eixo principal para a prestação de cuidados. Portanto, o acolhimento passa a ser visto como postura, com técnica e como reformulador do processo de trabalho (COSTA; GARCIA; TOLEDO, 2016).
O médico de família e comunidade ao atender uma criança com asma deverá confirmar o diagnóstico, avaliar nível de controle da doença, identificar os possíveis desencadeantes e agravantes dos sintomas e, a partir destas etapas, instituir a melhor terapêutica. Durante a consulta, é fundamental o fornecimento de um plano de ação escrito para o manejo dos sintomas, estar atento à adesão aos medicamentos e a técnica inalatória utilizada, além de conhecer os critérios para encaminhamento ao pneumologista (BRASIL, 2011).
3.3 Assistência hospitalar no tratamento a criança com asma
A asma e a doença crônica mais comum na infância, afetando cerca de 4,8 milhões de crianças por ano em todo o mundo. Estudos executados nos ultimas décadas apontam um aumento da sua prevalência, especialmente na faixa etária infantil, tornando-se causa comum de atendimentos nas salas de emergência. Sua morbimortalidade esta frequentemente associada ao não reconhecimento de sua seriedade, a ações inadequadas e ao subtratamento (CARVALHO et al., 2015).
No decorrer da crise asmática, ha um aumento significativo da resistência ao fluxo de ar e, à medida que a obstrução evolui, ocorre uma progressiva diminuição do volume corrente, desencadeando hipoventilação e sinais clínicos de falta de ar. A presença de secreção no interior das vias aéreas, ao serem tocadas pela corrente aérea, gera ruídos adventícios respiratórios: sibilos, roncos e crepitações (CARVALHO et al., 2015).
Essas manifestações clínicas podem ser graves, comprometendo a função respiratória e a ventilação alveolar, ocasionando hipoxemia, acidose e insuficiência respiratória. Diante desse quadro, são exigidos do enfermeiro cuidados intensivos, monitorização constante e intervenções de enfermagem rápidas e efetivas (HOCKENBERRY; WILSON, 2011).
O enfermeiro tem importante papel na atenção à criança asmática nos diversos níveis de atenção, seja em ambiente ambulatorial, clínico ou emergencial. Nas unidades de emergência são praticados procedimentos de maior complexidade para a assistência de enfermagem aos pacientes com distúrbios respiratórios em suas necessidades urgentes. Por isso, os enfermeiros emergencistas devem possuir experiência e um profundo conhecimento dos cuidados de enfermagem baseada em evidencia (CARVALHO et al., 2015).
Um estudo de Silva (2014), realizado em Divinópolis, Minas Gerais nos anos de 2012/2013, mostrou que no que se refere à origem das crianças hospitalizadas, observa-se que a maioria reside na região sudeste do município, 24,4%, seguida da nordeste, 15,8%, e da sudoeste, 13,2%. Crianças oriundas de outros municípios tiveram uma porcentagem de 13,2% no total de 73 hospitalizações. Talvez essa maior prevalência possa ser atribuída às precárias condições de urbanização desses locais, com a presença de ruas sem pavimentação e esgoto a céu aberto, o que provavelmente pode constituir risco ambiental para asma.
Contudo, em pesquisa de revisão sobre o tema, identificou-se que poucos estudos tem privilegiado o conhecimento na área de diagnósticos respiratórios e seus elementos em crianças asmáticas o que parece paradoxo, dada a relevância epidemiológica.
3.4 Assistência de enfermagem
A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia expressa que a educação em asma deve ser voltada à população em geral, às instituições (escolas, colônias de férias, seguradoras de saúde e empresas públicas e privadas), aos profissionais da saúde, aos familiares, aos cuidadores e aos próprios pacientes asmáticos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA, 2012).
Sendo assim, a enfermagem e os outros profissionais da Estratégia de Saúde da Família terão um papel muito importante na relação prevenção e promoção a saúde das crianças asmáticas da área adscrita (BRASIL, 2010).
A capacitação da equipe multiprofissional (médico, enfermeiro, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde) da Estratégia de Saúde da Família em relação à asma, aliada a realização de visitas domiciliares com orientação sobre o controle ambiental dos alérgenos, assim como uso dos dispositivos dos medicamentos inalatórios diminui consideravelmente o número de internações hospitalares por asma (KUBO; NASCIMENTO, 2013).
As crianças que fazem o uso dos dispositivos inalatórios como nebulizadores, medidor de dosagem inalatória, um diskus ou turbhaler para administrar os medicamentos precisaram aprender a manusear o dispositivo corretamente (HOCKENBERRY, 2014).
A enfermagem poderá contribuir em uma das metas do manejo da asma que é evitaras exacerbações em crianças. Inicialmente os pais precisam saber como evitar os alérgenos que aceleram a asma. O enfermeiro (a) deverá também auxiliar os pais na modificação do ambiente familiar, bem como expor a criança ao frio excessivo (ar condicionado, passeios tardes da noite), vento, fumaça (fogo ou tabaco), sprays, incensos e outros irritantes, a fim de reduzir as crises asmáticas. Na dieta da criança devem ser evitados alimentos que possa causar sintomas (HOCKENBERRY, 2014).
Cerca de 2% a 6% das crianças com asma são sensíveis ao ácido acetilsalicílico, sendo assim, os enfermeiros (as) devem alertar os pais a utilizarem outros analgésicos e antitérmicos para desconforto e febre, o profissional ao prescrever o modo de tratamento terá que ter o hábito de ler os rótulos dos medicamentos para verificar sua composição, evitando assim algum processo alérgico ao medicamento (HOCKENBERRY, 2014).
De acordo com Hockenberry (2014), o enfermeiro (a) que trabalha com a criança com asma pode fornecer suporte de diversas formas. Muitas crianças verbalizam as frustrações porque suas exacerbações interferem com suas atividades diárias e vida social. Elas necessitam ser educadas em relação à prevenção de episódios da asma e com o apoio da equipe de saúde podem aprender a controlar e enfrentar os desafios da patologia e ter uma vida normal. 
Crianças em situação de desestruturação familiar (divórcio, separação, violência e batalhas judiciais pela custódia) podem ignorar um esquema de tratamento ou podem estar sob alto risco como resultado da negligencia dos adultos responsáveis pelos seus cuidados. Cabe ao enfermeiro saber se aquela família de sua área está passando por esse processo, para que se possa fazer uma orientação aos pais no cuidado da criança asmática, pois o tratamento adequado é de extrema importância na recuperação da criança (HOCKENBERRY, 2014).
A experiência de conviver com asma compromete aqueles que convivem com a criança, em particular os familiares. Os mesmo são impactados tanto pelas transformações do dia a dia, quanto à clínica da doença, resultando em profundas modificações no desenvolvimento familiar. Os familiares da criança com asma deparam-se com demandas de cuidados intensos, no qual exigem constante vigilância, procedimentos e orientações deenfermagem que a família precisa inserir no seu dia a dia. Evidencia-se que pouco se sabe sobre a rede familiar de cuidados, sua forma de organização e sobre os recursos que possuem para conduzi-los no domicílio (WILD; SILVEIRA, 2015).
Cada família é um núcleo singular e acareação das adversidades oriundas do percurso da asma influencia positivamente na adaptação e, consequentemente, na resposta da família e da criança ao tratamento, resultando na melhora da qualidade de vida. Desta maneira, a família da criança é de extrema importância para a continuidade do cuidado domiciliar. O cuidar, na perspectiva de inclusão da família, é propor espaços para a educação como pratica da liberdade entre o familiar/cuidador e os profissionais de saúde, uma vez que o domicílio seja uma extensão para as práticas de cuidado. Os familiares podem desenvolver um cuidado comprometido com a preservação da saúde da criança, com o propósito de livrá-las dos agravos que possam comprometer a saúde e a qualidade de vida. No entanto, para que esse cuidado seja eficaz e em benefício não só da criança, mas de toda a família, os profissionais de saúde devem estar habilitados e capacitados para oferecer apoio aos familiares (WILD; SILVEIRA, 2015).
A tarefa de viver diariamente com uma criança asmática é árdua, pois existe o risco iminente de crises periódicas, o que traz noites sem dormir, idas frequentes aos serviços de saúde e despesas bastante elevadas com o tratamento. Diante de tudo isso, os pais terão que ter força e serem encorajados a promover uma vida normal aos seus filhos (HOCKENBERRY, 2014).
Figura 1. Plano de cuidado de enfermagem: Criança com asma.
 (
Diagnóstico de Enfermagem
Risco de asfixia relacionado com a interação entre fatores precipitantes individuais e ambientas.
)
 (
Características definidoras
Sibilos, Tosse seca, respiração trabalhosa, queixas de opressão torácica e respiração curta, inflamação brônquica e constrição das vias aéreas.
)
 (
Intervenções de enfermagem 
Assistir a criança e a família no reconhecimento dos fatores precipitantes da asma; Assistir a criança de acordo com a etapa do desenvolvimento; Educar a criança e a família no uso de corticosteróides e broncodilatadores inalatórios, bem como o uso apropriado de medicamentos de resgate em caso de exacerbações da asma; Educar a criança e a família em relação ao uso apropriado do inalador dosimetrado com espaçador, nebulizador aerolizado e medidor de pico de fluxo expiratório. 
)
 (
Justificativa
Evitar a exacerbações da asma; controlar os sintomas com medicamentos; Controlar os sintomas e minimizar a respiração curta; Prevenir as exacerbações da doença e a hospitalização; Prevenir efeitos colaterais do uso impróprio de certos medicamentos para asma; Ajudar a criança e a família a manejarem efetivamente e de forma independente os sintomas da asma.
)
Fonte: Hockenberry, 2014/NIC, Classificação das intervenções de Enfermagem; NOC, classificação dos Resultados de Enfermagem.
4. METODOLOGIA
4.1. Tipo de estudo
Este estudo trata-se de uma revisão integrativa. A realização de uma revisão integrativa sobre o tema assistência prestada à criança com asma, fornece uma compreensão mais abrangente do fenômeno a ser pesquisado. De acordo com Whitemore e Knafl (2005), o “termo integrativa tem origem na integração de opiniões, conceitos ou ideias provenientes das pesquisas utilizadas no método”, ponto esse que “evidencia o potencial para se construir a ciência” (BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011, p.127).
Botelho, Cunha e Macedo (2011), ressaltam que o método da revisão integrativa pode ser integrado às pesquisas realizadas em outras áreas do saber, além das áreas da saúde e da educação, pelo feito de ele viabilizar a capacidade de sistematização do conhecimento científico e de forma que o pesquisador aproxime-se da problemática que deseja apreciar, traçando um panorama sobre sua produção científica para conhecer a evolução do tema ao longo do tempo e, com isso, visualizar possíveis oportunidades de pesquisa.
De acordo com esses autores, o procedimento deve ser escolhido quando se quer verificar a síntese e análise do conhecimento científico já elaborado no qual possa possibilitar aos leitores avaliarem a pertinência dos procedimentos empregados na elaboração da revisão (BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011).
De acordo com Botelho, Cunha e Macedo (2011), a revisão integrativa deve se desenvolver em seis etapas. A figura abaixo (figura 1) descreve de forma sistemática essas etapas.
Figura 2- Componentes da revisão integrativa da literatura. 
	 (
-Uso das bases de dados; Busca dos estudos com base nos critérios de inclusão e exclusão
.
 
) (
-
Leitura do resumo, palavras chave e titulo das publicações; Organização dos estudos pré-selecionados; Identificação dos estudos selecionados.
)
 (
-
D
efinição do problema
; F
ormulação de uma pergunta de pesquisa
; D
efinição da estratégia de busca
; D
efinição dos descritores
; D
efinição das bases de dados
. 
)
 (
-identificação dos estudos pré-selecionados e selecionados
.
 
) (
-
Estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão
 
)
 (
Identificação do tema e seleção da questão de pesquisa
)
 (
3ª
 
E
tapa
) (
1ª E
tapa
) (
2
ª
 
E
tapa
)
 (
Revisão Integrativa da Literatura
)
 (
6ª
 
E
tapa
) (
5ª
 
E
tapa
) (
4ª
 
E
tapa
)
 (
-
Apresentação da revisão/síntese do conhecimento.
 
) (
-
Categorização dos estudos selecionados
.
 
)
 (
-
Analise e interpretação dos resultados.
 
)
 (
-
Criação de um documento que descreva detalhadamente a revisão; Propostas para estudos futuros. 
) (
-
Elaboração e uso da Matriz de síntese; Categorização e analise das informações; Formação de uma biblioteca individual; Análise critica dos estudos selecionados. 
)
 (
-
Discussão dos resultados.
 
)
Fonte: BOTELHO, CUNHA E MACEDO, (2011).
4.2. Pergunta norteadora
Para Souza, Silva e Carvalho (2010), a pergunta norteadora define-se como a fase mais importante da revisão. Ela determinará quais serão os estudos incluídos, os meios adotados para a identificação e as informações coletadas de cada estudo selecionado. Desta forma, abrange também a definição dos participantes, as intervenções a serem avaliadas e os resultados a serem mensurados. A questão de pesquisa utilizada foi: Diante deste contexto emergiu o seguinte questionamento: Qual a assistência de enfermagem prestada à criança com asma?
4.3. Local da pesquisa
A estratégia de busca por fonte de informação é uma técnica que tornar possível o encontro entre uma pergunta formulada e a informação armazenada em uma base de dados. Por isso, é importante selecionar bases que possam fornecer as melhores evidências científicas (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010).
Para o levantamento dos artigos na literatura, realizou-se uma busca nas seguintes bases de dados: MEDLINE, LILACS, BDENF.
MEDLINE é uma base de dados da literatura internacional da área médica e biomédica, produzida pela NLM (National Library of Medicine, USA) e que contém referências bibliográficas e resumos de mais de 4.000 títulos de revistas publicadas nos Estados Unidos e em outros 70 países. A atualização da base de dados é mensal (BIREME; OPAS; OMS, 2016)
A Metodologia LILACS é um componente da Biblioteca Virtual em Saúde em contínuo desenvolvimento, constituído de normas, manuais, guias e aplicativos, destinados à coleta, seleção, descrição, indexação de documentos e geração de bases de dados. Esta metodologia foi desenvolvida a partir de 1982, e surgiu diante da necessidade de uma metodologia comum para o tratamento descentralizado da literatura científica-técnica em saúde produzida na América Latina e Caribe (BIREME; OPAS; OMS, 2016).
BDENF é uma base de dados bibliográficas especializada na área de Enfermagem. É desenvolvida pela Biblioteca J. Baeta Vianna, do Campus daSaúde/UFMG. Nasceu em 1988, numa tentativa de facilitar o acesso e a difusão das publicações da área, normalmente ausentes das bibliografias nacionais e internacionais (BIREME; OPAS; OMS, 2016).
4.4 Período da coleta dos dados
A pesquisa foi realizada no período de abril a junho de 2017.
4.5. Coleta de dados
Concordando com Mendes, Silveira e Galvão (2008), esta etapa consiste na definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados, utilizando um instrumento, Apêndice (A) como: Título, autor, ano, objetivo, tipo de estudo e conclusão, para reunir e sintetizar as informações-chave. O nível de evidência dos estudos deve ser avaliado a fim de determinar a confiança no uso de seus resultados e fortalecer as conclusões que irão gerar o estado do conhecimento atual do tema investigado.
Na busca realizada os descritores utilizados foram: Asma, Enfermagem, Atenção Primária e utilizando os critérios de inclusão, foram encontrados os seguintes resultados:
Quadro 2 – Total de publicações de acordo com os descritores
	DESCRITORES UTILIZADOS
	NÚMERO DE PUBLICAÇÕES ENCONTRADAS
	“Asma” 
	77
	“Asma” AND “Enfermagem”
	8
	“Asma” AND “Atenção primária”
	8
Fonte: elaborada pelo autor. 					Total: 93
Para o aprimoramento adequado da pesquisa, utilizaram-se os seguintes critérios de inclusão das amostras: artigos que possuíssem texto completo disponibilizado on-line em português e publicado entre os anos de 2011 e 2015 que abordassem a temática em questão. Excluem-se, deste modo, as amostras que não se adequarem aos critérios de inclusão.
4.6. Avaliação dos estudos
Após a leitura realizada na íntegra, selecionaram-se apenas os artigos que respondem a questão deste estudo e que não se apresenta com títulos repetidos. De um total de publicações (93 artigos), após a leitura dos títulos, foram selecionados 25 artigos, onde 12 não foram utilizados por não abordarem especificamente a temática, desta forma, ficando uma amostra final de 13 artigos que respondiam a pergunta norteadora. A síntese do processo da busca foi ilustrada por meio de um organograma seguindo os critérios de inclusão e exclusão, conforme mostra a figura a seguir:
Figura 3: Processo de busca dos artigos.
	 (
Descritores
)
 (
Asma
) (
Atenção Primária 
) (
Enfermagem
)
 (
287
) (
275
)
 (
19.331
)
 (
Disponíveis 
)
 (
205
) (
252
) (
16.648
)
 (
Base de dados 
MEDLINE,
 
LILACS, 
BDENF
)
 (
252
) (
205
) (
16.648
)
 (
Idioma Português
)
 (
21
) (
16
) (
360
)
 (
Ano de Publicação, de 2011 a 2015
)
 (
16
) (
21
) (
360
)
 (
Assunto Principal: Asma
)
 (
11
) (
222
) (
13
)
 (
Assunto que aborda especificamente a temática 
)
 (
8
) (
8
) (
77
)
 (
Títulos que não se repetem 
)
 (
6
) (
6
) (
13
)
 (
Artigos utilizados na pesquisa que respondem a pergunta norteadora
)
 (
Total: 13
)
Fonte: Elaborado pelo autor
4.7. Discussão dos resultados
Nesta fase, a partir da interpretação e síntese dos resultados, comparam-se os dados evidenciados na análise dos artigos ao referencial teórico (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010).
Esta etapa conforme Mendes, Silveira e Galvão (2008), correspondem à fase de discussão dos principais resultados na pesquisa convencional. O revisor fundamentado nos resultados da avaliação crítica dos estudos incluídos realiza a comparação com o conhecimento teórico, a identificação de conclusões e implicações resultantes da revisão integrativa.
No presente estudo de revisão integrativa, observou-se o cenário geral dos artigos avaliados. Os resultados foram discutidos mediante literatura pertinente atualizada, fazendo com que os autores dos artigos conversem entre si para que desta forma, possa-se responder a questão norteadora.
4.8. Síntese do conhecimento
Mendes, Silveira e Galvão (2008), afirmam que a proposta da revisão integrativa é reunir e sintetizar as evidências disponíveis na literatura e as suas conclusões serão questionadas caso a sua construção seja baseada numa metodologia questionável. 
Portanto, nesta etapa, deve-se elaborar um documento que contemple a descrição das etapas percorridas pelo revisor e os principais resultados evidenciados da análise dos artigos incluídos.
Para a realização da síntese do presente estudo, utilizaram-se os dados mais relevantes dos artigos que responderam a questão norteadora e apresentou através de uma figura (Figura 4), demonstrando os principais assuntos em relação à assistência prestada a crianças com asma. 
4.8. Aspectos éticos
Por se tratar de uma revisão integrativa e os dados utilizados disponíveis para acesso público, não existe a necessidade da submissão do presente estudo ao Comitê de Ética e Pesquisa. Sobretudo, respeitando as autorias referenciadas.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1. Caracterização dos estudos
As publicações dos artigos foram encontradas principalmente em revistas de reputação nacional. Destacam-se as Revista Oficial do Conselho Federal de Enfermagem, Revista Brasileira de Enfermagem (REBEN), Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, Revista Eletrônica de Enfermagem (UFG), Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste (RENE) e Revista Paulista de Pediatria (RPP). Observou-se, que, a revista aborda o tema selecionado de uma forma ampla sempre colocando a importância da assistência de enfermagem como um dos principais passos para a prevenção da doença. 
Referente à titulação mais alta dos autores, havia prevalência de oito doutores em enfermagem, sete mestres em enfermagem. Há ainda a presença de sete graduados em enfermagem, um especialista em enfermagem, um fisioterapeuta, dois professores, cinco médicos. Em quatro dos artigos não havia a informação de suas titulações.
Conforme o resultado exposto viu-se que a maioria dos artigos avaliados era de autoria de enfermeiros (as) doutores e mestres. Pesquisas mostram que no Brasil o numero de enfermeiros doutores vem crescendo a cada ano. 
Foram encontrados cinquenta e quatro descritores diferentes. Os descritores mais utilizados nos artigos foram asma, criança, atenção primária e qualidade de vida, encontrado em treze artigos. Chama a atenção dois descritores: asma e criança, por ter uma grande prevalência nos artigos.
Quando se analisa os objetivos dos artigos, nota-se, de um modo geral, que a maioria busca é pelo impacto da asma no cotidiano das crianças e dos pais. Constata-se predominância de estudos realizados na região Nordeste do país e sudeste, foram cinco pesquisas executadas para cada região, em seguida a região Sul, com duas, e região Centro-Oeste, com uma.
Dos treze artigos analisados, doze apresentam sugestões para as questões expostas, apenas um não mostrou soluções para a resolubilidade dos problemas apontados, devendo o mesmo ser mais bem elaborado.
Quadro 3 - Publicações analisadas de acordo com o título, autores, ano de publicação, tipo de estudo, objetivo e conclusão.
	
	Título/Autores/Ano de publicação
	Tipo de estudo
	Objetivo
	Conclusão
	1
	Hospitalização por asma em crianças no município de Divinópolis, Minas Gerais/SILVA et al., 2014. 
	Descritivo e transversal
	Identificar a realidade das hospitalizações por asma em crianças com idade entre zero e 12 anos.
	O estudo demonstrou que é relevante a prevalência de hospitalizações por asma no município de Divinópolis no período estudado.
	2
	Desobstrução ineficaz de vias aéreas: acurácia dos indicadores clínicos em crianças asmática/CARVALHO et. al., 2015.
	Transversal
	Analisar as medidas de acurácia dos indicadores clínicos do diagnostico de enfermagem desobstrução ineficaz. 
	Conclui-se que o indicador clínico ruídos adventícios foi o melhor preditor para desobstrução ineficaz de vias aéreas em crianças asmáticas atendidas em emergência. 
	3
	Caracterização de pacientes pediátricos asmáticos atendidos em um centro de saúde de Fortaleza/SILVA et al., 2011.
	Retrospectivo, documental, com abordagem quantitativa.
	Caracterizar o perfil de pacientes pediátricos asmáticos usuários de um Programa de Atenção Integrada á criança com Asma.
	Conclui-se que ao conhecer o perfil de criança portadoras de asmaque frequentam os serviços de atenção básica á saúde é um dos aspectos fundamentais para elaboração de estratégias capazes de reduzir os danos advindos das crises, assim como para estabelecimento de parcerias entre família, unidade e hospital de referência.
	4
	Avaliação da qualidade de vida de acordo com o nível de controle e gravidade da asma em crianças e adolescentes/MATSUNAGA et. al. 2015.
	 Clinico do tipo corte transversal.
	Avaliar a qualidade de vida de acordo com nível de controle e gravidade da asma em crianças e adolescentes. 
	A qualidade de vida parece estar diretamente relacionada com o nível de controle e a gravidade da asma, uma vez que as crianças e adolescentes com maior controle e menor gravidade da doença apresentaram melhor qualidade de vida.
	5
	O estresse em crianças e adolescentes com asma/MENDES et. al., 2013.
	Estudo transversal
	Verificar a presença do estresse em crianças e adolescentes com asma e avaliar a associação do estresse com variáveis clínicas e psicossociais. 
	A conclusão do estudo mostrou que houve estresse em mais de um terço dos casos de crianças e adolescentes com asma. Houve maior frequência de estresse em crianças e adolescentes de classes sócio-econômicas desfavorecidas e naquelas que apresentavam sintomas de asma em período inferior ou igual há sete anos e com dificuldades escolares.
	
	Título/Autores/Ano de publicação
	Tipo de estudo
	Objetivo
	Conclusão
	6
	Avaliação de um programa de controle da asma em unidade de saúde da família/ CARMO, ANDRADE, NETO, 2011.
	Estudo transversal 
	Avaliar o impacto o programa controle da asma (Programa “respira Londrina”) do município de Londrina, Paraná, Brasil. 
	Conclui-se que um programa de controle de controle da asma bem estruturado pode resultar na redução dos atendimentos de urgência decorrentes de crises asmáticas, contribuindo na melhoria dos indicadores de saúde, bem como para a elevação da qualidade de vida.
	7
	A interferência da asma no cotidiano das crianças/ TRINCA, BICUDO, PELICIONI, 2011.
	Estudo qualitativo 
	Investigar a interferência da asma no cotidiano das crianças e identificar a representação que elas e seus pais fazem da doença.
	Ressalta-se que os resultados desta pesquisa revelaram o conhecimento adequado das interferências da asma no cotidiano da criança, contribuindo para o enfretamento de suas repercussões negativas e para elaboração de estratégias de promoção da saúde e qualidade de vida dessas crianças. 
	8
	Qualidade de vida na asma brônquica- a concordância das percepções das crianças, adolescentes e seus pais/ ARAGÃO et al., 2012.
	Estudo transversal 
	Avaliar a percepção da qualidade de vida, com relação á asma, pelas crianças, adolescente e seus pais.
	Conclui que o instrumento de coleta de dados o PALQ-A não foi bem compreendido pelos participantes da pesquisa. Recomenda-se a elaboração de instrumentos mais adequados ás especificidades regionais ou ainda revalidação de instrumentos internacionais, de forma que atendam á diversidade regional. 
	9
	Avaliação clinica de crianças e adolescentes asmáticos/ SIQUEIRA et al., 2015.
	Estudo retrospectivo, descritivo e qualitativo
	Avaliar as condições clínicas de crianças e adolescente com asma.
	Neste estudo observou-se que, após acompanhamento multiprofissional e interdisciplinar, as crianças e adolescentes apresentaram melhora clinica da asma. Havendo assim uma redução dos sintomas e melhor nível de controle atual da doença. 
	
	Título/Autores/Ano de publicação
	Tipo de estudo
	Objetivo
	Conclusão
	10
	Impacto de uma intervenção educacional de curta duração sobre a adesão ao tratamento e controle da asma/ DALCIN et al., 2011.
	Estudo prospectivo 
	Avaliar o efeito de um programa educativo individualizado de curta duração para asma sobre a adesão ao tratamento.
	O programa educativo de curta duração teve impacto com a maior utilização das medicações de controle da asma e redução das visitas de emergência.
	11
	Repercussão de uma intervenção educativa com agentes comunitários de saúde nas condições ambientais de domicílios de crianças asmáticas/ CORIOLANO et al., 2011.
	Estudo transversal prospectivo exploratório 
	Verificar o impacto de uma intervenção educativa problematizadora sobre o controle ambiental para aeroalérgenos.
	A ação educativa provou ser uma ferramenta importante para melhorar as condições ambientais nas famílias de crianças com asma. 
	
12
	Asma: Uma revisão de Literatura/ ANGNES et. al., 2012.
	Revisão de Literatura 
	Analisar artigos que traçam o perfil dos pacientes asmáticos.
	A partir desta revisão de literatura foi possível concluir que existe uma associação de fatores desencadeantes da asma tanto para crianças como para adultos, destacando-se os genéticos e ambientais.
	
13
	Adolescência e manejo da asma: a perspectiva dos assistidos na atenção primária a saúde/ARAUJO,
ROCHA, ALVIM, 2014.
	Descritivo de abordagem qualitativa
	Conhecer a influencia das características da fase da adolescência no manejo da asma. 
	Conclui que o estudo deixou bem claro que o manejo adequado da asma entre adolescentes demanda um olhar mais atento dos profissionais e dos serviços de saúde para além do uso de medicamentos.
Em relação ao ano de publicação, houve o prevalecimento dos anos 2011, com cinco artigos cada, seguidos de 2012, com dois artigo, 2013 com um artigos, 2014, com dois artigo e 2015, com três artigo.
Com o intuito de facilitar a procura de seus estudos, observa-se a padronização de palavras-chave, permitindo o uso de menor tempo de procura do pesquisador. Guimarães et al. (2012) ressaltam que é importante utilizar descritores que melhor caracterizam o estudo, uma vez que isso possibilita maiores chances para encontrar o artigo no banco de dados.
Quando se relaciona a delimitação do tipo de pesquisa, identificou-se que a maioria utilizou a abordagem qualitativa. Segundo Minayo (2010), a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. 
5.2. Síntese do conhecimento
Nos artigos selecionados, evidenciaram-se as principais assistências prestadas á criança com asma, os quais foram organizados na figura (Figura 4) a seguir:
Figuras 4 - Assistência a criança com Asma.
	 (
Educação em Saúde 
) (
Atenção Primária a Saúde
)
 (
Assistência a criança com Asma
) (
Assistência Hospitalar
) (
Assistência de Enfermagem 
)
 (
Mudança no estilo de vida das crianças 
) (
Qualidade de vida
)
Fonte: elaborada pelo autor.
Frente ao exposto, os resultados serão discorridos a seguir. 
5.2.1. Atenção Primaria á saúde
O emprego do termo “Atenção Primária” (APS) expressa comumente o entendimento de uma atenção ambulatorial não especializada ofertada através de unidades de saúde de um sistema, que se caracteriza pelo desenvolvimento de conjunto bastante diversificado de atividades clínicas de baixa densidade tecnológica, o que inclui, em muitos países, como no Brasil, as atividades de saúde pública. É senso comum também entender essas unidades como espaços onde se dá, ou deveria se dar, majoritariamente, o primeiro contato dos pacientes com o sistema e onde existe capacidade para a resolução de grande parte dos problemas de saúde por eles apresentados (LAVRAS, 2011).
Trazendo o contexto da atenção primária para assistência prestada à criança com asma, Silva et al. (2014), informa que a asma por ser uma morbidade sensível a atenção primária, pode ser um possível indicador de dificuldades no acesso aos serviços de atenção primária á saúde ou uma abordagem inadequada a saúde da criança desde os níveis básicos de assistência. O caráter sazonal da doença reflete a necessidade de abordagem profilática da patologia durante o ano todo. Para isso torna-se imprescindível o desenvolvimento de programas que realizem o acompanhamento dessas criançasna atenção primária, reduzindo a procura por serviços de urgência e conseqüentes hospitalizações. 
Araujo, Rocha e Alvim (2014) concordam que a atenção primária à saúde é considerada um nível essencial na assistência ao asmático, pois é capaz de realizar diagnóstico, tratamento, controle e acompanhamento da maioria dos pacientes com asma, propiciando melhor acesso ao atendimento e reconhecimento das condições ambientais em que vivem esses usuários. Por ser passível de tais ações nesse âmbito dos serviços de saúde, a asma é considerada uma condição sensível à atenção primária, ou seja, um problema de saúde que pode ter seu risco de hospitalização desnecessária diminuído por meio de ações efetivas da atenção primária. 
Mediante as afirmações dos autores citadas, percebeu-se que a enfermagem e os profissionais da atenção primária têm um papel importante dentro deste contexto. Fica clara a necessidade de um melhor aprimoramento e compreensão dos profissionais de saúde em relação a um atendimento mais diversificado e mais abrangente sobre a patologia. Gerando assim um melhor perfil de desfechos e uma maior expectativa de vida. 
5.2.2 Assistência de Enfermagem 
O Processo de Enfermagem é a representação maior do método científico da profissão, sendo direcionado pela Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), através da qual ocorre o desenvolvimento e organização do trabalho da equipe pela qual o enfermeiro é responsável. A SAE permite detectar as prioridades de cada paciente quanto as suas necessidades, fornecendo assim, uma direção para as possíveis intervenções (MARIA; QUADROS; GRASSI, 2012).
Silva et al. (2011), a firma que a participação dos profissionais de saúde da atenção básica, sobretudo enfermeiros, possam atuar de maneira holística, implementando estratégias de educação em saúde e orientações eficazes, faz-se premente conhecer as características da população assistida e o contexto em que esta se encontra inserida. Dessa forma, acredita-se que tanto os pais e familiares, quanto ás próprias crianças e comunidade se sensibilizarão em relação á necessidade de evitar os fatores desencadeantes das crises asmáticas. 
Siqueira et al. (2015), relata que é importante salientar o papel dos profissionais de saúde da atenção básica, principalmente o enfermeiro, assim os profissionais precisam estar habilitados para identificar, orientar e acompanhar os pacientes e seus cuidadores. Essas ações englobam desde o reconhecimento dos casos até a conscientização do impacto da asma enquanto doença crônica na infância e adolescência.
Carmo, Andrade e Neto (2011), afirma que a asma é considerada um problema de saúde pública, o que tem estimulado a realização de estudos e a implantação de programas de controle, que têm surgido por todo o país. No Brasil, existem algumas iniciativas em programas de controle da asma. Mesmo assim, ainda não existe um panorama ou um indicador que demonstre a real efetividade dessas ações na população que se quer beneficiar. 
Ainda falando do estudo de Carmo, Andrade e Neto (2011), os mesmo informam que não basta apenas ter programas implantados, as equipes devem empenhar-se para consolidar seus programas, de modo que eles funcionem de acordo com as recomendações dos protocolos.
Dois autores têm posições iguais, mas um tem uma posição diferente em relação ao assunto abordado, mas que a direção certa para uma melhor qualidade de vida das crianças com asma, começa com a prevenção, promoção e educação em saúde e um programa com melhor qualidade e que tenha, mas efetividade. 
5.2.3 Mudanças no estilo de vida das crianças
Para Trinca, Bicudo e Pelicioni (2011), a asma provoca menor resistência física e em muitas crianças observando-se um atraso da maturidade nas relações emocionais, sendo objeto de cuidados exagerados por parte de seus pais, familiares e até dos professores. Esse escudo criado pelos pais em relação à criança tornará a mesma mais insegura e ansiosa, facilitando suas crises. Isso geralmente acontece porque os pais não conseguiram resolver o conflito entre dar liberdade para a criança crescer e se desenvolver, ou restringíla para protegê-la das crises.
Mendes, Sant’Anna e March (2012), falam que asma e o estresse mudam o estilo de vida da criança causando uma ausência na escola em consequência da doença e das constantes visitas aos médicos podem gerar dificuldades no acompanhamento das matérias, no desenvolvimento do pensamento abstrato, na organização dos cadernos e materiais escolares levando a problemas de aprendizagem. O receio de ser reprovado na escola em função das consequências da doença permeia o imaginário do paciente, facilitando a entrada da ansiedade que por sua vez pode prejudicar ainda mais o desempenho escolar. 
Siqueira et al. (2015), comenta que além da criança ter uma mudança no estilo de vida ainda terá que submeter a tratamentos complexos e prolongados, tendo em vista um adequado acompanhamento por uma equipe multiprofissional e do envolvimento dos cuidadores. Para o controle da asma, além do tratamento farmacológico adequado, é necessário que a criança, o e sua família tenham conhecimento sobre a doença, os fatores desencadeantes, os sinais e sintomas das exacerbações, além da segurança no uso de medicações.
Entretanto Hockenberry, Wilson, (2014), abordam que o enfermeiro (a) que trabalha com criança com asma pode fornecer suporte de diversas formas. Muitas crianças verbalizam as frustrações porque suas exacerbações interferem com suas atividades diárias e vida social. A tarefa de viver diariamente com crianças afetadas envolve toda a família. Existem crises periódicas e ameaça sempre presente de uma crise requer vigilância da família, noites sem dormir, ida frequentes aos serviços de saúde, causando um estresse psicológico na criança e nos seus pais. A frente de todos os episódios de estresse, os pais são encorajados a promover uma vida normal para seus filhos na medida do possível.
Mediante os contextos citados acima os autores deixam bem claro que a mudança no estilo de vida das crianças, está regrada de regras, limites e restrições, cabendo aos familiares contorná-las pra uma melhor qualidade de vida de seus filhos. 
5.2.4 Qualidade de vida
Segundo Almeida, Gutierrez, Marques, (2012), o universo de conhecimento em qualidade de vida se expressa como uma área multidisciplinar de conhecimento que engloba além de diversas formas de ciência e conhecimento popular, conceitos que permeiam a vida das pessoas como um todo. Nessa perspectiva, lida-se com inúmeros elementos do cotidiano do ser humano, considerando desde a percepção e expectativa subjetivas sobre a vida, até questões mais deterministas como o agir clínico frente a doenças e enfermidades.
 	Para Matsunaga et al. (2015), a qualidade de vida é definida como a percepção do indivíduo sobre a sua posição na vida, no contexto cultural e no sistema de valores no qual está inserido, e também em relação aos seus objetivos, metas, expectativas, padrões e preocupações. A qualidade de vida pode ser alterada conforme o ambiente, as experiências vivenciadas até o momento e em resposta a determinadas doenças. A autor ainda ressalta que, torna-se importante a avaliação da qualidade de vida em pacientes com doenças crônicas como a asma, uma vez que essa repercute em seus diversos domínios biopsicossociais e pode apresentar influências no dia a dia dessa população.
Já Mendes, Sant’Anna e March (2012), confirmam que se não tiver uma qualidade de vida as crianças e adolescentes poderão ter características depressivas como irritabilidade, sono e apatia, bem como ansiedade, dores abdominais, pesadelos, agressividade, dificuldades de relacionamento e aprendizagem, estão entre os sintomas mais freqüentes do estresse. Além disto, as complicações inerentes ao tratamento da doença crônica, como a asma, podem levar a relações parentais de superproteção na família, gerando inadequação e vulnerabilidade, favorecendo a resposta de estresse. O estresse entre as crianças com asma pode afetar a qualidade de vidados doentes, impactando no sucesso e na adesão ao tratamento. 
A avaliação da qualidade de vida é reconhecida por profissionais de saúde como um “elo” que tenta preencher a lacuna existente entre o diagnóstico e o manejo do tratamento clínico. O cuidado em saúde na asma brônquica, em crianças e adolescentes, não deve focar somente a sobrevida do paciente, mas a qualidade da extensão da vida, abrangendo aspectos importantes e fundamentais envolvidos na dinâmica familiar e percepção das experiências vivenciadas pelas crianças e seus pais (ARAGÃO et al. 2012).
Diante do exposto pelos autores a doença não afeta somente os indivíduos asmáticos, mas também os cuidadores, alterando assim, a rotina familiar e a qualidade de vida de todos os envolvidos. Desta forma, é necessário criar novas alternativas para uma melhor qualidade de vida de todos envolvidos. 
5.2.5 Educação em Saúde
O autor Flores (2007) relata que uma das concepções mais generalizadas sobre educação e saúde é aquela cujas atividades se desenvolvem mediante situações formais de ensino-aprendizagem, funcionando como agregadas aos espaços das práticas de saúde. As formas mais evidentes das relações que se estabelecem em situações desse tipo são o didatismo e a assimetria expressa na ação que parte do profissional de saúde na condição de “educador” em direção ao usuário dos serviços de saúde na condição de “educando”. 
Já Salci et al. (2013), ressalta que a educação em saúde é uma temática complexa em sua exequibilidade, devido às diversas dimensões que a compreendem: política, filosófica, social, religiosa, cultural, além de envolver aspectos práticos e teóricos do indivíduo, grupo, comunidade e sociedade. Além disso, abarca o processo saúde-doença nas duas facetas dessa ação na saúde, se faz necessária para sua manutenção ou para evitar e/ou retardar a presença de doença, e a doença, torna-se essencial para trazer qualidade de vida à pessoa e/ou retardar as complicações do processo de adoecimento. 
	Oliveira et al. (2002) e Mendez et al. (2001), ao retratar sobre educação em saúde relacionado a criança com asma, demonstraram que a implementação de programas de educação dirigidos a portadores de asma leva à redução das crises asmáticas, diminuindo o número de hospitalizações e de visitas ao pronto-socorro, além de proporcionar melhoria da qualidade de vida desses pacientes.
Para Dalcin et al. (2011), aborda que além da prescrição e disponibilização adequadas do tratamento farmacológico de acordo com a gravidade da asma, a educação e a orientação sobre o automanejo da doença passaram a ser aspectos indispensáveis a serem abordados no seu contexto clínico. Assim Vários tipos de programas educativos para asma têm sido desenvolvidos, diferenciando-se quanto à forma de abordagem, à situação em que a doença é atendida e aos desfechos considerados.
Já Coriolano et al. (2011), afirma que as preocupações com intervenções educativas em relação à asma iram diminuir as urgência e internações hospitalares, assim como faltas à escola (crianças) e ao trabalho (pais), e essa tese tem sido uma temática extensivamente estudada a nível internacional, nas quais as abordagens e os métodos assumem uma configuração diferenciada.
A ação educativa é um dos fundamentos norteadores das ações do enfermeiro, pois podem ser realizados nos vários espaços das práticas de enfermagem, em geral. A imagem do enfermeiro é vista sempre associada ao papel de cuidador e, ao cuidar, o mesmo educa e busca criar a co-responsabilização com o outro, aumentando a autonomia do sujeito sobre sua saúde. Desta maneira, a educação pode ser considerada uma forma de cuidar e o cuidado uma maneira de educar (FERRAZ et al., 2005; ACIOLI, 2008).
Assim educar para saúde é ir além da assistência curativa, priorizando ações preventivas e promocionais, reconhecendo os usuários dos serviços de saúde como sujeitos portadores de saberes e condições de vida, estimulando-os a lutarem por mais qualidade de vida e dignidade (ALVES, 2005).
Mesmo com essa cronologia dos anos as falas dos autores afirmam que a educação em saúde é uma das principais ferramentas para o conhecimento da doença, de um modo geral. Assim melhorando a qualidade de vida dos pais e de seus filhos. No qual proporcionar a diminuição das internações em hospitais.
	
5.2.6 Assistência Hospitalar
O Ministério da Saúde (MS), em parceria com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, e buscando solucionar as reais necessidades dos usuários do sistema, implementaram políticas públicas no intuito de reorganizar a assistência prestada pelo SUS. Desse modo, foram adotadas diversas medidas, e entre elas podemos destacar a implantação do acolhimento com classificação de risco, tendo como principal objetivo a organização do fluxo de usuários (BRASIL, 2004).
A criança, ao ser admitida em uma unidade hospitalar, é cuidada por uma equipe multidisciplinar de acordo com as suas necessidades e dos recursos humanos disponíveis. No mínimo, ela receberá a assistência de membros da equipe médica e de enfermagem. Ocorrem três tipos de abordagem que embasam a assistência à criança hospitalizada, podendo ser centrada somente na patologia da criança; centrada na criança; ou na criança e sua família (MURAKAMI; CAMPOS, 2011).
O enfermeiro tem sido o profissional indicado para avaliar e classificar o risco dos pacientes que procuram os serviços de urgência, devendo ser orientado por um protocolo direcionador. Existem dois tipos de protocolos: Humaniza SUS e o de Manchester, na atualidade o mais usado é o “Protocolo de Manchester”, que consiste em um sistema de triagem baseado em cinco cores: vermelho, laranja, amarelo, verde e azul, sendo vermelho representando os casos de maior gravidade, e azul os casos de menor gravidade. A classificação é feita a partir das queixas, sinais, sintomas, sinais vitais, saturação de O2, escala de dor, glicemia, dentre outros. Seguindo o protocolo a asma se enquadra nas cores vermelho ou Laranja dependendo do quadro clínico que a criança se encontra no momento do atendimento (SOUZA et al. 2011).
De acordo com Chagas et al. (2011), as hospitalizações de crianças asmáticas constituem desafio para a saúde pública mundial e configuram como segunda causa de hospitalização infantil nos países desenvolvidos, assim como no Brasil, perdendo apenas para a pneumonia. Considera-se que muitas dessas hospitalizações poderiam ser evitadas por abordagens terapêuticas profiláticas.
Segundo Carvalho et al. (2015), as exacerbações na asma são comuns, gerando muitas visitas aos pronto-socorros e internações nos hospitais. Apesar da maioria das crianças asmáticas ao procurar o atendimento chegar com quadro estável. Assim, conhecer os indicadores clínicos preditivos de um diagnóstico em população especifica possibilita ao enfermeiro planejar o cuidado, propor intervenções fundamentadas e especificas, proporcionar a implantação de ações eficazes e imediatas para solução dos problemas identificados.
Chagas et al. (2011), ressalta que o enfermeiro tem papel fundamental na internação hospitalar dessas crianças, especialmente pela utilização do processo de enfermagem na sua assistência. O processo de cuidar em enfermagem, ou processo de enfermagem, entendido como um instrumento metodológico que possibilita o enfermeiro identificar, compreender, descrever, explicar e/ou predizer como sua clientela responde aos problemas de saúde ou aos processos vitais, e determinar que aspectos dessas respostas exigem uma intervenção profissional de enfermagem.
Apesar de poucos autores abordarem assistência prestada pelo enfermeiro em hospitais á criança com asma fica claro que o papel da enfermagem no acompanhamento das mesmas e de extrema importância, pra se ter uma melhor condição de recuperação e diminuir a quantidade de dias de internação, ocasionando um menor gasto para os hospitais.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir desta revisão integrativa foi possível concluir que existe uma associação de vários fatores desencadeantes da asma para crianças, destacando-se

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