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O financiamento da educação e o FUNDEB

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O financiamento da educação e o 
FUNDEB
APRESENTAÇÃO
Discussões e debates em torno do financiamento da educação básica têm sido foco de atenção de 
diferentes atores envolvidos nesse processo. Políticas governamentais são pensadas e 
implementadas para que os recursos sejam destinados com mais eficiência, como é o caso do 
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos 
Profissionais da Educação.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer como funciona a organização do 
financiamento da educação, que envolve diferentes entidades governamentais dotadas de 
competências que se articulam com a União para empregar os recursos destinados à educação 
com responsabilidade e eficiência. Vai conhecer ainda qual é o papel do Fundo de Manutenção e 
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação 
(FUNDEB) nos processos de investimento desses recursos, assim como os meios de 
financiamento mais eficazes para obter os melhores resultados de desempenho nos processos 
educacionais.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever como se organiza o financiamento da educação.•
Identificar a função do FUNDEB no financiamento.•
Examinar possibilidades para um financiamento mais eficiente.•
DESAFIO
Após a criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de 
Valorização do Magistério (FUNDEF), o governo identificou que havia uma lacuna que deixava 
de fora grande parte da população que tem direito ao acesso à educação. Desse modo, em 2007 
foi criado o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos 
Profissionais da Educação (FUNDEB). Este foi criado pela Emenda Constitucional n.o 53/2006 
e regulamentado pela Lei n.o 11.494/2007 e pelo Decreto no 6.253/2007, em substituição ao 
FUNDEF, que vigorou de 1998 a 2006.
Você é professor da rede pública básica e conhece de perto os problemas e desafios enfrentados 
por todos os profissionais da educação. Ao considerar a existência de um Fundo de Manutenção 
e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação e as 
relações entre uma educação de qualidade e a formação de professores, seu desafio é apontar 
duas sugestões de como os valores destinados aos profissionais da educação podem ser melhor 
aproveitados.
INFOGRÁFICO
A qualidade da educação passa por uma boa administração dos recursos financeiros e 
pelo acompanhamento das ações governamentais pela sociedade civil e por entidades ligadas ao 
campo educacional. Duas políticas governamentais voltadas para o investimento e manutenção 
da educação foram o FUNDEF e o FUNDEB.
No Infográfico a seguir, veja as principais diferenças entre esses dois fundos.
CONTEÚDO DO LIVRO
É fundamental para o seu dia a dia de trabalho conhecer o modo como é organizado o 
financiamento da educação no Brasil e como as leis distribuem as atribuições das entidades 
governamentais.
Na obra Políticas públicas e educação, base teórica para esta Unidade de Aprendizagem, leia o 
capítulo O financiamento da educação e o FUNDEB e saiba mais sobre o assunto. Além disso, 
conheça a função do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de 
Valorização dos Profissionais da Educação, dentro das formas de organização dos investimentos 
e de manutenção da educação, e os meios de financiamento mais eficientes por meio de 
propostas governamentais, oportunizando melhor proveito dos recursos arrecadados.
Boa leitura.
POLÍTICAS PÚBLICAS 
E EDUCAÇÃO
Caroline Costa 
Nunes Lima
O financiamento da 
educação e o FUNDEB
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Descrever a maneira como se organiza o financiamento da educação.
  Identificar a função do FUNDEB no financiamento.
  Examinar possibilidades para um financiamento mais eficiente.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar o financiamento da educação no Brasil, 
identificando como as leis distribuem as competências e responsabilida-
des das entidades governamentais. Você também vai ver qual é a função 
do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de 
Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) na organização dos 
investimentos e na manutenção da educação no País. Por fim, vai examinar 
as possibilidades de financiamento, verificando quais são as mais eficazes, 
que oportunizam melhor proveito dos recursos arrecadados.
Como se organiza o financiamento da educação
O sistema de ensino básico brasileiro sempre manteve profundas relações com 
o contexto histórico, econômico e social em que esteve inserido. Além disso, 
sempre esteve vinculado ao modo como cada governo concebeu os princípios 
e fi nalidades da educação. Atualmente, temas relativos ao fi nanciamento edu-
cacional têm ocupado um papel de destaque cada vez maior. Isso decorre de 
sua complexidade, já que o fi nanciamento da educação envolve diversas esferas 
governamentais e entidades de setores educacionais públicas e privadas. Além 
disso, hoje existem estudos avançados sobre as relações entre a organização, 
a gestão e o investimento no sistema de educação brasileiro.
Como você sabe, a Constituição Federal, promulgada em 1988, representou 
um avanço significativo na trajetória do País. A Carta Magna instituiu a edu-
cação como um direito para todos os cidadãos. Outros elementos se vinculam 
a esse direito, por exemplo, a promoção do bem-estar social. Desse modo, a 
garantia desse direito é responsabilidade do Estado, que deve articular a oferta 
de elementos culturais, de lazer, tecnológicos, etc. De acordo com Machado 
(2017, p. 2), para que a lei seja efetivamente cumprida:
[...] é necessário que haja comprometimento de todos e todas em relação ao 
desenvolvimento da qualidade educacional. Partindo da sociedade, para va-
lorização da educação e dos profissionais da área, ao governo, em valorizar 
e estimular a permanência do docente em sala de aula, com salários dignos a 
sua profissão, bem como ao profissional, em não se deixar cair no comodismo 
e no tradicional.
É importante você notar que, quando se fala de educação, está em jogo a 
formação de indivíduos para o pleno exercício da cidadania. A ideia é formar 
cidadãos capazes de participar ativamente da sociedade, analisando o que 
acontece ao seu redor com criticidade e consciência. Assim, essa formação 
não se restringe à mera transmissão de conteúdos, mas à instrumentalização 
do educando para que construa continuamente seu próprio conhecimento. Ele 
deve identificar seus direitos e deveres, questionar e buscar meios de melhorar 
a sociedade (MACHADO, 2017).
Para se assegurar uma educação com equidade e mínima qualidade, é 
fundamental reconhecer as responsabilidades das esferas governamentais 
federais, estaduais e municipais em relação aos investimentos nas áreas edu-
cacionais. Isso vale para as áreas pedagógica, administrativa, de infraestrutura 
e formação dos profissionais da educação. Observe o Quadro 1, a seguir, para 
identificar como se organiza o financiamento da educação a partir das três 
esferas administrativas dispostas na Constituição Federal e na Lei de Diretrizes 
e Bases (BRASIL, 1996).
O financiamento da educação e o FUNDEB2
Esfera 
governamental Constituição Federal LDB
União 
Organizará o sistema federal 
de ensino e o dos territórios, 
financiará as instituições de ensino 
públicas federais e exercerá, em 
matéria educacional, função 
redistributiva e supletiva, de 
forma a garantir equalização de 
oportunidades educacionais e 
padrão mínimo de qualidade 
do ensino mediante assistência 
técnica e financeira aos 
estados, ao Distrito Federal e 
aos municípios (art. 211, § 1º, 
redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 14, de 1996).
Prestará assistência 
técnica e financeira 
aos estados, ao 
Distrito Federal e 
aos municípios para 
o desenvolvimento 
de seus sistemas 
deensino e o 
atendimento 
prioritário à 
escolaridade 
obrigatória, 
exercendo sua função 
redistributiva e 
supletiva (art. 9º, III).
Estados, 
municípios 
e Distrito 
Federal
Aplicará, anualmente, nunca 
menos de 18, e os estados, o 
Distrito Federal e os municípios, 
25%, no mínimo, da receita 
resultante de impostos, 
compreendida a proveniente de 
transferências, na manutenção 
e no desenvolvimento 
do ensino (art. 212).
Definirá, com os 
municípios, formas 
de colaboração na 
oferta do ensino 
fundamental, as quais 
devem assegurar 
a distribuição 
proporcional das 
responsabilidades, 
de acordo com 
a população a 
ser atendida e os 
recursos financeiros 
disponíveis em 
cada uma dessas 
esferas do Poder 
Público (art. 10, II).
Quadro 1. Regime de colaboração financeira entre os entes federados
3O financiamento da educação e o FUNDEB
Observando o Quadro 1, você pode identificar que a LDB reforça o que a 
Constituição dispõe sobre questões relacionadas ao financiamento educacional. 
Afinal, essas formas de organização são complexas em um país marcado por 
tantos problemas nos mais variados setores, tais como o educacional, foco 
de seus estudos. Além das disposições que determinam as competências dos 
setores governamentais, a Constituição Federal determina que no mínimo 25% 
das receitas tributárias estaduais e municipais e 18% de impostos federais sejam 
aplicados na educação. Outro ponto a ser analisado é que essas possibilidades 
de investimento estão relacionadas às arrecadações governamentais. Conse-
quentemente, há desigualdades e distorções entre as regiões com maiores e 
menores índices de desenvolvimento. Ao observar como o cenário educacional 
brasileiro se apresenta, você acha que esses recursos estão sendo devidamente 
aproveitados? Essas relações dizem respeito a todos os brasileiros:
É indispensável a participação da comunidade no acompanhamento e na 
fiscalização dos recursos destinados à educação e, particularmente, à manu-
tenção e ao desenvolvimento no ensino. É princípio da administração pública 
a publicização de seus atos. A peça orçamentária está disponível para qualquer 
cidadão, basta procurar as instituições do poder legislativo ou executivo para 
obter tais informações (BRASIL, 2006, p. 40-41).
Assim, ao verificar como se articulam as organizações do financiamento 
da educação, você deve ter em mente que a sociedade civil e todos os demais 
atores envolvidos nesse processo precisam se esforçar para se apropriarem 
das formas como esses financiamentos são organizados por União, Distrito 
Federal, municípios e setor privado. Além disso, precisam acompanhar e 
fiscalizar se o que está assegurado por lei de fato é sendo cumprido.
A função do FUNDEB no financiamento
Você faz ideia de quanto custa a manutenção fi nanceira da educação no Bra-
sil? De onde especifi camente esses recursos provêm? Questões como essas 
envolvem discussões e esforços do governo a fi m de formular políticas para 
organizar investimentos e manutenções dos sistemas de ensino.
Um desses esforços data de 1996 e consiste na regulamentação do Fundo 
de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valoriza-
O financiamento da educação e o FUNDEB4
ção do Magistério (FUNDEF), implementado em 1998. Ele representou um 
avanço para o enfrentamento dos problemas do ensino fundamental público, 
adotando novos critérios para a distribuição dos recursos públicos vinculados à 
educação. Além disso, previa o alcance de resultados satisfatórios nos índices 
de desempenho nacionais, principalmente nas regiões mais impactadas pelas 
desigualdades (BRASIL, 1996).
Em 2007, foi criado o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Edu-
cação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, por meio da 
Emenda Constitucional nº 53. Ele é regulamentado pela Lei nº 11.494/2007 e 
pelo Decreto nº 6.253/2007. O FUNDEB substitui o FUNDEF, que vigorou 
de 1998 a 2006. O FUNDEB:
é um fundo especial, de natureza contábil e de âmbito estadual (um fundo 
por estado e Distrito Federal, num total de vinte e sete fundos), formado, na 
quase totalidade, por recursos provenientes dos impostos e transferências 
dos estados, Distrito Federal e municípios, vinculados à educação por força 
do disposto no art. 212 da Constituição Federal. Além desses recursos, ainda 
compõe o Fundeb, a título de complementação, uma parcela de recursos 
federais, sempre que, no âmbito de cada Estado, seu valor por aluno não 
alcançar o mínimo definido nacionalmente. Independentemente da origem, 
todo o recurso gerado é redistribuído para aplicação exclusiva na educação 
básica. O aporte de recursos do governo federal ao Fundeb, de R$ 2 bilhões 
em 2007, aumentou para R$ 3,2 bilhões em 2008, R$ 5,1 bilhões em 2009 e, 
a partir de 2010, passou a ser no valor correspondente a 10% da contribuição 
total dos estados e municípios de todo o país. Os investimentos realizados 
pelos governos dos Estados, Distrito Federal e Municípios e o cumprimento 
dos limites legais da aplicação dos recursos do Fundeb são monitorados por 
meio das informações declaradas no Sistema de Informações sobre Orçamentos 
Públicos em Educação (Siope), disponível no sítio do FNDE (BRASIL, 2018, 
documento on-line).
O FUNDEB se destina aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios 
que oferecem a educação básica, tendo como critérios de distribuição o quan-
titativo de matrículas nas instituições de ensino públicas e com convênios, a 
partir dos dados coletados por meio do censo escolar do Instituto Nacional 
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP/MEC). Para 
conhecer as instituições que fazem parte da operacionalização do Fundo e 
as suas principais atribuições, analise o Quadro 2, a seguir (BRASIL, 2018, 
documento on-line).
5O financiamento da educação e o FUNDEB
Órgãos gestores/
áreas gestoras Atribuições
INEP Realizar o censo escolar e disponibilizar dados.
Fundo Nacional de 
Desenvolvimento da 
Educação (FNDE)
  Dar apoio técnico acerca do Fundo aos estados, 
Distrito Federal, municípios, conselhos e 
instâncias de controle;
  Realizar capacitação dos membros dos conselhos;
  Divulgar orientações e dados;
  Realizar estudos técnicos com vistas à definição 
de um valor referencial anual por aluno que 
assegure qualidade do ensino;
  Monitorar a aplicação de recursos.
Ministério da Fazenda  Definir a estimativa de receita do Fundo;
  Definir e publicar os parâmetros operacionais do 
FUNDEB, junto ao Ministério da Educação (MEC);
  Disponibilizar os recursos arrecadados para 
distribuição ao Fundo;
  Realizar o fechamento de contas das receitas 
anuais do Fundo.
Ministério do 
Planejamento
  Assegurar no orçamento recursos federais que 
entram no Fundo;
  Participar do Conselho do Fundo, no âmbito da 
União.
Banco do Brasil Distribuir recursos e manter contas específicas 
do Fundo de estados e municípios.
Caixa Econômica 
Federal
Manter contas específicas do Fundo 
de estados e municípios.
Quadro 2. Instituições que fazem parte da operacionalização do Fundo e suas principais 
atribuições
Assim, a partir da articulação entre todos esses órgãos e deles com as es-
feras governamentais, o FUNDEB é distribuído em todo o território nacional, 
considerando o contexto social e econômico das localidades. Além disso, há 
O financiamento da educação e o FUNDEB6
uma complementação de valores, realizada pela União, voltada para regiões 
em que o valor de investimento calculado para cada aluno é inferior à média 
estipulada para cada ano letivo. A ideia é que essa redistribuição oportunize 
uma educação com equidade.
Que tal conhecer melhor o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino 
Fundamental e de Valorização do Magistério? O FUNDEF teve origem na Emenda 
Constitucional nº 14, de 24 de dezembro de 1996, e foi implementado em 1º de 
janeiro de 1998. Ele envolvia mecanismos de redistribuição de recursos financeiros 
vinculados ao ensino fundamental. Além disso, seu objetivo era a universalização doensino fundamental e a remuneração condigna ao magistério.
Os recursos eram destinados ao ensino fundamental público (poderia haver gastos 
com educação de jovens e adultos, contudo as matrículas não eram computadas 
para efeito de distribuição de recursos). Quanto ao valores anuais, o valor mínimo 
anual era calculado por meio da previsão de receita para o Fundo segundo gastos 
do ano anterior. Entre 1997 e 1999, foi estabelecido um valor único para os alunos 
do ensino fundamental. A partir de 2000, houve diferenciação de 5% nos valores 
destinados aos anos finais (5ª a 8ª série) do ensino fundamental e à educação especial 
em relação ao valor destinado aos anos iniciais do ensino fundamental (OLIVEIRA: 
MORAES; DOURADO, 2013).
Possibilidades para um financiamento 
mais eficiente
A responsabilidade de ofertar uma educação de qualidade a todos, como 
asseguram as leis, é partilhada pelas esferas governamentais. Em um país 
com uma dívida histórica com o campo educacional, que carrega as marcas 
de uma educação de caráter excludente e desigual que se arrastou por longos 
anos, os problemas enfrentados são ainda maiores.
As consequências passam, por exemplo, por altas taxas de analfabetismo (e 
analfabetismo funcional), distorção entre idade e série e evasão escolar. Todas 
7O financiamento da educação e o FUNDEB
essas circunstâncias envolvem também as relações entre o financiamento e 
a manutenção da educação, bem como a luta pela democratização do ensino 
e para assegurar um ensino com equidade e qualidade, tal como dispõem a 
Constituição (BRASIL, 1988) e a LDB (BRASIL, 1996).
Como política social e produtora de oportunidades, a educação deve ser 
viabilizada com igualdade de direitos. Também deve haver a oferta de uma 
educação de qualidade. Essas questões devem ser pensadas quando se trata da 
competência dos responsáveis pelo financiamento público do ensino. Para se 
pensar em meios mais eficientes de administração desses recursos, o governo 
instituiu novas ações, tais como a apresentada a seguir:
A Comissão Intergovernamental de Financiamento para a Educação Básica 
de Qualidade — instituída pela Lei n° 11.494, de 20 de junho de 2007 —, 
em reunião realizada em 26 de abril de 2012, considerando que os critérios 
definidos por aquela resolução e portaria não permitiam identificar objetiva-
mente os entes federados demandantes de recursos para a complementação 
do piso salarial dos professores e considerando ainda a impossibilidade de se 
definirem critérios justos que apontassem o município ou estado em condições 
mais precárias para receber essa complementação, decidiu, por unanimidade, 
que os recursos destinados a esse objetivo deveriam ser distribuídos segundo 
a utilização dos mecanismos usuais e automáticos já adotados pelo Fundo 
de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização 
dos Profissionais da Educação (Fundeb), já que os estados e municípios que 
recebem a referida complementação são aqueles cujo valor aluno/ano (VAA) 
de seus fundos estaduais está abaixo do valor mínimo, comprovando, assim, 
sua dificuldade financeira. Como consequência dessa reunião, o MEC expe-
diu a Resolução n° 7, de 26 de abril de 2012, ainda em vigor, que se encontra 
publicada no Diário Oficial da União do dia 30 de julho de 2012 (BRASIL, 
2015, p. 303).
Outro documento de destaque consiste no Plano Nacional de Educação 
(PNL, Lei nº 13.005, de 2014), que formulou propostas e estratégias como a 
Meta 20, que prevê a ampliação do investimento público em educação para 
que sejam utilizados no mínimo 7% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2019 
e 10% dele até 2024.
Para entender melhor como ocorrem esses investimentos, observe o Quadro 
3, a seguir. Ele apresenta os valores dos investimentos públicos aplicados na 
educação básica por meio do FUNDEF, do FUNDEB e do salário-educação 
no ano de 2013.
O financiamento da educação e o FUNDEB8
Fonte: Adaptado de Brasil (2014, p. 343).
Anos
FUNDEF/FUNDEB 
(valores em bilhões)
Salário-educação 
(valores em bilhões)
2004 46,11 6,87
2005 49,17 8,87
2006 51,3 9,90
2007 66,44 9,86
2008 85,59 11,69
2009 92,10 12,06
2010 104,34 13,32
2011 112,64 14,94
2012 113,90 15,80
2013 119,10 16,74
Quadro 3. Investimentos públicos aplicados na educação básica
Observe que, além do FUNDEF e do FUNDEB, está presente no finan-
ciamento o salário-educação. Ele é uma contribuição social destinada ao 
financiamento de programas e ações da educação básica, regulamentada pela 
Lei nº 9.424/1996.
Analisando as relações entre essas políticas, você pode notar que os maiores 
desafios para a melhoria do sistema de ensino brasileiro são relativos ao modo 
como os recursos são recolhidos e aplicados, como registra o Plano Nacional 
de Educação (BRASIL, 2015, p. 61):
[...] a vinculação de recursos financeiros para a educação, a ampliação dos 
percentuais do PIB para a educação nacional, bem como a vinculação do 
financiamento a um padrão nacional de qualidade, o acompanhamento e o 
controle social da gestão e uso dos recursos [...] são passos imprescindíveis 
para a melhoria do acesso, permanência e aprendizagem significativa dos 
estudantes.
9O financiamento da educação e o FUNDEB
Assim, adequar as políticas educacionais para propor meios de finan-
ciamentos qualitativos é fundamental para a formação do Sistema Nacional 
de Educação (SNE) e se relaciona com todas as metas e estratégias do PNE 
que devem ser alcançadas gradativamente até 2024. A criação do FUNDEF 
e do FUNDEB e a presença de formas de organização do financiamento da 
educação básica em documentos legislativos — tais como a LDB, as emendas 
constitucionais e o Plano Nacional de Educação — favorecem o uso dos re-
cursos de modo mais transparente, equitativo e responsável. O objetivo dessas 
articulações, como você viu, é enfrentar os graves problemas que marcam a 
história educacional brasileira.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 05 dez. 
2018.
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Plano 
Nacional de Educação PNE 2014-2024: linha de base. 2015. Disponível em : <http://
portal.inep.gov.br/documents/186968/485745/Plano+Nacional+de+Educa%C3
%A7%C3%A3o+PNE+2014-2024++Linha+de+Base/c2dd0faa-7227-40ee-a520-
12c6fc77700f?version=1.1>. Acesso em: 05 dez. 2018.
BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e 
dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2014/Lei/L13005.htm>. Acesso em: 05 dez. 2018.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da 
educação nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.
htm>. Acesso em: 05 dez. 2018.
BRASIL. Lei nº 9.424, de 24 de dezembro de 1996. Dispõe sobre o Fundo de Manutenção 
e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, na forma 
prevista no art. 60, § 7º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, e dá outras 
providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9424.htm>. 
Acesso em: 05 dez. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação 
Sobre o Fundeb. 2018. Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/financiamento/fundeb/
sobre-o-plano-ou-programa/sobre-o-fundeb>. Acesso em: 05 dez. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Conselho Escolar e o 
financiamento da educação no Brasil. 2006. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/
seb/arquivos/pdf/Consescol/cad%207.pdf>. Acesso em: 05 dez. 2018.
O financiamento da educação e o FUNDEB10
MACHADO, D. L. Financiamento da educação - FUNDEB: uma análise sobre os inves-
timentos na educação. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 13., 2017, Curi-
tiba. Anais... Curitiba: PUCPR, 2017. Disponível: <http://educere.bruc.com.br/arquivo/
pdf2017/23762_12134.pdf>. Acessoem: 05 dez. 2018.
OLIVEIRA, J. F.; MORAES, K. N.; DOURADO, L. F. O financiamento da educação básica: 
limites e possibilidades. [2013]. Disponível em: <http://escoladegestores.mec.gov.br/
site/4-sala_politica_gestao_escolar/pdf/fin_edu_basica.pdf>. Acesso em: 05 dez. 
2018.
Leituras recomendadas
CURY, C. R. J. Estado e políticas de financiamento em educação. Educação & Sociedade, 
Campinas, v. 28, n. 100, p. 831-855, out. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302007000300010&lng=en&nrm=iso>. 
Acesso em: 05 dez. 2018.
FERNANDES, F. C. Do FUNDEF ao FUNDEB: mudança e avanço. [2010?]. Disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/textosecr/fundef_ao_fundeb.pdf>. Acesso 
em: 05 dez. 2018.
11O financiamento da educação e o FUNDEB
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
De acordo com informações no portal do Ministério da Educação, o Fundo de Manutenção e 
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação 
(FUNDEB) foi criado pela Emenda Constitucional n.º 53/2006 e regulamentado pela Lei n.º 
11.494/2007 e pelo Decreto n.º 6.253/2007, em substituição ao Fundo de Manutenção e 
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), que 
vigorou de 1998 a 2006.
Na Dica do Professor de hoje, conheça um pouco mais sobre essa política governamental.
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EXERCÍCIOS
1) Para que a oferta da educação, direito social assegurado por lei, seja feita com 
equidade e qualidade, é fundamental a articulação das esferas governamentais para 
assumirem demandas relacionadas ao financiamento. 
O que dispõe a Constituição de 1988 sobre a aplicação da receita resultante de 
impostos?
A) A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os estados, o Distrito Federal e 
os municípios, vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, 
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e no desenvolvimento do 
ensino.
B) A União e os municípios aplicarão cerca de 10% das fontes de recursos e, para os estados e 
o Distrito Federal, o valor é de 20%.
 
A União aplicará anualmente o mínimo de 10% para as esferas governamentais dos C) 
recursos recolhidos de impostos municipais, estaduais e federais, que são redistribuídos 
para todas as regiões do país.
D) Estados, municípios e Distrito Federal: o mesmo percentual: 25%. Com relação ao mínimo 
previsto para a União, o percentual é de 13%.
E) Aplicação anual mínima de 25%, pela União, e de 35%, pelos estados e municípios, da 
receita resultante de impostos na manutenção e no desenvolvimento do ensino.
2) Assinale a alternativa que apresenta o documento que dispõe que a União deve 
prestar assistência técnica e financeira aos estados, ao Distrito Federal e aos 
municípios para que possam desenvolver seus sistemas de ensino e o atendimento 
prioritário à escolaridade obrigatória, exercendo sua função redistributiva e 
supletiva.
A) Emenda Constitucional n.o 53/2006.
B) Constituição Federal de 1988.
C) PNE Lei n.o 13.005.
D) Lei n.o 11.494/2007.
E) LDB 9.394/96.
3) Existem diferentes instituições que participam dos processos de operacionalização do 
FUNDEB.
Assinale a alternativa que representa uma atribuição do INEP (Instituto Nacional de 
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
A) Definir a estimativa de receita do Fundo.
B) Distribuir recursos e manter contas específicas do Fundo, de estados e municípios.
C) Realizar o censo escolar e disponibilizar dados.
D) Realizar estudos técnicos com vistas ao valor referencial anual por aluno que assegure a 
qualidade do ensino.
E) Disponibilizar os recursos arrecadados para distribuição ao Fundo.
4) Assinale a alternativa que diz respeito aos responsáveis pelo apoio técnico acerca do 
FUNDEB a estados, Distrito Federal e municípios, realizando capacitações dos 
conselhos, divulgando orientações e dados e monitorando a aplicação desses recursos.
A) FUNDEF.
B) Ministério da Fazenda.
C) Ministério do Planejamento.
D) FNDE.
E) INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
5) O Plano Nacional de Educação, Lei n.o 13.005, apresenta diferentes metas propostas 
para melhoria na qualidade da educação em todo o país. Algumas de suas propostas 
estão relacionadas ao financiamento da educação, tal como a meta 20, que propõe:
triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a A) 
qualidade da oferta e pelo menos 50% da expansão no segmento público.
B) alfabetizar todas as crianças no máximo até o final do terceiro ano do Ensino Fundamental 
nas escolas básicas de todo país.
C) ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o 
patamar de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do país no 5.o ano de vigência dessa lei e, 
no mínimo, o equivalente a 10% do PIB no final do decênio.
D) elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a 
atingir a titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores.
 
E) oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens e adultos nos ensinos 
Fundamental e Médio na forma integrada à educação profissional.
NA PRÁTICA
Em diferentes momentos da história educacional no Brasil, é posssível encontrar meios de o 
governo pensar e investir em educação. Muitas das escolhas feitas no passado refletem até na 
sociedade contemporânea.
Sobre essas relações entre a história, os financiamentos educativos e a contemporaneidade, veja 
a seguinte situação:
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Plano Nacional da Educação
Conheça o Plano Nacional de Educação com prazo de vigência de 2014 até 2024, que dispõe 
metas e estratégias voltadas para assegurar o direito à educação, os investimentos financeiros e 
as formas de valorização do magistério.
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Financiamento da educação no Brasil (1990-2010): impactos no padrão de gestão do 
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Este artigo trata de temáticas envolvendo o financiamento da educação no Brasil entre 1990 e 
2010, com ênfase na gestão do Ensino Fundamental.
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Arrecadação e investimento dos recursos da educação: como funciona o FUNDEB?
Este vídeo explica como funciona o FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da 
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), a principal fonte de recursos 
para a educação básica para estados e municípios, e como esses recursos devem ser investidos.
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