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Unidade 6 - Financiamento e Educação Escolar

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Prévia do material em texto

Financiamento da educação escolar 
APRESENTAÇÃO
O financiamento da educação escolar é um tema muito importante para a organização e a 
estruturação das políticas educacionais brasileiras, uma vez que, para implementar as metas ao 
sistema educacional, é necessário o repasse de recursos às escolas. Dentre suas atribuições, o 
financiamento da educação visa a remunerar professores, a manter e melhorar as estruturas das 
escolas e a suprir os estabelecimentos de ensino públicos com aquilo que necessitam para 
atender seus alunos, desenvolvendo uma aprendizagem de qualidade.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar as previsões da Constituição Federal de 1988 
e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 sobre o financiamento escolar. 
Ainda, você vai conhecer as principais características do Fundo de Manutenção e 
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) e do Fundo 
de Manutenção da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), 
percebendo as principais diferenças entre eles.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar o que prevê a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (Lei n.o 9.394/1996) em relação ao financiamento da educação básica.
•
Determinar as principais características do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do 
Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério.
•
Diferenciar o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de 
Valorização do Magistério (Fundef) do Fundo de Manutenção da Educação Básica e de 
Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
•
DESAFIO
Com o objetivo de reparar os problemas identificados no Fundef, e pretendendo ampliar os 
recursos para a área da educação, no ano de 2007, começa a ser executado o Fundo de 
Manutenção da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, o Fundeb.
Pensando nisso, para este Desafio, considere o seguinte cenário:
 
Partindo do que foi exposto, coloque-se no lugar de Gabriela e, com base no financiamento da 
educação escolar, argumente com o grupo suas reivindicações.
INFOGRÁFICO
O Fundo de Manutenção da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação 
(Fundeb) é uma das principais políticas de financiamento coordenada pelo Fundo Nacional de 
Desenvolvimento da Educação - FNDE, sendo responsável por distribuir os percentuais 
vinculados à educação das receitas dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
No Infográfico a seguir, você conhecerá um pouco mais sobre os impostos que compõem o 
Fundeb.
Confira.
CONTEÚDO DO LIVRO
Na Constituição Federal de 1988, há orientações claras sobre a organização dos sistemas de 
ensino e o financiamento da educação. Lembrando que o ensino obrigatório, no Brasil, 
compreende o período de 4 a 17 anos de idade e engloba a Educação Infantil, o Ensino 
Fundamental e o Ensino Médio. 
O Fundef (1996 a 2006) e o Fundeb (atual) foram criados por iniciativa do Ministério da 
Educação, visando, em um primeiro momento, à ampliação do atendimento no Ensino 
Fundamental e, posteriormente, em toda a educação básica.
No capítulo Financiamento da educação escolar, da obra Organização e legislação da educação, 
você verá como o financiamento da educação escolar está presente na Constituição Federal de 
1988 e na LDB atual, além de conhecer as características do Fundef, identificando as diferenças 
entre este e o Fundeb.
Boa leitura.
ORGANIZAÇÃO E 
LEGISLAÇÃO DA 
EDUCAÇÃO 
Pablo Rodrigo Bes
Revisão técnica:
Tiago Cortinaz
Graduado em Pedagogia
Mestre em Educação 
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin — CRB10/2147
B554o Bes, Pablo. 
Organização e legislação da educação / Pablo Bes, 
Michela Carvalho da Silva ; [revisão técnica: Tiago Cortinaz]. 
– Porto Alegre: SAGAH, 2018.
257 p. : il. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-727-5
1. Ensino - Legislação. I. Silva, Michela Carvalho da. II.
Título.
CDU 37.07
Organizacao e Legislacao da Educacao_BOOK.indb 2 12/12/2018 08:54:08
Financiamento da 
educação escolar
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Identificar o que prevê a Constituição Federal de 1988 e a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional em relação ao financiamento 
da educação básica.
 Determinar as principais características do Fundo de Manutenção e De-
senvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério.
 Diferenciar o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização do Magistério do Fundo de Manu-
tenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação.
Introdução
O financiamento da educação escolar é um tema muito importante para a 
organização e estruturação das políticas educacionais brasileiras, uma vez 
que, para implementar as metas do sistema educacional, é necessário o 
repasse de recursos às escolas. Entre muitas atribuições, o financiamento 
da educação visa remunerar professores, manter e melhorar as estruturas 
das escolas e suprir os estabelecimentos de ensino público com aquilo 
que necessitam para atender bem os seus alunos, desenvolvendo uma 
aprendizagem de qualidade. 
Neste capítulo, você vai ler sobre as previsões da Constituição Federal 
de 1988 e da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Nacional (Lei 
nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996) sobre o tema do financiamento 
escolar. Também vai conhecer as características do Fundo de Manuten-
ção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do 
Magistério (Fundef) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da 
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), 
identificando as principais diferenças entre eles.
Organizacao e Legislacao da Educacao_BOOK.indb 239 12/12/2018 08:54:33
Financiamento da educação escolar na 
Constituição Federal de 1988 e na Lei de 
Diretrizes e Bases atual
O sistema educacional brasileiro e a gestão escolar necessitam de recursos 
para funcionar de forma efi ciente. Esses recursos, que fi nanciam a educação, 
estão previstos em lei e devem ser distribuídos de forma equitativa entre os 
entes da federação. Segundo Oliveira, Moraes e Dourado (2005, p. 11): 
As discussões acerca do financiamento da educação têm perpassado os de-
bates sobre a democratização da educação e da escola por meio do acesso e 
da permanência [dos alunos nas escolas] com qualidade social, da melhoria 
da qualidade do ensino e da garantia dos direitos dos cidadãos. 
Essas discussões se fazem presentes na Constituição Federal de 1988 e na 
LDB de 1996, que estudaremos neste capítulo. Embora saibamos que “[...] não 
é fácil financiar o ensino público e gratuito quando a demanda ultrapassa a 
possibilidade de oferta pelo Estado [...]” (FERNANDES, 2009, p. 24), cabe 
ao Ministério da Educação encontrar os meios de assegurar que a todos os 
brasileiros seja garantido o direito à educação.
 Na Constituição Federal de 1988, existem orientações bem claras a respeito da 
organização dos sistemas de ensino e financiamento da educação, principalmente 
ao afirmar o princípio do regime de colaboração a ser desenvolvido entre a 
União, os estados, o Distrito Federal e os municípios. Conforme seu art. 211: 
“Art. 211 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em 
regime de colaboração seus sistemas de ensino”. No § 1º do art. 211, existe uma 
importante complementação sobre a responsabilidade da União, que, além de 
organizar os sistemas de ensino, é extensiva aos entes do regime de colaboração:
Art. 211 [...] 
§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, 
financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria 
educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equaliza-
ção de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidadedo ensino 
mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e 
aos Municípios (BRASIL, 1988, documento on-line). 
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 212, afirma que:
Art. 212 A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita 
Financiamento da educação escolar240
Organizacao e Legislacao da Educacao_BOOK.indb 240 12/12/2018 08:54:33
resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na 
manutenção e desenvolvimento do ensino (BRASIL, 1988, documento on-line). 
Quando esses percentuais de recursos provenientes dos impostos não são 
suficientes para financiar plenamente a educação dos entes, cabe à União, ao 
exercer a sua função redistributiva e supletiva, distribuir melhor os recursos 
entre os estados e ainda complementar as carências necessárias. 
Ainda no § 3º do art. 212, fica explícita a prioridade da distribuição dos 
recursos públicos, quando a Constituição Federal menciona que:
Art. 212 [...] 
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento 
das necessidades do ensino obrigatório, no que se refere a universalização, 
garantia de padrão de qualidade e equidade, nos termos do plano nacional de 
educação (BRASIL, 1988, documento on-line).
O ensino obrigatório no Brasil compreende o período de 4 a 17 anos de idade, abran-
gendo a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio. Para que se 
atinjam as metas do Plano Nacional de Educação 2014–2024 em relação à melhoria 
de qualidade do ensino, à universalização do acesso, à maior equidade e à erradicação 
do analfabetismo, é necessária uma distribuição de recursos muito bem estruturada. 
Segundo o art. 213 da Constituição Federal de 1988, os recursos públicos 
serão destinados às escolas públicas e podem ser de três tipos (Quadro 1).
 Fonte: Adaptado de Brasil (1988). 
Comunitárias O princípio básico da escola comunitária é que ela deve estar 
comprometida com a realidade social e a busca de resultados.
Confessionais São as escolas vinculadas a religiões, logo, não são laicas.
Filantrópicas Uma instituição de educação que presta serviços à 
população em geral, em caráter complementar às 
atividades do Estado, sem qualquer remuneração.
 Quadro 1. Escolas públicas que recebem recursos financeiros da União 
241Financiamento da educação escolar
Organizacao e Legislacao da Educacao_BOOK.indb 241 12/12/2018 08:54:33
A LDB da Educação Nacional de 1996 reafirma os princípios constitucionais 
do regime de colaboração entre os entes da federação para o financiamento 
da educação escolar e acrescenta:
Art. 68 Serão recursos públicos destinados à educação os originários de:
I — receita de impostos próprios da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios;
II — receita de transferências constitucionais e outras transferências; 
III — receita do salário-educação e de outras contribuições sociais; 
IV — receita de incentivos fiscais; 
V — outros recursos previstos em lei (BRASIL, 1996, documento on-line). 
O salário-educação refere-se a um percentual de 2,5% sobre a folha de 
pagamento das empresas brasileiras, que é revertido para a educação e que 
representa hoje em torno de 20% dos recursos de financiamento da educação 
escolar. A LDB de 1996 deixa em aberto — ao comentar sobre outras con-
tribuições sociais, incentivos fiscais e outros recursos previstos em lei — a 
possibilidade ou a “[...] desejável ampliação das verbas para o seu financiamento 
[da educação]” (BRASIL, 1997, documento on-line). 
Ressaltamos que, dentro da organização da educação nacional, “[...] o Fundo 
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia federal criada 
pela Lei nº. 5.537, de 21 de novembro de 1968, e alterada pelo Decreto-Lei nº. 872, 
de 15 de setembro de 1969, [que] é responsável pela execução de políticas educa-
cionais do Ministério da Educação (MEC)” (BRASIL, 2017a, documento on-line). 
Ao administrar as políticas de financiamento da educação, o FNDE possui 
atualmente três políticas principais: 
  o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies);
  o Fundeb;
  o salário-educação. 
Por meio dessas políticas de financiamento da educação, os recursos fi-
nanceiros necessários às instituições do sistema de ensino brasileiro propor-
cionam que as instituições persigam suas metas em busca de uma educação 
de qualidade para todos os estudantes.
Financiamento da educação escolar242
Organizacao e Legislacao da Educacao_BOOK.indb 242 12/12/2018 08:54:33
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento 
do Ensino Fundamental e de Valorização do 
Magistério
Com a promulgação da LDB da Educação Nacional de 1996, em vigência na 
atualidade, foi criado o regime de colaboração entre os entes da federação 
(União, estados, Distrito Federal e municípios), que devem trabalhar juntos de 
forma a assegurar a universalização do direito à educação a todos, erradicar o 
analfabetismo e melhorar a qualidade da educação brasileira. Como o cenário 
na época da construção da LDB de 1996 era muito ruim para o ensino fun-
damental, houve a necessidade de construir uma política de focalização que 
concentrasse os recursos públicos no ensino fundamental, criando-se o Fundef.
Segundo o Manual de Orientação do Fundef (BRASIL, 2004, p. 5), escrito 
pela Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação, esse fundo 
“[...] tem como foco o ensino fundamental público, como o mais represen-
tativo segmento da educação básica oferecida pelos Estados e Municípios 
brasileiros”. Dessa forma, o Fundef foi criado inovando na forma como a 
arrecadação dos impostos seria vinculada diretamente às escolas públicas de 
ensino fundamental, procurando cumprir os percentuais estabelecidos no art. 
212 da Constituição Federal. Os principais objetivos do Fundef são:
  universalização;
  manutenção;
  melhoria de qualidade;
  valorização dos profissionais do magistério.
O Fundef buscava garantir a oferta do ensino fundamental a todos os 
alunos, bem como que estes tivessem condições de se manter frequentes nas 
escolas. Também buscou uma maior valorização de professores e demais 
profissionais da educação por meio da garantia de seus salários. Tudo isso 
em prol de uma melhoria significativa na qualidade das aprendizagens dos 
estudantes do ensino fundamental. 
Essa, aliás, é a grande crítica em relação ao Fundef, que, embora tenha 
representado um avanço na política de financiamento educacional, apresentou 
como limitações ter deixado à margem o segmento da educação infantil, do 
ensino médio e de outras modalidades importantes, como a educação de jovens 
e adultos. O Fundef foi composto, basicamente, por recursos dos próprios 
estados e municípios, originários de fontes já existentes, sendo constituído 
por 15% dos seguintes fundos (BRASIL, 2004):
243Financiamento da educação escolar
Organizacao e Legislacao da Educacao_BOOK.indb 243 12/12/2018 08:54:33
  Fundo de Participação dos Estados (FPE);
  Fundo de Participação dos Municípios (FPM); 
  Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), incluindo 
os recursos relativos à desoneração de exportações, de que trata a Lei 
Complementar nº. 87, de 13 de setembro de 1996;
  Imposto sobre Produtos Industrializados, proporcional às exportações 
(IPIexp). 
Além desses recursos vinculados à arrecadação dos impostos, o Fundef 
foi composto por uma parcela de recursos federais para que se atingissem os 
valores mínimos investidos por aluno do ensino fundamental matriculado. 
Dessa forma, para entrar no cálculo de recebimento de repasses de recursos 
do Fundef, as escolas deveriam ter o máximo de cuidados no preenchimento do 
Censo Escolar realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas 
Educacionais (Inep), órgão vinculado ao Ministério da Educação. Esses dados do 
Censo Escolar serviam de base para os repasses de recursos do exercício seguinte.
Para o cálculodos valores a serem repassados por aluno para as escolas, 
foram utilizadas fórmulas que consideravam a quantidade de alunos do ensino 
fundamental regular e o valor mínimo nacional por aluno, que era o mesmo 
até 1999, sendo posteriormente diferenciado entre: 
  os alunos da 1ª a 4ª séries e de 5ª a 8ª séries, sendo os valores de 5ª a 
8ª séries superiores em 5%; 
  os alunos que compunham a educação especial da escola também re-
cebiam valor superior idêntico ao das escolas rurais, que começaram 
a ser diferenciadas a partir de 2005; 
  as estimativas de matrículas para o próximo ano letivo. 
Os valores mínimos nacionais por aluno aplicados nos anos de vigência 
do Fundef constam no Quadro 2.
Ano
1ª a 8ª 
séries 1ª a 4ª séries
5ª a 8ª séries e 
educação especial
1997 300,00 — —
1998 315,00 — —
1999 315,00 — —
 Quadro 2. Distribuição de valores por matrícula do Fundef 
(Continua)
Financiamento da educação escolar244
Organizacao e Legislacao da Educacao_BOOK.indb 244 12/12/2018 08:54:33
O Fundef surgiu para trazer como foco a vinculação do percentual de 15% 
de alguns impostos para a educação escolar realizada no ensino fundamental. 
Porém, correu o risco de, ao privilegiar somente essa etapa da educação, deixar 
de ter uma visão do todo e da interdependência entre as etapas da educação 
básica e os níveis da educação (básica e superior). Davies (2006, p. 755) reforça 
esse argumento ao comentar que “[...] a educação não pode ser pensada em 
pedaços, como se uma parte (a graduação ou a pós-graduação, por exemplo) 
pudesse funcionar bem sem as outras (a educação básica, por exemplo)”. Dessa 
forma, caberia ao Ministério da Educação corrigir essa deficiência, buscando 
uma visão sistêmica, integrada para a educação escolar brasileira.
Existem críticas em relação ao Fundef no sentido de que, embora tenha sido criado para 
que houvesse uma melhor distribuição dos impostos estaduais e municipais para a área 
da educação (ensino fundamental), o fundo “[...] praticamente não trouxe recursos novos 
para o sistema educacional brasileiro como um todo, pois apenas redistribuiu, em âmbito 
estadual, entre o governo estadual e os municipais, uma parte dos impostos que já eram 
vinculados à MDE antes da criação do Fundo” (DAVIES, 2006, p. 756). A Manutenção e 
Desenvolvimento do Ensino (MDE) refere-se às receitas vinculadas aos entes da federação.
Ano
1ª a 8ª 
séries 1ª a 4ª séries
5ª a 8ª séries e 
educação especial
2000 — 333,00 349,65
2001 — 363,00 381,15
2002 — 418,00 438,90
2003 — 462,00 485,10
2004 — 537,71 564,60
2005 — 620,56 escolas urbanas
632,97 escolas rurais
651,59 escolas urbanas
664,59 escolas rurais
2006 — 682,60 escolas urbanas
696,25 escolas rurais
716,73 escolas urbanas
730,38 escolas rurais
 Quadro 2. Distribuição de valores por matrícula do Fundef 
(Continuação)
245Financiamento da educação escolar
Organizacao e Legislacao da Educacao_BOOK.indb 245 12/12/2018 08:54:33
Outro aspecto é a forma de planejamento do Fundef, visando à distri-
buição de recursos entre todas as escolas de ensino fundamental do sistema 
educacional brasileiro para a melhoria da qualidade, que favoreceu alguns 
municípios maiores em detrimento de outros menos populosos, com menor 
número de alunos matriculados. Bremaeker (2007, p. 100) afirma que “[...] 
a lógica do Fundef contraria a lógica do FPM, visto que os municípios de 
pequeno porte demográfico estão recebendo menos recursos pelo fato de 
possuírem [...] poucos alunos, mesmo que sejam responsáveis por 100% dos 
alunos matriculados no seu município”. 
Segundo Mendes, Miranda e Cosio (2008), o FPM se trata de uma trans-
ferência redistributiva, paga pela União a todos os municípios do País, con-
siderando alguns aspectos como:
  o número de habitantes;
  a renda per capita dos habitantes dos municípios;
  uma complementação de recursos conhecida como fundo de reserva 
para os municípios menos populosos.
Os fundos responsáveis pelo financiamento da educação nos estados e municípios brasi-
leiros são administrados pelas respectivas secretarias de educação estaduais e municipais. 
Dentro da escola, os gestores também têm acesso a programas públicos geridos pelo FNDE 
e que trazem recursos para que o gestor escolar possa administrar sua escola. É o caso 
do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), por exemplo, acessível a todas as escolas 
públicas e sem fins lucrativos ou ainda escolas privadas de educação especial que possuam 
mais de 50 alunos matriculados, com o objetivo de buscar melhorias da infraestrutura física 
e pedagógica das escolas. As escolas recebem nesse programa um valor fixo (diferente 
para escolas rurais e urbanas) e um valor monetário por aluno matriculado.
Fundef versus Fundeb 
Visando corrigir os problemas identifi cados no Fundef e propor uma ampliação 
dos recursos para a área da educação, a partir do ano de 2007, começou a ser 
executado o Fundeb, que:
Financiamento da educação escolar246
Organizacao e Legislacao da Educacao_BOOK.indb 246 12/12/2018 08:54:33
[...] é um fundo especial, de natureza contábil e de âmbito estadual (um fundo 
por estados e Distrito Federal, num total de 27 fundos), formado, na quase 
totalidade, por recursos provenientes dos impostos e transferências dos estados, 
Distrito Federal e municípios, vinculados à educação por força do disposto 
no art. 212 da Constituição Federal (BRASIL, 2017b, documento on-line).
O art. 212 da Constituição Federal cita os percentuais mínimos a serem apli-
cados pelos entes da federação na área da educação, conforme (BRASIL, 1988):
  municípios — 25%
  estados e Distrito Federal — 25%;
  União — 18%.
Também está previsto no Fundeb que a União exerça a sua função supletiva 
e complementar sempre que os recursos não sejam suficientes a partir das 
receitas de impostos dos estados e municípios. Assim, o financiamento da 
educação escolar também é parte importante da engrenagem, que constitui o 
regime de colaboração proposto pela Constituição Federal de 1988, art. 211, 
pelo qual são organizados os sistemas de ensino brasileiros. 
Os recursos disponibilizados pelo Fundeb são destinados para a remune-
ração do magistério (60%) e os 40% restantes são destinados para a cobertura 
das demais despesas de “manutenção e desenvolvimento do ensino”, conforme 
o art. 70 da LDB de 1996, que cita:
Art. 70 [...]
I — remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e demais profissio-
nais da educação; 
II — aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e 
equipamentos necessários ao ensino; 
III — uso e manutenção de bens e serviços vinculados ao ensino; 
IV — levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas visando precipuamente 
ao aprimoramento da qualidade e à expansão do ensino; 
V — realização de atividades-meio necessárias ao funcionamento dos sis-
temas de ensino; 
VI — concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas públicas e privadas; 
VII — amortização e custeio de operações de crédito destinadas a atender ao 
disposto nos incisos deste artigo; 
VIII — aquisição de material didático-escolar e manutenção de programas 
de transporte escolar (BRASIL, 1996, documento on-line).
247Financiamento da educação escolar
Organizacao e Legislacao da Educacao_BOOK.indb 247 12/12/2018 08:54:33
Gomes (2009) destaca que, entre os benefícios assegurados a partir do 
Fundeb, está a substituição da métrica do valor anual mínimo por aluno ma-
triculado utilizada no Fundef pela lógica do custo aluno-qualidade, ou seja, 
o real valor necessário para que a educação básica se desenvolvesse com 
qualidade nas escolas públicas brasileiras passa a ser a questão motivadora. 
Na Lei nº. 11.494, de 20 de junho de 2007, que regulamentou o Fundeb, está 
assegurada a participação da comunidade educacional, por meio da Comissão 
Intergovernamental de Financiamento para a Educação Básica de Qualidade 
(art. 12) no processo de definição do padrão nacional de qualidade perseguido. 
Como o conceito de qualidade é complexo esubjetivo, deve ser construído 
socialmente, pois “[...] não é possível ter uma definição única do que seja um 
padrão de qualidade, mas, sem dúvida, é possível construir consensualmente 
um patamar mínimo sobre o qual deve se assentar o processo educacional de 
qualquer cidadão” (GOMES, 2009, p. 9).
O art. 3º da Lei nº. 11.494/2007 estabelece que, para compor o Fundeb, agora 
serão repassados 20% das receitas arrecadadas pelos estados e pelo Distrito 
Federal para a educação básica relativas aos seguintes impostos:
Art. 3º [...]
I — imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens 
ou direitos [...]
II — imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre 
prestações de serviços de transportes interestadual e intermunicipal e de 
comunicação [...]
III — imposto sobre a propriedade de veículos;
IV — parcela do produto da arrecadação do imposto que a União eventual-
mente instituir [...]
V — parcela do produto da arrecadação do imposto sobre a propriedade 
territorial rural [...]
VI — parcela do produto da arrecadação do imposto sobre renda e proventos 
de qualquer natureza e do imposto sobre produtos industrializados [...]
VII — parcela do produto da arrecadação do imposto sobre renda e proventos 
de qualquer natureza e do imposto sobre produtos industrializados [...]
VIII — parcela do produto da arrecadação do imposto sobre produtos in-
dustrializados [...]
IX — receitas da dívida ativa tributária relativa aos impostos previstos neste 
artigo, bem como juros e multas eventualmente incidentes (BRASIL, 2007, 
documento on-line).
Financiamento da educação escolar248
Organizacao e Legislacao da Educacao_BOOK.indb 248 12/12/2018 08:54:34
Podemos perceber que, em busca da qualidade no ensino, é ampliado o 
repasse do percentual das arrecadações das receitas estaduais de 15% para 20%, 
bem como é aumentado o rol de impostos destinados para compor o Fundeb. 
Uma reflexão importante sobre o financiamento da educação escolar é que 
todos os recursos que mantêm sistemas de ensino e escolas são provenientes 
de impostos. Isso significa que a extinção de impostos a qualquer custo, uma 
constante nos debates públicos, pode resultar em menor arrecadação por parte 
da União, dos estados e municípios e, por conseguinte, menos investimentos 
em educação.
Para saber mais sobre o Fundeb, leia na íntegra a Lei nº. 11.494/2007, por meio do link: 
https://goo.gl/VctfwW 
Comparação dos fundos 
Ambos os fundos (Fundef e Fundeb) foram iniciativas do Ministério da Educa-
ção buscando ampliar o atendimento no ensino fundamental, em um primeiro 
momento, e posteriormente em toda a educação básica, acompanhando a própria 
evolução do direito à educação a todos, afi rmado a partir da Constituição 
Federal de 1988. Cada um dos fundos teve suas características particulares e 
atingiu objetivos específi cos. O Quadro 3 apresenta as principais diferenças 
entre os dois fundos.
249Financiamento da educação escolar
Organizacao e Legislacao da Educacao_BOOK.indb 249 12/12/2018 08:54:34
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Financiamento da educação escolar250
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Financiamento da educação escolar252
Organizacao e Legislacao da Educacao_BOOK.indb 252 12/12/2018 08:54:34
Como podemos perceber, as principais diferenças em relação aos dois 
fundos dizem respeito à destinaçãodos recursos arrecadados pelos impostos 
estaduais e municipais, que, com o Fundeb, passam a ser investidos em toda a 
educação básica, não ficando restritos ao ensino fundamental somente. Houve 
também um aumento no percentual e no número de impostos que compõem 
o fundo, com o Fundeb.
Além disso, podemos dizer que, com o Fundeb, busca-se um aumento 
no aporte de recursos, entendendo que uma educação pública de qualidade 
deve ser perseguida a partir do investimento na valorização dos professores 
e nas estruturas que compõem as escolas, o que faz o cálculo dos valores por 
aluno matriculado, a partir da ideia de qualidade, ser melhorado no Fundeb, 
em comparação com o Fundef. Ainda assim, fica evidente que muito precisa 
ser melhorado no financiamento educacional caso queiramos melhorar nossos 
índices da educação básica e a qualidade da aprendizagem dos alunos. 
Poderíamos começar listando o pagamento do piso nacional do magistério 
a todos os professores das escolas públicas do sistema educacional brasileiro, 
por exemplo, como um indicador que afeta diretamente a qualidade do que é 
desenvolvido em sala de aula. Se os recursos estão previstos no Fundeb, pagos 
por meio das receitas de impostos de estados e municípios, complementados 
pela União, por que não é cumprido esse piso nacional? É um forte indício 
que ou existe falta de recursos de financiamento ou existe má administração 
dos recursos do Fundeb. Bassi (2018, p. 3) alerta que o Fundeb está chegando 
próximo de seu término de funcionamento e se preocupa ao comentar que:
[...] o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de 
Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) requer atenção espe-
cial. Na verdade, como principal fonte de recursos do nível de ensino, não 
pode transbordar ao futuro inconsistências do presente, ante o risco, dentre 
outros, de obliterar a ascensão qualitativa — já questionável — da educação 
pública no Brasil.
As discussões atuais dizem respeito às propostas de tornar perene o Fundeb 
como política de financiamento da educação básica. Porém, a ideia, algumas 
vezes, coloca em confronto a questão da qualidade educacional, que se pretende 
adquirir e que exigiria uma ampliação significativa de recursos.
253Financiamento da educação escolar
Organizacao e Legislacao da Educacao_BOOK.indb 253 12/12/2018 08:54:34
Financiamento da educação escolar254
Organizacao e Legislacao da Educacao_BOOK.indb 254 12/12/2018 08:54:34
BASSI, C. M. Potencial redistributivo dos fatores de ponderação: o Fundeb diante da 
demanda dos municípios. Brasília: Ipea, 2018. Disponível em: <http://repositorio.ipea. 
gov.br/bitstream/11058/8589/1/NT_50_Disoc_Potencial.pdf>. Acesso em: 25 nov. 2018.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Promulgada em 5 de 
outubro de 1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituição.htm>. Acesso em: 25 nov. 2018.
BRASIL. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Quem somos. FNDE, 
2017a. Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/financiamento/fundeb>. Acesso em: 
25 nov. 2018.
BRASIL. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Sobre o Fundeb. FNDE, 
2017b. Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/financiamento/fundeb>. Acesso 
em: 25 nov. 2018.
BRASIL. Lei nº. 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 23 
dez. 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm>. 
Acesso em: 25 nov. 2018.
BRASIL. Lei nº. 11.494, de 20 de junho de 2007. Diário Oficial [da] República 
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 22 jun. 2007. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/cci-vil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11494.htm>. Acesso em: 
26 nov. 2018.
BRASIL. Manual de Orientação. FUNDEF, 2004. Disponível em: <http://portal.mec.gov. 
br/seb/arquivos/pdf/Fundebef/manual2%5B1%5D.pdf>. Acesso em: 25 nov. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parecer CEP 26/97. Diário Oficial [da] 
República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 18 dez. 1997. Disponível em: <http://
portal. mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/PNCP2697.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2018.
BREMAEKER, F.E.J. A influência do FUNDEF nas finanças municipais em 2005. Rio de 
Janeiro: Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), 2007 (Série Estudos 
Especiais, n. 192). Disponível em: <http://www.oim.tmunicipal.org.br/
abre_documento. cfm?arquivo=_repositorio/_oim/_documentos/FF13005C-D32C-
F8FA-778B0179EA-A8F32A24032015015439.pdf&i=2786>. Acesso em: 25 nov. 2018.
DAVIES, N. FUNDEB: a redenção da educação básica. Educação e Sociedade, 
Campinas, v. 27, n. 96 - Especial, p. 753-774, out. 2006. 
FERNANDES, F. C. O Fundeb como política pública de financiamento da 
educação. Re-tratos da Escola, v. 3, n. 4, p. 23-38, jan./jun. 2009.
255Financiamento da educação escolar
Organizacao e Legislacao da Educacao_BOOK.indb 255 12/12/2018 08:54:34
GOMES, A. V. A. Custo aluno qualidade. Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados. 
Estudos, 2009. Disponível em: <http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/
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MENDES, M.; MIRANDA, R. B.; COSIO, F. B. Transferências intergovernamentais no 
Brasil: diagnóstico e proposta de reforma. Brasília: Senado, 2008 (Textos para 
discussão, 40). Disponível em: <https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/
handle/id/94747/Tex-tos%20para%20discuss%C3%A3o%2040.pdf?sequence=7>. 
Acesso em: 25 nov. 2018.
OLIVEIRA, J. F.; MORAES. K. N.; DOURADO, L. F. O financiamento da educação básica: 
limites e possibilidades. Escola de Gestores, MEC/Políticas e Gestão na Educação, UFG, 
2005. Disponível em: <http://escoladegestores.mec.gov.br/site/4-
sala_politica_ges-tao_escolar/pdf/fin_edu_basica.pdf>. Acesso em: 25 nov. 2018.
DICA DO PROFESSOR
Para que o sistema educacional brasileiro possa funcionar de forma equitativa e organizada, 
estendendo a todas as escolas públicas da educação básica condições de funcionamento e busca 
de melhoria da qualidade da aprendizagem, são necessários recursos, que compõem a política de 
financiamento do Ministério da Educação. Dentro dessa política, há o Fundeb e o Salário 
Educação.
Nesta Dica do Professor, você poderá acompanhar algumas características deste último.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
EXERCÍCIOS
1) Analise as afirmativas a respeito do financiamento da educação escolar e da 
Constituição Federal de 1988 e assinale a alternativa correta.
A) A Constituição Federal de 1988 afirma a educação como um direito público subjetivo e 
propõe um regime de colaboração entre os entes federativos em relação à organização e ao 
financiamento.
B) A Constituição Federal de 1988, embora trate da educação como um direito social 
extensivo a todos os brasileiros, não faz apontamentos sobre aspectos de financiamento.
C) A Constituição Federal de 1988 estipula que a União, os estados e os minicípios deverão 
aplicar, respectivamente, 25%, 18% e 18% de suas receitas, com impostos, na área da 
educação.
D) A Constituição Federal de 1988 reitera o compromisso com o financiamento do período de 
estudos posterior ao obrigatório.
E) A Constituição Federal de 1988 repassa os encargos de financiamento aos estados e ao 
Distrito Federal, para que façam a gestão e financiem as escolas de seus territórios de 
forma independente.
2) Analise as afirmativas a respeito do financiamento da educação escolar e da LDB de 
1996 e assinale a alternativa correta.
A) A LDB de 1996 inova em seu texto ao propor um regime de colaboração entre os entes da 
federação (União, estados, Distrito Federal e municípios) para financiar a educação 
escolar.
B) A LDB de 1996 reforça as ideias do regime de colaboração presentes na CF de 1988 
referentes ao repasse das receitas de impostos dos entes da federação para a educação, bem 
como a contribuição social do Salário Educação.
C)A LDB de 1996 não aborda o financiamento da educação escolar, somente faz menção ao 
piso salarial nacional e à organização dos sistemas de ensino.
D) A LDB de 1996 impõe, aos entes da federação, que redistribuam 50% de suas receitas de 
impostos para a área educacional, visando à construção de novas escolas.
E) A LDB de 1996 organiza o sistema educacional brasileiro, normatizando seus níveis e 
modalidades educacionais e deixando a cargo da Constituição Federal a proposição para a 
área financeira.
3) Analise as afirmativas a respeito das características do Fundef e assinale a alternativa 
correta.
A) O Fundef se caracteriza pelo cálculo dos valores a serem distribuídos às escolas de acordo 
com o número de professores.
B) O Fundef distribuiu as receitas relativas aos impostos de estados e municípios a partir do 
número de alunos, atribuindo o mesmo valor para alunos de 1.a a 8.a séries.
C) O Fundef se encarregou de distribuir recursos para as escolas públicas de Educação 
Infantil e de Educação Especial.
D) O Fundef teve como foco principal o Ensino Fundamental, visando à melhoria de 
qualidade nessa etapa da educação.
E) O Fundef foi um fundo de natureza contábil que se destinava ao financiamento do Ensino 
Superior vigente.
4) “[...] a educação não pode ser pensada em pedaços, como se uma parte (a graduação 
ou a pós-graduação, por exemplo) pudesse funcionar bem sem as outras (a educação 
básica, por exemplo)” (DAVIES, 2006, p. 755).
A partir dessa citação, é possível entender que:
A) o autor expressa um elogio ao Fundef, que soube dimensionar os recursos para todas as 
etapas da educação.
B) o autor faz uma crítica ao Fundef, que procurou focalizar somente o Ensino Fundamental.
C) o autor reforça a ideia de que as políticas de financiamento deveriam valer para todos os 
níveis educacionais, como o Fundeb procura fazer.
D) o autor salienta que o Brasil precisa deixar de investir seus recursos somente no Ensino 
Superior.
E) o autor acredita que, envolvendo todas as etapas da educação nos pensamentos 
acadêmicos, a qualidade de ensino melhoraria de forma imediata.
5) Analise as afirmativas a respeito das diferenças entre o Fundef e o Fundeb e assinale 
a alternativa correta.
A) A principal diferença entre os fundos é o fato de que o Fundeb também considera as 
escolas privadas para receber o repasse dos recursos de financiamento.
B) Não existem diferenças consistentes entre os dois fundos, uma vez que a fórmula de 
cálculo dos valores repassados para as escolas não se alteram.
C) As diferenças entre os fundos são de natureza operacional, uma vez que atuam em 
conjunto – um nas questões salariais dos professores e, o outro, na manutenção das 
escolas.
D) A principal diferença entre os dois fundos é a forma como fazem a utilização dos recursos 
que financiam a educação escolar.
E) As diferenças principais entre os fundos dizem respeito ao financiamento, ao percentual da 
receita de impostos a serem vinculados para a educação básica e à quantidade de impostos 
vinculados.
NA PRÁTICA
O Fundeb é um importante instrumento da política de financiamento da educação básica 
nacional, que, além de distribuir à educação os recursos vinculados aos impostos estaduais e 
municipais, também exerce função equalizadora ao distribuí-los para as escolas de acordo com 
as diferenças entre etapas, modalidades e tipos de estabelecimento de ensino da educação básica.
Na Prática, aproveite para conhecer Rodrigo, pedagogo e administrador, que assumiu a 
Secretaria de Educação de sua cidade e se viu em um grande desafio quando precisou convencer 
os diretores das escolas de que existem particularidades no repasse de recursos feitos pelo 
Município para as escolas públicas.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Financiamento da educação pública no Brasil
Assista a este vídeo do professor José Marcelino de Rezende Pinto, em que é abordado o tema 
das relações público-privadas no financiamento da educação pública no Brasil.
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Efeitos do Fundef/b sobre frequência escolar, fluxo escolar e trabalho infantil: uma análise 
com base nos censos de 2000 e 2010
Para que você possa ver outras análises a respeito do financiamento da educação escolar através 
do Fundef e do Fundeb, leia o artigo sugerido.
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Investimento em educação e a sua relação com o índice de desenvolvimento da educação 
básica – IDEB: um estudo de São Leopoldo - RS
Este estudo aborda, de forma prática, o financiamento da educação e sua repercussão para a 
formação de indicadores de qualidade da educação básica.
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