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Introdução ao estudo das políticas públicas em educação

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Introdução ao estudo das políticas 
públicas em educação
APRESENTAÇÃO
Estudando as políticas públicas e a educação, é possível perceber, historicamente, que a 
sociedade contemporânea brasileira, com relação às políticas públicas educacionais, encontra 
cada vez mais canais de comunicação de suas preocupações e de participações nas elaborações, 
implementações e avaliações das políticas públicas educacionais. As políticas públicas em 
educação afetam nossas vidas escolares e a dos profissionais que trabalham no vasto campo da 
educação. Entendê-las nos seus campos de estudo, defini-las nos seus conceitos principais e 
saber sobre os seus desdobramentos históricos é essencial para as transformações necessárias 
nas práticas educativas que dependem de lúcidas e eficazes políticas públicas educacionais.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai compreender alguns aspectos do campo das políticas 
públicas (no Brasil e em outras partes do mundo) e vai ver alguns conceitos importantes sobre 
políticas públicas na educação. Você também vai entender os reais papéis que devem assumir o 
Estado brasileiro no planejamento, na implementação e na avaliação das políticas públicas que 
afetam a vida de alunos e professores em todo o país e, finalmente, vai conhecer dados 
significativos de 470 anos de políticas públicas educacionais brasileiras, desde a chegada dos 
portugueses. Os desafios nesse caminho são gigantes e esses saberes ajudarão na sua formação 
de futuro educador, gestor ou profissional atuante em outra função possível no campo da 
educação brasileira.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir o campo de estudo das políticas públicas educacionais (internacional e nacional).•
Identificar os conceitos principais no estudo das políticas públicas na área da educação.•
Analisar as políticas públicas educacionais configuradas no Estado brasileiro em seu 
desdobramento histórico-social.
•
DESAFIO
As políticas públicas educacionais são diretrizes criadas para solucionar problemas públicos. É 
necessário que os dirigentes/governantes considerem os problemas educacionais e respeitem os 
direitos públicos daqueles a quem se destinam as políticas públicas educacionais nas etapas de 
elaboração e implementação de políticas públicas.
Você pode indagar: como são implementadas as políticas públicas educacionais? A resposta é: 
sempre que as decisões políticas são traduzidas em ações. Isso exige consistente análise do 
contexto relacionado para cada implementação e é necessário levar em conta quatro fatores, 
conforme Tavares (2017):
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Você foi convidad para fazer parte de um conselho gestor da escola em que trabalha como 
diretor. Levando em consideração que os quatro fatores acima são contemplados, que existem 
recursos financeiros suficientes e que os gestores das políticas públicas educacionais têm mente 
aberta e vontade de elaborar e implementar novas políticas públicas educacionais para realizar 
mudanças substanciais nas escolas do seu município, escreva quais propostas você apresentaria, 
levando em conta o respeito aos contextos sociais, étnicos e culturais diferenciados 
representados na sua escola e na sua cidade. O que propor para estimular o respeito às diferenças 
sociais, étnicas e culturais e a tolerância às diferenças em uma escola da sua realidade?
INFOGRÁFICO
A história das políticas públicas educacionais é repleta de lacunas, mas os períodos pós-
redemocratização, movimentados pela Constituição Cidadã de 1988, avançaram em muitos 
pontos.
No Infográfico abaixo, você verá uma breve linha do tempo com fatos significativos 
relacionados às políticas públicas brasileiras, da chegada dos portugueses ao Brasil até os dias 
atuais.
CONTEÚDO DO LIVRO
Acompanhar o desenvolvimento das políticas públicas é papel tanto dos representantes 
governamentais como de toda a população. É importante manter postura mais participante e 
interessada, acompanhando as ações governamentais, tanto na elaboração como em sua 
efetivação. É papel da escola, dos educadores e dos pais participar como agentes fiscalizadores 
da implementação das políticas públicas educacionais na sua comunidade.
Na obra Políticas públicas e educação, leia o capítulo Introdução ao estudo das políticas 
públicas em educação. Nele você vai compreender alguns aspectos do campo das políticas 
públicas (no Brasil e em outras partes do mundo), estudar alguns conceitos importantes sobre 
políticas públicas na educação e entender os reais papéis que deve assumir o Estado brasileiro 
no planejamento, na implementação e na avaliação das políticas públicas que afetam a vida de 
alunos e professores em todo o país.
Boa leitura.
POLÍTICAS 
PÚBLICAS E 
EDUCAÇÃO
Maria da Glória Feitosa 
Freitas
Introdução ao estudo 
das políticas públicas 
em educação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Definir o campo de estudo das políticas públicas e educacionais
(internacional e nacional).
 Identificar os conceitos principais no estudo das políticas públicas
na área da educação.
 Analisar as políticas públicas educacionais configuradas no Estado
brasileiro em seu desdobramento histórico-social.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar alguns aspectos do campo das políticas 
públicas (do Brasil e de outras partes do mundo). Também vai conhecer 
conceitos importantes relacionados às políticas públicas na educação. A 
ideia é que você entenda os papéis que o Estado brasileiro deve assumir 
no planejamento, na implementação e na avaliação das políticas públicas 
que afetam a vida de alunos e professores em todo o País. Além disso, 
você vai conhecer dados significativos de 470 anos de políticas públicas 
educacionais brasileiras, desde a chegada dos portugueses.
Como você vai ver, os desafios desse setor são muitos. Os conheci-
mentos que você vai adquirir neste capítulo o ajudarão na sua formação 
e na de futuros educadores, gestores e demais profissionais do campo 
da educação.
O campo das políticas públicas e educacionais
Qual você acha que deve ser o comportamento da sociedade contemporânea 
com relação às políticas públicas educacionais? É importante uma postura mais 
preocupada e participante? A sociedade deve se interessar em acompanhar as 
ações governamentais? Educadores e pais deveriam exigir melhorias na gestão 
pública? Ou você pensa que a única tarefa do cidadão é o voto, geralmente 
acompanhado da surpresa com resultados condenáveis e com o uso inadequado 
do dinheiro público destinado às políticas de educação?
Essas e outras perguntas mostram que as políticas públicas em educação 
afetam a vida escolar dos sujeitos e a realidade dos profissionais que trabalham 
nesse setor. Isso deveria condicionar atenção maior, vigilância mais profunda 
e envio de proposições para novas políticas públicas. Além disso, deveria 
incentivar o acompanhamento das formulações, execuções/implementações 
e avaliações das políticas públicas da educação brasileira.
A expressão “políticas públicas” é extremamente difícil de se conceituar. 
Na busca de definições, a certeza é que as políticas sociais precisam ser vistas 
em suas particularidades. Porém, é possível afirmar que elas são aquele “[...] 
conjunto de expectativas dirigidas ao poder público a partir de conceitos, sen-
tidos, ideologias e entendimentos distintos, mas nem sempre não explicitados 
[...]” (CHRISPINO; DUSI, 2008, p. 9).
Na tentativa de conceituar o campo das políticas públicas educacionais, é 
interessante você lembrar-se da influência do Estado sobre a vida escolar dos 
sujeitos. Tal influência move gerenciamentos essenciais aos que trabalham 
com educação, nos mais diferentes âmbitos. Assim, é possível aceitar que o 
assunto implica pensar, sob a perspectiva da educação, nos “[...] programas de 
ação governamental visando a coordenar os meiosà disposição do Estado e 
as atividades privadas, para a realização de objetivos socialmente relevantes 
e politicamente determinados [...]” (BUCCI, 2002, p. 241).
Portanto, é fundamental que as escolas e seus atores estejam muito atentos 
para que tais objetivos originem uma realidade escolar enriquecedora, justa 
com a maioria da população empobrecida brasileira. Nesse sentido, é preciso 
pensar em termos da diversidade cultural, étnica, regional e social. Também 
é necessário considerar que os objetivos levem a ações reais e esperadas. 
A ideia é que a escola seja suficientemente potente para alcançar a meta de 
formação consistente dos alunos pelo vasto território nacional. As políticas 
públicas educacionais precisam ser focadas na realidade brasileira e devem 
ser definidas de acordo com os grupos sociais a que se destinam, bem como 
Introdução ao estudo das políticas públicas em educação2
ao tipo de relação que têm com as demais políticas públicas. Esse tipo de 
política está condicionado
[...] à política econômica básica, podendo ser congruente, se reflete as priorida-
des de ação de um determinado governo, complementar, se fornece elementos 
reforçadores dos objetivos e metas de determinado governo, e compensatório 
ou reparador, se atua sobre os danos ou consequências nefastas das políticas 
básicas com o objetivo de atenuá-los, sem, portanto, apresentar um alto grau 
de efetividade social (ROCHA; CAVALCANTI, 2016, p. 29).
Saviani (2008) sinaliza que a política educacional trata das decisões que o 
poder público, o Estado brasileiro, costuma tomar em relação à educação. Ela 
diz respeito às perspectivas e aos limites da política educacional brasileira. O 
autor assegura o seguinte:
No que se refere aos limites da política educacional brasileira, haveria muitos 
aspectos a considerar. Penso, porém, que as várias limitações são, em última 
instância, tributárias de duas características estruturais que atravessam a ação 
do Estado brasileiro no campo da educação desde as origens até os dias atuais. 
Refiro-me à histórica resistência que as elites dirigentes opõem à manutenção 
da educação pública; e à descontinuidade, também histórica, das medidas 
educacionais acionadas pelo Estado. A primeira limitação materializa-se na 
tradicional escassez dos recursos financeiros destinados à educação; a segunda 
corporifica-se na sequência interminável de reformas, cada qual recomeçando 
da estaca zero e prometendo a solução definitiva dos problemas que se vão 
perpetuando indefinidamente (SAVIANI, 2008, p. 1).
Assim, na formulação de políticas públicas educacionais, é muito importante 
ouvir o maior número possível de sujeitos diretamente relacionados com as 
políticas que serão oferecidas. Ao pensar no campo de estudo das políticas 
públicas e educacionais, é salutar considerar e respeitar “[...] as diferenciações 
de sociedades, de contextos sociais e de distintos elementos econômicos, polí-
ticos, culturais, tradições políticas e associativas [...]” (NOMA, 2011, p. 108).
E como seria a realidade americana? Popkewitz (2008) declara que, no 
cenário educacional dos Estados Unidos, a reforma combina padrões da ad-
ministração social com padrões de liberdade:
Tais padrões são ordenados sobre a base de discursos de ciência e de políticas 
públicas que interiorizam a racionalização populacional e as noções liberais 
de responsabilidade individual e autonomia. O lugar da luta na administra-
ção social continua sendo a alma. Atualmente, nos Estados Unidos, fala-se 
3Introdução ao estudo das políticas públicas em educação
de liberdade por meio de formas retóricas particulares que falam de “voz”, 
emancipação, capacitação e “conhecimento do professor” e participação 
da comunidade. Todavia, a liberdade implica um amálgama diferente de 
instituições, ideais e tecnologias em relação às do passado no que se refere 
aos padrões de administração e de liberdade (POPKEWITZ, 2008, p. 155).
Parente (2018) apresenta a questão das políticas públicas educacionais e 
destaca o modo como elas se apresentam hoje e suas consequências nas escolas 
e nas vidas dos professores. Ele argumenta que a reforma educacional, que 
ocorre por meio de políticas de ordem estrutural, se legitima com base em 
medidas relacionadas a três elementos inter-relacionados e interdependentes: 
o mercado, a capacidade de gestão e a performatividade. Essas tecnologias 
políticas são muito atrativas e ganham destaque no contexto de reformulação 
educacional. Nesse sentido, elas substituem o profissionalismo e a burocracia.
A realidade nacional e internacional pode demonstrar que os educadores e 
o contexto sociocultural dos alunos precisam ser respeitados. Parente (2018) 
analisa o cenário na Espanha e na América Latina. Na Espanha, a causa do 
fracasso da reforma da educação foi o fato de não se levar em consideração 
o conjunto de tradições e regularidades historicamente construídas. Já nos 
países da América Latina, o cenário parece mais favorável do que nas décadas 
anteriores. Entretanto, os objetivos e as diretrizes consideradas nas reformas 
educacionais latino-americanas ainda estão longe de serem alcançados. Isso 
ocorre principalmente porque as reformas não dependem apenas de aspectos 
relacionados à educação. Estão em jogo problemas que têm mais a ver com 
as condições gerais em que se dão tais processos. 
Ainda de acordo com Parente (2018), os autores que discutem esse assunto 
concordam ao estabelecer uma relação entre a reforma da educação brasileira, 
por meio do desencadeamento de políticas públicas educacionais implementa-
das após a década de 1990, e a precarização das condições de trabalho docente 
ao longo desse mesmo período nas escolas públicas brasileiras. Assim, nas 
reformas educacionais, há tendência à regulação por meio de medidas como 
a centralidade da administração escolar, a vinculação aos financiamentos por 
quantidade de alunos, a criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento 
do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) e a ampliação 
de exames nacionais de avaliação.
Como você viu, as políticas públicas em educação afetam profundamente 
os cenários educacionais e a vida de seus atores, sejam os educandos e suas 
famílias ou os educadores e demais profissionais que atuam na educação. 
O entendimento do campo de estudo das políticas públicas na educação é 
importante para se lidar com as realidades, que são passíveis de mudança. A 
Introdução ao estudo das políticas públicas em educação4
ideia é superar atrasos históricos que impedem transformações maiores no 
cotidiano das escolas e na atuação dos profissionais da educação.
Os principais conceitos das políticas públicas 
educacionais
Os principais conceitos para o estudo das políticas públicas educacionais 
envolvem o enfrentamento de uma palavra desgastada no cotidiano. Essa 
palavra afasta alguns ao ser enunciada, mas também aproxima outros. No 
contexto aqui estudado, ela tem um signifi cado determinado: “A palavra po-
lítica, em seu sentido específi co, pode representar a administração do Estado 
pelas autoridades e especialistas governamentais, as ações da coletividade em 
relação a tal governo [...]” (PADILHA, 2005, p. 20, grifo nosso).
Padilha (2005, p. 20-21) também lembra que Paulo Freire insistia 
[...] na necessidade de não dissociarmos política de educação, para evitar, por 
exemplo, que nossas crianças, jovens e adultos possam ser vitimadas por um 
processo educativo que acentue o preconceito, a violência, a intolerância, a 
ingenuidade, o individualismo, a não participação nos processos decisórios 
e até mesmo a desinformação e, enfim, aceitem uma sociedade desigual. Por 
isso, ele propõe uma educação política.
Considerando as preocupações freirianas, você já pode identificar termos 
relacionados com a luta de classes, as contradições econômicas e sociais e as 
desigualdades de oportunidades educacionais entre os menos e mais favorecidos 
dos brasileiros. Há ainda as formas contraditórias como que pobrese ricos 
ocupam lugares nas relações sociais de produção. Freire defende que a política 
pode libertar os menos favorecidos, e é necessário admitir que, quando se está 
inserido em uma realidade que faz a todos seres políticos, esse entedimento 
é salutar. Afinal, a educação é um ato político.
Ainda com relação ao termo “política”, você deve considerar que a confusão 
entre diferentes percepções sobre o que é política é característica de países 
de língua portuguesa. Nesse idioma, existe somente um substantivo que 
responde ao adjetivo “político”, ou seja, “política”. Isso acontece também no 
francês, no alemão e no sueco. Por outro lado, na língua inglesa existem três 
substantivos diferentes que separam a política em três dimensões. Essa divisão 
auxilia na compreensão dessa área tão complexa. É por isso que os termos em 
inglês passaram a ser utilizados por quem estuda política ou políticas públicas 
(GONÇALVES, 2017). Você pode ver os três termos a seguir.
5Introdução ao estudo das políticas públicas em educação
  Polity: é a dimensão institucional do sistema político.
  Politics: é a dimensão dos processos políticos.
  Policy (ou, no plural, policies): é a dimensão dos conteúdos da política. 
Aydos (2017) considera que as políticas públicas estão nesse âmbito.
Na tentativa de conceituar as políticas públicas, é interessante não afastar 
políticas educacionais de políticas sociais. Freitag (1987, p. 9) lembra que “[...] 
a política educacional não é senão um caso particular das políticas sociais [...]”. 
Assim, é preciso compreender que, na área da educação brasileira,
[...] as políticas públicas em educação e o movimento contemporâneo de in-
clusão escolar no Brasil pressupõem que a educação é um direito de todos os 
indivíduos, com ou sem deficiência, contribuindo para a possibilidade de escolas 
democráticas e uma sociedade justa e humana [...] (TEIXEIRA, 2017, p. 73).
Não se pode pensar nas políticas públicas educacionais como um campo 
alheio ao estudo da política. A vida, em todas as suas dimensões, é um ato 
político. Até mesmo sem querer, os sujeitos são seres políticos, mesmo que afir-
mando a despolitização. Os cidadãos elegem políticos guiados pela perspectiva 
de que suas futuras atitudes, enquanto eleitos, sejam planejar e implementar 
boas ações públicas em diversos setores, incluindo a educação. Os sujeitos 
delegam um lugar na condução das cidades e do país para terem melhores dias. 
Assim, “A formulação de políticas públicas constitui-se no estágio em que os 
governos democráticos traduzem seus propósitos e plataformas eleitoreiras 
em programas e ações que produzirão resultados ou mudanças no mundo 
real” (SOUZA, 2006, p. 26).
O que ganharia um grande e diversificado país como o Brasil ao planejar, 
implementar, avaliar e tornar cada vez mais eficientes as suas políticas públicas 
educacionais? De acordo com Santomé (2013, p. 107):
Os benefícios de ter cidadãos com um bom nível educativo, além dos efeitos 
positivos para cada pessoa considerada individualmente, geram vantagens para 
toda a coletividade; benefícios sociais como uma melhor integração social, 
comportamentos cívicos mais responsáveis e solidários, um clima social de 
maior satisfação e bem-estar, um ambiente social e cultural muito mais atrativo 
e estimulante, etc. (GIMENO, 2005). Além disso, bons cidadãos também pro-
movem o progresso científico e social de toda a comunidade, dado que todos 
os campos do conhecimento se beneficiarão com cidadãos cultos que se sentem 
capacitados e estimulados para desfrutar de novos saberes e especializações, 
bem como se aprofundar neles; promove-se uma abertura mental que incita 
cada pessoa a seguir aprendendo ao longo de toda sua vida. Obviamente, isto 
Introdução ao estudo das políticas públicas em educação6
também é motor de benefícios econômicos; mas é um erro contemplar a educa-
ção exclusivamente sob ópticas mercantilistas, ou seja, como capital cultural.
Os conceitos principais no estudo das políticas públicas na área da educação 
colaboram na compreensão da natureza política da educação, no entendimento das 
tarefas que o Estado deve assumir, desprendendo daí as mobilizações necessárias 
e as lutas dos cidadãos e dos profissionais da educação. Não se pode esquecer 
que é dentro da dimensão dos conteúdos da política que são geridas as políticas 
públicas em geral. Assim, as políticas públicas educacionais podem ser repensadas, 
levando ao surgimento de outras, mais inovadoras. É preciso considerar as fases 
de elaborações, implementações e avaliações de políticas públicas educacionais 
para que o futuro sonhado pelos cidadãos fique mais próximo.
Para aprender mais sobre a relação entre o Estado e as políticas públicas, leia o artigo 
disponível no link a seguir.
https://goo.gl/Qy1Mhx
As políticas públicas educacionais brasileiras 
em seu desdobramento histórico-social
Tratando da história da educação brasileira, com foco na educação pública e 
nas políticas educacionais, Saviani (2008) aponta a gigantesca resistência para 
a oferta e a manutenção da educação pública no Brasil. Isso indica intensas e 
persistentes lutas para o povo brasileiro ter acesso à educação.
Tal realidade pode ser apreendida a partir da análise de algumas famílias 
brasileiras. Que tal fazer o exercício de perguntar aos mais velhos sobre quantas 
gerações anteriores de suas famílias passaram pela escola? Muitas? Poucas? É 
possível identificar o que impediu famílias menos favorecidas de terem acesso 
à escola nas gerações anteriores ou o que as levou a terem experiências educa-
cionais incipientes?
As respostas a essas perguntas envolvem as políticas públicas educacionais, que 
deveriam ter sido pensadas e transformadas em ações pelo governo para garantir 
e colocar em prática todos os direitos previstos na Constituição e em outras leis. 
Como você sabe, a Constituição Federal de 1988 é conhecida como Constituição 
7Introdução ao estudo das políticas públicas em educação
Cidadã. Refletir a respeito dela certamente levaria as pessoas a repensarem os 
seus votos. Os cidadãos devem sempre indagar se o plano de governo daqueles 
candidatos que escolhem para os representar no Legislativo e no Executivo sustenta 
políticas públicas educacionais realmente preocupadas com a realidade do ensino.
Saviani (2008) aponta que os regimentos de D. João III (uma reunião 
de regras estabelecidas para regulamentar o funcionamento educacional), 
datados de 1548, serviram para orientar ações iniciais do governador-geral do 
Brasil Tomé de Souza e dos padres e irmãos jesuítas, agrupados pelo célebre 
padre Manuel da Nóbrega. Os jesuítas iniciaram sua obra educativa focada 
na catequese e seguiram a risco os citados regimentos, já que estavam sendo 
orientados por um mandato do rei de Portugal. Da coroa portuguesa era espe-
rado que mantivesse o ensino. Saviani (2008, p. 1) conta que o rei português 
[...] enviava verbas para a manutenção e a vestimenta dos jesuítas; não para 
construções. Então, como relata o padre Manuel da Nóbrega em carta de 
agosto de 1552, eles aplicavam os recursos no colégio da Bahia “e nós no 
vestido remediamo-nos com o que ainda do reino trouxemos, porque a mim 
ainda me serve a roupa com que embarquei... e no comer vivemos por esmolas.
Saviani (2008) também afirma que a história registra que, mal chegaram 
os portugueses, os recursos já eram escassos. Diz-se que os religiosos não 
engordavam fácil no Brasil. Em 1564, o rei de Portugal adotou um plano 
chamado de “redízima” e determinou que os impostos arrecadados da colônia 
brasileira fossem destinados à manutenção dos colégios jesuíticos. “A partir 
daí, iniciou-se uma fase de relativa prosperidade, dadas as condições materiais 
que se tornaram bem mais favoráveis [...]” (SAVIANI, 2008, p. 2).
Eram os primórdios das políticas públicas educacionais brasileiras? É bem 
verdade que a educação era financiada com os recursos públicos nessa espécie 
de escola pública religiosa. Saviani (2008, p. 3) refleteque, se
[...] o ensino então ministrado pelos jesuítas podia ser considerado como 
público por ser mantido com recursos públicos e pelo seu caráter de ensino 
coletivo, ele não preenchia os demais critérios, já que as condições tanto ma-
teriais como pedagógicas, isto é, os prédios assim como sua infraestrutura, os 
agentes, as diretrizes pedagógicas, os componentes curriculares, as normas 
disciplinares e os mecanismos de avaliação, encontravam-se sob controle 
da ordem dos jesuítas, portanto sob domínio privado. O resultado foi que, 
quando se deu a expulsão dos jesuítas em 1759, a soma dos alunos de todas 
as instituições jesuíticas não atingia 0,1% da população brasileira, pois delas 
estavam excluídas as mulheres (50% da população), os escravos (40%), os 
negros livres, os pardos, filhos ilegítimos e crianças abandonadas.
Introdução ao estudo das políticas públicas em educação8
Os tempos de Marquês de Pombal, entre 1759 e 1827, trouxeram as primeiras 
tentativas de se criar uma novidade, a escola pública estatal. Saviani (2008, 
p. 3) comenta que:
Pelo Alvará de 28 de junho de 1759, determinou-se o fechamento dos colégios 
jesuítas, introduzindo-se as “aulas régias” a serem mantidas pela Coroa, para 
o que foi instituído, em 1772, o “subsídio literário”. As reformas pombalinas 
contrapõem-se ao predomínio das ideias religiosas e, com base nas ideias 
laicas inspiradas no Iluminismo, instituem o privilégio do Estado em matéria 
de instrução, surgindo, assim, a nossa versão da “educação pública estatal”. A 
partir dessa proposta, foi baixada a “Carta de Lei”, de 10 de novembro de 1772.
É interessante notar que nas classes de latim de tais aulas régias, respon-
sáveis pela oferta de ensino secundário, cabia ao Estado realizar o pagamento 
do salário do professor. O Estado também era responsável por estabelecer as 
diretrizes curriculares da matéria a ser ensinada. O professor, por sua vez, 
provia o local de ensino, geralmente sua própria casa, e a infraestrutura ne-
cessária. Ele também se encarregava dos materiais pedagógicos. Essa situação 
era agravada pela insuficiência de recursos. Afinal, a Colônia não possuía uma 
estrutura arrecadadora suficiente para obter “subsídio literário” necessário 
para o financiamento das aulas régias (SAVIANI, 2008).
Após a independência do Brasil e a instalação do Primeiro Império, 
governado por D. Pedro I, surgiu em 1827 a lei das escolas de primeiras 
letras. Então, difundiu-se a promessa de que nas cidades e vilas mais popu-
losas haveria escolas de primeiras letras. Não aconteceu. Foi uma daquelas 
leis brasileiras que não surtiram efeito. O que se seguiu foi a promulgação, 
em 1884, de um ato adicional à Constituição do Império que determinou 
que o ensino primário fosse destinado à jurisdição das províncias. Assim, 
lamentavelmente, o Estado ficou livre de obrigações com esse nível de 
ensino. Levando-se em conta “[...] que as províncias não estavam equipadas 
nem financeira e nem tecnicamente para promover a difusão do ensino, o 
resultado foi que atravessamos o século XIX sem que a educação pública 
fosse incrementada [...]” (SAVIANI, 2008, p. 3).
Fica sempre uma sensação, vasculhando a história, de que os direitos 
foram negligenciados. Até hoje, basta visitar escolas pelos bairros afastados 
das grandes cidades ou pequenas cidades no interior do País para perceber que 
ainda impera alguma negligência. Saviani (2008) comenta que foram 49 anos, 
de 1840 a 1888, com gastos com a educação beirando 1,80% do orçamento 
do governo imperial, destinando-se, para a instrução primária e secundária, 
a média de 0,47%. “O ano de menor investimento foi o de 1844, com 1,23% 
9Introdução ao estudo das políticas públicas em educação
para o conjunto da educação e 0,11% para a instrução primária; e o ano de 
maior investimento foi o de 1888, com 2,55% para a educação e 0,73% para a 
instrução primária e secundária [...]” (SAVIANI, 2008, p. 4).
Ao longo da Primeira República, a estagnação imperial foi mantida. O 
número de analfabetos foi conservado. Esse cenário não se difere daquele 
descrito na constituição do Regime Militar, de 1967 (e da emenda de 1969), 
em que se reafirmam exclusões, que são vinculadas à situação orçamentá-
ria. O orçamento da União para a educação foi reduzido de 9,6% em 1965 
para 4,31% em 1975. Foi uma queda brusca ao que já oferecia precariedade. 
Salto gigantesco em relação aos tempos republicanos foi a atual Constituição, 
promulgada em 1988. Ela fixa em 18% para a União e 25% para estados e 
municípios os percentuais mínimos de investimento relacionados às receitas 
resultantes de impostos (SAVIANI, 2008).
Para aprender mais sobre a política educacional brasileira, leia o artigo “Política Edu-
cacional Brasileira: limites e perspectivas”, disponível no link a seguir.
https://goo.gl/YsU3mL
Em um documento histórico, apresentado no seminário Políticas Públicas 
de Educação, realizado em 1991 no Instituto de Estudos Avançados da USP, 
Mello sintetizou as ideias do período de redemocratização brasileira. Era um 
momento em que a educação era vista como uma política pública. Acreditava-se 
que seria propício vê-la no conjunto das ordenações e intervenções do Estado 
e olhar com atenção especial para a educação básica, aprofundando o olhar 
para o ensino fundamental.
O documento trata da educação e da cidadania enquanto itens para uma 
agenda pós-ditadura militar. A educação era encarada como componente 
estruturante para o desenvolvimento. Nesse contexto, países como o Brasil, 
integrantes do chamado Terceiro Mundo, precisariam adequar suas estratégias 
de desenvolvimento às seguintes situações conjunturais:
[...] políticas de ajuste econômico de curto prazo que dificultam consensos em 
torno de objetivos de longo alcance, como são os da educação; instabilidade 
e fragilidade da experiência democrática, em função de longos períodos de 
Introdução ao estudo das políticas públicas em educação10
governos autoritários, que prejudicam a articulação entre as instituições 
políticas e os atores sociais; crescimento desigual, que faz conviver setores 
avançados tecnicamente com outros de mão de obra intensiva e ainda neces-
sários à integração de grandes contingentes marginalizados da produção e 
do consumo; grandes desigualdades na distribuição de renda, e ineficiência 
e desigualdade na oferta de serviços educacionais [...] (MELLO, 1991, p. 4).
Noma (2011) comenta que muitos países da América Latina, na década 
de 1980, enfrentavam intensas crises econômicas, retrações nas produções 
industriais e desaceleração econômica. Nesse período, os efeitos das ditadu-
ras latino-americanas começavam a cessar e as eleições diretas voltavam a 
acontecer em países como o Brasil. Veja:
O período de vigência do PPE, final do século XX, foi marcado por transfor-
mações intensas que decorreram da resposta do capitalismo mundial às crises 
de rentabilidade e de valorização que se tornaram mais evidentes a partir da 
década de 1970. A superação da crise mundial ocorreu com uma nova configu-
ração e uma nova dinâmica da produção e da acumulação do capital. Houve um 
processo de reorganização do capital e do correspondente sistema ideológico 
e político de dominação cujos contornos mais evidentes foram o advento do 
neoliberalismo e de suas políticas econômicas e sociais (NOMA, 2011, p. 109).
O século XXI começa na América Latina com o aparecimento de governos 
oriundos das lutas sociais em embate contra o neoliberalismo. Foram os anos de 
governos democrático-populares, progressistas, pós ou neoliberais. Apontaram, 
nesse momento, experiências distintas, mas semelhantes na preocupação com 
a ampliação de direitos e a melhora da qualidade de vida dos setores populares 
mais empobrecidos da América Latina. Tais políticas sociais e educacionais 
foram frutos de muitos investimentos nos anos 2000.
Esses investimentos, na América Latina, trouxeram ampliação do direito 
à educação, dívida histórica do Estado brasileiro. É desse momento (2008)a 
declaração final do Congresso Regional de Educação Superior, em Cartagena, 
reconhecendo que a educação superior é um bem público social, direito humano 
e universal e um dever do Estado. Alguns países ampliaram os anos de obri-
gatoriedade, criaram mais escolas e universidades públicas e incluíram setores 
populares historicamente excluídos. Um caso particular brasileiro são as cotas para 
afro-brasileiros e indígenas no ensino superior, via Exame Nacional do Ensino 
Médio (Enem), e os financiamentos, via Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
O PPE (Projeto Principal de Educação para a América Latina e o Caribe) 
foi proposto para acontecer entre os anos 1980 e 2000. Após longo período de 
estabilidade econômica mundial (do pós-Segunda Guerra Mundial, em 1945, até 
11Introdução ao estudo das políticas públicas em educação
a década de 1970), surge intensa crise política e econômica. Simultaneamente, 
o Brasil estava saindo daquilo que os governos militares chamavam de “fase 
de ouro do modelo desenvolvimentista brasileiro”, que durou de 1968 a 1973. 
Esse período foi marcado pela elevação na taxa de crescimento econômico sob 
a batuta do regime militar. Ao mesmo tempo em que o período foi considerado 
o auge do milagre econômico brasileiro, as contradições desse crescimento 
econômico tornaram-se mais evidentes.
Como você pôde notar, a história das políticas públicas educacionais brasileiras é repleta 
de vácuos, mas no período pós-redemocratização, movimentado pela Constituição 
Cidadã de 1988, houve avanços em muitos pontos. Trinta anos depois dos resultados 
da mobilização nacional por uma constituição com direitos sólidos, como você sabe, 
ainda há muito caminho a ser percorrido.
GONÇALVES, G. C et al. Elaboração e implementação de políticas públicas. Elaboração 
e implementação de políticas públicas. Porto Alegre: SAGAH, 2017.
BUCCI, M. P. D. Direito administrativo e políticas públicas. São Paulo: Saraiva, 2002. 
CHRISPINO, Á.; DUSI, M. L. H. M. Uma proposta de modelagem de política pública para 
a redução da violência escolar e promoção da cultura da paz. Ensaio: Avaliação e Políti-
cas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 16, n. 61, p. 597-624, dez. 2008. Disponível 
em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-40362008000400007&script=sci_
abstract&tlng=pt >. Acesso em: 08 nov. 2018. 
FREITAG, B. Política educacional e indústria cultural. São Paulo: Cortez, 1987.
MELLO, G. N. Políticas públicas de educação. Revista Estudos Avançados, São Paulo, v. 
5, n. 13, p. 7-41, 1991. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ea/v5n13/v5n13a02.
pdf>. Acesso em: 09 nov. 2018.
NOMA, A. K. História das políticas educacionais para a América Latina e o Caribe. In: 
AZEVEDO, M. L. N.; LARA, A. M. B. (Org.). Políticas para a educação: análises e aponta-
mentos. Maringá: Eduem, 2011.
PADILHA, R. P. Planejamento dialógico: como construir o projeto político-pedagógico 
da escola. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2005. (Guia da Escola Cidadã, v. 7).
Introdução ao estudo das políticas públicas em educação12
PARENTE, J. M. A performatividade na educação: as implicações das novas tecnologias 
políticas no trabalho do professor. In: PARENTE, C. M. D.; VALLE, L. E. L. R.; MATTOS, M. J. 
V. M. (Org.). A formação de professores e seus desafios frente às mudanças sociais, políticas 
e tecnológicas. Porto Alegre: Penso, 2014. 
POPKEWITZ, Thomas. Reforma, conhecimento pedagógico e administração social da 
individualidade: a educação escolar como efeito de poder. In: IMBERNÓN, Francisco 
(Org.). A educação no século XXI: os desafios do futuro imediato. Porto Alegre: Artmed, 
2000. p. 141-70.
ROCHA, R. C.; CAVALCANTI, I. R. Avaliação de políticas públicas em diálogos com a 
educação profissional: notas de leitura. Revista Ensino Interdisciplinar, Mossoró, v. 2, n. 
5, p. 36-43, jul. 2016. 
SANTOMÉ, J. T. Currículo escolar e justiça social: o cavalo de troia da educação. Porto 
Alegre: Penso, 2013.
SAVIANI, D. Política educacional brasileira: limites e perspectivas. Revista de Educação, 
Campinas, n. 24, p. 7-16, jun. 2008.
TEIXEIRA, V. R. Ciclo das políticas públicas. In: GONÇALVES, C. G. et al. Elaboração e 
implementação de políticas públicas. Porto Alegre: SAGAH, 2017.
Leituras recomendadas
GADOTTI, M. Projeto político pedagógico da escola cidadã. In: BRASIL. Ministério da 
Educação e da Cultura. Secretaria de Educação a Distância. Salto para o futuro: cons-
truindo a escola cidadã, projeto político-pedagógico. Brasília: MEC, 1998.
HÖFLING, E. M. Estado e políticas (públicas) sociais. Cadernos CEDES, Campinas, v. 21, 
n. 55, p. 30-41, nov. 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0101-
-32622001000300003&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 09 nov. 2018. 
MENEZES, R. M. Processo de gasto e descentralização na política educacional brasileira. 
Em Aberto, Brasília, v. 18, n. 74, p. 58-71, 2001. Disponível em: <http://emaberto.inep.gov.
br/index.php/emaberto/article/view/2153>. Acesso em: 09 nov. 2018.
OLIVEIRA, D. A. Educação básica: gestão do trabalho e da pobreza. In: SIMPÓSIO DE 
ESTUDOS E PESQUISAS DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO – Políticas de Formação e 
formação de políticas: Reconfiguração de temos e espaços, 20., 2011, Goiânia. Anais... 
Goiânia: [s.n.], 2011.
PACHECO, J. A. Políticas curriculares descentralizadas: autonomia ou recentralização? 
Educação & Sociedade, Campinas, v. 1, n. 73, p. 139-161, dez. 2000. Disponível em: <http://
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302000000400010&lng=p
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PEREIRA, S. M. Políticas educacionais no contexto do estado neoliberal: a descen-
tralização e poder em questão. Políticas Educativas, Campinas, v. 1, n. 1, p. 16-28, 
out. 2007.
13Introdução ao estudo das políticas públicas em educação
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
Os conceitos principais no estudo das políticas públicas educacionais demandam o 
entendimento da palavra "política". Tal palavra poderá abranger desde a administração do 
Estado realizada pelas autoridades governamentais até as ações da coletividade relacionadas aos 
governos. É necessário associar política e educação. A política é parte constitutiva da sociedade, 
e a participação na vida social não se separa dela. Diferentemente do que ocorre na língua 
portuguesa, na língua inglesa há três substantivos diferentes para três diferentes dimensões da 
política.
Na Dica do Professor, você verá o vasto universo do termo "política" e entenderá a importância 
de utilizar tais dimensões nos estudos sobre política ou políticas públicas.
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EXERCÍCIOS
1) As políticas públicas em educação podem ser definidas como “[...] programas de ação 
governamental visando a coordenar os meios à disposição do Estado e as atividades 
privadas, para a realização de objetivos socialmente relevantes e politicamente 
determinados [...]” (BUCCI, 2002, p. 241). 
Assim, se são objetivos socialmente relevantes, é imprescindível a participação da 
sociedade, o que representa o exercício de cidadania. 
Assinale a alternativa que define algum motivo verdadeiro sobre a participação da 
sociedade na proposição e no acompanhamento das políticas públicas.
A) Os profissionais do setor educacional estão resguardados em legislação própria e, por 
essa razão, estão alheios às políticas públicas educacionais. Portanto, podem 
acompanhar os processos. 
•
As políticas públicas afetam a vida das escolas e, consequentemente, dos alunos que ali 
estão recebendo a sua formação básica e de suas famílias, considerando também a 
B) 
realidade vivida pelos profissionais da educação.
C) O acompanhamento e o monitoramento da implantação das políticas auxiliam a sociedade 
a identificar o destino dos recursos públicos, o que ocorre a partir de sua participação em 
colegiados autônomos.
D) A proposição de políticas públicas ocorre apenas por meio do poder 
legislativo. Dessa forma, a participação da sociedade na elaboraçãode normas e no 
encaminhando aos seus representantes é uma forma de participação lícita.
•
E) A diversidade social exige uma legislação atenta a esse aspecto. Assim, a participação 
deve ocorrer por meio de ONGs que tratam dos direitos das minorias, mesmo que seus 
espaços de atuação não sejam a educação.
2) Segundo Saviani (2008), a política educacional representa as decisões que o Poder 
Público toma em relação à educação, e isso significa considerar as perspectivas e 
limites dessa política. Tendo em vista as políticas públicas para a educação, analise, 
entre os itens a seguir, possíveis limites a todo processo educacional na perspectiva de 
Saviani (2008): 
I – As questões estruturais, que se apoiam na resistência das elites dirigentes à 
manutenção da escola pública, o que traz como consequência a escassez de recursos. 
II – A descontinuidade de medidas educacionais, o que acaba por promover inúmeras 
e infindáveis reformas educacionais, que, sem resolver os problemas, acabam por 
perpetuá-los. 
III – A ausência de assembleias, por meio das quais se busca ouvir o maior número 
de sujeitos a quem se destinam as políticas educacionais. 
IV – Ao considerar e respeitar as diferenciações de sociedades e seus contextos 
sociais, assim como os distintos elementos econômicos, políticos e culturais, limita-se a 
política às particularidades. 
 
Estão corretos os itens:
A) I, II e IV.
B) II, III e IV.
C) II e III.•
D) I, II e III.
E) I, II, III e IV.
3) Ao analisarmos as políticas educacionais dos países da América Latina e as 
compararmos às políticas em países europeus, podemos dizer que o cenário 
educacional latino-americano, segundo Parente (2018), parece mais favorável do que 
outros, como o espanhol. Analise as seguintes afirmativas a respeito:
I – As políticas públicas educacionais latino-americanas, assim como no Brasil, têm 
considerado o conjunto de tradições e regularidades historicamente construídas, mas 
ainda estão longe de alcançar os objetivos propostos.
PORQUE
II – As reformas educacionais ocorridas na América Latina não dependem apenas 
dos aspectos relacionados à educação, uma vez que ainda enfrentam questões 
estruturais, econômicas e ainda persistem a precarização das condições de trabalho 
docente e a centralização administrativa.
Assinale a alternativa que apresenta a análise correta das afirmativas e a relação 
entre elas.
A) As afirmativas I e II são proposições verdadeiras, mas a II não justifica a I.
B) A afirmativa I é uma proposição verdadeira e a II, falsa.
C) As afirmativas I e II são proposições verdadeiras e a II justifica a I.•
D) A afirmativa I é uma proposição falsa e a II, verdadeira.•
E) As afirmativas I e II são proposições falsas.•
4) Paulo Freire perseguiu em sua obra o reconhecimento de que a educação é um ato 
político, destacando que a política não é algo que está longe das salas de aula ou dos 
sujeitos envolvidos nos processos educacionais. Analise as afirmativas a seguir:
I – É preciso evitar que crianças e jovens sejam vítimas de processos educativos 
alienantes e preconceituosos, por meio dos quais sofram violência. 
II – Uma atuação política possibilita a superação de práticas ingênuas e 
individualistas, que tanto precarizam o acesso dos menos favorecidos à educação. 
III – A educação precisa ser política para que os jovens sejam preparados para a 
manutenção da ordem e do progresso. 
IV – A ação política é, acima de tudo, um ato responsável que possibilita aos menos 
favorecidos o acesso ao universo cultural como teatro e cinemas. 
 
Assinale a alternativa cujas afirmativas destacam a razão para a indissociação entre 
educação e política, descrita por Paulo Freire.
A) I e III.•
B) II e IV.•
C) III e IV.
D) I, II, III e IV.
E) I e II.
A história do Brasil, ao ser retratada e analisada, nos possibilita compreender como a 
educação chegou até aqui. É fundamental, portanto, reconhecer que, na trajetória 
5) 
das políticas educacionais, está o valor que a educação teve em cada período 
histórico. 
A seguir, estão algumas marcas históricas, as quais, porém, estão fora de ordem. 
Analise-as e ordene-as cronologicamente da mais antiga à mais atual:
I – O período militar não trouxe ampliação dos recursos destinados à educação, 
aumentando a precariedade da educação nacional. 
II – Os regimentos iniciais trouxeram as orientações para a catequese jesuítica. 
III – A Constituição Federal foi o primeiro passo para as transformações na 
educação brasileira. 
IV – As aulas régias trazidas substituíram o domínio dos jesuítas, que foram 
expulsos. 
V – As escolas de primeiras letras só saíram do papel muito tempo depois de 
idealizadas, mas só foram autorizadas sob a jurisdição das províncias.
Assinale a alternativa que corresponde à ordem correta.
A) V, II, IV, III e I.
B) II, IV, V, I e III.
C) IV, II, III, V e I.
D) I, IV, III, II e V.
E) III, IV, V, I e II.•
NA PRÁTICA
A sociedade contemporânea necessita acompanhar bem de perto as políticas públicas 
educacionais. Cada vez mais, é importante que o cidadão brasileiro tenha postura mais 
preocupada e participante em relação às elaborações, implementações e avaliações das políticas 
públicas educacionais. O interesse em acompanhar as ações governamentais precisa ser cada vez 
mais amplo. Assim, nossas políticas públicas educacionais serão adequadas a nosso perfil e 
tratarão sobre soluções para os problemas nas escolas.
Acompanhe, neste Na Prática, uma situação em que há a participação de escolas na elaboração 
de políticas públicas.
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Políticas públicas de educação - Maria do Pilar Lacerda - Entrevista - Canal Futura
Maria do Pilar Lacerda, que foi Secretária de Educação Básica do MEC e hoje é diretora da 
Fundação SM, discute as ambiciosas metas traçadas pelo governo para a política de educação no 
país.
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Avaliação das políticas públicas de educação
Ederson Granetto entrevista Marta Tereza Arretche, do Departamento de Ciência Política da 
USP e diretora do Centro de Estudos da Metrópole, sobre as formas de avaliar as políticas 
públicas de educação.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
A política educacional brasileira após a ditadura militar até os dias atuais
Em uma palestra, o professor Demerval Saviani comenta sobre as políticas educacionais do 
período pós-ditadura.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

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