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ATIVIDADE PARCIAL (AV1) DISCIPLINA: SDE 3904 – HEMATOLOGIA CLÍNICA TURMA: 1001 COMPONENTES: LETÍCIA XAVIER BANDEIRA – 201702320677 LISLENE CERDEIRA LAGES – 202007295081 NAYLANE BRITO CHAGAS – 201702247422 TAIS CABANA DUARTE – 201908244951 ATIVIDADE: Tema: O eritrograma, leucograma, plaquetograma e o reticulograma Texto de apoio: Valores de referência para exames laboratoriais de hemograma da população adulta brasileira: Pesquisa Nacional de Saúde. I. Discorrer sobre a importância e aplicação do exame de hemograma na área da hematologia. O hemograma é o exame que avalia quantitativa e qualitativamente os elementos celulares do sangue. É o exame complementar mais requerido nas consultas, fazendo parte de todas as revisões de saúde e rotina de exames, pois é uma triagem muito útil e fornece informações valiosas sobre o paciente, muitas vezes tomadas como ponto de partida para a maioria das investigações médicas. O hemograma é um exame de sangue que pode ser definido como um conjunto de avaliações das células sanguíneas: as hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas (responsáveis pelos processos de coagulação do sangue). O objetivo de verificar suas células de forma quantitativa e qualitativa, cujos resultados fornecem o número total de cada um dos componentes e, por meio da comparação com os valores ideais, é possível verificar se a contagem de hemácias, leucócitos e plaquetas está dentro do esperado. Além de avaliar a condição do sangue e seus tecidos formadores (em especial a medula óssea), o hemograma tem como objetivo geral verificar a saúde no contexto global, sendo capaz de indicar tanto doenças hematológicas quanto em outros órgãos, incluindo anemias, leucemias e infecções, muitas vezes antes mesmo do paciente apresentar algum sintoma da doença. A introdução do hemograma na prática médica ocorreu em 1925 por meio de critérios estabelecidos pelo médico e farmacêutico alemão V. Schilling. Seus valores de referência foram estabelecidos na década de 1960, baseado nos critérios de avaliação de saúde da população mundial e dos fatores que ocorrem em 95% das pessoas consideradas saudáveis. A contagem das células do sangue se modernizou nas últimas décadas com a sofisticação tecnológica laboratorial. Exames como hemoglobina/hematócrito (Hb/Ht), eritrograma, leucograma e contagem de plaquetas foram substituídos pelo hemograma completo automatizado com contagem diferencial de leucócitos em cinco tipos – neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos – sendo realizado em menos de um minuto em analisadores hematológicos automatizados. II. Identificar as partes que compõem o exame do hemograma. O hemograma é composto por três determinações básicas que incluem as avaliações dos eritrócitos (ou série vermelha), dos leucócitos (ou série branca) e das plaquetas (ou série plaquetária). Glóbulos vermelhos: São células que têm uma pigmentação vermelha em sua composição chamada de hemoglobina. Representam a maior parte da composição celular do sangue tendo como principal função transportar o oxigênio e o gás carbônico na corrente sanguínea. A etapa do exame que analisa os glóbulos vermelhos é a eritrograma, que se baseia nas seguintes características: • Contagem das hemácias no sangue, os valores ficam entre 4 e 6,5milhões de células/mm3; • Avaliação da quantidade de hemoglobina; • medição do volume das hemácias; • medição do peso da hemoglobina; • avaliação da quantidade de hemoglobina presente. Glóbulos brancos São as células responsáveis pela defesa do organismo contra infecções causadas por vírus ou bactérias, alergias, resfriados, tornando-se parte importante do sistema imunológico. Existem tipos de glóbulos brancos: os neutrófilos, eosinófilos, basófilos, os linfócitos e os monócitos. Para esse exame o procedimento realizado é o leucograma que considera as seguintes opções: • Contagem total dos glóbulos brancos, que geralmente ficam entre 5.000 e 10.000 células/mm3; • Contagem total, que diferencia e determina a proporção de cada um dos 5 tipos encontrados no sangue. Plaquetas: Células produzidas na medula óssea que participam do processo de coagulação do sangue e que ajudam a evitar hemorragias e outras complicações. Os valores normais variam entre 150 a 450 mil por microlitro, alterações acima desses valores podem causar problemas como trombocitose e abaixo trombocitopenia, que representam um grande risco ao paciente. Suas determinações são: • Contagem total; • Índice PDW, que avalia os tamanhos das plaquetas; • Índice MPV, que avalia o volume. O hemograma geralmente é solicitado como um exame de rotina, mas em algumas situações pode ser utilizado para diagnosticar algumas condições que indiquem a presença de algumas doenças. • Cansaço; • Fraqueza; • Sangramento intenso da pele, nariz ou gengivas; • Manchas roxas grandes ou em grande quantidade; • Infecções ou inflamações; • Anemia; • Doenças do sangue. Pode ser indicado também para o acompanhamento de tratamentos médicos, das reações do organismo a medicamentos, pré cirurgias e pós- operatórios. No tocante a morfologia há a análise do esfregaço sanguíneo. Nessa avaliação são observados: tamanho, forma, coloração celular e inclusões. A morfologia dos eritrócitos podemos ter os seguintes achados: micro/macro e megalócitos; poiquilócitos; hipo/hiper e policromasia; pontilhados; Howell-Jolly; plasmócitos. A associação de valores da Hb (hemoglobina) diminuídas, achados morfológicos e índices do eritrograma dará subsídios para correta interpretação da anemia e a elucidação da sua causa. Correlacionando-se a Hb baixa com os índices teremos: A) VCM e HCM diminuídos – anemia microcítica e hipocrômica. B) VCM e HCM normais – anemia normocítica e normocrômica. C) VCM elevado – anemia macrocítica. Outro índice a ser observado é a Concentração da Hemoglobina corpuscular média (CHCM), que nem sempre está alterado, porém, quando diminuído pode estar associada a graves anemias. Por outro lado, sua elevação está associada ao aumento do número de esferócitos, que estão presentes nas anemias hemolíticas. Ainda temos os reticulócitos que são células imaturas da linhagem vermelha. Estas células estão associadas a condições da medula que podem ser hipoproliferativas (anemias carências) ou hiperproliferativas (anemias hemorrágicas ou hemolíticas). Na contramão das eritrocitopenias temos a policitemia, que é o aumento do número de hemácias. É um distúrbio mieloproliferativo, que pode ter causas fisiológicas, como pessoas que residem em grandes altitudes, ou revelar alterações patológicas da linhagem da célula progenitora hematopoiética. Judeus ashkenazim possuem essa doença comumente devido ao efeito de mutação fundadora. Pode indicar também outras patologias como, por exemplo, DPOC, rim policístico e tumores. I. Qual a importância dos valores de referência em um exame laboratorial, em particular no caso do hemograma e hemograma avalia os elementos figurados do sangue periféricos? O valor de referência é um dos elementos mais importantes de um exame laboratorial, visto que auxilia os profissionais de saúde na interpretação dos resultados, no atendimento, cuidado, diagnóstico e tratamento de doenças. Os valores de referência podem ser influenciados por fatores individuais, populacionais e ecológicos, como idade, sexo, raça, nível socioeconômico, presença de fatores de risco, estado fisiológico, geografia, exposição a agentes químicos, físicos e biológicos. Por isso, devem ser diferentes entre as populações. Conhecimento dos parâmetros hematológicos de referência é fundamental para a avaliação do estado de saúde e do padrão de adoecimento da população. Eritrograma ou séria vermelha Na série vermelha, são analisados: Hematócrito(Ht) que mensura a quantidade de glóbulos vermelhos que existe na amostra de sangue; valor normal para mulheres adultas entre 11,3 e 14,5 g/dl e para homens adultos entre 12,8 e 16,3g/dL, sendo que valores elevados podem nos direcionar a distúrbios como policitemia, patologias cardíacas ou pulmonares crônicas. Dosagem da hemoglobina (Hb); Contagem de Eritrócitos (CE), também conhecido como contagem de Hemácias em alguns laboratórios; possui parâmetros de 4,5 a 6,1 x 10⁶/mm³ para homens adultos saudáveis e 4,0 a 5,4 x 10⁶/mm³ para mulheres adultas. Resultados abaixo podem nos mostrar anemia ou disfunção na medula óssea, e valores elevados nos indicam policitemia, tabagismo e alterações na medula óssea. Volume Corpuscular Médio (VCM) que é a visualização do tamanho das hemácias e auxilia na detecção da anemia; valor de referência entre 77 e 92 µm³ para adultos em geral; e este é um fator que pode identificar a dimensão média dos glóbulos vermelhos, possibilitando a classificação da anemia em microcística ou macrocística, de acordo com o tamanho das células. Valores inferiores podem ser causados por talassemia ou anemia e superiores podem ser ocasionados por patologias hepáticas, álcool ou deficiência de ácido fólico ou vitamina B12. Hemoglobina Corpuscular Média (HCM), é o peso da hemoglobina no interior das hemácias; níveis de referência de 27 a 29 pg em adultos saudáveis. Níveis superiores indicam anemias hipercrômicas e podem ser causadas por baixas taxas de ácido fólico e vitamina B12; valores inferiores sugerem anemia hipocrômica ou anemia por falta de hemoglobina. Da Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM) que verifica o quanto a hemoglobina está concentrada dentro da hemácia. possui parâmetros entre 30 e 35 g/dL em adultos. Níveis inferiores demonstram hipocromia e valores elevados, hipercromia sendo mais rara. A análise da série vermelha é constituída pelas seguintes determinações básicas: 1. Contagem de eritrócitos (CE) :106 /mm3 2. Dosagem da hemoglobina (Hb) :g/Dl 3. Hematócrito (Ht): % 4. Volume Corpuscular Médio (VCM): µm 3 ou fm3 5. Hemoglobina Corpuscular Média (HCM): pg 6. Concentração da Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM): g/dL Leucograma ou série branca A série branca é avaliada a partir dos elementos: Contagem total dos leucócitos (CTL) – A contagem é realizada em contadores hematológicos, aparelhos que realizam praticamente todas as partes do hemograma, incluindo contagem de hemácias, leucócitos e plaquetas. Contagem Diferencial dos Leucócitos (CDL) – que abrange monócitos, linfócitos, basófilos, eosinófilos e neutrófilos (bastonetes e segmentados). Neutrófilos bastonetes valor de referência é de 2 a 4%; a dos neutrófilos segmentados é entre 36 e 66%. alterações podem direcionar ao diagnóstico de infecções bacterianas, intoxicação por benzeno, deficiência de vitamina B12, doenças mieloproliferativas ou herança autossômica recessiva. Eosinófilos normais devem estar em valores como 2 e 4%. Índices elevados indicam parasitoses ou processos alérgicos. Os basófilos possuem valor de referência de 0 a 1% em adultos. Resultados superiores podem sugerir processos alérgicos. Os linfócitos, por sua vez, possuem parâmetros de 25 – 45%; e os níveis aumentados, denominados linfocitose, nos direcionam a patologias infecciosas agudas ou crônicas, leucemia ou alergia a medicamentos; já resultados inferiores (linfopenia) indicam tratamento imunossupressor ou deficiência do sistema imunológico. Os monócitos possuem valores de referência de 2 a 10% e indicam alterações após tratamentos quimioterápicos e números elevados sugerem infecções virais. A série branca, por sua vez, é analisada por meio dos seguintes índices: Contagem total de leucócitos (CTL): 103 /mm3; Contagem diferencial de leucócitos (CDL); Neutrófilos (Bastonetes e Segmentados): % e 103 /mm3; Eosinófilos: % e 103 /mm3; Basófilos: % e 103 /mm3; Linfócitos: % e 103 /mm3; Monócitos: % e 103 /mm3; Já a série plaquetária é feita de forma quantitativa, por meio de contagem automatizada, onde pode-se observar também a amplitude da superfície das plaquetas e o volume médio plaquetário. O valor de referência das plaquetas no nosso sangue é de 140.000 a 450.000 /mm³ em adultos. Resultados inferiores, ou plaquetopenia, podem ser causados por: infecções virais, sangramentos internos excessivos ou esplenomegalia; níveis elevados de plaquetas ou plaquetose, podem ser ocasionados por: inflamações e infecções crônicas As plaquetas são analisadas quantitativamente (CP: 103 /mm3) e com uso de contadores automatizados é possível obter o índice PDW (%) que fornece o resultado da amplitude da superfície das plaquetas quantificadas, bem como o MPV (fm3) que indica o volume médio plaquetário. Tema: Conceito e divisão das anemias. As anemias carenciais ferropriva e megaloblástica. Texto de apoio: Indicadores de insegurança alimentar e nutricional associados à anemia ferropriva em crianças brasileiras: uma revisão sistemática. I. Definir a anemia causada por carência de ferro (ferropriva). A carência de ferro atinge todas as células do organismo humano ocorrendo em três estágios, sendo o último a ocorrência da anemia ferropriva. Sendo está um distúrbio nutricional ocasionada pela carência de ferro, seja por deficiência na ingesta ou má absorção desse micronutriente, e é caracterizada pela redução dos níveis de hemoglobina. II. Relacionar a anemia ferropriva com a carência alimentar. A deficiência de micronutrientes como vitamina A, ferro, zinco e iodo; o consumo insuficiente de alimentos fontes de ferro (carne de boi, fígado, frango, peixe e vegetais verdes escuros), ingestão de leite de vaca e cabra antes dos primeiros seis meses de vida, que além dos baixos teores de ferro, podem ocasionar sangramento gastrointestinal e gerar perda de sangue nas fezes, são fatores que contribuem para a carência de ferro. Além destas, outros indiciadores como: baixa renda familiar per capita, consumo alimentar inadequado entre outros, caracterizam um quadro de insegurança alimentar e nutricional, por sua vez, podem dificultar o acesso à alimentação saudável e adequada, assim favorecendo o desenvolvimento da anemia ferropriva. III. Qual o impacto da anemia ferropriva em crianças e no país? A anemia ferropriva afeta negativamente às crianças, pois essa doença compromete o sistema imunológico afetando o crescimento e desenvolvimento desse público infantil, ocasionando consequências como: déficit no desenvolvimento psicomotor, na função cognitiva e maior suscetibilidade às infecções. No Brasil é considerada um problema de saúde pública com prevalência nacional, atingindo principalmente menores de 5 anos, onde as regiões Nordestes e Sudeste destacam-se pela maior prevalência dessa anemia. Tema: As anemias hereditárias de causa hemolítica: a doença falciforme e outras hemoglobinas estruturais. Texto de apoio: Diagnóstico laboratorial da doença falciforme em neonatos e após o sexto mês de vida. I. Definir a anemia falciforme e a etiologia da anemia falciforme. A anemia falciforme é uma alteração genética caracterizada por um tipo de hemoglobina mutante designada como hemoglobina S, que provoca a distorção dos eritrócitos, fazendo-os tomar a forma de “foice” ou “meia-lua”. As Doenças Falciformes mais frequentes são a anemia falciforme (ou Hb SS), a S beta talassemia ou microdrepanocitose, e as duplas heterozigoses Hb SC e Hb SD. A anemia falciforme é a doença hereditária monogênica mais comum do Brasil. A causa da doença é uma mutação de ponto (GAG->GTG) no gene da globina beta da hemoglobina, originando uma hemoglobina anormal, denominada hemoglobina S, ao invés da hemoglobina normal denominada hemoglobina A. Esta mutação leva à substituição de um ácido glutâmico por uma valina na posição 6 da cadeiabeta, com consequente modificação físico-química na molécula da hemoglobina. Em determinadas situações, estas moléculas podem sofrer polimerização, com falcização das hemácias, ocasionando encurtamento da vida média dos glóbulos vermelhos, fenômenos de vaso-oclusão e episódios de dor e lesão de órgãos. Em geral, os pais são portadores assintomáticos de um único gene afetado (heterozigotos), produzindo Hb A e Hb S (AS), transmitindo cada um deles o gene alterado para a criança, que assim recebe o gene anormal em dose dupla (homozigoto SS). A doença originou-se na África e foi trazida às Américas pela imigração forçada dos escravos. No Brasil, distribui-se heterogeneamente, sendo mais frequente onde a proporção de antepassados negros da população é maior (nordeste). II. Discorrer sobre a importância clínica da anemia falciforme. Esta pequena modificação estrutural é responsável por profundas alterações nas propriedades físico-químicas da molécula de hemoglobina no estado desoxigenado. O processo primário é a polimerização da desoxi-Hb S. A polimerização progride com adição de moléculas sucessivas de Hb S à medida que a porcentagem de saturação de oxigênio da hemoglobina diminui. A falcização dos eritrócitos ocorre pela polimerização reversível da Hb S dentro da célula em condição de desoxigenação. Quando em completa desoxigenação formam-se células em forma de foice, clássicas da doença falciforme. Este fenômeno é reversível com a oxigenação, desde que a membrana da célula não esteja definitivamente alterada. Quando isto ocorre formam-se os eritrócitos irreversivelmente falcizados, que permanecem deformados independentemente do estado da Hb S intracelular. Em geral, quanto maior a quantidade de Hb S, mais grave é a doença. Os pacientes homozigóticos para Hb S têm quadro clínico, em geral, mais grave que os pacientes com hemoglobinopatia SC, SD, etc. A associação com persistência hereditária de hemoglobina fetal confere melhor prognóstico à doença. A desidratação celular aumenta a concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM), facilitando a falcização, por aumentar a possibilidade de contato entre as moléculas de Hb S. A hemoglobina que menos participa do polímero é a hemoglobina fetal. Quanto maior é a porcentagem de hemoglobina fetal, menor é a polimerização da Hb S. Clinicamente, níveis elevados de hemoglobina fetal associam-se à menor gravidade da doença. A diminuição do pH reduz a afinidade da hemoglobina pelo oxigênio, aumentando a polimerização, através do aumento da quantidade de desoxi-Hb S dentro da célula. Como resultado da polimerização da Hb S, do aumento da CHCM e das alterações de membrana, os eritrócitos são sequestrados e prematuramente destruídos pelo sistema monocítico fagocitário. A destruição aumentada de eritrócitos, levando à anemia hemolítica crônica, é uma manifestação clínica importante da doença falciforme. A ausência de anemia ao nascimento e seu início, acompanhando a queda de hemoglobina fetal pós- natal e a síntese de Hb S, indicam que a falcização é necessária para a indução das anormalidades celulares responsáveis pela destruição dos eritrócitos. A hemólise ocorre por destruição extravascular e intravascular dos eritrócitos. Ao longo da vida, as manifestações clínicas decorrentes da doença falciforme variam entre as pessoas com a doença e na mesma pessoa. Os sintomas podem começar a aparecer ainda no primeiro ano de vida, mostrando a importância do diagnóstico precoce como principal medida de impacto positiva na assistência de qualidade às pessoas com a doença. Sendo uma doença crônica, a doença falciforme tem sinais e sintomas que comprometem a pessoa com a doença, além de interferirem em vários outros aspectos da vida: na interação social, nas relações conjugais e familiares, na educação, no emprego etc. Os sintomas e sinais mais comuns de doença falciforme são a anemia, as crises de dor, as infecções recorrentes e a icterícia. III. Como é realizado o diagnóstico da anemia falciforme? Baseia-se na detecção da Hemoglobina S (Hb S) e deve seguir as normas estabelecidas no Programa Nacional de Triagem Neonatal, conhecido como Teste do Pezinho (Portaria do MS n° 822/01). Para realização desses testes são utilizadas amostras coletadas do cordão umbilical ou amostras de sangue seco em papel-filtro, coletadas do calcanhar do recém-nascido. As hemoglobinas identificas pelos testes são relatadas em ordem crescente de sua concentração. Assim, a representação do perfil hemoglobínico do RN normal é Hb FA, por ser a concentração da hemoglobina fetal (Hb F) superior á da hemoglobina normal do adulto (Hb A). Qualquer que seja o fenótipo encontrado, todo recém-nascido com resultado positivo para a doença falciforme requer encaminhamento médico, e uma nova amostra confirmatória deve ser reavaliada após o sexto mês de vida e o estudo familiar deve complementar esta avaliação. Para os pacientes que não foram submetidos à triagem neonatal e para diagnóstico diferencial entre as diferentes formas de doenças falciformes, além dos sinais e sintomas clínicos, os seguintes exames podem ser utilizados: ✓ Eletroforese em pH alcalino em acetato de celulose; ✓ Eletroforese em pH ácido em ágar citrato ou gel de agarose; ✓ IEF; ✓ HPLC (kit beta tal); ✓ Pesquisa de drepanócitos e/ou teste de solubilidade; ✓ Dosagem da hemoglobina fetal pela técnica de desnaturação alcalina ou por HPLC; ✓ Dosagem da hemoglobina A2 por microcromatrografia em coluna ou por HPLC; ✓ Hemograma completo e reticulócitos; ✓ Estudo do sangue dos pais (estudo familiar). Tema: Anemias hemolíticas de origem adquirida e as anemias causadas por incapacidade medular. I. Diferenciar as anemias hemolíticas, das nutricionais e das anemias por incapacidades medular. Hemolíticas: é uma anemia devido à ruptura das hemácias (hemólise), antes da sua vida normal de 120 dias. Essa ruptura anormal de hemácias pode ocorrer nos vasos sanguíneos (hemólise intravascular) ou em outro lugar do corpo (extra vascular), é uma condição autoimune na qual os anticorpos do organismo destroem os glóbulos vermelhos. A anemia hemolítica autoimune (AHAI) é uma doença que se caracteriza pela destruição de glóbulos vermelhos causada pelos próprios anticorpos do organismo, os chamados "auto anticorpos". Nutricionais: é o tipo de anemia por deficiência nutricional mais comum, é causada pela deficiência de ferro, e sua principal alteração é uma anemia microquímica. O ferro é um dos principais constituintes da hemoglobina, responsável pelo transporte de oxigênio do sangue para os tecidos. Incapacidade medular: insuficiência da medula óssea é denominada anemia aplasia. A insuficiência da medula óssea leva à produção de quantidades muito reduzidas de glóbulos vermelhos (anemia - consulte também Considerações gerais sobre a anemia), glóbulos brancos (leucopenia) e plaquetas (trombocitopenia). II. Discorrer sobre aspecto fisiopatológicos importantes verificados nas anemias Cada tipo de anemia tem suas caraterísticas fisiopatológicas específicas, cuja explanação foge do escopo deste artigo. Entretanto, vale a pena discutir aspectos fisiopatológicos comuns a todos os tipos de anemia. A hemoglobina é a proteína que transporta o oxigênio dos pulmões aos tecidos. A captação e a liberação do oxigênio pela hemoglobina são influenciadas por: temperatura, pH, concentração de co2 e quantidade de 2,3-DPG. A curva de dissociação da oxi- hemoglobina mostra a correlação da saturação de oxigênio com a pressão parcial de oxigênio e o conteúdo de hemoglobina. Redução da massa de hemoglobina pode acarretar diminuição significativa da capacidade de transporte de oxigênio e de sua liberação para os tecidos, que se torna mais evidente em condições de aumento súbito da demanda. A queda da concentração da Hb leva à mobilizaçãopelo organismo de mecanismos compensatórios, tais como, aumento do débito cardíaco, redistribuição do fluxo sanguíneo para órgãos vitais, aumento do influxo de líquido do espaço extravascular para o intravascular, entre outros, mecanismos esses acionados de maneira menos efetiva nos indivíduos idosos ou debilitados. III. Qual a importância do estudo da anemia para diagnóstico correto dos pacientes? É detectada através do exame de sangue, observa o hemograma, a quantidade de ferro e zinco, as proteínas e as vitaminas. O profissional irá avaliar a quantidade de glóbulos vermelhos e hemoglobinas, sendo normalmente um indicativo de anemia quando os valores da hemoglobina estão baixos, analisar qual o tipo de anemia que o paciente tem. O diagnóstico etiológico de anemia deve ser determinado combinando dados da história clínica, exame físico, hemograma completo, contagem absoluta de reticulócitos e esfregaço de sangue periférico, dependendo dos dados obtidos será necessário exame mais específico, laboratórios ou de um outro tipo, para determinar a causa da anemia. Referências ANVISA. Manual de diagnóstico e tratamento de Doenças Falciformes. Brasília, 2002. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/anvisa/diagnostico.pdf MINISTÉRIO DA SAÚDE. Doenças Falciformes: Condutas Básicas para Tratamento. Brasília – DF, 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doenca_falciforme_condutas_basica s_tratamento.pdf NAOUM, Paulo Cesar; NAOUM, Flávio Augusto. Interpretação laboratorial do hemograma. São José do Rio Preto, 2008. Revista Digital cortesvillela.com. Hemograma Completo: Para que serve e qual a importância dos seus resultados para a saúde. TRINDAE, E. B. S. de M. Exames Laboratoriais: Hematologia. Disponível em: http://www.petnutri.ufsc.br/ VIVAS, W. L. P. Manual Prático de Hematologia. Disponível em: http://www.aa.med.br/upload/biblioteca/ibapcursos.com.br/ http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/anvisa/diagnostico.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doenca_falciforme_condutas_basicas_tratamento.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doenca_falciforme_condutas_basicas_tratamento.pdf http://www.petnutri.ufsc.br/ http://www.aa.med.br/upload/biblioteca/ibapcursos.com.br/
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