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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA FACULDADE DE ENGENHARIAS ELÉTRICA E BIOMÉDICA TEORIA ELETROMAGNÉTICA I Prof. Edinaldo J S Pereira MAGNETOSTÁTICA EDINALDO PEREIRA ▪Estudo de campos magnéticos estáticos ▪Na eletrostática, as cargas estão estáticas ▪Na magnetostática, as correntes estão estáticas ▪Magnetostática pode ser aplicada para aproximação em situações nas quais as correntes não são estacionárias porém não se movem tão rapidamente ▪As duas leis fundamentais que regem os campos magnétostáticos: 1. Lei de Biot-Savart 2. Lei circuital de Ampère INTRODUÇÃO Analogia Campo Elétrico x Campo Magnético LEI DE BIOT-SAVART 𝑑𝐻 ∝ 𝐼𝑑𝑙𝑠𝑒𝑛𝛼 𝑅2 (7.1) ou 𝑑𝐻 = 𝑘𝐼𝑑𝑙𝑠𝑒𝑛𝛼 𝑅2 (7.2) Assim, 𝑑𝐻 = 𝐼𝑑𝑙𝑠𝑒𝑛𝛼 4𝜋𝑅2 (7.3) A Lei de Biot-Savart estabelece que a intensidade do campo magnético 𝑑𝐻 gerada em um ponto P pelo elemento diferencial 𝐼𝑑𝑙 é proporcional ao produto entre 𝐼𝑑𝑙 e o seno do ângulo 𝛼 entre o elemento e a linha que une P ao elemento, e é inversamente proporcional ao quadrado da distância 𝑅 entre P e o elemento. 𝑘 = 1 4𝜋 , constante de proporcionalidade 𝑑𝐻 = 𝐼𝑑𝑙𝑋 𝑎𝑅 4𝜋𝑅2 = 𝐼𝑑𝑙𝑋 𝑅 4𝜋𝑅3 (7.4) Que pode ser reescrita, usando a definição de produto cruzado apresentado na eq. (1.21) como Onde 𝑅 = 𝑅 e 𝑎𝑅 = 𝑅 𝑅 e 𝑑𝑙 estão representados na Fig. 7.1. A orientação de d𝐻 é dada pela regra da mão direita. 𝐼𝑑Ԧ𝑙 ≡ 𝐾𝑑 Ԧ𝑆 ≡ Ԧ𝐽𝑑𝑣 (7.5) Distribuições de corrente - Corrente em uma linha, Corrente em uma superfície e Corrente em um volume. Definindo 𝐾 como a densidade de corrente em uma superfície (A/m) e Ԧ𝐽 como a densidade de corrente em um volume Τ𝐴 𝑚2 , os elementos-fonte estão relacionados conforme: 𝐻 = න 𝐿 𝐼𝑑𝑙 𝑋 𝑎𝑅 4𝜋𝑅2 (𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑚 𝑢𝑚𝑎 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎) (7.6) 𝐻 = න 𝑆 𝐾𝑑 Ԧ𝑆 𝑋 𝑎𝑅 4𝜋𝑅2 (𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑚 𝑢𝑚𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓í𝑐𝑖𝑒) (7.7) 𝐻 = න 𝑣 Ԧ𝐽𝑑𝑣 𝑋 𝑎𝑅 4𝜋𝑅2 (𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑚 𝑢𝑚 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒) (7.8) Assim, em termos de fontes de corrente distribuída, a Lei de Biot-Savart, como em (7.4), torna-se: 𝑎𝑅 - vetor unitário que aponta do elemento diferencial de corrente para o ponto de interesse. 𝑑𝐻 = 𝐼dԦ𝑙𝑋 𝑅 4𝜋𝑅3 (7.9) Campo em um ponto P devido a um condutor filamentar retilíneo. Considerando a contribuição d𝐻 em P, devido ao elemento dԦ𝑙 em 0,0, 𝑧 , Mas, 𝑑Ԧ𝑙 = 𝑑𝑧 𝑎𝑧 e 𝑅 = 𝜌𝑎𝜌 − 𝑧𝑎𝑧, então 𝐻 = න 𝐼𝜌𝑑𝑧 4𝜋 𝜌2 + 𝑧2 ൗ 3 2 𝑎𝜙 (7.11) 𝑑Ԧ𝑙 𝑋 𝑅 = 𝜌𝑑𝑧𝑎𝜙 (7.10) 𝑧 = 𝜌𝑐𝑜𝑡𝑔𝛼, 𝑑𝑧 = −𝜌𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐2𝛼𝑑𝛼, 𝜌2 + 𝑧2 ൗ 3 2 = 𝜌3𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐3𝛼 𝐻 = − 𝐼 4𝜋 න 𝛼1 𝛼2 𝜌2𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐2𝛼𝑑𝛼 𝜌3𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐3𝛼 𝑎𝜙 = − 𝐼 4𝜋𝜌 𝑎𝜙 න 𝛼1 𝛼2 𝑠𝑒𝑛𝛼𝑑𝛼 ou 𝐻 = 𝐼 4𝜋𝜌 𝑐𝑜𝑠𝛼2 − 𝑐𝑜𝑠𝛼1 𝑎𝜙 (7.12) Fazendo a equação (7.11) torna-se (7.12) pode ser aplicada a qualquer condutor filamentar de comprimento finito. 𝐻 está sempre ao longo de 𝑎𝜙. 𝐻 = 𝐼 4𝜋𝜌 𝑎𝜙 (7.13) 𝐻 = 𝐼 2𝜋𝜌 𝑎𝜙 (7.14) 𝑎𝜙 = 𝑎𝑙𝑋 𝑎𝜌 (7.15) Dado um condutor semi-infinito (em relação à P), tal que o ponto A está em 0,0,0 , enquanto B está em 0,0,∞ ; 𝛼1 = 900 e 𝛼2 = 0 0, (7.12) torna-se Dado um condutor de comprimento infinito (em relação à P), tal que o ponto A está em 0,0, −∞ , enquanto B está em 0,0,∞ ; 𝛼1 = 180 0 e 𝛼2 = 0 0, (7.12) torna-se O vetor unitário 𝑎𝜙 nas equações (7.12) a (7.14) pode ser obtido de 𝑎𝑙 - vetor unitário ao longo da corrente em uma linha 𝑎𝜌 - vetor unitário ao longo da linha perpendicular traçada a partir da corrente ao ponto em que se quer calcular o campo Exemplo 7.1 (Sadiku) Pela espira condutora triangular circula uma corrente de 10 A. Determine 𝐻 em (0, 0, 5) devido ao lado 1 da espira. Solução O exemplo mostra como a equação (7.12) pode ser aplicada para qualquer condutor retilíneo fino percorrido por uma corrente. Deve-se identificar 𝛼2, 𝛼1, 𝜌 𝑒 𝑎𝜙. Para determinar 𝐻 em (0, 0, 5) devido ao lado 1 da espira, observar a Figura 7.6(b), onde o lado 1 é considerado como um condutor retilíneo. Notar que foi ligado o ponto (0, 0, 5) ao começo e ao final da linha por onde flui a corrente de 10 A. Observar que 𝛼2, 𝛼1, 𝜌 são referidos da mesma maneira que na Figura 7.5, usada como referência para a equação (7.12). 𝑐𝑜𝑠𝛼1 = 𝑐𝑜𝑠90 0 = 0 𝑐𝑜𝑠𝛼2 = 2 29 𝜌 = 5 Verifica-se que pela equação (7.15), 𝑎𝑙 = 𝑎𝑥 𝑎𝜌 = 𝑎𝑧 𝑎𝜙 = 𝑎𝑥𝑋𝑎𝑧 = −𝑎𝑦 𝑎𝑙 - vetor unitário ao longo da corrente em uma linha 𝑎𝜌 - vetor unitário ao longo da linha perpendicular traçada a partir da corrente ao ponto em que se quer calcular o campo Assim, 𝐻 = 𝐼 4𝜋𝜌 𝑐𝑜𝑠𝛼2 − 𝑐𝑜𝑠𝛼1 𝑎𝜙 = 10 4𝜋 5 2 29 − 0 −𝑎𝑦 = −59,1𝑎𝑦 Τ 𝑚𝐴 𝑚 Exemplo 7.2 (Sadiku) Exemplo 7.3 (Sadiku) LEI CIRCUITAL DE AMPÈRE – EQUAÇÃO DE MAXWELL ර𝐻. 𝑑𝑙 = 𝐼𝑒𝑛𝑣 (7.16) A Lei Circuital de Ampère estabelece que a integral de linha da componente tangencial de 𝐻 em torno de um caminho fechado é igual à corrente líquida 𝐼𝑒𝑛𝑣 envolvida pelo caminho. Ou seja, a circulação de 𝐻 é igual à 𝐼𝑒𝑛𝑣. (7.16) é sempre válida, sendo a distribuição de corrente simétrica ou não. Entretanto, sua praticidade é restrita apenas ao caso de distribuição de corrente simétrica. Ela é um caso particular da Lei de Biot-Savart. ∇𝑋𝐻 = Ԧ𝐽 (7.19) Comparando (7.17) com (7.18), vem A partir de (7.19) observa-se que ∇𝑋𝐻 = Ԧ𝐽 ≠ 0, isto é, o campo magnetostático não é conservativo. 𝐼𝑒𝑛𝑣 = ර 𝐿 𝐻. 𝑑𝑙 = න 𝑆 ∇𝑋𝐻 . 𝑑𝑆 (7.17) mas, 𝐼𝑒𝑛𝑣 = 𝑆 Ԧ𝐽. 𝑑𝑆 (7.18) Aplicando o Teorema de Stokes no membro esquerdo de (7.16), vem APLICAÇÕES DA LEI DE AMPÈRE ර 𝐿 𝐻. 𝑑𝑙 = 𝐼𝑒𝑛𝑣 𝐼 = න𝐻𝜙𝑎𝜙. 𝜌𝑑𝜙𝑎𝜙 = 𝐻𝜙න𝜌𝑑𝜙 = 2𝜋𝜌𝐻𝜙 𝐻 = 𝐼 2𝜋𝜌 𝑎𝜙 (7.20) Corrente em uma linha infinita A Lei de Ampère aplicada à uma corrente em linha filamentar infinita. Como o caminho envolve a corrente 𝐼, de acordo com a Lei de Ampère, Como esperado a partir de (7.14). Corrente em uma lâmina infinita A lâmina tem uma densidade de corrente uniforme 𝐾 = 𝐾𝑦𝑎𝑦 A/m. Aplicando a Lei de Ampère ao caminho fechado retangular (amperiano) 12341, vem ර𝐻. 𝑑𝑙 = 𝐼𝑒𝑛𝑣 = 𝐾𝑦𝑏 (7.21𝑎) O campo elementar d𝐻 acima e abaixo da lâmina, devido a um par de correntes filamentares, pode ser encontrado das equações (7.14) e (7.15). Da Fig. 7.11b, nota-se que d𝐻 tem somente uma componente x. Devido à extensão infinita da lâmina, ela pode ser considerada como consistindo de pares filamentares, tais que as características de 𝐻 para um par são as mesmas para a lâmina infinita de corrente, isto é: 𝐻 = ൝ 𝐻0𝑎𝑥 , 𝑧 > 0 −𝐻0𝑎𝑥 , 𝑧 < 0 (7.21𝑏) ර𝐻. 𝑑𝑙 = න 1 2 +න 2 3 +න 3 4 +න 4 1 𝐻. 𝑑𝑙 = 0 −𝑎 + −𝐻0 −𝑏 + 𝑜 𝑎 + 𝐻0 𝑏 = 2𝐻0𝑏 (7.21𝑐) onde 𝐻0 deve ser determinado. Resolvendo a integral de linha de 𝐻 na eq. (7.21b), ao longo do caminho fechado da Fig. 7.11(a), vem: 𝐻 = 1 2 𝐾𝑦𝑎𝑥 , 𝑧 > 0 − 1 2 𝐾𝑦𝑎𝑥 , 𝑧 < 0 (7.22) 𝐻 = 1 2 𝐾 𝑋 𝑎𝑛 (7.23) A partir das equações (7.21a) e (7.21c), obtém-se 𝐻0 = 1 2 𝐾𝑦. Substituindo 𝐻0 na equação (7.21b), vem Em geral, para uma lâmina infinita com densidade de corrente 𝐾 (A/m), Onde 𝑎𝑛 é um vetor unitário normal orientado da lâmina de corrente para o ponto de interesse. Linha de transmissão coaxial infinitamente longa ර 𝐿1 𝐻. 𝑑𝑙 = 𝐼𝑒𝑛𝑣 = න Ԧ𝐽. 𝑑𝑆 (7.24) Seção reta de linha de transmissão, eixo z positivo apontando para fora do plano da página. Caminho amperiano para cada uma das quatro possíveis regiões: 0 ≤ 𝜌 ≤ 𝑎, 𝑎 ≤ 𝜌 ≤ 𝑏, 𝑏 ≤ 𝜌 ≤ 𝑏 + 𝑡 𝑒 𝜌 ≥ 𝑏 + 𝑡 Para a região 0 ≤ 𝜌 ≤ 𝑎, aplicando a Lei de Ampére para o caminho 𝐿1, vem: Ԧ𝐽 = 𝐼 𝜋𝑎2 𝑎𝑧, 𝑑𝑆 = 𝜌𝑑𝜙𝑑𝜌𝑎𝑧 𝐼𝑒𝑛𝑣 = න Ԧ𝐽. 𝑑𝑆 = 𝐼 𝜋𝑎2 න 𝜙=0 2𝜋 න 𝜌=0 𝑎 𝜌𝑑𝜙𝑑𝜌 = 𝐼 𝜋𝑎2 𝜋𝜌2 = 𝐼𝜌2 𝑎2 𝐻𝜙 න 𝐿1 𝑑𝑙 = 𝐻𝜙2𝜋𝜌 = 𝐼𝜌2 𝑎2 𝐻𝜙 = 𝐼𝜌 2𝜋𝑎2 (7.25) Como a corrente está distribuída uniformementesobre a seção reta: Assim, a equação (7.24) torna-se: ර 𝐿2 𝐻. 𝑑𝑙 = 𝐼𝑒𝑛𝑣 = 𝐼 𝐻𝜙2𝜋𝜌 = 𝐼 𝐻𝜙 = 𝐼 2𝜋𝜌 (7.26) Para a região a ≤ 𝜌 ≤ 𝑏, aplicando a Lei de Ampére para o caminho 𝐿2, vem: Já que toda a corrente é envolvida por 𝐿2. Observar que a eq. (7.26) é a mesma eq. (7.14) e independe de 𝑎. Para a região b ≤ 𝜌 ≤ 𝑏 + 𝑡, aplicando a Lei de Ampére para o caminho 𝐿3, vem: ර𝐻. 𝑑𝑙 =𝐻𝜙2𝜋𝜌 = 𝐼𝑒𝑛𝑣 (7.27𝑎) onde 𝐼𝑒𝑛𝑣 = 𝐼 + Ԧ𝐽. 𝑑𝑆 e Ԧ𝐽, nesse caso, é a densidade de corrente do condutor externo e está ao longo de −𝑎𝑧, isto é: Ԧ𝐽 = − 𝐼 𝜋 𝑏 + 𝑡 2 − 𝑏2 𝑎𝑧 ∴ 𝐼𝑒𝑛𝑣 = 𝐼 − 𝐼 𝜋 𝑏 + 𝑡 2 − 𝑡2 න 𝜙=0 2𝜋 න 𝜌=𝑏 𝜌 𝜌𝑑𝜌𝑑𝜙 = 𝐼 1 − 𝜌2 − 𝑏2 𝑡2 + 2𝑏𝑡 Que substituída em (7.27a) torna-se: 𝐻𝜙 = 𝐼 2𝜋𝜌 1 − 𝜌2 − 𝑏2 𝑡2 + 2𝑏𝑡 (7.27𝑏) ර 𝐿4 𝐻. 𝑑𝑙 = 𝐼 − 𝐼 = 0 ou 𝐻𝜙 = 0 (7.28) Para a região𝜌 ≥ 𝑏 + 𝑡, aplicando a Lei de Ampére para o caminho 𝐿4, vem: Reunindo as eqs. (7.25) a (7.28), vem 𝐻 = 𝐼𝜌 2𝜋𝑎2 𝑎𝜙, 0 ≤ 𝜌 ≤ 𝑎 𝐼 2𝜋𝜌 𝑎𝜙, 𝑎 ≤ 𝜌 ≤ 𝑏 𝐼 2𝜋𝜌 1 − 𝜌2 − 𝑏2 𝑡2 + 2𝑏𝑡 𝑎𝜙, 𝑏 ≤ 𝜌 ≤ 𝑏 + 𝑡 0 𝜌 ≥ 𝑏 + 𝑡 (7.29) Observar que a habilidade de extrair 𝐻 do integrando é crucial para o uso da Lei de Ampère na determinação de 𝐻 . A Lei de Ampère só é útil para encontrar 𝐻 devido a distribuições simétricas de corrente para as quais seja possível encontrar um caminho fechado no qual 𝐻 é constante em magnitude. DENSIDADE DE FLUXO MAGNÉTICO – EQUAÇÃO DE MAXWELL 𝐵 = 𝜇0𝐻 (7.30) onde 𝜇0 = 4𝜋𝑥10 −7 𝐻/𝑚 (7.31) – permeabilidade magnética do espaço livre Assim como 𝐷 = 𝜀0𝐸 no espaço livre, a densidade de fluxo magnético 𝐵 está relacionada à intensidade de campo magnético 𝐻. Ψ = න 𝑆 𝐵. 𝑑𝑆 (7.32) O fluxo magnético Ψ, através da superfície 𝑆, é dado por onde Ψ (𝑊𝑏) e 𝐵 ( ൗ𝑊𝑏 𝑚2) ou (T) A linha de fluxo magnético é o caminho, na região do campo magnético, em relação ao qual 𝐵 é tangente em cada ponto. A orientação de 𝐵 é indicada pelo norte da agulha da bússola. Cada linha de fluxo é fechada, não cruza outra linha, independentemente da distribuição de corrente. Embora o campo magnetostático não seja conservativo, o fluxo magnético o é. Aplicando o Teorema da Divergência em (7.33), vem ර 𝑆 𝐵. 𝑑𝑆 = න 𝑣 ∇. 𝐵𝑑𝑣 = 0 ර𝐵. 𝑑𝑆 = 0 (7.33) O monopolo magnético não existe. Lei de Gauss para densidade de fluxo magnetostático ou Lei da Conservação do Fluxo Magnético ou ∇. 𝐵 = 0 (7.34) EQUAÇÕES DE MAXWELL PARA CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS ESTÁTICOS Tabela 7.2 - Equações de Maxwell para campos EM estáticos Forma Diferencial (Pontual) Forma Integral Comentários ∇. 𝐷 = 𝜌𝑣 ර 𝑆 𝐷. 𝑑𝑆 = න𝜌𝑣𝑑𝑣 Lei de Gauss ∇. 𝐵 =0 ර 𝑆 𝐵. 𝑑𝑆 = 0 Inexistência de monopólo magnético ∇𝑋𝐸 = 0 ර 𝐿 𝐸. 𝑑𝑙 = 0 Conservação de campo eletrostático ∇𝑋𝐻 = Ԧ𝐽 ර 𝐿 𝐻. 𝑑𝑙 = න 𝑆 Ԧ𝐽. 𝑑𝑆 Lei de Ampère ∇. ∇𝑋 Ԧ𝐴 = 0 (7.35𝑏)∇𝑋 ∇𝑉 = 0 (7.35𝑎) 𝐻 = −∇𝑉𝑚 𝑠𝑒 Ԧ𝐽 = 0 (7.36) Ԧ𝐽 = ∇𝑥𝐻 = ∇𝑋 −∇𝑉𝑚 = 0 (7.37) POTENCIAIS MAGNÉTICOS ESCALAR E VETORIAL Associou-se anteriormente 𝐸 = −∇𝑉. De modo similar pode-se definir um potencial associado ao campo magnetostático 𝐵. O potencial magnético pode ser o escalar 𝑉𝑚 ou o vetor Ԧ𝐴. Duas identidades vetoriais devem ser satisfeitas para qualquer campo escalar 𝑉𝑚ou vetorial Ԧ𝐴. Assim, como 𝐸 = −∇𝑉, faz-se Combinando (7.36) e (7.19), resulta , já que 𝑉𝑚 deve satisfazer (7.35a). ∇2𝑉𝑚 = 0, ∴ 𝑑𝑒𝑓𝑖𝑛𝑖𝑑𝑜 𝑎𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 𝑛𝑎 𝑟𝑒𝑔𝑖ã𝑜 𝑜𝑛𝑑𝑒 Ԧ𝐽 = 0 (7.38) 𝐵 = ∇𝑋 Ԧ𝐴 (7.39) 𝑉 = න 𝑑𝑄 4𝜋𝜀0𝑟 (7.40) A equação de Laplace é satisfeita por 𝑉𝑚, assim, Em campos magnetostáticos, ∇. 𝐵 = 0. Para satisfazer as equações (7.34) e (7.35b) simultaneamente, pode-se definir o potencial magnético vetorial Ԧ𝐴 ൗ𝑊𝑏 𝑚2 como Assim como foi definido Define-se Ԧ𝐴 = න 𝐿 𝜇0𝐼𝑑𝑙 4𝜋𝑅 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑚 𝑢𝑚𝑎 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 (7.41) Ԧ𝐴 = න 𝑆 𝜇0𝐾𝑑𝑆 4𝜋𝑅 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑚 𝑢𝑚𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓í𝑐𝑖𝑒 (7.42) Ԧ𝐴 = න 𝑣 𝜇0 Ԧ𝐽𝑑𝑣 4𝜋𝑅 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑚 𝑢𝑚 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 (7.43) Pode-se também obter as equações (7.41) a (7.43) a partir de (7.40) ou a partir de (7.6) a (7.8). 𝐵 = 𝜇0 4𝜋 න 𝐿 𝐼𝑑𝑙′ 𝑋 𝑅 𝑅3 (7.44) 𝑅 = Ԧ𝑟 − 𝑟′ = 𝑥 − 𝑥′ 2 + 𝑦 − 𝑦′ 2 + 𝑧 − 𝑧′ 2 ൗ 1 2 (7.45) Por exemplo, pode-se obter (7.41) de (7.6) em conjunto com (7.39). Reescrevendo (7.6) como onde 𝑅 é o vetor distância do elemento de linha 𝑑𝑙′ no ponto fonte 𝑥′, 𝑦′, 𝑧′ até o ponto 𝑥, 𝑦, 𝑧 onde se quer determinar o campo e 𝑅 = 𝑅 , isto é, ∴ ∇ 1 𝑅 = − 𝑥 − 𝑥′ 𝑎𝑥 + 𝑦 − 𝑦′ 𝑎𝑦 + 𝑧 − 𝑧′ 𝑎𝑧 𝑥 − 𝑥′ 2 + 𝑦 − 𝑦′ 2 + 𝑧 − 𝑧′ 2 ൗ 3 2 = − 𝑅 𝑅3 ou 𝑅 𝑅3 = −∇ 1 𝑅 = 𝑎𝑅 𝑅2 (7.46) onde a diferenciação é em relação a x, y e z. Aplicando (7.46) em (7.44) vem, 𝐵 = − 𝜇0 4𝜋 න 𝐿 𝐼𝑑𝑙′ 𝑋 ∇ 1 𝑅 (7.47) ∇𝑋 𝑓 Ԧ𝐹 = 𝑓∇𝑋 Ԧ𝐹 + ∇𝑓 𝑋 Ԧ𝐹 (7.48) aplicando a identidade vetorial com 𝑓 = Τ1 𝑅 e Ԧ𝐹 = 𝑑𝑙′, vem 𝑑𝑙′𝑋∇ 1 𝑅 = 1 𝑅 ∇𝑋𝑑𝑙′ − ∇𝑋 𝑑𝑙′ 𝑅 𝑑𝑙′𝑋∇ 1 𝑅 = −∇𝑋 𝑑𝑙′ 𝑅 (7.49) Como ∇ opera em 𝑥, 𝑦, 𝑧 e 𝑑𝑙′ é função de 𝑥′, 𝑦′, 𝑧′ , ∇𝑋𝑑𝑙′ = 0. Assim, Com (7.49), a equação (7.47) torna-se 𝐵 = ∇𝑋න 𝐿 𝜇0𝐼𝑑𝑙′ 4𝜋𝑅 (7.50) Comparando (7.39) com (7.50), Ԧ𝐴 = න 𝐿 𝜇0𝐼𝑑𝑙′ 4𝜋𝑅 verificando (7.41). Ψ = න 𝑆 𝐵. 𝑑𝑆 = න 𝑆 ∇𝑋 Ԧ𝐴 . 𝑑𝑆 = ර 𝐿 Ԧ𝐴. 𝑑𝑙 ou Ψ = ර 𝐿 Ԧ𝐴. 𝑑𝑙 (7.51) Substituindo (7.39) em (7.32) e usando o Teorema de Stokes, vem Exemplo 7.7 - Sadiku Dado um potencial magnético vetor Ԧ𝐴 = − ൗ𝜌 2 4𝑎𝑧 Τ 𝑊𝑏 𝑚, calcule o fluxo magnético total que atravessa a superfície 𝜙 = Τ𝜋 2 , 1 ≤ 𝜌 ≤ 2 𝑚, 0 ≤ 𝑧 ≤ 5 𝑚. Solução: Pode-se calcular Ψ usando a equação (7.32) ou a equação (7.51), logo, Método 1 – Equação (7.32) - Sadiku Ψ = න 𝑆 𝐵. 𝑑𝑆 , mas de (7.39), 𝐵 = ∇𝑋 Ԧ𝐴. Assim, 𝐵 = ∇𝑋 Ԧ𝐴 = − 𝜕𝐴𝑧 𝜕𝜌 𝑎𝜙 = 𝜌 2 𝑎𝜙 𝑒 𝑑𝑆 = 𝑑𝜌𝑑𝑧𝑎𝜙 Ψ = න 𝑆 𝐵. 𝑑𝑆 = 1 2 න 𝑧=0 5 න 𝜌=1 2 𝜌𝑑𝜌𝑑𝑧 = 1 4 ቚ𝜌2 1 2 5 = 15 4 = 3,75𝑊𝑏 Método 2 – Equação (7.51) - Sadiku Ψ = ර 𝐿 Ԧ𝐴. 𝑑𝑙 = Ψ1 +Ψ2 +Ψ3 +Ψ4 Como Ԧ𝐴 tem apenas componente na direção z, então, Ψ1 e Ψ3 são nulos. Assim, Ψ = Ψ2 +Ψ4 Ψ = − 1 4 1 2න 0 5 𝑑𝑧 + 2 2න 5 0 𝑑𝑧 Ψ = − 1 4 5 − 20 = 15 4 = 3,75𝑊𝑏 DEDUÇÃO DA LEI DE BIOT-SAVART E DA LEI DE AMPÈRE ∇𝑋∇𝑋 Ԧ𝐴 = ∇ ∇. Ԧ𝐴 − ∇2 Ԧ𝐴 7.52 𝐵 = ∇𝑋ර 𝐿 𝜇0𝐼𝑑𝑙′ 4𝜋𝑅 = 𝜇0𝐼 4𝜋 ර 𝐿 ∇𝑋 1 𝑅 𝑑𝑙′ (7.53) Tanto a Lei de Biot-Savart como a Lei de Ampère podem ser deduzidas a partir do conceito de potencial magnético vetorial. Isto será feito usando identidades vetoriais em (7.48) e Como a Lei de Biot-Savart, dada em (7.4), é fundamentalmente sobre a corrente em uma linha, inicia-se a dedução com as equações (7.39) e (7.41). Assim, onde 𝑅 é definido em (7.45). 𝐵 = 𝜇0𝐼 4𝜋 ර 𝐿 1 𝑅 ∇𝑋𝑑𝑙′ + ∇ 1 𝑅 𝑋𝑑𝑙′ (7.54) 1 𝑅 = 𝑥 − 𝑥′ 2 + 𝑦 − 𝑦′ 2 + 𝑧 − 𝑧′ 2 ൗ −1 2 (7.55) Se a identidade vetorial de (7.48) for usada considerando Ԧ𝐹 = 𝑑𝑙 e 𝑓 = Τ1 𝑅, a equação (7.53) torna-se Como ∇ opera em 𝑥, 𝑦, 𝑧 e 𝑑𝑙′ é função de 𝑥′, 𝑦′, 𝑧′ , ∇𝑋𝑑𝑙′ = 0. Também, ∇ 1 𝑅 = − 𝑥 − 𝑥′ 𝑎𝑥 + 𝑦 − 𝑦′ 𝑎𝑦 + 𝑧 − 𝑧′ 𝑎𝑧 𝑥 − 𝑥′ 2 + 𝑦 − 𝑦′ 2 + 𝑧 − 𝑧′ 2 ൗ 3 2 = − 𝑎𝑅 𝑅2 (7.56) onde 𝑎𝑅 é um vetor unitário orientado a partir do ponto fonte até o ponto onde se quer determinar o campo. Portanto, (7.54) (após retirar a “linha” de 𝑑𝑙′) torna-se: 𝐵 = 𝜇0𝐼 4𝜋 ර 𝐿 𝑑𝑙 𝑋 𝑎𝑅 𝑅2 (7.57) ∇𝑋𝐵 = ∇ ∇. Ԧ𝐴 − ∇2 Ԧ𝐴 (7.58) ∇. Ԧ𝐴 = 0 (7.59) ∇2 Ԧ𝐴 = −𝜇0∇𝑋𝐻 ou ∇2 Ԧ𝐴 = −𝜇0 Ԧ𝐽 (7.60) Lei de Biot-Savart Usando a identidade de (7.52) em (7.39), vem Pode-se demonstrar que, para um campo magnético estático, Tal que, após substituir 𝐵 por 𝜇0𝐻 e usar a equação (7.19), a equação (7.58) torna-se Equação Vetorial de Poisson ∇2𝑉 = − ൗ 𝜌𝑣 𝜀 (7.60) ∇2𝐴𝑥 = −𝜇0𝐽𝑥 ∇2𝐴𝑦 = −𝜇0𝐽𝑦 (7.61) ∇2𝐴𝑧 = −𝜇0𝐽𝑧 É similar a equação dePoisson da eletrostática Em coordenadas cartesianas, a equação (7.60) pode ser decomposta em três equações escalares Equações Escalares de Poisson Pode-se demonstrar que a Lei Circuital de Ampère é consistente com a definição de potencial magnético vetorial. Do Teorema de Stokes e da equação (7.39), ∇𝑋∇𝑋 Ԧ𝐴 = −∇2 Ԧ𝐴 = 𝜇0 Ԧ𝐽 ර 𝐿 𝐻. 𝑑𝑙 = න 𝑆 Ԧ𝐽. 𝑑𝑆 = 𝐼 ර 𝐿 𝐻. 𝑑𝑙 = න 𝑆 ∇𝑋𝐻. 𝑑𝑆 = 1 𝜇0 න 𝑆 ∇𝑋 ∇𝑋 Ԧ𝐴 . 𝑑𝑆 (7.62) Das equações (7.52), (7.59) e (7.60), Substituindo esta identidade em (7.62), vem Lei Circuital de Ampère
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