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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS - FMU DIREITO APS - JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL BÁRBARA BRITO DO NASCIMENTO RA: 6787669 SÃO PAULO 2021 RESPOSTA 1: Parecer Jurídico. Interessada: Associação Alfa Referente à: Defesa do direito à saúde de todos. 1. Relatório Trata-se de parecer sobre a defesa do direito à saúde de todos, onde a Associação Alfa mostrou-se inconformada com a negativa do Posto de Saúde Gama e do secretário municipal de saúde do Município Beta, de oferecer atendimento laboratorial adequado aos idosos que procuram por esse serviço. 2. Fundamentação Jurídica O direito relacionado ao objeto do presente parecer vem primordialmente estruturado na Constituição Federal , em especial em seu art. 196 que dispõe da seguinte forma: “Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” Ou seja, diante da resposta do Secretário municipal da saúde de que a comunidade precisa ter paciência e esperar a disponibilização de repasse dos recursos públicos federais, como já destacado anteriormente , e mediante evidentes presença de fumus boni iuris (Fumaça do bom direito que significa onde há fumaça há fogo) e nesse caso o fogo é a ausência da prestação do serviço de atendimento médico), oriento para que haja ingresso da ação civil pública, pela associação Alfa, atendendo disposto na Lei 7.347/85, art. 5°, inciso V, alíneas a e b que diz: “Art. 5° Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: (Redação dada pela Lei nº 11.448, de 2007). V - a associação que, concomitantemente: (Incluído pela Lei nº 11.448, de 2007). b) inclua, entre as suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. (Redação dada pela Lei nº 12.966, de 2014) b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. (Redação dada pela Lei nº 13.004, de 2014)” , ainda em conformidade com o tema segue jurisprudência: Processo AgInt no RMS 63987 / GO AGRAVO INTERNO NO RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA 2020/0173785-3 Relator(a) Ministra REGINA HELENA COSTA (1157) Órgão Julgador T1 - PRIMEIRA TURMA Data do Julgamento 07/12/2020 Data da Publicação/Fonte DJe 11/12/2020 Ementa PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. APLICABILIDADE. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS ENTES FEDERATIVOS PELO FUNCIONAMENTO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. ART. 196 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA E ART. 2º DA LEI N. 8.080/90. OBRIGAÇÃO PRIORITÁRIA DO ESTADO. NÃO PODE SER CONDICIONADO À CONVENIÊNCIA POLÍTICA DO ADMINISTRADOR PÚBLICO. RECURSO ORDINÁRIO PROVIDO. ARGUMENTOS INSUFICIENTES PARA DESCONSTITUIR A DECISÃO ATACADA. APLICAÇÃO DE MULTA. ART. 1.021, § 4º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. DESCABIMENTO. I ? Consoante o decidido pelo Plenário desta Corte na sessão realizada em 09.03.2016, o regime recursal será determinado pela data da publicação do provimento jurisdicional impugnado. In casu, aplica-se o Código de Processo Civil de 2015. II ? Os arts. 196 da Constituição da República e 2º da Lei n. 8.080/90, dispõem que o direito à saúde deve ser uma prioridade do Estado, até porque está intimamente ligado com o direito à vida, fonte de onde irradiam todos os demais direitos fundamentais. III ? A obrigação prioritária do Estado não pode ser negada à parte demandante, que comprovadamente necessita de atendimento médico para melhora de sua qualidade de vida, fato este que não pode ser condicionado à conveniência política do administrador público. IV ? Verifico que o acórdão recorrido está em confronto com orientação desta Corte, segundo a qual é dever do Estado fornecer aos necessitados os tratamentos médicos de que necessitam para sua sobrevivência. V ? O Agravante não apresenta, no agravo, argumentos suficientes para desconstituir a decisão recorrida. VI ? Em regra, descabe a imposição da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do Código de Processo Civil de 2015 em razão do mero desprovimento do Agravo Interno em votação unânime, sendo necessária a configuração da manifesta inadmissibilidade ou improcedência do recurso a autorizar sua aplicação, o que não ocorreu no caso. VII ? Agravo Interno improvido. Acórdão Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da PRIMEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora. Os Srs. Ministros Napoleão Nunes Maia Filho, Benedito Gonçalves, Sérgio Kukina e Gurgel de Faria votaram com a Sra. Ministra Relatora. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Gurgel de Faria. Nesse sentido a melhor orientação é solicitar liminarmente na Ação civil pública que a verba ora utilizada para realizar obras em espaço de lazer do município sejam revertidas a assegurar o direito à saúde dos idosos e de cumprir a competência constitucional conferida para fins de prestação do serviço público de saúde em conformidade com os Art. 30, inciso VII e Art. 230, da Constituição Federal. “Art. 30. Compete aos Municípios: VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.” 3. Conclusão Considerando todo o abordado, em especial pelo disposto no art. 230 da Constituição federal, a demonstrada possibilidade financeira do município Beta em regularizar os atendimentos no posto de saúde Gama alterando a finalidade da verba de lazer para os serviços de saúde. Tem se como conclusão ao presente parecer o mais indicado pela análise jurídica realizada que a Associação Alfa, já visualizando o fumus boni iuris, deve ingressar com Ação civil pública pedindo liminar ao juízo competente para impor ao Município a prestação do serviço de saúde pelo posto outrora mencionado. Salvo melhor entendimento, este é o parecer. Local e data Nome do advogado, número da OAB e assinatura RESPOSTA 2: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA X Associação Alfa, legalmente constituída, com sede no endereço X, representada por seu advogado inscrito na OAB sob n° X, consoante procuração anexo, e-mail X, e com escritório profissional no endereço X, Município Beta, local indicado para receber intimações, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência impetrar: AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO LIMINAR com fundamento na Lei 7.347/85, em desfavor do Município Beta, pessoa jurídica de direito interno, com sede na prefeitura X, endereço X, inscrito no CNPJ X. DOS FATOS A Associação Alfa constituída para entre outros objetivos a defesa à saúde de todos; em decorrência da negativa do posto de saúde Gama em atender adequadamente idosos precisando de atendimento laboratorial e com grande parte desses pacientes de idade avançada correndo risco de morte, decidiu peticionar um requerimento de providências imediatas para a regularização do serviço público de saúde, entretanto mesmo com obras a todo vapor sendo continuadas nas áreas de lazer do mesmo bairro do posto de saúde, o Secretário negou os atendimentos laboratoriais com a justificativa de que a receita do município não fora integralmente realizada através de repasse dos recursos públicos federais. DA LEGITIMIDADE No que diz respeito à legitimidadeativa, a Associação Alfa atende ao disposto no Art. 5º, inciso V, alíneas a e b, da Lei nº 7.347/85, decorre do fato de ter sido constituída há mais de 1 (um) ano e destinar-se à defesa do patrimônio social e do direito à saúde de todos. No que diz respeito à legitimidade passiva, o Município Beta, responsável pela gestão do Posto de Saúde Gama é responsável pela ausência de prestação do serviço de saúde pública. DO DIREITO Nos moldes do artigo 1º, incisos IV e VIII, da Lei nº 7.347/85, é cabível a ação civil pública para definir a responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados ao patrimônio público e social, como é o caso do posto de saúde. Compreende-se que o direito à vida, à saúde e a dignidade dos idosos garantidos pelo art. 1°, inciso III, pelo artigo 5° caput, pelo artigo 6° e artigo 196, da Constituição Federal, estão sendo minados para que sejam realizadas obras públicas em áreas de lazer, entretanto é valido pensar que sem saúde, não há lazer. É dever do município assegurar o direito à saúde dos idosos e de cumprir a competência conferida constitucionalmente para prestação do serviço público de saúde, conforme narrado nos seguintes artigos da Constituição federal: artigo 30, inciso VII, artigo 196 e artigo 230. DO PEDIDO LIMINAR Diante dos fatos, por tudo que fora explanado, não restam dúvidas de que a concessão de tutela antecipada é medida extremamente necessária, em consonância com o artigo
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