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1 30 DE MARÇO Universidade Federal De Rio Grande Engenharia Civil Empresarial Física I Ondas, oscilações e a construção moderna 2 Sumário: Apresentação........................................................................3 Introdução.............................................................................4 Objetivos...............................................................................12 Metodologia..........................................................................14 Perspectivas.........................................................................41 Referências...........................................................................52 3 Ondas, oscilações e a construção moderna Muitos são os desafios para a construção de grandes prédios. A principal dificuldade é a de construir estruturas capazes de suportar ondas e oscilações causadas por terremotos ou fortes rajadas de ventos. Parece impossível, mas mesmo um vento fraco ou um pequeno tremor de terra pode trazer grandes danos a edificações. A engenharia de construções avançou muito no desenvolvimento de materiais mais leves e resistentes para a construção, bem como materiais que adaptem com mais facilidade e flexibilidade à esses fatores adversos. O projeto será constituído no fato ocorrido em 2018 em Balneário Camboriú SC, no edifício Millenium Palace, apresentando como tema o sistema construtivo sólido e seguro contra as oscilações/ondas, baseado em diversos testes, como por exemplo o ensaio em túnel de vento, no qual irei elucidar, assim como citarei modelos de arranha-céus internacionais, desenvolvido com tecnologia de ponta, com a metodologia avançada e teste certificados para credibilizar estas edificações. Professor Jorge Luiz Pimentel Jnr. Aluna Keruline Pinto Rodrigues Matrícula 143826 Turma F 4 Introdução Mesmo com a evolução constante dos estudos, é preciso afirmar que ainda é muito difícil definir as ações dos efeitos do vento nos edifícios, devido à complexidade da interação do fluxo com as estruturas. Como é de se esperar, usar a tecnologia que é empregada em edifícios menores para erguer arranha-céus de quase 1 km de altura não funciona e poderia resultar em desastres monumentais. O problema é que existem várias forças atuando sobre esses edifícios e, conforme a altura, isso fica ainda mais crítico. As mega estruturas inteligentes são edifícios e construções que podem se adaptar sozinhos a diversos desastres com o mínimo de dano. Para conseguir fazer um prédio dessas proporções, é preciso calcular cada detalhe: o formato do edifício para que ele absorva o impacto do vento, os materiais usados, as saídas de emergência, o tipo de tecnologia empregado para combater eventos de acordo com a geografia do lugar etc. Para uma construção normal, a maior parte dos acontecimentos do dia a dia não chega a afetar a estrutura do prédio ou da casa. Porém em um edifício de proporções tão grandes quanto as do Burj Khalifa, por exemplo, existem perigos extras que precisam ser levados em conta, como o vento. Burj Khalifa, em Dubai, o maior edifício do mundo atualmente. (Fonte da imagem: Economic Times) Figura: 1 Não se trata de um vento forte como um furacão — mas sim um vento normal do dia a dia! Esse fenômeno tão natural e praticamente inofensivo para casas e prédios de alturas mais baixas é algo que poderia ser a causa de um acidente sem precedentes, caso os engenheiros não se preocupassem durante a construção de um desses mega edifícios. Sem a resistência dos prédios ao redor, a parte de cima de um arranha-céu sofre com ventos muito mais fortes. Além disso, por não ter um ponto de apoio fixo no topo, ele pode balançar vários metros para os lados ou, em casos extremos, quebrar e simplesmente cair no meio da cidade. 5 Comparação dos edifícios mais altos do mundo atual (Fonte da imagem: Epoch Times) Figura: 2 Todavia a engenharia tem evoluído bastante a ponto de conseguir superar até os maiores desafios — que, em uma construção de porte tão grande, também são imensos. Surgindo consecutivamente soluções inteligentes para driblar os perigos do dia a dia e conseguir também mais segurança para áreas de riscos que sofrem com desastres naturais. Algumas estruturas, particularmente aquelas que são altas ou esbeltas, respondem dinamicamente aos efeitos do vento. As rajadas ou flutuações da velocidade do vento em período curtos, não são suficientemente altas para gerar efeitos relevantes em estruturas baixas, que possuem frequência próprias altas. No entanto, podem ficar em faixas de frequência suficientemente altas, capazes de gerar efeitos de ressonância em estruturas com frequências próprias baixas, como as estruturas seletas. Outras características das rajadas em períodos curtos é que elas são menores, porém com frequências mais altas se comparadas a velocidade média. No Brasil é muito raro que ventos fortes cheguem a se tornar furacões, mas isso não quer dizer que não existam desastres relacionados a esse evento natural. Recentemente causou grande impacto nas redes sociais um vídeo mostrando o movimento da água em uma piscina interna no edifício Millenium Palace, em Balneário Camboriú. O edifício com 46 andares e 177 metros de altura é um dos mais altos do Brasil. No vídeo, é possível ver a água oscilando e saindo pelas bordas da piscina devido à vibração do prédio submetido a rajadas de vento que atingiram 90 km/h. Como consequência, muitas pessoas ficaram alarmadas e muitas opiniões diferentes surgiram mesmo entre os engenheiros estruturais. O fenômeno observado na piscina é conhecido como “sloshing” em inglês, que poderíamos traduzir como um escorregamento ou movimento da água, é o movimento que ocorre na superfície livre dos líquidos contidos em reservatórios quando estes são submetidos a alguma oscilação, translação ou combinação de ambos os movimentos. A modelação da interação dinâmica, as forças e oscilações decorrente entre o fluido e a estrutura serão abordados no próximo capítulo. https://www.mackenzie.br/processos-seletivos/vestibular-graduacao/alphaville/?idtag=bcb954c9-e937-4afb-ba4b-9e398f28f08a 6 Millenium Palace localizado em BC um dos edifícios mais altos do País (Fonte da imagem: Gazeta Do Povo) Figura: 3 Edificações em geral estão expostas às forças de vento, de origem dinâmica, que podem ocasionar acidentes ou danos estruturais e dependem de diversos fatores, como a forma da construção, disposição e dimensões das aberturas, tipo de estrutura, grau de exposição da construção, dentre outros. O interesse neste assunto tornou-se maior pelo fato da tecnologia computacional permitir que estudos mais precisos sejam feitos nos projetos de engenharia estrutural, tornando possível que edifícios cada vez mais altos e mais esbeltos sejam construídos. A geometria esbelta das edificações somada à sua leveza estrutural é possível graças ao emprego de materiais mais resistentes. O avanço no conhecimento das propriedades dos materiais e as técnicas modernas da construção civil fazem o mundo da arquitetura e da engenharia ser cada vez mais ousado nas suas criações, tendo como resultado estruturas de menor rigidez estrutural, nas quais a ação do vento passa a ter uma importância maior por surgirem efeitos dinâmicos de importância como oscilações e vibrações. O estudo da ação do vento nas edificações deve considerar, portanto, a solicitação estática, que depende da sua velocidade média, e as flutuações da sua velocidade. Estas flutuações são conhecidas na engenharia como rajadas ou turbulências. As rajadas do vento dão origem a vibrações devido às diversas formas com que a sua força atua na estrutura, produzindo um carregamento aleatório de curta duração que dificulta a análise diretados esforços. Na análise de estruturas submetidas à ação de pressão do vento podem ser utilizados modelos de um grau de liberdade, para simulações mais simplificadas, e modelos com vários graus de liberdade, que permitem a consideração de sistemas estruturais mais complexos. Dada a diversidade de solicitações de interesse na análise estrutural, dificilmente se chegará a um método ideal para um caso genérico, sendo conveniente estudar o maior número possível de suas características para melhor definir sua viabilidade e possibilidades de emprego. 7 PORQUE ESTUDAR OSCILAÇÕES E ONDAS Os fenômenos ondulatórios estão entre os fenômenos físicos mais importantes. Para esclarecer essas dúvidas precisamos, inicialmente, entender o que é uma onda. Uma onda é basicamente uma perturbação oscilante que se propaga no espaço. Sendo assim, vemos que uma onda está diretamente ligada a uma oscilação, por isso, para estudar uma onda e entender suas aplicações iremos primeiramente estudar as oscilações. Em qual contexto a disciplina de Física se enquadra dentro do curso? Para entender as oscilações e ondas iremos usar de base a mecânica clássica e o eletromagnetismo. Já com os conhecimentos obtidos em Física, podemos usá-la de base para entender a óptica e a mecânica quântica. Como isso pode ser feito e como todos esses e outros exemplos se relacionam? 1) Primeiramente, já somos capazes de trabalhar com forças, e sabemos que se tivermos uma força conservativa teremos uma energia potencial associada, e se soubermos essa energia, então seremos capazes de, por exemplo, prever e descrever o movimento do sistema. 2) O que acontece é que, apesar dos exemplos serem distintos, todos podem ser descritos por uma energia potencial comum, ou por uma mesma equação diferencial do tipo: Equação: 1 A importância de se entender essas equações, sua solução e seu significado físico, se deve ao fato de que, para descrever sistemas muito mais complexos à primeira vista, se estes forem descritos pela mesma equação matemática que descreve um sistema simples, como o de um pêndulo simples, então poderemos usar os mesmo resultados e conceito aprendidos. Se tivermos uma força F(x) conservativa, então teremos uma energia potencial descrita por uma função qualquer U(x). Note que ao escrever F(x), a força é vetorial, mas no exemplo possui somente 1 dimensão (sistema se move somente ao longo de x), porém, isso não é uma regra. F(x) e U(x) se relacionam por: Equação: 2 Seja então uma energia potencial de um sistema qualquer descrita por uma curva como mostrada na Figura ?: 8 Figura: 3 O que podemos dizer sobre esse sistema? O que acontece se, por exemplo, uma partícula nesse sistema possuir energia E0 (no ponto A, onde x = x0)? Qual será o seu movimento? Como estará no ponto de menor energia (mínimo), a partícula deverá estar parada. Isso porque no ponto de mínimo: Equação: 3 O que acontece se a partícula possuir energia E1 (no ponto B)? Neste caso, ela não estará na situação de menor energia, logo terá energia para se mover: haverá conversão de energia potencial em energia cinética. No ponto x0 (ponto de equilíbrio) a partícula percebe uma força nula. Já próximo a x0 a partícula irá oscilar em torno de x0. Em torno de A podemos aproximar U(x) por uma parábola, ou seja, U(x) ∝ x2, logo F(x) ∝ x. Logo: A força F(x) é proporcional ao deslocamento. Relação que é conhecida como lei de Hooke, que irá descrever um oscilador harmônico simples, como um sistema massa-mola ou um pêndulo simples. Ou seja, em certas ocasiões e condições, posso descrever um sistema complexo, com uma dada energia potencial U(x) por um oscilador harmônico, exemplo: sistema massa-mola. Observação: Qualquer sistema na vizinhança de uma posição de equilíbrio pode ser descrito por um oscilador harmônico. Como colocar um sistema para oscilar? Nem toda força gera uma oscilação. Basicamente, para colocar o sistema para oscilar, será necessário aplicar uma força que o tire de sua posição de menor energia e o eleve para uma posição de maior energia. A partir deste ponto, será analisado com maior dimensionamento sobre ondas, oscilações e como estas interferem e resultam nas construções; explicando cientificamente e observando como as construções esbeltas e modernas estão buscando novos métodos e teconologias para destrinchar os problemas provenientes. 9 Quais são as clafissicações das ondas, representações e as suas respectativas funções? Mapa mental Ondulatória Figura: 4 Quanto as oscilações quais suas caracteristícas? Mapa mental MHS Figura: 5 Mapa mental MCU Figura: 6 10 Oscilações simples (MHS) A descrição do movimento pode ser escrita da forma: Equação: 4 Sim, é exatamente igual à descrição de uma onda harmônica, e ambas estão estritamente relacionadas. Os pontos de uma corda realizam um movimento oscilatório quando a onda se propaga por ela. E do mesmo jeito, podemos achar a velocidade e a aceleração derivando: Equação: 5 Observe agora uma relação interessante: Equação: 6 Por que isso é tão importante? Essa é a equação diferencial que dá origem ao movimento oscilatório. Uma equação diferencial é uma equação que relaciona a variável com suas derivadas, em vez de suas potências. Sua resolução é muito mais complexa, portanto nesta matéria as soluções são dadas. O principal é saber montar a equação e identificar qual solução é de qual caso e conhecer todos os parâmetros. Obtenção da equação diferencial Olhando pra carinha da equação que obtivemos acima, temos uma dica: envolve aceleração. O que mais tem aceleração? Sim, F = ma. O exemplo mais simples possível: Massa-mola Equação: 7 Comparando com a outra equação, obtemos que: Equação: 8 A relação com o período, obtemos uma relação famosa: Equação: 9 Não estamos restritos somente à movimentos lineares. Poderíamos fazer a mesma coisa com ângulo e aceleração angular, que é o caso do pêndulo: No caso angular, O torque da força peso é . O momento de inércia da massa pontual é mL². Portanto, a equação fica: Equação: 10 Sem utilizar a aproximação de pequenos ângulos, o pêndulo não é mais uma oscilação simples. 11 Oscilações Amortecidas (MHA) Uma oscilação amortecida nada mais é uma oscilação simples, mas com atrito. Se modelarmos o atrito de forma que ele seja proporcional à velocidade, a equação diferencial fica um pouco mais complicada. A equação diferencial é da forma: Equação: 11 Note que temos dois parâmetros agora: 1, que representa o atrito, e que representa a tendência de oscilação. Durante a resolução da equação, aparece uma equação do segundo grau, e portanto temos 3 possibilidades para a solução, e damos nomes para elas: Amortecimento subcrítico Acontece quando: Equação: 12 Único caso onde há oscilação. ω: frequência de oscilação real, aquela que realmente ocorrerá ω0: frequência de oscilação natural, recebe esse nome pois é a frequência original sem o amortecimento. A equação do movimento é dado por: Equação: 13 Amortecimento crítico Acontece quando: Equação: 14 Neste caso, não há oscilação. O sistema retorna ao ponto de equilíbrio no tempo mínimo possível dentre os 3 casos de amortecimento. A equação do movimento é dada por: Equação: 15 Amortecimento supercrítico Acontece quando: Equação: 16 Também não há oscilação. O sistema volta ao estado de equilíbrio seguindo uma exponencial. A equação do movimento é dada por: Equação: 17 12 Objetivos O Millennium Palace é um edifício de apartamentos de alto luxo na cidade de Balneário Camboriú, Estado de Santa Catarina, que até maio de 2018 era o edifício mais alto doBrasil, com 177,3 metros de altura arquitetônica (que inclui elementos estruturais e decorativos, mas não mastros e antenas) e 46 andares acima do solo. Localizado na Avenida Atlântica, 2670, de frente para a praia, na área central da cidade, foi inaugurado em 9 de agosto de 2014, tendo quase o dobro da altura dos prédios vizinhos. “Ventos fazem o prédio balançar” - O edifício ficou ainda mais famoso em janeiro de 2018, depois que um vídeo viralizou na internet mostrando a piscina de um dos apartamentos transbordando devido ao balanço do prédio. Apesar de as imagens do vídeo serem impressionantes, elas não necessariamente indicam que a estrutura do prédio esteja comprometida. Quem explica é Ricardo Dias, engenheiro civil com mestrado na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP) e professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). De acordo com o especialista, forças horizontais como o vento produzem deslocamentos laterais nos edifícios. Os materiais estruturais apresentam certa elasticidade, não sendo completamente rígidos. Isso faz com que todo prédio tenha uma vibração — que pode ser mais ou menos perceptível, de acordo com a altura que a pessoa está na estrutura. Piscina privativa do apartamento (Fonte da imagem: Rede Peperi) Figura: 7 O limite do quanto esse prédio pode “vibrar” é estabelecido de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para concreto armado. Segundo a estimativa do engenheiro, feita com base na altura do prédio, o Millenium Palace pode ter cerca de 10 centímetros de deslocamento lateral devido ao vento no topo. “É bastante. Isso não danifica a estrutura quando dentro do limite, mas elementos móveis presos nessa estrutura acabam sentindo. Em edifícios muito altos, por exemplo, quadros podem ficam tortos porque o edifício vibra pelo vento”, afirma. “Pela escala do edifício, é muito factível que o projeto tenha feito todas as verificações dentro das normas”. Quadros, lustres e água em reservatórios são alguns dos elementos que podem dar uma sensação de que a vibração está exagerada. Além disso, quanto mais distante a pessoa se encontra do térreo — e, naturalmente, da fundação da estrutura —, maior a sensação do movimento. Segundo o professor da PUCPR, o dano causado por uma falha nas normas de engenharia por conta do vento seria imediato se sujeito a valores não considerados no projeto. “Edifícios que tenham movimentos laterais excessivos dariam indícios através de fissuras em paredes. Durante a própria construção já se começa a sentir se o prédio tem essa percepção com relação ao vento”, aponta Dias. https://pt.wikipedia.org/wiki/Edif%C3%ADcio https://pt.wikipedia.org/wiki/Apartamento https://pt.wikipedia.org/wiki/Balne%C3%A1rio_Cambori%C3%BA https://pt.wikipedia.org/wiki/Balne%C3%A1rio_Cambori%C3%BA https://pt.wikipedia.org/wiki/Unidades_federativas_do_Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Santa_Catarina https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Avenida_Atl%C3%A2ntica_(Balne%C3%A1rio_Cambori%C3%BA)&action=edit&redlink=1 13 Fachada Millenium Palace (Fonte da imagem: Millenium Designer Projeto) Figura: 8 Depois da tempestade, o Millennium Palace passou por uma vistoria que constatou que estava tudo em ordem. Além disso, diversos arquitetos foram ouvidos pela imprensa e disseram que oscilações como essa são normais e, inclusive, esperadas, mas não causam danos à estrutura. Claro que sempre que estiverem dentro de limites especificados em normas técnicas e previstas no projeto do edifício. Geralmente, essas oscilações passam despercebidas pelos moradores, mas elementos móveis, como a piscina desse apartamento, podem tornar esse balanço mais evidente. Ainda de acordo com a construtora, o Millennium Palace passou por ensaios de túnel de vento com a empresa BRE, na Inglaterra, para testar a segurança do prédio. “Prédios altos, principalmente como os edifícios de Balneário Camboriú, são projetados para suportar ventos muito superiores ao máximo valor previsto. O objetivo deste trabalho é o estudo do comportamento dinâmico na direção do vento de um edifício alto em concreto armado. O prédio tem uma altura total de 177 metros, com geometria uniforme. Foram avaliados os deslocamentos, os esforços em elementos estruturais e as acelerações em diversos níveis do edifício. O estudo busca principalmente observar as características de variação de carregamento do vento nos edifícios altos e a definição de carregamentos que permitam analisar a resposta estrutural no domínio do tempo, buscando uma representação com maior aproximação da realidade. Possibilita, assim, a avaliação dos efeitos oscilatórios da estrutura, como a aceleração das suas partes e o conforto dos usuários, sendo os valores comparados com as recomendações disponíveis na literatura sobre o tema. Bem como o estudo e definição das ondas e oscilações. 14 Metodologia Para dar início à tese, precisamos tratar inicialmente da teoria física das Ondas e oscilações por meio de um breve resumo (explicação). OSCILAÇÕES MHS e MHA (Movimento Harmônico Simples e Amortecido) Todo MHS acontece quando uma força impele um corpo em movimento a voltar para uma posição de equilíbrio. Alguns exemplos de MHS são o pêndulo simples e o oscilador massa- mola. Em movimento harmônico simples, a energia mecânica do corpo é sempre mantida constante, mas suas energia cinética e potencial intercambiam-se: quando a energia cinética é máxima, a energia potencial é mínima e vice-versa. Sistemas do MCU/MHS Figura: 9 No movimento harmônico simples, a posição do corpo é uma função periódica. As grandezas mais importantes no estudo do MHS são aquelas que são usadas para escrever as funções horárias do MHS. As funções horárias nada mais são que equações que dependem do tempo como variável. Confira as principais grandezas do MHS: Amplitude (A): mede a maior distância que o corpo em oscilação é capaz de chegar em relação à posição de equilíbrio. A unidade de medida da amplitude é o metro (m); Frequência (f): mede a quantidade de oscilações que o corpo realiza a cada segundo. A unidade de medida da frequência é o hertz (Hz); Equação: 18 Período (T): tempo necessário para que o corpo realize uma oscilação completa. A unidade de medida do período é o segundo (s); https://brasilescola.uol.com.br/fisica/forca.htm https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/medindo-gravidade-com-um-pendulo-simples-sala-aula.htm https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/fisica/o-que-e-energia-mecanica.htm https://brasilescola.uol.com.br/fisica/energia-cinetica.htm https://brasilescola.uol.com.br/fisica/energia-potencial.htm 15 Frequência angular (ω): mede a rapidez em que o ângulo de fase é percorrido. O ângulo de fase corresponde à posição do corpo em oscilação. Ao final de uma oscilação, o corpo terá varrido um ângulo de 360º ou 2π radianos. ω – frequência ou velocidade angular (rad/s) Δθ – variação do ângulo (rad) Equação: 19 Equações gerais do MHS, começando pelas equações de posição, velocidade e aceleração. → Equação da posição no MHS Esta equação é usada para calcular a posição do corpo que desenvolve um movimento harmônico simples: x(t) – posição em função do tempo (m) A – amplitude (m) ω – frequência angular ou velocidade angular (rad/s) t – tempo (s) φ0 – fase inicial (rad) Equação: 20 → Equação da velocidade no MHS A equação da velocidade do MHS deriva da equação horária da posição e é dada pela expressão a seguir: Equação: 21 → Equação da aceleração no MHS A equação da aceleração é bastante parecida com a equação da posição: Equação: 22 Além das equações mostradas acima, que são gerais, existem algumas equações específicas, utilizadas para calcular a frequência ou o período dos osciladores massa-mola e também do pêndulo simples.Oscilador massa-mola No oscilador massa-mola, um corpo de massa m é preso a uma mola ideal de constante elástica k. Quando retirado da posição de equilíbrio, a força elástica exercida pela mola faz com que o corpo passe a oscilar em torno dessa posição. A frequência e o período de oscilação podem ser calculados por meio das fórmulas a seguir: k – constante elástica da mola (N/m) m – massa do corpo Equação: 23 https://brasilescola.uol.com.br/fisica/aceleracao.htm 16 Analisando a fórmula acima, é possível notar que a frequência de oscilação é proporcional à constante elástica da mola, ou seja, quanto mais “dura” for a mola, mais rápido será o movimento de oscilação do sistema massa-mola. Pêndulo simples O pêndulo simples consiste em um corpo de massa m, preso a um fio ideal e inextensível, colocado para oscilar em ângulos pequenos, na presença de um campo gravitacional. As fórmulas utilizadas para calcular a frequência e o período desse movimento são as seguintes: g – aceleração da gravidade (m/s²) l – comprimento do fio (m) Equação: 24 A partir das equações acima, percebe-se que o período do movimento de um pêndulo depende apenas do módulo da gravidade local e também do comprimento desse pêndulo. À esquerda temos um relógio de pêndulo. À direita, o movimento oscilatório realizado por ele. Figura: 10 Energia mecânica no MHS O movimento harmônico simples só é possível graças à conservação da energia mecânica. A energia mecânica é a medida da soma da energia cinética e da energia potencial de um corpo. No MHS, a todo momento, tem-se a mesma energia mecânica, entretanto, ela se expressa periodicamente na forma de energia cinética e energia potencial. EM – energia mecânica (J) EC – energia cinética (J) EP – energia potencial (J) Equação: 25 A fórmula mostrada acima expressa o sentido matemático da conservação da energia mecânica. Em um MHS, em quaisquer instantes, final e inicial, por exemplo, a soma das energias cinética e potencial é equivalente. Esse princípio pode ser visualizado no caso do pêndulo simples, que apresenta energia potencial gravitacional máxima, quando o corpo se encontra nas posições extremas, e energia cinética máxima, quando o corpo se encontra no ponto mais baixo da oscilação. https://brasilescola.uol.com.br/fisica/a-aceleracao-gravidade.htm 17 MHA - As oscilações harmônicas simples ocorrem em sistemas conservativos. No entanto, na prática sempre existe dissipação de energia. Assim, no caso de um pêndulo, as oscilações se amortecem devido à resistência do ar. As oscilações de um líquido em um tubo em U se amortecem devido à viscosidade do líquido. As vibrações de um diapasão produzem um som audível porque são comunicadas ao ar, gerando ondas sonoras. A energia utilizada para isto provém do oscilador, dando origem a amortecimento por emissão de radiação sonora. Como já conhecido, a resistência de um fluido, como o ar, ao deslocamento de um obstáculo, é proporcional à velocidade para velocidades suficientemente pequenas, o que se aplica a pequenas oscilações. Portanto, quando o movimento de um oscilador é reduzido por uma força externa, dizemos que o oscilador e seu movimento são amortecidos. Em muitos sistemas que vibram a força de atrito Fa pode ser modelada como sendo proporcional à velocidade v do objeto, onde b é uma constante de amortecimento: Fa = −bv Equação: 26 Em termos de energia, para um oscilador não amortecido, esta é constante. Se o oscilador é amortecido, a energia mecânica não é constante e diminui com o tempo. Casos de amortecimento O valor da frequência natural ω 0 determina criticamente o comportamento do sistema. Nesse sentido, um oscilador harmônico amortecido pode ser: Supercrítico ( ω 0 < ): O sistema retorna (decai exponencialmente) para o estado estável sem oscilar. Neste caso, aparecerá na frequência final um termo real de forma que a oscilação não mais existirá (seno ou cossenos hiperbólicos). Criticamente amortecido (ω 0 ≈ ): O sistema retorna para o estado estável tão rapidamente quanto possível sem oscilar. Isto é frequentemente desejado para o amortecimento de sistemas como os de portas. Outra aplicação para este tipo de amortecimento é o uso de balanças, onde ao ser efetuada uma pesagem, espera-se que a leitura estabilize-se no menor tempo possível ao invés de ficar oscilando por um longo período Subamortecido (ω 0 > ): O sistema oscila (com uma freqüência levemente diferente que o do caso não amortecido) com a amplitude gradualmente decrescendo a zero. Neste caso, a solução de seno ou cosseno escrita em números complexos possui um expoente imaginário. Figura: 11 https://pt.wikipedia.org/wiki/Decaimento_exponencial 18 ONDAS São perturbações que se deslocam no espaço transportando, exclusivamente, energia de um ponto a outro, sem realizar transporte de matéria. Existem ondas de natureza mecânica, eletromagnética e gravitacional. Quanto à sua propagação, podemos classificar três tipos de ondas: ondas unidimensionais, bidimensionais e tridimensionais. Quanto à direção de perturbação, são divididas em ondas transversais e longitudinais. Propriedades das ondas Independente de qual for a natureza, forma de propagação ou perturbação, todas as ondas apresentam as mesmas propriedades: frequência, comprimento de onda, amplitude, velocidade e período. A figura abaixo apresenta uma onda e seus elementos. Figura: 12 Nessas figuras, é possível observar alguns elementos importantes das ondas. Figura: 13 Comprimento de onda O comprimento de onda é representado pelo símbolo λ e equivale ao espaço que as ondas percorrem até que realizem uma oscilação completa. O comprimento de onda também é definido como a distância entre dois vales consecutivos, duas cristas consecutivas ou três nós consecutivos. Os nós são posições do meio que permanecem em repouso durante a propagação da onda. No Sistema Internacional de Unidades (SI), o comprimento de ondas é uma grandeza definida em metros (m). https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/fisica/o-que-e-onda.htm 19 Frequência A frequência da onda é dada pelo número de oscilações que ela realiza a cada segundo. No Sistema Internacional, essa grandeza é medida em s-1 (inverso de segundo), que é equivalente a hertz (Hz). Por exemplo: uma onda de 20 Hz realiza vinte oscilações completas a cada segundo. Período O período de uma onda é o intervalo de tempo que ela leva para realizar uma oscilação completa. No SI, essa grandeza é medida em segundos (s). Além disso, as propriedades período e frequência podem ser relacionadas pela seguinte expressão: T = período (s) f = frequência (Hz ou s-1) Equação: 27 Velocidade de propagação A velocidade da onda depende do meio em que ela se propaga. No Sistema Internacional de Unidades, ela é medida em metros por segundo (m/s). Além disso, essa grandeza guarda uma relação matemática com as grandezas frequência (ou período) e comprimento de onda: v = velocidade de propagação da onda (m/s) λ = comprimento de onda (m) f = frequência (Hz ou s-1) Equação: 28 Amplitude A amplitude da onda está relacionada à sua intensidade. Por exemplo, quando o volume do som está alto, as ondas sonoras estão sendo produzidas com altas amplitudes. A amplitude é medida como a distância da posição de equilíbrio até a altura de uma crista ou de um vale. Propagação das ondas As ondas podem propagar-se nas três direções do espaço, no entanto, algumas ondas podem deslocar-se em um número menor de dimensões, como as ondas unidimensionais e as ondas bidimensionais. O número de direções nas quais uma onda propaga-se pode ser determinado pela geometria do meio em que ela se encontra e pela polarização da onda (nos casos em que ela seja polarizável). Ondas unidimensionais: são perturbações que se propagam apenas em uma direção do espaço.Exemplo: ondas formadas em uma mola pressionada para frente ou para trás. Ondas bidimensionais: ondas que se propagam nas superfícies, portanto, deslocam-se em duas direções do espaço simultaneamente. Ondas tridimensionais: são ondas que se deslocam nas três direções do espaço ao mesmo tempo, em formatos esféricos e concêntricos à sua fonte. Perturbação De acordo com a relação entre a direção da perturbação que origina uma onda e a direção que essa onda irá propagar-se, é possível classificar as ondas como longitudinais ou transversais. https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/fisica/o-que-e-polarizacao.htm https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/fisica/o-que-e-onda.htm https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/fisica/o-que-e-onda.htm 20 Tipos de ondas Figura: 14 Natureza da onda As ondas podem ter natureza mecânica, eletromagnética ou gravitacional, onda progressiva. A principal em meio ao âmbiente estrtural deste trabalho é a onda mecânica e progressiva, logo abaixo a explicação. Ondas mecânicas: Essas ondas não se propagam no vácuo, tratam-se de perturbações que só podem propagar-se em algum meio preenchido por matéria, como água, ar, metais e etc. Exemplos: sons e terremotos. Ondas sonoras propagando-se pelo ar através da vibração de um diapasão. Figura: 15 Ondas progressivas: São aquelas em que a configuração da onda se move, observamos que há propagação de pulsos. Nelas há transporte de energia e momento linear de um extremo de um ponto a outro do meio. https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/fisica/o-que-e-onda.htm 21 Onda progressiva unidimensional com a passagem do pulso Figura: 16 Equação da velocidade da onda progressiva Figura: 17 Ressonância: É um fenômeno físico que ocorre quando uma força é aplicada sobre um sistema com frequência igual ou muito próxima da frequência fundamental desse sistema. A ressonância ocasiona um aumento na amplitude de oscilação maior do que aquele ocasionado por outras frequências. Um exemplo simples que podemos dar é o da ressonância de sistemas mecânicos. Para colocarmos um balanço em repouso para oscilar, é interessante que apliquemos uma força sobre ele periodicamente sempre que ele se encontrar em seu ponto mais alto. Fazendo isso, o sistema passará a oscilar em amplitudes cada vez maiores. Entretanto, se a força for aplicada com uma frequência diferente, não teremos a mesma eficiência em fornecer energia a esse balanço. Ressonância sonora ou acústica: Acontece quando uma fonte emissora consegue emitir ondas em frequências muito próximas à frequência de oscilação natural de um receptor. Essa frequência natural, também conhecida como frequência fundamental, corresponde ao número de oscilações por segundo capaz de produzir harmônicos, isto é, frequências de ondas capazes de interferir construtivamente sobre elas mesmas, produzindo um significativo aumento de sua amplitude. https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/fisica/o-que-e-frequencia-e-periodo.htm 22 As notas musicais são exemplos de harmônicos. Cada nota musical corresponde a um harmônico, e cada harmônico é um múltiplo da frequência fundamental do instrumento. Chamamos de frequência fundamental a menor frequência capaz de produzir ondas estacionárias em um instrumento musical. Tomemos como exemplo a ressonância nas cordas de violão: se controlarmos a tração aplicada sobre a corda, afrouxando ou puxando suas tarraxas, e o seu comprimento, pressionando-a em alguma de suas casas, podemos selecionar o harmônico que será produzido. A produção desses harmônicos acontece quando colocamos a corda para oscilar. Nesse momento, duas ondas propagam-se pela corda em sentidos opostos. Quando refletidas pelas extremidades da corda, essas ondas somam suas amplitudes (esse fenômeno é chamado de interferência). Essa vibração é, então, transmitida para o ar, produzindo o som das notas musicais. A frequência fundamental de uma corda de violão pode ser calculada por meio da seguinte expressão matemática: f – frequência do harmônico n – número do harmônico L – comprimento da corda F – tração aplicada sobre a corda μ – densidade linear da corda m – massa da corda Equação: 29 As frequências produzidas pelas cordas de violão são determinadas pela densidade linear (μ) da corda, pela tração que é aplicada sobre ela (F) e pelo seu comprimento (L). A ressonância sonora também acontece nos instrumentos de sopro. Esses instrumentos contam com uma cavidade ressonante chamada tubo sonoro. Existem dois tipos de tubos sonoros: abertos e fechados. Enquanto os tubos sonoros fechados têm uma de suas extremidades fechada, os tubos sonoros abertos possuem abertura em seus dois lados. Nos tubos sonoros, as ondas sonoras refletem nas paredes do tubo e ressoam, produzindo harmônicos. O cálculo que usamos para determinar a frequência emitida por um tubo sonoro depende se esse tubo é aberto ou fechado. Observe: f – frequência do harmônico v – velocidade do som no ar n – número do harmônico L – comprimento do tubo Equação: 30 Usando as equações mostradas acima, podemos determinar facilmente quais comprimentos de um tubo sonoro fechado produzem harmônicos. Para tanto, é necessário utilizar um aparato experimental como o da figura a seguir: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/ondas-estacionarias.htm https://brasilescola.uol.com.br/fisica/ondas-estacionarias.htm https://brasilescola.uol.com.br/fisica/o-fenomeno-interferencia.htm https://brasilescola.uol.com.br/fisica/ondas-sonoras.htm 23 Aparato experimental Figura: 18 Esse aparato consiste em um reservatório de água que se comunica com o tubo sonoro por meio de uma pequena mangueira. Alterando a altura do reservatório, é possível controlar o comprimento do tubo. Em seguida, basta aproximar um diapasão vibrando desse tubo, alterando a altura do reservatório até que se note um nítido aumento da intensidade sonora. Assim, será possível saber quais comprimentos do tubo resultam em ressonância e, consequentemente, na produção de harmônicos. Outro experimento bastante conhecido é aquele que envolve quebrar uma taça ao cantar determinadas notas musicais. Isso só é possível quando cantamos exatamente na frequência fundamental ou em um múltiplo dessa frequência. Se o estímulo sonoro for mantido por tempo suficiente, as moléculas presentes na taça passarão a oscilar em amplitudes cada vez maiores até que a taça quebre. Para que duas taças idênticas entrem em ressonância, basta produzirmos uma vibração em uma delas, a qual será transmitida pelo ar para a taça vizinha. Figura: 19 Ondas sonoras: são vibrações mecânicas perceptíveis ao ouvido humano. Vibrações que penetram os ouvidos e se propagam em sólidos, líquidos e gases. Estão presentes em nosso dia a dia e, dependendo da frequência, são capazes de gerar diversas sensações como a tranquilidade ou estresse. O ser humano é capaz de ouvir frequências entre 20 Hz até 20000 Hz. Quando expostos a altos níveis sonoros, as pessoas podem apresentar problemas auditivos, como o zumbido, ou até perder a audição. As ondas sonoras transportam energia (mas não matérias) e sofrem movimentações de variadas espécies à medida que se difundem no ambiente. Em certos meios (gasoso, líquido ou sólido) elas se propagam a partir das variações da pressão e são longitudinais e tridimensionais. https://brasilescola.uol.com.br/fisica/acustica.htm 24 Saiba mais sobre as características das ondas sonoras: • São mecânicas: precisam de um meio de propagação, ou seja, necessitam de um meio material para transportar energia, desta forma não se propagam no vácuo; • Longitudinais: o som se propaga na mesma direção em que a onda se desloca; • Tridimensionais: assim como a luz, é capaz de se difundir em todas as direções e ocupam todo o espaço. Qualidades fisiológicas estão relacionadas às sensações que o som produz. São elas:• Altura: característica que define se o som é agudo ou grave. Quando agudo, o volume será alto e terá uma frequência maior. Quando grave, o volume será baixo e terá uma frequência também baixa. • Intensidade: relacionada à quantidade de energia liberada pelas ondas sonoras e que atravessa uma área e um intervalo de tempo. É o que distingue os sons fracos dos fortes, ou seja, quanto mais aberta for a energia de vibração, mais intenso será o som. • Timbre: composição das frequências que permite criar um tom característico. Essa propriedade permite distinguir dois ou mais sons com a mesma intensidade e altura, pois o formato das ondas é diferente em cada fonte. • Velocidade do som A velocidade de propagação das ondas sonoras depende da temperatura e do estado físico do meio em que vai se propagar. Assim, a velocidade será maior em temperaturas elevadas. Além disso, são altas em meios sólidos, médios em líquidos e menores nos gasosos. Vsólidos > Vlíquidos > Vgases. Meios de propagação Figura:20 25 Equação para cálculo da velocidade do som: Na equação da velocidade do som é preciso conhecer a distância percorrida e o intervalo de tempo. Vs = velocidade do som S = distância percorrida t = intervalo de tempo Equação: 31 Também é possível encontrar a velocidade com a equação fundamental das ondas. λ= comprimento da onda Vs = velocidade do som f = frequência Equação: 32 Equação para cálculo da intensidade: Para calcular é necessário saber a quantidade de energia liberada, a área e o intervalo de tempo. I = Intensidade E = quantidade energia A = área t = intervalo de tempo Equação: 33 A intensidade também é calculada através da equação: I = intensidade P = potência A = área Equação: 34 Interferência: podemos dizer que quando duas ou mais ondas chegam ao mesmo tempo a um ponto em comum de um meio, ocorre o fenômeno da interferência, ou seja, as ondas se superpõem naquele ponto, originando um efeito que é o resultado da soma algébrica das amplitudes de todas as perturbações no local de superposição. Seu entendimento só foi possível com a formulação do Princípio da Superposição, por Thomas Young. Young, na passagem do século XVIII para o século XIX, elaborou um experimento conhecido como experimento das duas fendas, no qual fez um feixe de luz interferir nele mesmo, após ser difratado por um par de fendas. Nos pontos onde ocorre superposição, o efeito resultante é a soma dos efeitos que seriam produzidos pelas ondas que se superpõem, caso atingissem isoladamente aquele ponto. Após a superposição, cada onda continua sua propagação no meio, com suas propriedades inalteradas. Vejamos as figuras abaixo. 26 Figura: 21 Figura: 22 O fenômeno da superposição dos efeitos das ondas que se cruzam é denominado interferência. Podemos ter dois tipos de interferências: a construtiva e a destrutiva. Observe a figura abaixo: Figura: 23 Na interferência construtiva ocorre um reforço da onda, e a amplitude da onda resultante é maior do que a amplitude de cada uma das ondas que se superpõem. No caso da interferência destrutiva ocorre um cancelamento da onda, sendo esse cancelamento total ou parcial, e a amplitude da onda resultante é menor do que pelo menos uma das amplitudes das ondas que se superpõem. Quando ocorre a interferência totalmente destrutiva, o meio não apresenta efeito das perturbações, permanecendo o ponto em equilíbrio, enquanto perdurar a superposição. 27 CONSTRUÇÕES MODERNAS A superfície terrestre provoca um efeito de fricção que retarda o movimento horizontal do vento. Em grandes alturas, onde os efeitos de fricção são insignificantes, os movimentos do ar são impulsionados por gradientes de pressão na atmosfera, que por sua vez, são consequências termodinâmicas do aquecimento solar variável da terra. Este nível superior da velocidade do vento, se conhece como velocidade de gradiente do vento. Existe uma camada limite onde a velocidade do vento varia desde quase zero, na superfície, até a velocidade de gradiente, em uma altura conhecida como a altura de gradiente. A espessura desta camada limite, que pode variar de 500 a 3000 m, depende do tipo de terreno, conforme pode ver na figura 25. Variação da altura com a velocidade do vento. Figura: 24 Perfil da velocidade do vento segundo a topografia do terreno. Figura: 25 28 Como se pode ver, a altura de gradiente dentro do centro da cidade é muito maior que sobre o mar, onde a rugosidade da superfície é menor. Movimentos induzidos pela ação do vento: Carga na direção do vento O padrão de fluxo gerado ao redor de um edifício é complicado pela distorção do fluxo médio, separação do fluxo, formação de vórtices e o padrão do fluxo detrás do edifício. Na superfície do edifício, podem ocorrer grandes flutuações da pressão do vento devido a estes efeitos. Como resultado, grandes cargas aerodinâmicas que atuam sobre o sistema estrutural e na fachada, podem atuar como forças flutuantes localizadas de elevada magnitude. Com a ação conjunta destas forças flutuantes, o edifício tende a vibrar em modos longitudinais, transversais e de torção, como mostra a Figura 26. Tipos de movimentos causados pelos efeitos do vento nos edifícios. Figura: 26 A amplitude das oscilações depende da natureza das forças aerodinâmicas e das características dinâmicas do edifício. Vento flutuante O vento flutuante é uma mistura aleatória de rajadas e redemoinhos de diversos tamanhos. Grandes redemoinhos ocorrem com menor frequência média que os menores. A frequência natural de vibração da maioria das estruturas é suficientemente mais alta que a componente do efeito de carga flutuante, imposto pelos redemoinhos maiores. Ou seja, a frequência média onde ocorrem grandes rajadas, geralmente é muito menor que qualquer das frequências naturais de vibração da estrutura e, portanto, não forçam a estrutura para responder dinamicamente. A componente flutuante do vento não induz respostas significativas para estruturas com frequência natural alta (maiores que 1 Hz, Período menor que 1 seg). A carga devido a essas rajadas maiores, às vezes denominada “turbulência de fundo”, pode ser tratada de forma similar à carga média do vento. Porém, os redemoinhos menores, que ocorrem com maior frequência, podem induzir a estrutura a vibrar perto de uma ou mais frequências naturais de vibração, o que induz um efeito de carga dinâmica amplificada na estrutura, que pode ser significativo. A carga devido a essas rajadas maiores, às vezes denominada “turbulência de fundo”, pode ser tratada de forma similar à carga média do vento. Porém, os redemoinhos menores, que 29 ocorrem com maior frequência, podem induzir a estrutura a vibrar perto de uma ou mais frequências naturais de vibração, o que induz um efeito de carga dinâmica amplificada na estrutura, que pode ser significativo. A resposta dinâmica dos edifícios na direção do vento pode ser calculada com razoável precisão pelo enfoque do fator de rajada, sempre que o fluxo do vento não seja afetado significativamente pela presença de edifícios vizinhos altos, ou pelo terreno circundante. No Brasil, a Norma NBR 6123 especifica como devem ser calculadas as cargas de vento, tanto para estruturas de pouca altura como para estruturas altas, determinando as “forças estáticas equivalentes” em função de parâmetros meteorológicos. Para estruturas altas com T>1 seg, a norma indica adotar um modelo de massas discretas simplificado, e modela o edifício como uma estrutura plana para cada uma das duas direções ortogonais do vento, correspondentes às duas direções principais dos elementos resistentes a forças horizontais da estrutura. A norma separa os efeitos das rajadas e os efeitos da velocidade média, assumindo a rajada como processos estacionários com média zero. O efeito da parcela flutuante é consideradode forma separada para cada modo de vibração, gerando para cada um uma força estática equivalente. Estas forças, depois de combinadas, são superpostas com as forças da velocidade média para o dimensionamento da estrutura desde o ponto de vista resistente. Para a verificação de conforto humano só devem ser considerados os efeitos da parcela flutuante. Na NBR 6123, a amplitude máxima da aceleração máxima não deverá ultrapassar os 0,1 m/s². Carga de vento transversal Existem muitos exemplos de estruturas esbeltas susceptíveis ao movimento dinâmico perpendicular à direção do vento. Chaminés altas, postes de iluminação, torres e cabos exibem com frequência esta forma de oscilação, que pode ser muito significativa, especialmente se o amortecimento estrutural for pequeno. Podemos dividir a excitação com vento cruzado de edifícios modernos e estruturas altas em três mecanismos: Desprendimento de vórtices (Vortex Shedding) É a fonte mais comum da excitação com vento cruzado. Os edifícios altos são corpos que dividem o fluxo e faz com que se separe a partir da superfície da estrutura, em lugar de seguir o contorno do corpo (Fig. 27). Os vórtices desprendidos têm uma periodicidade dominante, definida pelo número de Strouhal. Portanto, a estrutura está sujeita a uma carga de pressão cruzada periódica, que dá como resultado uma força alternante do vento transversal. Se a frequência natural da estrutura coincide com a frequência de desprendimento dos vórtices, grandes amplitudes de deslocamentos podem ocorrer como resposta. Esse processo é conhecido como velocidade crítica. A distribuição assimétrica da pressão, criada pelos vórtices ao redor da seção transversal, resulta em uma força transversal que alterna na medida que esses vórtices se desprendem. Se a estrutura é flexível, a oscilação ocorrerá transversalmente ao vento, e existirão condições de ressonância se a frequência de desprendimento dos vórtices coincidir com a frequência natural da estrutura. Esta situação pode dar lugar a oscilações muito grandes e possivelmente ao colapso estrutural. 30 Formação de vórtices no fluxo por trás de um objeto tipo farol. Figura: 27 Mecanismo de turbulência incidente Aqui, as propriedades turbulentas do vento natural dão lugar ao câmbio de velocidade e direção, induzindo várias forças de elevação e arraste, além de momentos em uma ampla banda de frequências. A capacidade da turbulência incidente para produzir contribuições significativas à resposta do vento cruzado, depende muito da capacidade de gerar uma força de vento cruzado sobre a estrutura em função da velocidade do vento longitudinal e ângulo de ataque. Efeitos derivados dos deslocamentos por vento transversal Existem três deslocamentos comumente reconhecidos que dependentes da excitação: galloping, flutter e Lock-in. Os três deslocamentos também dependem dos efeitos da turbulência, assim como a turbulência afeta o desenvolvimento do fluxo detrás do edifício e, portanto, os deslocamentos e efeitos aerodinâmicos derivados. Sistema estrutural Segurança contra falha progressiva A eleição do sistema estrutural tem um papel muito importante, sistemas com igual rigidez e capacidade resistente pode ter comportamentos muito diferentes ante a falha localizada de um ou vários de seus elementos estruturais. As figuras seguintes mostram um exemplo disso. Na figura 31 esquerda, a falha do pilar praticamente não tem influência na resposta da estrutura, diferente da figura da direita – onde a capacidade resistente dos elementos que não falham pode estar ultrapassada, pois assumem as cargas que antes eram suportadas pelo elemento que falhou. Se a estrutura sobrevive ao colapso do elemento indicado, serão produzidos grandes efeitos de torção produto do câmbio de posição do centro de rigidez. Sistemas estruturais com capacidade de redistribuir seus esforços e transferir as cargas a outros elementos em caso de falha localizada são preferíveis. Deslocamento do centro de rigidez produto da falha de um elemento estrutural (em vermelho) em plantas com capacidade resistente e rigidez axial similar. Figura: 28 31 Modelação estrutural Devemos lembrar que o que estamos calculando é um modelo da estrutural onde são considerados só as propriedades e os elementos que o engenheiro estrutural considera essenciais para obter uma resposta estrutural o mais próxima do comportamento da estrutura real, muitos aspectos são ignorados ou simplificados. No dimensionamento de edifícios altos podem ser necessários vários modelos com distinto grau de refinamento para chegar ao dimensionamento mais adequado. As simplificações tradicionais – como realizar análise dinâmica considerando só o primeiro modo de vibração, ligações e fundações simuladas como rígidas, lajes e muros com malhas pouco refinadas, não incluir no modelo as escadas, rampas de acesso ou o efeito de elementos não estruturais, núcleos e paredes modeladas com elementos lineares simples ou não considerar no modelo a interação entre o fluido e a estrutura, se existem tanques ou piscinas, durante a análise dinâmica – podem levar a erros de consideração na resposta e, em consequência, no projeto. Conforto Este é um dos pontos mais importantes no dimensionamento de edifícios altos. Devemos lembrar que as obras no se constroem para que resistam. Constroem-se para cumprir uma função e para isso devem manter sua forma e condições ao longo do tempo. Sua resistência é uma condição fundamental; mas, não é a finalidade única, nem sequer é a finalidade primária. O anterior leva a que o projeto geralmente é condicionado por critérios de conforto dos ocupantes. Para satisfazer estes critérios, na maioria dos códigos são impostos limites à aceleração à amplitude dos movimentos laterais. Geralmente devem evitar-se duas situações ● Alarme causado por grandes movimentos sob ventos fortes ocasionais, como no caso do Millenium Palace ● Mal-estar causado por movimentos perceptíveis de forma regular sendo este o efeito mais importante. As soluções destes problemas incluem enrijecimento do edifício ante a carga lateral, aumento da massa ou uso de amortecimento suplementar (analisado no próximo capítulo). Controle dos deslocamentos laterais totais e relativos Para controlar os deslocamentos laterais os códigos especificam limites de deflexão de h/400 ~ h/600. Alguns códigos adotam valores limites para os deslocamentos laterais totais no topo de H/800 ~ H/1000. a NBR 6118 de 2014 estabelece como limites para o movimento lateral provocado pela ação do vento H/1700 e Hi/850 entre pavimentos. as principais razões para adotar os limites são: ● Para limitar o dano ao revestimento na fachada, tabiques e acabados interiores do edifício; ● Para reduzir os efeitos da perceptibilidade de movimento; ● Para limitar o efeito P-Delta Os deslocamentos relativos entre pavimentos têm duas componentes: • Deslocamento do corpo rígido devido à rotação do edifício como um todo. Sem danos importantes para o edifício https://maisengenharia.altoqi.com.br/page/7/?s=estrutural 32 • Deformação de cisalhamento. A deformação angular no plano cria danos nas paredes e o revestimento (fig. 29). Deslocamentos laterais total no topo e relativos Figura: 29 Os limites para estes movimentos relativos também evitam danos aos elementos não estruturais, especialmente na fachada, e garantem o desempenho adequado dos elevadores. (Tipo de fundação) Efeito da flexibilidade da fundação e Interação solo estrutura O Controle de assentamentos é um ponto fundamental na eleição do tipo de fundação para evitar a inclinação. Em função das características do solo pode ser necessária uma análise da interação solo-estrutura para considerar de forma rigorosa a flexibilidade da base e seus efeitos no edifício. Em solos flexíveis o uso de lajes de radier, de grande espessura, apoiadas sobre estacas minimiza os assentamentos diferenciais.Se o solo e muito resistente (rocha) pode-se fazer a fundação diretamente mas pode ser necessário ancorar a estrutura na rocha para garantir um adequado fator de segurança contra o tombamento. Efeito P-delta Se trata de avaliar a estabilidade global que é um dos mais importantes fatores para a concepção estrutural de um edifício, ela visa garantir a segurança da estrutura ante a perda de sua capacidade resistente causada pelo aumento das deformações em decorrência das ações. A ação combinada das cargas verticais e os deslocamentos laterais causam um incremento nas forças internas, este é um efeito de segunda ordem geométrico. A natureza não linear do problema leva geralmente a um processo iterativo para calcular seus efeitos embora exista um procedimento direto. Otimização estrutural em edifícios altos Os edifícios altos são projetos de custo muito alto, pequenas poupanças conseguidas por metro quadrado podem representar grandes quantidades de dinheiro. A eficiência e economia não estão definidas nos códigos. Muitas vezes é necessário escrever programas e códigos personalizados para interatuar diretamente com pacotes de análises de estruturas comerciais, para então estabelecer, de forma eficiente, as dimensões e reforço ótimos dos elementos. https://maisengenharia.altoqi.com.br/estrutural/interacao-solo-estrutura-e-sua-aplicacao-na-analise-de-estruturas/ 33 AERODINÂMICA DAS EDIFICAÇÕES Essa ciência é utilizada para projetar aviões, carros, edificações, e entre outros objetos que estão em muito contato com o vento e precisam da aerodinâmica para adquirir estabilidade. Sendo assim, o vento ao entrar em contato com a superfície de qualquer objeto, tende a forçá- lo ao movimento na mesma direção, ou seja, sempre que o vento contorna um objeto seu campo de velocidade gera em toda a superfície um campo de tensões, a que se encontra atuando sobre todo o objeto. Existem três tipos de forças das integrações das tensões ao longo da superficie, força de sustentação, arrasto e transversais, onde Lopes (1992) segue uma regra geral para classificá- las, ele explica que a força de sustentação tem pequena importância do ponto de vista da segurança estrutural, exceto em casos particulares, como por exemplo as pontes suspensas. Já a força de arrastamento é a que assume um maior grau de relevância, pois pode ser considerada em qualquer estudo aerodinâmico ou aeroelástico. No que respeita às forças transversais, embora não seja tão evidente o seu interesse, assumem um papel muito importante na análise dinâmica de estruturas muito altas e esbeltas. No que diz questão ao formato da edificação, Ching et al. (2010) demonstram que edificações com perfis aerodinâmicos, representadas por formas arredondadas ou curvas, usualmente oferecem menor esforço às cargas de vento do que as retangulares, com predomínio de superfícies retas, o que implica diretamente no tipo de esforço aerodinâmico, isso significa que o perfil e a forma são variáveis, com grande influência sobre os efeitos de pressão causados pelo vento em uma edificação, podendo aumentá-los ou diminuí-los. Aeroelasticidade A aeroelasticidade tem como objetivo o estudo da interação entre as forças aerodinâmicas e as forças elásticas, constituindo um domínio científico por áreas da engenharia preocupada com o estudo de escoamentos em torno de objetos imersos, isto é, a aeroelasticidade estuda a parte dos fenômenos em que as forças aerodinâmicas e o movimento das estruturas interagem de maneira significativa. Arrastamento Sendo principal força a ser analisada dentro do âmbito da aerodinâmica, o arrastamento pode ser descrito como uma ação estática ocasionada pela incidência do vento nas edificações. Essa força acontece no eixo longitudinal da edificação, na direção da corrente. Sendo assim, a medida que o arrastamento é menor, os esforços na edificação também serão menores, contudo, pode se dizer que uma simples análise da força de arrasto pode reduzir o consumo de gastos com ferragens e concreto, assim diminuindo no orçamento da construção. E seguindo a NBR 6123 (ABNT, 1988) para determinar a força de arrastamento 𝐹𝑎. Coeficientes aerodinâmicos A norma NBR 6123 (ABNT, 1988) estabelece condições exigíveis na consideração das forças devidas à ação estática e dinâmica do vento para efeitos de cálculo em edificações, porém neste trabalho será somente considerado os efeitos estáticos que serão estabelecidos pelos coeficientes aerodinâmicos. Nela também não se aplica a edificações de formatos, dimensões ou localização incomuns, nesses casos devem ser feitos outros tipos de estudos para determinar as forças atuantes das rajadas e seus efeitos. Os resultados serão experimentados e obtidos em um túnel de vento, com simulação das principais características do vento natural e podem ser usados em substituição do recurso aos coeficientes constantes na norma. Assim, 34 dentro dos coeficientes a serem definidos estão, o de arrasto 𝐶𝑎, o de forças 𝐶𝑓, o de pressão 𝐶𝑝, e por fim os coeficientes de forma externa e interna. • Coeficiente de arrasto 𝐶𝑎 Segundo a NBR 6123 (ABNT, 1988), para determinar o coeficiente de arrasto utiliza-se o ábaco presente na Figura 30 em razão da relação de ℎ/𝑙1 e 𝑙1/𝑙2, em corpos com seção paralelepipédica, utilizado para vento de baixa turbulência, e considerando ventos com incidências perpendiculares. Coeficiente de arrasto para vento de baixa turbulência Figura: 30 Para vento de alta turbulência referente a Figura 31, a NBR 6123 (ABNT, 1988) considera quando a edifício não excede duas vezes a altura média em relação as edificações vizinhas, levando em conta uma distância mínima na direção e sentido do vento incidente: • 500 𝑚, para um edifício de até 40 𝑚 de altura; • 1000 𝑚, para um edifício de até 55 𝑚 de altura; • 2000 𝑚, para um edifício de até 70 𝑚 de altura; • 3000 𝑚, para um edifício de até 80 𝑚 de altura. 35 Coeficiente de arrasto para vento de alta turbulência Figura: 31 • Coeficientes de forças 𝐶𝑓 Através da NBR 6123 (ABNT, 1988) o coeficiente de força global é obtido pela equação 35, decomposta tanto na vertical como na horizontal (𝑥 e 𝑦): Equação: 35 • Coeficientes de pressão 𝐶𝑝 Segundo a NBR 6123 (ABNT, 1988) a força do vento depende da diferença de pressão em duas faces que sejam opostas da parte da edificação em estudo, os coeficientes de pressão são dados para superfícies externas e internas, portanto entende-se por pressão efetiva Δ𝑝, em que valor definido pela equação 36. 36 Equação: 36 Logo a equação: Equação: 37 Sendo assim, o coeficiente de pressão externa 𝐶𝑝𝑒 pode ser obtido através da fórmula 38 a seguir: Equação: 38 E, o coeficiente de pressão interna 𝐶𝑝𝑖 pode ser determinado pela fórmula 39 a seguir: Equação: 39 Os valores desses coeficientes determinam se a pressão está causando sucção ou sobrepressão na estrutura, caso seja positiva, indica sobrepressão, caso negativa, indica sucção. Se o valor de Δ𝑝 for positivo indica uma pressão efetiva com o sentido de uma sobrepressão externa, e se o valor de Δ𝑝 for negativo indica uma pressão efetiva com o sentido de uma sucção externa. • Coeficientes de forma, externa e interna 𝐶𝑒 e 𝐶𝑖 A NBR 6123 (ABNT, 1988) determina que a fórmula 27 indica quando a força do vento está em direção perpendicular à área da superfície da edificação, como demonstra abaixo: 37 Equação: 40 Onde, equação 41: Equação: 41 Portanto, para determinar o coeficiente de forma externo 𝐶𝑒 segue a fórmula 42. Equação: 42 Já, para definir o coeficiente de forma interno 𝐶𝑖 é utilizado a equação 43, a seguir: Equação: 43 Da mesma maneira que se considerou os coeficientes de pressão, os valores positivos dos coeficientes de forma externo e interno correspondem a sobrepressões,e valores negativos correspondem a sucções. Um valor positivo para 𝐹 indica que esta força atua para o interior, e um valor negativo indica que esta força atua para o exterior da edificação. Para os casos previstos na NBR 6123 (ABNT, 1988), considera ser que a pressão interna é distribuída de maneira exclusiva no interior da edificação. Consequentemente em superfícies internas planas, equação 44. Equação: 44 38 Ensaios em túnel de vento Na prática, se apresentam muitas situações onde não se pode utilizar métodos analíticos para estimar tipos de cargas de vento, nem a resposta estrutural associada. Por exemplo, quando a forma aerodinâmica do edifício é pouco usual, ou o edifício é muito flexível e seu movimento afeta às forças aerodinâmicas que atuam sobre a estrutura, as avaliações mais precisas dos efeitos do vento nos edifícios são obtidas através de ensaios de modelos aero elásticos em um túnel de vento. Esses ensaios são comuns para o dimensionamento da maioria dos edifícios altos hoje em dia. Para o s proprietários de edifícios moderadamente altos, torna-se atraente realizar provas em túnel de vento, pois os custos associados com tais provas podem ser compensados pela economia substancial nos custos de construção, devido à carga de vento de cálculo reduzida que se obtém nestes ensaios. A prova do túnel de vento é uma ferramenta poderosa, que permite aos engenheiros determinar a natureza e intensidade das pressões e forças de vento que atuam sobre estruturas complexas ou localizadas em terrenos de condições complexas, onde podem ocorrer fluxos de vento significativos, que não são passíveis de determinar sua força utilizando um código simplificado. A prova consiste em soprar ar sobre um modelo tridimensional da construção e seu entorno, em diversos ângulos, sendo que cada orientação representa as possíveis direções do vento. Isso geralmente se obtém inserindo o modelo em uma plataforma giratória, dentro do túnel de vento. Quando a prova se completa para uma direção selecionada, a plataforma gira para um incremento do ângulo escolhido, para representar uma nova direção do vento. Modelo Aeroelástico Embora as provas de túnel de vento tentam simular uma situação bastante complexa, os modelos reais são bastante simples, e estão baseados na premissa que o modo fundamental de deslocamento para um edifício alto pode se aproximar de uma linha reta. Em termos gerais, sempre que o momento de inércia da massa sobre o ponto de pivô seja igual a distribuição de densidade do protótipo, não é necessário obter uma correta distribuição de densidade de massa ao longo da altura do edifício. Interferência Os edifícios de tamanho similar próximos ao edifício proposto, podem causar aumento nas respostas do vento cruzado. Além de considerar as condições existentes, devemos ter em conta as mudanças futuras na área circundante durante a vida útil da estrutura. Obviamente, isto não é simples. Felizmente estudos de entorno, que compreende edifícios existentes e/ou edifícios futuros, podem ser incorporados facilmente ao projeto, sem elevar significativamente os custos. Como guia, deve ser considerada a interferência dos edifícios de tamanho similar com o edifício analisado, localizados dentro de uma distância igual a 10 vezes a largura do edifício. Computational Fluid Dynamics - Dinâmica de Fluidos Computacional (CFD) A simulação numérica por meios de CFD vai se transformando em uma ferramenta promissora e poderosa para calcular o comportamento das estruturas em casos práticos de engenharia. Essa simulação inclui aplicações que envolvem a interação estrutura – fluido. Podemos utilizar as técnicas de CFD para determinar os efeitos de vento onde as normas não sejam diretamente aplicáveis, como quando se projetam edifícios altos e estruturas não convencionais. 39 O custo computacional é alto, mas se torna menor se comparado a um ensaio em túnel de vento, e já existem softwares que incorporam estas técnicas como parte de suas ferramentas de análise, como o Robot Estrutural, ADINA e ANSYS. Fluxo do vento e distribuição de pressões em um modelo de edifício, obtidas mediante análise CFD Figura: 32 Experimento Consiste basicamente de uma plataforma com capacidade para vibrar em diferentes frequências. Sobre esta plataforma é possível colocar um pêndulo simples e um duplo, um tubo de papel sobre uma espoja (simulando um prédio) e uma corda (simulando uma ponte). Para alguns deles foram reproduzidas alternativas semelhantes aplicadas na construção civil capazes de diminuir as vibrações. Descrição: Construção de um sistema massa-mola que sirva de auxílio para os estudo das vibrações mecânicas. O aparelho consistirá de um pequeno motor elétrico ligado a uma polia fora de centro para criar vibrações e sua rotação será controlada através de um potenciômetro. O motor elétrico ficará preso à haste de sustentação do sistema massa mola e o fará vibrar. Esquema simplificado do sistema massa-mola composto de um motor elétrico (M), uma polia (P) e uma massa(m) presa em uma mola. Figura: 33 40 A massa m poderá ser variada adicionando pequenos pesos de chumbo e assim se obter mais variáveis para este fenômeno. Para observar quais seriam os efeitos das vibrações em estruturas criadas pelo homem será construído um prédio em miniatura que ficará sobre uma chapa. O prédio poderá ficar solto ou preso por uma estrutura macia (borracha). O motor elétrico utilizado no sistema massa mola será parafusado a chapa para que seja possível derrubar o prédio com as vibrações. Esquema do prédio em miniatura (pm), com motor elétrico( M), polia (P), esferas de metal embaixo de uma chapa (C). Figura: 34 Resultados obtidos Ao se colocar o pêndulo simples sobre a plataforma em cima do carrinho (não mostrada na foto) é possível notar que para as frequências mais baixas o pêndulo não apresenta vibração significativa. Quando a frequência de vibração da plataforma é próxima a do pêndulo ele começa a vibrar e entra em ressonância. Quando a frequência da plataforma ultrapassa a frequência do pêndulo, também não há vibração significativa. Para o pêndulo duplo, também existe uma faixa de frequência em que a vibração é maior, mas como se trata de um sistema caótico os ciclos não são tão regulares e às vezes ele para de vibrar. As mesmas características foram observadas para o tubo de papel sobre a esponja simulando um edifício, existe uma faixa mediana de frequência onde a vibração do tubo é maior. Ao aumentar a quantidade de alfinetes que prendem o tubo de papel a esponja há uma diminuição significativa na amplitude de movimento. Também foi observado que mudar a distribuição de massa no tubo de papel modifica a frequência de ressonância. Essa é uma tentativa que muitos engenheiros fazem para afastar a frequência própria de um prédio das frequências comumente encontradas em abalos sísmicos. A corda presa fica com uma extremidade presa na plataforma vibrante e a outra pode ser segurada por um espectador. Também apresentou os padrões dos outros corpos citados anteriormente. Para tentar amenizar sua amplitude de vibração, foram acoplados pequenos pêndulos embaixo da corda e eles alteraram a frequência de ressonância e também a amenizaram. 41 Perspectivas Quando os parâmetros de massa e rigidez características da estrutura não se mostram suficientes aos carregamentos, pode ser necessário utilizar tecnologias – técnicas construtivas, equipamentos, materiais – que são integradas à estrutura original para que esse conjunto final possua parâmetros resultantes (ou totais) que sejam satisfatórios para a composição da resposta da estrutura à excitação externa. Assim, nesse caso, a estrutura original passa a contar com dispositivos ligados a ela, que agirão de maneira solidária na resposta aos carregamentos dinâmicos e que, agora, integram a estrutura. É importanteressaltar que nem sempre esse tipo de solução necessita ser empregada, pois mudanças na geometria, na concepção dos elementos estruturais ou na escolha dos materiais, por exemplo, podem ser suficientes para que os esforços e deslocamentos causados pelo carregamentos dinâmicos sejam vencidos. No entanto, esse tipo de saída não é objeto de nosso estudo. Nosso objetivo precípuo no presente esforço foi conhecer e listar, por meio de revisão bibliográfica, algumas soluções que foram desenvolvidas e já são utilizadas comercialmente para o controle do descolamento de estruturas. Após o aprendizado teórico e matermático obtido na disciplina de Física I – abordando o conteúdo sobre ondas e oscilações – surgiu a inquietação e curiosidade a respeito das técnicas que são empregadas e possibilitam o efetivo amortecimento das estruturas quando elas são submetidas aos carregamentos. Naturalmente, essa intenção não é a de obter uma catalogação exaustiva, com todos os dispositivos em uso pela indústria da construção, visto que isso seria impossível, ainda mais se considerar que esses equipamentos frequentemente sofrem melhorias incrementais em seus projetos (design). Com este intuito, será classificado em geral os dispositivos de controle das estruturas, na qual será listado algumas das concepções mais recorrentes, com seus modelos funcionais mais comuns. Estratégias para diminuir os efeitos das oscilações causadas pelo vento: Uso de Amortecedores: O amortecimento em um sistema estrutural é uma medida para dissipar a energia gerada. Controlar as vibrações aumentando o amortecimento efetivo pode ser uma solução econômica em edifícios altos. Ocasionalmente, é o único meio prático e econômico de reduzir as vibrações ressonantes. Os tipos de sistemas de amortecimento que podem ser implementados incluem amortecedores passivos, ativos e semi-ativos. > Amortecedores passivos: Os sistemas passivos são aqueles que consistem em um ou mais dispositivos independentes de fontes externas de energia, que, incorporados à estrutura, absorvem ou consomem uma parte da energia transmitida pelo carregamento dinâmico, reduzindo a dissipação dessa energia nos elementos da estrutura, evitando ou minimizando, assim, possíveis danos a ela. Essa dissipação se dá tanto pela conversão da energia cinética em calor, como também pela transferência de energia entre os modos de vibração. São, portanto, dispositivos que são chamados de passivos por apenas reagirem aos estímulos, ou seja, não impõem forças à estrutura e, assim, não lhe acrescentam energia. Os amortecedores passivos podem ser divididos em dois tipos: os que atuam com dissipação indireta de energia e os que atuam com dissipação direta. Os dispositivos de dissipação indireta constituem um sistema inercial 42 secundário incorporado à estrutura 7 principal. Esse tipo de sistema acrescenta amortecimento indireto à estrutura alterando sua frequência de resposta. Os amortecedores mais tradicionais que utilizam esse sistema são os amortecedores de massa sintonizados (AMS), os amortecedores líquidos sintonizados (ALS) e os amortecedores de impacto. Os amortecedores de dissipação direta de energia atuam através de mecanismos tradicionais de dissipação de energia, como o fluxo de um fluido viscoso por um orifício (amortecedores fluidos) ou o cisalhamento de um material viscoelástico, como polímero ou borracha (amortecedores visco- elásticos). Outros tipos de amortecedores passivos são os amortecedores por fricção e os dissipadores metálicos. Esses dispositivos se tornaram bastante populares uma vez que podem ser facilmente incorporados aos elementos da estrutura, como vigas e travamentos. O amortecedor de massa sintonizado (AMS) é o dispositivo passivo mais utilizado e tem como objetivo reduzir a demanda de dissipação de energia dos membros estruturais submetidos a ação de carregamentos dinâmicos. Essa redução se dá transferindo-se parte da energia vibratória da estrutura para o amortecedor de massa sintonizado (AMS), que em sua forma mais simples, consiste em um sistema massamola-amortecedor ancorado ou conectado à estrutura principal. Existem vários tipos de tipologias e geometrias para o AMS, entre os quais se destacam o pendular e o que se apoia sobre trilhos (Figuras 35 e 36). Tipicamente, um sistema AMS consiste em uma massa localizada no topo do edifício, local de maior amplitude do movimento. Essa massa é conectada à estrutura através de uma mola e um sistema de amortecedor viscoso ou viscoelástico. O AMS transmite força inercial à estrutura, reduzindo sua resposta à carga excitadora. Sua efetividade é função das características dinâmicas, do seu deslocamento e da quantidade de massa adicionada à estrutura. Em geral, o AMS possui entre 0,25% a 1,0% da massa total da estrutura. Figura: 35 (perfil e frente) Figura: 36 O amortecedor de massa sintonizado múltiplo (AMSM) consiste na associação de vários AMS, que podem ser ligados interligados (em série) ou não interligados (em paralelo) com a estrutura (Figura 37 e 38). Figura: 37 Figura: 38 Amortecedores Líquidos Sintonizados (ALS) adicionam amortecimento indireto à estrutura, absorvendo energia estrutural por meio através da ação viscosa da água e das ondas 43 provocadas pela sua movimentação. Sua aplicação no controle de vibrações de estruturas civis pode ser feita, por exemplo, utilizando um tanque completamente cheio de dois líquidos imiscíveis para amortecer a resposta da estrutura (Figura 39). Figura: 39 São muito práticos, uma vez que em geral existem tanques d’água na estrutura para abastecimento de todo edifício. Este tipo de amortecedor consiste em configurar as partições internas dos reservatórios de água, de forma a criar diversos amortecedores, sem comprometer o funcionamento original dos tanques. Esse sistema é indicado para estruturas com pequenas vibrações, e pode reduzir a resposta de aceleração da estrutura em até 1/3. Amortecedores viscoelásticos (Figura 40), por sua vez, consistem em uma camada de material viscoelástico entre dois elementos rígidos que podem se movimentar um em relação ao outro. Dessa forma, quase toda deformação é devida ao cisalhamento que dissipa mais energia do que no caso da deformação longitudinal do material. Como o próprio nome indica, o material viscoelástico age em parte como um material viscoso que funciona absorvendo e dissipando energia, e parte como material elástico que armazena energia. Geralmente, usam polímeros ou borrachas que geram dissipação de energia através de cisalhamento. São indicados para estruturas com altas frequências, com baixos níveis de vibração e situadas em regiões de fortes ventos, ou sismos relativamente fracos. O sistema é constituído de duas chapas metálicas envolvendo o material viscoelástico. A força gerada por esse sistema depende da velocidade e fica fora de fase com o deslocamento, tornando esse sistema especialmente eficiente quando localizado nas diagonais da estrutura. Além disso, o dispositivo fornece, além de um acréscimo no amortecimento, um incremento na rigidez da estrutura e pode ser usado tanto em estruturas de aço quanto de concreto. Figura: 40 Amortecedores viscofluidos são uma classe de amortecedores que se baseia na dissipação de energia através da conversão de energia mecânica em calor, enquanto um pistão cilíndrico se move através de uma substância altamente viscosa, como, por exemplo, silicone ou gel. Por causa de seu uso em automóveis, seu aspecto físico é bem conhecido. 44 O amortecedor fluido dissipa a energia introduzida na estrutura ao aplicar uma força resistente ao movimento através do deslocamento de um pistão em uma câmara preenchida com um fluido altamente viscoso. Esses amortecedores contêm um óleo de silicone compressível, que é forçado através do pistão de aço, com a cabeça de cobre. A cabeça
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