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RESENHA CRÍTICA DO TEXTO:
“SUPREMACIA DO MODELO NEGOCIADO SOBRE O MODELO LEGISLADO NA REFORMA TRABALHISTA SOB O ENFOQUE DOS DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS DOS TRABALHADORES”
Um dos objetivos da reforma trabalhista trazidos pela Lei 13.467/17 foi a valorização da autonomia privada coletiva, permitindo que as partes possam estabelecer, através de negociação, as regras que nortearão suas próprias vidas, porém, é importante refletir sobre qual deve ser a extensão e os limites desta autonomia da norma coletiva de trabalho. Antes de iniciar comentários sobre as alterações trazidas pela reforma trabalhista no que tange a autonomia privada coletiva, cabe citar que a CF/88, em seu art. 7º, inciso XVII, forneceu um importante passo na valorização da autonomia privada coletiva, ao prever o reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho como um direito social do trabalhador, porém, com limitações daquilo que pode ser negociado coletivamente, para que não fira direitos do trabalhador que são indisponíveis. 
Com o objetivo de fazer frente a este cenário de insegurança jurídica, a lei 13.467/2017 adicionou os art. 611-A e 611-B na CLT, visando listar as matérias que poderão ser objeto de negociação, porém, há quem diga que a norma não ampliou os direitos contidos na CLT e sim transformou direitos constitucionais em direitos disponíveis. 
Nesse sentido corre-se o risco de que a prevalência do que foi negociado sobre a legislação reduza ou suprima os direitos do trabalhador caso as negociações sejam feitas em organizações sindicais que não o representem.
A consequência disso é que, o Direito Trabalhista, baseado na hipossuficiência do trabalhador e com forte viés social, passará a utilizar o rigor da interpretação do código civil, baseado na visão individualista que norteia os princípios da função social dos contratos e da boa-fé objetiva que rege as relações contratuais. Lembrando que há jurisprudência trabalhista que entende não poder haver acordo coletivo baseado apenas em atos de renúncia, sendo necessário portanto haver uma negociação típica, onde as concessões sejam recíprocas. 
Diante de todos esses elementos não resta dúvida quanto a um dos objetivos da reforma trabalhista, ou seja, a valorização da autonomia privada coletiva, possibilitando a negociação pelas partes, das regras que nortearão suas próprias vidas. 
Há ainda uma preocupação em garantir uma maior segurança jurídica nas negociações coletivas, ao delinear com maior precisão quais direitos poderão ser negociados coletivamente, visando diminuir o passivo judicial decorrente de contratos incompletos ou mal redigidos.
Sendo assim, tratando-se de uma lei nova e levando em conta as todas as divergências de posicionamento existentes na sociedade, bem como entre os juristas no que tange a reforma trabalhista, ainda não se pode medir com precisão quais serão as interpretações judiciais decorrentes de tais dispositivos, sobretudo pelo Tribunal Superior do Trabalho ao estabelecer sua jurisprudência.

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