Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 10 – Comunidades Fitoplanctônicas O alemão Johannes Müller observou, ao filtrar água do mar, uma comunidade de pequenos vegetais e animais. Plâncton – Conjunto de organismos que não dispõe de movimentos próprios capazes de se opor ao movimento da água (Viktor Hensen, 1887) · Fitoplâncton: algas (autotróficos) · Zooplâncton: pequenos animais · Bacterioplâncton Séston – Material suspenso na coluna d’água (Kolkwitz, 1912) · Biosséston: plâncton, nécton (movimentos próprios) e plêuston (superfície) · Abiosséston: detritos orgânicos e inorgânicos Descoberto o nanoplâncton 1970 – descoberto o picoplâncton (0,2 – 2 µm) Classificação do fitoplâncton pelo tamanho (Hutchinson, 1967): · Macroplâncton (1.000 – 10.000 µm) · Mesoplâncton · Microplâncton · Nanoplâncton · Ultraplâncton (0,05 – 5 µm) Nanoplâncton constitui a maior parte do fitoplâncton total em lagos tropicais. Há grande semelhança no fitoplâncton de lagos temperados e tropicais. Adaptações a flutuações: · Bainha Mucilaginosa: Densidade próxima a da água · Formação de gotículas de óleo: aumentam a capacidade de flutuação · Aumento da Superfície de Contato, Aumento da Relação Superfície-Volume: maior superfície, maior flutuabilidade. Formação de prolongamentos e colônias. Ciclomorfose pode levar a modificações anatômicas durante o verão. · Formação de Vacúolos Gasosos: pseudovacúolos para contenção de gases. Fatores ambientais controladores do crescimento: Radiação solar, temperatura, nutrientes dissolvidos e intensidade luminosa. Nutrientes são os principais controladores da flutuação temporal. O padrão de flutuação temporal é controlado por alterações bióticas e abióticas repentinas. Fatores que influenciam a distribuição vertical: 1. Densidade dos organismos 2. Composição Química do Meio 3. Herbivoria 4. “Seiches” Internos 5. Turbulência da Água 6. Taxa de Renovação da Água 7. Radiação Subaquática 8. Temperatura da Água Fatores que influenciam a distribuição horizontal: 1. Concentração de nutrientes 2. Herbivoria 3. Diferenças de temperatura 4. Ventos e correntes d’água 5. Fontes de poluição localizadas Aula 11 – Comunidade de Macrófitas Aquáticas Macrófitas aquáticas – plantas herbáceas que crescem na água, em solos cobertos por água ou em solos saturados com água. “Grupo diverso de organismos aquáticos fotossintéticos, visíveis a olho nu, cujas partes vegetativas crescem submersas, flutuando ou sobre a superfície da água.” e.g. Macroalgas, briófitas, pteridófitas e vegetais superiores (angiospermas). Tipos Biológicos 1. Macrófitas emersas: enraizadas no sedimento com folhas fora d’água 2. Com folhas flutuantes: folhas flutuando na superfície da água e conectadas aos rizomas e raízes através de pecíolos longos e flexíveis. e.g. Victoria 3. Submersas enraizadas: enraizadas no sedimento e totalmente sob a superfície, a exceção das estruturas reprodutivas. 4. Submersas livres: plantas com rizóides pouco desenvolvidos e que permanecem na superfície da água, geralmente presas aos pecíolos e talos de outras macrófitas. Flores emersas. 5. Flutuantes livres: flutuam livremente, com raízes na superfície sem se fixar a nenhum substrato. Macrófitas anfíbias: colonizam ambientes encharcados, já quase terrestres. Macrófitas epífitas: usam outras espécies de macrófitas como substrato. Zonação: tipos biológicos distribuídos de forma organizada, perpendicularmente à margem. · Macrófitas emersas nos locais mais rasos e submersas enraizadas nos locais mais profundos. · Zonação pode ser influenciada por fatores abióticos (vento, turbidez e características do sedimento). Tipos biológicos com fatores limitantes e habitats característicos: · Submersas: maior crescimento em lagos oligotróficos com elevada radiação submersa. · Flutuantes: locais eutróficos e de pouca correnteza. Adaptações Anatômicas e Fisiológicas Estruturas de redução da transpiração (cutícula e estômatos) perderam a função Tecidos vasculares (xilema) e estruturais (lignina) estão em quantidades reduzidas. Ciclagem de nutrientes: · Macrófitas diminuem a liberação de nutrientes do sedimento para a coluna d’água. · Absorvem nutrientes da água e do sedimento e os excretam ativamente, favorecendo outros produtores primários. · Bombas de nutrientes do sedimento. · Processo de decomposição. · Simbiose com bactérias fixadoras de N. Influência direta na biota aquática: · Aumento da oferta de alimento e refúgios. · Maior diversidade em habitats litorâneos. Aula 12 – Comunidade Zooplanctônica Grupo de organismos heterotróficos, de diferentes categorias sistemáticas, que habitam a coluna d’água. Composição: Protozoários; Rotíferos; Chaoborus; Cladocera; Copepoda Holoplâncton > todo ciclo de vida na coluna de água Meroplâncton > parte do ciclo de vida na coluna de água A comunidade mais conhecida de ambientes lacustres Migração Vertical Padrão de migração vertical durante um ciclo de 24 horas 1. Migração noturna 2. Migração crepuscular 3. Migração reversa (rara) A luz é o fator controlador primário Qual seria a vantagem em migrar? Hipóteses: 1. A alternância de alimentação em temperaturas maiores e descanso em temperaturas baixas oferecia uma vantagem metabólica 2. Crescem até tamanhos maiores em temperatura baixa, proporcionando maior fecundidade Hipótese mais aceita: Estratégia para evitar a predação de organismos orientados visualmente (peixes principalmente) Ciclomorfose São mudanças morfológicas que ocorrem em ciclos sazonais Mudanças podem ser fenotípicas e/ou genotípicas · Mecanismo de defesa contra a predação · Na presença de peixes predadores possui maior ocorrência Aula 13 – Macroinvertebrados Biomonitoramento: ferramenta importante na identificação de áreas de biodiversidade nos ecossistemas lóticos. Utilização de organismos vivos para monitorar a qualidade da água. Os macroinvertebrados bentônicos são os mais indicados, por que: · Grupos cosmopolitas e abundantes · Tamanho facilita a identificação · Diferentes sensibilidades à poluição · Amostragem fácil e de baixo custo · Deslocamento baixo durante o ciclo de vida · Refletem as condições do sedimento · Podem acumular poluentes · Experimentos em campo e laboratório Objetivo: detectar alterações e um ou mais parâmetros das comunidades aquáticas para identificar problemas de qualidade de água. Métodos quantitativos: · Requerem amostragens replicadas · Amostragens são pontuais · Triagem e identificação toma muito tempo Métodos qualitativos: · Requerem poucas amostras · Várias métricas podem ser calculadas · Informações mais superficiais Organismos sensíveis ou intolerantes: Ephemeroptera Plecoptera Trichoptera Organismos tolerantes: Coleoptera Megaloptera Heteroptera Odonata Organismos resistentes: Diptera Mollusca Anellida Perifíton: algas aderidas e associadas aos detritos orgânicos e rochas. Fragmentadores: preferem CPOM Coletores: se alimentam de FPOM Raspadores: perifíton Perfuradores: perfuram células vegetais e sugam os fluídos Predadores: capturam presas vivas + Aula “O Conceito do Contínuo Fluvial”
Compartilhar