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ORIENTAÇÕES PARA FAMILIARES DE USUÁRIOS DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS EM TEMPOS DE PANDEMIA C O N TE Ú D O Í N D IC E D E C O N F L I T O S F A M I L I A R E S E A C O V I D - 1 9 . . . . . P Á G . 0 2 I N T R O D U Ç Ã O . . . . . P Á G . 0 1 Q U A I S O S T I P O S D E D R O G A S ? . . . . . P Á G . 0 3 O Q U E É A D E P E N D Ê N C I A Q U Í M I C A ? . . . . . P Á G . 0 4 A C U L P A É D E Q U E M ? . . . . . P Á G . 0 6 O U S O D E D R O G A S T E M R E L A Ç Ã O C O M O U T R O S P R O B L E M A S P S I C O L Ó G I C O S ? . . . . . P Á G . 0 7 C O M O I D E N T I F I C A R S I N A I S D E U S O D E D R O G A S ? . . . . . P Á G . 0 9 Q U A L O P A P E L D A F A M Í L I A N O A P O I O A O T R A T A M E N T O ? . . . . . P Á G . 1 1 C O M O P O S S O A J U D A R ? . . . . . P Á G . 1 2 Q U A I S O S T I P O S D E T R A T A M E N T O S Q U E E X I S T E M ? . . . . . P Á G . 1 4 C O M O F A Ç O Q U A N D O O M E U F A M I L I A R N Ã O A C E I T A O T R A T A M E N T O ? . . . . . P Á G . 2 0 O Q U E F A Z E R Q U A N D O M A I S N A D A F U N C I O N A ? . . . . . P Á G . 2 2 O Q U E F A Z E R E M C A S O D E V I O L Ê N C I A D O M É S T I C A ? . . . . . P Á G . 2 5 O N D E M A I S E U P O S S O B U S C A R A J U D A ? . . . . . P Á G . 2 8 E A M I N H A S A Ú D E M E N T A L ? . . . . . P Á G . 2 3 A COVID-19 está causando uma pandemia que gera diversos conflitos na sociedade. É possível que a rotina de muitas pessoas tenha mudado drasticamente e junto com ela inúmeras dificuldades passaram a existir. Muitas pessoas tem enfrentado o desemprego, a falta de dinheiro, perdas de amigos e/ou familiares. Além disso, conflitos e situações de maior estresse se tornaram mais frequentes. Nesse contexto, os familiares de usuários de álcool e drogas têm enfrentado muitos desafios. Os serviços de saúde priorizam as questões relacionadas ao COVID-19, o que pode dificultar o acesso ou a continuidade dos tratamentos específicos para dependentes químicos. Ainda, situações de maior estresse podem contribuir para uma eventual recaída ou abandono do tratamento. Com esta cartilha, pretendemos abordar as principais dúvidas que os familiares vêm enfrentando. O objetivo é de apresentar alguns pontos importantes e dar algumas dicas para lidar melhor com a convivência com usuários de drogas. Todas as informações aqui apresentadas foram baseadas em materiais científicos gerados por pesquisas da área da Psicologia, da Psiquiatria e afins. I N TRODUÇÃO 1 Tenha em mente que cada família tem um contexto e um jeito único de funcionamento. É importante identificar o que melhor funciona para você. Faça acordos e regras de convívio, priorizando a conversa entre os membros da família. Se você se perceber muito irritado, pare, respire e tente não reagir de forma precipitada. Lembre-se que a agressividade pode piorar a situação. Muitas vezes as emoções são tão fortes que parecem um tsunami. Tudo bem você precisar de um tempo para se acalmar. Sempre que possível, tente dialogar com seus familiares. A COVID-19 tem ocasionado um aumento no tempo de convivência entre as pessoas que compartilham o mesmo espaço durante o distanciamento social. É comum que o excesso de convivência acabe gerando um número maior de conflitos dentro das famílias. Diante disso, é natural que sentimentos como estresse, ansiedade, incerteza e insegurança estejam mais intensos. Dicas para facilitar o convívio dentro de casa: CONFL I TOS FAM I L IARES E A COV ID - 1 9 2 Depressoras Deixam o cérebro com funcionamento mais lento, diminuem a capacidade de se movimentar adequadamente, ocasionam a perda de sensibilidade para dor, provocam uma maior sonolência. *Álcool *Solventes *Morfina *Heroína *Ansiolíticos Estimulantes Agitam o cérebro, fazendo com que ele trabalhe em uma velocidade maior. Podem ocasionar a perda do sono. *Cigarro *Cocaína *Crack *Anfetaminas *Cafeína *Energéticos Perturbadoras Bagunçam o cérebro. Podem causar alucinações (por exemplo, ver ou ouvir coisas que não existem) e delírios (por exemplo, achar que está sendo perseguido). *Maconha *LSD *Ecstasy *Chá de cogumelo *Chá do Santo Daime *MDMA QUA I S OS T I POS DE DROGAS ? 3 Dependência química é uma dependência física ou psicológica relacionada ao uso de álcool ou outras drogas. A dependência química é um problema existente em diversos lugares no mundo e pode gerar muitos conflitos, tanto aos usuários quanto às suas famílias. O uso de drogas, geralmente, é mantido pela busca da sensação de prazer. Contudo, com o passar do tempo, o corpo acaba ficando quimicamente dependente, apesar das consequências nocivas ou perigosas. Com o uso contínuo, a pessoa dependente fica incapaz de parar, mesmo que as drogas possam estar destruindo sua vida social, econômica e física. Em casos extremos, o usuário de drogas pode passar a não dar a devida importância ao próprio bem-estar ou a sobrevivência de outras pessoas (incluindo os seus familiares). É importante para aqueles que se preocupam com um possível usuário de drogas saber identificar esses sinais, o que permitirá um auxílio mais rápido e efetivo para que a situação não se torne mais grave. O corpo vai “se acostumando” com o uso das substâncias, necessitando de doses cada vez maiores para conseguir obter o resultado desejado, aproximando o usuário de riscos importantes à saúde. O QUE É A DEPENDÊNC IA QU ÍM ICA ? Fique sabendo! Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), droga é toda e qualquer substância não produzida pelo organismo e que, ao ser ingerida, modifica uma ou mais de suas funções. Essas drogas alteram aspectos físicos, emocionais e relacionados ao pensamento e ao comportamento. 4 O QUE É A DEPENDÊNC IA QU ÍM ICA ? E qual a diferença entre lapso e recaída? FISSURA é uma vontade intensa e, por vezes, incontrolável de usar drogas. O dependente químico pode passar por um conjunto de sensações físicas como, por exemplo, ansiedade, nervosismo, suor, coração acelerado, etc. É totalmente normal sentir fissura, pois o organismo já se acostumou com a sensação que aquela droga traz. É importante saber que a fissura é momentânea. Ou seja, essa vontade intensa de fazer o uso da droga surge, começa a reduzir e desaparece em menos de uma hora (caso não seja feito o uso da substância). O lapso é considerado um deslize e não uma volta ao padrão anterior de uso da substância. Isso pode ocorrer ao longo do processo de abstinência e não significa que você irá começar da "estaca zero". Fique atento: o lapso não pode ser algo programado como, por exemplo, beber em datas comemorativas. A recaída ocorre quando a pessoa volta a ter o antigo hábito de fazer uso de algum tipo de substância, depois de um período em ela que ficou sem utilizar. Lembre-se que o lapso ou a recaída não são um fracasso. A dificuldade de parar não significa uma falha pessoal ou falta de força de vontade. Você sabia que a dependência química possui uma importante característica? 5 Você já parou para pensar se alguém nessa história toda tem culpa? Muitas vezes, a pessoa que faz uso de drogas pode ser rotulada negativamente como “sem-vergonha” ou “preguiçosa”, o que não é o caso. Estudos comprovam que a dependência química é uma doença crônica, ou seja, para a vida inteira. Provavelmente você conheça alguém que tenha diabetes, por exemplo, e o tratamento é pra vida inteira. O mesmo acontece com a dependência química. Uma doença que possui tratamento diário e para o resto da vida. Estudos também comprovam sobre uma influência genética. Desta forma, muitas pessoas podem ter esse problema se outra pessoa dessa família já possui esse diagnóstico. Porém, de nenhuma forma, devem ser culpabilizados por isso. Isto apenas significa que o corpo está mais disposto a desenvolver tais doenças, assim como outras doenças genéticas. Além disto, sabemos que o ambienteinfluencia o comportamento e até mesmo brigas familiares podem estimular o consumo de drogas. Com isso, pode-se concluir que a família, tanto quanto o usuário, está adoecida e precisa de tratamento. Então, respondendo a pergunta, não existe um culpado na história. Existem diversos fatores que influenciam esse cenário. Portanto, é importante não “apontar o dedo”, mas sim, refletir sobre o impacto disto em toda a família. A CULPA É DE QUEM ? 6 Você sabia que o uso de álcool e outras drogas pode interferir na saúde mental do usuário? Imagine que, por exemplo, o seu familiar utilize um óculos colorido para enxergar a vida. Esses óculos seriam capazes de influenciar o jeito como ele vê o mundo, afetando o seu humor, pensamentos, comportamentos e relações no geral. Essa situação poderia ser um problema psicológico! A dificuldade com o uso de drogas geralmente se encaixa no chamado “transtorno por uso de substâncias”. As pesquisas afirmam que, quem possui este diagnóstico, pode apresentar outros transtornos, como depressão, ansiedade, bipolaridade, etc. E esse conjunto é o que chamamos de “comorbidades psiquiátricas”, ou seja, quando o indivíduo tem mais de uma doença psicológica. O USO DE DROGAS TEM RELAÇÃO COM OUTROS PROBLEMAS PS I COLÓG ICOS ? Fique atento! Pessoas que tem problemas com álcool ou outras drogas, tem 2 a 3 vezes mais probabilidade de desenvolver um transtorno de ansiedade. 7 Existe claramente uma conexão entre o uso de substâncias e os distúrbios de saúde mental, que podem desenvolver outras combinações, cada uma com seu próprio conjunto de causas e sintomas. Os problemas psicológicos ou psiquiátricos podem estar relacionados ao estresse excessivo, devido a uma situação específica, ou a uma série de eventos. Assim como o câncer, o diabetes e as doenças cardíacas, as doenças mentais geralmente são físicas, emocionais e psicológicas. Com os devidos cuidados e tratamento, muitas pessoas aprendem a lidar ou se recuperar de uma doença mental ou distúrbio emocional. Procurar a ajuda de um profissional pode ser fundamental para que a pessoa possa tratar a questão do uso de substâncias e também os outros problemas psicológicos que possam estar associados. O USO DE DROGAS TEM RELAÇÃO COM OUTROS PROBLEMAS PS I COLÓG ICOS ? Fique atento! A droga pode estar sendo usada para aliviar sintomas de algum problema ou transtorno. Muitas pessoas ansiosas afirmam que usam drogas como forma de aliviar seus sintomas de ansiedade. No entanto, este efeito desejado ocorre apenas no início do uso. O uso contínuo de qualquer droga pode agravar problemas como a ansiedade. Logo, a pessoa pode entrar em uma espécie de “círculo vicioso”, no qual ela usa a droga para diminuir sintomas emocionais (como a ansiedade) mas acaba agravando esses sintomas. 8 O uso da maior parte das drogas provoca, em um primeiro momento, sensações de bem-estar e de felicidade. Entretanto, pelo forte efeito que elas ocasionam sobre o cérebro, uma série de alterações no aspecto físico, comportamental e mental também são perceptíveis. Lembramos que nem todos os sinais que falaremos podem ser usados para afirmar que um indivíduo está sob efeito de drogas! Essas alterações também podem ser sinal de alguma doença clínica ou psiquiátrica, por isso, ao observá-los a principal orientação é conversar com essa pessoa para poder oferecer a ajuda mais adequada. Aqui, orientamos alguns dos sinais que podem sugerir um quadro de uso de drogas, alguns deles são comuns em todas elas, já outros são característicos de apenas algumas drogas. COMO I DENT I F I CAR S INA I S DE USO DE DROGAS ? SINAIS FÍSICOS O nosso organismo apresenta sinais de como estamos conduzindo a nossa vida. Todas as drogas se manifestam no nosso corpo de formas diferentes, dependendo da droga de uso, alguns dos sintomas mais comuns são: - Olhos avermelhados, irritação nas narinas, dedos queimados/manchados, cheiro de álcool, de tabaco ou de outras substâncias. - Tremores frequentes nas mãos, dificuldade para coordenar os movimentos, fala lenta ou alterada. 9 ansiedade; alteração na autoestima; medo intenso sem motivo aparente; idéias delirantes com suspeita de tudo e de todos. SINAIS PSICOLÓGICOS E COMPORTAMENTAIS A alteração do estado de humor é um sinal característico quando há uso de drogas. O abuso de drogas também pode deixar visível outros problemas psicológicos, pois causam graves alterações no sistema nervoso. O usuário apresenta uma radical modificação do seu humor, podendo ir da tristeza, culpa e depressão até a agitação, euforia e irritabilidade. Além disso, pode apresentar: Também é notado um comportamento que se repete, afinal a prática do uso de drogas faz com que o indivíduo comece a direcionar a sua rotina em torno do seu consumo. Por exemplo, uma pessoa começa a ter hábitos noturnos, conflitos na vida social ou abandono de atividades que lhe eram importantes. Mudanças nos hábitos alimentares, falta ou excesso de apetite, são um alerta de possível uso de drogas. Alterações no sono devem ser considerados: insônia ou excesso de sono. Vale reforçar que uma das melhores ferramentas para lidar com os impactos negativos do álcool e de outras drogas é o diálogo aberto e honesto. Evite apontar os erros da pessoa em tom de acusação e reprovação pois isso pode, inclusive, aumentar o uso de drogas. COMO I DENT I F I CAR S INA I S DE USO DE DROGAS ? 10 Conviver com alguém que usa drogas não é uma tarefa simples. Os familiares podem, muitas vezes, vivenciar mudanças na rotina e, além disso, sentimentos de decepção, de solidão e de pouca proteção, tanto na convivência diária quanto em lidar com o tratamento. Os sentimentos de dó, raiva, ódio, vergonha, culpa e medo são comuns e você não deve se sentir culpado por senti-los. No entanto, apesar desses sentimentos e destas frustrações, a família é uma parte muito importante do processo de mudança. A família deve ser vista como parte ativa do processo de mudança. O familiar pode começar com pequenas ações como, por exemplo, evitar contribuir para o uso da droga, com dinheiro ou até mesmo estimular (ex.: beber ou fumar na frente do usuário/familiar). Você também pode ajudar seu parente motivando-o para o tratamento. É importante lembrar que as expectativas da família devem ser alinhadas ao que é possível ser feito no momento. As mudanças não serão imediatas e sim construídas conforme a realidade de cada pessoa. No processo de recuperação, toda a família também necessita de ajuda ou tratamento. Eles são uma parte essencial da equipe de apoio, mas também devem ajudar e ser suporte um ao outro enquanto desenvolvem estratégias positivas de enfrentamento. QUAL O PAPEL DA FAM Í L IA NO APO IO AO TRATAMENTO ? Por que é importante apoiar seu familiar? - O seu familiar tem mais chance de aderir ao tratamento; - Pode melhorar a comunicação da família; - Pode influenciar positivamente a relação entre os familiares, aumentando a confiança. 11 O uso problemático de álcool e de outras drogas pode colocar em risco a saúde e a vida das pessoas. Por isso, é importante que você entenda que o seu familiar ou amigo, que depende dessas drogas, está doente e que ele precisa de atenção e cuidados especiais. Você vai precisar estar bem e forte para auxiliar o seu familiar ou amigo quando ele estiver intoxicado, com fissura ou com sintomas de abstinência. Nessas situações difíceis, ele poderá entrar em confronto, discutir ou até mesmo ser violento. Nesses momentos conflitivos, você poderá se sentir culpado, triste, desamparado ou com medo. É normal você se sentir assim, e é justamente por isso que você também precisa estar informado, amparado e cuidado. Pensando nisso, destacamos algumas informações e dicas que podem ajudar a lidar com um familiar ou amigo intoxicado: COMO POSSO AJUDAR ? Para você conseguir colocar os limites necessários e de fato ajudar, você precisa antes estar forte e com boas condições desaúde. Por isso, neste período, reforce o autocuidado e reserve um tempo para cuidar da sua saúde mental. Fique alerta caso perceba que a quantidade de álcool aumentou em sua casa no período da pandemia, pois o estresse desse momento pode exigir novos cuidados. 12 COMO POSSO AJUDAR ? O seu familiar ou amigo poderá sentir a necessidade de aumentar o uso de álcool ou outras drogas durante o período da pandemia. Assim, é importante que você avalie os riscos envolvidos em cada situação. Para conseguir o álcool ou outra droga, o seu familiar poderá "passar por cima" das orientações da OMS para este período de pandemia, entrando em contato com pessoas e lugares sem usar máscara e/ou sem realizar a higienização recomendada. Nesses casos, evite contato direto com o seu familiar quando ele retornar da rua e, se for o caso, use máscara, luvas, roupas de manga longa e prenda seu cabelo, principalmente se você estiver em um ou mais dos grupos de risco para COVID-19. Lembre-se que sozinho você dificilmente irá conseguir resolver a situação, pois o seu familiar ou amigo vai precisar de um tratamento específico. Por isso, é importante que você tenha em mãos contatos de pessoas que possam lhe ajudar em situações difíceis. Pode ser de algum outro familiar, vizinho, de serviços de saúde do seu município ou de algum grupo de apoio. Você não precisa ter vergonha ou medo de pedir ajuda, pelo contrário, se você buscar auxílio profissional as suas preocupações serão ouvidas, e você também poderá aprender a como identificar o problema e reconhecer as etapas necessárias para a recuperação da doença. 13 Como você pode perceber, o uso abusivo de drogas é uma doença crônica e se caracteriza por recaídas. Dessa forma, um único tratamento por curto prazo de tempo não é suficiente, sendo necessário um olhar para várias áreas da vida da pessoa: individual, familiar, do trabalho e da comunidade em que vive. Para a maioria das pessoas o tratamento é de longo prazo e envolve muitas intervenções e estas variam de acordo com as necessidades de cada pessoa, tipo de droga de uso, gravidade da dependência e outros problemas associados. É importante mencionar que não existe uma "fórmula mágica" ou uma "receita pronta" a ser seguida, pois cada indivíduo e contexto são únicos, sendo essencial planejar individualmente o tratamento. Os tratamentos para uso de álcool e outras drogas precisam incluir vários aspectos, tais como: médico, psicológico, social, e até mesmo de reinserção no mercado de trabalho ou questões jurídicas, adequados conforme a idade, o gênero e a cultura do indivíduo. As terapias individuais e em grupo são os tipos de tratamento mais comuns para tratar problemas pelo uso de substâncias. Veremos a seguir os principais tipos de atendimento. QUA I S OS T I POS DE TRATAMENTOS QUE EX I S TEM ? Fique atento! Recaídas durante o tratamento do uso de drogas são comuns. Não significam fracasso, mas sim que algo precisa ser ajustado no tratamento. 14 Você sabe a diferença entre atendimento psicológico e psiquiátrico? Atendimento psicológico: É realizado por um profissional da Psicologia. Muitas vezes a pessoa com dependência química, e inclusive sua família, podem precisar de terapia. Esse é um espaço onde a pessoa poderá ser ouvida sem julgamentos, recebendo apoio de um profissional especializado. De maneira geral, a terapia pode ajudar o paciente a saber mais sobre si mesmo, promovendo modificações de comportamento relacionado ao uso de álcool ou outras drogas e auxiliando na mudança de estilo de vida. QUA I S OS T I POS DE TRATAMENTOS QUE EX I S TEM ? Atendimento psiquiátrico: A psiquiatria é uma das especialidades da Medicina. O médico psiquiatra também é responsável por avaliar a saúde mental e verificar a necessidade de uso de remédios. A dependência química é um tipo de transtorno mental e às vezes a pessoa pode precisar de alguma medicação. 15 O CAPS ad possui diferentes formas de auxílio: CAPS ad (Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Outras Drogas): É uma unidade de saúde do SUS que presta atendimento gratuito e diário para a população que apresenta graves problemas relacionados ao uso ou dependência de álcool e outras drogas. Além disso, também oferece auxílio aos familiares de usuários de drogas. Os atendimentos são realizados por uma equipe multiprofissional, em que profissionais de diferentes áreas como medicina, psicologia, educação física, enfermagem, terapia ocupacional, arte, música, serviço social, trabalham juntos. Atendimento individual: prescrição de medicamentos, terapia com psicóloga(o) e orientação com diferentes profissionais. Atendimento em grupo: oficinas terapêuticas, oficinas expressivas, oficinas geradoras de renda, alfabetização, atividades culturais, grupos terapêuticos como prevenção de recaída, atividades esportivas, de suporte social, grupos de leitura e debate, entre outros. Atendimento para a família: individual e em grupo, visitas domiciliares, atividades de ensino, atividades de lazer com familiares. Atividades comunitárias: atividades desenvolvidas junto às associações de bairro e outras instituições existentes na comunidade como grupos, posto de saúde, escola, centros de convivência, entre outras. Assembléias e organização do serviço: atividade que reúne pessoas em tratamento e seus familiares, equipe multiprofissional do CAPS e convidados para discutir e avaliar encaminhamentos para o melhor funcionamento do serviço, ajudando a melhorar o atendimento oferecido. QUA I S OS T I POS DE TRATAMENTOS QUE EX I S TEM ? 16 Emergência Psiquiátrica: Unidade especializada que deve ser utilizada quando a pessoa está com sintomas de intoxicação aguda e/ou risco de suicídio, risco de vida ou agressão. Internação Hospitalar: É uma alternativa que só deve ser utilizada nos casos em que outros tipos de tratamento não tiveram sucesso. Existem diversas clínicas, públicas e privadas, que fazem o atendimento de internação com foco na desintoxicação. Geralmente, essa internação tem a durabilidade de 21 dias, na qual o indivíduo será atendido por uma equipe multidisciplinar (médicos, psicólogo, terapeuta ocupacional, enfermeiros, etc.). A internação é possível através do encaminhamento via SUS ou em redes particulares. A internação pode ser voluntária, ou seja, a partir do desejo da pessoa de se internar, via pedido da família ou judicial (veja mais informações na página 21). QUA I S OS T I POS DE TRATAMENTOS QUE EX I S TEM ? Fique atento! Busque saber se existe CAPS ad (específico para atendimento de usuários de álcool e outras drogas) na sua região, próximo de sua residência. Caso não tenha, você pode procurar o CAPS (Centro de Atendimento Psicossocial), a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) ou a UBS (Unidade Básica de Saúde). Lembre-se! A internação para desintoxicação é somente o primeiro estágio do tratamento e deve ser continuado após a alta hospitalar. 17 Comunidades terapêuticas: As comunidades terapêuticas são serviços, urbanos ou rurais, que têm o objetivo de ajudar o dependente químico a ficar abstinente através da reabilitação psicossocial. Ou seja, um ambiente protegido com intenso convívio social, de forma organizada e estruturada (através de regras próprias do local), realizando uma mudança no seu estilo de vida. As comunidades também podem ser públicas ou privadas. Ainda, é importante que o dependente químico aceite fazer o tratamento, pois esse local é de livre acesso, sendo possível sair quando ele desejar. Aqui o tratamento é mais longo, podendo durar meses. As comunidades podem ter vínculo religioso ou não. Normalmente os integrantes trabalham no local. É de extrema importância que o local seja recomendado por um profissional ou serviço de saúde, pois diversos locais funcionam de forma não regularizada. Consultório de rua: São equipes compostas por diferentes profissionais que podem atender em diferentes locais da cidade, tendo como objetivo atender populações emsituação de rua. Em algumas regiões oferecem atendimentos a usuários de álcool e outras drogas no próprio local onde existe esse consumo. O objetivo é promover saúde e realizar cuidados médicos necessários. QUA I S OS T I POS DE TRATAMENTOS QUE EX I S TEM ? 18 Veja algumas opções de grupos: Grupos de ajuda mútua: Esses grupos são encontros onde você poderá se reunir com pessoas que passam por situações semelhantes a você ou a pessoa que está usando álcool ou outras drogas. Pode ser um ótimo recurso para se sentir acolhido e compartilhar experiências, sentimentos e encontrar apoio para lidar com dificuldades. Alcoólicos Anônimos - AA www.alcoolicosanonimos.org.br AL-ANON E ALATEEN (para familiares e amigos de alcoólicos) www.al-anon.org.br Amor-exigente (para pais e familiares de usuários de drogas) www.amorexigente.org.br NAR - ANON (para familiares e amigos de usuários de drogas) www.naranon.org.br Narcóticos Anônimos - NA www.na.org.br QUA I S OS T I POS DE TRATAMENTOS QUE EX I S TEM ? 19 http://www.alcoolicosanonimos.org.br/ http://www.al-anon.org.br/ http://www.amorexigente.org.br/ http://www.naranon.org.br/ http://www.na.org.br/ A principal ajuda que um familiar pode fornecer ao dependente químico é o apoio e o acesso ao tratamento. Contudo, cabe somente ao dependente químico reconhecer a sua dependência e decidir seguir tratamento. A MOTIVAÇÃO é um ingrediente muito importante para que qualquer tipo de tratamento possa ter mais chance de ter sucesso. O paciente precisa querer mudar para que o tratamento possa ter um resultado duradouro. Mas o que fazer quando o familiar não aceita tratamento? Pesquisas mostram que é muito complicado uma pessoa tentar motivar alguém a fazer alguma coisa. Cada pessoa vê uma mesma situação de formas diferentes. Por exemplo, ao bater o carro uma pessoa pode ficar com muita raiva por ter estragado o carro e a outra pode ficar muito feliz por não ter se machucado. Então, mesmo que você perceba muitos motivos para seu familiar parar de beber ou usar outras drogas, talvez ele não consiga perceber alguns desses motivos. 20 COMO FAÇO QUANDO O MEU FAM I L IAR NÃO ACE I TA O TRATAMENTO ? 21 COMO FAÇO QUANDO O MEU FAM I L IAR NÃO ACE I TA O TRATAMENTO ? É importante levar informações sobre os prejuízos do uso de álcool e outras drogas, mas cuidado para não “cair em uma armadilha de uma guerra de argumentos”. Levar informação é diferente de tentar mostrar que a pessoa está errada; Procure conversar com o seu familiar quando ele estiver SEM o efeito da droga. Procure ouvi-lo, sem julgamentos ou críticas; Sempre que possível, demonstre apoio, principalmente no que diz respeito a mudanças do comportamento de usar drogas; Lembre-se que a dependência de álcool ou outras drogas é uma doença, um problema psicológico e que às vezes é muito difícil mudar; Procure ajuda profissional tanto para o seu familiar quanto para você ou sua família. Profissionais de saúde são preparados para lidar com situações difíceis e podem ajudar o seu familiar a buscar tratamento, através do desenvolvimento da motivação. Seguem algumas sugestões para que você possa ajuda-lo a dar-se conta do que está acontecendo: Dica: formas confrontativas de conversa só geram resistência e desgaste da relação. Brigar não é eficaz! Tente exercer o diálogo em um momento onde ambas as partes estão relaxadas e dispostas a ouvir. Como foi dito antes, a dependência química é considerada um transtorno psicológico, alterando, por vezes, a capacidade de entender o que é bom ou ruim para si ou para outros. Assim, é necessário compreender que, às vezes, o usuário de drogas não consegue perceber os prejuízos que o uso de determinada droga está lhe trazendo, ou mesmo os possíveis riscos à saúde. Oferecer tratamento para pessoas com problemas relacionados ao uso de drogas é fundamental. Além dos tipos de tratamento já citados, quando há indicação de internação hospitalar, por meio de uma orientação médica, é importante você saber que existem 3 tipos de internação: O QUE FAZER QUANDO MA IS NADA FUNC IONA ? Voluntária: aquela em que o paciente está de acordo em iniciar. Involuntária: aquela em que o paciente não concorda em fazer, mas existe a autorização de um familiar. Compulsória: aquela que é determinada pela Justiça. Apesar da existência das internações involuntárias e compulsórias, essas opções devem ser utilizadas em casos de extrema gravidade. Ou seja, essas duas modalidades só devem ser uma opção de tratamento caso haja presença de outros problemas psiquiátricos e/ou risco de vida a si ou a outros. A decisão da melhor opção de tratamento será tomada pelo profissional de saúde juntamente com o paciente e a família, avaliando-se todas as vantagens e desvantagens da decisão tomada. Todo esse cuidado ocorre, pois existe um fator no tratamento de um dependente químico que é fundamental: a MOTIVAÇÃO. 22 Estar motivado para um tratamento, para uma grande mudança, é fundamental. A motivação é algo que a pessoa pode construir, e não algo que a pessoa “tem ou não tem”. Existem várias maneiras de auxiliar alguém a “se mover” em direção ao reconhecimento do seu problema e a uma mudança efetiva. Se a pessoa não estiver “aberta” a informações e ao tratamento, a probabilidade de recair torna-se maior. Devido ao isolamento, você pode se sentir mais sozinho ou frágil, e com isso poderá se perceber impotente e incapaz de ajudar e cuidar do seu familiar. As suas preocupações com um familiar que faz uso problemático de álcool ou outras drogas podem aumentar no período da quarentena. Por esse motivo, é muito importante que durante, e após, a pandemia você também preste atenção nas suas emoções e invista o seu tempo cuidando da sua saúde mental. Fique atento! Para que a família possa auxiliar no processo é importante que cada membro possa se cuidar. Ter um espaço para conversar, tirar dúvidas, pode ser fundamental para a saúde psicológica de quem tem alguém que usa drogas na família e até mesmo para o próprio usuário. E A MINHA SAÚDE MENTAL ? 23 Dicas que podem contribuir para a sua saúde mental neste período de COVID-19: E A MINHA SAÚDE MENTAL ? Ainda que haja um tempo estabelecido para a duração do período de isolamento, tente viver um dia de cada vez, pois os prazos podem mudar, para menos ou para mais. Os especialistas sugerem adotar uma espécie de “dieta de notícias”. Então, busque sempre fontes confiáveis de informação e, assim, não fique constantemente conectado com as informações da pandemia. É normal você sentir tristeza, medo, raiva, estresse e confusão neste período. Não se cobre se estiver sentindo isso, mas saiba que tudo tem um limite e que se as coisas estiverem muito difíceis, é importante você procurar ajuda de algum profissional ou serviço de saúde. Conversar com pessoas que você confia pode ajudar nos momentos difíceis. Sabemos que falar pelo telefone ou celular não é a mesma coisa do que encontrar os amigos ou bater um papo com a família no almoço de domingo, mas as interações à distância ajudam a preencher um pouco do vazio e da saudade das pessoas que amamos. Se você puder ficar em casa, tente manter o máximo possível de uma rotina diária. 24 Infelizmente, desde o início da pandemia o número de casos de violência está aumentando. Isso se deve a diversas causas, mas, provavelmente, a principal delas é o fato de que as famílias estão sendo forçadas a ficarem mais tempo juntas dentro de casa. Problemas como falta de dinheiro, nervosismo e ansiedade podem aumentar a agressividade de uma pessoa, mesmo não sendo uma justificativa para cometer atos de violência. Como já foi visto anteriormente, as drogas são capazes de modificar o funcionamento do cérebro do usuário. Muitas vezes, a pessoa perde o "freio", ou seja, perde a capacidade de "pensar no que faz", ao contrário de quando está de "cara limpa". O álcool, por exemplo, tem a capacidade de inicialmente deixar a pessoamais desinibida, contudo mais irritada posteriormente, facilitando a violência. As substâncias como o crack, cocaína e anfetaminas podem tornar a pessoa mais impulsiva, ou até mesmo gerar sentimentos de que ela está sendo perseguida por alguém. Como identificar o que é violência? Além da violência física, existe também o abuso psicológico, moral ou patrimonial. Alguns exemplos são: bater, chantagear, ameaçar, perseguir, forçar você a fazer algo que não queira, contar mentiras que possam te prejudicar, controlar seus bens materiais, usar seu dinheiro sem a sua permissão, impedir que você se comunique com outras pessoas, etc. O QUE FAZER EM CASO DE V IOLÊNC IA DOMÉST I CA ? 25 Se você está passando por alguma das situações descritas acima, saiba que você não está sozinho e deve buscar ajuda o quanto antes! Para maiores informações, recomendamos a leitura destes outros dois materiais: O QUE FAZER EM CASO DE V IOLÊNC IA DOMÉST I CA ? http://www.pucrs.br/wp- content/uploads/2020/04/Cartil ha-isolamento-e-violencia.pdf http://www.pucrs.br/wp- content/uploads/2020/05/Voce- na-esta-sozinha- CartilhaMulheres.pdf Lembre-se! Nada justifica o ato de violência e a culpa nunca é da vítima! Se você acha que fez algo que tenha despertado a raiva de alguém, não significa que você merece ser violentado ou machucado! A violência é uma forma de violação dos seus direitos. Busque ajuda e não se cale. 26 http://www.pucrs.br/wp-content/uploads/2020/04/Cartilha-isolamento-e-violencia.pdf http://www.pucrs.br/wp-content/uploads/2020/05/Voce-na-esta-sozinha-CartilhaMulheres.pdf O que eu devo fazer em caso de violência? Alguns telefones úteis: -Identifique se a pessoa está intoxicada ou não. -Tente evitar a confrontação direta, esse não é o momento de tentar conversar. -Se afaste da pessoa, tente sair de casa ou ir para algum outro cômodo. Se for possível, peça ajuda a alguém (vizinhos, amigos ou familiares). Você também pode ligar para a polícia, solicitando auxílio. Polícia Civil - 190 Polícia Militar - 197 Bombeiros - 193 SAMU - 192 Central de Atendimento à Mulher - 180 Direitos Humanos - 100 Defensoria Pública - 129 O QUE FAZER EM CASO DE V IOLÊNC IA DOMÉST I CA ? 27 Caso você tenha dúvidas sobre onde buscar ajuda, ligue para o Disque Saúde pelo telefone 136 ou 0800 61 1997. Ou acesse o site: www.saude.gov.br Em caso de sofrimento emocional intenso, você pode contar com o apoio do CVV (Centro de Valorização da Vida) pelo telefone 188. Ainda, você pode buscar profissionais da Psicologia regulamentados e capacitados para te ajudar com questões de saúde mental de forma online no site: https://e-psi.cfp.org.br/ Associação Brasileira de Terapia Comunitária - ABRATECOM www.abratecom.org.br Para maiores informações sobre o assunto, sugerimos a leitura deste material: "Suicídio na Pandemia Covid-19" disponível no link: https://www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br/wp- content/uploads/2020/05/cartilha_prevencaosuicidio.pdf ONDE MA IS EU POSSO BUSCAR AJUDA ? 28 http://www.saude.gov.br/ https://e-psi.cfp.org.br/ http://www.abratecom.org.br/ https://www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br/wp-content/uploads/2020/05/cartilha_prevencaosuicidio.pdf Atenção!!! Para mais informações sobre a dependência química, leia a cartilha "O uso de álcool e outras drogas em tempos de pandemia", disponível no link: http://www.pucrs.br/coronavirus/estudos-e-pesquisas/ ONDE MA IS EU POSSO BUSCAR AJUDA ? 29 http://www.pucrs.br/coronavirus/estudos-e-pesquisas/ Araujo, R. B. (2013). Guia de terapias cognitivo-comportamentais para os transtornos do exagero: tratando pacientes da vida real. Novo Hamburgo: Synopsys. Araujo, R. B., Oliveira, M., Pedroso, R. S., Miguel, A. C., & Castro, M. G. T. (2008). Craving e dependência química: conceito, avaliação e tratamento. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 57(1), 57-63. DOI: https://doi.org/10.1590/S0047-20852008000100011 Brasil. Ministério da Justiça. (2012). Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Tratamento da dependência de crack, álcool e outras drogas: aperfeiçoamento para profissionais de saúde e assistência social. UFRGS. Brasília: SENAD. 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Psicólogo responsável pelo Serviço de Psicologia da Clínica São José (Porto Alegre/RS). Josiane Rocha Carvalho: Graduanda em Psicologia (UFCSPA). Bacharel em Relações Internacionais (UFRGS). Mestre em Estudos Estratégicos Internacionais (UFRGS). Juliana Markus: Graduanda em Psicologia (PUCRS). Especialista em Direito Ambiental Nacional e Internacional (UFRGS). Bacharel em Direito (PUCRS). Karen P. Del Rio Szupszynski: Psicóloga. Mestre e Doutora em Psicologia pela PUCRS. Pós-Doutorado em Psicobiologia pela UNIFESP. Docente do Mestrado em Psicologia da UFGD-MS. Pesquisadora PNPD na PUCRS. Matheus Borges Piccolo: Graduando em psicologia (PUCRS). Nazaré Maria de Albuquerque Hayasida: Psicóloga. Pós-Doutoranda em Psicologia (PUCRS). Membro e certificada pela Federação Brasileira de Terapias Cognitivas (FBTC). Docente do curso de Graduação e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica (PPGPSI-UFAM), e do Programa de Pós-Graduação de Cirurgia (PPGRACI-UFAM) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Regina Basso Zanon: Psicóloga. Mestre e Doutora em Psicologia (UFRGS). Docente dos cursos de graduação e pós-graduação em Psicologia da UFGD. AUTORES 32 Como citar este documento: Adamoli, A. N., Rittmann, I., Previdelli, J. F. A., Carvalho, J. R., Markus, J., Szupszynski, K. P. D. R., Piccolo, M. B., Hayasida, N. M. A., Zanon, R. B. (2020) Orientações para familiares de usuários de álcool e outras drogas em tempos de pandemia. Porto Alegre: PUCRS. Trabalho gráfico: Isadora Rittmann e Juliana Markus.