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1 FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA CURSO DE ENFERMAGEM RAYANA MARAYA DOS ANJOS PORTFÓLIO DO CICLO 2 DA UPP REDE DE ATENÇÃO, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E ACOLHIMENTO DO USUÁRIO DO SUS FACILITADORA: DANIELA MARTINEZ FAYER NALOM MARÍLIA-SP 2020 2 SUMÁRIO: 1. Narrativa reflexiva ........................................................................................................ 3 2. Síntese Provisória.......................................................................................................... 4 2.1 Avaliação da Síntese Provisória...................................................................... 5 3. Busca Qualificada......................................................................................................... 5 3.1 Vivência da Busca e Escolha das Fontes ....................................................... 5 3.2 Resposta da Questão 1 ................................................................................... 5 3.3 Resposta da Questão 2 ................................................................................... 8 3.4 Resposta da Questão 3 ................................................................................... 8 3.5 Resposta da Questão 4 ................................................................................... 9 3.6 Resposta da Questão 5 .................................................................................. 11 4. Nova Síntese............................................................................................................... 12 4.1 Avaliação da Nova Síntese .......................................................................... 14 5. Avaliação.................................................................................................................... 14 3 1. Narrativa Reflexiva: No dia 01 de outubro fomos convidados a assistir ao episódio da série “Unidade Básica” como disparador para a Narrativa Reflexiva do Ciclo 2 da UPP, que trata sobre Rede de Atenção, Classificação de Risco e Acolhimento do Usuário do SUS. O foco principal do episódio é o caso do paciente Eraldo, que tem uma parada cardíaca e na internação é diagnosticado com cirrose hepática grave, quando é inserido na fila para a recepção de um transplante de fígado. Eraldo mora com a ex-mulher Cícera, a filha Elizete e o marido dela, Jeferson. Cícera e Elizete são conhecidas na unidade como pacientes poliqueixosas, enquanto Eraldo e Jeferson estão em batalha contra o alcoolismo. Cícera recebe uma ligação da central de transplantes informando que há um fígado disponível para Eraldo, porém para receber o transplante ele deveria estar sem beber, o que o médico responsável pela unidade sabia que não estava ocorrendo e, portanto, não pôde autorizar o transplante. Ao final do episódio, o médico recebe uma ligação de Cícera e segue até sua residência, descobrindo que Eraldo veio a falecer. Jeferson traz seus exames para o médico e relata que parou de beber, dando a entender que a vida e saúde do casal estão melhorando. Várias “sutilezas” me chamaram a atenção durante o episódio, como o fato de o médico retratar que já teve problemas com o álcool e atualmente ser tabagista, a postura da médica e da estudante de medicina da unidade que desejam encaminhar as pacientes poliqueixosas para atendimento psicológico e o momento de elaboração do genograma para relacionar as mulheres poliqueixosas com seus maridos alcoolistas, retratando um dos conflitos familiares ocasionados pelo vício. Me senti aflita acompanhando o caso de Eraldo pois gostaria que ele sua família tivesse encontrado um “final feliz”, porém fiquei feliz por Jeferson e Elizete. Compreendi que o vício é composto por inúmeros fatores biológicos, psicológicos e sociais enraizados, e é um quadro de difícil abordagem e tratamento. Além disso, acredito que a postura do médico com a família de Eraldo foi de grande exemplo para a nossa prática profissional, pois demonstra como o estabelecimento de um vínculo entre o(s) paciente (s) e a unidade de saúde é importante em busca de compreender as particularidades de cada caso individual e auxiliar no cuidado integral de cada pessoa, além de aumentar as chances de adesão adequada ao tratamento e, consequentemente, melhoria da saúde e qualidade de vida. 4 2.Síntese Provisória No dia oito de outubro de 2020 o grupo 5 reuniu-se de forma remota para fazer a leitura das narrativas e discutir acerca dos temas deste segundo ciclo da Unidade de Prática Profissional (UPP) “Rede de Atenção, Classificação de risco e Acolhimento do usuário do SUS”. Primeiramente, foi destacado pelo grupo que vídeos são uma forma interessante de disparadores. Com o episódio da série, ficou nítido o foco do ciclo, pois, no vídeo, foi visto um paciente que precisou ser encaminhado de uma unidade de atenção primária para outra unidade de saúde, de atenção terciária. Desse modo, a discussão permeou no tema de Redes de atenção, já estudado no primeiro ano. Além disso, o grupo pode perceber a necessidade de entender como funcionam as classificações de risco nas unidades de saúde. Surgiram dúvidas com relação a quais profissionais realizam a classificação de risco. Ademais, foi exposto nas narrativas dos estudantes do grupo que o médico da série que serviu como disparador buscou ajudar seus pacientes conhecendo também todo o contexto em que o paciente estava inserido, seu histórico familiar, e suas dificuldades familiares, não se restringindo apenas a queixa atual e a resolução. Foi possível notar a preocupação da equipe de saúde em resolver a causa do problema do paciente, e não apenas o problema, utilizando-se de reuniões de equipe, genogramas e diálogos com a rede de apoio. Diante das ideias levantadas, foram elaboradas as seguintes hipóteses: 1. A classificação de risco é feita inicialmente para atender melhor o paciente e direcioná- lo para o tratamento adequado 2. O acolhimento não ocorre em um único espaço, mas em todos os momentos desde a entrada do paciente na unidade até sua saída 3. Pacientes poliqueixosos tendem a ser negligenciados por profissionais de saúde, sendo necessário uma escuta atenta dos seus relatos para que o cuidado seja garantido. 4. A ocorrência de pacientes poliqueixosas é decorrente, dentre outras causas, de um processo de determinação social de saúde e doença. Tendo em vista os problemas elencados, as questões para a Busca Qualificada foram: 1. Explique quais são os critérios para realizar a classificação de risco levando em consideração os diversos modelos. 2. Quais são os passos para a realização do acolhimento e da triagem? Faça a diferenciação entre eles. 5 3. Quais profissionais podem realizar o acolhimento e a triagem? 4. Cite quais são as redes de atenção à saúde (RAS) e seus principais objetivos. 5. O que é determinação social do processo de saúde e doença e como isso interfere na saúde da população? 2.1 Avaliação da Síntese Provisória: Acredito que o levantamento de ideias foi bem elaborado, assim como as lacunas de conhecimento. O levantamento de hipóteses servirá para melhor organizar os processos de Busca e Nova Síntese. Considero a participação do grupo e da facilitadora plena e essencial para a processo. Em comparação com a Síntese Provisória do Ciclo 01, a minha participação foi mais presente. 3. Busca Qualificada: 3.1 Vivência da Busca e Escolha das Fontes: Achei as questões formuladas pelo grupo de fácil interpretação e não enfrentei dificuldades para encontrar as informações que buscava em fontes confiáveis. Como a disponibilidade de fontes era ampla, optei por utilizar artigos e sites de órgãos oficiais, como Ministério Público, Ministério da Saúde, CREMESP entre outros. Também não encontreiconflito para interpretar os conteúdos. 3.2 Questão 1: Explique quais são os critérios para realizar a classificação de risco levando em consideração os diversos modelos. A Portaria 2.048 do Ministério da Saúde propõe a implantação nas unidades de atendimento de urgências o acolhimento e a “triagem classificatória de risco”. Além disso, é a identificação dos pacientes que necessitam de intervenção médica e de cuidados de enfermagem, de acordo com o potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento, usando um processo de escuta qualificada e tomada de decisão baseada em protocolo e aliada à capacidade de julgamento crítico e experiência do enfermeiro, pois, é o enfermeiro, com auxílio do técnico de enfermagem, que faz a avaliação para classificação de risco do paciente. O Acolhimento com Classificação de Risco -ACCR- possibilita a ampliação da resolutividade ao incorporar critérios de avaliação de riscos, que levam em conta toda a complexidade dos fenômenos saúde/ doença, o grau de sofrimento dos usuários e seus 6 familiares, a priorização da atenção no tempo, diminuindo o número de mortes evitáveis, sequelas e internações. A Classificação de Risco deve ser um instrumento para melhor organizar o fluxo de pacientes que procuram as portas de entrada de urgência/emergência, gerando um atendimento resolutivo e humanizado. De acordo com o Protocolo de Acolhimento com Classificação de Risco, feito pela Prefeitura de São Luís, existe critérios a serem avaliados e dados a serem coletados para serem colocados na ficha de atendimento, sendo eles: Critérios: Apresentação usual da doença; Sinais de alerta (choque, palidez cutânea, febre alta, desmaio ou perda da consciência, desorientação, tipo de dor etc.); Situação: queixa principal; Pontos importantes na avaliação inicial: sinais vitais –Sat. de O2 –escala de dor -escala de Glasgow –doenças preexistentes –idade –dificuldade de comunicação (droga, álcool, retardo mental etc.). Dados para a ficha de atendimento: Queixa principal; Início –evolução –tempo de doença; Estado físico do paciente; Escala de dor e de Glasgow; Classificação de gravidade; Medicações em uso, doenças preexistentes, alergias e vícios; Dados vitais: pressão arterial, temperatura, saturação de O2. Além disso, ao realizar a classificação de risco, o profissional de saúde atribui ao paciente uma cor (através de uma pulseira ou adesivo), indicando sua classificação/prioridade de atendimento. São elas: 0. Prioridade zero (vermelha); 1. Prioridade I (amarela); 2. Prioridade II (verde); 3. prioridade III (azul). A cor Vermelha indica que o paciente precisa ser encaminhado para a sala de ressuscitação imediatamente. A cor Amarela indica que o paciente precisa de consulta médica imediata, com tempo de espera para atendimento de no máximo 30 minutos; no caso do paciente classificado com a cor Verde, é preciso encaminhar para a consulta médica, mas, a urgência é menor, podendo esperar até uma hora para avaliação médica. Por fim, a cor Azul indica urgência menor, podendo o paciente esperar até uma hora e trinta minutos. Para mais, segundo o Protocolo de Manchester, existem 5 níveis em relação ao tempo máximo de espera por atendimento médico, sendo eles vermelho, laranja, amarelo, verde e azul. 7 Pacientes de nível vermelho (nível 0) deverão receber atendimento imediato pois estão na iminência de morte ou complicação, como politraumatizados, grandes queimados, pacientes com traumatismo encefálico, pacientes em coma, com comprometimento da coluna vertebral, desconforto respiratório grave, dor no peito associada à sintomas cardiovasculares, grandes perdas de sangue, convulsões, tentativas de suicídio, choques, paradas cardiorrespiratórias e alterações graves dos sinais vitais. O nível laranja (nível 1) diz respeito às chamadas “bandeiras vermelhas “como vítimas de acidentes com veículos motorizados, vítimas de quedas ou explosões, fraturas de costelas, possíveis aspirações e danos pulmonares, e devem ser atendidos em até 10 minutos. Já o nível amarelo (nível 2) inclui os pacientes que podem aguardar atendimento por até 30 minutos, como politraumatizados em regular estado de consciência e sem alterações dos sinais vitais, cefaleia intensa e progressiva acompanhada de fatores de risco, TCE leve, alterações do nível de consciência ou comportamentais e psicológicas, desmaios, pacientes desidratados, com dores abdominais intensas, náuseas, vômitos e sangramentos persistentes, febre alta, intoxicados e vítimas de abuso sexual. Por sua vez, os pacientes de nível verde (nível 3) estão em condições agudas e de urgência relativa, podendo ser atendidos em até 60 minutos. Aqui estão incluídos os pacientes idosos, deficientes, quadro sem melhora em menos de 24h, enxaquecas, dores de ouvido, dores abdominais, sangramentos leves, vômitos e diarreias recentes, lombalgia intensa e lesões ortopédicas. Por fim, no nível azul (nível 4) as condições são semelhantes ao nível 3, entretanto, as queixas são crônicas e sem alterações agudas, podendo aguardar por até 120 minutos. Especificamente sobre o Protocolo de Manchester, ele deve ser feito por meio de sistema informatizado no qual se inserem as queixas e dados do paciente (discriminantes) que serão lançados em um fluxograma contendo diversos sinais e sintomas, resultando em um nível de classificação. Referências Bibliográficas AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR. Acolhimento com Classificação de Risco. Ministério da Saúde, Brasília, 2012. Disponível em: http://www.ans.gov.br/images/stories/prestadores/E-ACE-01.pdf. Acesso em: 13 out. 2020. NÚCLEO TÉCNICO DA POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO. Acolhimento com Avaliação e Classificação de Risco. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. 49 p. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acolhimento.pdf. Acesso em: 13 out. 2020. 8 3.3 Questão 2: Quais são os passos para a realização do acolhimento e da triagem? Faça a diferenciação entre eles. De início, o acolhimento é uma espécie de tecnologia leve, uma técnica, que deve ser empregada desde a entrada do paciente, durante todo o seu permanecimento no serviço de saúde e por todas as etapas do tratamento. O acolhimento envolve a efetivação dos princípios e diretrizes do SUS, passando pelo estabelecimento de vínculo, receptividade e resolubilidade das demandas trazidas pelo paciente, visando o cuidado integral e a abordagem de todos os aspectos da saúde. Um bom acolhimento envolve a inclusão do paciente como protagonista do seu cuidado, a obediência aos princípios da bioética, a garantia de acesso aos serviços necessários, a escuta qualificada e a boa articulação com outros serviços de saúde. A triagem, por sua vez, é efetivada quando um funcionário do serviço se baseia na escuta qualificada das queixas do paciente, antes da avaliação diagnóstica e terapêutica, para determinar para qual profissional ele deverá ser encaminhado e qual o tempo de espera possível. Dentro da triagem, a classificação de risco é uma ferramenta utilizada nos serviços que atendem à demanda espontânea, que tem como objetivo selecionar os pacientes para atendimento de acordo com o risco de evoluírem para morte ou complicações sérias. O objetivo de se utilizar a triagem e, dentro dela, a classificação de risco, é garantir que os pacientes de maior gravidade sejam atendidos prioritariamente (equidade), diminuir o tempo de espera e a superlotação dentro dos serviços de saúde, organizar o atendimento e aumentar a resolutividade e satisfação dos pacientes. Referência Bibliográfica BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE. Qual a diferença entre triagem e acolhimento?. Disponível em: https://aps.bvs.br/aps/qual-a-diferenca-entre-triagem-e-acolhimento/. Acesso em: 13 out. 2020. 3.4 Questão 3: Quais profissionais podem realizar o acolhimento e a triagem?O acolhimento não é um espaço ou um local, mas uma postura ética: não pressupõe hora ou profissional específico para fazê-lo, implica compartilhamento de saberes, angústias e invenções, tomando para si a responsabilidade de “abrigar e agasalhar” o outro em suas demandas, com responsabilidade e resolutividade sinalizada pelo caso em questão. 9 De acordo com a Portaria 2.048 do Ministério da Saúde, o processo de triagem “deve ser realizado por profissional de saúde, de nível superior, mediante treinamento específico e utilização de protocolos pré-estabelecidos e tem por objetivo avaliar o grau de urgência das queixas dos pacientes, colocando-os em ordem de prioridade para o atendimento”. Referências Bibliográficas SAÚDE, Ministério Da. Acolhimento nas Práticas de Produção de Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização, Brasília, v. 1, n. 2, p. 3-43, jan./2010. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acolhimento_praticas_producao_saude.pdf. Acesso em: 10 out. 2020. AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR. Acolhimento com Classificação de Risco. Ministério da Saúde, Brasília, 2012. Disponível em: http://www.ans.gov.br/images/stories/prestadores/E-ACE-01.pdf. Acesso em: 13 out. 2020. 3.5 Questão 4: Cite quais são as redes de atenção à saúde (RAS) e seus principais objetivos. Segundo a portaria 4.279/2010 do Conselho Nacional de Saúde, Redes de Atenção à Saúde são “arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado.” As principais características de uma RAS são: - Relações horizontais entre os pontos de atenção; - Atenção Básica como centro de comunicação; - Centralidade nas necessidades de saúde da população; - Atenção contínua e integral; - Cuidado multiprofissional; - Compartilhamento de objetivos; - Compromisso com resultados sanitários e econômicos. Já os requisitos observados para a constituição de uma RAS são: - Definição clara da população e território; - Diagnóstico situacional; - Criação de objetivos para suprir as carências do território; - Articulação público-privado; 10 - Planejamento de acordo com as necessidades; - Criação de um sistema logístico e de suporte; - Investimento nas equipes; - Criação de sistemas de regulação e governança; - Financiamento sustentável e suficiente com vinculação a metas e resultados. Segundo a mesma portaria, as RAS prioritárias são a Rede Cegonha, a Rede de Atenção às Urgências e Emergências, a Rede de Atenção Psicossocial, a Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência e a Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas. A Rede Cegonha abrange a atenção durante o pré-natal, parto e puerpério além de toda a saúde da criança até os dois primeiros anos de vida. A Rede de Atenção às Urgências e Emergências tratam da promoção e prevenção, Unidades Básicas de Saúde, Unidades de Pronto Atendimento, SAMU, atenção hospitalar e hospitais-dia. A Rede de Atenção Psicossocial é composta por 5 eixos: - Atenção integral aos usuários de álcool e drogas; - Qualificação da Rede de Atenção Integral; - Ressocialização e reabilitação; - Ações de prevenção e redução de danos; - Operacionalização da rede. A Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência além da Atenção Básica e de Urgência e Emergência também é responsável pela reabilitação auditiva, física, visual, intelectual, ostomia e múltiplas deficiências. Por fim, a Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas se encarrega da atenção especializada, sistemas de apoio, sistemas logísticos e regulação. Referência Bibliográfica BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Implantação das Redes de Atenção à Saúde e outras estratégias da SAS. 2014. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/implantacao_redes_atencao_saude_sas.pdf. Acesso em: 13out. 2020. 11 3.6 Questão 5: O que é determinação social do processo de saúde e doença e como isso interfere na saúde da população? Importante analisar o conceito de que as condições de vida e trabalho dos indivíduos e grupos da população estão relacionadas com sua situação de saúde. Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), estabelecida em 2006, os DSS são: “os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população”. As relações entre determinantes sociais e saúde consistem em estabelecer uma hierarquia de determinações entre fatores mais distais, sociais, econômicos e políticos e mais proximais relacionados diretamente ao modo de vida, sendo distintos os fatores que afetam a situação de saúde de grupos e de pessoas. A análise da situação de saúde compreende os seguintes itens: - Situação e tendências da evolução demográfica, social e econômica do país: traça um panorama geral de referência para a análise da situação de saúde, descrevendo a evolução destes macros determinantes, particularmente nas últimas quatro décadas. Inclui dados sobre crescimento populacional, fecundidade, mortalidade, migrações, urbanização, estrutura do mercado de trabalho, distribuição de renda e educação; - A estratificação socioeconômica e a saúde: apresenta a situação atual e tendências da situação de saúde no país, destacando as desigualdades de saúde segundo variáveis de estratificação socioeconômica, como renda, escolaridade, gênero e local de moradia; - Condições de vida, ambiente e trabalho: apresenta as relações entre situação de saúde e condições de vida, ambiente e trabalho, com ênfase nas relações entre saneamento, alimentação, habitação, ambiente de trabalho, poluição, acesso à informação e serviços de saúde e seu impacto nas condições de saúde dos diversos grupos da população; - Redes sociais, comunitárias e saúde: inclui evidências sobre a organização comunitária e redes de solidariedade e apoio para a melhoria da situação de saúde, destacando particularmente o grau de desenvolvimento dessas redes nos grupos sociais mais desfavorecidos; - Comportamentos, estilos de vida e saúde: inclui evidências existentes no Brasil sobre condutas de risco como hábito de fumar, alcoolismo, sedentarismo, dieta inadequada, entre outros, segundo os diferentes estratos socioeconômicos da população; 12 - Saúde materno-infantil e saúde indígena: por sua importância social e por apresentarem necessidades específicas de políticas públicas, são dedicadas seções especiais sobre saúde materno-infantil e saúde indígena. A análise dos determinantes sociais de saúde nos permite intervenções no sentido de ampliar políticas púbicas que possam reduzir as iniquidades, desigualdades consideradas injustas, e avançar para políticas de saúde com mais equidade. Para além do conceito epidemiológico de determinantes sociais de saúde como fatores de risco, é necessário ainda, compreender a determinação social da saúde como um conceito mais ampliado e politicamente construído que envolve a caracterização da saúde e da doença mediante fenômenos que são próprios dos modos de convivência do homem, um ente que trabalha e desfruta da vida compartilhada com os outros, um ente político, na medida em que habita a polis, como afirmava Aristóteles. Referências Bibliográficas NOGUEIRA, R. P. (org.). Determinação social da saúde e reforma sanitária. Rio de Janeiro: Cebes, 2010. CAPONIS. A saúde como abertura ao risco. In: Czerina D., Freitas, CM org. Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendências. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2003. in Enfermagem e saúde do adulto. Org. Ana Cristina Passarella Brêtas A. e Monica Antar Gamba. São Paulo, Manole, 2006. 4. Nova Síntese: No dia quinzede outubro o grupo 5 reuniu-se para realizar a Nova Síntese. Foi discutido sobre acolhimento, triagem e classificação de risco. O acolhimento é uma técnica essencial no cuidado que envolve toda a jornada do paciente no sistema de saúde e deve ser praticado para estabelecer um melhor vínculo, melhorar a adesão ao tratamento e buscar o maior nível possível de resolução das queixas do paciente. A triagem e a classificação de risco são processos e técnicas complementares, que devem ser efetuadas pelo profissional de nível superior da enfermagem visando melhorar a dinâmica e o atendimento dentro dos serviços de saúde. O grupo caracterizou então todos os níveis, utilizando como referência o Protocolo de Manchester e explanou algumas dúvidas, como a diferença entre os níveis verde e azul, por exemplo, que diz respeito ao caráter agudo ou crônico da queixa. Foi observado também que muitos serviços adaptam o protocolo e retiram o nível azul, encaminhando tais pacientes para a Atenção Primária. 13 Sobre a conceitualização das Redes de Atenção à Saúde, concluímos que elas são sistemas articulados de serviços de saúde que visam o atendimento integral e que tenham uma população alvo, uma estrutura operacional e um modelo de atenção à saúde. É aceito na literatura internacional que o sistema articulado em Redes de Atenção é mais eficaz na prática do que modelos que apresentam uma Atenção Primária enfraquecida, está sendo no sistema do SUS a porta de entrada do sistema. O foco das RAS está no cuidado à pessoa, à família e à comunidade. As fases para implantação de uma RAS são: diagnóstico, adesão, desenho da rede, contratualização dos pontos de atenção, qualificação dos componentes da rede e certificação da rede. As principais características de uma Rede de Atenção são a horizontalidade entre os níveis de atenção, a centralização na Atenção Primária, centralidade das necessidades de saúde da população, responsabilidade com a saúde contínua e integral, cuidado multiprofissional, compartilhamento de objetivos e o efetivo comprometimento com resultados sanitários e econômicos. A definição do Ministério da Saúde fala de população e território bem definidos com amplo conhecimento de suas necessidades e preferências, extensa gama de estabelecimentos de saúde que prestem serviços de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, gestão de casos, reabilitação e cuidados paliativos e integralização dos programas e serviços de saúde focados em doenças, riscos e populações específicas. Após a Nova Síntese o grupo elaborou uma questão para enviar à professora, indagando sobre a diferença entre triagem e classificação de risco. Um vídeo resposta da professora informou que a classificação de risco é uma ferramenta para garantir a equidade no atendimento por meio da priorização dos casos mais graves ou com potencial de gravidade. Quem realiza o processo de triagem é exclusivamente o profissional da enfermagem, por meio de uma boa coleta de dados, anamnese e raciocínio clínico, destacando que, em hipótese alguma o enfermeiro pode dispensar qualquer paciente, o que configuraria crime de ato médico. Quanto à conferência, a professora explicou diversos modelos de classificação de risco, como o Australian Triage Scale (ATS), Protocolo de Manchester, CanadianTriage and AcuityScale (CTAS)e Emergency Severity Index (ESI), ressaltando que os modelos possuem semelhanças entre si e que o estabelecimento das condutas para cada nível é parecido. Foi dito pela professora que a escolha do Protocolo de Manchester para a utilização no SUS foi feita por um movimento corrupto, já que as estruturas dos serviços de saúde no Brasil muitas vezes não comportam adequadamente um software para efetivar o protocolo e os discriminantes da triagem não se adequam à realidade brasileira. 14 Por conta disso, muitas vezes são realizadas adaptações no método como perguntas e respostas em fichas de papel e diminuição no número de níveis, o que acaba prejudicando a eficiência da classificação. 4.1 Avaliação da Nova Síntese: Acredito que o processo de Nova Síntese tenha sido muito eficiente, senti a participação de todos no grupo durante a discussão e com contribuições muito importantes e complementares, gostei das intervenções da facilitadora e aprendi muito com a conferência da professora. 5. Avaliação: Acredito que esse ciclo tenha sido muito interessante e necessário, para retomarmos o estudo de redes de atenção, além de entender sobre a classificação de risco realizada pelas unidades de saúde e sobre o acolhimento, que descobrimos ser algo além do que imaginávamos. Além disso, considerei uma boa opção o disparador ser por meio de um vídeo, pois, foi possível entender quais eram os temas a serem discutidos neste ciclo de forma mais clara do que por meio de textos. Com relação ao grupo, minha percepção é de que a participação está bem distribuída entre os estudantes. Ademais, notei que neste ciclo da UPP 2 muitos realizaram as buscas pelas mesmas fontes, mas apesar disso, conseguimos nos complementar na discussão. Quanto à minha participação, acredito que minha Busca foi efetiva, procurei utilizar fontes variadas e confiáveis e avalio que consegui me inserir bem na discussão, trazendo contribuições relevantes. Por fim, considero a participação da facilitadora satisfatória e essencial. 15
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