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21/04/2021 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48422430264AB0F19DC0C17D057D5F6755F590C25CDDA6E22222A1608B0722… 1/9 Cultura Brasileira Aula 10 - A Globalização e os desa�os para a cultura brasileira: integração ou resistência INTRODUÇÃO A economia afeta as práticas socioculturais coletivas e individuais. A fragmentação da sociedade, em função da natureza das práticas político-econômicas, acabou reduzindo o grande sujeito coletivo a uma imensa quantidade de universos fechados. Nesta aula, analisaremos o conceito de cidadania na contemporaneidade, ligado ao fenômeno da Globalização e à indústria cultural. OBJETIVOS 21/04/2021 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48422430264AB0F19DC0C17D057D5F6755F590C25CDDA6E22222A1608B0722… 2/9 Identi�car o conceito de globalização e mundialização. Compreender o que é cidadania. Reconhecer o que é um cidadão global. Avaliar o Brasil e a cultura brasileira no contexto da globalização. 21/04/2021 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48422430264AB0F19DC0C17D057D5F6755F590C25CDDA6E22222A1608B0722… 3/9 MUNDIALIZAÇÃO E CULTURA Fonte da Imagem: Em sua obra Mundialização e Cultura, escrita em 1994, o cientista social Renato Ortiz reforça que a economia vem afetando as práticas socioculturais coletivas e individuais. Segundo o autor, a fragmentação da sociedade, em função da natureza das práticas político-econômicas, acabou reduzindo o grande sujeito coletivo (sociedade enquanto um todo) a uma imensa quantidade de universos fechados. Para Ortiz, o que passaria a existir, agora, seria uma sociedade dividida em segmentos, em estratos sociais que contêm apenas um único elemento de universalidade que os unia – e que mesmo assim, era de natureza bastante �uída, em função das realidades socioeconômicas de seus respectivos Estados: o seu poder de consumo. Cabe ressaltar aqui uma característica peculiar do pensamento de Renato Ortiz, isto é, que a realidade segmentada, cuja orientação se daria a partir de uma relação de consumo material de bens, não se dá sem afetar a dimensão psicológica da sociedade. O grande princípio orientador das ações humanas, na atualidade, é o consumo simbólico dos bens (BOURDIEU, P. O poder simbólico. RJ: Bertrand Brasil, 2000), através do signi�cado de suas imagens, que fomentaria um todo cultural inteiramente novo, e que não substituiria as culturas locais e as identidades tradicionais, como em um passe de mágica. Fonte: 1000 Words / Shutterstock e SFIO CRACHO / Shutterstock 21/04/2021 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48422430264AB0F19DC0C17D057D5F6755F590C25CDDA6E22222A1608B0722… 4/9 O consumo simbólico de bens formaria uma cultura-mundo, cujos ícones, independente do idioma falado ou do segmento em que se encontraria um agente social qualquer, seria reconhecido em todas as partes do globo, a partir de discursos visuais (ORTIZ, 1994, p.56-57). Em outras palavras, uma cultura-mundo se daria a partir do emprego da tecnologia, que aproxima cada vez mais as culturas do globo, sintetizando e cristalizando-as algumas vezes, sob a forma de bens materiais. A síntese de uma cultura não se daria no intuito de reduzi-la a uma quase descaracterização de seus signi�cados, mas sim de diminuir sua complexidade para melhor apreendê-la e reproduzi-la em escala global. A GLOBALIZAÇÃO E OS DESAFIOS PARA A CULTURA BRASILEIRA A indústria cultural no Brasil As indústrias culturais adquirem seu pleno desenvolvimento no Brasil, e se consolidam, em decorrência da articulação de dois fatores que atuam de forma interdependente: um de natureza política e outro de natureza econômica. Fator econômico O fator econômico é representado pelo ingresso do País na etapa monopolista do capitalismo. Fator político O fator político é representado pela instauração do regime militar em 1964 e a consequente implementação de um projeto de desenvolvimento burocrático-autoritário fundamentado na Ideologia da Segurança Nacional – ISN. A MUNDIALIZAÇÃO DA CULTURA O que é Globalização? Entende-se por globalização a progressiva e inconclusa integração econômica assimétrica e desigual de mercados (que supera a idéia de Estados-nacionais, embora os mantenha como unidade política de referência), com a exclusão daqueles que, não dispondo de importância estratégica no novo cenário em construção, não devem se tornar empecilhos ao modelo de sociedade econômica mundial idealizada pelo capital internacional. O QUE É MUNDIALIZAÇÃO DA CULTURA? Fonte: hedgehog94 / Shutterstock 21/04/2021 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48422430264AB0F19DC0C17D057D5F6755F590C25CDDA6E22222A1608B0722… 5/9 Para compreender o conceito de mundialização da cultura é necessário compreender dois pressupostos: Fonte da Imagem: Embora indispensável, a correlação entre economia e cultura no plano global não acontece de forma imediata. (glossário) Fonte da Imagem: É um equívoco imaginar que a pretendida integração precise rechaçar a convivência das diferenças culturais. (glossário) O avanço tecnológico e a expansão do sistema informacional se encarregariam de veicular em esfera global os elementos constitutivos da cultura mundializada, oferecendo padrões de referência para a formação de identidades sociais. Assim, não haveria um choque de culturas entre o comum e o diverso, mas uma tendência de aproximação entre as lógicas que os conformam, em que o local, para garantir sua sobrevivência, precisa adequar-se ao mundial. 21/04/2021 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48422430264AB0F19DC0C17D057D5F6755F590C25CDDA6E22222A1608B0722… 6/9 Fonte: Rawpixel.com / Shutterstock Em síntese, estaria em desenvolvimento um processo de integração progressiva de aspectos de diferentes culturas regionais a uma cultura comum, reconhecida entre si, porém sem a negação dos seus traços distintivos próprios. A mundialização da cultura não prescinde das culturas locais para as quais devolve padrões culturais próprios, modelados pela lógica do consumo (ORTIZ:1994). Sendo, portanto, necessária a implementação de estratégias que promovam igualmente a aproximação entre hábitos, valores e preferências de consumo em esfera planetária, garantido assim a criação de um mercado consumidor global para produtos que pouco diferem entre si. Em outras palavras, revelou-se necessária a produção de uma cultura de consumo tendencialmente homogênea em âmbito mundial, que reduzisse substancialmente as diferenças subjetivas de comportamento dos consumidores e que, anteriormente, eram mais in�uenciados pelas características identitárias das culturas locais/regionais. O BRASILEIRO COMO CIDADÃO GLOBAL E OS OUTROS O que é cidadania? A cidadania é notoriamente um termo associado à vida em sociedade. Sua origem está ligada ao desenvolvimento das polis gregas, entre os séculos VIII e VII a.C. A partir de então, tornou-se referência aos estudos que enfocam a política e as próprias condições de seu exercício, tanto nas sociedades antigas quanto nas modernas. Por outro lado, as mudanças nas estruturas socioeconômicas, incidiram, igualmente, na evolução do conceito e da prática da cidadania, moldando-os de acordo com as necessidades de cada época. Hoje, uma variedade de atitudes caracteriza a prática da cidadania. Assim, entendemos que um cidadão deve atuar em benefício da sociedade, bem como esta última deve garantir-lhe os direitos básicos à vida, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, trabalho, entre outros. Como consequência, cidadania passa a signi�car o relacionamento entre uma sociedade política e seus membros. 21/04/2021 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48422430264AB0F19DC0C17D057D5F6755F590C25CDDA6E22222A1608B0722… 7/9 Segundo Hannah Arendt: “A cidadania é o direito a ter direitos, pois a igualdade em dignidade e direitos dos seres humanos não é umdado. É algo construído na convivência coletiva que requer o acesso ao espaço público. É esse acesso ao espaço público que permite a construção de um mundo comum através de um processo de asserção dos direitos humanos.” Deve-se considerar que a cidadania como acesso ao espaço público, é a luta pela participação e construção do próprio espaço de modo a reivindicar a efetivação dos direitos humanos em seu aspecto sociopolítico e cultural. Saiba Mais , Por outro lado, a cultura do povo brasileiro é uma cultura de país colonizado, re�exo de muitos anos de exploração, o que se perpetua até hoje. A formação histórica brasileira é reprodutora de relações sociais autoritárias e conservadoras. Devido a essa herança cultural de submissão, torna-se difícil resgatar valores historicamente negados, que são a base para a construção de uma cidadania., , O acesso ao espaço público se dá pela politização do sujeito, no sentido de modi�car esse pensamento que está arraigado nos costumes do povo brasileiro. Isso passa pela formação de uma cultura política, em que os sujeitos passem realmente a ocupar o espaço público como espaço de reivindicações e melhoria das condições de vida., , É por isso que se torna impossível estabelecer um conceito pronto e acabado do que seja a cidadania. As pessoas precisam aprender sempre para saber exigir e participar do meio em que vivem. Isso porque tanto os indivíduos quanto os direitos estão sempre em processo de mudança, e essa dinamização traz sempre elementos novos a serem agregados ao homem-cidadão. Desse modo, a cidadania signi�ca pertencer a uma comunidade e ter a responsabilidade de construir uma identidade cultural dia após dia. “CIDADÃOS DO MUNDO” Quem é ele? O cidadão do mundo é o cidadão público (glossário), em um mundo que se transformou em Global, e que virtualmente é um espaço pequeno onde todos estão em qualquer lugar. Este cidadão, dotado de informação e conhecimentos, é entendido como um sujeito capaz de interferir no mundo, e participa, cotidianamente, deste mundo. Há, portanto, a necessidade de se incluir algumas dimensões essenciais na construção da nova cidadania contemporânea, qual seja, a cidadania democrática, a cidadania social, a cidadania intercultural, a cidadania entre gêneros, a cidadania empresarial e ambiental. DEMOCRACIA E CONTEMPORANEIDADE Fonte: images.etc / Shutterstock e vectorfusionart / Shutterstock 21/04/2021 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48422430264AB0F19DC0C17D057D5F6755F590C25CDDA6E22222A1608B0722… 8/9 Quando um sistema político pode ser considerado democrático? Quando seus principais tomadores de decisões coletivas são selecionados através de eleições periódicas, honestas e imparciais; se os candidatos de diferentes correntes de pensamento concorrem livremente pelos votos; Se virtualmente toda a população adulta têm direito de voto. De modo geral, esta concepção minimalista da democracia representa e representou um importante avanço diante dos regimes autoritários que predominaram durante muito tempo em muitas sociedades. Na atualidade, porém, esta concepção mínima de regime político parece ser muito limitada para encarar os grandes desa�os políticos, econômicos e sociais presentes no mundo contemporâneo. Talvez a abordagem mais pertinente para avançar neste debate seja considerar a chamada democracia de cidadania. Glossário ECONÔMICO O processo de implantação das indústrias de bens simbólicos, no entanto, começa antes, nos anos 60, embora só se consolide na década de 70. Do ponto de vista econômico, os anos 60 e 70 representam o período de ingresso da economia nacional na etapa monopolista do capitalismo. Como ocorre em um momento em que a economia mundial capitalista está plenamente constituída, pode-se dizer que a inclusão do Brasil, no sistema, é retardatária. Do ponto de vista político, signi�ca a fase mais dura de atuação do Estado autoritário sob comando militar que visava implementar um projeto de nação que vinha sendo articulado por segmentos autoritários da sociedade desde muito antes da chegada ao poder em 64. POLÍTICO 21/04/2021 Disciplina Portal estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=48422430264AB0F19DC0C17D057D5F6755F590C25CDDA6E22222A1608B0722… 9/9 Inicia-se no período do governo desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek (1956-1960) e se aprofunda nos governos militares pós-1964. Do ponto de vista político, signi�ca a fase mais dura de atuação do Estado autoritário sob comando militar que visava implementar um projeto de nação que vinha sendo articulado por segmentos autoritários da sociedade desde muito antes da chegada ao poder em 64. IMEDIATA O que signi�ca “que a história da cultura das sociedades capitalistas não se confunde com as estruturas permanentes do capitalismo”. DIFERENÇAS CULTURAIS Em outras palavras, “uma cultura mundializada não implica o aniquilamento das outras manifestações culturais, ela coabita e se alimenta delas”. CIDADÃO PÚBLICO Esta cidadania deve emergir do sujeito comum, pois é no viver cotidiano na família, na escola, na empresa, na paróquia, na associação, no sindicato etc., que as relações humanas se tornam signi�cativas e se constrói a consciência coletiva. Além disso, uma parceria mundial entre os setores público e privado – governos, fundações, empresas e cidadãos –, potencializando valores/saberes e poderes, é importante para que se promovam uma cidadania re�exiva e crítica local-global.
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