Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Lista 2 - F́ısica Estat́ıstica Nome: Gabriel Henrique Batista RA: FFA200042 Tema: Equações de estado em diversos potenciais termo- dinâmicos Prof. Makoto Yoshida Universidade Estadual Paulista - UNESP Campus Rio Claro IGCE - Instituto de Geociências e Ciências Exatas Departamento de F́ısica 1. O potencial qúımico para um flúıdo simples com um único componente é dado por µ = φ0 + kBT ln p p0(T ) , onde T é a temperatura, p é a pressão, kB a constante de Boltzmann e as funções φ0 e p0 são funções bem comportadas. (a) Mostre que o sistema obedece a lei de Boyle, pV = NkBT . Sol.: Temos que µ é expresso em termos de T e p. Por esse fato, usaremos a energia livre de Gibbs: G(T, p) = U − TS + pV, onde podemos estabelecer as seguintes relações: −S = ( ∂G ∂T ) p,N , V = ( ∂G ∂p ) T,N , µ = ( ∂G ∂N ) T,p . Para mostrarmos tal lei, usaremos uma das relações de Maxwell, obtida através da derivada cruzada das igualdades acima: ( ∂G ∂p ) T,N = ∂ ∂N ( ∂G ∂p ) = ∂ ∂N (V ) = ( ∂V ∂N ) T,p( ∂G ∂N ) T,p = ∂ ∂p ( ∂G ∂N ) = ∂ ∂P (µ) = ( ∂µ ∂p ) T,N Sabe-se que: ∂ ∂N ( ∂G ∂p ) = ∂ ∂p ( ∂G ∂N ) , então podemos fazer a seguinte relação:( ∂V ∂N ) T,p = ( ∂µ ∂p ) T,N . (1) Como temos a equação de µ, façamos então a derivada: ∂µ ∂p = kBT ( �� ��p0(T ) p )( 1 �� ��p0(T ) ) = kBT p . (2) 1 Do lado direito de 1, podemos manipular:( ∂V ∂N ) T,p = ∂ ∂N ( ∂G ∂p ) = ( ∂G ∂p ) T,N = V (3) Utilizando os resultados de 2 e 3 em 1 e também o fato de que a equação de µ dada no exerćıcio é para N = 1, temos: V = NkBT p pV = NkBT (b) Obtenha uma expressão para o calor espećıfico a pressão constante. Sol.: Sabemos que: cp = T N ( ∂S ∂T ) p,N . (4) Então para calcular cp devemos encontrar uma expressão para a entropia S. Sabemos que: −S = ( ∂G ∂T ) p,N ∂ ∂N ( ∂G ∂T ) = − ( ∂S ∂N ) T,p µ = ( ∂G ∂N ) T,p ∂ ∂T ( ∂G ∂N ) = ( ∂µ ∂T ) p,N Pelo mesmo caso de (a), temos: ∂ ∂N ( ∂G ∂T ) = ∂ ∂T ( ∂G ∂N ) − ( ∂S ∂N ) T,p = ( ∂µ ∂T ) p,N −S = ( ∂µ ∂T ) p,N 2 Calculando a derivada: ∂µ ∂T = d dT φ0(T ) + kB ln ( p p0(T ) ) + kBT ( ��p0 �p ·� ��0 · p0 − �p d dT p0(T ) p�20 ) = d dT φ0(T ) + kB ln ( p p0(T ) ) + kBT (− d dT p0(T ) p0 ) = d dT φ0(T ) + kB ln ( p p0(T ) ) − kBT p0(T ) d dT p0(T ) S = − d dT φ0(T )− kB ln ( p p0(T ) ) + kBT p0(T ) d dT p0(T ) (5) Com isso, podemos calcular ( ∂S ∂T ) p,N : ∂S ∂T = − d 2 dT 2 φ0(T )− kB d dT ( ln ( p p0(T ) )) + d dT ( kBT p0(T ) · d dT p0(T ) ) = − d 2 dT 2 φ0(T )− kB ( �� ��p0(T ) �p · −�p d dT p0(T ) p�20(T ) ) + + ( d dT ( kBT p0(T ) ) · d dT p0(T ) + kBT p0(T ) · d 2 dT 2 p0(T ) ) = − d 2 dT 2 φ0(T ) + kB p0(T ) · d dT p0(T ) + d dT p0(T ) ( kBp0(T )− kBT ddT p0(T ) p20(T ) ) + + kBT p0(T ) d2 dT 2 p0(T ) Utilizando o resultado acima em 4, temos a expressão para o calor espećıfico a pressão constante: cp = T N [ − d 2 dT 2 φ0(T ) + kB p0(T ) · d dT p0(T ) + d dT p0(T ) ( kBp0(T )− kBT ddT p0(T ) p20(T ) ) + + kBT p0(T ) d2 dT 2 p0(T ) ] = T N [ − d 2 dT 2 φ0(T ) + kB p0(T ) ( T d2 dT 2 p0(T ) + d dT p0(T ) + d dT p0(T ) ( p0(T )− T ddT p0(T ) p0(T ) )) cp = T N [ − d 2 dT 2 φ0(T ) + kB p0(T ) ( T d2 dT 2 p0(T ) + d dT p0(T ) ( 1 + p0(T )− T ddT p0(T ) p0(T ) )) (c) Quais as expressões para a compressibilidade isotérmica, do calor espećıfico a volume constante e do coeficiente de dilatação? Sol.: 3 Sabemos que a compressibilidade isotérmica é dada por: kT = − 1 V ( ∂V ∂p ) T Sabemos que o sistema obedece a Lei de Boyle, com isso, podemos calcular a derivada: V = NkBT p ∂V ∂p = −NkBT p2 logo: kT = − 1 V ( − NkBT p2 ) kT = NkBT V p2 O coeficiente de dilatação é dado por: α = 1 V ( ∂V ∂T ) p,N Utilizando a pV = NkBT : ∂V ∂T = NkB p então: α = NkB pV O calor espećıfico a volume constante é dado por: cV = T N ( ∂S ∂T ) V,N Já calculamos anteriormente em 5 a expressão de S para o sistema. Vemos que o S não está em função de V , então para este caso cV = cp. Dessa forma: cV = T N [ − d 2 dT 2 φ0(T ) + kB p0(T ) ( T d2 dT 2 p0(T ) + d dT p0(T ) ( 1 + p0(T )− T ddT p0(T ) p0(T ) )) (d) Obtenha uma forma para a energia livre de Helmholtz por part́ıcula f = f(T, v). Sol.: É sabido que a energia de Helmholtz é dada por: f(T, v) = u− TS 4 Como g(T, p) = u− TS + pv, g(T, p) = f(T, v) + pv f(T, v) = g(T, p)− pv f(T, v) = µ(T, p)− pv então: f(T, v) = φ0 + kBT ln ( p p0(T ) ) − pv Como pV = NkBT e N = 1, temos: f(T, v) = φ0 + kBT ln ( kBT vp0(T ) ) − kBT f(T, v) = φ0 + kBT ( ln ( kBT vp0(T ) ) − 1 ) 5 2. Obtenha uma expressão para a energia livre de Helmholtz por part́ıcula f = f(T, v), para um sistema puro que obedece as equações de estado u = 3 2 pv e p = AvT 4, onde A é uma constante. Sol.: A energia livre de Helmholtz por part́ıcula é dada por: f(T, v) = u− TS. (6) Com as informações dadas, podemos obter u em termos de T e v: u = 3 2 (AnT 4)v u = 3 2 Av2T 4 (7) Para encontrarmos S em termos dos parâmetros conhecidos, utilizaremos a relação:( ∂S ∂u ) v = 1 T Isolando T em 7, temos: T 4 = 2 3 u Av2 T = ( 2 3 u Av2 )1/4 1 T = ( 3 2 A )1/4 v1/2u−1/4 Então: ( ∂S ∂u ) v = ( 3 2 A )1/4 v1/2u−1/4∫ dS = ∫ ( 3 2 A )1/4 v1/2u−1/4du S = ( 3 2 A )1/4 v1/2 4 3 u3/4 + c (8) 6 Substituindo 7 e 8 em 6, temos: f(T, v) = 3 2 Av2T 4 − T [ 4 3 ( 3 2 A )1/4 v1/2u3/4 + c ] = 3 2 Av2T 4 − T [ 4 3 v1/2 ( 3 2 A )1/4( 3 2 Av2T 4 )3/4 + c ] = 3 2 Av2T 4 − T [ 4 3 v1/2 ( 3 2 A )1/4 T 3v3/2 ( 3 2 A )3/4 + c ] = 3 2 Av2T 4 − T [ 4 3 v2T 3 ( 3 2 A ) + c ] = 3 2 Av2T 4 − 2Av2T 4 − cT f(T, v) = −A 2 v2T 4 − cT 7 3. Obtenha uma expressão para a energia livre de Gibbs por part́ıcula, g = g(T, p), para um sistema puro caracterizado pela equação( S N − s0 )4 = A V U2 N3 , onde s0 e A são constantes. Sol.: A energia libre de Gibbs para uma part́ıcula é dada por: g(T, p) = u− TS − pv (9) encontraremos então os termos de g a partir da equação do sistema dado:( S N − s0 )4 = A V U2 N3 , Para uma part́ıcula: (S − s0)4 = Avu2 S = A1/4v1/4u1/2 + s0 Pelas relações vistas sobre entalpia, temos: ( ∂S ∂U ) V = 1 T( ∂S ∂V ) U = p T Aplicando as derivadas parciais na expressão se S: ∂S ∂U = 1 2 A1/4v1/4u−1/2 = 1 T (10) ∂S ∂V = 1 4 A1/4v−3/4u1/2 = p T (11) Vemos áı uma certa semelhança dos termos acima com a equação de g(T, p), devemos apenas multiplicar 1 T em ambos os lados: g(T, p) T = 1 T u− S − P T v 8 Substituindo 10 e 11 acima, ficamos com: g(T, p) T = ( 1 2 A1/4v1/4u−1/2 ) u− A1/4v1/4u1/2 + s0 − ( 1 4 A1/4v−3/4u1/2 ) v g(T, p) T = 1 2 A1/4v1/4u1/2 − A1/4v1/4u1/2 − 1 4 A1/4v1/4u1/2 + s0 g(T, p) = −3 4 T (A1/4v1/4u1/2) + s0T Devemos expressar g em termos de T e p, por isso usaremos 10 e 11 para fazer as manipulações necessárias e obter v1/4 e u1/2: 1 T = 1 2 A1/4v1/4u−1/2 1 v1/4 = 1 2 A1/4Tu−1/2 v1/4 = 2 A−1/4 T u1/2 p T = 1 4 A1/4v−3/4u1/2 1 u1/2 = 1 4 A1/4T p v−3/4 u1/2 = 4 p T A−1/4v3/4 v1/4 = 2 A−1/4 T ( 4 p T A−1/4v3/4 ) v−1/2 = 8A−1/2p T 2 v1/2 = T 2A1/2 8p v = T 4A 64p2 v1/4 = TA1/4p−1/2 √ 8 u = ( 4 p T A−1/4v3/4 )2 u = 16p2 T 2 A−1/2vv1/2 u = � � �16p2 T 2 ��� � A−1/2 T 4A 64��p 2 �� ��T 2A1/2 8p u = T 4A 32p u1/2 = T 2A1/2p−1/2 2 √ 8 Substituindo na expressão de g(T, p): g(T, p) = −3 4 T ( A1/4 TA1/4p−1/2√ 8 T 2A1/2p−1/2 2 √ 8 ) + s0T = −3 4 T ( AT 3 16p ) + s0T , g(T, p) = −3A 64 T 4 p + s0T 9 4. Considere um material magnético que obedece a lei de Curie , m = CH/T , onde C é uma constante positiva, H é o campo magnético aplicado, (corrigidos por posśıveis efeitos de superf́ıcie), m é a magnetizaçãoe T a temperatura. Num processo quase-estático, podemos escrever du = Tds+Hdm onde u = u(s,m) desempenha o papel de uma energia interna. Mostre que num processo infinitesimal adiabático temos a relação ∆T = CH cHT ∆H onde cH é o calor espećıfico a campo magnético constante. Sol.: Pelo enunciado do problema, u = u(s,m). Com isso: du = ( ∂u ∂s ) m ds+ ( ∂u ∂m ) s dm. Foi dado que: du = Tds+Hdm. Comparando as equações:( ∂u ∂s ) m = T e ( ∂u ∂m ) s = H. Sabemos que é válido fazer a seguinte relação: ∂ ∂m ( ∂u ∂s ) = ∂ ∂s ( ∂u ∂m ) , então ( ∂T ∂m ) s = ( ∂H ∂s ) m . Aplicando na Lei de Curie: m = CH T ∂m ∂T = −CH T 2 ∂T ∂s = − T 2 CH = ∂H ∂s 10 multiplicando o termo da esquerda por 1 ∂T 1 ∂T : ∂H ∂T · 1 ∂s ∂T = − T 2 CH −dH 1 ∂s ∂T CH T 2 = dT Temos que cH = T ( ∂s ∂T ) H , então: −CH cHT dH = dT CH cHT ∫ dH = ∫ dT CH cHT (Hf −Hi) = (Tf − Ti) ∆T = CH cHT ∆H 11
Compartilhar