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Lista 3 - F́ısica Estat́ıstica Nome: Gabriel Henrique Batista RA: FFA200042 Tema: Ensemble Microcanônico e sua conexão com a ter- modinâmica Prof. Makoto Yoshida Universidade Estadual Paulista - UNESP Campus Rio Claro IGCE - Instituto de Geociências e Ciências Exatas Departamento de F́ısica 1. Considere um modelo de N ı́ons magnéticos localizados, definidos pelo hamiltoniano de spin H = D N∑ j=1 S2j , onde a variável Sj pode assumir os valores −1, 0 e +1, para qualquer j (ver lista de exerćıcios I). (a) Dada a energia total E, utilize a expressão do número de estados microscópicos acesśıveis ao sistema, Ω(E,N), para obter a entropia por part́ıcula s(u), onde u = E/N . Sol.: Pela lista de exerćıcios I, sabemos que Ω(E,N) = N ! Ne!N0! , em que Ne é o número de vezes em que Sj 6= 0 ou seja, Ne = N+ +N−, N0 o número de vezes em que Sj = 0 e N = Ne +N0. No limite termodinâmico, E,N →∞ e u = E/N é fixo. Dessa forma, a entropia por part́ıcula pode ser obtida por s(u) = lim E,N→∞ kB 1 N ln Ω(E,N). (1) Realizando os cálculos: ln Ω(E,N) = l lnN !− (lnNe! + lnN0!)) Utilizando a expansão de Stirling (lnN ! = N lnN −N): ln Ω(E,N) = N lnN −N − (Ne lnNe −Ne +N0 lnN0 −N0) = N lnN���−N���+N −Ne lnNe −N0 lnN0 = N lnN −Ne lnNe −N0 lnN0. Foi visto anteriormente que Ne = E/D e N0 = N − E/D. Substituindo em 1: s = lim E,N→∞ kB · 1 N [ N lnN − E D ln E D − ( N − E D ) ln ( N − E D )] = lim E,N→∞ kB [ N N lnN − E ND ln E D − ( N N − E ND ) ln ( N − E D )] = kB [ − u D ln u D − ( 1− u D ) ln ( 1− u D )] 1 s(u) = −kB [ u D ln u D + ( 1− u D ) ln ( 1− u D )] (b) Obtenha uma expressão para o calor espećıfico c em função da temperatura T . Sol.: Usando a definição de calor espećıfico visto em aula, c = ∂u ∂T , vemos que primeiramente devemos saber a expressão de u. É sabido que ∂s ∂u = 1 T , logo: ∂s ∂u = −kB [ 1 D ln u D + � �� u D · � � �D u · 1 D + ( − 1 D ) ln ( 1− u D ) + + �� �� �� ( 1− u D ) · �� � �� � ( 1 1− u D ) · ( − 1 D )] = −kB [ 1 D ln u D� � � + 1 D − 1 D ln ( 1− u D ) � � �− 1 D ] = kB D [ − ln u D + ln ( 1− u D )] = kB D ln [ ��� D 1− u/��D u/��D ] = kB D ln [ D − u u ] ∂s ∂u = kB D ln [ D u − 1 ] = 1 T D kBT = ln ( D u − 1 ) exp ( D kBT ) = exp ( ln ( D u − 1 )) D u − 1 = exp ( D kBT ) u(T ) = D exp ( D kBT ) + 1 . Agora basta utilizar a definição de c, calculando ∂u ∂T : 2 c = D · exp ( D kBT ) · −D kBT 2 − 0 · ��� ��� ��� �( exp ( D kBT ) + 1 ) ( exp ( D kBT ) + 1 )2 c = −D2 kBT 2 · exp ( D kBT )( exp ( D kBT ) + 1 )2 3 2. Considere um gás de rede constitúıdo por N part́ıculas distribúıdas em V células (com N ≤ V ). Suponha que cada célula possa estar vazia ou ocupada por uma única part́ıcula. O número de estados microscópicos do sistema será dado por Ω(V,N) = V ! N !(V −N)! . (a) Obtenha uma expressão para a entropia por part́ıcula, s = s(v), onde v = V/N . Sol.: Vamos calcular primeiramente S(V,N): S(V,N) = kB ln Ω(V,N) ln Ω(V,N) = lnV !− ( lnN ! + ln(V −N)! ) = V lnV −��V − ( N lnN −��N + (V −N) ln(V −N)−��V +��N ) = V lnV −N lnN − (V −N) ln(V −N) S(V,N) = kB [ V lnV −N lnN − (V −N) ln(V −N) ] No limite termodinâmico, V,N →∞ e v = V/N é fixo. Logo: s(v) = lim V,N→∞ 1 N S(V,N) s = lim V,N→∞ kB [ V N lnV − lnN − (V −N) N ln(V −N) ] = lim V,N→∞ kB [ V N lnV − lnN − ( V N − 1 ) ln ( N(V −N) N )] = lim V,N→∞ kB [ V N lnV − lnN − ( V N − 1 ) lnN − ( V N − 1 ) ln ( V N − 1 )] = lim V,N→∞ kB [ V N ln ( V N N ) − lnN − ( V N − 1 ) lnN − ( V N − 1 ) ln ( V N − 1 )] = lim V,N→∞ kB [ V N ln V N + � � � �V N lnN −���lnN − ��� ��� �� ( V N − 1 ) lnN − ( V N − 1 ) ln ( V N − 1 )] = kB [ V N ln V N − ( V N − 1 ) ln ( V N − 1 )] Foi dado que v = V/N , então: s(v) = kB [ v ln v − (v − 1) ln(v − 1) ] 4 (b) A partir dessa equação fundamental, obtenha uma expressão para a equação de estado p/T . Sol.: Sabemos que ∂S ∂V = P T , então: P T = kB [ �v · 1 �v + ln v − ( ��� �(v − 1) 1 ��� �(v − 1) · 1 + 1 ln(v − 1) )] = kB [ �1 + ln v − �1− ln(v − 1) ] = −kB ln ( v − 1 v ) P T = −kB ln ( 1− 1 v ) (c) Escreva uma expansão para p/T em termos da densidade ρ = 1/v. Mostre que o primeiro termo desta expansão corresponde à conhecida lei de Boyle dos gases ideais. Sol.: O termo do ln pode ser escrito como uma expansão em série de Taylor: ln(1 + ρ) = ∞∑ n=0 (−1)n n+ 1 ρn+1 = ρ− ρ 2 2 + ρ3 3 − ρ 4 4 + · · · Temos que ρ = −1/v, temos: ln ( 1− 1 v ) = −1 v − 1 2v2 − 1 3v3 − 1 4v4 − · · · Então a expressão de P/T fica: P T = kB [ 1 v + 1 2v2 + 1 3v3 + 1 4v4 + · · · ] Usando somente o primeiro termo dessa expansão, temos P T = kB v −→ Pv = kBT Como v = V/N : PV = NkBT 5 (d) Esboce um gráfico de µ/T , onde µ é o potencial qúımico, contra a densidade ρ. Qual o comportamento do potencial qúımico nos limites ρ→ 0 e ρ→ 1? Sol.: Sabemos que µ T = ∂S ∂N . Através da equação de s(v), que é a entropia por part́ıcula, podemos fazer a seguinte relação: s(v) = 1 N S(V,N) S(V,N) = Ns(v) realizando então a derivação: ∂S ∂N = s(v) Com esse resultado, podemos dizer que µ T = −kB [ v ln v − (v − 1) ln(v − 1) ] Como ρ = 1/v, podemos escrever µ T (ρ) = −kB [ 1 ρ ln 1 ρ − ( 1 ρ − 1 ) ln ( 1 ρ − 1 )] Com essas informações, podemos esboçar o gráfico de µ/T contra ρ, esse que terá comportamento parecido com a função ln (−ln(1/x) = ln(x)), mas com 0 < ρ < 1, já que se trata de uma densidade. Temos então: Vemos que assim como ln(ρ), se ρ→ 0, µ T → −∞ se ρ→ 1, µ T → 0. 6
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