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TCC DE ALEXANDRE F CAVALCANTE 27_07_2020

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES 
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS - CCH 
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E LETRAS – DCL 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM LETRAS PORTUGUÊS 
 
 
ALEXANDRE FIGUEIREDO CAVALCANTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O DISCURSO ARMAMENTISTA NA CAMPANHA PRESIDENCIAL DE 2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Montes Claros – MG 
Agosto/2020 
 
 
ALEXANDRE FIGUEIREDO CAVALCANTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O DISCURSO ARMAMENTISTA NA CAMPANHA PRESIDENCIAL DE 2018 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao curso de Letras Português, 
da Universidade Estadual de Montes Claros/Unimontes, 
como exigência para obtenção do grau de licenciado em 
Letras Português. 
Orientador(a): Profa. Dra. Ana Márcia Ruas de Aquino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Montes Claros – MG 
Agosto/2020 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS 
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E LETRAS - CCH 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - MONOGRAFIA 
Curso: Letras Português 
 
DEFESA PÚBLICA DO TRABALHO DE MONOGRAFIA 
 
FOLHA DE APROVAÇÃO 
 
Autor (a): Alexandre Figueiredo Cavalcante 
 
Título: O discurso armamentista na campanha presidencial de 2018 
 
Monografia defendida e aprovada em _____/_____/______, com NOTA ____ 
( ), pela comissão julgadora: 
 
 
Profª. Ana Márcia Ruas de Aquino – Orientadora 
 
 
Profª. Daniela Imaculada Pereira Costa – Examinadora 
 
 
Profª. Sandra Ramos de Oliveira Duarte Gonçalves – Examinadora 
 
 
Profª. Andrea Cristina Martins Pereira 
Chefe do Departamento de Comunicação e Letras Unimontes 
 
 
Profª. Maria Cristina Ruas de Abreu Maia 
Coordenadora Didática do Curso de Letras Português Unimontes 
 
 
Prof. Dorival Souza Barreto Júnior 
Coordenador de Monografia do Curso de Letras Português 
Unimontes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a minha amada mamãe, Nilma 
Figueiredo Santos, que sempre me apoiou, em todos os 
momentos da minha vida. Se cheguei aonde cheguei, muito 
disso se deve a ela, que se sacrificou pelos seus filhos para 
que eles pudessem alcançar o sucesso, além de lhes 
possibilitar o maior milagre que um ser vivo pode receber: 
a vida! 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço a Deus pela minha saúde, pela iluminação e por permitir a conclusão deste 
trabalho. 
À minha querida família, a meus irmãos, Abimael (Maninho) e Robson; a minha mãe, 
Nilma, e a meu pai, Abimael (Binha), a meus filhos, Eduardo, Erick, Magno, Marina e 
Otávio. 
A meus avós maternos, Seu Tião e Dona Melicia, a meus avós paternos, Seu Gregório 
e Dona Magnólia. 
A minha prima Vanilde, pelo incentivo a cursar Letras Português. 
 Aos meus amigos da Polícia Penal. 
Aos meus demais amigos e professores, aos quais, de alguma forma, ajudaram-me e 
apoiaram-me em prol das minhas conquistas e do meu sucesso. 
Agradeço, especialmente, à minha orientadora, Ana Márcia, pelas primorosas aulas e 
inesquecíveis lições, ao longo da minha trajetória acadêmica, e pelas importantes orientações 
rumo à conclusão desta importante etapa da minha jornada universitária. 
Um agradecimento muitíssimo especial a minha mãe, Nilma Figueiredo Santos, que 
muito me apoiou para chegar aonde cheguei – e chegarei – e alcançar o sucesso que alcancei – 
e alcançarei... 
Por fim, agradeço a todos aqueles que, mesmo de longe, apoiaram minhas escolhas e 
acreditaram nesta conquista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O discurso político é, por excelência, o lugar de 
um jogo de máscaras. Toda palavra pronunciada 
no campo político deve ser tomada ao mesmo 
tempo pelo que ela diz e não diz. Jamais deve ser 
tomada ao pé da letra, numa transparência 
ingênua, mas como resultado de uma estratégia 
cujo enunciador nem sempre é soberano. 
(Patrick Charaudeau) 
 
 
Em sua defesa, as mídias declaram-se instância 
de denúncia do poder e destacam sua atuação no 
direito democrático que todo cidadão tem de se 
informar. 
(Patrick Charaudeau) 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
O presente estudo tem como temática o discurso armamentista na campanha presidencial de 
2018, que teve como principais oponentes Fernando Haddad e Jair Bolsonaro. Objetiva-se, de 
modo geral, com este trabalho, analisar os discursos utilizados pelos candidatos, numa visão 
armamentista. De modo específico, os objetivos são: explicitar a trajetória eleitoral de cada 
candidato e o jogo discursivo da dissimulação; apresentar a proibição de armas no Brasil, 
tendo como base o Estatuto do Desarmamento – Lei 10.826/2003; averiguar as influências 
sociais do discurso político e do discurso midiático na decisão do eleitorado brasileiro. O 
procedimento metodológico foi uma pesquisa bibliográfica e documental, com abordagem 
qualitativa. Como resultados, nota-se que o discurso político e o discurso midiático estão 
relacionados ao discurso armamentista, cumprindo funções determinadas pelas relações 
histórico-institucionais que estruturam o direito democrático brasileiro. Como conclusão, 
observa-se que a produção de sentido se dá a partir do lugar que o ator político institui como 
sujeito enunciador, por meio da sua imagem (ethos), que passa pelo afeto (pathos), sendo 
estruturada por aquilo que o discurso demonstra ou encobre (logos). 
 
 
Palavras-chave: Eleições de 2018; Discurso armamentista; Discurso político; Discurso 
midiático. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
This study has as its theme the arms speech in the 2018 presidential campaign, which had 
Fernando Haddad and Jair Bolsonaro as its main opponents. The objective of this work is, in 
general, to analyze the speeches used by the candidates, in an armamentist vision. 
Specifically, the objectives are: to explain the electoral trajectory of each candidate and the 
discursive game of dissimulation; to present the prohibition of weapons in Brazil, based on 
the Statute of Disarmament - Law 10.826/2003; to investigate the social influences of political 
discourse and media discourse in the decision of the Brazilian electorate. The methodological 
procedure was a bibliographic and documental research, with a qualitative approach. As a 
result, it is noted that political discourse and media discourse are related to arms discourse, 
fulfilling functions determined by the historical-institutional relations that structure Brazilian 
democratic law. In conclusion, it can be seen that the production of meaning takes place from 
the place that the political actor establishes as the enunciating subject, through his image 
(ethos), which passes through affection (pathos), being structured by what the discourse 
demonstrates or conceals (logos). 
 
 
Keywords: 2018 elections; Armamentist speech; Political speech; Media speech. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO................................................................................................................ 10 
 
CAPÍTULO I – ASPECTOS CONCERNENTES A DISCURSO(S) E RETÓRICA 10 
1.1- O Discurso religioso.................................................................................................. 10 
1.2- O Ethos discursivo.................................................................................................... 13 
 
CAPÍTULO II - INFORMAÇÕES ACERCA DO CENÁRIO DE 
INTERLOCUÇÃO.......................................................................................................... 
 
17 
2.1- O programa de televisão “De frente com Gabi”.................................................... 17 
2.2 -O pastor Silas Malafaia............................................................................................ 18CAPÍTULO III – ANÁLISE DOS DADOS .................................................................. 21 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................... 27 
 
REFERÊNCIAS...............................................................................................................
.................................. 
28 
 
ANEXOS...........................................................................................................................
............. 
29 
 
 
INTRODUÇÃO................................................................................................................ 
09 
 
CAPÍTULO I – OS DOIS PRINCIPAIS CANDIDATOS À CAMPANHA 
PRESIDENCIAL DE 2018 – BOLSONARO E HADDAD ........................................ 
 
 
12 
1.1- A trajetória política de Jair Messias Bolsonaro ................................................... 12 
1.2- A trajetória política de Fernando Haddad ........................................................... 
.......................................................................................... 
14 
1.3 O discurso político: o jogo de dissimulação ........................................................... 15 
 
 
CAPÍTULO II - A PROIBIÇÃO DO USO DE ARMAS NO BRASIL ................... 17 
 
2.1- O referendo sobre as armas................................................................................... 17 
2.2 - A população e a insegurança social ..................................................................... 
............................................................................................ 
18 
2.3 O discurso político e a manipulação estratégica para conquistar o eleitorado .. 
 
 
 
21 
CAPÍTULO III – DISCURSO POLÍTICO E DISCURSO MIDIÁTICO: 
PROCESSOS DE INFLUÊNCIA SOCIAL NAS ELEIÇÕES DE 2018 ................... 
 
3.1 Análise das estratégias discursivas dos candidatos para a adesão do eleitor ...... 
3.1.1 Análise dos princípios de alteridade, pertinência, influência e regulação para 
candidatos e eleitores ...................................................................................................... 
3.1.2 Análise do ethos, pathos e logos na imagem do ator político ............................. 
3.1.3 Instância midiática, instância política e instância cidadã nas malhas do 
discurso de campanha presidencial ............................................................................... 
 
26 
 
26 
 
 
26 
 
28 
 
 
29 
 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................... 36 
 
REFERÊNCIAS...............................................................................................................
.................................. 
28 
 
 
 
 
9 
 
INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho tem como temática, sob o ponto de vista armamentista, os 
discursos de campanha política de dois presidenciáveis que concorreram às eleições de 2018, 
Fernando Hadadd e Jair Bolsonaro. As propostas dos candidatos confundiam a opinião 
pública, ou seja, um candidato era a favor e outro contra a posse de armas pela população, o 
que acabou representando uma mudança na agenda de valores, nesse processo eleitoral. 
Diante desses aspectos, os quais foram observados no decorrer da campanha, foi 
definido o objeto de estudo desta pesquisa. Para embasar o estudo, foram realizadas leituras 
preliminares, a fim de se buscar o referencial teórico pertinente no arcabouço da Análise do 
Discurso, ciência que consiste em analisar a estrutura de um texto para, a partir daí, 
compreender as construções ideológicas nele presentes, tendo-se solidificado, por meio das 
leituras, o fato de que seria necessário estabelecer um vínculo entre os discursos político e 
midiático, pois essa área dialoga com outras áreas do conhecimento e há, no estudo em 
questão, uma inter-relação do discurso político com o discurso das mídias. 
Nesse sentido, a internet influenciou na campanha, por facilitar a difusão de 
informações pela rede mundial dos computadores, no entanto foi à mídia televisiva que 
contribuiu de forma decisiva, com os debates entre os políticos e, também, com as 
propagandas políticas. Ou seja, grande parte da população votante tem pelo menos um 
aparelho de televisão em sua residência, facilitando, assim, as opiniões, durante a campanha 
política, sobre as vantagens e desvantagens do armamento. 
A Análise do Discurso Francesa e a Ciência da Informação, no Brasil, sobretudo no 
que se refere à Organização da Informação e do Conhecimento, com as diferentes 
perspectivas dos estudos discursivos, presentes nas pesquisas sobre informação e 
conhecimento, podem revelar que as filiações teóricas interferem, produzindo distintos 
sentidos sobre o posicionamento político dos agentes, bem como das instituições de 
pesquisas. 
 Dessa forma, as ideologias presentes em um discurso estão diretamente construídas, 
bem como influenciadas, pelo ambiente político-social em que o seu autor está inserido. 
Logo, é mais do que uma análise textual, voltando-se, também, para a análise contextual da 
estrutura discursiva do objeto examinado. 
O discurso político é um jogo de máscaras, tendo como intuito a persuasão do outro. 
Está inserido na instância social, como forma de comunicação, que representa os valores 
sociais, políticos e religiosos. Em períodos eleitorais, o discurso dos candidatos permite que a 
10 
 
satisfação individual aconteça como resolução dos problemas do coletivo. Nesse sentido, o 
discurso político necessita diretamente do discurso midiático, a fim de que as informações e 
divulgações das propostas cheguem até o eleitorado. Tanto o campo político quanto a mídia 
implicam um espaço que mobiliza o cidadão, valendo-se, ambos, da persuasão e da 
eloquência, para influenciar as ideias e as tomadas de decisões da população. 
A mídia comporta-se como uma máquina de informação que apresenta o noticiário 
deformado; valorizando uns em detrimento dos outros, descreve e analisa as restrições e 
desenvolve estratégias de encenação no discurso da informação, mostrando, assim, a realidade 
social por meio da manipulação. 
Os candidatos a presidente do Brasil, nas eleições de 2018, utilizaram-se tanto do 
discurso político quanto do discurso midiático, para informar o eleitorado brasileiro acerca 
das suas principais propostas governamentais, sendo supostamente o papel da população 
brasileira votante a análise das propostas que melhor solucionassem os problemas que a 
afligem. 
A pesquisa passou por revisão da literatura, método documental e teve uma 
abordagem qualitativa, com a finalidade de, em um primeiro momento, coletar as estratégias 
do discurso político, com um levantamento do discurso político e dos procedimentos 
midiáticos aos dados necessários. Num segundo momento, passou-se a analisar esses dados a 
partir dos pressupostos teóricos da Análise do Discurso, em sua linha francesa, de modo que 
esta pesquisa apresenta uma discussão sobre parte da crítica já produzida acerca do discurso 
político e do discurso midiático, sobretudo a que contemple o discurso armamentista nas 
campanhas eleitorais de 2018. 
Objetiva-se, portanto, de modo geral, com este trabalho, analisar os discursos 
utilizados pelos candidatos, numa visão armamentista, política e midiática. De modo 
específico, os objetivos são: explicitar a trajetória eleitoral de cada candidato e o jogo da 
dissimulação; apresentar a proibição de armas no Brasil, tendo como base o Estatuto do 
Desarmamento – Lei 10.826/2003; averiguar as influências sociais do discurso político e do 
discurso midiático na decisão do eleitorado brasileiro, uma vez que as ideologias construídas 
pelos sujeitos são influenciadas pelo ambiente político-social. 
Para alcançar tais objetivos, este trabalho foi dividido em capítulos, conformese 
apresenta a seguir: 
No primeiro capítulo, intitulado “Os dois principais candidatos à campanha 
presidencial de 2018 – Bolsonaro e Haddad”, apresentamos um panorama sobre esses 
11 
 
candidatos, as suas trajetórias políticas, bem como uma breve exposição acerca do jogo de 
dissimulação do discurso político. 
No segundo capítulo, cujo título é “A proibição do uso de armas no Brasil”, 
apresentamos o referendo sobre o armamento, com aspectos voltados para a proibição ou não 
do uso de armas, recorrendo ao Estatuto do Desarmamento – Lei 10.826/2003 – e à 
insegurança social, além do discurso manipulatório e estratégico na conquista do eleitorado. 
No terceiro capítulo, denominado “Discurso político e discurso midiático: processos 
de influência social nas eleições de 2018” discutimos o discurso político, o discurso midiático 
e os processos de influência social desses discursos nas eleições de 2018, dando enfoque à 
análise de estratégias empregadas na difusão dos atos de linguagem na campanha. 
Por fim, apresentamos as “Considerações Finais”, seguidas das “Referências”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
CAPÍTULO I 
 
OS DOIS PRINCIPAIS CANDIDATOS À CAMPANHA PRESIDENCIAL DE 2018 – 
BOLSONARO E HADDAD 
 
 Neste capítulo, serão abordadas considerações acerca da trajetória dos candidatos Jair 
Messias Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), que disputaram as eleições presidenciais 
de 2018, trazendo para o enfoque das discussões, por meio da Análise do Discurso de corrente 
francesa, o discurso político. 
 
1.1- A trajetória política de Jair Messias Bolsonaro 
 
O candidato Jair Messias Bolsonaro
 
nasceu em Campinas, São Paulo, no dia 21 de 
março de 1955, descendente de famílias italianas (FRAZÃO, 2019). Bolsonaro foi aluno da 
Escola Preparatória de Cadetes do Exército, de Campinas, e, em 1977, formou-se na 
Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende, no Rio de Janeiro. 
O candidato cursou a Brigada de Paraquedismo do Rio de Janeiro, no Exército 
Brasileiro, formando-se no curso de Educação Física em 1983. Chegou à patente de capitão 
em 1986. Nesse mesmo ano, em seu exercício nessa função, chegou a liderar um protesto 
contra os baixos salários dos militares, destacando-se ao escrever um artigo polêmico para 
uma revista de grande circulação no País. 
 Outro fato de sua carreira militar data de 1987, quando ele teria elaborado um plano 
que previa a explosão de bombas em quartéis e outros locais estratégicos no Rio de Janeiro. O 
capitão foi eleito vereador e, depois, deputado federal, com um discurso de defensor dos 
militares e pronunciamentos de pedidos de aumento salarial e mais investimentos para as 
Forças Armadas. 
Jair Messias Bolsonaro, na sua trajetória política, demonstrava-se como representante 
das forças armadas e também da segurança pública. A revista eletrônica Exame publicou uma 
matéria sobre o presidenciável, revelando que 
 
Bolsonaro sempre se insurgiu [...] contra a proteção que os direitos humanos 
conferem aos que estão sob custódia do Estado. Já disse ser a favor da pena de morte 
e contra o Estatuto do Desarmamento. Condena a descriminalização das drogas e 
quer que o cidadão comum possa se armar, em legítima defesa, contra ação de 
bandidos (VEJA..., 2018). 
 
13 
 
Nesse entendimento, Bolsonaro discursava pelo “novo” na política nacional, embora 
com um comportamento já “velho” e bem comum na trajetória de vários políticos brasileiros: 
ele passou por inúmeros partidos (PPB, PDC, PPR, PFL, PTB, PP e PSC), até desembarcar no 
Partido Social Liberal (PSL), no começo de 2018
 
(ELEIÇÕES..., 2018). 
Ao filiar-se, naquele ano, ao PSL, lançou-se candidato a presidente da República. 
Numa campanha eleitoral amparada pelas redes sociais, ele apostou num discurso 
conservador dos costumes, de recuperação da economia e de combate à corrupção e à 
violência urbana e, assim, mobilizou uma legião de seguidores. 
Vale ressaltar que o PSL (Partido Social Liberal) fora o partido do presidenciável Jair 
Bolsonaro à época das eleições presidenciais, entretanto, um tempo depois de ter vencido as 
eleições, o presidente desfiliou-se do PSL e teria criado uma nova legenda: Aliança pelo 
Brasil (D'AGOSTINO, 2019), fato esse que não gera qualquer tipo de interferência nas 
análises aqui pretendidas. 
Bolsonaro, nas eleições de 2018, defendeu um discurso armamentista para buscar a 
adesão do seu eleitorado. Com o argumento de facilitar o porte e a posse de armas para dar 
maior segurança aos cidadãos, já que o Estado teria falhado com seu dever de garantir 
segurança à população, caberia a cada brasileiro o papel de defender a si próprio, sua família e 
sua propriedade. 
O presidenciável Bolsonaro dizia, nos discursos de campanha, que iria suavizar regras 
a quem matasse em legítima defesa, ou seja, quando A atirasse em B, dentro da sua casa [de 
A] ou defendendo sua vida ou patrimônio, no campo ou na cidade, esse indivíduo que atirou 
responderia a processo, mas não teria punição. 
O discurso armamentista encontra ressonância numa sociedade que vivencia dois 
momentos importantes de sua história: (1) a ascensão da força repressiva, aliada ao (2) 
discurso defensor das armas de Jair Bolsonaro. Nesse sentido, os adversários evocavam que 
Bolsonaro propagava um discurso do ódio latente. 
Nessa linha discursiva, Bolsonaro retomou o resultado do referendo de 2005, quando o 
povo expressou, através do voto, o direito de comprar armas para se defender. Isso, todavia, 
levaria apenas a uma falsa sensação de segurança entre os indivíduos e, presumidamente, a 
um caos social. 
Portanto, o presidenciável Bolsonaro usava as redes sociais a seu favor, enquanto, 
cercado de múltiplas vozes, buscava interação com os seus seguidores, no intuito de persuadir 
o público com mensagens favoráveis ao armamentismo. Nesse viés de interações, a 
informação circulava como alvo positivo, ao mesmo tempo em que a sua campanha tornou-se 
14 
 
uma via de mão dupla, uma vez que usuários comentavam e opinavam, também, 
negativamente, acerca de suas ideias. 
 
1.2- A trajetória política de Fernando Haddad 
 
O candidato Fernando Haddad (FRAZÃO, 2018) nasceu em São Paulo (SP), no dia 25 
de janeiro de 1963. Formado em direito, tem mestrado em economia e doutorado em filosofia, 
sendo professor do Departamento de Ciência Política da USP (Universidade de São Paulo). 
 Brasileiro, filho de imigrantes libaneses, disputou as eleições de 2018 como 
candidato à presidência pelo Partido dos Trabalhadores (PT), fato que se deu em decorrência 
de, no dia 7 de abril de 2018, o então candidato à presidência, pelo PT, Luiz Inácio Lula da 
Silva, ter sido preso. Com uma candidatura impugnada, com base na Lei da Ficha Limpa, a 
qual considera inelegíveis os candidatos condenados em segunda instância, Lula não pôde 
prosseguir como presidenciável, tendo o seu lugar sido ocupado por Haddad. 
 No dia 14 de setembro de 2018, o PT anunciou, oficialmente, que Fernando 
Haddad seria o candidato do PT para as eleições presidenciais de 2018, embora houvesse 
contra ele acusações de improbidade administrativa e de fazer uso de “caixa dois”, na 
campanha para prefeito, em 2012. Para o cargo a vice-presidente, fora escolhida a deputada 
do Rio Grande do Sul, Manuela d‟Ávila. 
 Haddad, no seu discurso, abordava que a maioria dos homicídios é cometido por 
armas de fogo e, diferentemente de seu adversário, posicionava-se contra o armamento da 
população. O candidato Haddad, com um discurso de marco legal, em diálogo com a 
comunidade educacional, organizações estudantis e toda a sociedade, deixava claro que as 
armas não seriam a sua linha prioritária. 
 Esse candidato chegou a afirmar que haveria risco de confronto bélico no 
continente, se Jair Bolsonaro (PSL) se elegesse, diante de declarações por este feitas sobre a 
situação na Venezuela1
. Respondendo a uma pergunta de um jornalista argentino, Haddad 
afirmara ser preocupante a possibilidade de o Brasil ceder aos Estados Unidos à base de 
Alcântara, da Força Aérea Brasileira, no Maranhão, estando, futuramente, no governo o PSL 
(À IMPRENSA..., 2018). 
 Nas eleições presidenciáveis de 2018, Haddad mantinha uma linha discursiva de 
que violência não se combate com violência, posicionando-se, como sempre, contrário à 
 
1
 Esse assunto será retomado no capítulo II, no segundo parágrafo do subitem 2.3. 
 
15 
 
liberação do porte de armas, dizendo que as pessoas não estariam preparadas para se defender 
e que cabia ao Estado fazer a sua parte; se não estivesse fazendo bem, que fosse construído o 
sistema único de segurança pública. 
 
1.3-O discurso político: o jogo de dissimulação 
 
Segundo a BBC/Brasil (TOMBESI, 2018), em outubro de 2018, o Brasil foi às urnas 
para escolher um novo presidente. Treze candidatos estavam disputando as eleições. Para 
ajudar o eleitor, a BBC News Brasil preparou um especial interativo, com as propostas de 
todos os candidatos, divididas em seis temas: 1) educação e saúde; 2) segurança; 3) políticas 
sociais e direitos humanos; 4) economia e emprego; 5) política e corrupção; 6) política 
externa. 
A presença de um discurso atravessada por outro(s) discurso(s) é uma característica 
bastante marcante no discurso político. No caso em questão, está presente o fato de se 
trazerem experiências e impressões resultantes dos temas discutidos pelos presidenciáveis, 
com enforque no discurso midiático, para dentro do discurso político. 
Segundo Charaudeau (2008), para que o ator político consiga estabelecer o ethos de 
competência, numa cena política, ele deve ter o profundo conhecimento do domínio particular 
que exerce a sua atividade como política e provar que tem a experiência, bem como os meios 
necessários, para alcançar os objetivos prometidos durante a campanha eleitoral. 
 Em suas promessas, dois candidatos se destacaram, numa perspectiva armamentista, 
explorando visões opostas, dada a relevância dos acontecimentos e fatos durante o processo 
eleitoral e as reações dos políticos em atos de manipulação discursiva, por meio das mídias, 
para vencer as eleições. 
O discurso político é, por excelência, dotado de persuasão. Além da argumentação, a 
persuasão é um dos aspectos mais importantes desse discurso. Podemos encontrar, nos atores 
que dele participam, a utilização de recursos retóricos e procedimentos linguísticos como 
meios de persuasão, na tentativa de se eleger, num cargo público, por votação popular. 
Conforme os estudos de Charaudeau (2015), as mídias manipulam tanto os outros 
quanto manipulam a si mesmas. Para manipular, é preciso um agente da manipulação que 
tenha um projeto e uma tática, mas é preciso também um manipulado. 
No discurso político, o tipo de argumentação mais usado é a construção do raciocínio 
por meio de dados, ou seja, o enunciador utiliza-se de dados como provas concretas para 
16 
 
fundamentar o seu ponto de vista e conseguir persuadir um auditório, conquistando, assim, 
novos adeptos para a sua candidatura. 
Segundo Charaudeau (2008), essas imagens são extremamente frágeis e, dependendo 
do momento histórico e da cultura do país, podem ser adoradas ou rejeitadas, demonstrando 
algumas fortes características do discurso político como a dinamicidade, a fragilidade e a sua 
condição provisória: “Qualquer que seja a construção dessas imagens e de seus efeitos sobre 
os povos, um fato se revelou para a história: elas são frágeis. Adoradas um dia, podem ser 
queimadas no dia seguinte.” (CHARAUDEAU, 2008, p. 89). 
Nesse sentido, diante do discurso antagônico de ambos os candidatos, o jogo constante 
das informações é tanto explícito quanto implícito, com o qual a circulação da informação 
ditava o dissimulado jogo dos presidenciáveis em defender ou atacar, por meio do ato de 
linguagem. 
 
 
17 
 
CAPÍTULO II 
 
A PROIBIÇÃO DO USO DE ARMAS NO BRASIL 
 
O Estatuto do Desarmamento é uma política de controle de armas que está em vigor 
no País desde 22 de dezembro de 2003. Ele foi sancionado com o objetivo de reduzir a 
circulação de armas e estabelecer penas rigorosas para crimes que envolvam tanto seu porte 
ilegal quanto o contrabando. 
A flexibilização da posse de armas, que acompanha a descrença na segurança pública, 
deixa uma temática favorável por uma parte da sociedade, ao passo que há uma opinião 
contrária por outra parcela da população. A ligação com a imagem dos presidenciáveis, ao 
longo dos debates, em 2018, demonstra ataques quanto a questões armamentistas. 
No decorrer do processo eleitoral, vimos, de diversas maneiras, explícita ou 
implicitamente, ser instituído o jogo de máscaras, tão presente no discurso tanto de Bolsonaro 
quanto de Haddad. O candidato Bolsonaro, na defesa do armamento do cidadão, sempre 
demonstrou sua ideologia, contrária à do concorrente, por este afirmar que armar o cidadão 
não geraria sensação de segurança. 
Neste capítulo, serão abordados esses aspectos que norteiam a campanha eleitoral de 
2018. 
 
2.1 O referendo sobre as armas 
 
O Referendo sobre a proibição ou não da comercialização de armas de fogo e 
munições, ocorrido no Brasil, a 23 de outubro de 2005, não aprovou o artigo 35 do Estatuto 
do Desarmamento (BRASIL, 2003). A proibição do comércio de armas de fogo e munição no 
Brasil foi rejeitada por quase dois terços dos eleitores, em referendo realizado, de acordo com 
resultados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (BRASIL, 2005). 
O Estatuto do Desarmamento, conforme o dispositivo da lei 10.826/2003, já previa a 
possibilidade de proibição da venda de armas e munições no País, exceto para profissões 
especificadas, caso a população aprovasse a medida em referendo. Na consulta popular, 
realizada em 2005, a maioria dos eleitores disseram não à proibição. 
Com o resultado, continuam em vigor todas as demais disposições do Estatuto do 
Desarmamento, promulgado em 23 de dezembro de 2003, que já restringe a posse e uso de 
18 
 
armas de fogo às corporações militares e policiais, empresas de segurança, desportistas, 
caçadores e pessoas autorizadas apenas pela Polícia Federal. 
Então, a instância midiática escolhe fornecer uma informação de hipótese de defesa do 
patrimônio, num quantitativo reduzido, e, portanto, aponta um problema de ordem social, 
sustentando-se num número reduzido de receptores, que são os produtores rurais: 
 
O deputado federal e pré-candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, 
disse, na quarta-feira (16/05) que, no que depender dele, o produtor rural terá um 
fuzil na propriedade. Ele fez a declaração durante passagem pela Agrobrasília, feira 
de tecnologia agrícola realizada em Brasília (DF). 
“No que depender de mim, o homem do campo vai ter fuzil em sua propriedade. 
Isso não é ser radical”, disse Bolsonaro, acrescentando que deixar o agricultor 
desarmado é ser “inconsequente e irresponsável” e deixá-lo “à mercê do MST e 
outros tipos de bandidagem”. Bolsonaro defendeu o endurecimento de penas para 
crimes como o roubo de insumos nas lavouras. “Ninguém vai pra cadeia por causa 
disso”. Disse ainda que ações de movimentos como o dos Trabalhadores Rurais Sem 
Terra devem ser tratadas como criminosas [...]”. (SALOMÃO, 2018). 
 
E essa instância [midiática] reproduz comentário do presidenciável Bolsonaro, durante 
a campanha eleitoral, quando este afirma que daria fuzis aos produtores rurais para lutarem 
contra os invasores de terra. 
A mídia reproduz um texto que fere a própria Constituição Federal (BRASIL, 1988): 
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.”A derrota da proibição do comércio de armas e munições confirma a reviravolta na 
opinião pública, apontada pelos institutos de pesquisa, ao longo da campanha, a qual durou 
vinte dias, com horário obrigatório na televisão e no rádio. 
 
2.2 A população e a insegurança social 
 
A população brasileira tem reivindicado aos poderes políticos a possibilidade de se 
armar para que, assim, consiga se defender. Essa busca por segurança induz o cidadão a 
pensar que uma arma possa lhe trazer segurança, no entanto o discurso em prol de se realizar 
mudanças consistentes no Estatuto do Desarmamento brasileiro facilitará o acesso de civis às 
armas. 
No ano de 2003, no governo do ex-presidente Lula, a lei 10.826, ou Estatuto do 
Desarmamento, entrou em vigor para reduzir ainda mais a circulação de armas e evitar o porte 
ilegal e contrabando. Além de dar mais atribuições ao Sistema Nacional de Armas (Sinarm), o 
19 
 
Estatuto passou a permitir a posse de armas apenas para formação profissional e por 
comprovada necessidade do cumprimento das atividades profissionais. 
Antes do Estatuto do Desarmamento (BRASIL, 2003), a venda de armas de fogo era 
permitida – para maiores de 21 anos de idade – em lojas ou em shoppings, nas seções de 
artigos esportivos, e a munição era encontrada em lojas de ferragem, nas prateleiras de caça e 
pesca. Entretanto, embora a proibição da venda facilitada dessas armas tenha acontecido com 
o referido Estatuto, desde então, parlamentares tentam mudar a lei de restrição da venda e 
posse de armas (ALESSI, 2017). 
A mídia não é apenas portadora de informação, isto é, possui o seu papel central na 
sociedade como formadora de opinião pública, o que a torna também central na construção da 
imagem que as pessoas fazem da política. Segundo Charaudeau (2015), as mídias apresentam 
os fatos e acontecimentos do mundo, fazendo circular explicações sobre o que se deve pensar 
acerca dos acontecimentos, propiciando, assim, o debate e o espaço crítico e reflexivo da 
cidadania. 
Com isso, o artigo 35 do Estatuto do Desarmamento, que dizia: “art. 35 - É proibida a 
comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as 
entidades previstas no art. 6º desta Lei” (BRASIL, 2003) não entrou em vigor. 
Como estratégia argumentativa que enfatiza as diferenças entre os candidatos, ou seja, 
cria uma espécie de divisão entre pessoas e grupos, temos, ainda, a “diferenciação”. O 
objetivo é desunir e impedir os grupos de se polarizarem, de maneira que constituam barreiras 
para as relações existentes no exercício de poder. 
Desse modo: “O poder político é também parte interessada na construção da agenda 
midiática e, de maneira geral, no jogo de manipulação.” (CHARAUDEAU, 2015, p. 257). 
Dessa maneira, o poder político e as instâncias midiáticas impõem aos cidadãos os reflexos da 
atualidade social, fazendo com que a manipulação aconteça, influenciando a opinião e 
conscientização de cada indivíduo. 
Os dois presidenciáveis demonstraram, nas eleições de 2018, propostas para a 
segurança pública em situações divergentes, principalmente sobre o Estatuto do 
Desarmamento, estando um deles favorável, enquanto o outro era contrário. 
Percebemos, no decorrer do processo eleitoral, a manipulação política na prática social 
e de interação, e essa manipulação distinguiu outras formas de gerenciamento da mente dos 
oradores. O conhecimento do orador sobre seu público-alvo é um denotador de poder, isto é, 
num discurso, é nítida a argumentação para que o orador obtenha vantagem mediante as suas 
colocações, manipulando o discurso, a fim de que seja aceito em diversos aspectos. 
20 
 
Nota-se que os meios de comunicação deixaram de ser entendidos como canais e 
passaram a ser vistos como potenciais construtores de conhecimento, responsáveis pelo 
agendamento de temas públicos e formadores de compreensão sobre o mundo e a política, nas 
eleições de 2018. 
Com isso, “[...] o discurso das mídias procura pôr em cena responsáveis e mesmo 
eventuais culpados. Assim estaria assegurada uma possível captação, estaria assegurada, em 
todo caso, a repercussão.” (CHARAUDEAU, 2015, p. 187). 
O candidato Bolsonaro buscava, a todo o momento, exercer um controle social sobre o 
público que se fazia presente, bem como a manipulação e influência no processamento da 
informação sobre o armamento no País. No entanto, na fala do presidenciável, é notória a face 
manipuladora aos receptores, ao defender o porte de arma para o cidadão de bem. Ao mesmo 
tempo, direcionava ataques aos adversários contrários, ao afirmar que daria fuzis aos 
produtores rurais para lutarem contra os invasores de terra. 
O presidenciável Fernando Haddad, por outro lado, protestava contra o projeto 
armamentista do seu adversário, não concordando com a flexibilização do porte de armas, e 
manifestava, no seu discurso, que a liberação de armas ocasionaria mais violência. Assim, o 
presidenciável Haddad buscava atingir o cidadão que repudiava a facilitação de armas. 
A legislação brasileira, consoante a Lei de Segurança Nacional nº 7.170/1983 
(BRASIL, 1983), considera crime fazer propaganda em público que incite à subversão da 
ordem política ou social, e fazer apologia ao crime e à luta, com violência, entre classes 
sociais. O discurso do candidato Bolsonaro tenta convencer, influenciar e compartilhar, em 
toda a mídia, para que chegue até o cidadão a mensagem de que ele tem que estar armado para 
se defender, quando for atacado ou violado pelo mal. 
No seu discurso, Bolsonaro busca atingir a confiança da população, com argumentos 
que possam validar a autenticidade e a veracidade de sua proposta como altamente importante 
para a sociedade brasileira e, assim, desconstruir o discurso do adversário Haddad. 
Segundo Charaudeau (2008), uma campanha de persuasão volta-se às categorias 
afetadas, para convencê-las dos fundamentos da situação em curso (palavra). O governo da 
palavra não é tudo na política, mas a política não pode agir sem palavra. 
Cabe então, analisar a possibilidade concreta de controle da informação por 
determinados grupos. Nesse sentido, observam-se a divisão e a manipulação feitas pela mídia, 
ou seja, a manipulação das informações operada por outras forças sociais, em contato com 
veículos informativos e jornalistas. 
21 
 
No discurso, as paixões/emoções aparecem com uma racionalidade subjetiva, pois se 
refere à busca de um sujeito por algo que, por sua vez, insere-se na ordem do desejo 
(CHARAUDEAU, 2010). 
Essa racionalidade subjetiva, impressa nos debates de temas polêmicos, tendo como 
versão mais radical essa percepção de Bolsonaro, acaba por corroborar um discurso pouco 
comum, para o período em vigência, que se justifica por ações extremistas e tem como 
características fazer apologia explícita às armas, conseguindo atingir um legado nas redes 
sociais. 
 
2.3 O discurso político e a manipulação estratégica para conquistar o eleitorado 
 
As mídias sociais cresceram fortemente nos últimos anos e se tornaram uma relevante 
opção de comunicação entre os políticos e seu público-alvo, com seus interesses ideológicos, 
pela soma de benefícios como eficácia, alcance, interatividade, os quais proporcionam uma 
comunicação “em duas mãos” e em tempo real. 
Em matéria jornalística, cita-se a fala do candidato Haddad sobre possível conflito 
armado entre Brasil e Venezuela, além da cessão de uma base brasileira aos Estados Unidos, 
por parte de Bolsonaro: 
 
Eu não sei se esse vídeo, ele teria sido em um discurso na Avenida Paulista em que 
ele teria dito isso. Pela hostilidade que ele manifesta, com relação a esse vizinho em 
particular, quero crer que possa ter algum fundamento, lembrando que o Brasil está 
há 140 anos sem conflito com seus vizinhos, acrescentou o petista. Agora, a ideia 
também de colocar uma base militar americana no Brasil também é fonte de 
preocupação porque nósnão temos essa tradição. O Bolsonaro, e isso eu ouvi, 
declarou que a Base de Alcântara seria cedida para os americanos. Então há 
preocupações, pode haver uma escalada armamentista na região. (PESTRE, 2018). 
 
Haddad teme que o adversário coloque uma base militar americana no Brasil, o que 
seria preocupante, devido ao fato de o Brasil ser um país pacífico. E diz, ainda, Haddad, que o 
concorrente Bolsonaro estaria aliado aos Estados Unidos para influenciar na cessão da Base 
de Alcântara. Essa visão discursiva deflagra o perigo do armamentismo no País. 
O discurso político possui uma dinâmica, que é uma manifestação por meio da qual há 
uma repetida tentativa de fixar sentidos às propostas em um cenário de disputa política, 
devendo conter, em suas propostas, elementos comuns aos interesses do público. 
O discurso na política é para se conquistar o poder e chegar à vitória do seu exercício. 
Assim: “Todos os grandes políticos disseram, ou deram a entender, que a arte política reside 
22 
 
em uma boa gestão das paixões coletivas, isto é, em um „sentir com os outros‟ que [...] os 
tornam cegos quanto às suas próprias opiniões e motivações pessoais.” (CHARAUDEAU, 
2008, p. 19). 
Durante o processo eleitoral, os candidatos, a todo o momento, tentam convencer os 
cidadãos de que os seus projetos são os melhores e, por meio de suas ações, constroem os 
sentidos dos enunciados para estarem à frente do outro, na corrida eleitoral. 
No tocante às mídias, estas são utilizadas no cenário político e, segundo Charaudeau 
(2015), são poderosas, e o cidadão torna-se delas refém. 
Para esse autor, as mídias: 
 
[...] são utilizadas pelos políticos como um meio de manipulação da opinião pública 
– ainda que o sejam para o bem-estar do cidadão; as mídias são criticadas por 
constituírem um quarto poder; entretanto, o cidadão aparece com frequência como 
refém delas, tanto pela maneira como é representado, quanto pelos efeitos passionais 
provocados, efeitos que se acham muito distantes de qualquer pretensão à 
informação. (CHARAUDEAU, 2015, p. 17) 
 
Contudo, as políticas de ação manipuladas são o resultado desse redirecionamento, o 
qual direciona o cidadão. A mídia falada, escrita e televisada são segmentos de discussões, 
debates e até entreveros que estão diante da realidade, porém faz parte da democracia e da 
cidadania. No Brasil, percebe-se que as eleições apontam vários discursos, nos quais há uma 
exposição de valores para persuadir o eleitor a votar em tal candidato. 
Quanto a essa ação, a qual a instância política quer sempre que o cidadão adira, 
devemos lembrar que à instância política não importa se os cidadãos singularmente vão aderir 
ou não. Ressalta-se o objeto armas, em duas expectativas de se conquistar o voto. Assim, um 
discurso de armas entre ambos é marcado profundamente pela presença de enunciadores 
midiáticos referentes tanto ao armamento quanto ao não armamento. 
A utilização dessas tecnologias por seus usuários demanda custos relativamente baixos 
a outras comunicações, se comparadas aos das mídias tradicionais. Os limites do poder 
político na mídia contemporânea se percebem no processo de estabelecer a manipulação para 
conquistar a opinião pública, ou seja, visa influenciar o eleitor no processo eleitoral. 
Como qualquer transmissor de informações, a mídia tem o poder de escolher aquilo 
que vai transmitir, e a maneira como vai transmitir. Para Charaudeau, “As mídias não 
transmitem o que ocorre na realidade social, elas impõem o que constroem do espaço 
público” (CHARAUDEAU, 2015, p. 19, grifos no original). 
Isso significa dizer que há uma distorção naquilo que é transmitido: 
23 
 
 
A ideologia do “mostrar a qualquer preço”, do “tornar visível o invisível” e do 
“selecionar o que é mais surpreendente” (as notícias ruins) faz com que se construa 
uma imagem fragmentada do espaço público, uma visão adequada aos objetivos das 
mídias, mas bem afastada de um reflexo fiel. Se são um espelho, as mídias não são 
mais do que um espelho deformante, ou mais ainda, são vários espelhos deformantes 
ao mesmo tempo, daqueles que se encontram nos parques de diversões e que, 
mesmo deformando, mostram, cada um à sua maneira, um fragmento amplificado, 
simplificado, estereotipado do mundo (CHARAUDEAU, 2015, p. 20). 
 
O objeto que transmite uma opinião enfoca distorção, e a mídia pode causar uma 
distorção suscetível a qualquer sujeito que enuncia. No discurso político, o tipo de 
argumentação mais usado é a construção do raciocínio por meio dos dados, ou seja, o 
enunciador utiliza-se de dados como provas concretas para fundamentar o seu ponto de vista e 
conseguir persuadir um auditório, conquistando, desse modo, novos adeptos para a sua 
candidatura. 
A internet passa a ser vista e utilizada como um meio para a propagação de conteúdos 
e de discursos, sem, no entanto, haver a necessária proteção aos direitos fundamentais e 
humanos, em seu ambiente, para se evitarem as distorções. 
Com ideologias distintas, um candidato defendia pauta conservadora, em se tratando 
dos costumes, sendo o outro mais liberal. As redes sociais de comunicação implicaram regras, 
ainda que a comunicação contextual atribuída e explicitada siga regras gerais do discurso, na 
interação, ou seja, alguns grupos condenam o discurso do Bolsonaro, outros aprovam. Assim 
também acontece com Haddad. Isso nos leva a observar que os políticos exercem o poder do 
discurso, reproduzindo suas convicções ideológicas e tentando influenciar, por meio da 
persuasão, os receptores. 
Na visão de Foucault (2014), o poder do discurso é considerado como um complexo 
de ordens que nos são impostas, sem que possamos delas nos defender, na medida em que, 
quando vamos contra ele [o discurso], somos tachados de loucos ou algo análogo. 
Isso remonta às paixões, aos efeitos patêmicos, que nos fazem trilhar o caminho da 
racionalidade subjetiva, ou seja, daquilo que é passional, em lugar da razão, e essas paixões 
envolvem a instância cidadã, votante, por meio das escolhas feitas pelas mídias, em relação 
aos candidatos, na maneira como isso chega até a população. 
Numa democracia, a participação popular no processo governamental é relevante para 
o processo político, visto que, na eleição 2018, os debates entre os candidatos, nos principais 
canais de comunicação, repercutiam em tempo real, por isso o papel da mídia social foi 
24 
 
relevante para que milhões de eleitores escolhessem as propostas presidenciáveis manipuladas 
pelas redes e mídias sociais. 
Charaudeau (2015, p. 277) expõe que a sociedade é formada e constituída por três 
entidades ou, melhor dizendo, três instâncias, sendo elas: 
 
[...] a instância política, a instância cidadã e, espremida entre as duas, se é que se 
pode falar assim, a instância midiática, propriamente dita. É dessa realidade que é 
preciso tomar consciência: não há relação dual entre o midiático e o político, como 
não há relação dual entre o midiático e o cidadão. 
 
Cada entidade se define por intermédio das outras e, portanto, uma depende das 
outras; sem isso não se produziriam os efeitos esperados nem haveria o interesse que desperta 
a informação. 
Tanto Bolsonaro como Haddad utilizaram do discurso político, do discurso midiático e 
de estratégias para conquistar o eleitorado brasileiro, usando do poder da palavra para 
convencê-lo [o eleitorado] de que um seria melhor do que o outro para a ocupação do cargo 
de presidente do Brasil. 
Ou seja: “Encontramo-nos, assim, em um jogo em que todos mudam sob a influência 
dos outros: a opinião sob a influência das mídias, as mídias sob influência da política e da 
opinião, o político sob influência das mídias e da opinião.” (CHARAUDEAU, 2008, p. 25). 
Desse modo, ocorreu, nas eleições de 2018, um jogo de manipulação e persuasão dos 
candidatos, como forma de convencer as pessoas de que a sociedade brasileira necessitava de 
presidentescomo eles. Evidentemente, cada um defendia pontos de vista diferentes, 
parecendo que, de fato, caberia à população o direito de escolha. 
Logo, o discurso político influenciou e influencia diretamente a opinião das pessoas, 
uma vez que a comunicação dos políticos é marcada por ideias e decisões que demonstram a 
“verdade” da informação, que é construída a partir do poder e da dominação. 
Após a vitória de Bolsonaro (PSL) à Presidência da República, o oponente derrotado, 
Haddad (PT), fez discurso em São Paulo, exaltando o papel do candidato do PSL ao 
representar os 45 milhões de brasileiros que o escolheram nessas eleições. Então, diante do 
resultado da eleição, o presidenciável Haddad, por meio de sua fala, torna o seu discurso uma 
fala para anônimos, pois a “verdade” da informação está expressa na escolha pelo discurso de 
poder e dominação do candidato adversário Bolsonaro. 
 
 
25 
 
CAPÍTULO III 
 
DISCURSO POLÍTICO E DISCURSO MIDIÁTICO: PROCESSOS DE INFLUÊNCIA 
SOCIAL NAS ELEIÇÕES DE 2018 
 
Como já expresso anteriormente, esta pesquisa foi realizada à luz dos postulados da 
Análise do Discurso francesa. Partindo dessa noção do discurso, a seguir, apresentaremos 
aspectos do contrato midiático que possibilitam ao sujeito angariar para si estratégias para a 
situação de comunicação. Além disso, seguindo essa mesma noção, apontaremos o ethos, o 
pathos e o logos nessa campanha presidencial, e a sua relação com o candidato vencedor. 
 
3.1 Análises das estratégias discursivas dos candidatos para a adesão do eleitor 
 
Segundo Charaudeau (2005), quando se refere ao contrato midiático, este trata de 
informação e de opinião, e há lógicas como finalidade para a legitimação do discurso, do 
sujeito, entre elas as lógicas de legitimidade, de credibilidade e de captação, ou seja, os 
espaços em que circulam as estratégias para essa situação de comunicação, no caso, a disputa 
presidencial de 2018. 
 
3.1.1 Análise dos princípios de alteridade, pertinência, influência e regulação para 
candidatos e eleitores 
 
Os sujeitos desse discurso de campanha presidencial fizeram escolhas que nos 
permitiram identificar a sua finalidade, a sua identidade e o seu propósito, responsáveis pela 
sua legitimidade, credibilidade e captação. 
É constituído o lugar do sujeito falante como um sujeito enunciador, que vai 
corresponder: 1) ao princípio da alteridade – com as condições de legitimidade; 2) ao 
princípio da pertinência – com as condições de credibilidade; 3) ao princípio da influência e 
4) ao princípio da regulação – com as condições de captação (CHARAUDEAU, 2005). 
Mediante tais princípios, analisaremos a forma como ocorreu essa correspondência na 
constituição do lugar do sujeito enunciador, a qual tornou exitosa a sua intencionalidade: 
 
Princípio da alteridade e suas condições de legitimidade: 
 
26 
 
Percebe-se que Bolsonaro, ao se engajar no ato de linguagem, legitimou a sua fala, 
assim como o seu espaço de fala, e, num jogo interdiscursivo ou de alteridade – na sua relação 
com o(s) outro(s) do discurso –, conseguiu justificar-se ao tomar para si a palavra, ou seja, a 
sua fala foi legitimada pelos interlocutores. 
Durante a campanha, as suas estratégias em relação aos interlocutores foram 
correspondidas e, mesmo havendo diferenças, embora houvesse semelhanças entre o 
presidenciável e os eleitores, havia entre eles saberes compartilhados e motivações comuns, 
capazes de estabelecer um processo mútuo de reconhecimento do outro, propício à 
legitimação do candidato como tal, por validar a troca linguageira entre esses parceiros: 
instância política e instância cidadã. 
 
Princípio da pertinência e suas condições de credibilidade: 
 
Sobre o princípio da pertinência, pode-se afirmar que Bolsonaro se utilizou do 
contexto que o cercava para que as suas estratégias de linguagem se adequassem a esse 
contexto, com atos de linguagem pertinentes ao ambiente que estava em construção na época 
da campanha: um período de crise econômica, de incertezas e de propensão a mudanças na 
composição partidária e política do Brasil, e as intencionalidades articuladas do candidato 
possibilitaram o compartilhamento de saberes sobre o mundo, valores psicológicos e sociais e 
de saberes sobre comportamentos. 
 
Princípios da influência e da regulação e suas condições de captação: 
 
Esses dois princípios, embora sejam diferentes, serão analisados em conjunto, por 
serem interdependentes, pois, para haver influência, deve haver uma regulação. Isto é, uma 
regulação do jogo de influências. 
Em se tratando do princípio da influência, todo ato de linguagem pressupõe que haja 
um “contrato” de influência entre locutor e interlocutor(es). O sujeito que produz o ato de 
linguagem espera afetar emocional ou afetivamente o interlocutor e orientar ou influenciar seu 
pensamento. Como se sabe, havia uma insatisfação concernente à política àquela época, no 
Brasil, e isso deixava propensa a população a ter o seu pensamento influenciado, captado pelo 
enunciador. 
Sobre o princípio da regulação, que é uma contrainfluência, há, aqui, um dispositivo 
de luta que é apaziguado por essa regulação, que impede o conflito e possibilita uma 
27 
 
intercompreensão entre enunciador e interlocutor(es), provocando, nesse caso, a troca entre 
candidato e eleitor, com a captação desse eleitor. 
Como os candidatos (Bolsonaro e Haddad) foram para o segundo turno, em 2018, não 
se nega que as estratégias de Haddad também foram parcialmente exitosas. Esses sujeitos 
puderam realizar o ato discursivo, cada um se utilizando de categorias de língua possíveis 
naquela enunciação, acatando as restrições também da enunciação e se adaptando ao “como 
dizer” para a instância cidadã (os eleitores), para a instância política (o candidato e o seu 
adversário), além da instância midiática (a imprensa falada, escrita, televisionada, on-line, por 
meio das várias mídias como Twitter, WhatsApp, Youtube, Facebook e outras mídias de 
internet, inclusive com o compartilhamento de fake news). 
 
3.1.2 Análise do ethos, pathos e logos na imagem do ator político 
 
Consideramos essencial tratar da argumentação e da persuasão, na maneira como é 
produzida pelos candidatos, de acordo com as suas plataformas de governo, com a 
apresentação de propostas eleitorais, cujo propósito final buscado é, supostamente, trazer 
melhorias para a população. 
A persuasão passa pelo afeto, no sentido de armar ou não a nação, na busca de uma 
aproximação com o eleitor (pathos), e vemos que são extremamente importantes as imagens 
que o ator político institui de si mesmo, numa cena discursiva, pois, por meio dessas imagens 
(ethos), o candidato busca a identificação e a credibilidade para conseguir a adesão de novos 
eleitores, com o intuito de vencer as eleições e se constituir no cargo público que deseja, na 
campanha presidencial de 2018, naquilo que o discurso demonstra ou parece 
demonstrar/encobrir (logos). 
Em todo discurso existem essas imagens, desde as trocas verbais mais comuns, como 
um diálogo entre amigos, até uma manifestação proferida por candidatos a seus possíveis 
eleitores, como foi o caso deste trabalho. Essas imagens dependem muito do caráter moral e 
dos valores éticos e comportamentais que o enunciador apresenta perante o auditório para o 
qual ele está discursando. O enunciador deve ter um conhecimento prévio dos costumes e 
valores da sociedade, ou seja, dos seus interlocutores. 
O ethos mostra-se, ao longo desse jogo, com imagens extremamente vulnerabilizadas, 
com o candidato podendo obter êxito ou não, em determinado contexto, dependendo de 
diversos aspectos como, por exemplo, o momento histórico, as circunstâncias e os valores 
sociais que os eleitores esperam de seus governantes em determinada época. 
28 
 
Ao longo da trajetória aqui analisada, em se tratando da campanha, em 2018, dos 
candidatos à presidênciado Brasil, pôde-se perceber que essas imagens estão em conflito e 
expostas ao perigo de serem maculadas ou anuladas, ao sofrerem desqualificações pelos 
adversários políticos. 
Essa busca por sobressair, com a desconstrução da imagem do outro, institui uma 
dissimulação, que seria um jogo de significações, com a preservação e a desqualificação dos 
atores políticos. Para isso, os candidatos utilizam-se do recurso das máscaras, ou seja, do 
parecer ser verdadeiro. Esses recursos foram muito utilizados pelos candidatos, com diversas 
imagens sendo instituídas e confrontadas ao longo da campanha, como as imagens de armas, 
cenas demonstrativas do bom caráter do candidato, exposição dos candidatos e de suas 
famílias, apresentação de cada candidato como experiente para o cargo, entre outros. 
Além desses recursos, os candidatos utilizaram-se dos procedimentos expressivos que 
são ligados à oralidade, para manipular e persuadir o eleitor, amparados pela maneira de 
discursar, caracterizando a enunciação do ator político numa cena discursiva, a partir do 
pressuposto de que, ao falar de armas, convenceria o outro, com o bem falar. Esses recursos 
são fundamentais na busca por se eleger em um pleito bastante concorrido, em que qualquer 
falha pode prejudicar a imagem do candidato, acarretando em perdas de votos. 
 No discurso armamentista da campanha presidencial de 2018, o candidato Bolsonaro 
(PSL) defendia a ideia de que o armamento seria uma maneira de proteção à população 
brasileira, enquanto Haddad (PT), em seu discurso, relatava que os homicídios são cometidos 
por armas de fogo e se posicionava contra o armamento da população, afirmando ser a favor 
da educação e contra a violência e as armas. 
Os candidatos utilizaram-se do discurso político, da persuasão, da manipulação e do 
discurso midiático para convencer e mostrar à população brasileira as suas ideias para o 
progresso do Brasil. 
A política, conforme Charaudeau (2008), é uma área de batalha em que se trava uma 
guerra simbólica para estabelecer relações de dominação ou pactos de convenção entre um 
determinado grupo. 
 
3.1.3 Instância midiática, instância política e instância cidadã nas malhas do discurso de 
campanha presidencial 
 
 
As últimas campanhas eleitorais brasileiras se caracterizaram pelo uso e pela 
incorporação maciça da internet e das mídias sociais como ferramentas de propaganda pelos 
29 
 
candidatos. Em relação às eleições de 2014 e 2016, consolidaram essa tendência todos os 
candidatos aos cargos majoritários e aos cargos proporcionais, ao fazerem uso de algum tipo 
de mídia digital – como ferramenta de comunicação e interação com os cidadãos –, de 
maneira geral, e não apenas com o potencial eleitor (BRAGA; CARLOMAGNO, 2018). 
Nesse sentido, o acesso às mídias digitais dá voz e visibilidade à política e aos 
próprios candidatos que estão concorrendo aos respectivos cargos. Os políticos, por meio das 
mídias, desempenham e ampliam, no contexto público, suas ideias e opiniões, fazendo com 
que os cidadãos tomem conhecimento de seus discursos. 
O debate político, por exemplo, nas rádios, nas televisões e nos canais on-line, traz 
manifestações políticas que aumentam, cada vez mais, a inclusão dos candidatos na 
sociedade, tendo efeitos negativos ou positivos na comunicação social. 
Desse modo, 
O comentário midiático corre o risco constante de produzir efeitos perversos de 
dramatização abusiva, de amálgama, de reação paranoica. Assim, a instância 
midiática procura, para compensar tais efeitos, multiplicar os pontos de vista e 
colocar num plano de igualdade os argumentos contrários. Talvez esteja aí a 
especificidade do comentário jornalístico: uma argumentação que, certamente, 
bloqueia a análise crítica, mas que, pela sua própria fragmentação, sua própria 
multiplicidade de pontos de vista, fornece elementos para que se construa uma 
verdade mediana. É uma atitude discursiva que aposta na responsabilidade do sujeito 
interpretante. (CHARAUDEAU, 2015, p. 187). 
 
Tendo como base a assertiva acima, percebe-se que o discurso das mídias desempenha 
estratégias de informações que manipulam diretamente a sociedade e funcionam como 
máquina que instaura e dramatiza o espaço público. 
Em 2018, o candidato Bolsonaro defendia a importância do armamento à população e, 
segundo o Instituto Datafolha (MAIORIA..., 2018), depois de ser tema da campanha eleitoral 
em vários momentos, o direito a se armar continua sendo rejeitado pela maioria dos eleitores 
brasileiros. 
Para 55% deles, a posse de armas deve ser proibida, pois representa uma ameaça à 
vida das pessoas, e 41% pensam o contrário, que possuir uma arma legalizada deveria ser um 
direito do cidadão para se defender. Os demais 4% preferiram não opinar sobre a questão. 
Percebe-se que a maioria da população brasileira é contra o armamento social, no entanto, 
essa maioria foi contraditória, ao eleger o candidato que defendia o direito ao armamento. 
 O discurso político do candidato Bolsonaro teve repercussão positiva no primeiro 
turno, levando-o ao segundo turno, em parte pelas mídias sociais (WhatsApp, Twiter, You-
tube). Nessas mídias, foram veiculadas fake news com um papel ativo, apelativo para os bons 
costumes e o conservadorismo, que causaram grande impacto na instância cidadã, o que 
30 
 
ocorreu, também, em outras eleições como a de Hillary Clinton e Donald Trump, nos Estados 
Unidos. 
Em se tratando de Jair Bolsonaro, a sua campanha, para o uso dessas mídias, “[...] 
contou com assessoramento profissional, nacional e internacional, assim como com recursos 
de setores patronais apoiadores de sua candidatura (VARGAS et al., 2018, p. 98). 
A comunicação midiática desse candidato ao cargo de presidente do Brasil foi de suma 
importância, pois, desse modo, a população passou a conhecê-lo, bem como as suas ideias 
políticas. “O discurso político do candidato líder da contenda [Bolsonaro] e a própria eleição 
assumiram assim um caráter novo e atípico que esvaziou a esfera pública como era entendida 
tradicionalmente.” (VARGAS et al., 2018, p. 101). 
 O discurso político de Haddad foi determinado por dois eixos: “um primeiro não 
antagonista”, apegado à identidade de Lula e do que ele representou política e 
administrativamente; “um segundo antagonista, pautado por uma campanha estruturada em 
torno de fake news, disseminadas nas redes sociais.” (BALTHAZAR et al., 2018, p. 79). 
Haddad critica e é contrário ao armamentismo da população, e evoca, no seu discurso 
político, uma agenda de valores relativos a uma pauta eleitoral já “normalizada”: educação, 
defesa da democrática, das políticas públicas, da inclusão, da valorização da economia e da sociedade. 
 A identidade política de Haddad ganha dimensão nacional a partir da gestão como 
Ministro da Educação, no segundo governo de Lula. Haddad seguia o modo de campanha 
consolidado nas democracias liberais desde o final dos anos 1960, centrado no debate público 
fundado mais na razão que na paixão, mediado e formatado para mídias eletrônicas, 
principalmente para a televisão. 
O campo conservador efetivamente secundarizou ou inviabilizou debates sobre 
projetos políticos, sobre inclusão, qualidade de vida e distribuição de renda que 
tradicionalmente marcam esse momento do jogo democrático (BALTHAZAR et al., 2018). 
 Tanto Bolsonaro quanto Haddad utilizaram-se das instâncias midiáticas para 
proferirem seus discursos políticos, de maneira que a persuasão, a enganação, o jogo e a 
manipulação se fizeram presentes na comunicação de ambos os candidatos. 
Charaudeau (2015) entende que toda manipulação acontece por meio de uma 
enganação, cuja vítima é o manipulado. Observa-se a população como vítima (manipulado), e 
os políticos como atores (manipuladores) de opiniões e detentores de poder. 
 Os discursos políticos dos dois candidatos ao cargo de presidente nos mostram um 
jogo de cenas eum baile de máscaras, em que cada um defende seu ponto de vista, baseado 
em ideias que, para eles, são primordiais à sociedade brasileira. 
31 
 
Bolsonaro defendeu como propostas reduzir gradativamente os impostos e reduzir os 
ministérios, sendo totalmente contra a volta do imposto sindical obrigatório, radicalmente 
contra as drogas e a favor da vida. 
Já o candidato Haddad falou em criar novas taxas; fazer a reforma agrária para 
beneficiar grupos organizados; querer desmilitarização das polícias; esvaziar presídios, 
soltando presos que cometeram crimes menos graves; expandir o programa de governo; 
aumentar o poder dos sindicatos; defender a legalização do aborto e da maconha (VARGAS 
et al., 2018). 
 Bolsonaro e Haddad defenderam, na campanha eleitoral de 2018, pontos de vistas 
diferentes, porém ambos defendiam com veemência os seus discursos, tentando, de maneira 
persuasiva, convencer o eleitorado brasileiro. 
Para Charaudeau (2008), o pensamento tem influência em relação à opinião do outro, 
e ocorre que ele pode igualmente ser mascarado por procedimentos de comunicação empática, 
tais que, ao final dessas manipulações comunicativas mais ou menos voluntárias, constroem-
se novas formas do pensamento político. 
 Desse modo, o uso das mídias sociais encontrou relevância, também, nessa 
disputa presidencial, já que estas se tornaram um ingrediente indispensável durante as 
campanhas eleitorais, funcionando como um processo de construção de imagens e de redes de 
apoio aos políticos, não obstante possam ser apontados os fenômenos negativos, nas 
campanhas, associados a essas mídias digitais. 
Como alguns desses fenômenos negativos estão: o uso de bots (robôs), as notícias 
falsas deliberadamente produzidas, os falsos perfis dos candidatos e de seus adversários ou a 
propagação remunerada de mensagens de ódio (ROMANO et al., 2018a). As mídias, 
juntamente com a instância política, são duas ferramentas que constroem e influenciam as 
opiniões sociais, desempenhando pontos positivos e pontos negativos no ambiente social. 
Sendo assim, as mídias contribuem significativamente para as campanhas eleitorais, 
fazendo do discurso político um jogo de manipulação, em que cada candidato apresenta a sua 
realidade disfarçada, visando ao próprio bem individual (na tentativa de garantir a vitória nas 
eleições), não o bem da população. 
A instância midiática controla e reforça esse discurso político, retroalimentando-o, 
mas não oferece aos cidadãos os acontecimentos “brutos”, informa deformando, persuadindo 
e mostrando pontos que a favoreçam, como se pode observar a seguir (Figura 1): 
 
 
32 
 
Figura 1: Discurso de campanha eleitoral 
 
 
INSTÂNCIA POLÍTICA
INSTÂNCIA MIDIÁTICA
INSTÂNCIA CIDADÃ 
Fonte: Adaptado da noção dos três lugares de fabricação do discurso político (CHARAUDEAU, 2008, p. 55-64). 
 
Dos candidatos (instância política) para as mídias (instância midiática), é um processo 
de fluxo sem “reservas”, ou seja, as mídias “recebem” o discurso manipulatório-persuasivo 
dos candidatos e, por sua vez, informam/opinam, manipulando-o, de acordo com seus 
interesses, que não deixam de ser, também, interesses políticos e sociais. 
Quando é das mídias para a população (instância cidadã), esta instância deixa para trás 
questões importantes relativas às decisões que irão determinar suas escolhas e, restringindo a 
sua leitura ao discurso tanto dos candidatos quanto das mídias, parece usar uma espécie de 
funil, em que o jogo discursivo amplo, largo – vindo dos candidatos e das mídias –, vai se 
diminuindo até chegar ao auditório (a população), já “processado” pelos oradores e pela 
linguagem, e a população não alcança os disfarces usados nesses discursos. 
Ressaltamos que, ao fazer esse tipo de menção ao discurso que chega à instância 
cidadã, não estamos censurando essa instância. Sob o ponto de vista do discurso, sabemos da 
importância equivalente de todas elas para a constituição da retórica, bem como afirma Meyer 
(2007, p. 25): “[...] o ethos, o pathos e o logos devem ser postos em pé de igualdade, se não 
quisermos cair em uma concepção que exclua as dimensões constitutivas da relação retórica. 
O orador, o auditório e a linguagem são igualmente essenciais.” 
As três instâncias mencionadas são essenciais para a construção da retórica, mas não 
se nega o domínio dos candidatos e das mídias. Por meio dos discursos político e midiático, 
Bolsonaro e Haddad apresentaram suas propostas, participaram de debates e expuseram seus 
principais pontos de vista para, aquele que vencesse as eleições, assumisse a presidência e, 
33 
 
supostamente, garantisse a melhoria do Brasil, utilizando-se do jogo manipulatório (que inclui 
as mídias) para a conquista da confiança do eleitorado brasileiro. 
Em relação ao posicionamento dos candidatos quanto ao armamento dos cidadãos 
brasileiros, Bolsonaro afirmou que pretendia “jogar pesado” contra o crime e lutar contra a 
redução da maioridade penal; prender e manter os criminosos na cadeia; acabar com a 
redução de penas e a saidinha da prisão, defendendo, ainda, que o cidadão deve ter direito à 
legítima defesa (VARGAS et al., 2018). 
Haddad pretendia desmilitarizar as polícias; esvaziar presídios, soltar presos que 
cometeram crimes menos graves e desarmar a população (VARGAS et al., 2018). Os 
discursos dos candidatos à presidência se contradizem, pois um é a favor do discurso 
armamentista e o outro não, cabendo à população o direito de escolha. 
Fica evidente, conforme dados do Datafolha (MAIORIA..., 2018), que a própria 
população brasileira afirmou ser contra o armamento, mas, no final, essa mesma população 
contrapõe seus discursos, votando no candidato que defende o porte de arma. É importante 
ressaltar que nosso objetivo, nesta pesquisa, não é defender questões partidárias, mas sim 
expor os discursos dos candidatos à presidência em 2018. É nesse sentido que se faz 
necessário mencionar, neste trabalho, tanto o posicionamento dos políticos quanto o dos 
cidadãos acerca do porte de arma. 
Os jogos de espelhos, de imagens e de manipulação estão presentes em todas as 
instâncias, sendo elas: as instâncias midiáticas, as instâncias políticas e a instância cidadã. 
“Trata-se de uma relação triádica entre o político, o midiático e o cidadão, sendo que cada 
uma dessas entidades se define através das outras, o que traz várias consequências [...]” 
(CHARAUDEAU, 2015, p. 277), e é preciso tomar consciência dessa realidade. 
Nessa perspectiva, nas eleições de 2018, a influência das instâncias políticas e 
midiáticas é utilizada como ferramenta de comunicação e interação entre os cidadãos, e não 
apenas com o potencial do eleitor. 
Portanto, as últimas campanhas eleitorais brasileiras se caracterizaram pelo uso e 
incorporação maciça da internet e das mídias sociais como ferramenta de propaganda pelos 
candidatos. 
O discurso político dos dois candidatos, acerca do armamento brasileiro, vem traçar a 
fronteira entre: a) perda da liberdade, violência, ditadura, perda da soberania nacional e da 
soberania popular etc., na visão de Haddad, e b) bandidagem, imoralidade, corrupção, 
protetores de traficantes e estupradores etc., na visão de Bolsonaro (ROMANO et al., 2018b). 
34 
 
Embora houvesse essa delimitação pró-armamentista e contra-armamentista, a eleição 
de 2018 entre Bolsonaro e Haddad mostrou que a população brasileira é a favor do 
armamento no Brasil, uma vez que o resultado do segundo turno favoreceu o candidato 
Bolsonaro, defensor do armamento. 
Percebe-se, no entanto, que a manipulação e a persuasão utilizadas por ambos os 
candidatos fazem parte do discurso midiático, sendo o discurso político mascarado pela 
subjetividade e pelo poder da palavra, a fim de desenvolver estratégias ideológicas e 
simbólicas da realidade social.35 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Entre os fatores afetados pelas disputas de poder na corrida presidencial, o discurso 
armamentista, tal como ocorreu na campanha eleitoral, é capaz de produzir diferentes efeitos 
de sentidos, dependendo do lugar no qual o sujeito está inserido. 
Considerando esses aspectos, o discurso armamentista esteve presente nas eleições de 
2018, com o candidato Bolsonaro sendo o defensor da proteção dos cidadãos, por meio do uso 
de armas, enquanto Haddad é contrário a essa opinião do adversário. Ambos os candidatos 
usam a mídia para discutir, apresentar e debater seus pontos de vista, sendo função do 
eleitorado saber fazer a melhor escolha. 
Tanto o discurso político quanto o discurso midiático utilizam-se do jogo da 
manipulação e da persuasão, para convencer a população que cada um dos concorrentes está 
com a “razão”. No final das eleições, observou-se que a população escolheu o candidato a 
favor do armamento, evidenciando o poder da linguagem e da palavra pelo candidato 
Bolsonaro. 
Nos discursos de Bolsonaro e Haddad, houve uma produção de sentido, e os sentidos 
enunciados por eles são ideologias materializadas na língua. A língua e o poder da palavra 
como instrumentos de manipulação ideológica, necessária para a formação do indivíduo, ou 
seja, o sujeito enunciativo é exposto à massa da comunicação midiática e/ou política. 
 Nas palavras de Orlandi (2007), ao parafrasear Pêcheux, há as condições de base, a 
língua e o processo, que é discursivo, no qual a ideologia torna possível a relação entre o 
pensamento, à linguagem e o mundo, ou seja, reúne sujeito e sentido. O sujeito, portanto, 
constitui-se, e o mundo se significa pela ideologia. 
Sendo assim, o discurso político e o discurso midiático estão relacionados ao discurso 
armamentista, cumprindo funções determinadas pelas relações histórico-institucionais que 
estruturam o direito democrático brasileiro. 
A partir desta pesquisa, foi possível, portanto, aprofundar-se frente aos 
posicionamentos dos candidatos Bolsonaro e Haddad ao cargo a presidente e observar o 
quanto as instâncias políticas e midiáticas influenciam o eleitorado. 
 Observa-se, como conclusão, que a produção de sentido se dá a partir do lugar que o 
ator político institui para si como sujeito enunciador, por meio da sua imagem (ethos), que 
passa pelo afeto (pathos), sendo estruturada por aquilo que o discurso demonstra ou encobre 
(logos). 
 
36 
 
Por fim, dada a importância do assunto, torna-se necessário o desenvolvimento de 
novas pesquisas voltadas para o discurso armamentista, o discurso político, o discurso 
midiático e as relações entre essas instâncias, pelo fato de haver uma gama de temas para o 
enriquecimento dos estudos de discursos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
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ELEIÇÕES: descubra por quantos partidos Bolsonaro passou até a pré-candidatura à 
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