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DIREITO IMIGRATÓRIO 
 
 
- Introdução 
 - Significado e Dimensões 
 - Aspectos Históricos 
 - Direitos Humanos dos Imigrantes 
 - Aspectos Gerais 
 - Legislação Brasileira e a Migração 
 - Nova Lei de Imigração Nº 18.445-2017 
 - Direitos e Deveres 
 - Modalidade de Vistos 
 - Naturalização 
 - Autorização de Residência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 – Breve Introdução: 
Nosso estudo de hoje, será acerca do Direito Imigratório. 
Para ilustrar bem nosso tema, muitos se lembram da foto do menino morto na 
praia, abraçado junto ao seu pai, na tentativa de atravessar as fronteiras. 
A foto do menino sírio é um marco da questão migratória e fluxo de refugiados. 
O fluxo de imigrantes é motivado pela busca de melhoria de condições de vida. 
Durante nosso curso, veremos que os migrantes buscam melhores condições 
de vida, enquanto que os refugiados deixam suas casas em razão de 
perseguição, regimes políticos de seus países e situações extremas como 
guerras e conflitos civis. Todos esses cenários ameaçam a vida, integridade e 
direitos fundamentais desses indivíduos. 
Essas pessoas são expostas a situações desumanas, sem o mínimo de 
segurança e possibilidade de exercerem seus direitos. 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, esclarece que em caso de 
perseguição, toda a pessoa tem o direito de buscar asilo e desfrutar dele em 
qualquer país. 
 
2 – Direito Imigratório: Significado e Dimensões: 
É o ramo do direito que irá reger a relação jurídica do estrangeiro em território 
do qual ele não é nacional. Ramo autônomo e independente. 
O acesso ao país é livre, desde que o estrangeiro tenha o visto. 
Caso o estrangeiro não tenha o carimbo de entrada emitido pela Polícia 
Federal, ele será considerado um clandestino e terá de sair do país para ser 
regularizado. 
A Lei de Migração é a Lei 13.445-2017, na qual o Estado assume a 
responsabilidade perante os direitos de seus cidadãos. 
Vocês já ouviram falar nas expressões Migrante, Emigrante, Imigrante, 
Residente Fronteiriço, Visitante, Apátrida e Refugiado. 
Veremos agora o significado de cada expressão e onde usá-la corretamente: 
 
• Imigrante: Segundo a etimologia, imigrar decorre da junção migrare, que 
em suma significa “mudar de residência” mais “para dentro”. 
 
Quando falamos de imigrante, falamos de pessoas que adentraram em 
um território, permanecendo nele, com ânimo permanente ou temporário 
e com a intenção de trabalho ou residência. 
 
• Emigrante: Será o oposto de imigrar. Para entrar em um país, a pessoa 
tem que ter saído de seu país de origem. Tanto a emigração quanto 
imigração, referem-se a deslocamentos internacionais e a permanência 
no país de destino. 
 
• Migrante: É aquele cidadão que se desloca de um espaço do território 
nacional. É o sujeito que permanece no território. A lei de imigração foi 
instituída em 2017, revogando o Estatuto do Estrangeiro, este, que foi 
criado durante a ditadura militar entre 1964 e 1985. 
 
Pelo estatuto, antes o estrangeiro era visto como um potencial inimigo 
do estado brasileiro. Eram vistos como pessoas alheias a nosso 
território. 
Já pela nova lei de 2017, o estrangeiro passa a ser visto como um 
sujeito de direito, que pode ser ou não natural do país, uma vez que a lei 
trata tanto da situação de brasileiros no exterior quanto de migrantes 
internacionais residentes no Brasil. 
Imigrante e emigrante estão contemplados enquanto sujeitos de direito 
como migrantes. 
 
• Residente Fronteiriço: É a pessoa nacional do país limítrofe que 
conserva a sua residência habitual em município fronteiriço de país 
vizinho. 
 
• Visitante: Pessoa nacional de outro país ou apátrida que vem ao Brasil 
para estada de curta duração, sem pretensão de se estabelecer 
temporária ou definitivamente no território nacional. 
 
• Apátrida: É a pessoa que não seja considerada nacional por nenhum 
estado. Esta condição pode ocorrer por exemplo, quando um estado 
deixa de existir e não é substituído por nenhum outro estado. Um 
exemplo: a partir de 1936 os judeus e cidadãos não germânicos na 
Alemanha, passaram a ser considerados apátrida em decorrência do 
nazismo. 
 
O Brasil está entre os poucos países do mundo e foi um dos pioneiros a 
ter em sua lei, o reconhecimento dos apátridas, com o fim de 
proporcionar uma via legal para as pessoas obterem seus documentos 
como pertencentes a um país. 
 
A nova lei de migração prevê medidas de proteção para apátridas, 
facilitando as garantias de inclusão social e naturalização para cidadãos 
sem pátria. 
 
• Refugiado: É a pessoa que se encontra fora de seu próprio território 
nacional, por fundados temores de perseguição, devido a sua raça, 
religião, nacionalidade, associação a determinado grupo ou opinião 
política. 
Refugiaram-se de seu país de origem porque sua vida, segurança ou 
liberdade foram ameaçados pela violência generalizada, conflitos 
internos e violação maciça dos direitos humanos. 
No refúgio, ganha destaque a discussão sobre a razão ou motivo que 
levou determinadas pessoas a abandonarem seus países. 
Há um comissariado para acolhida e proteção internacional a essas 
pessoas que é o ACNUR – Alto Comissariado das Nações Unidas para 
Refugiados. Pelo princípio, toda pessoa tem o direito de ter a sua 
solicitação de refúgio avaliada, levando em consideração a riscos 
envolvidos em um eventual retorno ao seu país de origem. 
No Brasil, ao ser reconhecido como refugiado, essas pessoas acedem a 
Carteira de Registro Nacional Migratório –CRNM – que é o documento 
fundamental para tal garantia de seus direitos como migrante durante a 
permanência no país. 
No ponto de vista do país receptor, pode se considerar que todo 
refugiado é um migrante. No entanto, é necessário deixar muito claro 
que nem todo migrante é um refugiado. 
O termo refugiado é um status de caráter internacional chamando 
atenção principalmente para a proteção requerida pela situação que 
gerou determinado deslocamento. 
 
3 – Aspectos Históricos 
O Brasil é um país cuja população é formada por imigrantes. 
Esse processo começou no início da colonização brasileira, com 
pessoas de outra parte do mundo vindo de forma espontânea. 
Com o intuito de explorar o novo mundo, a colonização foi o objetivo 
inicial da imigração no Brasil, sendo percebida principalmente na cultura 
e economia das regiões mais ricas do país, quais seja, Sul e Sudeste. 
 
No século XIX, o Brasil era visto na Europa como um país de muitas 
oportunidades, por este motivo, as pessoas que passavam dificuldades 
econômicas enxergavam uma chance de prosperar no Brasil. 
Na década de 1888, muitos fazendeiros não quiseram empregar e pagar 
salário aos escravos, preferindo a imigrante europeu como mão-de-obra. 
Somado a isso, muitos imigrantes vieram ao Brasil fugindo do perigo 
provocado pelas duas grandes guerras mundiais que atingiram o 
contingente europeu. 
A descoberta das minas de ouro e diamante em Minas Gerais foi o 
grande fator de atração imigratória. Estima-se que nos primeiros 50 anos 
do século XVIII em Minas Gerais, entraram 900.000 (novecentas mil) 
pessoas. 
Durante o período colonial no Brasil, a entrada de estrangeiro era 
proibida pela legislação portuguesa, mas isso não impediu que 
chagassem espanhóis entre 1580 e 1640. 
A partir da década de 1970, começaram a chegar contingentes de 
italianos no Brasil, a fim de substituir os africanos escravizados. Para 
isso, o governo brasileiro pagava a passagem dos imigrantes italianos 
em navios a vapor e prometia a eles salários e casas, o que não era 
cumprido quando eles chegavam no país. 
Eles receberam incentivos, como a propriedade de terra e cidadania. Foi 
assim que surgiram na região sul do país, como Caxias do Sul, 
Garibaldi, Bento Gonçalves. 
Em São Paulo, os italianos foram atraídos pelas fábricas. Ainda oerfur 
Há de falarmos e destacarmos também, a imigraçãojaponesa no Brasil. 
Eles começaram chegar ao país a partir de meados de 1908 para 
trabalhar nas lavouras de café. Os japoneses ao chegarem, 
estabeleceram-se em São Paulo, Paraná e Minas Gerais. 
 
Imigração Atualmente : 
Após os anos 2.000, com estabilidade econômica e política, o Brasil 
passou a ser alternativa para cidadãos tanto de países desenvolvidos 
quanto subdesenvolvidos. 
Os eventos da Copa do Mundo e Olimpíadas em 2014 e 2016 
respectivamente, também tornaram-se um atrativo para a imigração. 
Atualmente, as principais levas de imigrantes recebidos são os 
haitianos, bolivianos e refugiados de guerra, como sírios, senegaleses e 
nigerianos. 
Devido a grave crise na Venezuela, os venezuelanos também estão 
cruzando as fronteiras, especialmente em Roraima. 
 
4 – Direitos Humanos dos Imigrantes: 
Como estudamos no ponto anterior, é notório que diversos grupos 
sofreram perseguições étnicos e religiosos, além de terem sido vítimas 
de genocídio, fome, guerra, etc... 
Infelizmente, essa situação ainda perdura no século XXI. 
Ser parte de uma nação é um direito básico ligado diretamente a 
cidadania e os sentimentos de dignidade. Quando alguém ou algum 
grupo decide migrar e abandonar seu país de origem, colocando-se as 
margens do desconhecido, o problema não deve ser visto apenas como 
local. 
Há a previsão na Declaração Universal dos Direitos Humanos , que o 
direito a não distinção do país ou território de naturalidade da pessoa 
para que não ocorra nenhum tipo de discriminação quando há 
necessidade de migrar, mas isso na prática não ocorre. 
Todos os tipos de crise que possam subtrair ou extinguir direitos básicos 
de um ser humano violam milhares de políticas sociais. O exemplo nítido 
e atual é a crise migratória que está ocorrendo no estado de Roraima, 
fronteira com a Venezuela, pela entrada do município de Pacaraima. 
Cerca de 40.000 (quarenta mil) venezuelanos entraram na cidade, o que 
representa cerca de 10% dos 330.000 (trezentos e trinta mil) habitantes 
da capital. Esse crescimento populacional acarretou o 
descontentamento dos nativos de Roraima, na qual a população 
argumenta que a chegada dos imigrantes causou o aumento do 
desemprego, violência, dificuldade para utilização dos serviços públicos 
como o SUS. 
O homem migra por motivos de força maior, sociais, políticas e 
econômicas, deixam seus países em razão da pobreza, péssimas 
condições de sobrevivência, desemprego, fome. Na grande maioria das 
vezes, os imigrantes deixam seus países por falta de perspectiva de 
melhoria de vida. 
O retorno ao país de origem é o desejo e o sonho de todos os 
imigrantes; com a esperança de retornar ao país natal com a perspectiva 
que o cenário deixado para trás tenha mudado. 
Os direitos humanos são direitos naturais e básicos, garantidos a todo e 
qualquer indivíduo e que devem ser universais, devem ser estendidos as 
pessoas de todos os povos e nações, independente da classe social, 
etnia, gênero, nacionalidade. 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seu artigo 13º, 
garante: 
1 – Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência, 
dentro das fronteiras de cada Estado; 
2 – Todo ser humano tem direito de deixar qualquer país, inclusive o 
próprio e a ele regressar. 
 
É garantido pela Declaração o direito de livre locomoção, inclusive de 
um país para o outro. Quando há violação dos direitos à dignidade e 
cidadania, a consequência é a migração. 
Recentemente, no ano de 2016, a Assembléia Geral das Nações 
Unidas, aprovou a Declaração do Pacto Global para Migração Segura, 
Ordenada e Regular, cujo principal objetivo é estabelecer princípios e 
compromissos entre as nações, como um marco para a cooperação 
internacional no que tange a recepção de novos imigrantes. Reafirma a 
obrigação de respeito aos direitos humanos dos refugiados e migrantes. 
Dentre os principais assuntos tratados na Convenção, estão: 
• Direitos Humanos 
• Inclusão Social 
• Discussão sobre a Discriminação 
• Migração Não Documentada 
• Condições de Trabalho e Moradia Decente 
4.1 – Aspectos Gerais: 
Temos que enxergar o Direito Imigratório no âmbito do sistema jurídico 
internacional com as carências da legislação nacional, observando que a 
cultura brasileira infelizmente tende a discriminação em todos os aspectos. 
Deve haver uma adequação legislativa para a efetiva proteção dos direitos dos 
imigrantes internacionais em nosso país, uma vez que os estrangeiros são 
mais vulneráveis a exploração de seu trabalho e suscetíveis a restrições, entre 
eles a perda de sua cidadania plena. 
A população imigrante na situação de vulnerabilidade encontra-se em grande 
parte invisível e desconhecida pela sociedade, principalmente quando se trata 
de imigrantes indocumentados. 
A eles, são destinados as piores ocupações e são os trabalhadores que 
exercem as funções nas piores condições, além das dificuldades de acesso a 
serviços públicos básicos, como saúde e educação. 
Segundo um estudo realizado pela OIT – Organização Internacional do 
Trabalho – o trabalho é a motivação do fluxo migratório de cerca de 90% dos 
imigrantes. 
Os imigrantes devem ser considerados como necessários ao desenvolvimento 
econômico e social do país, cabendo ao Estado e a sociedade, encontrarem 
melhores formas de acolhimento em plena igualdade com seus nacionais. 
 
5 – Legislação Brasileira e a Migração: 
O Brasil contava com uma legislação ultrapassada e desumanizada. 
O antigo Estatuto do Estrangeiro, Lei nº 6815-80, criado no período da 
ditadura, objetivava a proteção ao brasileiro nativo e a pátria. 
O Estatuto tratava a migração como tema de segurança nacional e com 
inúmeras restrições aos imigrantes no Brasil, como nos artigos que veremos 
abaixo: 
 - Artigo 02º: Na aplicação desta lei, atender-se-á precipuamente à 
segurança nacional, organização institucional, aos interesses políticos, 
sócio-econômicos e culturais do Brasil, bem assim à defesa do 
trabalhador nacional. 
 - Artigo 03º: A concessão do visto, para prorrogação ou transformação, 
ficarão sempre condicionados aos interesses nacionais. 
 
As expressões utilizadas pelo Estatuto remetiam a guerra, onde a única 
preocupação era a proteção dos nacionais, ao povo de origem brasileira e as 
interesses nacionais , além de visar a proteção aos trabalhadores brasileiros. 
No dia 24-05-2017, foi sancionada a Nova Lei de Imigração com foco no 
combate à desigualdade entre autóctones e estrangeiros. 
 
5.1 – Nova Lei de Imigração: 
A nova lei trouxe mudanças significativas no âmbito dos direitos dos imigrantes, 
pautada dos direitos humanos e no respeito a dignidade humana desses 
grupos. 
Dentre as mudanças, ressalta-se a contemplação aos princípios de não 
discriminação, combate a homofobia e igualdade de direitos entre 
trabalhadores imigrantes e nacionais. 
O contexto ditatorial foi deixado de lado e deu lugar a uma relação humana, 
focada na tentativa de tratamento equânime entre brasileiros e imigrantes, nas 
garantias e direitos. 
Pela nova legislação, há ainda a racionalização nas hipóteses do visto, este, 
que veremos no decorrer ainda de nossa aula, bem como a previsão de 
autorização de residência e visto temporário. 
 
6 – Direitos e Deveres: 
A OIT, também atua em proteção aos trabalhadores migrantes, com o intuito de 
humanizar as condições de trabalho, combatendo injustiças e mazelas sociais, 
diante a vulnerabilidade desse grupo social. 
Segundo a convenção da OIT, em seus artigos 01 à 03º, o Estado tem o dever 
de assegurar os direitos individuais desses trabalhadores. 
A lei determina que os Estados Membros são obrigados a aplicar aos 
imigrantes que se encontrem regularmente em seu território o mesmo 
tratamento aplicado aos seus nacionais, sem discriminação de nacionalidade, 
raça, cor, etnia. 
É assegurado ainda pela CF em seu artigo 194, a seguridade social, 
garantindo-se o direitoà vida, saúde, previdência, assistência social. 
Para que os estrangeiros possam usufruir da assistência por meio de 
programas sociais do governo, como Bolsa Família, Bolsa Escola, Pronatec, 
entre outros, é necessário que efetue o cadastro no CAD Único. É o princípio 
da universalização da assistência garantida pela Constituição Federal e 
Convenção Coletiva de 97, estabelecendo proteção aos migrantes em 
aspectos trabalhista e assistência social, constituindo-se importante 
instrumento para o desenvolvimento de políticas públicas. 
Cabe ao Estado garantir a igualdade de tratamento entre trabalhadores 
migrantes e nacionais. 
Os direitos dos estrangeiros encontram-se previstos nos artigos da CF: 05º, 
28º, 37º, 199º, 207º, 227º. 
É ainda garantido pela Lei, o acesso a cargos, empregos, funções públicas, na 
forma da lei. É permitido que as Universidades contratem estrangeiros em seu 
quadro. 
 
No entanto, a lei impõe alguns impedimentos. Quais seriam? 
Estrangeiros não podem alistar-se como eleitores. Essa condição é necessária 
a nacionalidade brasileira. Também não podem candidatar-se a qualquer cargo 
eletivo ou integrar partidos políticos. 
O Brasil é o único país da América do Sul que não confere o direito a voto aos 
imigrantes internacionais. 
Referente aos deveres dos imigrantes, destacamos: exibição de documentos e 
comunicação de mudanças. 
Sempre que lhe for exigido por qualquer autoridade, o imigrante deverá exibir 
documentos comprobatórios de sua estadia legal no território nacional. 
O imigrante registrado, é obrigado a comunicar ao Ministério da Justiça, a 
mudança de seu domicílio ou residência, quando ocorrer, devendo fazê-lo nos 
30 dias imediatamente seguintes a sua efetivação. 
Por estar em um país estrangeiro, muitos desconheciam seus direitos e 
brasileiros e estrangeiros são iguais em direitos e obrigações. 
 
Portanto, vimos que os imigrantes possuem os direitos: 
• Previdenciário 
• Trabalhista 
• Educação 
• Assistencial 
• Saúde 
Há de se destacar que o imigrante tem o direito a naturalização, caso optem 
pela nacionalidade brasileira e caso possua o direito e atenda aos requisitos 
legais. 
 
 
7 – Modalidade dos Vistos 
Como vimos em nossas aulas, as relações jurídicas aos estrangeiros, são 
regidas pelas leis nº 13.445-2017 e CF-88. 
Qualquer estrangeiro pode ingressar legalmente em território brasileiro, desde 
que atendidos os requisitos legais. 
Mesmo que o estrangeiro possua visto de residência permanente, a cidadão 
não adquire direitos políticos no Brasil. 
A sua estada gera para o país o dever de garantir seus direitos fundamentais 
ainda que somente em trânsito, como os direitos à vida, integridade física, 
assistência social. 
Os tipos de visto são: 
1 – Trânsito 
2 – Turista 
3 – Temporário 
4 – Permanente 
5 – Cortesia 
6 –Oficial 
7 – Diplomático 
 
1 – Visto de Trânsito = Concedido ao estrangeiro que tenha que entrar no país, 
território nacional, para atingir seu país de destino. Possui validade de até 10 
dias, sendo improrrogáveis. 
2 – Visto de Turista = Concedido ao estrangeiro em caráter de visita. Possui 
validade de até 05 anos e permanência no país por até 90 dias, sendo 
prorrogáveis por mais 90 dias. 
3 – Visto Temporário = Concedido ao estrangeiro que pretende vir ao Brasil em 
missão cultural, estudos, viagem de negócios, condição de artistas, 
desportistas, sob regime de contrato ou a serviço do governo brasileiro. 
Exemplos: tratamento de saúde, férias, investidores. 
4 – Visto Permanente = Destinado ao estrangeiro que pretende se fixar 
definitivamente no Brasil. No entanto, isso não quer dizer que ele não possa 
sair do Brasil e ir para outros países. Caso seja naturalizado, poderá se 
ausentar do país por um período de até 02 anos. 
Exemplos: aposentados, casados ou parente de brasileiros. 
Todos os estrangeiros que pretendem permanecer no Brasil por um período 
superior a 90 dias, deverão ser registrados perante as autoridades nacionais 
em até 30 dias de sua entrada no país. 
5 – Visto de Cortesia = Este tipo de visto é aplicado a autoridades em visita 
não oficiais ao Brasil e depende de aprovação do Ministério das Relações 
Exteriores do Brasil. 
O pedido deverá ser feito por nota diplomática do governo que o candidato está 
representando. 
Dentro de 30 dias após a entrada no Brasil, os portadores desse tipo de visto 
devem se registrar na Polícia Federal. A concessão tem validade de 01 ano e 
este tipo de solicitação de visto é gratuito. 
6 – Visto Oficial = É o visto concedido a funcionários administrativos 
estrangeiros que viagem ao Brasil em missão oficial, de caráter transitório ou 
permanente, representando o governo estrangeiro ou organismo internacional 
reconhecido pelo governo brasileiro. 
7 – Visto Diplomático = É o visto destinado a autoridades e funcionários 
estrangeiros que tenham status diplomático e viagem ao Brasil em missão 
oficial, de caráter transitório ou permanente. 
 
No tocante ao visto para menores de idade, há algumas condições especiais. 
Para menores de 18 anos, se faz necessário autorização de viagem por escrito 
de ambos os pais, responsáveis legais ou autoridade judicial competente. 
Outro diferencial são para cidadãos do Mercosul nacionais dos estados 
signatários do acordo de residência do Mercosul, que são: Argentina , Bolívia, 
Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai. Podem estabelecer 
residência temporária no Brasil por meio de solicitação de visto de residência 
temporária do Mercosul, ou diretamente com o Ministério da Justiça. 
No tocante ao visto por casamento, há estrangeiros que procuram agências 
ilegais com o fim de constituir casamento com cidadão brasileiro para obtenção 
de visto de permanência no Brasil. Caso seja comprovada a irregularidade, a 
autoridade consular pode não conceder o visto e o brasileiro envolvido 
responderá por falsidade ideológica. 
 
8 – Naturalização: 
É a aquisição da nacionalidade brasileira, e poderá ser por 04 vias: 
1 – Originária 
2 – Extraordinária 
3 – Especial 
4 – Provisória 
Veremos: 
1 – Naturalização Originária 
 Poderá ser concedida ao estrangeiro que viva no Brasil pelo prazo mínimo de 
04 anos. A comprovação de residência deverá ser efetiva, mesmo que 
comprovada através de posse ou propriedade de um imóvel em território 
nacional ainda não é suficiente para naturalizar-se. 
Esse prazo de 04 anos poderá cair para 01 ano caso o estrangeiro tenha filho 
brasileiro nato ou naturalizado, ou possuir cônjuge ou companheiro brasileiro e 
não estar separado legalmente. 
2 –Naturalização Extraordinária 
Poderá ser concedida caso o estrangeiro comprove que resida há mais de 15 
anos no Brasil de forma ininterrupta. A pessoa deverá comprovar a residência 
efetiva no Brasil. 
3 – Naturalização Especial 
Poderá ser concedida ao estrangeiro em duas hipóteses: 
• Cônjuge ou companheiro há mais de 05 anos, de integrante de serviço 
exterior brasileiro em atividade ou pessoa a serviço do estado brasileiro 
no exterior. 
• Empregado em missão diplomática ou repartição consular do país por 
mais de 10 anos ininterrupto. 
4 – Naturalização Provisória 
Poderá ser concedida a criança ou adolescente que tenha fixado residência no 
Brasil antes de completar 10 anos de idade. O processo deverá ser solicitado 
pelo representante legal da criança. Após completar a maioridade poderá 
solicitar a naturalização definitiva junto ao Ministério da Justiça e Segurança 
Pública. 
 
Os pedidos de naturalização são solicitados nas unidades da Polícia Federal e 
endereçados ao Ministério da Justiça. 
A decisão será publicada no Diário Oficial da União. Ao ser concedido, o 
naturalizado deverá entregar a carteira de registro nacional migratório em uma 
das unidades da polícia federal. 
No caso de indeferimento, é cabível pedido de recurso. 
Uma vez adquirida a nacionalidade brasileira, essa só seráperdida por 
sentença judicial ou se adquirida outra nacionalidade nos casos em que não for 
possível acumular ambas. 
 
8.1 – Autorização de Residência 
Será concedida ao imigrante que pretenda trabalhar ou residir e se estabelecer 
temporária ou definitivamente no Brasil. 
A polícia federal é a responsável pela análise do processo e processamento. 
A partir da autorização, será possível obter o RNM que é registro nacional 
migratório e um documento de identificação de imigrante residente.

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