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1 1. INTRODUÇÃO 1.1. Educação Inclusiva A história da educação nos mostra, através de diversos fatores, que a escola já foi objeto de segregação por um longo período. Houve tempos em que homens e mulheres frequentavam escolas diferentes, com conteúdos também diferentes. Alguns não tinham nem mesmo o direito de frequentar a escola, como os negros e indígenas que eram excluídos do sistema educacional. Nesse contexto, também os portadores de necessidades especiais não tinham acesso à escola regular, frequentavam instituições especializadas. De acordo com Ferreira (2006, p. 87), essas instituições “primavam pelo caráter multidisciplinar/multiprofissional, reunindo atividades de assistência, reabilitação, saúde e escolarização”. A Educação Especial era vista como uma modalidade diferente de educação, o que fazia com que as crianças com necessidades especiais fossem separadas, colocadas em escolas diferentes, com conteúdos diferentes, das demais crianças que não apresentavam nenhuma necessidade especial, sendo assim a educação, uma educação segregada com conteúdos distintos (Sassaki, 1997). Stainback (1999, p. 43) ressalta que: (...) as práticas segregacionistas do passado tiveram efeitos prejudiciais às pessoas com deficiência, às escolas e à sociedade em geral. A ideia de que poderiam ser ajudadas em ambientes segregados, alijadas do resto da sociedade, fortaleceu os estigmas sociais e a rejeição. Para as escolas regulares, a rejeição das crianças com deficiência contribuiu para aumentar a rigidez e a homogeneização do ensino, para ajustar-se ao mito de que, uma vez que as classes tivessem apenas alunos normais, a instrução não necessitaria de outras modificações ou adaptações (...). Em busca de uma educação para todos, sem excluir ninguém, por ser diferente de alguma forma e por possuir um padrão de aprendizagem diferente, surge então a Educação Inclusiva. O processo de inclusão de alunos especiais no Brasil está relacionado com movimentos em outros países como os Estados Unidos da América, por exemplo, que em 1981, ao instituir o “Ano Internacional das Pessoas Deficientes” (AIPD) na Organização das Nações Unidas (ONU) oficializou o conceito de sociedade inclusiva. Na busca pela defesa dos direitos humanos, começa a luta 2 contra a discriminação e exclusão das pessoas desfavorecidas na sociedade. Apesar de iniciada essa luta e também um movimento em prol dessa educação numa perspectiva inclusiva, o grande impulso, que gera maior discussão e difusão do tema, só acontece a partir da Conferência Mundial de Educação para Todos, realizada em Jontiem, na Tailândia, em 1990 (Torres e González, 2002). Nesta Conferência foi elaborada a Declaração Mundial de Educação para Todos (DMET). A referida declaração trata a universalização do acesso à educação, enfatizando que esta deve ser garantida a todas as crianças, jovens e adultos. Assumindo, a necessidade de um compromisso efetivo em superar as disparidades educacionais, fazendo com que todos aqueles que pertencem aos grupos dos mais excluídos, deixem de sofrer qualquer tipo de discriminação no acesso às oportunidades educacionais. E alerta para uma atenção especial para com as necessidades básicas de aprendizagem das pessoas portadoras de deficiência, afirmando que as medidas de garantia à igualdade de acesso aos portadores de deficiência devem ser parte integrante do sistema educativo (Unesco, 1990). Também a Conferência Mundial de Educação Especial, realizada em Salamanca (Espanha/1994), na qual foi elaborado o documento “Declaração de Salamanca”, que proclamou que o direito fundamental à educação deve ser assegurado a todas as crianças, independente de suas características, capacidades e necessidades, oferecendo a cada uma a oportunidade de alcançar e sustentar satisfatórios níveis de aprendizagem. Ressaltou ainda, a importância de um sistema de educação planejado e programas educativos implementados tendo em vista a vasta diversidade dessas características e necessidades inerentes aos portadores de necessidades especiais (Unesco,1994). No Brasil, temos na esfera infraconstitucional alguns dispositivos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei número 9.394/96, no que tange a inclusão dos portadores de necessidades educacionais especiais, que, regulamenta a educação especial, dispondo que a mesma é uma modalidade de educação escolar, que deve ser ofertada preferencialmente na rede regular de ensino, prevendo ainda serviços de apoio especializado e atendimento em classes, ou escolas especializadas, conforme as condições específicas dos alunos, estabelecendo a mesma, que a educação especial é dever constitucional do Estado (Brasil, 1996). 3 Nessa linha de pensamento, surge então a proposta de uma educação para todos. O Brasil consolidou essa proposta ao garantir o direito constitucional de uma educação básica, gratuita a todos, onde crianças de diferentes raças, sexo ou credo recebem a mesma educação, incluindo também aquelas com necessidades especiais e nesse caso garantindo ainda, um cuidado e atendimento especializados, para que alcancem o melhor nível de desempenho possível, pois todas as crianças sem distinção devem ser aceitas e acolhidas independentemente de suas potencialidades e limitações (Mantoan, 1997). A escola é o ambiente propício para que as crianças troquem experiências, se deparem com o “novo”, nela ocorre a socialização tão necessária e importante nos primeiros anos de vida. Por isso, também, a escola deve ser aberta a todas as crianças, sendo elas especiais ou não, diferentes ou não, todas devem ter o mesmo direito ao ensino, à convivência social, às novas experiências, onde aprendam o respeito ao outro e o valor de suas diferenças. Assim, a escola contemporânea precisa redefinir seus planos para uma educação voltada à cidadania global, plena, livre de preconceitos e que reconheça e valorize as diferenças (Mantoan, 2003). Para Mantoan (1997, p.21): O motivo que sustenta a luta pela inclusão como uma nova perspectiva para as pessoas com deficiência é, sem dúvida, a qualidade de ensino nas escolas públicas e privadas, de modo que se tornem aptas para responder às necessidades de cada um de seus alunos, de acordo com suas especificidades, sem cair nas teias da educação especial e suas modalidades de exclusão. Uma escola inclusiva é onde todos os alunos são beneficiados, pois ao conviver com a diversidade tem a oportunidade de valorizarem a cooperação, o respeito e o valor social da igualdade, uma vez que é na interação com o outro que a aprendizagem e o desenvolvimento acontecem (Sassaki, 1999). Ainda neste sentido Piaget (1988, p. 34) afirma que: Afirmar o direito da pessoa humana à educação é, pois assumir uma responsabilidade muito mais pesada que a de assegurar a cada um a possibilidade da leitura, da escrita e do cálculo: significa, a rigor, garantir para toda criança o pleno desenvolvimento de suas funções mentais e a aquisição dos conhecimentos, bem como dos valores morais que correspondam ao exercício dessas funções, até a adaptação à vida social atual. É antes de mais nada, por conseguinte, assumir a obrigação – levando em conta a constituição 4 e as aptidões que distinguem cada indivíduo – de nada destruir ou maltratar das possibilidades que ele encerra e que cabe à sociedade ser a primeira a beneficiar, ao invés de deixar que se desperdicem importantes frações e se sufoquem outras. São muitas as barreiras a serem superadas pelas escolas tradicionais para se tornarem escolas inclusivas, de fato. A começar pelas salas de aulas, equipamentos e recursos que são, por muitas vezes, inadequados à realidade das crianças especiais, passando pelos profissionais envolvidos no processo de aprendizagem, que precisam de constante preparação e englobando todos osgestores e até o poder público, para que somados todos os esforços, essas escolas se tornem ambientes de desenvolvimento e aprendizagem para toda e qualquer criança (Guijarro, 2005). Conforme aponta Carvalho (2003, p. 61): Em síntese, há que examinar todas as variáveis do processo educativo escolar, envolvendo as pessoas da escola (educadores, gestores, alunos, apoio administrativo); o ambiente físico (em termos de acessibilidade), os recursos financeiros e materiais (origens, quantidades, periodicidade de recebimento, manutenção de equipamentos e instalações), os graus de participação da família e da comunidade (parcerias), a filosofia de educação adotada (se tradicional ou não), o projeto político pedagógico construído pela comunidade escolar (natureza do documento, autores, destinação), a prática pedagógica (se mais centrada no ensino ou na aprendizagem), os procedimentos de avaliação (formativa, somativa, formal, informal), dentre outros aspectos. 1.2. Educação Inclusiva do aluno com Síndrome de Down A Síndrome de Down (S.D.) foi descrita em 1866, pelo médico inglês John Langdon Douwn. É conhecida como Síndrome de Down ou trissonomia do cromossomo 21; é uma anomalia genética causada pela presença de um cromossomo extra, total ou parcial, que acarreta um retardo leve ou moderado no desenvolvimento intelectual da criança. Através do exame médico chamado cariótipo é possível detectar se a criança é portadora da Síndrome, que existe em 3 tipos: Trissonomia 21 simples (padrão), onde a pessoa possui 47 cromossomos em todas as células (95% dos casos de SD); Mosaico, onde apenas algumas células têm 47 5 cromossomos, outras 46, a alteração afeta assim parte das células (2% dos casos); Translocação, o indivíduo possui 46 cromossomos, mas ele é portador da Síndrome de Down (3% dos casos), (Puechel ,1993). Segundo Alves (2007, p. 41): [...] na criança com Síndrome de Down a prontidão para a aprendizagem depende da complexa integração dos processos neurológicos e da harmoniosa evolução de funções específicas, como a linguagem, percepção, esquema corporal, orientação espaço-temporal e lateralidade. O desenvolvimento intelectual de um portador de Down terá sua evolução de maneira diferente de um sujeito para outro; observa-se que algumas crianças aprendem a ler e escrever com certa facilidade e rapidez, ao passo que outras encontram uma maior dificuldade e levam um tempo maior para o mesmo. Assim não podemos destinar um tempo certo para esse desenvolvimento e nem mesmo limitá-lo. Observa-se também que o sujeito com Down perde a concentração com facilidade, fazendo-se necessário também não cobrar dessas crianças um tempo de atenção mais prolongado, assim as atividades devem ser adequadas a este tempo (Alves, 2007). Sabe-se também que as atividades educacionais para uma criança com Down não devem se limitar apenas a uma sala de aula, é preciso estender as barreiras da sala, da escola, torna-se necessário que ela tenha contato com pessoas diferentes, com situações diferentes, pois essa criança apresenta atrasos na articulação e produção de sons, assim, ela vai se deparar com situações comunicativas distintas, tendo então a oportunidade de aprimorar suas instalações de sons (Castro, 2002). Voivodic (2004, p. 45) afirma que: A criança não reproduz frases, pois retém somente algumas palavras do que ouve. Apresenta também déficit na memória a longo prazo, o que pode interferir na elaboração de conceitos, na generalização e no planejamento de situações. Atualmente ao entrar nas escolas observa-se que nas classes regulares de ensino o número de crianças especiais aumentou consideravelmente. De acordo com o MEC houve um aumento no número de matriculas de Educação Especial, o que possibilitou a exclusão de uma escola segregacionista e o aumento no número 6 de matriculas de crianças especiais. Somente com o apoio do governo, com a proposta de educação para todos e com a união de família e escola, foi possível alcançar tal avanço, pois sabe-se que este trabalho conjunto é importantíssimo para o desenvolvimento da criança, é notório que quando há troca de experiência, o processo de inclusão fica fundamentalmente favorecido (Buckley; Bird, 1998). A criança com Síndrome de Down quando é estimulada, pode ler e escrever, participar da vida familiar, ser independente em suas atividades e trabalhar, conforme é assegurado por lei. Assim tem-se que o desenvolvimento de crianças com Down acontece quando esta sofre estímulos em casa, na escola, e tem contato com diferentes situações, assim logo vai estar inserida na sociedade (Stainback e Stainback, 1999). Segundo Szymanski (2007, p.22) é na família [...] que a criança encontra os primeiros “outros” e, por meio deles, aprende os modos humanos de existir. Seu mundo adquire significado e ela começa a construir-se como sujeito. Isso se dá na e pela troca intersubjetiva carregada de emoções – o primeiro referencial para a construção da identidade pessoal. Atualmente observa-se que muitas pessoas com Down superaram as expectativas e metas que foram pré-estabelecidas para elas. Confirmam assim o pensamento de Saad (2003, p.70) que diz “dar visibilidade à pessoa com síndrome de Down é uma forma de informar sobre suas possibilidades”. Batista e Mantoan (2007, p. 17) acrescentam que: (...) aprender é uma ação humana individual, criativa, heterogênea e é regulada por quem está aprendendo, independentemente de sua condição intelectual é mais ou menos privilegiada. São as diferentes ideias, opiniões, níveis de compreensão que enriquecem o processo escolar e clareiam o entendimento dos alunos e professores. Essa diversidade deriva das formas singulares de nos adaptarmos cognitivamente a um dado conteúdo e da possibilidade de nos expressarmos abertamente sobre ele. Ensinar é um ato coletivo, no qual o professor disponibiliza a todos os alunos, sem exceção, um mesmo conhecimento. A escola tem papel fundamental no desenvolvimento social da criança, pois será na escola que ela aprenderá a conviver com a diversidade, com as diferenças, seja ela cultural, racial, étnica entre outras, na escola ela vai aprender a viver em 7 grupo, a respeitar e lidar com a diferença, na escola é que vai acontecer um dos primeiros passos para socialização da criança. Percebe-se então a importância da escola para a vida pessoal e social de uma criança com Down, pois na escola ela terá contato com realidades diferentes, com a diversidade, que é um fator essencial para estabelecer uma educação inclusiva (Guijarro, 2005). 1.3. Metodologia de Ensino Para se tornar uma escola inclusiva algumas mudanças devem ocorrer, por exemplo, adaptar o currículo escolar para avaliar o desenvolvimento do aluno de outros meios, não ter somente a avaliação como esse critério, adaptar sua estrutura física, adaptar a metodologia de ensino, ter também a união de família e escola trabalhando juntos para um melhor ensino, também uma distribuição correta de alunos especiais, assim as classes aprenderão a lidar com a diversidade e respeita- la, e também realizar a capacitação e especialização de professores para que possam estar aptos a lidar com alunos especiais (Mantoan, 2004 e Brasil, 2001). Para Guijarro (2005, p. 13) é preciso: Transformar a cultura das escolas para que se convertam em comunidades de aprendizagem e de participação. [...] é necessário um trabalho colaborativo entre os professores, entre professores e pais, professores e especialistas e entre os próprios alunos. [...] Enfoques metodológicos e materiais didáticos que facilitem a aprendizagem e a participação de todos os alunos. Neste cenário de adaptações que devem acontecer, o professor deve estar apto, para trabalhar em uma classe onde há aluno especial, ele deve estar prontopara lidar com a diversidade. E a forma com que o professor vai transmitir o conteúdo representa um forte aliado na consolidação da mudança, o professor deve trabalhar a atenção, memória, e a organização de ideias das crianças com Síndrome de Down, trabalhar sua percepção e não ficar preso à sala de aula, ele deve usar o espaço da escola como um todo, indo além, buscando aulas mais lúdicas e divertidas, pois se sabe que em crianças com Síndrome de Down o déficit de atenção é algo comum (Voivodic, 2007). Para Silva e Arruda (2014, p. 7) o professor precisa: 8 (...) ser capaz de organizar situações de ensino e gerar espaço em sala de aula capaz de incluir, com o intuito de que todos os alunos possam ter acesso a todas as oportunidades educacionais e sociais oferecidas pelo âmbito escolar sem qualquer distinção. O professor como mediador deverá promover um ensino igualitário e sem desigualdade, já que quando se fala em inclusão não estamos falando só dos deficientes e sim da escola também, onde a diversidade se destaca por sua singularidade, formando cidadãos para a sociedade. O professor terá uma função muito importante na vida social e pessoal dessas crianças, ele será também um multiplicador e transmissor de conhecimento, sabendo que cada criança é única, que todos os alunos são distintos uns dos outros, e que cada um deve ser respeitado, desenvolvendo assim na criança o valor da igualdade, construindo assim uma sociedade onde todos são ouvidos e respeitados (Silva; Arruda, 2014). Para Mantoan (1997, p. 120): [...] a inclusão é um motivo para que a escola se modernize e os professores aperfeiçoem suas práticas e, assim sendo, a inclusão escolar de pessoas deficientes torna-se uma consequência natural de todo um esforço de atualização e de reestruturação das condições atuais do ensino básico. Sobre essas adaptações Machado (2007, p. 36) complementa que: A criança com Down apresenta muitas debilidades e limitações, assim o trabalho pedagógico deve primordialmente respeitar o ritmo da criança e propiciar-lhe estimulação adequada para desenvolvimento de suas habilidades, assim, para que a proposta da inclusão escolar seja efetivada e favoreça o aprendizado dos alunos com Down, é preciso fazer adaptações curriculares. Essas adaptações não querem dizer um currículo isolado, mas ajustes realizados para que esse se torne mais adequado para acolher a diversidade dos alunos, essas adaptações curriculares, de modo geral, envolvem modificações organizativas, nos objetivos e conteúdos nas metodologias e na organização didática, na organização do tempo e na filosofia e estratégias de avaliação, permitindo o atendimento às necessidades educativas de todos os alunos, em relação à construção do conhecimento. 9 E para que a criança se desenvolva, juntamente com a escola, a família deve participar ativamente dos estudos, da vida da criança. (Bowlby, 1993). Assim a forma como essa família se comportará terá uma grande influência na vida dessa criança. Ela poderá ter um papel estimulador ou opressor em seu desenvolvimento, pois muitos pais abafam seus filhos, os escondem, influenciam em sua rotina, escola, amizades. Como já foi dito a família é a primeira forma de socialização com a qual a criança se depara, o contato com os diferentes membros dessa família, com opiniões e visões distintas, faz com que a criança, participando de tudo isso, experimente e conviva com essa diversidade. Os primeiros anos de uma criança com Down são um período importantíssimo para seu desenvolvimento cognitivo, e o papel da família nesse período é de suma importância, pois em grande parte sua relação com os pais terá influência direta na formação da identidade e no desenvolvimento dessa criança em sua vida (Pereira-Silva; Dessen, 2001). Ainda nesse contexto destaca Minuchin (1993) A família é o contexto natural para crescer e receber auxílio, ela cumpre o seu papel de garantir a pertença e ao mesmo tempo promove a individualização do sujeito. Aprender faz parte dessa individualização. Portanto o desenvolvimento da criança com Síndrome de Down será influenciado pelo ambiente que ela vai ter contato, e do incentivo de todos à sua volta, principalmente dos pais. Assim essas crianças com Down terão a capacidade de se desenvolver e terão uma vida normal (Pereira-Silva; Dessen, 2001). Com todos os avanços da educação no sentido de eliminar a segregação nas escolas, de oferecer oportunidades e espaços iguais a todas as crianças ainda que diferentes, em diversos aspectos de diferença como raça, classe social, e outros; e ainda oferecer inclusão aos alunos portadores de necessidades especiais, é visível, principalmente pela ótica das famílias, o quanto ainda se tem que percorrer para conquistar as metas desse avanço. Muitas escolas melhoraram e buscam constantes melhorias na estrutura física, nas metodologias de ensino, e na preparação dos profissionais da educação, contudo como já foi mencionado, a participação e interação da família com a escola tem potencial efeito nos estímulos e desenvolvimentos dessas crianças, a partir dessa busca pela maior e melhor parceria escola/família é imprescindível conhecer de perto a visão e as expectativas 10 dos responsáveis pelas crianças, no que diz respeito ao real cenário da educação inclusiva. Como bem lecionou Freire (2001, p.40) “ninguém nasce feito. Vamos nos fazendo aos poucos, na prática social de que tomamos parte." 11 2. Objetivo Analisar a percepção dos pais e professores de alunos, portadores de necessidades especiais, em relação à educação inclusiva. 12 3. Material e métodos 3.1. Confecção do formulário Para realização deste trabalho, foi confeccionado um questionário (questionário 1) semi-estruturado com questões abertas e fechadas, contendo 20 questões (apêndice 1), destinado aos pais dos alunos, e um questionário estruturado com questões abertas (questionário 2) contendo 14 questões (apêndice 2), destinado aos professores. As questões dos formulários foram elaboradas de forma a identificar qual a percepção dos pais e professores de alunos portadores de necessidades especiais em relação à educação inclusiva, como ocorre a inclusão destes alunos na escola e qual a visão do professor. 3.2 Coleta de Dados A pesquisa foi realizada na escola privada “Recanto do Saber”, localizada no distrito de Comendador Venâncio, município de Itaperuna. Por meio do questionário 1, foram entrevistadas 3 mães de alunos especiais, matriculados na escola Recanto do Saber. As entrevistas foram realizadas na casa dos entrevistados, em um tempo médio de vinte minutos (quadro 1). Quadro 1: Lista de mães entrevistadas e a respectiva idade dos filhos. Entrevistado Aluno 1 12 anos. 2 16 anos. 3 21 anos. Os três filhos em questão são do sexo masculino. (questão 2) Por meio do questionário 2, foram entrevistados três professoras do 4º e 5º ano do Ensino Fundamental da escola Recanto do Saber, em um tempo médio de dez minutos. As três professoras dão aulas nas duas turmas, com matérias diferentes, sendo então, professora dos três alunos, um aluno é do 4º ano, enquanto que os 13 outros dois são do 5º ano. As professoras foram entrevistadas separadamente, na escola. Todas as pesquisas ocorreram no período de fevereiro a março de 2015. Os dados obtidos na pesquisa de campo, por meio dos questionários 1 e 2, compõem os resultados deste trabalho. 4. Resultados e Discussão 4.1. Entrevista com as mães (questionário 1) Em relação ao tempo de matricula dos alunos na escola Recanto do Saber (questão 1), foi observado que todos os alunos possuem no mínimo 8 anos (Quadro 2). Quadro 2: Há quanto tempo frequenta a escola regular? (Questão 4) Responsável Respostas 1 9 anos.2 8 anos. 3 9 anos. Quando questionadas se o filho já havia frequentado uma instituição especializada, o tempo que havia frequentado a instituição (questão 5), foram observadas as seguintes respostas: Responsável 1: "Sim, APAE, 4 anos." Responsável 2: "Sim , por 4 anos. APAE ." Responsável 3: " Já, APAE. Por 3 anos, 1 ano em Itaperuna, 2 anos em Laje do Muriaé" Vê-se que todos os três filhos já frequentaram uma instituição especializada, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), por no mínimo três anos. E que uma das crianças em questão já frequentou duas instituições diferentes em 14 cidades diferentes, por um ano frequentou a APAE na cidade de Itaperuna, e por dois anos frequentou a APAE do município de Laje do Muriaé. Observa-se assim que as mães buscaram matricular seus filhos em instituições especializadas. Quando consideradas as motivações que levaram a matricula dos alunos na escola Recanto do Saber, foram observados os seguintes discursos (questão 6): Responsável 1: "Para fazer inclusão social." Responsável 2: "Por falta de atendimento especializado." Responsável 3: "Invés de melhorar, piorou o comportamento." Nas respostas das mães vê-se que a adesão ao programa de educação inclusiva na vida de seus filhos se deu pela falta de uma educação adequada e direcionada à essas crianças dentro de uma instituição especializada. A mãe 3 chega a relatar que buscou a escola regular por perceber que na instituição especializada que seu filho frequentava ele teve uma piora no comportamento. Taylor (1994), afirma que o ambiente em que um indivíduo for inserido passar para ele uma imagem limitada, degradante, depreciada, pode causar neste indivíduo um verdadeiro dano. Observa-se que de acordo com o relato da mãe 3, em que a criança especial, é inserida em instituições especializadas e acabam regredindo por falta de estímulos que a mostrem do que ela é capaz, por falta de profissionais que enxerguem nessas crianças mais do que elas são no momento, mas sim o potencial que possuem para ir além. Tem-se assim, que para as mães das crianças com Down, a escola regular representa a porta de entrada para um mundo onde o filho possa ser visto como todas as demais crianças. Em relação ao cotidiano do aluno/filho na escola, todos os responsáveis declararam que os filhos gostam de ir para a escola (questão 7), se sentem bem na escola (questão 8) e se relacionam bem com os demais alunos da instituição (questão 9). Além disso, os entrevistados declararam que seus filhos gostam de desenvolver todas as atividades propostas (questão 10), mas apresentam 15 dificuldades na realização das atividades (questão 11), e que os filhos realizam atividades em grupo (questão 12). Esses pontos são vistos de modo mais claro no Quadro 3, abaixo. Quadro 3: Quadro representativo das respostas das mães as questões 7 a 12 do questionário 1. Respostas: SM: Sim, muito. S: sim; SP: Sim, pouco; N: Não; NS: Não sei. Questão SM S SP N NS 7. Ele gosta de ir para a escola? 1 2 0 0 0 8. Ele se sente bem na escola? 2 1 0 0 0 9. Ele se relaciona bem com os demais alunos? 3 0 0 0 0 10. Ele gosta de desenvolver as atividades propostas? 1 1 1 0 0 11. Em relação ao conteúdo, ele possui dificuldades? 2 1 0 0 0 12. Seu filho realiza atividades escolares em conjunto com outras crianças? 0 3 0 0 0 Como se pode observar as mães responderam que seus filhos apresentam dificuldades em relação ao conteúdo (questão 11). Essa dificuldade é explicada pelo déficit de atenção que os portadores de Down possuem; como afirma Voivodic (2007), em portadores de Síndrome de Down é comum o déficit de atenção, gerando assim um déficit no acúmulo de informações na memória imediata, acarretando assim dificuldades intelectuais, atrasos na linguagem, e processo de aprendizagem mais lento. Tem-se assim que um aluno com Síndrome de Down apresenta seu desenvolvimento mais lento que os outros alunos apresentando também um déficit de memória a longo prazo, levando assim esse aluno a apresentar alguma dificuldade para desenvolver certas tarefas. Em relação ao atendimento da escola duas mães declararam que a escola é adequada, enquanto a outra disse que é pouco adequada (questão 13), quando questionadas se a estrutura da escola é adequada (questão 14), se a formação dos professores é adequada (questão 15), se a metodologia é adequada (questão 16) e se o apoio pedagógico é adequado (questão 17), observa-se que duas mães responderam que sim, ao passo que uma mãe disse não para essas perguntas, 16 mostrando-se assim estar insatisfeita, e ainda que a escola deve se adaptar para o ensino das crianças com Síndrome de Down. Quadro 4: Quadro representativo das respostas das mães as questões 13 a 17 do questionário 1. Respostas: SM: Sim, muito. S: sim; SP: Sim, pouco; N: Não; NS: Não sei. Questão SM S SP N NS 13. A escola é adequada? 0 2 1 0 0 14. A estrutura da escola é adequada? 0 2 0 1 0 15. A formação dos professores é adequada? 0 1 1 1 0 16. A metodologia é adequada? 0 2 0 1 0 17. O apoio pedagógico é adequado? 0 2 0 1 0 Observa-se que para buscar uma educação inclusiva a escola regular deve passar por algumas adaptações, para atender as necessidades dos portadores de Síndrome de Down. E observamos que uma das mães, acha que a escola não é adequada para atender as crianças especiais, tendo assim que passar por algumas adaptações para melhor atender essas crianças. Sassaki, (1997), afirma que para ocorrer o processo de inclusão do aluno portador de necessidades especiais, a escola deve passar por adaptações na sua estrutura física, fazendo-se necessário também adaptar suas práticas pedagógicas. Sendo assim, a partir dessas adaptações a escola regular poderá atender as necessidades dos alunos especiais, e estes poderão alcançar o melhor desenvolvimento de suas aptidões. Quando foram questionados sobre a concordância em relação à educação inclusiva (questão 18), foram observados os seguintes discursos: Responsável 1: "Sim, melhora o convívio social." Responsável 2: "Sim. Porque as pessoas devem aprender a conviver com as diferenças e a socialização das crianças especiais." Responsável 3: "Sim. Na escola particular são poucas crianças e a professora dá atenção a todos e a relação com demais alunos é muito boa." 17 Todas as mães concordam com a educação inclusiva e apresentam algum benefício que esse formato de educação tenha agregado à qualidade de vida de seu filho. Todas as crianças apresentaram melhoria no convívio social e relação com as demais crianças. De acordo com estudos de Mantoan (2003) a educação inclusiva visa a integração de alunos portadores de necessidades especiais na rede regular de ensino, trazendo assim o aluno especial a conviver com os alunos regulares, possibilitando assim a socialização destes, a valorização da diferença, trazendo assim melhorias para este aluno através da interação com os demais. O fato de imaginarem que o filho pode não conseguir ter uma convivência normal em sociedade, por ser portador de Down, assusta qualquer mãe, por isso ao matricular o filho em uma escola regular que o enquadra nos mesmos direitos das demais crianças, essas mães já sentem um certo alívio sobre o fato de que seu filho não está fadado a prender e desenvolver em um ambiente separado, que o aliena da sociedade e o impeça de estabelecer laços com toda e qualquer pessoa. Já em relação à pertinência da educação inclusiva (questão 19), foram observados os seguintes discursos: Responsável 1: "Sim. Porque ajuda a tirar um pouco do preconceito." Responsável 2: "Sim. Para acabar com o preconceito." Responsável 3: "Sim. Com a educação inclusiva as crianças especiais têm contato, convívio com os normais." Observa-se nos relatos acima, que as mães considerama educação inclusiva oportuna, pois elas acham que a partir do contato das crianças especiais, com as crianças “normais”, do convívio em uma escola regular, o preconceito em relação ao aluno com Down irá diminuir. O estudo realizado por Martins (1999) em algumas escolas mostrou que a inclusão de alunos com Down foi construtiva, foi observado que a partir da convivência em sala de aula de alunos especiais com os demais alunos, a turma mostrou maior grau de vínculos afetivos em relação a todos, foi observado também uma certa diminuição de julgamentos com base em concepções discriminatórias e uma diminuição do preconceito. 18 Tendo em vista este estudo, percebe-se que a interação em escolas regulares de crianças especiais com as demais crianças traz uma certa diminuição do preconceito, faz com que as crianças aprendam a respeitar e lidar com a diferença, seja essa qual for, e aprendam com essa diferença. Sobre a necessidade de haver mudanças na escola para atender as crianças com Síndrome de Down (questão 20), foram observados os seguintes discursos: Responsável 1: "Sim, professores mais preparados." Responsável 2: "Não, só com as com SD, mas crianças com outros problemas, a escola deveria ter pessoas preparadas para ajudá-las." Responsável 3: "Gostaria que tivesse mais material concreto, didático para ele." Observa-se que a primeira necessidade apresentada é a da escola contar com professores preparados para trabalharem com essas crianças. De acordo com Tesini e Manzine (1999), o processo de inclusão escolar tem como grande obstáculo a falta de capacitação não só dos professores, como também, de todos os profissionais que atendem essas crianças nas escolas regulares. A relevância dessa capacitação se deve ao fato de que, para identificar e atender ás reais necessidades desses alunos, esses professores precisam estar aptos a perceberem seus diferentes ritmos de aprendizagem e a usarem métodos que realmente atendam ás suas especificidades. Quando questionados se houve desenvolvimento dos filhos, no programa de educação inclusiva da escola (questão 21), foram observados os seguintes discursos: Responsável 1: "Sim. Convívio social e menos preconceito." Responsável 2: "Sim. A socialização, concentração, equilíbrio emocional." Responsável 3: "Sim. Comportamento social melhorou e intelectual." 19 Observa-se no quadro que todas as mães afirmam que houve desenvolvimento de seus filhos no programa de educação inclusiva e apontam resultados reais alcançados por esse programa. Até mesmo a mãe número um que no quadro 4 demonstrou total insatisfação com relação à escola, sua estrutura, seus professores, metodologia e apoio pedagógico relata aqui que o desenvolvimento do filho foi visível com melhoria no comportamento social e intelectual. É observado que esta mesma mãe apontou também a diminuição do preconceito como uma coisa que a educação inclusiva ajudou. Têm-se assim nos estudos de Goffredo (2007), que o preconceito está presente no dia-dia de pessoas portadores de necessidades especiais, e este deve ser combatido nas instituições de ensino, e a educação inclusiva deve acabar com este para um melhor desenvolvimento do aluno especial. Observa-se então que além de melhorar o comportamento social entre outros, a educação inclusiva também proporciona a diminuição do preconceito para com o aluno especial, trazendo assim melhorias para este como um todo. Além disso, os responsáveis declararam não haver dificuldades para matricular os seus filhos na escola (questão 22). 4.2. Entrevista com os professores (questionário 2) O primeiro questionamento (questão 1), expresso no quadro 5, indagava se aqueles professores concordam com a educação inclusiva, onde se obteve de modo geral resposta afirmativa e observações semelhantes por parte deles, que comentaram que por meio deste modelo de educação, mesmo com as dificuldades encontradas nela, o aluno com necessidades especiais tem a oportunidade de ser tratado e se desenvolver como "igual" e não como um ser dotado de "anormalidades", segundo as professoras. Quadro 5: Levando em consideração a função como professor, você concorda com a educação inclusiva? Por quê? (Questão 1) Professor Respostas 1 "Sim. Pois dá oportunidade aqueles alunos considerados "diferentes" do 20 padrão da anormalidade, serem incluídos na sociedade da qual ele tem direito." 2 "Sim. Apesar de precisarem de um certo cuidado, eles são sociáveis, são capazes de aprender e de interagir com o outro e a educação é direito de todos." 3 "Sim. Pois a educação é direito de todos e com a inclusão, as diferenças não são vistas como problemas, mas como diversidade." Observa-se, em todas as respostas que os professores envolvidos entendem e concordam que o processo de educação inclusiva é válido e necessário para as crianças com Down, destacando ainda que esse direito precisa ser garantido a essas crianças como a todas as outras. Assim tem-se que a atual política educacional brasileira tem como princípio promover a inclusão de alunos portadores de necessidades especiais no ensino básico regular. Segundo Sassaki (1997), é garantido ao aluno especial O direito ao acesso e permanência, sempre que possível, no ensino regular para que assim este alcance a possibilidade de uma vida independente. Assim a interação entre o aluno portador, o professor e os demais alunos, na educação inclusiva é fundamental para que o processo de ensino aprendizagem ocorra de forma satisfatória. Um processo de aprendizagem onde todos participam, a aquisição do conhecimento ocorrerá com mais facilidade. Tem-se que diante de uma turma regular onde são inseridas crianças especiais existe nos professores a consciência de que o Estado e a escola estão cumprindo seu papel de oferecer meios para que a educação chegue a todos, sem nenhuma distinção, essa é uma etapa que podem considerar alcançada, conscientização e claro entendimento sobre os direitos das crianças com Down, com relação à educação já existe nos professores. Quando as professoras foram questionadas sobre quais as limitações ou problemas da educação inclusiva (questão 2), observa-se que para estas o problema está relacionado com a falta de capacitação dos professores e demais profissionais para trabalharem com alunos especiais, relatam também a aceitação do aluno especial como problema. 21 Quadro 6: Levando em consideração a função como professora, quais as limitações ou problemas encontrados na educação inclusiva? (Questão 2) Professor Respostas 1 "A verdadeira aceitação de toda comunidade escolar em especial o professor que terá que se dedicar verdadeiramente ao seu aluno." 2 "Hoje infelizmente as escolas não possuem professores (funcionários) capacitados para atender a particularidade que eles tem e ainda o problema maior é o preconceito." 3 A ENTREVISTADA NÃO RESPONDEU A QUESTÃO As entrevistadas não escondem que há sim problemas em relação a educação inclusiva (quadro 6) e que se faz necessário uma adequação da escola e do próprio educador, relatando que um dos maiores problemas para que a inclusão escolar seja praticada é a própria capacidade de mudar os paradigmas dos educadores e demais funcionários da rede de ensino. De acordo com Libânio (2004), O professor deve estar preparado para lidar com a diferença, pois quando se trata de escola inclusiva, estes profissionais e alunos terão que aprender a conviver com os alunos especiais, com suas diferenças, e cabe ao professor estar capacitado, e buscar meios para realizar a inclusão desses alunos especiais com os demais e também cabe ao professor buscar estratégias para transmitir o conhecimento aos alunos especiais, sabendo que estes possuem certas limitações, permitindo assim que ocorra o processo de ensino aprendizagemde todos os alunos. Essa situação deixa claro que em partes, falta certo esclarecimento e até mesmo capacitação para os profissionais da área de educação para aprender a interagir com esta nova realidade de ensino que condena a segregação independente de qual seja a necessidade especial de um determinado aluno. Quando as professoras foram questionadas sobre os benefícios da educação inclusiva (questão 3) estas relatam a possibilidade do aprendizado desses alunos, além da socialização destes a partir da convivência com todos da escola. 22 Quadro 7: Levando em consideração a função como professora, quais os benefícios da educação inclusiva? (Questão 3) Professor Respostas 1 "O conhecimento adquirido com estudo para levar o aluno a um aprendizado significativo e prazeroso." 2 "A quebra de preconceito que ainda existe, a socialização mostrando que eles são capazes como qualquer outro." 3 "Ampliar a visão do mundo e desenvolver oportunidades de convivência a todas as crianças." Observa-se que para as professoras a educação inclusiva permite se desenvolver, buscar inovações na forma de ensinar, possibilitando assim realizar um ensino a todas as crianças, possibilitando a interação, diminuindo o preconceito para com o aluno especial, levado este a se sentir parte integrante da turma. De acordo com estudos de Mantoan (2005) o professor de uma escola inclusiva não é um palestrante que fica preso em ditar, levar o aluno a copiar, ele não fica preso a este modelo de ensino que utiliza recursos didático-pedagógicos básicos. Mas o professor inclusivo é aquele que explora os espaços educacionais com seus alunos, que partilha seus conhecimentos com dos alunos, buscando assim perceber o que cada um consegue aprender a partir do que está sendo trabalhado, entende melhor as dificuldades desses alunos e também suas possibilidades. Tem-se assim que a educação inclusiva possibilita o crescimento do professor como profissional, levando este a buscar sempre se capacitar, buscar inovações em suas aulas, ampliando assim seus conhecimentos e possibilitando levar um ensino prazeroso e de qualidade a todos os seus alunos, valorizado a diferença existente na sala de aula e aprenderem com ela. Após realizar esta observação pode-se dar continuidade às respostas dadas pelas professoras, que foram então questionadas levando em consideração o aluno regular, como demonstra os três quadros seguintes. Sobre estes alunos os educadores responderam que veem o fato dos mesmos conviverem e estudarem com alunos com necessidades especiais como algo positivo, pois assim estes vão aprender a lidar com a diferença (questão 4) e que o maior problema encontrado nesta vertente é a aceitação desse alunos com o 23 diferente, e falta de interesse e ausência dos pais e familiares (questão 5) porém relatam que a partir da educação inclusiva os alunos regulares aprendem a aceitar o diferente por estar mais próximo dos alunos e participar daquela experiência que, ainda segundo as entrevistadas, reduz o preconceito e amplia o horizonte e a capacidade de lidar com as diferenças daqueles alunos especiais (questão 6). Quadro 8: Levando em consideração o aluno regular, você concorda com a educação inclusiva? Por quê? (Questão 4) Professor Respostas 1 "Sim. Porque o aluno vai aprender a conviver e a lidar com a diferença e a respeitá-la." 2 "Sim, mostra que a diferença faz parte da vida, jogando por terra o preconceito." 3 "Sim. Com isso o aluno passa lidar com a diferença e aprendi a respeitá-la." Observa-se nos resultado que os professores apontam a educação inclusiva como benéfica também para os alunos regulares, dizendo que estes aprendem a conviver e lidar melhor com as diferenças, a partir dessa experiência. Ao encontro disso, observa-se os estudos realizados por Sant’Ana(2003), que quando crianças regulares têm contato com alunos especiais, esses alunos regulares a partir dessa interação vão desenvolver a cooperação e tolerância, mostrando-se disponíveis para ajudar as crianças especiais, estabelecendo assim uma relação de ajuda e cuidado, sem preconceito, e respeitando sempre a diferença desse aluno especial. Assim a superação das diferenças a partir da convivência com alunos especiais proporciona que o aluno regular leve para a vida esse aprendizado e essa capacidade de saber que diferenças não são obstáculos, podem ser pontes. Quadro 9: Levando em consideração o aluno regular, quais as limitações ou problemas encontrados na educação inclusiva? (Questão 5) Professor Respostas 1 "O problema é a falta de interesse por parte de alguns e a ausência de familiares." 24 2 "Aceitação dos alunos com o diferente, o não entender as limitações do outro." 3 "Ausência de familiares, falta de interesse." As limitações e problemas apontados pelos professores com relação ao aluno regular e a educação inclusiva envolvem questões de aceitação e ausência e desinteresse por parte dos familiares. Ribas (1985, p.48) afirma que para ocorrer o processo de inclusão faz-se necessário não somente preparar o indivíduo com Síndrome de Down, mas deve trabalhar os diversos segmentos da sociedade como família, escola, trabalho, lazer, todos estão implicados neste processo, pois a sociedade constitui fonte da exclusão. Assim tem-se que quanto à aceitação e entendimento dos alunos regulares em relação às limitações e necessidades dos especiais, esta deve der trabalhada na escola, em casa, mostrando que alunos especiais são capazes, e podem realizar as mesmas coisa, talvez de maneiras e formas que não conheciam antes. Já a problemática que envolve a ausência e desinteresse por parte dos familiares merece atenção e empenho por parte da escola, da sociedade e de todos os envolvidos. Quadro 10: Levando em consideração o aluno regular, quais os benefícios da educação inclusiva? (Questão 6) Professor Respostas 1 "Quebra do preconceito, aceitação das crianças consideradas especiais." 2 "Quebra do preconceito, o olhar e aceitar o que é diferente a ele." 3 "A aceitação das crianças especiais." As professoras relatam que a educação inclusiva traz vários benefícios aos alunos regulares, dizem que a partir da interação com o aluno especial o aluno regular aprendi que a diferença faz parte da sociedade, aprendi a respeitar, a aceitar essa diferença. Brien e Brien (1999) nos mostra em seus estudos que em escolas regulares através da interação com alunos especiais os demais alunos tiveram uma melhora em seu desempenho acadêmico, estes alunos também se tornaram mais 25 cooperativos e apresentaram aquisição de valores como respeito, solidariedade e aceitação às diferenças. Seguindo este raciocínio a educação inclusiva traz esses benefícios para os alunos regulares como valorização da diferença, respeito para com o colega, aceitação do diferente, esse alunos não terão mais comportamentos excludentes e segregadores. Após serem questionadas com base nos alunos regulares, foi pedido aos educadores que respondessem as mesmas questões sobre a concordância com a educação inclusiva, mas agora tendo como base o aluno especial, com a busca de compreender como as professoras veem aquele processo em referencia aos seus principais interessados, os alunos especiais. As respostas encontradas estão aqui descritas de acordo com os quadros 11, 12 e 13, a seguir, que mostra que os professores concordam com a educação inclusiva, e relatam que através desta o aluno terá vários benefícios (questão 7), porém as entrevistadas acham que o aluno especial tem sim problemas na escola regular (questão 8), mas também tem benefícios importantes (questão 9). Quadro 11: Considerando o aluno especial, você concorda com a educação inclusiva? Por quê? (Questão 7) Professor Respostas 1 "Sim. Deve-se incluir de fato oaluno na sociedade." 2 "Sim, pois ele se socializará com os outros, aprendendo assim também a ser mais independente." 3 "Sim, porque o aluno deve incluir-se na sociedade." Todas as professoras concordam com a educação inclusiva, avaliando que com esta forma de educação o aluno especial é inserido na sociedade, ele terá contato com outros alunos, tornando este mais independente. Neste sentido Guijarro (2005) diz que a educação inclusiva é uma oportunidade para otimizar o desenvolvimento pessoal e social de todos que fazem parte desta, além de enriquecer os processos de aprendizagem, afirma ainda que esta modalidade de educação permite assegurar a individualidade de cada sujeito na 26 sociedade, reconhecendo cada pessoa pelo que é e reconhecendo sua liberdade e autonomia. De acordo com esses estudos, a partir da interação do aluno especial com demais alunos em uma escola inclusiva, estes alunos começarão a se socializar, a viver em sociedade onde há diferenças e estas são respeitadas e valorizadas. Quadro 12: Considerando o aluno especial, quais as limitações ou problemas encontrados na educação inclusiva? (Questão 8) Professor Respostas 1 "Preconceito, a falta de acessibilidade, o despreparo da comunidade escolar." 2 "Se deparam com profissionais incapacitados, com preconceitos e escolas que não estão aptas fisicamente para atender as necessidades." 3 "O despreparo da escola e o preconceito com esses alunos." Observa-se que as professoras citaram o preconceito como um problema referente a educação inclusiva, além profissionais despreparados e escolas que não estão aptas fisicamente para receber alunos especiais. Assim Stainback e Stainback (2007), em seus estudos mostram que a escola deve estar preparada como um todo para receber um aluno especial, deve ter sua estrutura física voltada também para esses alunos, sua metodologia de ensino também deve ser adaptada de acordo com as limitações destes, além é claro contar com profissionais capacitados para trabalharem com alunos especiais, esses educadores devem buscar constantes atualizações de suas habilidades, proporcionando assim um ensino inclusivo sem preconceito, pois este poderá comprometer a eficiência da educação inclusiva. De acordo com este estudo o preconceito pode se tornar um problema para implementação e sucesso da educação inclusiva, ainda nos dias de hoje, além das escolas não contarem com profissionais preparadas para trabalharem com alunos especiais e também estas não terem sua estrutura física voltada para receber estes alunos. 27 Quadro 13: Considerando o aluno especial, quais os benefícios da educação inclusiva? (Questão 9) Professor Respostas 1 "Maior independência, auto confiança e controle." 2 "A redução do preconceito, uma maior independência." 3 "Auto confiança, controle e independência." As professoras relatam que a educação inclusiva possibilitou o aluno especial uma maior independência, autoconfiança, controle e também uma redução do preconceito para com estes. De acordo com estudos de Chalita (2004), a educação inclusiva deverá proporcionar ao aluno especial possibilidades para estes construírem seu conhecimento e desenvolver aptidões, assim a escola deverá oferecer a estes alunos um ensino de qualidade possibilitando que estes se desenvolvam como pessoa e alcancem seus objetivos de forma satisfatória. Seguindo este raciocínio a escola inclusiva possibilita que o aluno possa desenvolver não somente não somente seu intelectual, ou se socializar com os demais alunos, mas possibilita também que este aluno tenha uma independência para tomar suas decisões, tenha uma autoconfiança. No bloco seguinte da entrevista que tem como foco à educação especial em si, quando indagadas sobre como avaliam o relacionamento entre os alunos regulares e os alunos especiais (questões 10) a primeira professora avaliou como ótimo este relacionamento, a terceira avaliou como bom e já a segunda professora classificou como médio, pois afirma ainda encontrar no seu ambiente escolar, crianças que tem preconceito perante aqueles alunos e que por isso não sabem como interagir com os colegas portadores de necessidades especiais (quadro 14). Quadro 14: Como você avalia o relacionamento dos alunos regulares com os alunos especiais? Por quê? (Questão 10) Professor Respostas 1 "Ótimo, porque conseguem se socializar e interagir de forma lúdica e prazerosa." 2 "Médios, ainda hoje encontramos crianças que possuem preconceito e 28 não aceitam a diferença ou simplesmente não sabem como agir, pois tem medo de machucá-los." 3 "Eles tem um bom relacionamento, pois interagem e há respeito entre eles." Os professores na maioria consideram que o relacionamento dos alunos regulares com os alunos especiais traz benefícios para interação e construção de valores na turma. O professor dois identifica que alguns alunos regulares ainda possuem resistências no relacionamento com os alunos especiais, e ela diz que esta resistência pode ser pelo fato desses alunos regulares não saberem como agir, por não terem recebido ainda informações sobre as diferenças do outro. De acordo com Mantoan (1997), a escola inclusiva deve ser estruturada considerando as necessidades de todos os indivíduos que fazem parte desta. Assim a escola deve trabalhar também as necessidades do aluno regular, tornando assim necessário trabalhar a tolerância deste para com as diferenças, para que assim ocorra uma educação integradora, possibilitando que os alunos cresçam em um ambiente propício para o desenvolvimento necessário desses alunos. Entende-se assim que os alunos regulares podem e devem participar desse processo, para isso, precisam ser orientados e motivados a serem agentes de transformação na educação e desenvolvimento dos colegas especiais. Quando as professoras foram questionadas sobre o relacionamento dos alunos especiais com os alunos regulares, observam-se também três opiniões diferentes, a primeira professora avaliou este relacionamento como excelente, já a segunda avaliou como médio, já a terceira classificou este relacionamento como ótimo (quadro 15). Quadro 15: Como você avalia o relacionamento dos alunos especiais com alunos regulares? Por quê? (Questão 11) Professor Respostas 1 "Excelente, as coisas estão mudando a socialização é a chave para que o aluno interaja com o meio." 2 "Médios, eles são arredios, pois tem um certo receio de como o outro vai reagir." 29 3 "Ótima, pois se relacionam bem e aprendem a lidar com todos." Os resultados dessa questão relatam que mesmo tendo certo receio no trato com os demais, os alunos portadores de Down se relacionam muito bem, aprendendo a interagir com todos e dão à própria escola onde estão inseridos a ideia de que a socialização é possível apesar das diferenças. De acordo com estudos de Mizukami (1986), vários aspectos estão relacionados ao ato de aprender, como aspectos técnicos, cognitivos, emocionais e culturais. Assim para que este processo de aprender obtenha evolução faz-se necessário o contato entre os alunos, a socialização, o respeito, para que os alunos especiais sintam-se valorizados.Seguindo este raciocínio quando percebem que estão em um ambiente onde são aceitos e que estão rodeados por pessoas, mesmo um pouco diferentes, mas que se esforçam para tratá-las com respeito, valorizam suas habilidades e são capazes de criar, com elas, uma relação de amizade e atenção, as crianças especiais ganham autoconfiança, sentem-se seguras e podem alcançar satisfatórios resultados na aprendizagem e no desenvolvimento intelectual e humano. As três últimas questões da entrevista em paralelo e as respostas encontradas por si só já resumem o porquê de ainda haver dificuldades em lidar com a educação inclusiva. Em um primeiro ponto pede que as professoras avaliem a participação dos pais dos alunos com necessidades especiais (questão 12), no segundo a participação dos funcionários da escola (questão 13) e em terceiro o apoio da equipe pedagógica (questão 14). Quadro16: Como você avalia a participação da família, do aluno especial, no processo de educação escolar? Por quê? (Questão 12) Professor Respostas 1 "Boa, porque é de suma importância essa parceria e quando há interesse familiar a escola abraça a causa." 2 "Média, alguns pais ainda têm medo." 3 "É muito importante, porque com a ajuda da família a escola consegue ir alem com o aluno." 30 Quadro 17: Como você avalia a participação dos funcionários da escola no processo de educação escolar do aluno especial? Por quê? (Questão 13) Professor Respostas 1 "Bom, todos são cooperativos mesmo que não tenham instrução por parte da escola, talvez por isso que não são melhores." 2 "Médio, alguns ainda trazem o preconceito e desprezo." 3 “ Bom, todos os funcionários tentam contribuir, ajudar da sua forma”. Quadro 18: Como você avalia o apoio pedagógico dado ao aluno especial e ao professor? Por quê? (Questão 14) Professor Respostas 1 "Avalio como básico, pois podemos fazer bem mais por este aluno por eles incluindo-os de fato." 2 "Médio, pois ainda há um despreparo, medo de encarar novos desafios e o preconceito." 3 "O apoio é bom, mas podemos fazer mais por eles." No quadro 16 as professoras caracterizam a participação da família como de suma importância para ampliar a qualidade do ensino prestada aquele aluno e facilitar o processo de integração e inclusão, e afirmam que nas suas escolas sentem falta de que os pais de crianças com necessidades especiais estejam mais engajados no processo de ensino de seus filhos. Observa-e que os estudos de Luiz (2008) que um dos fatores primordiais e positivos para realização da educação inclusiva é a interação entre pais e escola, ressaltando ainda que através dessa boa interação é que a inclusão deste aluno acontecerá de forma satisfatória tanto para família e escola. Já no quadro 17 observa-se que duas professoras avaliam a participação dos funcionários da escola no processo de educação escolar do aluno especial como boa, dizendo que estes tentam ajudar de alguma forma, mesmo não sendo capacitados para essa tarefa, a outra professora, porém avaliou esta participação como média, ressaltando que alguns profissionais ainda têm certo preconceito e desprezo para com estes alunos. 31 De acordo com estudos (Araujo, 2006; Schmidt, 2006), a falta de escolas capacitadas para receber alunos especiais e livre de preconceito é ainda o que limita a educação inclusiva. Este fato além de limitar o desenvolvimento do aluno especial, carrega ainda certa discriminação para com estes alunos. E para que a escola inclusiva e seu processo de ensino aprendizagem possam se desenvolver faz-se necessário que haja respeito para com todos. Nota-se que no quadro 18 que uma das professoras relata que a equipe pedagógica age com desprezo e medo mediante os novos desafios como o de adequar o ambiente de ensino a todas as crianças, e que as outras duas concordam que podem fazer bem mais para realizar a inclusão deste aluno de fato. Rebatesse aí um ponto recorrente encontrado por meio da pesquisa e citado por diversos autores como Mantoan (2005), que faz-se necessário que a escola deve estar adaptada para receber um aluno especial e esta vai além da adaptação física, é necessário que esta possa adaptar todo seu método pedagógico e os profissionais que fazem parte deste, buscando meios e formas diferentes de ajudar este aluno, pois assim todas as necessidades desses alunos serão atendidas e com isso irá ocorrer o desenvolvimento deste de fato. De acordo com este estudo tem-se que para o processo de inclusão funcionar é necessário que toda a equipe de ensino e profissionais de suporte estejam aptos a trabalhar com ele e desenvolvê-lo. O aluno com SD deve ainda, ser tratado na escola regular como parte integrante daquele conjunto, sem diferenças e privilégios, onde os pais precisam estar prontos a complementar o processo de ensino e a manter a comunicação com a escola no que se refere a qualquer dificuldade que o seu filho tenha no processo de ensino. É fato e fica nítido por meio de toda esta pesquisa que nem sempre esta troca de informações, esta interação entre escola e família se faz presente, por vezes por resistência de uma ou de ambas as partes, mas cabe principalmente ao orientador pedagógico e aos pais quebrar seus próprios preconceitos e trabalharem como uma equipe a fim de garantir o desenvolvimento integral daquele aluno. Compreende-se ainda, por meio de estudos de Sassaki (1997) que a escola inclusiva traz benefícios para todos que fazem parte dela, seja aluno regular, aluno especial, professores e demais profissionais, esses benefícios são a partir do aprendizado conjunto, da aceitação da diferença, do ensino multicultural, e formas diferentes de aprendizagem. 32 O estudo abordado acima vai de encontro à pesquisa feita com mães de alunos com Síndrome de Down e professoras, que avaliam a participação deste grupo de alunos na escola regular como benéfica para realizar a socialização, acabar com o preconceito, realizar a integração do aluno especial, e levar a comunidade escolar como um todo a valorizar, respeitar e aprender com a diferença, trazendo assim benefícios para a sociedade como um todo. Entende-se através dos estudos de Fonseca (1995), que a continuidade e sucesso da educação inclusiva, estão na adaptação e na forma de lidar com os portadores de necessidades especiais, e que esta dificuldade ainda latente da sociedade e de alguns profissionais da educação em aceitarem que pessoas com necessidades especiais diferentes podem ser capacitadas a conviver dentro de uma mesma realidade escolar e social como um todo, será superada quando todos a enxergarem de fato e perceberem que a conscientização e o esforço de cada um, alcançarão o resultado ideal para todos. 33 5. Conclusão A inclusão da criança com Síndrome de Down na escola regular ultrapassa os limites dos muros da escola. O presente trabalho apresenta a visão de pais e professores de alunos com Síndrome de Down, no que diz respeito a educação inclusiva. Os pais de alunos com Down aparentam estar satisfeitos com a socialização de seus filhos com as demais crianças, porém há uma insatisfação recorrente no que tange ao papel da escola neste processo, mais especificamente no quesito aprendizagem e desenvolvimento cognitivo. Os relatos direcionam para a necessidade de adaptação e melhoria do ambiente escolar e melhor preparação dos profissionais integrantes do corpo docente e demais funcionários da escola, para uma efetiva inclusão dos alunos com Down. É também evidente nos relatos dos pais assim como no dos professores que a escola inclusiva ajudou a diminuir a discriminação, preconceito para com os alunos com Síndrome de Down, ajudou a promover a aceitação e socialização desses alunos. Contudo, observa-se que, apesar de todas as dificuldadesidentificadas, os pais e professores de alunos com Down apresentam uma satisfação em relação à educação inclusiva, acreditando melhorar o desenvolvimento da criança de forma global, socializando-os e auxiliando-os na convivência com outras crianças, tenham elas necessidades especiais ou não. Neste diapasão tem-se como positiva a experiência da educação inclusiva, trazendo o aluno com Down para a escola regular, numa realidade já identificada de socialização, mista a uma esperança de mudança de paradigmas e metodologias de ensino. 34 6. Referencias bibliográficas ALVES, Fátima. Para entender Síndrome de Down. Rio de Janeiro: Wak, 2007. ARAÚJO, J.P.; SCHIMIDT, A. A inclusão de pessoas com necessidades especiais no trabalho: a visão de empresas e de instituições educacionais especiais na cidade de Curitiba. Rev. Bras. de Educ. Esp. Marília. v.12, n.2, pag. 241-254, maio/ago. 2006. BATISTA, C. A. M.; MANTOAN, M. T. E. 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Contamos com a sua colaboração! QUESTIONÁRIO DE PESQUISA Para as questões abaixo, assinale a opção que melhor representa a sua opinião. Em relação ao seu filho: 1. Qual a idade? ___________________________________________________________________ 2. Qual o Gênero? ___________________________________________________________________ 3. Qual a necessidade especial?____________________________________________________________ 4. Há quanto tempo frequenta a escola regular? ___________________________________________________________________ 5. Já frequentou uma instituição de ensino especializada? Qual? Durante quanto tempo? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 6. Por que decidiu matricular seu filho na escola regular? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 39 Em relação a vida do seu filho na escola: 7. Ele gosta de ir para a escola? ( ) Sim, muito ( ) Sim, pouco ( ) Não sei ( ) Sim ( ) Não ( ) 8. Ele se sente bem na escola? ( ) Sim, muito ( ) Sim, pouco ( ) Não sei ( ) Sim ( ) Não ( ) 9. Ele se relaciona bem com os demais alunos? ( ) Sim, muito ( ) Sim, pouco ( ) Não sei ( ) Sim ( ) Não ( ) 10. Ele gosta de desenvolver as atividades propostas? ( ) Sim, muito ( ) Sim, pouco ( ) Não sei ( ) Sim ( ) Não ( ) 11. Em relação ao conteúdo, ele possui dificuldades? ( ) Sim, muito ( ) Sim, pouco ( ) Não sei ( ) Sim ( ) Não ( ) 12. Seu filho realiza atividades escolares em conjunto com outras crianças? ( ) Sim, muito ( ) Sim, pouco ( ) Não sei ( ) Sim ( ) Não ( ) Em relação ao atendimento que a escola dá ao seu filho: 13. De modo geral, é adequado? ( ) Sim, muito ( ) Sim, pouco ( ) Não sei ( ) Sim ( ) Não ( ) 14. A estrutura da escola é adequada? ( ) Sim, muito ( ) Sim, pouco ( ) Não sei ( ) Sim ( ) Não ( ) 40 15. A formação dos professores é adequada? ( ) Sim, muito ( ) Sim, pouco ( ) Não sei ( ) Sim ( ) Não ( ) 16. A metodologia de ensino é adequada? ( ) Sim, muito ( ) Sim, pouco ( ) Não sei ( ) Sim ( ) Não ( ) 17. O apoio pedagógico é adequado? ( ) Sim, muito ( ) Sim, pouco ( ) Não sei ( ) Sim ( ) Não ( ) Em relação ao desenvolvimento do seu filho: 18. Concorda com o programa de educação inclusiva?Por quê? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 19. Em relação ao atendimento escolar especializado, você considera a educação inclusiva oportuna? Por quê? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 20. Em sua opinião, deveria haver alguma mudança na escola para atender as crianças com SD? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 21. Houve benefícios para o desenvolvimento do seu filho? Quais? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 22. Você encontrou alguma dificuldade para fazer a matricula do seu filho na escola regular? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 41 7.2. Questionário 2. Prezado (a) entrevistado (a), esta pesquisa é parte das exigências para a realização do Projeto de Monografia, para obtenção do título de Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - Consórcio CEDERJ. E tem como objetivo: Analisar a percepção dos pais de alunos, portadores de necessidades especiais, em relação à educação inclusiva. Contamos com a sua colaboração! QUESTIONÁRIO DE PESQUISA Para as questões abaixo, assinale a opção que melhor representa a sua opinião. Levando em consideração a função, como professor: 1. Você concorda com a educação inclusiva? Por quê? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2. Quais as limitações ou problemas? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3. Quais os benefícios? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Levando em consideração o aluno regular: 4. Você concorda com a educação inclusiva? Por quê? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 5. Quais as limitações ou problemas? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 6. Quais os benefícios? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 42 Levando em consideração o aluno especial: 7. Você concorda com a educação inclusiva? Por quê? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 8. Quais as limitações ou problemas? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 9. Quais os benefícios? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Em relação à educação especial: 10. Como você avalia o relacionamento dos alunos regulares com os alunos especiais?Por quê? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 11. Como você avalia o relacionamento dos alunos especiais com os alunos regulares?Por quê? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 12. Como você avalia a participação da família, do aluno especial, no processo de educação escolar? Por quê? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 13. Como você avalia a participação dos funcionários da escola no processo de educação escolar do aluno especial? Por quê? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 14. Como você avalia o apoio pedagógico dado ao aluno especial e ao professor? Por quê? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________
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