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80 Unidade II Unidade II A avaliação nutricional deve ser realizada de forma adequada pelo profissional aplicando variáveis antropométricas, índices e indicadores. O ciclo da vida interfere nesse aspecto, já que parâmetros diferentes devem ser analisados para cada indivíduo. Além da antropometria, outros métodos mais avançados podem ser utilizados para verificar a composição corporal, mas com algumas limitações, apesar das vantagens. O grande diferencial, além dos componentes analisados, é o custo elevado, pois envolve equipamentos avançados que nem sempre têm fácil aquisição na prática clínica. A competência principal desse estudo envolve avaliar, diagnosticar e acompanhar o estado nutricional baseado nas técnicas antropométricas, considerando as condições fisiológicas e a faixa etária (gestante, criança, adolescente, adulto e idoso). Aqui, nossos objetivos são: • Aplicar técnicas de antropometria e avaliação de adolescentes, adultos e idosos. • Conhecer métodos alternativos de avaliação corporal com uso de equipamentos avançados. • Discutir a aplicação da antropometria em casos especiais (cadeirante, edema, ascite e amputação). 5 ANTROPOMETRIA DE ADOLESCENTES A OMS define a adolescência como sendo o período da vida que vai dos 10 até os 20 anos de idade completos, sendo que, nessa fase, ocorrem intensas transformações físicas, psicológicas e comportamentais. Dentro desse período, há a puberdade, que compreende a fase de transição entre a infância e a adolescência, com desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e aceleração do crescimento (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2018). No início da puberdade das meninas e na fase intermediária para os meninos, ocorre o estirão de crescimento, no qual se adquire 20% da estatura final, entretanto a idade de início e a velocidade das mudanças se alteram entre os indivíduos. Esse crescimento puberal ocorre mais cedo nas meninas do que em meninos, porém o estirão puberal nos meninos é maior. Na fase puberal final, ocorre crescimento lento, de cerca de 1 a 1,5 cm/ano, sobretudo, na região do tronco, com duração média de três anos (BARBOSA; FRANCESCHINI; PRIORE, 2006; COUTINHO, 2011). Durante a adolescência, ocorrerá o elevado ritmo de crescimento e importantes fenômenos maturativos afetando tamanho, forma e composição do organismo. O aumento da demanda nutricional dessa fase é influenciado pela aceleração do crescimento longitudinal, aumento da massa corporal, 81 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL modificação da composição corporal, entre outros fatores (BARBOSA; FRANCESCHINI; PRIORE, 2006; SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2018). O início, duração e progressão das mudanças puberais são individuais, dificultando a avaliação do crescimento em função somente da idade, é importante considerar a fase puberal do adolescente. A maturação sexual é avaliada clinicamente em cinco estágios, segundo Coutinho (2011, p. 29), “levando-se em conta, desenvolvimento mamário e pelos pubianos no sexo feminino, aspecto dos órgãos genitais e pelos pubianos no masculino”. Os critérios de Tanner, publicados em 1969 e 1970, classificam o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários. As características a serem avaliadas estão descritas na tabela a seguir e ilustrados nas figuras posteriores. Quadro 2 – Estágios do desenvolvimento puberal masculino e feminino Desenvolvimento dos pelos pubianos para os sexos masculino e feminino Estágio 1 Ausência de pelos pubianos Estágio 2 Pelos pubianos com distribuição esparsa, pequena quantidade, levemente pigmentados, lisos ou discretamente encaracolados, de cada lado da base do pênis ou ao longo dos grandes lábios Estágio 3 Os pelos se estendem sobre a sínfise púbica e são consideravelmente mais escuros, grossos e comumente mais encaracolados Estágio 4 Os pelos têm aspecto adulto, mas cobrem uma área menor do que na maioria dos adultos; não se estendem para a superfície medial das coxas Estágio 5 Os pelos estão distribuídos em forma de um triângulo invertido nas mulheres; os pelos são adultos em quantidade e aparência, estendendo-se para a face medial das coxas Genitais masculinos Estágio 1 Aspecto infantil que persiste do nascimento até o início da puberdade. Durante esse período, a genitália aumenta pouco no seu tamanho global, mas há uma pequena mudança na aparência geral Estágio 2 O escroto começa a aumentar, e a pele se torna um pouco avermelhada, com mudança na sua textura Estágio 3 O pênis aumenta em comprimento e menos no seu diâmetro, em seguida, há um crescimento da bolsa escrotal Estágio 4 Os testículos e a bolsa escrotal crescem, e o pênis aumenta de tamanho, especialmente, no diâmetro Estágio 5 Genitália adulta em tamanho e aparência Mamas Estágio 1 Persiste o aspecto infantil, com apenas elevação do mamilo Estágio 2 Este é o estágio em botão. A mama e mamilo se tornam mais salientes, e o diâmetro areolar aumenta Estágio 3 A mama e a aréola continuam aumentando, sem delimitar seus contornos Estágio 4 A aréola e o mamilo estão mais aumentados e formam uma saliência secundária na mama Estágio 5 Este é o estágio típico do adulto, com suave contorno arredondado da mama, e a saliência secundária do estágio 4 desaparece Fonte: Zeferino et al. (2003, p. S29). 82 Unidade II G1 - Estágio 1 Pré-púbere (infantil) G3 - Estágio 3 Aumento do pênis em comprimento. Continua o aumento de testículos e escroto G5 - Estágio 5 Genital adulto em tamanho e forma G2 - Estágio 2 Aumento do escroto e dos testículos, sem aumento do pênis. Pele da bolsa escrotal fina e rosada G4 - Estágio 4 Aumento do diâmetro do pênis e desenvolvimento da glande. Continua o aumento de testículos e escroto, cuja pele escurece e engrossa P1 - Estágio 1 Pré-púbere (infantil) P3 - Estágio 3 Pelos mais escuros, mais espessos e encaracolados sobre o púbis P5 - Estágio 5 Pelos estendendo-se até as raízes das coxas P2 - Estágio 2 Pelos longos, finos e lisos na base do pênis P4 - Estágio 4 Pelos escuros, espessos e encaracolados, cobrindo totalmente o púbis, sem atingir as raízes das coxas Figura 44 – Estágio de desenvolvimento de genital e pelos pubianos, sexo masculino P1 - Estágio 1 Pré-púbere (ausência de pêlos) P3 - Estágio 3 Pelos mais escuros, mais espessos e encaracolados parcialmente sobre o púbis P5 - Estágio 5 Pelos estendendo-se até as raízes das coxas M1 - Estágio 1 Pré-púbere (somente elevação da papila) M3 - Estágio 3 Maior aumento da mama e da aréola, sem separação dos seus contornos M5 - Estágio 5 Aréola volta ao contorno da mama, saliência somente da papila. Mama adulta P2 - Estágio 2 Pelos longos, fino e lisos ao longo dos grandes lábios P4 - Estágio 4 Pelos mais escuros, espessos e encaracolados cobrindo totalmente o púbis, sem atingir as raízes das coxas M2 - Estágio 2 Broto mamário M4 - Estágio 4 Projeção da aréola e da papila, com aréola saliente em relação ao contorno da mama Figura 45 – Estágio de desenvolvimento de genital e pelos pubianos, sexo feminino 83 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Observação Os estágios de desenvolvimento podem ser classificados nos estágios de Tanner com base no relato do paciente sobre o seu próprio corpo. O estirão puberal no sexo masculino tem início no estágio 3 do desenvolvimento da genitália masculina, o final ocorre na mudança do timbre da voz. Já, no sexo feminino, inicia-se no estágio 2, do desenvolvimento mamário, e é finalizado com a menarca. O conhecimento do estágio puberal do adolescente bem como da ocorrência ou não do estirão puberal vão auxiliar na avaliação do estado nutricional, pois nortearão o profissional em relação às modificações antropométricas e de composição corporal (BARBOSA; FRANCESCHINI; PRIORE, 2006). O aumento significativo da massa de gordura corporal ocorre em ambos os sexos, sendo mais lento nos homens (BARBOSA; FRANCESCHINI; PRIORE, 2006). Segundo Coutinho (2011, p. 29): Durante a puberdade, os homens adquirem massa magra a uma velocidademaior e por mais tempo do que a mulher. Na mulher, a massa muscular relativa diminui do início ao final da puberdade (80% para 75% do peso corpóreo). Embora haja aumento absoluto da massa muscular, seu percentual sofre queda porque o tecido adiposo aumenta mais rapidamente. No homem, a massa muscular aumenta de 80 a 85% do peso corpóreo para90% na maturidade. Esse aumento reflete a ação dos andrógenos circulantes. O ganho de tecido adiposo é mais acentuado no sexo feminino, sendo importante para que os ciclos menstruais se instalem e se mantenham regulares. 5.1 Medidas A antropometria bem como a avaliação da composição corporal são fundamentais para a avaliação nutricional adequada do adolescente. É importante que esses dados sejam aliados à informação de maturação sexual para identificar a fase de crescimento (TIRAPEGUI; RIBEIRO, 2009). O peso e a altura são medidas facilmente obtidas nos adolescentes, devendo ser aplicadas conforme as técnicas antropométricas. Esses valores permitem a utilização de indicadores específicos para essa faixa etária, como recomendado pelo Ministério da Saúde com a adoção da referência proposta pela OMS (WHO, 2007): IMC por idade e altura por idade (BRASIL, 2011). A velocidade de crescimento é caracterizada pelo aumento estatural proporcional a um ano, como o crescimento do adolescente é variável, esse fator não deve ser avaliado com intervalos menores do que seis meses e auxilia no direcionamento das ações de intervenção, já que seu acompanhamento indica se o estirão puberal já ocorreu ou não (BARBOSA; FRANCESCHINI; PRIORE, 2006; COUTINHO, 2011). 84 Unidade II A circunferência do braço também deve ser medida no ponto médio entre o acrômio e o olécrano, sendo associada ao DCT para cálculo da circunferência muscular do braço, área de gordura e área muscular do braço. Apesar de o crescimento dessa fase trazer variação à circunferência da cintura, pode ser aplicada para avaliar a adiposidade do tronco em adolescentes como triagem de risco. Há discordância na literatura quanto ao local a ser aferido: entre a parte mais estreita do tronco ou no ponto médio entre a caixa torácica e borda superior da crista ilíaca (TIRAPEGUI; RIBEIRO, 2009). Em relação às dobras cutâneas, os mesmos procedimentos para aferição já detalhados são aplicáveis aos adolescentes. As dobras cutâneas de tríceps e subescapular podem ser comparadas aos dados das tabelas de referência de acordo com faixa etária e gênero, porém algumas fórmulas podem ser aplicadas com a somatória dessas duas dobras para determinação da gordura corporal total, bem como outras equações utilizam outros pontos anatômicos para essa estimativa (SILVA; MURA, 2014). 5.2 Índices e indicadores O parâmetro de IMC para a idade é recomendado internacionalmente a fim de auxiliar no diagnóstico individual e coletivo na adolescência, importante considerar que este incorpora peso, estatura e idade do indivíduo, além de proporcionar continuidade com o indicador na fase adulta. Para a avaliação do crescimento linear, além do IMC, utiliza-se o índice de estatura por idade (BRASIL, 2011). Estes podem ser aplicados às curvas da OMS e interpretados pelo percentil conforme gráficos para meninos e meninas (vistos anteriormente) e tabela seguinte. Tabela 15 – Classificação do estado nutricional de adolescentes para cada índice antropométrico Valores críticos Índices antropométricos IMC para idade Estatura para idade < Percentil 0,1 < Escore-z -3 Magreza acentuada1 Muito baixa estatura para a idade ≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3 ≥ Escore-z -3 e < Escore-z -2 Magreza Baixa estatura para a idade ≥ Percentil 3 e < Percentil 15 ≥ Escore-z -2 e < Escore-z -1 Eutrofia Estatura adequada para a idade2 ≥ Percentil 15 e ≤ Percentil 85 ≥ Escore-z -1 e ≤ Escore-z +1 > Percentil 85 e ≤ Percentil 97 > Escore-z +1 e ≤ Escore-z +2 Sobrepeso > Percentil 97 e ≤ Percentil 99,9 > Escore-z +2 e ≤ Escore-z +3 Obesidade > Percentil 99,9 > Escore-z +3 Obesidade grave 1 Um adolescente classificado com IMC-para-idade abaixo do percentil 0,1 (Escore-z -3) é muito magro. Em populações saudáveis, encontra-se 1 adolescente nessa situação para cada 1000. Contudo, alguns casos correspondem a transtornos alimentares. Em caso de suspeita dessas situações, o adolescente deve ser referenciado para um atendimento especializado. 2 Um adolescente classificado com estatura-para-idade acima do percentil 99,9 (Escore-z +3) é muito alto, mas raramente corresponde a um problema. Contudo, alguns casos correspondem a desordens endócrinas e tumores. Em caso de suspeitas dessas situações, o adolescente deve ser referenciado para um atendimento especializado. Fonte: Brasil (2011, p. 21). 85 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Lembrete A comparação de um conjunto de medidas antropométricas com um padrão de referência pode ser realizada em várias escalas, sendo as mais comuns o percentil e o escore Z. Segundo Mussoi (2017), a avaliação das curvas podem ser complementadas pelo acompanhamento da velocidade de crescimento (VC), tendo sensibilidade para verificar desvios de crescimento. O cálculo deve ser realizado por meio da fórmula: VC = (altura atual – altura ideal) / tempo em anos entre as medidas A tabela a seguir indica os valores ideais para comparação de acordo com o gênero e a idade de adolescentes. Tabela 16 – Velocidade de crescimento estatural (cm/ano) em adolescentes Idade Masculino Feminino Ano Mês Percentil 50 DP Percentil 50 DP 10 3 5,1 0,7 5,9 1,0 10 9 5,0 0,7 5,9 1,0 11 3 5,0 0,7 7,2 1,0 11 9 5,0 0,7 8,3 1,1 12 3 5,0 0,8 8,2 1,1 12 9 5,6 1,0 6,6 1,1 13 3 4,5 1,1 4,5 1,0 13 6 8,7 1,1 3,7 1,0 13 9 9,3 1,2 2,9 0,9 14 0 9,5 1,2 – – 14 3 9,2 1,2 1,9 0,8 14 6 8,2 1,2 – – 14 9 7,0 1,2 1,1 0,6 15 3 4,7 1,1 0,5 0,3 15 9 3,2 1,0 – – 16 3 2,1 0,8 – – 16 9 1,2 0,6 – – DP = desvio padrão. Fonte: Mussoi (2017, p. 46). Outro parâmetro que pode ser avaliado nessa população é a medida da circunferência do braço. Para avaliar a circunferência do braço, esta deve ser aplicada nos cálculos, conforme fórmulas: 86 Unidade II — Circunferência Muscular do Braço (CMB) = CB (cm) – (0,314 x DCT (mm)) — Área Muscular do Braço Corrigida (AMBc) = (CMB)2 / 12,56 (descontar correção do osso, sendo homens = 10; mulheres = 6,5) — Área Total do Braço (ATB) = (CB)2 / 12,56 — Área Gordurosa do Braço (AGB) = ATB - AMB Os valores encontrados devem ser classificados em percentis conforme tabelas a seguir. Tabela 17 – Percentis da circunferência muscular do braço (cm) em adolescentes Idade (anos) Percentis 5 10 25 50 75 90 95 Homens 10-10,9 15,6 16,0 16,6 18,0 19,1 20,9 22,1 11-11,9 15,9 16,5 17,3 18,3 19,5 20,5 23,0 12-12,9 16,7 17,1 18,2 19,5 21,0 22,3 24,1 13-13,9 17,2 17,9 19,6 21,1 22,6 23,8 24,5 14-14,9 18,9 19,9 21,2 23,3 24,0 26,0 26,4 15-15,9 19,9 20,4 21,8 23,7 25,4 26,6 27,2 16-16,9 21,3 22,5 23,4 24,9 26,9 28,7 29,6 17-17,9 22,4 23,1 24,5 25,8 27,3 29,4 31,2 18-18,9 22,6 23,7 25,2 26,4 28,3 29,8 32,4 19-24,9 23,8 24,5 25,7 27,3 28,9 30,9 32,1 Mulheres 10-10,9 14,8 15,0 15,9 17,0 18,0 19,0 19,7 11-11,9 15,0 15,8 17,1 18,1 19,6 21,7 22,3 12-12,9 16,2 16,6 18,0 19,1 20,1 21,4 22,0 13-13,9 16,9 17,5 18,3 19,8 21,1 22,6 24,0 14-14,9 17,4 17,9 19,0 20,1 21,6 23,2 24,7 15-15,9 17,5 17,8 18,9 20,2 21,5 22,8 24,4 16-16,9 17,0 18,0 19,0 20,2 21,6 23,4 24,9 17-17,9 17,5 18,3 19,4 20,5 22,1 23,9 25,7 18-18,9 17,4 17,9 19,5 20,2 21,5 23,7 24,5 19-24,9 17,9 18,5 19,5 20,7 22,1 23,6 24,9 Adaptada de: Frisancho (1981, p. 2542). O percentil do CMB encontrado na tabela anterior pode ser classificado em deficit de massa magra (< percentil 5), risco de deficit de massa magra (percentil 5 a 10), adequado (percentil 10 a 90). 87 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Tabela 18 – Percentis da área muscular do braço corrigida (cm2) em adolescentes Idade (anos) Percentis 5 10 15 25 50 75 85 90 95 Homens 10,0-10,9 19,6 20,7 21,6 23,0 25,7 29,0 32,2 34,0 37,1 11,0-11,9 21,0 22,023,0 24,8 27,7 31,6 33,6 36,1 40,3 12,0-12,9 22,6 24,1 25,3 26,9 30,4 35,9 39,3 40,9 44,9 13,0-13,9 24,5 26,7 28,1 30,4 35,7 41,3 45,3 48,1 52,5 14,0-14,9 28,3 31,3 33,1 36,1 41,9 47,4 51,3 54,0 57,5 15,0-15,9 31,9 34,9 36,9 40,3 46,3 53,1 56,3 57,7 63,0 16,0-16,9 37,0 40,9 42,4 45,9 51,9 57,8 63,3 66,2 70,5 17,0-17,9 39,6 42,6 44,8 48,0 53,4 60,4 64,3 67,9 73,1 18,0-24,9 34,2 37,3 39,6 42,7 49,4 57,1 61,8 65,0 72,0 Mulheres 10,0-10,9 17,6 18,5 19,3 20,9 23,8 27,0 29,1 31,0 33,1 11,0-11,9 19,5 21,0 21,7 23,2 26,4 30,7 33,5 35,7 39,2 12,0-12,9 20,4 21,8 23,1 25,5 29 33,2 36,3 37,8 40,5 13,0-13,9 22,8 24,5 25,4 27,1 30,8 35,3 38,1 39,6 43,7 14,0-14,9 24,0 26,2 27,1 29,0 32,8 36,9 39,8 42,3 47,5 15,0-15,9 24,4 25,8 27,5 29,2 33,0 37,3 40,2 41,7 45,9 16,0-16,9 25,2 26,8 28,2 30,0 33,6 38,0 40,2 43,7 48,3 17,0-17,9 25,9 27,5 28,9 30,7 34,3 39,6 43,4 46,2 50,8 18,0-24,9 19,5 21,5 22,8 24,5 28,3 33,1 36,4 39,0 44,2 Adaptada de: Frisancho (1981, p. 2543). O percentil da AMBc encontrado na tabela anterior pode ser classificado em deficit de massa magra (< percentil 5), risco de deficit de massa magra (percentil 5 a 15), adequado (percentil 15 a 85) e musculatura desenvolvida (percentil ≥ 95). Tabela 19 – Percentis da área gordurosa do braço (cm2) em adolescentes Idade (anos) Percentis 5 10 15 25 50 75 85 90 95 Homens 10,0 a 10,9 4,7 5,3 5,7 6,9 9,8 14,7 18,3 21,5 27,0 11,0 a 11,9 4,9 5,5 6,2 7,3 10,4 16,9 22,3 26,0 32,5 12,0 a 12,9 4,7 5,6 6,3 7,6 11,3 15,8 21,1 27,3 35,0 13,0 a 13,9 4,7 5,7 6,3 7,6 10,1 14,9 21,2 25,4 32,1 14,0 a 14,9 4,6 5,6 6,3 7,4 10,1 15,9 19,5 25,5 31,8 15,0 a 15,9 5,6 6,1 6,5 7,3 9,6 14,6 20,2 24,5 31,3 16,0 a 16,9 5,6 6,1 6,9 8,3 10,5 16,6 20,6 24,8 33,5 88 Unidade II Idade (anos) Percentis 5 10 15 25 50 75 85 90 95 Homens 17,0 a 17,9 5,4 6,1 6,7 7,4 9,9 15,6 19,7 23,7 28,9 18,0 a 24,9 5,5 6,9 7,7 9,2 13,9 21,5 26,8 30,7 37,2 Mulheres 10,0 a 10,9 6,1 6,9 7,2 8,4 11,9 18,0 21,5 25,3 29,9 11,0 a 11,9 6,6 7,5 8,2 9,8 13,1 19,9 24,4 28,2 36,8 12,0 a 12,9 6,7 8,0 8,8 10,8 14,8 20,8 24,8 29,4 34,0 13,0 a 13,9 6,7 7,7 9,4 11,6 16,5 23,7 28,7 32,7 40,8 14,0 a 14,9 8,3 9,6 10,9 12,4 17,7 25,1 29,5 34,6 41,2 15,0 a 15,9 8,6 10,0 11,4 12,8 18,2 24,4 29,2 32,9 44,3 16,0 a 16,9 11,3 12,8 13,7 15,9 20,5 28,0 32,7 37,0 46,0 17,0 a 17,9 9,5 11,7 13,0 14,6 21,0 29,5 33,5 38,0 51,6 18,0 a 24,9 10,0 12,0 13,5 16,1 21,9 30,6 37,2 42,0 51,6 Adaptada de: Frisancho (1981, p. 2543). O percentil da AGB encontrado na tabela anterior pode ser classificado em depleção (< percentil 5), eutrofia (percentil 5 a 85) e excesso de gordura (percentil > percentil 85). A circunferência da cintura tem sido associada ao IMC na avaliação nutricional e está relacionada a risco cardiovascular e à identificação de quantidade aumentada de gordura no tronco. Essa medida também pode ser usada como ferramenta de triagem para a identificação precoce de sobrepeso e obesidade. Taylor et al. (2000) estabeleceram o percentil 80 como ponto de corte para identificar excesso de gordura na região do tronco, conforme dados da tabela posterior. Tabela 20 – Pontos de corte para circunferência da cintura (cm) em adolescentes Idade Meninas Meninos 10 69,6 70,1 11 71,8 72,4 12 73,8 74,7 13 75,6 76,9 14 77,0 79,0 15 78,3 81,1 16 79,1 83,1 17 79,8 84,9 18 80,1 86,7 19 80,1 88,4 Adaptada de: Taylor et al. (2000, p. 493). As dobras cutâneas do tríceps e subescapular podem ser classificadas de forma isolada pelas tabelas posteriores. 89 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Tabela 21 – Percentis da dobra cutânea tricipital (mm) em adolescentes Idade (anos) Percentis 5 10 15 25 50 75 85 90 95 Homens 10,0 a 10,9 5 5,5 6 7,5 10 14 17 20 24 11,0 a 11,9 5 6 6,5 7,5 10 16 19,5 23 27 12,0 a 12,9 4,5 6 6 7,5 10,5 14,5 18 22,5 27,5 13,0 a 13,9 4,5 5 5,5 7 9 13 17 20,5 25 14,0 a 14,9 4 5 5 6 8,5 12,5 15 18 23,5 15,0 a 15,9 5 5 5 6 7,5 11 15 18 23,5 16,0 a 16,9 4 5 5,1 6 8 12 14 17 23 17,0 a 17,9 4 5 5 6 7 11 13,5 16 19,5 18,0 a 24,9 4 5 5,5 6,5 10 14,5 17,5 20 23,5 Mulheres 10,0 a 10,9 7 8 8 9 12,5 17,5 20 22,5 27 11,0 a 11,9 7 8 8,5 10 13 18 21,5 24 29 12,0 a 12,9 7 8 9 11 14 18,5 21,5 24 27,5 13,0 a 13,9 7 8 9 11 15 20 24 25 30 14,0 a 14,9 8 9 10 11,5 16 21 23,5 26,5 32 15,0 a 15,9 8 9,5 10,5 12 16,5 20,5 23 26 32,5 16,0 a 16,9 10,5 11,5 12 14 18 23 26 29 32,5 17,0 a 17,9 9 10 12 13 18 24 26,5 29 34,5 18,0 a 24,9 9 11 12 14 18,5 24,5 28,5 31 36 Adaptada de: Frisancho (1981, p. 2541). Tabela 22 – Percentis da dobra cutânea subescapular (mm) em adolescentes Idade (anos) Percentis 5 10 25 50 75 90 95 Homens 10-10,9 3,5 4 4 6 8 11 14 11-11,9 4 4 4 6 9 15 18,5 12-12,9 4 4 4,5 6 9,5 15 19 13-13,9 4 4 5 6,5 9 13 17 14-14,9 4 5 5 7 9 12 15,5 15-15,9 5 5 5,5 7 10 13 16 16-16,9 5 6 6 8 11 14 16 17-17,9 5 6 6 8 11 14 17 18-18,9 6 7 7 11 16 20 24 19-19,9 6 7 7 11 16 20 24 90 Unidade II Idade (anos) Percentis 5 10 25 50 75 90 95 Mulheres 10-10,9 4 4,5 5 7 11,5 16 19,5 11-11,9 4,5 5 5 8 12 16 20 12-12,9 5 5,5 6 9 13 17 22 13-13,9 5 6 6 10 15,5 19 23 14-14,9 6 6 7 10 16 20,5 25 15-15,9 6 7 7,5 10 15 20 23 16-16,9 7 7,5 8 11,5 16,5 24 26 17-17,9 6 7 7,5 12,5 19 24,5 28 18-18,9 6,5 7 8 13 20 25,5 29 19-19,9 6,5 7 8 13 20 25,5 29 Adaptada de: Frisancho (1990). Os percentis da DCT e da DCSE podem ser classificados em deficit energético (< percentil 15), adequado (percentil15 a 90) e excesso energético (> percentil 90). O percentual de gordura corporal das crianças e adolescentes pode ser estimado de forma direta pela utilização da equação publicada por Slaughter et al. (1988), que utiliza as dobras tricipital e subescapular, a raça e o nível de maturidade sexual. As equações também se diferem conforme a soma (DCT+DCSE) em menor ou maior que 35 mm. Tabela 23 – Equação para predição da gordura relativa de crianças e adolescentes (7 a 17 anos) Somatório menor ou igual a 35 mm Rapazes brancos Pré-púbere 1,21 (DCT+DCSE) – 0,008 (DCT+DCSE)² - 1,7 Púbere 1,21 (DCT+DCSE) – 0,008 (DCT+DCSE)² - 3,4 Pós-púbere 1,21 (DCT+DCSE) – 0,008 (DCT+DCSE)² - 5,5 Rapazes negros Pré-púbere 1,21 (DCT+DCSE) – 0,008 (DCT+DCSE)² - 3,2 Púbere 1,21 (DCT+DCSE) – 0,008 (DCT+DCSE)² - 5,2 Pós-púbere 1,21 (DCT+DCSE) – 0,008 (DCT+DCSE)² - 6,8 Moças de qualquer raça e nível de maturidade 1,33 (DCT+DCSE) – 0,013 (DCT+DCSE)² - 2,5 Quando a somatória das dobras for maior que 35 mm, usar equação única para cada sexo Rapazes 0,783 (DCT+DCSE) + 1,6 Moças 0,546 (DCT+DCSE) + 9,7 Pré-púberes: estágios 1 e 2 de Tanner; Púberes: estágio 3 de Tanner; Pós-púberes: estágios 4 e 5 de Tanner. Fonte: Tirapegui; Ribeiro (2009, p. 229). 91 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL O valor percentual de gordura corporal calculado pela equação anterior pode ser classificado utilizando a tabela a seguir. Tabela 24 – Interpretação dos valores de gordura corporal para adolescentes Masculino Feminino Excessivamente baixa Até 6% Até 12% Baixa 6% a 10% 12% a 15% Adequada 10% a 20% 15% a 25% Moderadamente alta 20% a 25 % 25% a 30% Alta 25% a 31% 30% a 36% Excessivamente alta Acima de 31% Acima de 36% Fonte: Lohman (1986, p. 326). 5.3 Diagnóstico nutricional do adolescente Quanto mais indicadores do estado nutricional forem analisados, mais preciso será o diagnóstico antropométrico do adolescente, permitindo a escolha da estratégia nutricional que melhor atenda a necessidade do período. É de extrema importância a consideração não somente da idade cronológica, mas também do estágio de maturação sexual. Nessa fase, as mudanças no adolescente, em todos os aspectos, ocorrem de forma rápida, e a conduta deve ser reavaliada com frequência. 6 ANTROPOMETRIA DE ADULTOS A análise da parte muscular e do tecido adiposo é o objetivo da avaliação dos adultos, considerando que a gordura corporal tem sua importância na quantidade, localização e distribuição (TIRAPEGUI; RIBEIRO, 2009) como indicativo de saúde e prevenção de doenças crônicas não transmissíveis e cardiovasculares. Os parâmetrosmais utilizados são peso, estatura, circunferências e dobras cutâneas, utilizando as mesmas técnicas antropométricas das outras populações. Sendo que esses parâmetros podem ser empregados em diversos índices e indicadores para a conclusão do diagnóstico antropométrico do paciente. A OMS recomenda a aplicação do IMC para avaliação do peso corporal em adultos pela utilização de medidas simples e de fácil execução que apresentam alta correlação de gordura e peso e baixa em relação à altura (SILVA; MURA, 2014). O cálculo do IMC é realizado pela fórmula de peso (kg) dividido pela altura (m) ao quadrado. O valor encontrado pode ser classificado pela tabela a seguir. 92 Unidade II Tabela 25 – Classificação do IMC (kg/m2) nos adultos Classificação IMC (kg/m2) Desnutrição grave < 16,0 Desnutrição moderada 16,0 a 16,9 Desnutrição leve 17,0 a 18,4 Desnutrição < 18,5 Normal 18,5 a 24,9 Pré-obesidade 25,0 a 29,9 Obesidade I 30,0 a 34,9 Obesidade II 35,0 a 39,9 Obesidade III ≥ 40,0 Adaptada de: WHO (1995, p. 143; 1998, p. 9). As vantagens da aplicação do IMC incluem comparação somente coma tabela, não necessitando de curvas de referência, sem relação com a idade do indivíduo avaliado e de aceitação universal para avaliação individual e populacional (ROSSI; CARUSO; GALANTE, 2017). Já de acordo com Silva e Mura (2014, p. 449): De um lado, as causas de morte estão associadas ao baixo IMC como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), tuberculose, doenças digestórias, câncer, entre outras. Do outro, com valores mais altos de IMC, as causas de morte se relacionam, predominantemente, com enfermidades cardiovasculares, diabetes, colecistopatias e hipertensão. O IMC teve seus pontos de corte definidos com base na probabilidade de morte em estudos de coorte, mas deve ser avaliado com cautela, já que esse índice não difere excesso de gordura corporal de massa magra, trazendo limitação à aplicação do método a alguns pacientes (SILVA; MURA, 2014). O peso ideal é um parâmetro que pode ser calculado utilizando a compleição óssea, definida pela divisão da estatura (cm) pela circunferência do pulso, porém não deve ser aceito como um padrão a ser alcançado, principalmente, em pacientes nos extremos da classificação do IMC. Em alguns casos, a meta pode ser flexibilizada mediante o peso desejável ao paciente, sem foco em tabelas, tornando o peso ideal dispensável ou um simples parâmetro a ser calculado (TIRAPEGUI; RIBEIRO, 2009). Após o cálculo da compleição, essa deve ser classificada pela tabela a seguir. Tabela 26 – Determinação da compleição óssea Compleição Mulheres Homens Pequena > 10,9 > 10,4 Média 9,9 a 10,9 9,6 a 10,4 Grande < 9,9 < 9,6 Fonte: Tirapegui; Ribeiro (2009, p. 237). 93 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Em seguida, de acordo com a compleição óssea, verificar o peso ideal na tabela a seguir. Tabela 27 – Peso ideal de acordo com a compleição óssea para adultos e idosos Estatura (cm) Homens – Peso (kg) Mulheres – Peso (kg) Pequena Média Grande Pequena Média Grande 142 41,8 46,0 49,5 143 42,3 45,3 49,8 144 42,8 45,6 50,1 145 43,2 45,9 50,5 146 43,7 46,6 51,2 147 44,1 47,3 51,8 148 44,6 47,7 51,3 149 45,1 48,1 51,8 150 45,5 48,6 53,2 151 46,2 49,3 54,0 152 46,8 50,0 54,5 153 47,3 50,5 55,0 154 47,8 51,0 55,5 155 50,0 53,6 58,2 48,2 51,4 55,9 156 50,7 54,3 58,8 48,9 52,3 56,8 157 51,4 55,0 59,5 49,5 53,2 57,7 158 51,8 55,5 60,0 50,0 53,6 58,3 159 52,2 56,0 60,5 50,5 54,0 58,9 160 52,7 56,4 60,9 50,9 54,5 59,5 161 53,2 56,8 61,5 51,5 55,3 60,1 162 53,7 56,2 62,1 52,1 56,1 60,7 163 54,1 57,7 62,7 52,7 56,8 61,4 164 55,0 58,5 63,4 53,6 57,7 62,3 165 55,9 59,5 64,1 54,5 58,6 63,2 166 56,5 60,1 64,8 55,1 59,2 63,8 167 57,1 60,7 65,6 55,7 59,8 64,4 168 57,7 61,4 66,4 56,4 60,5 65,0 169 58,6 62,3 67,5 57,3 61,4 65,9 170 59,5 63,2 68,6 58,2 62,2 66,8 171 60,1 63,8 69,2 58,8 62,8 67,4 172 60,7 64,4 69,8 59,4 63,4 68,0 173 61,4 65,0 70,5 60,0 64,1 68,6 174 62,3 65,9 71,4 60,9 65,0 69,8 175 63,2 66,8 72,3 61,8 65,9 70,9 176 63,8 67,5 72,9 62,4 66,5 71,7 177 64,4 68,2 73,5 63,0 67,1 72,5 94 Unidade II Estatura (cm) Homens – Peso (kg) Mulheres – Peso (kg) Pequena Média Grande Pequena Média Grande 178 65,0 69,0 74,1 63,6 67,7 73,2 179 65,9 69,9 75,3 64,5 68,6 74,1 180 66,8 70,9 76,4 65,5 69,5 75,0 181 67,4 71,7 77,1 66,1 70,1 75,6 182 68,0 72,5 77,8 66,7 70,7 76,2 183 68,6 73,2 78,6 67,3 71,4 76,8 184 69,8 74,1 79,8 185 70,9 75,0 80,9 186 71,5 75,8 81,7 187 72,1 76,6 82,5 188 72,7 77,3 83,2 189 73,3 78,0 83,8 190 73,9 78,7 84,4 191 74,5 79,5 85,0 Fonte: Tirapegui; Ribeiro (2009, p. 237). Outra referência que pode ser usada para calcular o peso ideal foi proposta por Hammond em 2000, utilizando um cálculo mais direto (SAMPAIO, 2012): • Homens: 48 kg para 150 cm de estatura + 1,1 kg para cada centímetro adicional. • Mulheres: 45 kg para 150 cm de estatura + 0,9 kg para cada centímetro adicional. Uma outra possibilidade para determinar um peso mais viável para pacientes adultos com IMC na faixa de obesidade grau II e III, considerando, segundo Rossi, Caruso e Galante (2017, p. 230) “alguns fatores que podem contribuir para o sobrepeso, tais como avançar da idade, grau do sobrepeso, tempo de sobrepeso e, no caso de mulheres, o número de gestações”. Neste, calcula-se o peso ideal no limite máximo de normalidade do IMC, de acordo com o gênero, e adiciona-se: • 1 kg/década após os 20 anos de idade; • 1 kg/10 kg de sobrepeso; • 1 kg/10 anos de sobrepeso; • 1 kg/gestação. Com base no peso ideal, é possível verificar o quanto este está distante do peso atual mediante a determinação da adequação do peso, auxiliando num diagnóstico mais preciso. Após o cálculo, a adequação do peso, deve ser classificada pela tabela a seguir. % Adequação de peso = (peso atual ÷ peso ideal) x 100 95 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Tabela 28 – Classificação do estado nutricional de acordo com a adequação do peso Adequação do peso (%) Estado nutricional ≤ 70 Desnutrição grave 70,1 a 80 Desnutrição moderada 80,1 a 90 Desnutrição leve 90,1 a 110 Eutrofia (dentro do peso ideal) 110,1 a 120 Sobrepeso > 120 Obesidade Adaptada de: Blackburn; Thornton (1979, p. 1105). Quando a porcentagem de adequação de peso for inferior a 90% ou superior a 110%, é recomendado o cálculo do peso ajustado (PAJ), que faz uma correção no peso ideal. O PAJ é utilizado, principalmente, para calcular a necessidade calórica e de nutrientes em pessoas que apresentam sobrepeso e obesidade ou desnutrição, evitando super ou subestimar o fornecimento energético. PAJ = (Peso ideal (kg) – Peso atual (kg)) x 0,25 + Peso atual (kg) As fórmulas a serem usadas com a circunferência do braço aferida são as mesmas aplicadas aos adolescentes, utilizando cálculos a seguir: — Circunferência Muscular do Braço (CMB) = CB (cm) – (0,314 x DCT (mm)) — Área Muscular do Braço Corrigida (AMBc) = (CMB)2 / 12,56 (descontar correção do osso, sendo homens = 10; mulheres = 6,5) — Área Total do Braço (ATB) = (CB)2 / 12,56 — Área Gordurosa do Braço (AGB) = ATB - AMB Os valores encontrados devem ser classificados em percentis conforme tabelas a seguir. Tabela 29 – Percentis da circunferência muscular do braço (cm) em adultos Idade (anos) Percentis 5 10 25 50 75 90 95 Homens 19-24,9 23,8 24,5 25,7 27,3 28,9 30,9 32,1 25-34,9 24,3 25,0 26,4 27,9 29,8 31,4 32,6 35-44,9 24,7 25,5 26,9 28,6 30,2 31,8 32,7 45-54,9 23,9 24,9 26,5 28,1 30,0 31,5 32,6 55-64,9 23,6 24,5 26,0 27,8 29,5 31,0 32,0 65-74,9 22,3 23,5 25,1 26,8 28,4 29,8 30,6 96 Unidade II Idade (anos) Percentis 5 10 25 50 75 90 95 Mulheres 19-24,9 17,9 18,5 19,5 20,7 22,1 23,6 24,9 25-34,9 18,3 18,8 19,9 21,2 22,8 24,6 26,4 35-44,9 18,6 19,2 20,5 21,8 23,6 25,7 27,2 45-54,9 18,7 19,3 20,6 22,0 23,8 26,0 27,4 55-64,9 18,7 19,6 20,9 22,5 24,4 26,6 28,0 65-74,9 18,5 19,5 20,8 22,5 24,4 26,4 27,9 Adaptada de: Frisancho (1981, p. 2542). O percentil do CMB encontrado na tabela anteriorpode ser classificado em deficit de massa magra (< percentil 5), risco de deficit de massa magra (percentil 5 a 10), adequado (percentil 10 a 90) e musculatura desenvolvida (> percentil 90). O percentual da adequação da CMB deverá ser realizado por meio da fórmula: % Adequação = CMB obtida (cm) x 100 CMB percentil 50 Classificando o estado nutricional do paciente pela CMB de acordo com sua faixa etária em: Tabela 30 – Classificação pelo CMB e DCT de adultos pelo percentual de adequação Classificação Desnutrição Eutrofia Sobrepeso Obesidade Grave Moderada Leve CMB e DCT < 70% 70 a 79,9% 80 a 89,9% 90 a 110% 110,1 a 120% > 120% Adaptada de: Blackburn; Thornton (1979, p. 1107). O resultado do cálculo da AMBc pode ser classificado em percentis conforme tabela a seguir. Tabela 31 – Percentis da área muscular do braço corrigida (cm2) em adultos Idade (anos) Percentis 5 10 15 25 50 75 85 90 95 Homens 18,0-24,9 34,2 37,3 39,6 42,7 49,4 57,1 61,8 65,0 72,0 25,0-29,9 36,6 39,9 42,4 46,0 53,0 61,4 66,1 68,9 74,5 30,0-34,9 37,9 40,9 43,4 47,3 54,4 63,2 67,6 70,8 76,1 35,0-39,9 38,5 42,6 44,6 47,9 55,3 64,0 69,1 72,7 77,6 40,0-44,9 38,4 42,1 45,1 48,7 56,0 64,0 68,5 71,6 77,0 97 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Idade (anos) Percentis 5 10 15 25 50 75 85 90 95 Homens 45,0-49,9 37,7 41,3 43,7 47,9 55,2 63,3 68,4 72,2 76,2 50,0-54,9 36,0 40,0 42,7 46,6 54,0 62,7 67,0 70,4 77,4 55,0-59,9 36,5 40,8 42,7 46,7 54,3 61,9 66,4 69,6 75,1 60,0-64,9 34,5 38,7 41,2 44,9 52,1 60,0 64,8 67,5 71,6 65,0-69,9 31,4 35,8 38,4 42,3 49,1 57,3 61,2 64,3 69,4 70,0-74,9 29,7 33,8 36,1 40,2 47,0 54,6 59,1 62,1 67,3 Mulheres 18,0-24,9 19,5 21,5 22,8 24,5 28,3 33,1 36,4 39,0 44,2 25,0-29,9 20,5 21,9 23,1 25,2 29,4 34,9 38,5 41,9 47,8 30,0-34,9 21,1 23,0 24,2 26,3 30,9 36,8 41,2 44,7 51,3 35,0-39,9 21,1 23,4 24,7 27,3 31,8 38,7 43,1 46,1 54,2 40,0-44,9 21,3 23,4 25,5 27,5 32,3 39,8 45,8 49,5 55,8 45,0-49,9 21,6 23,1 24,8 27,4 32,5 39,5 44,7 48,4 56,1 50,0-54,9 22,2 24,6 25,7 28,3 33,4 40,4 46,1 49,6 55,6 55,0-59,9 22,8 24,8 26,5 28,7 34,7 42,3 47,3 52,1 58,8 60,0-64,9 22,4 24,5 26,3 29,2 34,5 41,1 45,6 49,1 55,1 65,0-69,9 21,9 24,5 26,2 28,9 34,6 41,6 46,3 49,6 56,5 70,0-74,9 22,2 24,4 26,0 28,8 34,3 41,8 46,4 49,2 54,6 Adaptada de: Frisancho (1981, p. 2543). O percentil da AMBc encontrado na tabela anterior pode ser classificado em desnutrição grave (< percentil 5), desnutrição leve/moderada (percentil 5 a 15) e eutrofia (> percentil 15). A área gordurosa do braço (AGB) reflete a reserva de tecido adiposo e é obtida por meio da área total do braço (ATB) e da área muscular do braço corrigida (AMBc). O valor deve ser verificado em percentis (tabela a seguir) e posterior adequação. Tabela 32 – Percentis da área gordurosa do braço (cm2) em adultos Idade (anos) Percentis 5 10 15 25 50 75 85 90 95 Homens 18,0 a 24,9 5,5 6,9 7,7 9,2 13,9 21,5 26,8 30,7 37,2 25,0 a 29,9 6,0 7,3 8,4 10,2 16,3 23,9 29,7 33,3 40,4 30,0 a 34,9 6,2 8,4 9,7 11,9 18,4 25,6 31,6 34,8 41,9 35,0 a 39,9 6,5 8,1 9,6 12,8 18,8 25,2 29,6 33,4 39,4 40,0 a 44,9 7,1 8,7 9,9 12,4 18,0 25,3 30,1 35,3 42,1 45,0 a 49,9 7,4 9,0 10,2 12,3 18,1 24,9 29,7 33,7 40,4 50,0 a 54,9 7,0 8,6 10,1 12,3 17,3 23,9 29,0 32,4 40,0 98 Unidade II Idade (anos) Percentis 5 10 15 25 50 75 85 90 95 Homens 55,0 a 59,9 6,4 8,2 9,7 12,3 17,4 23,8 28,4 33,3 39,1 60,0 a 64,9 6,9 8,7 9,9 12,1 17,0 23,5 28,3 31,8 38,7 65,0 a 69,9 5,8 7,4 8,5 10,9 16,5 22,8 27,2 30,7 36,3 70,0 a 74,9 6,0 7,5 8,0 11,0 15,9 22,0 25,7 29,1 34,9 Mulheres 18,0 a 24,9 10,0 12,0 13,5 16,1 21,9 30,6 37,2 42,0 51,6 25,0 a 29,9 11,0 13,3 15,1 17,7 24,5 34,8 42,1 47,1 57,5 30,0 a 34,9 12,2 14,8 17,2 20,4 28,2 39,0 46,8 52,3 64,5 35,0 a 39,9 13,0 15,8 18,0 21,8 29,7 41,7 49,2 55,5 64,9 40,0 a 44,9 13,8 16,7 19,2 23,0 31,3 42,6 51,0 56,3 64,5 45,0 a 49,9 13,6 17,1 19,8 24,3 33,0 44,4 52,3 58,4 68,8 50,0 a 54,9 14,3 18,3 21,4 25,7 34,1 45,6 53,9 57,7 65,7 55,0 a 59,9 13,7 18,2 20,7 26,0 34,5 46,4 53,9 59,1 69,7 60,0 a 64,9 15,3 19,1 21,9 26,0 34,8 45,7 51,7 58,3 68,3 65,0 a 69,9 13,9 17,6 20,0 24,1 32,7 42,7 49,2 53,6 62,4 70,0 a 74,9 13,0 16,2 18,8 22,7 31,2 41,0 46,4 51,4 57,7 Adaptada de: Frisancho (1981, p. 2543). O percentil da AGB encontrado na tabela anterior pode ser classificado em depleção (< percentil 5), eutrofia (percentil 5 a 85) e excesso de gordura (> percentil 85). De acordo com Sampaio (2012), a concentração de gordura abdominal é um fator de risco para doenças metabólicas e cardiovasculares, independentemente da percentagem de gordura corporal total, já que, nessa região, o adipócito visceral é maior e, além disso, possui menos receptores de insulina. A distribuição de gordura abdominal é diferente de acordo com o gênero, o homem possui o dobro da quantidade de gordura abdominal em relação à mulher antes da menopausa. Em relação à classificação de circunferência da cintura e abdominal, há uma divergência sobre a localização da medida para verificar a gordura da região abdominal (ABESO, 2016). Segundo a Abeso (2016), a Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica recomenda a medida na cintura, enquanto a recomendação da OMS indica a medida abdominal. Esse valor pode ser classificado em risco para complicações metabólicas pela tabela 33; e para critérios de risco para síndrome metabólica, pela tabela 34. 99 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Tabela 33 – Classificação da circunferência abdominal (cm) de adultos e idosos Homens Risco elevado de complicações metabólicas associadas à obesidade ≥ 94 cm Risco muito elevado de complicações metabólicas associadas à obesidade ≥ 102 cm Mulheres Risco elevado de complicações metabólicas associadas à obesidade ≥ 80 cm Risco muito elevado de complicações metabólicas associadas à obesidade ≥ 88 cm Fonte: WHO (1998, p. 11). Tabela 34 – Classificação do risco de doenças associadas a partir da medida de circunferência da cintura, de acordo com o gênero e a etnia Critério de risco para síndrome metabólica Definição Obesidade abdominal: homens Brancos de origem europeia e negros ≥ 94 cm Sul-asiáticos, ameríndios e chineses ≥ 90 cm Japoneses ≥ 85 cm Obesidade abdominal: mulheres Brancas de origem europeia, negras, sul-asiáticas, ameríndias e chinesas ≥ 80 cm Japonesas ≥ 90 cm Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia (2013, p. 7). A relação circunferência cintura/quadril (RCQ) é calculada pela divisão da medida da cintura (em cm) pela medida do quadril (em cm), sendo usada para avaliação da obesidade central, porém, há algum tempo, verificou-se uma validade reduzida nesse parâmetro. De acordo com a Abeso (2016, p. 17), [...] na população brasileira, a RCQ também demonstrou associar-se a risco de comorbidades. A medida da circunferência abdominal reflete melhor o conteúdo de gordura visceral que a RCQ e também se associa muito à gordura corporal total. A OMS define as razões acima de 9,0 em homens e acima de 8,5 em mulheres como um dos parâmetros para diagnóstico da síndrome metabólica (MAHAN; RAYMOND, 2018). A circunferência do pescoço foi indicada como triagem para detecção de indivíduos adultos com excesso de peso, se essa medida for ≥ 37 cm para homens e ≥ 34 cm para mulheres. No entanto, é necessário investigação adicional para confirmação e identificação do sobrepeso ou obesidade. Se as medidas forem abaixo desses valores, considera-se que não há risco para excesso de peso. Valores ≥ 39,5 cm para homens e ≥ 36,5 para mulheres estão associados a IMC maior que 30 kg/m2. Estudos posteriores mostraram também associação a doença cardiovascular (MUSSOI, 2017, p. 148). 100 Unidade II O DCT no paciente adulto pode ser avaliado pela porcentagem de adequação do DCT pela fórmula (DCT aferida (mm) ÷ DCT Percentil 50 (mm)) x 100. O valor de DCT referente ao percentil 50 a ser utilizado para o cálculo consta na tabela a seguir. Tabela 35 – Percentil 50 do DCT em adultos Faixa etária Percentil 50 Homens Mulheres 18,0 a 24,9 10,018,5 25,0 a 29,9 11,0 20,0 30,0 a 34,9 12,0 22,5 35,0 a 39,9 12,0 23,5 40,0 a 44,9 12,0 24,5 45,0 a 49,9 12,0 25,5 50,0 a 54,9 11,5 25,5 55,0 a 59,9 11,5 26,0 Adaptada de: Frisancho (1981, p. 2541). O valor encontrado no cálculo deve ser classificado utilizando a tabela 30 (Classificação pelo CMB e DCT de adultos pelo percentual de adequação). A avaliação do percentual de gordura corporal pode ser estimado por equações, nas quais é possível definir a densidade corporal e o percentual de gordura. Esse valor auxilia identificar os riscos à saúde associados a níveis excessivamente altos ou baixos de gordura corporal total. As equações mais utilizadas são Jackson e cols, Durnin & Womersley, Petroski e Guedes & Guedes, contudo algumas realizam o cálculo de forma direta, e outras utilizam a densidade corporal para obtenção do percentual de gordura. É importante selecionar a equação adequada à população para a qual essa equação foi desenvolvida (ABESO, 2016; MUSSOI, 2017; ROSSI; CARUSO; GALANTE, 2017). A correlação entre a gordura localizada nos depósitos adiposos subcutâneos com a gordura corporal total é a base desse método de cálculos. As medidas das dobras cutâneas aplicadas em cada fórmula se diferem em quantidade e localização anatômica, porém há influência da habilidade do avaliador, do grau de hidratação e dos fatores individuais do paciente (ABESO, 2016; MUSSOI, 2017; ROSSI; CARUSO; GALANTE, 2017). De acordo com Silva e Mura (2014, p. 451) “estão disponíveis na literatura mais de setenta fórmulas para cálculo do percentual de gordura corporal a partir de medidas antropométricas”. A utilização de equações para estimativa da quantidade de gordura apresenta um erro por volta de 5%, dependendo da fórmula aplicada e das características do paciente. Em estudos que procuram validar as equações específicas propostas com base em amostras de indivíduos norte-americanos, japoneses e europeus, verificou-se que estas produzem vieses acentuados quando comparadas com 101 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL a utilização dos procedimentos densitométricos na análise da quantidade de gordura corporal de indivíduos pertencentes a segmentos da população brasileira (TIRAPEGUI; RIBEIRO, 2009, p. 51). A equação de regressão elaborada por Guedes (1985) propôs uma fórmula específica para a população jovem brasileira. A equação prevê o valor de densidade corporal baseado nas dobras cutâneas, encontraram-se erros entre 1,5% e 3,0%, independentemente do índice de adiposidade presente. As fórmulas para homens e mulheres utilizam dobras cutâneas diferentes em seu cálculo: • Homens: estudantes universitários dos 17 aos 27 anos: D = 1,1714 – 0,0671 log10 (tríceps + suprailíaca + abdominal) • Mulheres: estudantes universitárias dos 17 aos 29 anos: D = 1,1665 – 0,0706 log10 (coxa + suprailíaca + subescapular) O cálculo da gordura relativa ao peso corporal deve ser realizado usando a densidade corporal calculada, utilizando a fórmula proposta por Siri (1961) ou Brozek et al. (1963). • %G – Siri (1961) – aplicável de 20 a 50 anos [(4,95 / Densidade corporal) – 4,50100] x 100 • %G – Brozek et al. (1963) [(4,57 / Densidade corporal) – 4,142100] x 100 O percentual estimado de gordura corporal elaborado por Durnin e Womersley (1974) utiliza a soma das quatro dobras cutâneas: DCT, DCB, DCSE e DCSI; sendo que esse resultado deverá ser encontrado na primeira coluna da tabela a seguir, nas colunas idade e gênero, verificam-se os referentes ao paciente avaliado. O valor encontrado indica o percentual de gordura corporal, podendo ser classificado pela tabela 37 e, também, classificar o nível de sobrepeso e obesidade em indivíduos nessa condição na tabela 38. Tabela 36 – Percentual estimado da gordura corporal, obtido por meio da soma das quatro dobras cutâneas (bíceps, tríceps, subescapular e suprailíaca) Soma das 4 dobras (mm) Homens (idade em anos) Mulheres (idade em anos) 17-29 30-39 40-49 50+ 16-29 30-39 40-49 50+ 15 4,8 10,5 20 8,1 12,2 12,2 12,6 14,1 17,0 19,8 21,4 25 10,5 14,2 15,0 15,6 16,8 19,4 22,2 24,0 30 12,9 16,2 17,7 18,6 19,5 21,8 24,5 26,6 35 14,7 17,7 19,6 20,8 21,5 23,7 26,4 28,5 102 Unidade II Soma das 4 dobras (mm) Homens (idade em anos) Mulheres (idade em anos) 17-29 30-39 40-49 50+ 16-29 30-39 40-49 50+ 40 16,4 19,2 21,4 22,9 23,4 25,5 28,2 30,3 45 17,7 20,4 23,0 24,7 25,0 26,9 29,6 31,9 50 19,0 21,5 24,6 26,5 26,5 28,2 31,0 33,4 55 20,1 22,5 25,9 27,9 27,8 29,4 32,1 34,6 60 21,2 23,5 27,1 29,2 29,1 30,6 33,2 35,7 65 22,2 24,3 28,2 30,4 30,2 31,6 34,1 36,7 70 23,1 25,1 29,3 31,6 31,2 32,5 35,0 37,7 75 24,0 25,9 30,3 32,7 32,2 33,4 35,9 38,7 80 24,8 26,6 31,2 33,8 33,1 34,3 36,7 39,6 85 25,5 27,2 32,1 34,8 34,0 35,1 37,5 40,4 90 26,2 27,8 33,0 35,8 34,8 35,8 38,3 41,2 95 26,9 28,4 33,7 36,6 35,6 36,5 39,0 41,9 100 27,6 29,0 34,4 37,4 36,4 37,2 39,7 42,6 105 28,2 29,6 35,1 38,2 37,1 37,9 40,4 43,3 110 28,8 30,1 35,8 39,0 37,8 38,6 41,0 43,9 115 29,4 30,6 36,4 39,7 38,4 39,1 41,5 44,5 120 30,0 31,1 37,0 40,4 39,0 39,6 42,0 45,1 125 31,0 31,5 37,6 41,1 39,6 40,1 42,5 45,7 130 31,5 31,9 38,2 41,8 40,2 40,6 43,0 46,2 135 32,0 32,3 38,7 42,4 40,8 41,1 43,5 46,7 140 32,5 32,7 39,2 43,0 41,3 41,6 44,0 47,2 145 32,9 33,1 39,7 43,6 41,8 42,1 44,5 47,7 150 33,3 33,5 40,2 44,1 42,3 42,6 45,0 48,2 155 33,7 33,9 40,7 44,6 42,8 43,1 45,4 48,7 160 34,1 34,3 41,2 45,1 43,3 43,6 45,8 49,2 165 34,5 34,6 41,6 45,6 43,7 44,0 46,2 49,6 170 34,9 34,8 42,0 46,1 44,1 44,4 46,6 50,0 175 35,3 44,8 47,0 50,4 180 35,6 45,2 47,4 50,8 185 35,9 45,6 47,8 51,2 190 45,9 48,2 51,6 195 46,2 48,5 52,0 200 46,5 48,8 52,4 205 49,1 52,7 210 49,4 53,0 Fonte: Durnin; Womersley (1974, p. 95). 103 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Tabela 37 – Classificação dos valores de referência para percentuais de gordura corporal, de acordo com gênero e faixa etária Classificação Gordura corporal (%) Homens 20 a 39 anos Homens 40 a 59 anos Mulheres 20 a 39 anos Mulheres 40 a 59 anos Desnutrição < 8 < 11 < 21 < 23 Eutrofia 8 a 19,9 11 a 21,9 21 a 32,9 23 a 33,9 Pré-obesidade 20 a 24,9 22 a 27,9 33 a 38,9 34 a 39,9 Obesidade ≥ 25 ≥ 28 ≥ 39 ≥ 40 Adaptada de: Gallagher et al. (2000, p. 699). Tabela 38 – Classificação do nível de obesidade por meio do percentual de gordura corporal, de acordo com gênero Obesidade Mulheres (%) Homens (%) Leve 25 a 30 15 a 20 Moderada 30 a 35 20 a 25 Elevada 35 a 40 25 a 30 Mórbida > 40 > 30 Fonte: Rossi; Caruso; Galante (2017, p. 232). Outras fórmulas podem ser utilizadas envolvendo populações em faixas etárias, com quantidade e localização de dobras cutâneas diferentes. Seguem, no quadro posterior, diversas equações generalizadas validadas para homens e mulheres. Quadro 3 – Equações de predição generalizadas para cálculo da composição corporal Homens Durnin e Womersley (1974) = 17 a 22 anos D = 1,1765 – 0,0744 log10 (tríceps + bíceps + subescapular + suprailíaca) Jackson, Pollock e Ward (1980) = 18 a 61 anos 7 dobras: D = 1,112 – 0,00043499 (torácica + axilar média + tríceps + subescapular + abdominal + suprailíaca + coxa) + 0,00000055 (torácica + axilar média + tríceps + subescapular + abdominal + suprailíaca + coxa)2 – 0,00028826 (idade em anos) 104 Unidade II Homens 3 dobras: D = 1,1886 – 0,03049 logn (torácica + abdominal + coxa) – 0,00027 (idade em anos) Petroski (1995) = 18 a 61 anos D = 1,10726863 – 0,00081201 (subescapular + tríceps + suprailíaca + panturrilha medial) + 0,00000212 (subescapular + tríceps + suprailíaca + panturrilha medial)2 – 0,00041761 (idade em anos) Pollock, Schmidt e Jackson (1980) = homens adultos D = 1,10938 – 0,0008267 (torácica + abdominal + coxa) + 0,0000016 (torácica + abdominal + coxa)2 – 0,0002574 (idade em anos) D = 1,1125025 – 0,0013125 (torácica + tríceps + subescapular) + 0,0000055 (torácica + tríceps + subescapular)2 – 0,000244 (idade em anos) Mulheres Durnin e Womersley (1974) = 16 a 68 anos D = 1,1567 – 0,0717 log10 (tríceps + bíceps + subescapular+ suprailíaca) Jackson, Pollock e Ward (1980) = 18 a 55 anos 7 dobras: D = 1,097 – 0,00046971 (torácica + axilar média + tríceps + subescapular + abdominal + suprailíaca + coxa) + 0,00000056 (torácica + axilar média + tríceps + subescapular + abdominal + suprailíaca + coxa)2 – 0,00012828 (idade em anos) 3 dobras: D = 1,21389 – 0,04057 logn (torácica + suprailíaca + coxa) – 0,00016 (idade em anos) Petroski (1995) = 18 a 61 anos D = 1,1954713 – 0,07513507 log10 (axilar média + suprailíaca + coxa + panturrilha medial) – 0,00041072 (idade em anos) Pollock, Schmidt e Jackson (1980) = mulheres adultas D = 1,0994921 – 0,0009929 (tríceps + suprailíaca + coxa) + 0,0000023 (tríceps + suprailíaca + coxa)2 – 0,0001392 (idade em anos) D = 1,0902369 – 0,0009379 (tríceps + suprailíaca + abdominal) + 0,0000026 (tríceps + suprailíaca + abdominal)2 – 0,0001087 (idade em anos) No Brasil, o protocolo de Jackson e Pollock, tanto de três, quanto de sete dobras cutâneas, é validado e amplamente utilizado por avaliadores e pesquisadores a fim de avaliar adultos (homens e mulheres) saudáveis. De acordo com Rossi, Caruso e Galante (2017, p. 115) “as equações de predição apresentadas anteriormente têm como resultado a porcentagem de gordura (%G) ou a densidade corporal (D)”; em seguida, deve ser aplicada a equação de Siri (1961) ou Brozek et al. (1963), recomendadas para indivíduos de 20 a 50 anos para conversão em quantidade percentual de gordura. 105 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Exemplo: Qual o percentual de gordura corporal de uma mulher (20 anos com as seguintes medidas de dobras cutâneas: Triceps: 22,5 mm Suprailíaca: 34,5 mm Coxa: 21,6 mm De acordo com a Equação de Pollock, Schmidt e Jackson (1980) para mulheres adultas: D = 1,0994921 – 0,0009929 (tríceps + suprailíaca + coxa) + 0,0000023 (tríceps + suprailíaca + coxa)2 – 0,0001392 (idade em anos) D = 1,0994921 – 0,0009929 (22,5 + 34,5 + 21,6) + 0,0000023 (22,5 + 34,5 + 21,6)2 – 0,0001392 (20) D = 1,032875468 O valor de densidade corporal encontrado deve ser aplicado à Equação de Siri (1961): % Gordura Corporal = [(4,95 / Densidade corporal) – 4,50100] x 100 % Gordura Corporal = [(4,95 /1,032875468) – 4,50100] x 100 % Gordura Corporal = 29,1446 De acordo com tabela 37 (Classificação dos valores de referência para percentuais de gordura corporal, de acordo com o gênero e faixa etária), o valor encontrado pode ser classificado comoacima da média (mulheres de 24 a 31%). Outras tabelas referenciais podem ser utilizadas para classificar os valores de percentual de gordura corporal encontrados na aplicação das equações descritas. Tabela 39 – Referência de % de gordura de acordo com a idade – homens Idade/Classificação 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 > 60 Excelente (atlético) < 11 < 12 < 14 < 15 < 16 Bom 11 a 13 12 a 14 14 a 16 15 a 17 16 a 18 Dentro da média 14 a 20 15 a 21 17 a 23 18 a 24 19 a 25 Regular 21 a 23 22 a 24 24 a 26 25 a 27 26 a 28 Alto percentual > 23 > 24 > 26 > 27 > 28 Adaptada de: Jackson; Pollock (1980a). 106 Unidade II Tabela 40 – Referência de % de gordura de acordo com a idade – mulheres Idade/Classificação 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 > 60 Excelente (atlético) < 16 < 17 < 18 < 19 < 20 Bom 16 a 19 17 a 20 18 a 21 19 a 22 20 a 23 Dentro da média 20 a 28 21 a 29 22 a 30 23 a 31 24 a 32 Regular 29 a 31 30 a 32 31 a 33 32 a 34 33 a 35 Alto percentual > 31 > 32 > 33 > 34 > 35 Adaptada de: Jackson; Pollock (1980b). Finalizando o cálculo de composição corporal, o percentual de gordura encontrado poderá ser convertido em quantidade de massa gorda em quilogramas (MG kg), quantidade de massa magra em quilogramas (MM kg) e percentual de massa magra (%MM). Para verificar o MG kg, multiplica-se o peso atual do paciente pelo percentual de gordura encontrado. Já a quantidade de MM kg é verificada da seguinte forma: peso atual – MG kg. O valor de %MM pode ser obtido: 100% - % gordura corporal. A classificação em percentis da MG kg e MM kg para adultos estão nas tabelas seguintes. Tabela 41 – Percentis de massa gorda em quilogramas (MG kg) em indivíduos adultos saudáveis Idade Percentis 5 10 25 50 75 90 95 Homens 15 a 24 5,7 6,7 8,5 11,0 13,9 17,5 20,1 25 a 34 7,1 8,4 10,5 13,2 17,0 20,6 22,9 35 a 44 7,0 8,8 11,1 14,8 18,5 22,2 25,0 45 a 54 7,8 8,9 11,2 15,1 18,7 22,1 25,0 55 a 64 7,9 9,4 11,9 16,8 21,2 25,1 26,9 65 a 74 9,1 11,4 13,7 17,6 22,7 26,8 30,8 75 a 84 9,2 11,4 14,3 18,2 20,9 24,5 26,1 > 85 10,2 13,1 17,9 20,2 23,7 26,0 27,0 Mulheres 15 a 24 9,5 10,5 12,6 15,0 18,2 21,3 24,1 25 a 34 8,7 10,2 12,4 15,3 18,5 21,6 24,4 35 a 44 8,9 10,1 12,3 15,2 18,8 22,5 25,4 45 a 54 8,7 10,6 13,1 16,8 20,5 24,3 25,6 55 a 64 11,2 12,8 16,1 20,4 24,2 28,9 31,3 65 a 74 11,5 14,6 18,1 23,0 28,3 33,2 36,3 75 a 84 12,7 15,1 19,0 22,9 27,4 32,6 35,0 > 85 10,7 11,8 15,3 21,3 27,4 33,1 34,9 Adaptada de: Janssen et al. (2004). 107 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Tabela 42 – Percentis de massa magra em quilogramas (MM kg) em indivíduos adultos saudáveis Idade Percentis 5 10 25 50 75 90 95 Homens 15 a 24 49,4 51,6 54,7 58,6 62,4 65,4 67,5 25 a 34 51,3 52,9 56,5 60,3 63,6 67,4 69,2 35 a 44 51,4 53,0 56,3 59,8 63,7 68,0 70,7 45 a 54 51,4 52,4 55,3 58,1 61,6 65,0 67,7 55 a 64 50,4 51,8 54,0 58,1 61,6 65,9 67,7 65 a 74 48,9 50,4 53,2 56,9 61,1 64,7 66,4 75 a 84 46,5 47,8 50,5 54,0 58,2 61,7 62,9 > 85 46,4 46,9 48,5 51,1 53,3 58,0 60,9 Mulheres 15 a 24 36,2 37,5 39,9 42,4 45,0 48,2 49,9 25 a 34 36,9 38,0 39,9 42,6 45,5 48,2 49,6 35 a 44 36,3 37,9 40,0 42,6 45,4 47,7 49,5 45 a 54 36,2 37,6 40,2 43,2 45,7 48,2 50,7 55 a 64 35,7 37,2 38,7 42,2 44,8 48,2 50,8 65 a 74 34,0 35,7 38,4 42,3 45,5 48,2 49,8 75 a 84 33,0 34,1 36,2 39,3 42,2 44,8 47,0 > 85 27,7 30,2 33,6 37,4 40,0 43,7 46,5 Adaptada de: Janssen et al. (2004). O ponto de corte para a classificação de excesso de massa gorda em quilogramas (MG kg) segundo Kyle et al. (2004) é o percentil 95. Segundo Mahan; Raymond (2018, p. 456): A razão cintura para estatura (RCE) é definida como o perímetro da cintura dividida pelo estatura medida. A RCE é uma medida da distribuição de tecido adiposo. De modo geral, quanto mais altos os valores da RCE, maior o risco de síndrome metabólica e doenças cardiovasculares ateroscleróticas relacionadas com obesidade. As razões desejáveis são menos de 0,5 em adultos de 40 anos de idade ou mais jovens, entre 0,5 e 0,6 em adultos de 40 a 50 anos de idade e 0,6 ou menos em adultos com mais de 50 anos de idade. Esses alvos se aplicam tanto a homens quanto mulheres e a uma variedade de grupos étnicos. A espessura do músculo adutor do polegar (EMAP) pode ter seu valor aferido comparado aos valores-padrão, estabelecidos por Lameu et al. (2004) para indivíduos saudáveis, como 12,5 mm para 108 Unidade II homens e 10,5 mm para mulheres. Entretanto a porcentagem de adequação da EMAP também pode ser calculada pela fórmula: % Adequação = (MAP aferido/ MAP mediano) x 100 Os valores medianos a serem utilizados para o cálculo são 12 mm para homens e 10 mm para mulheres, sendo que a porcentagem de adequação pode ser classificada conforme a tabela a seguir. Tabela 43 – Adequação da EMAP Ausência de depleção 100% Depleção leve 90 a 99% Depleção moderada 60 a 90% Depleção grave < 60% Adaptada de: Lameu et al. (2004). O Índice de Conicidade (IC) é determinado através das medidas de peso, estatura e circunferência da cintura. Proposto no início da década de 90, este índice baseia-se na ideia de que indivíduos que acumulam tecido adiposo na região central tendem a apresentar o corpo na forma de dois cones, dispostos um sobre outro, através da mesma base (duplo cone). Os indivíduos com menor quantidade de tecido adiposo na região abdominal, portanto, teriam a aparência similar a um cilindro. Assim, o valor do IC de um indivíduo representa – considerando-se o peso e a estatura deste – quantas vezes a CC é superior à que ele teria se não tivesse uma concentração de tecidoadiposo abdominal, ou seja, se a forma do corpo fosse semelhante a de um cilindro. Na última década, alguns estudos têm sugerido o IC como um bom indicador de obesidade para avaliação de risco coronariano (SAMPAIO, 2012, p. 83). Fórmula para cálculo do índice conicidade Índice C = Circunferência da cintura m 0.109 x Peso Corpor � � aal kg Estatura m � � � � Para o índice conicidade, foram adotados os pontos de corte para adultos, segundo Pitanga e Lessa (2007), como risco coronariano elevado, valores ≥ 1,25 e ≥ 1,18 para homens e mulheres, respectivamente. Outra alternativa utilizada para predizer a adiposidade corporal, proposto por Bergman et al. (2011), foi o Índice de Adiposidade Corporal (IAC) que utiliza a medida do quadril e altura em seu cálculo. 109 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL IAC Quadril cm Alturax Altura % � � �� � � � � � �18 Estudos demonstraram que o IAC teve correlação mais forte com a porcentagem de gordura corporal em comparação com o IMC. Seu ponto de corte para estimar a prevalência de excesso de adiposidade corporal pelo IAC é 25,0% para os homens e 35,0% para as mulheres. Contudo, é importante utilizar o IAC com cautela, visto que a pesquisa que delimitou esses limites foi realizada com indivíduos de origem mexicana e africana. Contudo, para diagnosticar nutricionalmente o paciente adulto, deve-se avaliá-lo de forma completa, sendo que a antropometria deve ser incluída com o maior número de indicadores possíveis, trazendo, assim, um resultado mais preciso. As outras informações que compõem a avaliação nutricional, como consumo alimentar, exames bioquímicos e clínicos, devem complementar os dados do paciente avaliado. É fundamental que a prescrição nutricional seja baseada em avaliações frequentes, e que os erros de aferição sejam evitados com treinamento e reciclagem do profissional. 7 ANTROPOMETRIA DE IDOSOS No Brasil, as pessoas com 60 anos ou mais são classificadas como idosos e estão mais propensas a declínios e variações no peso corporal e estado nutricional, que embora façam parte do processo normal de envelhecimento, devem ser acompanhados pelo profissional. Segundo Mahane Raymond (2018), o período de crescimento se finaliza ao redor dos 30 anos, iniciando a senescência, em que ficam mais evidentes os efeitos de aumento da idade, doenças e funções prejudicadas, bem como variados graus de eficiência e declínio funcional. A incidência de doenças crônicas não transmissíveis nos indivíduos idosos, assim como seu risco de desenvolvimento ou agravamento com incapacidades e sequelas, deve ser identificada precocemente. Para isso, faz-se necessária uma avaliação adequada do estado nutricional, que deve considerar as especificidades de cada indivíduo idoso, uma vez que este é parte de um grupo bastante heterogêneo (ROSSI; CARUSO; GALANTE, 2017, p. 240). O estado nutricional do idoso é influenciado por alterações fisiológicas, patológicas e individuais como retardo no metabolismo, redução e modificações na atividade enzimática, redução na tolerância à glicose, múltiplas medicações com interação droga-nutriente e depressão (ROSSI; CARUSO; GALANTE, 2017). As alterações na ingestão de macros e micronutrientes e na composição corporal nessa faixa etária provocam aumento na massa de gordura corporal e diminuição da massa magra, sendo que essa perda de massa muscular, força e desempenho são denominados sarcopenia. Dessa forma, a sarcopenia é caracterizada como um processo multifatorial, levando à menor capacidade na contração muscular, diminuição de força e coordenação motora (PÍCOLI; FIGUEIREDO; PATRIZZI, 2011). 110 Unidade II A avaliação de peso dos idosos deve ser realizada utilizando a balança de plataforma e os mesmos procedimentos aplicados a crianças maiores de 2 anos, adolescentes e adultos, com o paciente em pé. Sampaio (2004) afirma que o ganho de peso ocorre até os 65 anos de idade para homens e 75 anos para mulheres, sendo que a perda ponderal ocorre após essa idade. Em relação à altura, Pujol (2011) descreve que os idosos podem apresentar curvaturas anormais na coluna as quais podem interferir na aferição de altura, especificamente, nessa situação, pode-se optar por utilizar a altura referida anterior a esse processo. Em relação à altura, estudos apontam uma redução na altura com a idade. Perissinotto et al. encontraram um decréscimo de 2 cm/década a 3 cm/década, enquanto que o Euronut Seneca Study quantificou uma diminuição na altura de 1 cm a 2 cm em 4 anos. Este declínio se inicia por volta dos 40 anos e torna-se mais acentuado com o avançar da idade. As razões para este declínio são: achatamento das vértebras, redução dos discos intervertebrais, cifose dorsal, escoliose, arqueamento dos membros inferiores e/ou achatamento do arco plantar (SAMPAIO, 2004, p. 509). A estimativa da altura de idosos é recomendada pelo declínio inerente à idade, podendo ser realizada com a aplicação da fórmula de Chumlea, Roche e Steinbaugh (1985). Uma alternativa é a aferição da hemienvergadura dos braços, no qual se mede o comprimento de um dos braços do dedo médio ao meio do esterno, preferencialmente, no lado esquerdo, com este devidamente esticado na linha dos ombros, como ilustrado na figura a seguir, e multiplicado por dois (SILVA; MURA, 2014). Figura 46 – Aferição da hemienvergadura do braço A aplicação da equação de estimativa de altura, descrita em seguida, utiliza a medida da altura do joelho, já que essa medida parece sofrer poucas modificações com o envelhecimento, pois reflete a medida de ossos longos. 111 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Estimativa de altura (cm) para idosos (> 60 anos) (CHUMLEA; ROCHE; STEINBAUGH, 1985) • Homens: [2,02 x comprimento da perna]– [0,04 x idade] + 64,19 • Mulheres: [1,83 x comprimento da perna]– [0,24 x idade] + 84,88 A medida da altura do joelho (ou comprimento da perna) deve ser realizada com o paciente com a perna flexionada, formando um ângulo de 90° com o joelho e o tornozelo, utilizando um antropômetro ou régua de Chumlea. A parte fixa do instrumento é posicionada na parte inferior dos pés, no meio do calcanhar; e a outra, na superfície anterior do joelho, acima dos côndilos do fêmur e próximo à rótula. Lembrete A altura do joelho pode ser realizada com o paciente sentado, com uma perna cruzada sobre o joelho oposto, porém a melhor posição para medida é com o paciente deitado. A estimativa de peso utiliza as medidas da circunferência da panturrilha, a altura do joelho, a circunferência do braço e a dobra cutânea subescapular, enquanto a de altura emprega a idade e altura do joelho. Estimativa de peso (kg)para idosos (> 60 anos) (CHUMLEA, 1988) • Homens: [(0,98 × CP) + (1,16 × AJ) + (1,73 × CB) + (0,37 × DCSE) – 81,69] • Mulheres: [(1,27 × CP) + (0,87 × AJ) + (0,98 × CB) + (0,4 × DCSE) – 62,35] Legenda: CP = circunferência da panturrilha (cm); AJ = altura do joelho (cm); CB = circunferência do braço (cm); DCSE = dobra cutânea subescapular (mm). O Ministério da Saúde adotou como critério-padrão a ser utilizado no Brasil que o IMC normal dessa população varia de > 22 a < 27 kg/m² conforme preconizado por Lipschitz (1994) (BRASIL, 2011), considerando que, nessa fase, ocorre, segundo a Abeso (2016, p. 17), “diminuição de massa magra e maior risco de sarcopenia (diminuição de massa, força e desempenho muscular e de incapacidade física)”. Diversos pontos de corte foram definidos para os idosos em estudos populacionais, considerando, principalmente, que as faixas etárias mais avançadas precisam de uma referência diferenciada. A tabela a seguir reúne alguns pontos de corte de diferentes autores para idosos, sendo que alguns não classificam obesidade nessa população. 112 Unidade II Tabela 44 – Diferentes pontos de corte propostos para a classificação do índice de massa corporal (IMC kg/m2) em idosos Referências Magreza (IMC kg/m2) Eutrófico (IMC kg/m2) Sobrepeso (IMC kg/m2) Obesidade (IMC kg/m2) Perissinoto etal. (2002) < 20 20 a 30 > 30 - Lipschitz (1994) < 22 22 a 27 > 27 - Burr e Phillips (1984) (Homens) < 18,9 19 a 30 > 30 - Burr e Phillips (1984) (Mulheres) < 18,2 18,2 a 33,8 > 33,8 - Projeto SABE (OPAS/OMS) < 23 23 a 28 28 a 30 > 30 Fonte: Mussoi (2017, p. 66). O peso ideal para idoso pode ser calculado utilizando o percentil 50, tabela a seguir, multiplicando o IMC (percentil 50) pela altura (em metros) ao quadrado: Peso Ideal = IMC (percentil 50) × altura2 Tabela 45 – IMC ideal para cálculo de peso ideal em idosos de acordo com gênero e idade Idade IMC percentil 50 (kg/m2) Homens 65 a 69 (anos) 24,3 kg/m2 70 a 74 (anos) 25,1 kg/m2 75 a 79 (anos) 23,9 kg/m2 80 a 84 (anos) 23,7 kg/m2 > 85 (anos) 23,1 kg/m2 Mulheres 65 a 69 (anos) 26,5 kg/m2 70 a 74 (anos) 26,3 kg/m2 75 a 79 (anos) 26,1 kg/m2 80 a 84 (anos) 25,5 kg/m2 > 85 (anos) 23,6 kg/m2 Fonte: Burr; Phillips (1984, p. 167). A OMS recomenda a utilização dos dados dereferência do National Health and Nutrition Examination Survey III (NHANES III), considerando que esse estudo foi realizado com 5700 idosos norte-americanos com 60 anos ou mais, conforme descrito por Kuczmarski; Kuczmarski; Najjar (2000). Esse estudo descreveu o peso médio esperado para homens e mulheres idosos para todas as etnias, sendo: 113 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Homens 60 a 69 anos = 82,4 kg 70 a 79 anos = 77,9 kg ≥ 80 anos = 70,8 kg Mulheres 60 a 69 anos = 68,8 kg 70 a 79 anos = 64,7 kg ≥ 80 anos = 59,7 kg Em relação às circunferências e dobras cutâneas, as técnicas padronizadas já detalhadas previamente são utilizadas, entretanto classificadas de acordo com referências específicas para pacientes geriátricos. As medidas aferidas de CB e DCT devem ser utilizadas nos cálculos de CMB. Posteriormente, a adequação em porcentagem pode ser calculada utilizando o percentil 50 por gênero e idade, descritos na tabela a seguir e comparada à tabela 47 para classificação. • Circunferência Muscular do Braço (CMB) = CB (cm) – (0,314 x DCT (mm)) • % Adequação da CMB = [CMB (cm) ÷ CMB percentil 50 (cm)] x 100 Tabela 46 – Valores de circunferência muscular do braço (cm) para idosos com 60 anos ou mais avaliados no NHANES III Homens Percentil 50 60 a 69 anos 28,4 70 a 79 anos 27,2 ≥ 80 anos 25,7 Mulheres Percentil 50 60 a 69 anos 23,5 70 a 79 anos 23,0 ≥ 80 anos 22,6 Fonte: Kuczmarski; Kuczmarski; Najjar (2000, p. 64). 114 Unidade II Tabela 47 – Classificação da circunferência muscular do braço (CMB) pela % de adequação Desnutrição grave < 70% Desnutrição moderada 70% a 80% Desnutrição leve 80% a 90% Eutrofia 90% a 110% Sobrepeso 110% a 120% Obesidade > 120% Adaptada de: Blackburn; Thornton (1979). Em seguida, com o valor obtido no cálculo de CMB, pode-se aplicar na fórmula da AMBc: — Área Muscular do Braço Corrigida (AMBc) em cm2 = (CMB)2 / 12,56 (descontar correção do osso, sendo homens = 10; mulheres = 6,5) O valor da AMBc deve ser classificada em percentis pela tabela a seguir. Tabela 48 – Percentis da área muscular do braço corrigida (cm2) em crianças, adultos e idosos até 75 anos Idade (anos) Percentis 5 10 15 25 50 75 85 90 95 Homens 60,0-64,9 34,5 38,7 41,2 44,9 52,1 60,0 64,8 67,5 71,6 65,0-69,9 31,4 35,8 38,4 42,3 49,1 57,3 61,2 64,3 69,4 70,0-74,9 29,7 33,8 36,1 40,2 47,0 54,6 59,1 62,1 67,3 Mulheres 60,0-64,9 22,4 24,5 26,3 29,2 34,5 41,1 45,6 49,1 55,1 65,0-69,9 21,9 24,5 26,2 28,9 34,6 41,6 46,3 49,6 56,5 70,0-74,9 22,2 24,4 26,0 28,8 34,3 41,8 46,4 49,2 54,6 Adaptada de: Frisancho (1981, p. 2543). O percentil da AMBc encontrado na tabela anterior pode ser classificado em desnutrição grave (< percentil 5), desnutrição leve/moderada (percentil 5 a 15) e eutrofia (> percentil 15). Os valores aferidos de circunferência da cintura e do quadril podem ser avaliados nos idosos utilizando as técnicas de realização, bem como a classificação dos adultos, visto que não foram verificados estudos com pontos de corte específicos para idosos. Os pontos de corte para risco metabólico pela circunferência da cintura são ≥ 88 e 80 cm para mulheres; e ≥ 94 e 102 cm para homens (ABESO, 2016). Em relação à RCQ, os valores considerados para avaliação de risco são: 115 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL • Homens: Ginoide < 1,0; Androide > 1,0 • Mulheres: Ginoide < 0,80; Androide > 0,80 Esses dados se relacionam com risco para desenvolvimento de doenças, e não especificamente avaliação do estado nutricional (SILVA; MURA, 2014), já que a CC isolada não distingue entre gordura visceral subcutânea e gordura visceral intraperitoneal (MUSSOI, 2017). A circunferência da panturrilha auxilia na avaliação de alteração de tecido muscular, sendo um bom marcador de deficiência nutricional, que, segundo Sampaio (2012, p. 82), [...] é importante, principalmente para verificar a depleção de proteínas somáticas, a capacidade de trabalho dos indivíduos (por relacionar-se à força), a progressão de doenças catabólicas e a eficácia da intervenção terapêutica sobre o prognóstico. A classificação pela circunferência da panturrilha para idosos considera ≥ 31 cm como eutrofia e auxilia na definição de risco para desenvolvimento de doenças, depleção muscular, podendo também indicar sarcopenia em valores < 31 cm. Com o envelhecimento, ocorre redistribuição do tecido adiposo, havendo diminuição nos membros. A utilização de medidas antropométricas auxilia na definição do tipo de distribuição da gordura corporal, sendo esta importante a fim de avaliar risco para doenças associadas à obesidade. De acordo com Sampaio (2012, p. 81), [...] em idosos, em virtude do remodelamento de tecido adiposo (sendo menor nas extremidades e concentrado na região central), a avaliação da adiposidade corpórea deve ser feita usando-se as pregas associadas a outros indicadores. A DCT deve ser aferida com o paciente em pé e os braços estendidos ao longo do corpo, porém, se ele se encontrar incapacitado de ficar em pé, essa dobra pode ser medida com o paciente deitado em decúbito lateral. A variável é analisada pela aplicação da equação de porcentagem de adequação da DCT, para a qual o percentil 50 por gênero e idade está disposto na tabela a seguir e comparada à tabela 50 para classificação. • % Adequação da DCT = [DCT (mm) ÷ DCT percentil 50 (mm)] x 100 116 Unidade II Tabela 49 – Valores de dobra cutânea tricipital (mm) para idosos com 60 anos ou mais avaliados no NHANES III Homens Percentil 50 60 a 69 anos 12,7 70 a 79 anos 12,4 ≥ 80 anos 11,2 Mulheres Percentil 50 60 a 69 anos 24,1 70 a 79 anos 21,8 ≥ 80 anos 18,1 Fonte: Kuczmarski; Kuczmarski; Najjar (2000, p. 64). Tabela 50 – Classificação da dobra cutânea tricipital (DCT) pela % de adequação Desnutrição grave < 70% Desnutrição moderada 70% a 80% Desnutrição leve 80% a 90% Eutrofia 90% a 110% Sobrepeso 110% a 120% Obesidade > 120% Adaptada de: Blackburn; Thornton (1979). As dobras mais utilizadas para avaliação da adiposidade em pacientes geriátricos são a tricipital e a subescapular. A tabela a seguir apresenta os percentis do somatório das dobras (DCT + DCSE) para a avaliação e o acompanhamento de idosos. Acima do percentil 90, significa excesso de adiposidade e, abaixo do percentil 10, baixa adiposidade corporal. Tabela 51 – Percentis da soma das dobras cutâneas tricipital e subescapular de pacientes com 60 a 75 anos Homens Percentis Idade (anos) Média 5 10 15 25 50 75 85 90 95 60,0 a 64,9 30,6 13,0 16,0 18,0 21,5 29,0 37,5 42,5 47,0 55,0 65,0 a 69,9 29,3 11,5 14,0 16,5 20,0 27,5 36,0 42,0 46,5 53,0 70,0 a 74,9 28,7 12,0 15,0 17,0 20,0 27,0 35,0 41,0 44,5 51,0 117 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Mulheres Percentis Idade (anos) Média 5 10 15 25 50 75 85 90 95 60,0 a 64,9 48,6 22,5 27,0 29,5 35,0 46,5 60,0 67,5 73,0 82,5 65,0 a 69,9 45,6 21,0 25,0 28,5 33,5 43,0 56,0 63,5 69,0 76,5 70,0 a 74,9 44,2 18,5 23,5 27,0 32,5 42,5 55,0 61,0 66,5 74,5 Adaptada de: Frisancho (1981, p. 2543). O diagnóstico antropométrico de idososdeve ser concluído com a utilização de diversos indicadores, com atenção à devida aplicação do índice para evitar análise inadequada, já que, isoladamente, alguns não têm validade científica. Contudo a maior parte dos parâmetros utilizados para analisar as variáveis antropométricas de idosos é proveniente de dados internacionais, e, devido à diferenças étnicas, socioeconômicas e culturais, seria mais interessante se fosse elaborada a padronização de valores adequados à população brasileira (SILVA; MURA, 2014). Na avaliação nutricional do idoso, além da antropometria, faz-se necessária a verificação do consumo alimentar, as doenças atuais, os hábitos intestinal e urinário, os medicamentos utilizados, a atividade física, os exames bioquímicos e os sinais clínicos, que, em conjunto, auxiliarão na atuação do nutricionista visando a melhoria da qualidade de vida do paciente e de parâmetros nutricionais e identificando fatores que podem explicar o diagnóstico encontrado. 8 AVANÇOS EM ANTROPOMETRIA E CASOS ESPECIAIS 8.1 Avanços em antropometria Além da antropometria, existem outros métodos para a determinação da composição corporal que envolvem diversos equipamentos, possibilitando verificar a distribuição e quantidade dos componentes do peso total do corpo. O modelo que mede dois componentes inclui a massa gorda (MG) e a massa livre de gordura (MLG). A maioria dos métodos de composição corporal assume que o corpo consiste de dois componentes quimicamente distintos. A antropometria (pregas cutâneas e circunferências) e a densidade corporal (por exemplo, pesagem hidrostática) são exemplos de métodos baseados no modelo de dois componentes. Os modelos que incluem três ou mais elementos são referidos como multicomponentes. Estes possuem maior aplicabilidade e acurácia. A densiometria de dupla energia (DEXA) é um exemplo de modelo que mede três componentes (massas gorda, magra e mineral óssea). Os modelos de multicomponentes podem ser usados para quantificar a composição corporal, obter medidas de referência mais acuradas, testar a validade e a aplicabilidade dos métodos e equações de estimativa, derivados dos modelos de dois componentes e deduzir equações de estimativa da composição corporal. 118 Unidade II Massa de gordura (MG) Massa livre de gordura (MLG) 44% Água extracelular (AEC) 29% Água intracelular (AIC) 73% Água corporal total (ACT) 7% minerais ósseos Proteínas viscerais Figura 47 – Esquema representativo da composição corporal no modelo de dois componentes 8.1.1 Pesagem hidrostática A pesagem hidrostática é uma técnica no modelo de dois componentes que determina a densidade corporal total, baseada no princípio de Arquimedes: “o volume de um objeto submerso em água é igual à água que ele desloca”. O peso é medido em balança e cadeira ou armação dentro d’água, com o corpo submerso, a diferença entre os dois valores é a densidade corporal. Em adultos, a densidade da gordura e da massa livre de gordura (MLG) é assumida como sendo 0,9 g/ml e 1,1 g/ml, respectivamente. Nesse procedimento considerado indireto, a aferição consiste na imersão do paciente em um tanque, banheira ou piscina, com água suficiente para a submersão total do corpo (pernas levemente curvadas e água ao nível do pescoço) em água morna e limpa. É um método considerado padrão-ouro, com alta acurácia e reprodutibilidade, porém tem elevado custo, difícil aplicabilidade, exige cooperação do avaliado e não é indicado para idosos e crianças (ROSSI; CARUSO; GALANTE, 2017). 8.1.2 Pletismografia por deslocamento de ar O pletismograma de deslocamento de ar baseia-se em medidas da densidade do corpo para estimar massas gordurosas e livres de gordura, conforme ilustrado na figura a seguir. 119 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Câmara de referência Câmara teste Janela Sistema de diafragma Computador Aparelhos eletrônicos Figura 48 – Esquema da configuração geral de um aparelho de pletismografia Esse sistema consiste em uma câmera hermeticamente fechada na qual cabe um indivíduo e cuja relação pressão-volume é usada para estimar o volume do corpo em relação à câmara vazia. Considerado um procedimento não invasivo, de realização rápida e fácil, com custo mais baixo que a pesagem hidrostática, porém o equipamento é pouco disponível e não oferece acurácia em atletas e idosos (ROSSI; CARUSO; GALANTE, 2017). Nos dois métodos de densitometria corporal descritos, pesagem hidrostática e pletismografia por deslocamento de ar, o cálculo da densidade é baseado na massa e no volume e, em seguida, pode-se aplicar esse valor para obter a porcentagem de MG total utilizando uma das fórmulas descritas: • %G – Siri (1961) [(4,95 / Densidade corporal) – 4,50100] x 100 • %G – Brozek et al. (1963) [(4,57 / Densidade corporal) – 4,142100] x 100 De acordo com Anjos e Wahrlich (2007), a densitometria corporal é o método principal da avaliação da composição corporal em laboratório e apresenta tendência a superestimar o percentual de GC com o uso das fórmulas em crianças e idosos. Considerando que as crianças apresentam menor conteúdo mineral e maior quantidade de água; enquanto, em idosos, há redução do peso ósseo, peso muscular e da água corporal. 120 Unidade II 8.1.3 Bioimpedância (BIA) A bioimpedância elétrica (BIA) tem ampla utilização em estudos populacionais, já que o método é considerado não invasivo, portátil, de rápida realização, com custo relativamente baixo e apresenta variações discretas intra e interavaliador (CARVALHO; UEZATTO; LOPES, 2019). Segundo Tirapegui e Ribeiro (2009, p. 63), [...] parte do princípio de que uma corrente elétrica gerada pode atravessar diferentes compartimentos do corpo com maior ou menor dificuldade, que é determinado pela quantidade de água e eletrólitos dos mesmos e pela frequência utilizada. A condução da corrente elétrica pelo corpo se dá através dos fluidos extracelulares e intracelulares compostos principalmente de água, sendo que esta corresponde à aproximadamente 73% da massa livre de gordura corporal. O objetivo é medir a massa livre de gordura (27%) que oferece resistência à passagem dessa corrente, cuja composição é de proteínas e componentes viscerais, além dos minerais ósseos. Os tecidos adiposos, ossos e o ar dos pulmões comportam-se como isolantes (CARVALHO; UEZATTO; LOPES, 2019, SILVA; CARVALHO; FREITAS, 2019). Entre as vantagens do método BIA, estão a não necessidade de habilidade do avaliador, considerada confortável ao paciente, não invasiva e aplicável a diversas populações e faixas etárias. A maioria dos equipamentos de BIA fornece a avaliação de percentual de gordura corporal, massa muscular, água corporal total, taxa metabólica basal, entre outras (ROSSI; CARUSO; GALANTE, 2017). Figura 49 O exame acontece por meio da fixação de eletrodos na pele que transmitem uma corrente elétrica aplicada aos eletrodos distais; a queda da voltagem, devido à impedância, é detectada pelos eletrodos proximais. O modelo mais usado é o tetrapolar, qua utiliza quatro eletrodos aplicados à mão, ao pulso, ao pé e ao tornozelo (BRITTO; MESQUITA, 2008), conforme ilustrado na figura a seguir. 121 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Cabos Cabos vermelhosvermelhos Cabos Cabos pretospretos Eletrodos Eletrodos de sinalde sinal RJLRJL Eletrodos Eletrodos de detecçãode detecção Mão direitaMão direita Pé direitoPé direitoLinha Linha imaginária imaginária dividindo dividindo a cabeça a a cabeça a ulnaulna Figura 50 – Posicionamento dos eletrodos Orientações para a realização da bioimpedância • O aparelho deve ser calibrado regularmente. • Manter os eletrodos em sacos fechados, protegidos do calor. • O exame deve ser feito em posição supina. • Os pacientes devem estar em jejum de 4 horas. • Bebidas alcoólicas são proibidas por 8 horas antes do exame. • Não se deve fazer atividade física ou fazer sauna por 8 horas antes do exame. • Deve-se esvaziar a bexiga antes do exame. • A temperatura do ambiente deveser adequada (aproximadamente 22 ºC). • Em estudos longitudinais, realizar o exame no mesmo horário. • Observar a fase do ciclo menstrual. • Não deve ser realizado em indivíduos portadores de marca-passo. • Em pacientes com insuficiência cardíaca, as medições poderão ser realizadas somente em pacientes estáveis, pois alterações de volume podendo interferir nos resultados (KYLE et al., 2004). Observações para a aferição • Pedir ao paciente que retire os sapatos e as meias. • Retirar materiais metálicos (jóias, correntes, relógios etc.). 122 Unidade II • Deitá-lo na maca e afastar os braços do corpo e pernas uma da outra. • Os braços devem estar separados do tronco em um ângulo de 30° e pernas a 45° (em obesos usar material isolante entre as pernas e braços, como toalhas). • A pele deve ser limpa com álcool e não deve conter lesões. • Os eletrodos devem ser bem posicionados, ao mesmo lado do corpo, segundo orientação padrão. • Observar uma distância mínima entre os eletrodos de 5 cm. • Proceder com preenchimento dos dados no equipamento (KYLE et al., 2004). Observação A bexiga deve ser esvaziada antes da realização do exame para que a água retida não interfira no resultado da avaliação, considerando que esta facilita a passagem da corrente elétrica. A BIA apresenta alta correlação com os métodos antropométricos e técnicas consideradas padrão- ouro para avaliar a composição corporal, porém o estado de hidratação influencia nos resultados e inviabiliza sua utilização, além de depender de grande colaboração do avaliado (SAMPAIO, 2012). Algumas medidas não são exatas e, para melhorar esse erro, desenvolveram-se equações para subgrupos homogêneos, levando em conta idade, sexo, etnia, gordura corporal (BRITTO; MESQUITA, 2008). Saiba mais Sugestão de leitura complementar: ALMEIDA, R. A.; TIENGO, A.; BERNARDES, A. C. B. Medidas de composição corporal com adipômetro e bioimpedância – comparação entre resultados. Nutrição Brasil, v. 19, n. 1, p. 1-8,2020. Disponível em: http://portalatlanticaeditora.com.br/index.php/nutricaobrasil/article/ view/1113/6167. Acesso em: 26 nov. 2020. 8.1.4 Densitometria de dupla energia (DEXA) A densitometria de dupla energia (DEXA) utiliza o princípio que consiste no escaneamento transversal do corpo inteiro em feixes de raios X (baixa e alta energia) em fatias de aproximadamente um centímetro. É uma técnica de imagem no nível molecular desenvolvida para medir o conteúdo mineral ósseo e a densidade mineral óssea por região e de corpo total (CARVALHO; UEZATTO; LOPES, 2019, SILVA; CARVALHO; FREITAS, 2019). 123 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Avalia o conteúdo mineral ósseo, a gordura a e massa magra, sendo uma alternativa à pesagem hidrostática devido à baixa necessidade de cooperação do paciente, contudo tem limitação de uso em pacientes obesos, considerado um método duplamente indireto. A vantagem consiste em poder avaliar a composição dos tecidos em regiões específicas do corpo e detectar pequenas alterações na gordura e na massa isenta de gordura. Os métodos por imagem, como ressonância magnética e tomografia computadorizada, também são utilizados para análise da CC no nível IV (órgão-tecidual). A ressonância magnética utiliza um potente campo magnético e ondas de rádio-frequência para produzir imagens detalhadas dos órgãos e tecidos. Enquanto a tomografia computadorizada recolhe informações após expor o corpo a uma sucessão de raios-x. Os dois métodos possuem suas medidas válidas quando comparados à dissecação de cadáveres e são considerados precisos, no entanto de alto custo, além de serem de difícil acesso. Especificamente a tomografia expõe os avaliados à radiação, o que limita a utilização desses instrumentos de forma contínua (CARVALHO; UEZATTO; LOPES, 2019, p. 243). 8.2 Casos especiais Os pacientes portadores de necessidades especiais têm sua avaliação nutricional realizada de forma adaptada, com objetivo de avaliar riscos. A verificação do peso fica limitada à impossibilidade de manterem-se em pé, porém podem ser utilizadas adaptações como pesagem com pernas cruzadas sobre a palataforma, por diferença com outra pessoa segurando-os no colo ou aplicação de fórmulas de estimativas de peso (TIRAPEGUI; RIBEIRO, 2009), estas estão dispostas na tabela a seguir. Tabela 52 – Fórmulas propostas para estimativa do peso corporal Idade/Sexo Raça branca Raça negra Feminino 6 a 18 anos (CJ × 0,77) + (CB × 2,47) – 50,16 (CJ × 0,71) + (CB × 2,59) – 50,43 19 a 59 anos (CJ × 1,01) + (CB × 2,81) – 66,04 (CJ × 1,24) + (CB × 2,97) – 82,48 60 a 80 anos (CJ × 1,09) + (CB × 2,68) – 65,51 (CJ × 1,50)+ (CB × 2,58) – 84,22 Masculino 6 a 18 anos (CJ × 0,68) + (CB × 2,64) – 50,08 (CJ × 0,59) + (CB × 2,73) – 48,32 19 a 59 anos (CJ × 1,19) + (CB × 3,21) – 86,82 (CJ × 1,09) + (CB × 3,14) – 83,72 60 a 80 anos (CJ × 1,10) + (CB × 3,07) – 75,81 (CJ × 0,44) + (CB × 2,86) – 39,21 CJ = comprimento do joelho (cm); CB = circunferência do braço (cm) Fonte: Chumlea et al. (1988, p. 566). Devido à impossibilidade de aferir a estatura em alguns pacientes, que não conseguem permanecer em pé, há a necessidade da aplicação das fórmulas para estimativa (tabela a seguir) ou utilizar o método de envergadura dos braços, como ilustrado na próxima figura. 124 Unidade II Tabela 53 – Fórmulas propostas para estimativa da estatura Brancos (as) Negros (as) Homens 6 a 18 40,54 + (2,22 x CJ) 39,60 + (2,18 x CJ) 19 a 60 71,85 + (1,88 x CJ) 73,42 + (1,79 x CJ) >60 59,01 + (2,08 x CJ) 95,79 + (1,37x CJ) Mulheres 6 a 18 43,21 + (2,14 x CJ) 46,59 + (2,02 x CJ) 19 a 60 70,25 + (1,87 x CJ) – (0,06xid) 68,10 + (1,86 x CJ) – (0,06xid) >60 75,00 + (1,91x CJ) – (0,17xid) 58,72 + (1,96 x CJ) CJ = comprimento do joelho; id = idade. Fonte: Chumlea; Guo; Steinbaugh (1994, p. 1388). 90º 90º Figura 51 – Aferição da extensão dos braços para estimativa de altura Segundo Sampaio (2012, p. 92), Para a realização desta medida, o indivíduo deve ser posicionado em pé, de costas para a parede; os braços devem ficar estendidos, formando um ângulo de 90° com o corpo (na altura do ombro), sendo aferida a distância entre os dedos médios do indivíduo com o auxílio de uma fita métrica flexível. Caso não seja possível a extensão dos dois braços, a medida poderá ser aferida medindo a distância entre o dedo médio de um dos braços estendidos e o meio do esterno na altura do ombro. Multiplica-se o resultado por dois. Em indivíduos sentados ou em pé, a medida da extensão dos braços deve ser realizada nas costas e, em acamados, na frente do corpo. Os pacientes que apresentam anormalidades na coluna, alguns cadeirantes bem como portadores de doenças pulmonares ou osteoporose podem ter dificuldade de estender os braços para aferição adequada. 125 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Saiba mais Para complementar o assunto, sugere-se leitura do artigo: SANTOS, T. C. O. et al. Composição corporal e alimentação de atletas de bocha adaptada. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo, v. 13, n. 79, p. 384-389, maio/jun. 2019. A aferição do peso corporal em caso de amputações em consequência de traumas, feridas ou processos patológicos pode ser realizada desde que a correção seja efetuada de forma proporcional com estimativas de proporção de peso (MAHAN; RAYMOND, 2018). Tabela 54 – Porcentagem de peso para amputação Membro amputado Proporção de peso (%) Mão 0,7 a 0,8% Antebraço 1,6 a 2,3% Braço até o ombro 5,0 a 6,6% Pé 1,5 a 1,7% Perna até o joelho 6,0 a 7,0% Perna inteira 16 a 18% Fonte: Mussoi (2017, p. 15). 8% 0,7% 5% 50% 10,1% 16% 2,7% 4,4% 1,6% 1,5% Figura 52 – Avaliação nutricional em pacientes amputados 126 Unidade II O valor percentual correspondente ao membro amputado, conforme tabela e figura anteriores, devem ser descontados do peso atual aferido: Peso ajustado = peso atual / (100 - % amputação) x 100 A comparação desse pode ser com o peso ideal, determinado pela subtração do pesoideal ou estimada a porcentagem do membro amputado. O peso ideal é calculado como se não existisse amputação e, posteriormente, subtraído da parte amputada. Os hábitos alimentares afetados pela amputação representam um risco elevado de ganho ponderal, essa condição resulta em alteração na composição corporal, com consequente aumento da porcentagem de gordura, situação que acarreta um risco a doenças, interfere no equilíbrio no uso da prótese, aumenta o cansaço físico e tem como consequência menor rendimento nas terapias físicas. Deste modo, para avaliar a composição corporal, são utilizados desde simples medidas indiretas a medidas volumétricas diretas mais sofisticadas. Os mais comumente usados incluem antropometria, absorciometria de raio X de dupla energia (DXA), pletismografia de deslocamento de ar e análise de impedância bioelétrica. As medidas antropométricas são simples, rápidas, não invasivas e de baixo custo, as dobras cutâneas fornecem informações sobre os estoques de gordura e músculo, entretanto, a realização exige habilidades técnicas (CARVALHO; UEZATTO; LOPES, 2019, p. 116). Não existem parâmetros específicos para todas as variáveis antropométricas em relação aos pacientes portadores de necessidades especiais, é importante ressaltar que eles estão propensos à perda de massa magra, bem como ao acúmulo de gordura, e devem ser acompanhados nutricionalmente. Resumo A antropometria de adolescentes deve ser realizada englobando peso, estatura, circunferências e dobras cutâneas para que seja possível adequá-la ao período de desenvolvimento, já que muitos apresentam divergência com a idade cronológica. Os fatores relacionados ao desenvolvimento de características ligados à maturação sexual interferem na composição corporal e devem ser considerados na escolha de fórmulas para essa finalidade. Após a coleta de dados do adolescente, devem ser utilizados em cálculos, aplicação em fórmulas, gráficos e tabelas para um diagnóstico preciso. As curvas de crescimento da OMS são aplicadas para verificação do estado nutricional utilizando as medidas de peso, altura e idade. As medidas de 127 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL circunferências e dobras cutâneas são realizadas e comparadas às tabelas específicas para essa faixa etária. A avaliação do adulto apresenta muitos parâmetros a serem analisados, já que é a população que abrange o maior período de vida e que tem o maior número de trabalhos publicados na literatura. A escolha das variáveis que serão aplicadas a cada paciente deve ser realizada pelo nutricionista de acordo com o objetivo do tratamento, considerando antecedentes pessoais e aspectos patológicos dos pacientes bem como definição do profissional. Realizar a aferição de todos os componentes corporais nem sempre trará benefícios ao atendimento do adulto, já que alguns não são aplicáveis a todos os casos e podem levar o profissional a dispender tempo desnecessariamente; portanto, o conhecimento dos parâmetros existentes e sua interpretação é importante para a atuação clínica. Em relação aos idosos, as medidas são semelhantes às dos adultos, porém nem todas apresentam referências de comparação específica a essa faixa etária. Alguns pacientes geriátricos podem apresentar algumas limitações, como para manter-se em pé, que interferem na coleta de dados antropométricos, necessitando de cálculos de estimativa. Esses valores estimados podem apresentar uma discreta diferença em relação ao real. Diversos equipamentos podem ser utilizados para avaliar a composição corporal de forma mais precisa que a antropometria, como a pesagem hidrostática, pletismografia por deslocamento de ar, bioimpedância elétrica, DEXA, entre outras. Alguns apresentam custo elevado, sendo mais usados em pesquisas, devido à maior precisão, com exceção da bioimpedância que tem valores mais acessíveis, dependendo do modelo escolhido, sendo utilizada na prática clínica. Os pacientes que possuem necessidades especiais se beneficiam da avaliação nutricional adaptada, porém existem poucos estudos com referências específicas considerando cada tipo de lesão ou paralisia. O acompanhamento da quantidade de massa gorda e magra é importante para calcular as necessidades nutricionais, bem como verificar a adesão à prescrição realizada. 128 Unidade II Exercício Questão 1. Paciente do sexo masculino, 25 anos, está em acompanhamento nutricional e treinamento físico. Ele apresenta os dados mostrados na tabela a seguir. Tabela 55 Consulta 1 Consulta 2 Consulta 3 Peso (kg) 80 75 70 Altura (m) 1,70 1,70 1,70 IMC (kg/m²) 27,68 25,95 24,22 % Gordura corporal 25,5 24,8 24,0 Com base nas informações fornecidas e nos seus conhecimentos, analise as afirmativas. I – Após o tratamento, com a diminuição do peso e do percentual de gordura corporal, houve diminuição do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão. II – A aplicação do IMC é recomendada, pois utiliza medidas simples (peso e altura) e apresenta fácil execução. No entanto o IMC não difere excesso de gordura corporal de massa magra. III – Após o tratamento, o percentual de gordura corporal tornou-se adequado. É correto o que se afirma em: A) I, apenas. B) I e II, apenas. C) III, apenas. D) I e III, apenas. E) I, II e III. Resposta correta: alternativa B. 129 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. Justificativa: o percentual de gordura e o IMC elevados aumentam o risco de desenvolver doenças crônicas não transmissíveis. II – Afirmativa correta. Justificativa: o IMC utiliza medidas simples e apresenta fácil execução, com alta correlação de gordura e peso. Entretanto, o IMC não diferencia excesso de gordura corporal de massa magra. II – Afirmativa incorreta. Justificativa: após o tratamento, apesar da diminuição do percentual de gordura corporal, não se entrou na faixa de adequação. Questão 2. (Enade 2013) As alterações fisiológicas e anatômicas decorrentes do processo de envelhecimento têm repercussões na saúde e na nutrição do idoso, principalmente quando associadas a outras doenças de ocorrência frequente nesta população. Considerando a elaboração de um plano alimentar para uma pessoa de 79 anos de idade, do sexo feminino, que não consegue manter-se em equilíbrio sobre uma balança e que é portadora de uma doença infecciosa, avalie as afirmativas a seguir. I – A avaliação nutricional pela antropometria pode ser feita com a adoção de fórmulas de estimativa de peso que utilizam as circunferências do braço e da panturrilha, além da dobra cutânea subescapular e altura do joelho. II – O colesterol sérico pode ser utilizado como marcador de desnutrição, pois a hipocolesterolemia é resultado da menor síntese hepática e da secreção de lipoproteínas. III – Na avaliação bioquímica do estado nutricional, pode ser feita a mensuração da albumina sérica, uma vez que, no caso da idosa, a redução dessa proteína indicaria perda de peso e de massa muscular. IV – Na estimativa da estatura, pode-se medir o comprimento ou a altura do joelho, por se considerar que a medida em membros inferiores não é afetada pela diminuição das dimensões ósseas. É correto apenas o que se afirma em: 130 Unidade II A) I e II. B) I e III. C) III e IV. D) I, II e IV. E) II, III e IV. Resposta correta: alternativa D. Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. Justificativa: a equação da estimativa de peso utiliza medidas da circunferência da panturrilha, da altura do joelho, da circunferência do braço e da dobra cutânea subescapular. II – Afirmativa correta. Justificativa: a hipocolesterolemia (abaixo de 150 mg/dl) tem sido estudada como índice prognóstico em desnutrição. III – Afirmativa incorreta. Justificativa: a diminuição da albumina sérica não está relacionada à perda de peso e à perda de massa muscular. A concentração sérica de albumina pode estar alterada em situações patológicas, como,por exemplo, infecções. IV – Afirmativa correta. Justificativa: a equação da estimativa de altura utiliza a idade e a medida da altura do joelho, pois essa medida parece sofrer poucas alterações com o envelhecimento e reflete a medida de ossos longos. 131 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 1 CARVALHO, A. S. et al. Composição corporal funcional: breve revisão. Caderno de Educação Física e Esporte, Marechal Cândido Rondon, v. 16, n. 1, p. 239, 2018. Figura 2 BRASIL. Ministério da Saúde. Antropometria: como pesar e medir. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. p. 13 e 23. Figura 3 BRASIL. Ministério da Saúde. Antropometria: como pesar e medir. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. p. 41 e 51. Figura 4 BRASIL. Ministério da Saúde. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde: norma técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – Sisvan. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. p. 36. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ orientacoes_coleta_analise_dados_antropometricos.pdf. Acesso em: 10 dez. 2020. Figura 5 BRASIL. Ministério da Saúde. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde: norma técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – Sisvan. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. p. 37. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ orientacoes_coleta_analise_dados_antropometricos.pdf. Acesso em: 10 dez. 2020. Figura 6 MUSSOI, T. D. Avaliação nutricional na prática clínica: da gestação ao envelhecimento. 1. ed. Rio de Janeiro: Gen; Guanabara Koogan, 2017. p. 7. Figura 7 MUSSOI, T. D. Avaliação nutricional na prática clínica: da gestação ao envelhecimento. 1. ed. Rio de Janeiro: Gen; Guanabara Koogan, 2017. p. 83. Figura 8 REIS, N. T.; CALIXTO-LIMA, L. Nutrição clínica: bases para prescrição. 1. ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2015. p. 78. 132 Figura 9 REIS, N. T.; CALIXTO-LIMA, L. Nutrição clínica: bases para prescrição. 1. ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2015. p. 64. Figura 10 REIS, N. T.; CALIXTO-LIMA, L. Nutrição clínica: bases para prescrição. 1. ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2015. p. 79. Figura 11 A) ROSSI, L.; CARUSO, L.; GALANTE, A. P. Avaliação nutricional: novas perspectivas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. p. 90. B) PUJOL, A. P. Nutrição aplicada à estética. Rio de Janeiro: Rubio, 2011. p. 189. Figura 12 ROSSI, L.; CARUSO, L.; GALANTE, A. P. Avaliação nutricional: novas perspectivas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. p. 90. Figura 13 ROSSI, L.; CARUSO, L.; GALANTE, A. P. Avaliação nutricional: novas perspectivas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. p. 88. Figura 14 ROSSI, L.; CARUSO, L.; GALANTE, A. P. Avaliação nutricional: novas perspectivas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. p. 88. Figura 15 ROSSI, L.; CARUSO, L.; GALANTE, A. P. Avaliação nutricional: novas perspectivas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. p. 88. Figura 16 ROSSI, L.; CARUSO, L.; GALANTE, A. P. Avaliação nutricional: novas perspectivas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. p. 88. 133 Figura 17 ROSSI, L.; CARUSO, L.; GALANTE, A. P. Avaliação nutricional: novas perspectivas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. p. 88. Figura 18 ROSSI, L.; CARUSO, L.; GALANTE, A. P. Avaliação nutricional: novas perspectivas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. p. 88. Figura 19 ROSSI, L.; CARUSO, L.; GALANTE, A. P. Avaliação nutricional: novas perspectivas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. p. 88. Figura 20 ROSSI, L.; CARUSO, L.; GALANTE, A. P. Avaliação nutricional: novas perspectivas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. p. 88. Figura 21 ROSSI, L.; CARUSO, L.; GALANTE, A. P. Avaliação nutricional: novas perspectivas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. p. 88. Figura 22 MUSSOI, T. D. Avaliação nutricional na prática clínica: da gestação ao envelhecimento. 1. ed. Rio de Janeiro: Gen; Guanabara Koogan, 2017. p. 156. Figura 23 A) ROSSO, P. A new chart to monitor weight gain during pregnancy. The American Journal of Clinical Nutrition, v. 41, n. 3, p. 649,1985. B) ROSSO, P. A new chart to monitor weight gain during pregnancy. The American Journal of Clinical Nutrition, v. 41, n. 3, p. 650,1985. Figura 24 BRASIL. Ministério da Saúde. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde: norma técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – Sisvan. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. p. 28. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ orientacoes_coleta_analise_dados_antropometricos.pdf. Acesso em: 10 dez. 2020. 134 Figura 25 BRASIL. Ministério da Saúde. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde: norma técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – Sisvan. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. p. 27. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ orientacoes_coleta_analise_dados_antropometricos.pdf. Acesso em: 10 dez. 2020. Figura 26 WHO. Child growth standards: length/height-for-age, weight-for-age, weight-for-length, weight-for- height and body mass index-for-age: methods and development. Geneva: WHO, 2006. Disponível em: https://www.who.int/docs/default-source/child-growth/child-growth-standards/indicators/weight-for- length-height/cht-wfl-boys-p-0-2.pdf?sfvrsn=525d22e9_2. Acesso em: 18 dez. 2020. Figura 27 WHO. Child growth standards: length/height-for-age, weight-for-age, weight-for-length, weight-for- height and body mass index-for-age: methods and development. Geneva: WHO, 2006. Disponível em: https://www.who.int/docs/default-source/child-growth/child-growth-standards/indicators/weight-for- length-height/cht-wfl-girls-p-0-2.pdf?sfvrsn=8029dfdb_2. Acesso em: 18 dez. 2020. Figura 28 WHO. Child growth standards: length/height-for-age, weight-for-age, weight-for-length, weight-for- height and body mass index-for-age: methods and development. Geneva: WHO, 2006. Disponível em: https://www.who.int/docs/default-source/child-growth/child-growth-standards/indicators/length- height-for-age/cht-hfa-boys-p-2-5.pdf?sfvrsn=b6ff59f8_6. Acesso em: 18 dez. 2020. Figura 29 WHO. Child growth standards: length/height-for-age, weight-for-age, weight-for-length, weight-for- height and body mass index-for-age: methods and development. Geneva: WHO, 2006. Disponível em: https://www.who.int/docs/default-source/child-growth/child-growth-standards/indicators/length- height-for-age/cht-hfa-girls-p-2-5.pdf?sfvrsn=c5f19457_6. Acesso em: 18 dez. 2020. Figura 30 WHO. Child growth standards: length/height-for-age, weight-for-age, weight-for-length, weight-for- height and body mass index-for-age: methods and development. Geneva: WHO, 2006. Disponível em: https://www.who.int/docs/default-source/child-growth/child-growth-standards/indicators/weight-for- age/cht-wfa-boys-p-0-5.pdf?sfvrsn=7a899731_6. Acesso em: 18 dez. 2020. 135 Figura 31 WHO. Child growth standards: length/height-for-age, weight-for-age, weight-for-length, weight-for- height and body mass index-for-age: methods and development. Geneva: WHO, 2006. Disponível em: https://www.who.int/docs/default-source/child-growth/child-growth-standards/indicators/weight-for- age/cht-wfa-girls-p-0-5.pdf?sfvrsn=d4a8e3bc_6. Acesso em: 18 dez. 2020. Figura 32 WHO. Child growth standards: head circumference-for-age, arm circumference-for-age, triceps skinfold- for-age and subscapular skinfold-for-age: methods and development. Geneva: WHO, 2007. Disponível em: https://www.who.int/growthref/cht_wfa_boys_perc_5_10years.pdf. Acesso em: 4 fev. 2021. Figura 33 WHO. Child growth standards: head circumference-for-age, arm circumference-for-age, triceps skinfold-for-age and subscapular skinfold-for-age: methods and development. Geneva: WHO, 2007. Disponível em: https://www.who.int/docs/default-source/child-growth/growth-reference-5-19- years/weight-for-age-(5-10-years)/cht-wfa-girls-perc-5-10years.pdf?sfvrsn=757939d1_4. Acesso em: 18 dez. 2020. Figura 34 WHO. Child growth standards: length/height-for-age, weight-for-age, weight-for-length, weight-for- height and body mass index-for-age: methods and development. Geneva: WHO, 2006. Disponível em: https://www.who.int/docs/default-source/child-growth/child-growth-standards/indicators/body-mass- index-for-age/cht-bfa-boys-p-0-5.pdf?sfvrsn=bcc96270_0. Acesso em: 18 dez. 2020. Figura 35 WHO. Child growth standards: length/height-for-age, weight-for-age, weight-for-length, weight-for- height and body mass index-for-age: methods and development. Geneva: WHO, 2006. Disponível em: https://www.who.int/docs/default-source/child-growth/child-growth-standards/indicators/body-mass- index-for-age/cht-bfa-girls-p-0-5.pdf?sfvrsn=f559fdfc_2. Acesso em: 18 dez. 2020. Figura 36 WHO. Child growth standards: head circumference-for-age, arm circumference-for-age, triceps skinfold-for-age and subscapular skinfold-for-age: methods and development. Geneva: WHO, 2007. Disponível em: https://www.who.int/docs/default-source/child-growth/growth-reference-5-19- years/bmi-for-age- (5-19-years)/cht-bmifa-boys-perc-5-19years.pdf?sfvrsn=5aad7915_4. Acesso em: 18 dez. 2020. 136 Figura 37 WHO. Child growth standards: head circumference-for-age, arm circumference-for-age, triceps skinfold-for-age and subscapular skinfold-for-age: methods and development. Geneva: WHO, 2007. Disponível em: https://www.who.int/docs/default-source/child-growth/growth-reference-5-19- years/bmi-for-age- (5-19-years)/cht-bmifa-girls-perc-5-19years.pdf?sfvrsn=34a 47a9b_4. Acesso em: 18 dez. 2020. Figura 38 WHO. Child growth standards: length/height-for-age, weight-for-age, weight-for-length, weight-for- height and body mass index-for-age: methods and development. Geneva: WHO, 2006. Disponível em: https://www.who.int/docs/default-source/child-growth/child-growth-standards/indicators/length- height-for-age/cht-lhfa-boys-p-0-5.pdf?sfvrsn=878a2d74_6. Acesso em: 18 dez. 2020. Figura 39 WHO. Child growth standards: length/height-for-age, weight-for-age, weight-for-length, weight-for- height and body mass index-for-age: methods and development. Geneva: WHO, 2006. Disponível em: https://www.who.int/docs/default-source/child-growth/child-growth-standards/indicators/length- height-for-age/cht-lhfa-girls-p-0-5.pdf?sfvrsn=d15415dc_6. Acesso em: 18 dez. 2020. Figura 40 WHO. Child growth standards: head circumference-for-age, arm circumference-for-age, triceps skinfold-for-age and subscapular skinfold-for-age: methods and development. Geneva: WHO, 2007. Disponível em: https://www.who.int/docs/default-source/child-growth/growth-reference-5-19- years/bmi-for-age- (5-19-years)/cht-bmifa-boys-perc-5-19years.pdf?sfvrsn=5aad7915_4. Acesso em: 18 dez. 2020. Figura 41 WHO. Child growth standards: head circumference-for-age, arm circumference-for-age, triceps skinfold-for-age and subscapular skinfold-for-age: methods and development. Geneva: WHO, 2007. Disponível em: https://www.who.int/docs/default-source/child-growth/growth-reference-5-19- years/height-for-age- (5-19-years)/cht-hfa-girls-perc-5-19years.pdf?sfvrsn=f90a33cf_4. Acesso em: 18 dez. 2020. Figura 44 COUTINHO, M. F. G. Crescimento e desenvolvimento na adolescência. Revista de Pediatria SOPERJ, Rio de Janeiro, v. 12, supl 1, n. 1, p. 31, 2011. 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Figura 49 MUSSOI, T. D. Avaliação nutricional na prática clínica: da gestação ao envelhecimento. 1. ed. Rio de Janeiro: Gen; Guanabara Koogan, 2017. p. 158. Figura 50 BRITTO, E. P.; MESQUITA, E. T. Bioimpedância elétrica aplicada à insuficiência cardíaca. Revista da Socerj, Rio de Janeiro, v. 21, n. 3, p. 180, 2008. Figura 51 REIS, N. T.; CALIXTO-LIMA, L. Nutrição clínica: bases para prescrição. 1. ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2015. p. 66. Figura 52 SAMPAIO, L. R. Avaliação nutricional. Salvador: EDUFBA, 2012. p. 135. 138 REFERÊNCIAS Textuais ABESO. Diretrizes brasileiras de obesidade 2016. 4. ed. São Paulo: Abeso, 2016. Disponível em: https:// abeso.org.br/wp-content/uploads/2019/12/Diretrizes-Download-Diretrizes-Brasileiras-de- Obesidade-2016.pdf. Acesso em: 10 dez. 2020. ABNT. ISO/TR 12. 300: informática em saúde – princípios de mapeamento entre sistemas terminológicos. Rio de Janeiro: ABNT, 2016. ALMEIDA, R. A.; TIENGO, A.; BERNARDES, A. C. B. 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