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Leonardo Mollmann Teorias da Comunicacao

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UNIPAMPA - Universidade Federal do Pampa
Campus São Borja
Bacharelado em Relações Públicas
Teoria da Comunicação
Prof. Marcela Guimarães da Silva 
Discente Leonardo Mollmann
Matrícula: 2010100076
Data: 25/04/2021
Rio Grande do Sul
São Borja - 2021
Teoria Crítica
	A Escola de Frankfurt caracterizou-se por produzir uma teoria crítica da sociedade e cultura contemporânea, atuando em específico nas ciências sociais. Utilizando-se de ideais marxistas e realizando uma análise da produção midiática como efeito da era capitalista, essa teoria tem por objetivo desvendar a natureza industrial das informações presentes em obras, como por exemplo filmes e músicas. 
	Essa nomenclatura indica o grupo de cientistas sociais e filósofos da Alemanha que desencadearam esse movimento de crítica à sociedade e à cultura contemporâneas partindo da fundação de um Instituto de Pesquisas Sociais. Esse Instituto era inicialmente financiado com recursos ofertados pela família de Felix Weil, mais tarde esse Instituto se incorporou a um dos departamentos da Universidade de Frankfurt. Nesse contexto, podem-se observar grandes nomes que integraram nesse grupo: Friedrich Pollock, Carl Grünberg, Max Horkheimer, Karl Wittfogel, Theodor W. Adorno, Walter Benjamin, Karl Korsch, Herbert Marcuse, Erich Fromm e Jürgen Habermas. 
	Nessa teoria, o termo indústria cultural substitui a expressão cultura das massas, uma vez que nesse período a cultura de massa era vista como uma maneira camuflada de indicar que essa cultura era parte das bases sociais e era produzida pela própria massa. Industria cultural, apresentado por Adorno e Horkheimer na obra A dialética do Iluminismo, era o processo de massificação da cultura como forma de manutenir os sistemas econômicos e sociais através do consumo, e que, por meio deste, levou ao enfraquecimento dos laços sociais. Os defensores dessa teoria, mencionados anteriormente, acreditavam que temas, símbolos e formatos eram obtidos a partir de mecanismos de repetição e produção em massa, o que tornava a arte adequada para ser produzida e consumida em larga escala. Dessa forma, a mídia padronizava a arte como um produto qualquer da indústria, perdendo a essência artística única e original da obra. Ainda nessas preposições, Adorno e Horkheimer acreditavam que os tempos modernos proporcionaram um ideal de que os indivíduos não são apenas livres e distintos, mas que podem ser protagonistas na construção de uma sociedade capaz de permitir uma vida justa e de realização individual.
	Essa escola defendia a ideia de que as críticas propostas contra a sociedade pudessem proporcionar transformações substanciais, dispondo de ideias revolucionárias, não apenas processos meramente reformistas. Também reconheciam que os fenômenos da comunicação poderiam ser investigados apenas dentro de um determinado contexto social e que os meios de comunicação apenas mediavam e não determinavam o processo da comunicação. Uma das maiores contribuições dessa Escola foi compreender a mídia a partir do surgimento do Capitalismo no século XX. Nesse sentido, os seus teóricos acreditam que nessa Industria Cultural o indivíduo apenas realiza o consumo dos produtos de mídia de modo passivo, uma vez que o esforço de refletir e pensar sobre a essência da obra é algo dispensável, pois a obra “pensaria” pelo sujeito que a consome, e a partir disso, o consumidor acredita ser soberano nas suas escolhas quando, na verdade, ele representa apenas um objeto dessa indústria, pois a mídia tem o poder de implantar essa necessidade de consumo no indivíduo, e não o contrário. 
	A partir disso, os meios de comunicação de massa, que são os canais de acesso à informação, tornam-se elementos de formação da consciência política, social e econômica dos indivíduos, não preocupando aos teóricos da Escola de Frankfurt o conteúdo desses meios, mas sim a necessidade de a sociedade estar em contato com eles visto que estes representam a sua janela para a vida, e por consequência dessa representação, esses teóricos criticavam a ausência da popularidade, ou diversidade cultural, nessa cultura de massa pois boa parte desse conteúdo cultural que era consumido carregava uma ideologia pertencente a um determinado grupo social, o que ocasionava submissão das massas à esse padrão ideológico e comportamental. Portanto, essa escola procurava denunciar os interesses que se encontravam implícitos a existência do mercado capitalista da mídia, que se tornou o responsável pela disseminação de padrões comportamentais, os estereótipos, presentes até hoje em nossa sociedade.
	Partindo desses ideais, pode-se observar que a sociedade se encontra dependente de marcas e produtos, bem como os noticiários se encarregam de informar até aquilo que não é interesse dos indivíduos, mas sim, a necessidade do consumo em massa. Essas ideias são fortemente reforçadas através da observação de que o consumo atual segue uma linha de indicação da massa, como por exemplo, a indicação de filmes mais vistos, músicas mais tocadas, livros que estão no ranking dos best-sellers, etc. As influências da mídia podem ser vistas como boas ou ruis, para a Teoria Crítica, pois seguir os padrões impostos pode ser uma maneira de inclusão social, só existe uma necessidade de tomar um cuidado (por isso pode ser vista como ruim), pois essa inclusão pode gerar alienação e dependência, tornando o indivíduo menos autônomo em suas escolhas. Como resolução dessa problemática, esses teóricos acreditam que o indivíduo precisa ser o objeto de seu futuro histórico e que esse sujeito atente para ser mais crítico com o que lhe é apresentado como sendo natural e necessário, deixando de ser acomodado com o que lhe é imposto para que, a partir dessa nova perspectiva, a mídia possua menos influência. 
Abordagem Latino-Americana
	Enquanto os norte-americanos se preocupavam com os aspectos éticos e o papel da imprensa nas comunicações, os latino-americanos começaram a se dedicar, a partir dos anos 70 e com maior intensidade a partir dos anos 80, com pesquisas sobre os interesses de classe e de propriedade dos meios de comunicação, utilizando-se de referencia teórica os autores da Escola de Frankfurt, bem como alguns pensadores marxistas. Nesse contexto histórico, onde a maioria da população era analfabeta e até então isolada dos principais fatos do mundo, inclusive nos centros urbanos, começam a ocorrer o contato diário com os grandes meios de comunicação de massa, o rádio e a televisão. O processo de industrialização e de urbanização, ocorridos duzentos anos após a Revolução Industrial, bem como o acesso aos meios de comunicação eletrônicos, acabam por determinar as principais preocupações teóricas das pesquisas em comunicação no continente Latino-Americano, o “jeito [norte] americano de estilo de vida”, baseado no consumismo e que se espalhou pelo mundo todo após a ocorrência da Segunda Guerra Mundial.
	Para tanto, essas abordagens do estudo da comunicação latino-americanas tinham como objetivo propor uma teoria própria embasada na Teoria da Dependência, da Manipulação e da Teoria do Imperialismo Cultural. A problemática emergente era relacionada a comunicação vinda dos países desenvolvidos para os países subdesenvolvidos, hoje em desenvolvimento, que envolviam questões como a resistência política, econômica e cultural desses países em desenvolvimento, uma vez que o modelo de influência presentes nessas comunicações passa a ser questionado. 
	A partir disso, a comunicação é vista como um processo e emerge o conceito de retroalimentação, quando os emissores, nesse caso latino-americanos, obtém uma resposta ou reação dos receptores, população latino-americana, às suas mensagens transmitidas (estilo de vida norte-americano) e surge a percepção sobre a influência que essa mensagem estava agregando aos comportamentos e a cultura da população latino-americana, demandando a necessidade de realizar pesquisas e estudos que proporcionassem mudanças sociais, uma vez que a percepção dos estudiosos dessas abordagens latino-americanasproporcionou críticas sobre as teorias da comunicação norte-americanas, teorias essas que eram embasadas na manipulação, persuasão e na influência, tornando a comunicação um processo vertical, assimétrico, autoritário e antidemocrático, pois era voltado único e exclusivamente aos interesses do sistema capitalista. 
	Portanto, os pensadores latino-americanos entendiam a comunicação como um processo de integração social, que se baseia no intercambio de símbolos entre sujeitos que compartilham de modo voluntário as suas experiências em condições de acesso livre, igualitário, dialógico e participativo, ou seja, entendem a cultura de massa e popular como pertencentes a cultura erudita, e não como culturas distintas, mas sim nessa dimensão antropológica. Portanto, as mediações começam a se dar para além dos meios de comunicação de massa (televisão, rádio, jornal, etc.) mas sim sobre os gêneros presentes nesses, ou seja, não é mais a televisão, mas sim a telenovela, o telejornal, o programa cultural, enfim, que se constitui como a estratégia de comunicabilidade entre os emissores e os receptores. Nesse sentido, a conexão estabelecida entre os emissores e receptores, para além da presença física do meio de comunicação de massa, é que passa a ser observada e avaliada. Essa comunicação está presente em todos as dimensões sociais, não limitando-se apenas aqueles meios de comunicação, mas torna-se uma prática social exercida em casa, no mercado, nas escolas, igrejas, etc. e é sob essa prática social, que a abordagem latino-americana desloca o seu olhar da mídia para a recepção do conteúdo transmitido pela mídia. 
	Partindo dessas percepções sobre essas abordagens latino-americanas, pode-se observar as perspectivas advindas desses estudos: na conexão entre a comunicação e a identidade cultural, explorando o papel da comunicação na constituição da identidade cultura; na comunicação e cultura popular, buscando compreender a audiência não apenas como receptora, mas como protagonista e produtora de sentidos a partir da sua realidade; as tecnologias de informação e comunicação, na tentativa de compreender os seus impactos sobre a sociedade, o mercado e o Estado; e o debate sobre a informação transnacional, que evolui do diagnostico e da denuncia para a elaboração de conceitos próprios.
	Dentro desse contexto, torna-se interessante abordar as relações entra a cultura de massa e a cultura popular, uma vez que esses processos comunicacionais tiveram que ser emoldurados a partir das percepções tomadas da recepção que os espectadores tinham das mensagens transmitidas até eles como cultura de massa e ocorrerá uma reestruturação desses termos. Como comunicação libertadora, entende-se que ainda que trabalhe na promoção da libertação, sozinha ela não possui esse poder, porém ela proporciona que a cultura popular tome voz no enfrentamento à comunicação de massa. A comunicação popular por sua vez deve ser entendida pelo contexto em que ocorre, não pelo seu conteúdo ou forma, pois ela é responsável pelo processo de empoderamento dos grupos sociais minoritários, servindo como base para o exercício de cidadania das classes mais populares (exemplo rádio poste, rádio popular). Já a comunicação alternativa emerge a partir da demanda da comunicação popular como um meio ou um modo próprio de comunicar, ou seja, ela dá ouvidos as minorias sociais criando maneiras para que essas minorias se expressem de forma simbólica e cultural (exemplo festas e celebrações populares).
	 
Os estudos culturais
	O estudo das culturas teve seu início através de pesquisas do Centro Contemporâneo de Estudos Culturais na Escola de Birmigham, na Inglaterra, na década de 60, no período pós 2ª Guerra Mundial. Tinha como foco principal o estudo das relações culturais contemporâneas, bem como a sociedade, e pretendia compreender as formas culturais, as instituições e práticas culturais, também compreendia as relações com a sociedade e as mudanças sociais provenientes dessas práticas. Por se tratar de uma teoria multidisciplinar, não pode ser reduzida ao campo da comunicação pois da conta de uma diversidade de objetos de investigação. Em sua perspectiva, os Estudos das Culturas compreendem a cultura como a manifestação heterogênea e diferenciada, que não significa apenas a sabedoria recebida ou experiencia passiva, ou seja, o que é passado de geração para geração de modo passivo, mas sim como um grande número de intervenções ativas nas quais se inscreve a Mídia.
	Nesta teoria, os princípios desses estudos são caracterizados pela percepção da realidade como uma construção social, assim como a identidade. As crenças, por sua vez, são embasadas em percepções da realidade. No que tange a sociedade, essa teoria compreende que a sociedade é marcada através da luta pelo poder. Os códigos culturais proporcionam identidades tanto para o produtor como para o receptor. O real cotidiano é feito a partir dos valores e das rotinas experimentadas diretamente pelos indivíduos em sociedade, enquanto o real midiático é percebido através da relação de tudo que se concebe como símbolo por meio dos meios massivos de comunicação. Partindo desses conceitos, as diferenças entre essas realidades, assim como conflitos e contradições, e as intersecções e identidades, acabam por constituir o que pode ser denominado como real social.
	A identidade dessa teoria se concebe pelo papel dos meios de comunicação na construção de identidades de gênero, de classe, geracionais e culturais. As relações de cultura e poder também são princípios desses estudos, particularmente as que correspondem as desigualdades de poder relacionadas a raça, classe, gênero e colonialismo. Também são analisados o papel dos símbolos (linguagem, imagens visuais) no que diz respeito a criação de significado, em essencial na relação das questões de poder. Outra análise principal dessa teoria se dá através da representação como uma forma de comunicação, seja pela língua falada e escrita, bem como a música, a TV, a mídia impressa, etc., que apresentam, representam, formam e distorcem o significado cultural. Os estudos das culturas analisam ainda como a propriedade da produção cultural interfere nos produtos e nas interpretações. 
	Nessa teoria, destacam-se os principais investigadores que realizavam esses estudos culturais: Richard Hoggart, que realizava pesquisas sobre os materiais culturais, observando a cultura popular não como algo submisso ao sistema, mas sim como uma forma de resistência na luta de classes; Raymond Willians, que realizava estudos que mostravam a cultura como uma categoria-chave que conectava a analise literária com a investigação social; Edward Thompson, que percebia como a cultura era uma rede vivida de práticas e relações que constituíam a vida cotidiana, onde o papel do individuo estava em primeiro plano, ou seja, não compreendia a cultura como uma forma de vida global, mas sim como um enfrentamento aos diferentes modos de vida; e Stuart Hall que por sua vez incentivou o desenvolvimento da investigação sobre as práticas de resistência da subcultura e da analise dos meios de comunicação de massa identificando o seu papel central na direção da sociedade.
	A teoria dos Estudos das Culturas tem por base uma tríade composta pela Cultura, História e Sociedade. Nessa tríade a concepção de cultura é ampliada, uma vez que reconhece que a cultura não é uma entidade hegemônica ou homogênea, e que seu significado não se resume apenas a sabedoria recebida pela família (geração para geração) ou de demais instituições, ou seja, a cultura não é estática e por consequência disso, modifica-se ao longo da história. Essa teoria ainda chama a atenção para a o fato de que mulheres e homens realizam o consumo de produtos culturais não de forma passiva, mas pela atividade humana inscrita nesse processo e, nesse sentido, pode se relacionar a produção, distribuição e recepção cultual com as práticas econômicas, que estão relacionadas intimamente a constituição do sentido cultural, pois a cultura mesmo que manifestada emformas materiais e simbólicas, também se constitui em um espaço entre o econômico e o social, ode a atividade criativa é condicionada. 
	Dessa forma, os estudos das culturas não descrevem a cultura exclusivamente pela dimensão da economia, uma vez que a cultura não é determinada apelas pela economia, mas sim pelas demais dimensões que a constituem e, desse modo, a cultua possui uma autonomia relativa. Portanto, quando os estudos das culturas reconhecem o quanto ela é expressa em rituais da vida cotidiana da sociedade, das instituições e das práticas, a ideia de que a cultura é expressada apenas pelos artefatos é rompida. Dentre as dimensões que os estudos das culturas podem ser citadas a sociologia, a história e a antropologia, pois esse campo de estudos se preocupa em compreender as mais diversas formas de manifestação das culturas populares, até então marginalizadas, dando a devida atenção por serem representativas na constituição cultural e social de um determinado grupo, como por exemplo o estudo das classes trabalhadoras. Tendo compreensão de que é impossível atrair a análise da cultura das relações de poder e de estratégias de mudança social, torna-se compreensível a multiplicidade dos objetos de investigação desses estudos.
	Em uma analise da historicidade, pode-se observar que no início dos anos 70 surgem vários estudos acerca das mais variadas subculturas que pareciam resistir à alguns aspectos da estrutura dominante de poder. Em seguida, emergiram um os interesses sobre os meios de comunicação de massa sob a ótica de não ser apenas um instrumento de entretenimento, mas como uma aparelhagem ideológica do Estado. Ao final da década de 70, a temática da recepção e a densidade do consumo midiático começaram a ser investigados por esses estudos das culturas. 
	Nos anos 80 os estudos dessa teoria passaram a ser direcionados para a audiência e não mais para a produção. Como exemplo a ser citado temos o feminismo, que começou a ser investigado nos anos 70, mas ganhou mais espaço nos anos 80 e passou a ser investigada a questão de gênero como uma categoria pois passou-se a entender que esse grupo era ativo economicamente e socialmente. Nos anos 90 emergiram as investigações acerca da audiência que procuravam capturar as experiencias e a capacidade das ações dos mais diversos grupos sociais, que eram vistos à luz das relações de identidade com o âmbito global, local e individual. A partir disso, os meios de comunicação de massa e os estudos das culturas se encontram pela forte inclinação acerca da reflexão sobre o papel dos meios de comunicação de massa na constituição das identidades, sendo está, a questão central dos estudos das culturas na atualidade.
Pós-modernidade e os Meios de Comunicação
	Entende-se pelo conjunto de fenômenos sociais, culturais e políticos da sociedade pós período Industrial, nas duas últimas décadas do século XX. Compreende-se pelos fluxos de informação e o tratamento automático de dados que dão características a esse período, tal qual a Modernidade é caracteriza pela urbanização, a mecanização, a forte presença do Estado e o acesso aos meios de comunicação. Desse modo, esse período é caracterizado pelo processo da aceleração da produção tecnológica e a multiplicação dos produtos de alta tecnologia, que permitiram na ação simultânea e cooperada das informações armazenadas e da comunicação, ou seja, das praticas discursivas e trocas simbólicas, que proporcionaram a expansão dos mercados, a extensão do consumos de bens, bem como acabaram por reforçar a concentração do capital em gigantes conglomerados, principalmente nas corporações que tem na difusão coletiva sua própria razão de ser (POLISTCHUK, TRINTA, 2008, p. 143).
	A partir dessa conceituação, pode se entender que o indivíduo em sociedade passa a viver em um mundo de representações e aparência, em que a sua realidade é representada através da técnica ou tecnologia, eliminando todas as diferenças entre o real e o imaginário. Nesse sentido, a comunicação e a cultura foram desterritorializadas, e os meios de comunicação tiveram potencialização em suas capacidades tecnológicas, transformando-se em palco de representações, disputando com as instituições tradicionais os domínios hegemônicos da construção de sentidos que sejam valorizados socialmente, ou seja, criam então a nova ambiência, denominada como o 4º bios de Muniz Sodré. 
	Uma vez que os frankfurtianos acreditavam que o indivíduo era um ser unidimensional, Jesús Martín-Barbero interessou-se, pioneiramente, pelas mediações, por ir contra essa concepção dos frankfurtianos, bem como, dos ideais marxistas da comunicação que reconheciam apenas a relação unilateral entre um emissor-dominante e um receptor-dominado. A partir disso, Martín-Barbero propôs que se realizasse uma observação do espaço de mediação entre o emissor e o receptor, onde existem inúmeras variáveis que fazem com que as mensagens enviadas pelos emissores possam não ser interpretadas, ou captadas, da mesma forma pelos receptores.
	Apesar destas percepções inovadoras, o estudioso não nega a existência dos mecanismos de manipulação, das interações tensionais e dos meios de comunicação como organizadores das percepções e como atuantes das reorganizações das experiencias, entre as relações dos emissores e receptores. Portanto, Martín-Barbero verifica a negociação de sentidos, essa mediação por todas as instancias presentes no cotidiano social, pois mediar toma-se como o ponto de referencia em comum entre duas partes, nesse caso, emissor e receptor. Essas mediações nada mais são do que estratégias de comunicação, onde o indivíduo representa a si mesmo e aquilo que ocorre em seu entorno, produzindo sentidos ao mesmo e nessas mediações, filtros purificados são propostos por ambos os atores desse processo.
	Nesses filtros mediadores, podemos destacar a mediação estrutural que compreende as distinções de classes sociais (repertório, bagagem cultural de cada um), a mediação institucionalizada proposta pela escola, igreja, partido político, etc., a mediação conjuntural, que recai sobre o receptor a partir da consideração do seu contexto com o objetivo de compreender a percepção deste para com o mundo, e a mediação tecnológica que estuda a eficiência de mecanismos técnicos para a produção e para a proposição de significados. Como exemplo, podemos observar a TV como um dispositivo de mediação (ação mediadora da Mídia), dessa forma, os agentes de mediação, empresas de telecomunicações, possuem o encargo de dar uma estrutura que represente os fatos ocorridos à uma recepção de um público que não é homogêneo. Para que possua sentido, esses agentes de mediação seguem algumas regras e normas, ou seja, a gramatica de produção para que o público consiga reconhecer na recepção e o receptor, nessa negociação mediação, não possui apenas o papel de recebedor dessas mensagens, mas sim como um produtor de sentidos.
	No modelo teórico-recepcional, o processo de recepção é o fator explicativo das mediações, não mais a ação da mídia, sendo assim, se aquilo que se recebe é atribuído algum significado, passa a fazer algum sentido. Nesse modelo, o sentido de uma mensagem está presente no processo do Emissor – Meio de Comunicação – Receptor, e por meio da interação contínua desse processo, onde um ato comunicacional deve possuir um sentido. Para que a eficácia dos efeitos de sentidos, que podem ser provocados, é dependente da consistência e da repetição das trocas sociais ou das partilhas culturais, marcadas por algum motivo ou por muita afetividade. Nesse sentido, esse modelo teórico realça o diálogo produtivo entre um individuo que aprecia uma obra de arte, bem como a obra de arte do individuo que a aprecia, como por exemplo um leitor de um texto literário que interage com aquela obra que está contemplando. 
	Nesse contexto, a recepção supõe que existe uma modalidade de interação entre o produtor e o consumista, interação esta que determinará a constituição de um sentido da parte do leitor-espectador-ouvinte. Para isso, a troca ouatribuição de sentido é dependente do contexto social, econômico, cultural e político, bem como do lugar e do momento da recepção. Guilherme Orozco Gómez entende a recepção como um processo que possui lugar, e é antes, durante e após o ato de ver televisão por exemplo. O individuo possui um repertório próprio, no qual realiza negociações da relação da mensagem recebida e por consequência disto, aceita, recusa ou conta da sua maneira o que viu e ouviu. A partir disso, essa mensagem circula nos mais diversos ambientes e em todos eles, o fenômeno da apropriação continuada das mensagens recebidas é observado. 
	Por mais que o receptor possua a sua autonomia, essa autonomia é considerada relativa, uma vez que o receptor se encontra entrelaçado em determinada formação social, com as suas práticas discursivas próprias. Desse modo, os meios de comunicação são atores sociais que falam a mesma língua dos receptores, constituindo assim um espaço social que é elevado na condição de memória cultural e propriedade coletiva. Esses meios de comunicação exercem um poder simbólico, ainda que nem sempre com sucesso, mas atentos aos códigos de expressão dos segmentos sociais distintos para expressão as suas mensagens e, assim, obter a aceitação.
	
	
	
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PENNA, Antonio Gomes. A Escola de Frankfurt e a psicologia. Arq. Bras. Psic., Rio de Janeiro – RS, abr./jun. 1986.
SILVA, Marcela Guimarães e. Escola de Frankfurt e Abordagem LA. Universidade Federal do Pampa, Campus São Borja. São Borja, RS. Disponível em:<https://moodle.unipampa.edu.br/moodle/pluginfile.php/599923/mod_resource/content/2/Escola%20de%20Frankfurt%20e%20Abordagem%20LA.pdf>. Acesso em: 25 de abril de 2021. 
SILVA, Marcela Guimarães e. Estudos Culturais e Pós-Modernidade. Universidade Federal do Pampa, Campus São Borja. São Borja, RS. Disponível em:<https://moodle.unipampa.edu.br/moodle/pluginfile.php/599925/mod_resource/content/1/Estudos%20Culturais%20e%20P%C3%B3s-Modernidade.pdf>. Acesso em: 25 de abril de 2021. 
OLIVEIRA, Gevan. Teorias da comunicação. PAUTAR – Comunicando na Prática. Disponível em: <https://pautar.com.br/teorias-da-comunicacao>. Acesso em: 25 de abril de 2021.
GOÉS, Laércio Torres de. Estudos Culturais. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/laerciogoes/aula-estudos-culturais-teorias-da-comunicao>. Acesso em: 25 de abril de 2021. 
HOLFELDT, Antônio; MARTINO, Luiz Carlo; FRANÇA, Vera Veira. Teorias da Comunicação: conceitos, escolas e tendências. Petrópolis, RJ: VOZES, 2001. PÁGINAS: 151-170.
POLISTCHUK, Inana e TRINTA, Aloísio R. Teorias da Comunicação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. PÁGINAS: 143-156.

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