Buscar

VERBETE - Estágio de desenvolvimento capitalismo[7222]

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Estágio de desenvolvimento tardio /capitalismo tardio /capitalismo 
contemporâneo: 
 
VERBETE – HISTEDBR - Unicamp 
O estágio de desenvolvimento contemporâneo do capitalismo caracteriza-se 
pelo fortalecimento sem precedentes da contra tendência à tendência 
fundamental de expansão da produção de mercadorias, o próprio motor do 
desenvolvimento capitalista. O estágio contemporâneo, ou simplesmente 
capitalismo contemporâneo, se designa frequentemente também por 
capitalismo tardio. 
 
Em seu primeiro estágio de desenvolvimento, o assalariamento da força de 
trabalho, primeiro incipiente, foi se estendendo, mediante a paulatina 
eliminação das terras comunais ('cercamentos') e sua transformação em 
propriedade. Por isso esse estágio é denominado estágio extensivo. 
 
Quando o estágio de desenvolvimento extensivo se esgotou, não havendo 
mais espaço para a extensão da produção de mercadorias, o capitalismo 
entrou em seu estágio intensivo. No estágio intensivo a expansão da produção 
de mercadorias se restringiu ao aumento da produtividade do trabalho, que por 
sua vez dependeu do progresso das técnicas de produção e da elevação do 
nível de subsistência da força de trabalho, necessária para permitir a operação 
das técnicas de produção crescentemente complexas. 
 
No estágio intensivo o antagonismo à base da dialética do Estado e o mercado 
se desenvolvem com força e a tendência à generalização da forma-mercadoria 
é sobrepujada pela contratendência de expansão do Estado. 
 
O encolhimento do âmbito do mercado tornou-se crítico a partir da exaustão do 
'boom' de reconstrução pós-guerra, pelos meados da década de 1960. A 
saturação do estágio intensivo com o desenvolvimento das técnicas de 
produção (e crescente automação), dando lugar a uma crise de superprodução. 
Esse é o estágio contemporâneo, ou capitalismo tardio. 
Na verdade, o estágio tardio é simplesmente uma denominação que se refere à 
crise decorrente da saturação da segunda e mais desenvolvida fase do 
capitalismo, o estágio intensivo. A expressão surgiu após a crise de 1929 
(como Spätkapitalismus em livro de Natalia Moskovska, Zürich, 1943), hibernou 
durante o boom da reconstrução pós-guerra e ressurgiu adquirindo amplo uso 
com a exaustão desses (Mandel, 1972). 
As manifestações externas da crise constituem as 'características' do 
capitalismo tardio, ou contemporâneo, entre as quais as principais são, além da 
continuada expansão da intervenção do Estado, a tremenda expansão da 
capacidade produtiva via desenvolvimento tecnológico resultando ao mesmo 
tempo em superprodução e em diminuição da força de trabalho empregada na 
indústria (que tem sido chamado impropriamente de desindustrialização) e 
sua realocação em serviços ('terceirização'), colocando a questão adicional da 
medida em que a provisão dos serviços em expansão pode ser produzida 
enquanto mercadorias. 
A crise provoca a reação neoliberal, que procura sustar o estreitamento do 
espaço da produção de mercadorias, enquanto procura apresentar-se como 
tendências ineluctáveis em vez de políticas deliberadas. A ideologia neoliberal 
centra-se numa primeira vertente, na apresentação histórica do capitalismo 
contemporâneo, apresentando-o como algo novo, através de um arsenal de 
neologismos e pseudo conceitos tais como globalização, privatização, 
associado um tanto paradoxalmente ao anúncio do fim da história, augurando a 
perpetuação do status quo (a sociedade burguesa). Numa segunda vertente, o 
discurso da desqualificação do Estado enquanto provedor de infra-estrutura 
física e institucional ou como representante do interesse coletivo, 
legitimando as mais variadas formas e sub-formas de uma 'sociedade 
organizada'. 
As políticas neoliberais, sem lograr reconstituir o âmbito do mercado, acabam 
se resumindo em movimentos de desmonte do Estado de bem-estar, de 
concentração de capital e de renda e o prolongamento insustentável do 
endividamento para financiar o consumo, enquanto o centro de gravidade da 
produção social desloca-se da indústria para os serviços, dando origem aos 
fenômenos conhecidos como 'desindustrialização' e 'terceirização'. 
Bibliografia 
 
Deák, Csaba (1994) "Globalização, ou crise global?" várias eds. 
Mandel, Ernst (1972) Late capitalism Verso, London 1978 
 
Fonte: 
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_capitalismo_con
temporaneo.htm 
 
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_capitalismo_contemporaneo.htm
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_capitalismo_contemporaneo.htm

Continue navegando