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A psicologia diante dos saberes tradicionais: o caso do xamanismo
Chapter · January 2016
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Everton De Oliveira Maraldi
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
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Leonardo Breno Martins
University of São Paulo
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Everton de Oliveira Maraldi1
Leonardo Breno Martins2 
1 Doutor e mestre em psicologia social pela Universidade de São Paulo. Psicólogo pela 
Universidade Guarulhos (CRP-06/94052). Pesquisador de pós-doutorado na Universidade 
de São Paulo com bolsa da FAPESP (Processo n° 2015/05255-2). Membro do Laboratório 
de Psicologia Anomalística e Processos Psicossociais (Inter Psi) e do Laboratório de 
Estudos em Psicologia Social da Religião, ambos da USP.. E-mail: evertonom@usp.br 
2 Doutor e mestre em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo. Psicólogo 
pela Universidade Federal de Minas Gerais. Pesquisador do Laboratório de Psicologia 
Anomalística e Processos Psicossociais (Inter Psi), do Instituto de Psicologia, Universidade 
de São Paulo. E-mail: leobremartins@usp.br.
A PSICOLOGIA DIANTE DE 
SABERES TRADICIONAIS: 
O CASO DO XAMANISMO
Resumo: É crescente a discussão acerca da necessidade de a Psicologia se 
posicionar diante de saberes tradicionais com os quais, crescentemente, 
divide espaços geográficos e simbólicos. Um exemplo dessa partilha, entre 
muitos, é o número crescente de psicoterapeutas que têm agregado – aberta 
ou veladamente – práticas e concepções ditas xamânicas a seu cotidiano 
profissional. Muitas das técnicas de tratamento utilizadas na Medicina e 
Psicoterapia contemporâneas (bem como os processos psicofisiológicos que as 
acompanham) têm integrado, há anos, princípios presentes nas práticas mágico-
religiosas xamanísticas, embora sob configurações variadas, a exemplo da 
hipnose, do placebo, da interpretação dos sonhos, das técnicas de visualização, 
de relaxamento e de dramatização. Mas ainda que a Psicologia se aproxime e 
dialogue, nesse sentido, com saberes tradicionais, proximidade não significa 
identidade. Nesse processo, a Psicologia tem de manter sua identidade como 
ciência, o que implica abrir mão de uma completa experimentação do que seja 
o(s) xamanismo(s) em favor de sua aposta epistemológica.
PalavRas-chave: xamanismo; saberes tradicionais; práticas alternativas; 
Psicoterapia. 
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BREVE APRESENTAçãO DO TEMA
Xamanismo é um termo antropológico usado para definir toda uma série 
de práticas mágico-religiosas geralmente exercidas por indivíduos denominados 
xamãs, os quais intermedeiam o relacionamento entre determinada comunidade 
(com frequência, pré-industrial) e o mundo espiritual ou transcendente, para 
fins curativos, religiosos e mesmo artísticos. O termo também pode se referir 
a apropriações neoesotéricas de saberes tradicionais, inserindo-se, assim, no 
campo das terapias alternativas, complementares ou integrativas. 
INTRODUçãO
Com o advento da mistura e da popularização recentes de referenciais 
esotéricos e religiosos diversos e não hegemônicos, aquilo que Magnani 
(1996) chamou de neoesoterismo, o cenário urbano tem se defrontado com 
sistemas simbólicos e práticas potencialmente exóticos e dotados de um 
longo desenvolvimento histórico que os caracteriza como tradicionais. Um 
dos exemplos mais interessantes e repletos de contribuições potenciais para 
a Psicologia é o xamanismo. Devido à interpenetração de referenciais e à 
proficuidade de releituras de definições, conceitos e práticas que caracterizam o 
neoesoterismo, o termo xamanismo é notavelmente polissêmico nesse cenário. Épossível encontrar diversas correntes de pensamento e prática ditas xamânicas 
em contextos urbanos atuais (KING, 2010) até mesmo no Brasil, que se pretendem 
representantes ou herdeiras de tradições nativas brasileiras, norte-americanas, 
africanas, orientais, australianas, de tribos do Pacífico etc. 
Ao mesmo tempo, é crescente a discussão acerca da necessidade 
de a Psicologia se posicionar diante de saberes tradicionais com os quais 
crescentemente divide espaços geográficos e simbólicos. Um exemplo dessa 
partilha, entre muitos, é o número crescente de psicoterapeutas que têm 
agregado – aberta ou veladamente – práticas e concepções ditas xamânicas a 
seu cotidiano profissional. Diante desse cenário, o que a Psicologia tem a dizer 
sobre o xamanismo? E o que ela tem a aprender com ele?
DISCUSSãO
 Um dos mais importantes estudiosos do xamanismo, Krippner (2007: 
p. 16) define os xamãs como “os primeiros curadores da humanidade”, embora 
reconheça que eles também desempenham diversas outras funções. Admite-se 
que o xamanismo remonte à era Paleolítica, antecedendo com isso o surgimento 
das religiões organizadas e suas práticas de cura (WINKELMAN, 2010). A 
concepção que se faz da cura depende fundamentalmente de uma série de 
fenômenos sociais que legitimam o poder mágico do xamã, incluindo a relação 
de crença e confiança do paciente em seus poderes. 
Tomemos alguns exemplos que aludem a um cenário muito mais amplo. 
No xamanismo, a etiologia das doenças é compreendida, mormente, em termos 
de feitiçaria e possessão, conquanto explicações menos sobrenaturais também 
possam ser levantadas. Um caso recorrente é a “perda da alma”, que é reportada, 
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não raro, em situações de grande impacto emocional. A perda da alma já foi 
relacionada à depressão/melancolia (PETERS, WILLIAMS, 1980), mas é com maior 
frequência interpretada na literatura psicológica como algum tipo de transtorno 
dissociativo (LEWIS, 1977; ROSS, 1989). Para recuperar a alma do doente, o 
xamã deve procurá-la pelo mundo dos espíritos, ao qual tem acesso mediante 
um aparente estado de transe, induzido ritualmente. Lévi-Strauss (1970) 
entende que o significado culturalmente dado à doença (independentemente da 
“precisão factual” dessa explicação) tem papel central para a cura, o que, para o 
antropólogo francês, aproxima fortemente as práticas terapêuticas xamânicas 
e a clínica psicanalítica. 
Com efeito, muitas das técnicas de tratamento utilizadas na Medicina e 
Psicoterapia contemporâneas (bem como os processos psicofisiológicos que as 
acompanham) têm integrado, há anos, elementos presentes em práticas mágico-
religiosas xamanísticas, embora sob configurações variadas, a exemplo da 
hipnose, do placebo, da interpretação dos sonhos, das técnicas de visualização, 
de relaxamento e de dramatização (KRIPPNER, 2007; MORENO, 1959/2011). Os 
efeitos benéficos da catarse e da atribuição de sentido e simbolismo a doenças 
e eventos de vida adversos podem constituir alguns dos principais mecanismos 
subjacentes às eventuais curas relatadas (LÉVI-STRAUSS, 1970). 
O poder do convencimento também revela sua importância em 
diferentes cenários de cura. A simulação, a fraude e o emprego de uma série 
de recursos quase ilusionistas foram relatados pelos antropólogos em suas 
observações de rituais xamanísticos (KRIPPNER, 2002). “Iludir” o paciente 
e convencê-lo de que está curado é, assim, parte do processo terapêutico, 
embora também existam relatos de xamãs mal-intencionados. Apenas 
recentemente a Psicologia tem se valido do que ilusionistas e xamãs sabem há 
séculos e milênios sobre percepção, memória e temas afins para compreender 
o funcionamento psicológico humano, ao que insights relevantes têm surgido 
para o campo (WILSON, FRENCH, 2014) e ao que a presença de práticas 
xamânicas no atual cenário neoesotérico pode ser profícua. 
De uma perspectiva construcionista, porém, entendem-se tais 
fenômenos – autênticos ou não – como produtos da própria realidade cultural 
e social compartilhada pelos membros daquela comunidade (KRIPPNER, 2002). 
Lévi-Strauss (1970) menciona o fato um tanto curioso de que, mesmo quando um 
xamã ensinou a outro como se utilizar de suas artimanhas e truques, ele próprio 
pode recorrer (ambivalentemente) a outro xamã quando se vê doente ou quando 
algum de seus familiares cai adoentado. Esses exemplos só nos permitem 
concluir que a “fraude” é um conceito muito fraco para explicar o conjunto das 
práticas xamanísticas, uma vez que a inteligibilidade conferida a esses rituais 
ultrapassa a mera distinção entre fraudador e vítima. As categorias xamânicas 
operam em um regime que confunde as concepções ocidentais hegemônicas 
sobre o que consideramos verdade ou mentira, o que é fraude e o que não é. 
O artifício adquire, assim, um caráter mágico (ou quase mágico) que torna 
questionável encará-lo simplesmente como “engodo”. 
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Kehoe (2000) critica, no entanto, as tentativas de apropriação cultural do 
neoesoterismo sobre o xamanismo, uma vez que diluem, em vez de preservar, 
toda uma série de práticas indígenas genuínas. Alguns críticos sugerem que 
tais apropriações subverteram o significado primitivo das práticas indígenas e 
xamanísticas, adaptando-as aos interesses da sociedade de consumo e a uma 
lógica de mercado que contribuíram para empobrecer e banalizar tais práticas 
(CARRETE, KING, 2005). Kehoe também ataca as noções antropológica e 
psicológica do xamanismo, por constituírem tentativas de amalgamar diferentes 
manifestações culturais e históricas em um único conceito, o que tende a 
neutralizar suas particularidades. Ciente dessas controvérsias, Krippner (2007: p. 
16) nos recorda sempre de que o xamanismo representa “um construto social”, 
uma categoria eminentemente moderna e ocidental (KRIPPNER, 2002). 
CONCLUSãO
Qualquer tentativa de aproximação entre a Psicologia e o xamanismo, 
seja para a compreensão de um pelo outro, seja para que se aprenda sobre 
o funcionamento psicológico humano e se aprimorem as intervenções 
terapêuticas, necessita considerar tanto as sugestivas universalidades, que 
permitem aproximações, quanto os universos simbólicos e polimorfos repletos 
de idiossincrasias que os distinguem. Ainda que a Psicologia se aproxime e 
dialogue com saberes tradicionais, proximidade não significa identidade. Nesse 
processo, a Psicologia tem de manter sua identidade como ciência, o que implica 
abrir mão de uma completa experimentação do que seja o(s) xamanismo(s) em 
favor de sua aposta epistemológica. É não só possível como desejável que 
se busque uma postura dialógica, para a qual o reconhecimento das raízes 
tradicionais da moderna Psicoterapia pode constituir um passo importante. Não 
obstante, é preciso que se tenha em mente não apenas a recente controvérsia 
em torno das apropriações do xamanismo pelo discurso neoesotérico, como as 
fronteiras epistemológicas que separam tais áreas.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de 
São Paulo (Fapesp) pelas bolsas de pesquisa concedidas. 
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