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Políticas Educacionais e Legislação 1 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário 1 Didática no Ensino Auditoria Contábil Tributária 1 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário POLÍTICAS EDUCACIONAIS E LEGISLAÇÃO Políticas Educacionais e Legislação 1 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário 1 Didática no Ensino Auditoria Contábil Tributária 1 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário Monteiro, Adna, 2020 - Políticas Educacionais e Legislação - Belém: Editora (Faculdade Estratego) 29 páginas; Palavras-chave: 1. Organizacional 2. Políticas 3. Legislação 4. Gestão 5. Avalia- ção. Políticas Educacionais e Legislação 2 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário s SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................3 1. TEORIA DAS ORGANIZAÇÕES: CONCEPÇÕES E PRÁTICAS ........................................5 1.1 REALIDADE ORGANIZACIONAL E NOVOS CAMPOS DOUTRINÁRIOS ....7 1.2 NOVO CAMPO DOUTRINÁRIO ..........................................................................................7 1.3 NOVOS CONCEITOS .................................................................................................................8 1.4 A TEORIA ORGANIZACIONAL E A EDUCAÇÃO.......................................................9 1.5 PARADIGMAS ORGANIZACIONAIS .................................................................................10 2. ESPAÇO PÚBLICO E CONTROLE SOCIAL EM EDUCAÇÃO BÁSICA E SUPERIOR ..........................................................................................................................................................12 2.1 EDUCAÇÃO BÁSICA .................................................................................................................13 2.2 TIPOS DE POLÍTICAS ...............................................................................................................14 3. PRINCÍPIOS DA POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA ................................................16 3.1 PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO - PNE .................................................................16 4. ANÁLISE DAS ATUAIS POLÍTICAS PARA A EDUCAÇÃO ...................................................18 4.1 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ...............................18 4.2 FORMAÇÃO DE PROFESSORES ......................................................................................19 5. A QUALIDADE E EXPANSÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA E SUPERIOR NO BRASIL – CONTEXTO HISTÓRICO ......................................................................................................20 5.1 AÇÃO INTERSETORIAL ............................................................................................................20 6. INOVAÇÃO, GESTÃO E AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS PARA O ENSINO .............................................................................................................................................22 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................26 * * A navegação deste e-book por meio de botões interativos pode variar de funcionalidade dependendo de cada leitor de PDF. Políticas Educacionais e Legislação 3 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário INTRODUÇÃO As políticas educacionais são discutidas e repensadas ao longo da história numa verdadeira sincronia com os fenômenos sociais e até mesmo os naturais. Neste sentido, traçamos alguns objetivos a serem alcançados no desenvolvimento desta disciplina. No objetivo geral, analisaremos as atuais políticas para a educação, sua aplicabilidade e reflexos na realidade educacional brasileira. Com os objetivos específicos, pretende-se que, ao final da disciplina, você seja capaz de: refletir criticamente sobre a política de formação de professores; estabelecer relação entre a teoria das organizações e as políticas educativas; discutir o processo de elaboração das políticas educacionais no Brasil e refletir sobre a inovação, gestão e avaliação das políticas educacionais para o ensino. Para que os objetivos traçados sejam alcançados, estudaremos, no capítulo um, a teoria das organizações, concepções e práticas. Nesta temática, iremos abordar algumas concepções de organizações a partir da Teoria das organizações, que tem como principais representantes Frederick Taylor e Henri Fayol, ambos deixaram um legado na história da administração enquanto ciência das organizações. Ainda nesta temática, veremos a realidade organizacional e os novos campos doutrinários e conceituais que vão surgindo ao longo da história. Estudaremos o espaço público e controle social em educação básica e superior no capítulo dois. Será abordado a partir dos conceitos de espaço público, bem como o controle social como dois campos que se integram na constituição da realidade social, percebendo o Estado enquanto executor das políticas e a sociedade recebendo e avaliando as ações deste. Os princípios da política educacional brasileira também serão objeto de nossas reflexões, no capítulo três, a partir de concepções e fundamentos legais que constituem o conjunto de princípios que regem as políticas educacionais brasileiras. O capítulo quatro será uma análise das atuais políticas para a educação a partir de uma leitura da Educação a distância e a formação de professores, enquanto programas voltados a atender ao que é regulamentado por três instâncias normativas: a Constituição Federal, a LDB e o Plano Nacional de Educação, sendo as duas primeiras representadas pelo PNE. Abordaremos sobre a qualidade e expansão da educação básica e superior no Brasil, veremos o seu contexto histórico e, por fim, discutiremos alguns aspectos relevantes sobre o conceito e debates que estão sendo realizados ao longo do tempo sobre inovação, gestão e avaliação das políticas educacionais para o ensino. Considerando que a ideia de inovação vai bem além dos debates sobre inovações tecnológicas, na verdade inovar é renovar a mente, o olhar sobre Políticas Educacionais e Legislação 4 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário determinado fenômeno, no entanto, tendo em vista a intensificação do uso de novas tecnologias no contexto educacional, é sobre esta temática que estaremos nos debruçando em alguns momentos. Neste mesmo tópico abordaremos a gestão e avaliação enquanto instrumentos de efetivação da democratização da educação pública. Políticas Educacionais e Legislação 5 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário 1. TEORIA DAS ORGANIZAÇÕES: CONCEPÇÕES E PRÁTICAS Estudar a teoria das organizações requer, antes de tudo, compreender o que os teóricos vêm desenvolvendo em torno do conceito desta área de conhecimento. De acordo com March; Simon (1958/1981) apud Silva (2005) “as organizações são agregadores de seres humanos em mútua integração”. Ampliando a definição proposta por March e Simon, corroboram com a ideia de que a teoria das organizações compreende uma área de conhecimentos que se ocupa com a realidade organizacional, seja interna ou externamente, abarcando toda a complexidade das relações estabelecidas no interior das organizações ou fora delas, isto é, intra e interorganizações. É importante ressaltar, ainda que as organizações sejam o objeto de estudo nesta área do conhecimento, que não há um consenso quanto às definições do que seja organização. Pugh (1997) apud Silva (2005) refere que é “o estudo da estrutura, funcionamento, desempenho das organizações e comportamento de grupos e indivíduos dentro delas.” A escola é um organismo vivo, dada a sua capacidade de adaptar-se ao meio em que está inserida e pode ser um clássico exemplo de agregação de seres humanos. Se há um espaço ondeocorrem intensas interações, este espaço é a escola. De acordo com MAXIMIANO (2012:94), há certos objetivos que somente podem ser “alcançados na ação coordenada entre grupos de pessoas, a isto chamamos de organização”. O futuro chegou e com ele a reinvenção das organizações. Todos, em questão de horas, tiveram que alterar sua organização e novos paradigmas começam a tomar corpo na sociedade do conhecimento, da velocidade, do distanciamento e da produtividade. O mercado também precisou reinventar- se, e com a escola não foi diferente. De repente, o modelo de ensino EAD passa a ser uma realidade muito mais presente e mais forte do que alguns tempos atrás. A própria mente, enquanto organismo vivo, também foi reprogramada pelo futuro que já é presente. Políticas Educacionais e Legislação 6 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário Texto: Assembléia na carpintaria Contam que na carpintaria houve, certa vez, uma estranha assembléia. Foi uma reunião das ferramentas para acertar suas diferenças. O martelo exerceu a presidência, mas os participantes lhe notificaram que teria que renunciar. A causa? Fazia demasiado barulho e, além do mais, passava todo o tempo golpeando. O martelo aceitou sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso, dizendo que ele dava muitas voltas para conseguir algo. Diante do ataque, o parafuso concordou, mas, por sua vez, pediu a expulsão da lixa. Dizia que ela era muito áspera no tratamento com os demais. A lixa acatou com a condição de que se expulsasse a trena, que sempre media os outros segundo a sua medida, como se fosse a única perfeita. Nesse momento entrou o carpinteiro, juntou o material e iniciou o seu trabalho. Utilizou o martelo, a lixa, a trena e o parafuso. Finalmente, a rústica madeira se converteu num fino móvel. Quando a carpintaria ficou novamente só, a assembléia reativou a discussão. Foi então que o serrote tomou a palavra e disse: - Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha com nossas qualidades, com nossos pontos valiosos. Assim, não pensemos em nossos pontos fracos, e concentremo-nos em nossos pontos fortes. A assembleia entendeu que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para limar e afinar asperezas e a trena era precisa e exata. Sentiram-se, então, como uma equipe capaz de produzir móveis de qualidade. Sentiram alegria pela oportunidade de trabalharem juntos. Ocorre o mesmo com os seres humanos. Quando uma pessoa busca defeitos em outra, a situação torna-se tensa e negativa. Ao contrário, quando se busca com sinceridade os pontos fortes dos outros, florescem as melhores conquistas humanas. É fácil encontrar defeitos. Qualquer um pode fazê-lo. Mas encontrar Políticas Educacionais e Legislação 7 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário qualidades e enxergar atributos, isto é para os sábios. Autor desconhecido 1.1 REALIDADE ORGANIZACIONAL E NOVOS CAMPOS DOUTRINÁRIOS A compreensão da realidade organizacional pode ser concebida independente dos referenciais ou modelos teóricos apresentados. Conforme refere Silva (2005), as novas abordagens têm como finalidade conceber, adaptar e modernizar os instrumentos de gestão, bem como incorporar e avaliar os impactos das novas tecnologias de informação e comunicação úteis e necessárias à gestão. A compreensão desta realidade pode ser analisada a partir de três perspectivas: Figura 1: Realidade Organizacional. Fonte: Autoral Cada instituição ou organização tem características, processos e atores com características muito particulares, tornando assim cada organização única nos seus modos de produção. Daí a necessidade de, a partir dos campos teóricos, proceder a avaliação da organização podendo, assim, descrevê-la, compreender seus processos e identificar seus atores e competências. Os estudos em gestão apontam dois modelos de análise da gestão organizacional, isto é, análise comportamental e análise sistêmica. 1.2 NOVO CAMPO DOUTRINÁRIO De acordo com Silva (2005), novos campos de estudo sobre organização, estruturação, controle e planejamento têm conquistado o espaço nas pesquisas sobre a teoria das organizações. Destaca-se, de forma breve, três momentos evolutivos no campo doutrinário da teoria das organizações: Políticas Educacionais e Legislação 8 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário > Ciência das organizações Ao final do séc. XIX e início do séc. XX, surge um novo campo doutrinário que tem como objeto de estudo a organização e suas funções. Este novo campo tem suas bases em Henri Fayol, fundador da teoria clássica da administração. A organização científica do trabalho, representada fundamentalmente por Frederick Taylor, propõe a racionalização do trabalho por meio do estudo do tempo e dos movimentos. Dentre muitas obras publicadas, ganha notoriedade com a publicação da obra “Princípios da administração científica”. As tarefas dos gestores com base em Chester Barnard; a estrutura formal burocrática de Max Weber e, a partir de Peter Drucker, estuda-se a abordagem e os conceitos de gestão. > Processo de crescimento econômico O mundo pós-segunda guerra mundial apresenta um novo comportamento nas relações familiares, sociais e mercadológicas, impondo, assim, uma nova cultura organizacional, exigindo a humanização das organizações e a reestruturação no processo de tomada de decisões, incorporando-se também novos conceitos como qualidade e marketing. > Maravilhoso novo mundo O final dos anos 50 é marcado pelo advento da informática, avanço este que modifica as formas de produção do conhecimento e interfere diretamente nos estudos sobre a teoria organizacional por trazer um novo desenho composto pela racionalização de recursos, a contingência do contexto organizacional. Este novo desenho social traz consigo a renovação do olhar para a gestão sob a perspectiva da sociologia e da cultura, bem como o desenvolvimento estratégico. 1.3 NOVOS CONCEITOS O pensamento organizacional evolui e Silva (2005) apresenta quatro novas tendências que se apresentam a partir da década de 80: “Excelência organizacional (Tom Peters and Robert Waterman, In Search of Excellence, 1982); · Aprendizagem organizacional (Peter Senge, The Fifth Discipline, 1992); · Reinventando o governo (David Osborne and Thomas Gaebler, 1992); · Reengenharia (Michael Hammer and James Champy, 1993).” (SIL- VA:2005) O primeiro, conforme refere Silva (2005), trata da excelência organizacional, introduzindo o conceito de pós-venda, orientada para resultados. Tal Políticas Educacionais e Legislação 9 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário comportamento é gerador de um diferencial entre as organizações e tem como princípios fundamentais: custo, qualidade, rapidez, confiabilidade e flexibilidade. A segunda tendência propõe que bons resultados advêm da capacidade de aprendizagem com os erros e as boas práticas desenvolvidas institucionalmente, isto é, ultrapassa o conceito de bons resultados a partir de ganhos financeiros. A terceira tendência, de acordo com Silva (2005), a reinvenção do governo, propõe “que a governação das organizações necessita de inovar a forma como conceptualiza o seu contexto e desenvolve as políticas de orientação estratégica focalizadas no negócio”. A quarta tendência, conforme Silva (2005), parte da análise dos demais movimentos, mas defende a reengenharia, ou seja, a capacidade de reinventar o percurso, a forma como solucionam problemas, como gerenciam os processos e como alcançam resultados, propõe a refundação dos processos de negócio e gestão. 1.4 A TEORIA ORGANIZACIONAL E A EDUCAÇÃO As organizações educativas surgem no bojo das ciências sociais. Estas, por sua vez, conquistaram status a partir da revolução industrial, a qual desenhou uma nova estrutura social modificando as relações sociais e de trabalho, bem como o sistema de produção e os modos de vida em sociedade. “compreender a escola comoorganização educativa especializada exige a consideração da sua historicidade enquanto unidade social artificial- mente construída e das suas especificidades em termos de políticas e ob- jetivos educacionais, de tecnologias pedagógicas e de processos didá- ticos, de estruturas de controlo e de coordenação do trabalho discente, etc.” (Lima: 2011, p.15). Nesse contexto de intensas mutações sociais, as organizações educativas, que incidem diretamente na sociedade e vice-versa, também vivenciam uma verdadeira luta pela expansão do sistema educacional. Bittar (2009) refere que os primeiros movimentos em prol da expansão das organizações educativas tiveram motivação religiosa, especificamente impulsionados pelo movimento reformista e, posteriormente, pela revolução burguesa. A obra de Manacorda (2006) apud Bittar (2009) debruça-se sobre um olhar histórico para a educação. Dentre os relatos desta obra, destaca-se o surgimento do socialismo de Marx e Engels apregoando uma “pedagogia social”. No tocante ao crescimento intelectual, deveria ter como fim o aumento da riqueza social e atender às necessidades superiores dos seres humanos. O mesmo autor faz referência à obra de Gramsci “Cadernos do Cárcere”, na qual analisa criticamente a crise na organização educativa. Políticas Educacionais e Legislação 10 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário Avançando, pode-se perceber a influência do positivismo nos modelos educacionais no início do séc. XX. Conforme Benno Sander (2001, p. 267), “o positivismo iluminou decisivamente as teorias clássicas de administração concebidas e adotadas na aurora do século XX. […]”. Esses movimentos invadiram as várias áreas temáticas da administração, incluindo a administração da educação. O Brasil não foi exceção nesse quadro. Dentro do que se discute a educação enquanto organização educativa, Lima (2011c, p. 16) propõe que “a compreensão da escola como organização educativa demanda, de forma privilegiada, o concurso dos modelos organizacionais analíticos/interpretativos”. Propondo também, por se tratar de processos educacionais, ir além de uma análise meramente normativa e ampliar a leitura da escola enquanto organização, analisando, interpretando, descrevendo o fenômeno educacional em todas as suas instâncias, sem perder de vista os efeitos desta no sociedade. 1.5 PARADIGMAS ORGANIZACIONAIS Paradigma positivista O paradigma positivista é representado por Augusto Comte e, posteriormente, por Émile Durkheim, seu discípulo. Esta corrente tinha como fundamento a explicação dos fenômenos a partir da observação e do rigor científico. No entanto, para melhor compreensão deste paradigma, destaca-se o que diz Seel apud Cardoso (2013): “Na sua dimensão filosófica, o positivismo corresponde à ideia de que a ciência é a única explicação legítima para a realidade. A dimensão so- ciológica, por sua vez, é uma maneira da Sociologia da Educação; deba- tes clássicos na formação de professores em entender o uso do método científico na sociologia: trata-se da noção de que a sociologia deve adotar os mesmos métodos das ciências da natureza.” (SELL: 2006, p.41). Na filosofia positivista de Comte, tanto a dimensão filosófica quanto a sociológica, percebem o indivíduo como um ser sujeito a um processo evolutivo da humanidade, seja o individual ou o social. De acordo com Émile Durkheim, a função da educação é homogeneizar e diferenciar. A primeira como garantia de ordem, enquanto que a função diferenciadora legitima a existência das classes sociais pelo progresso social. É neste contexto positivista de Comte que o Brasil republicano toma fôlego, daí a origem do lema “Ordem e progresso” na bandeira do Brasil. Tendo como pano de fundo um Brasil republicano, a escola, enquanto reprodutora, também assume um projeto republicano de escola pública, reforçando assim, mais uma vez, a educação elitista e etnocêntrica. https://soundcloud.com/darlan-conrado/didatica-no-ensino-pergunta-2/s-uOLHr?in=darlan-conrado/sets/didatica-no-ensino/s-X3cN6 https://soundcloud.com/darlan-conrado/didatica-no-ensino-pergunta-2/s-uOLHr?in=darlan-conrado/sets/didatica-no-ensino/s-X3cN6 https://soundcloud.com/darlan-conrado/didatica-no-ensino-pergunta-2/s-uOLHr?in=darlan-conrado/sets/didatica-no-ensino/s-X3cN6 https://soundcloud.com/darlan-conrado/didatica-no-ensino-pergunta-2/s-uOLHr?in=darlan-conrado/sets/didatica-no-ensino/s-X3cN6 Políticas Educacionais e Legislação 11 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário Paradigma biológico-sistêmico De acordo com Lima (1992), o Paradigma Biológico-Sistêmico das organizações enfatiza a concepção da organização enquanto ser vivo, referindo os estudos de Hawthorne e a Abordagem Sistêmica. Paradigma construtivista Neste paradigma repousa o princípio do conhecimento enquanto construção social, no qual as estratégias cognitivas se sobrepõem a conceitos prontos e acabados e conteúdos curriculares. O papel da gestão é procurar perceber o modelo de trabalho docente no desenvolvimento dos conteúdos programáticos, oferecendo condições para que o mesmo tenha a possibilidade de integrar conhecimentos, valores, atitudes e competências no processo de construção da aprendizagem. Tem como representantes: Jean Piaget, Bruner, Novak, Ausubel, Vygotsky, Wallon e outros. Políticas Educacionais e Legislação 12 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário 2. ESPAÇO PÚBLICO E CONTROLE SOCIAL EM EDUCAÇÃO BÁSICA E SUPERIOR Abordar o espaço público e o controle social em educação básica requer, primeiramente, que se defina o que seja espaço público e o que compreende a educação básica. Dentro desta discussão, não há como fugir do olhar da lei. Neste sentido, fala-se da Constituição Federal enquanto política instituinte, a LDB e outros marcos legais que instituem e regulam os processos educacionais brasileiros. O espaço público, conforme Narciso (2009), constitui um lugar de ação política e de manifestação dos modos de subjetivação não identitário. Importante ressaltar que esta definição não pretende ser um fim em si mesma, dada a amplitude e subjetividade presentes na tentativa de definir espaço público. No que concerne ao controle social, a expressão tem origem na sociologia e tendo sido empregada, inicialmente, referindo-se a mecanismos de ordem social, definindo padrões sociais e princípios morais. Dentre os marcos legais que norteiam as discussões referentes ao espaço e controle social em educação, é possível lançar mão no que afirma a Constituição Federal: “Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da ci- dadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL. Constituição: 1988). Para que seja efetivado este direito, é necessário que medidas de controle sejam implantadas e praticadas com a finalidade de fiscalizar o uso da verba pública aplicado ao sistema educacional. Vale ressaltar que esta é uma ferramenta útil aos grupos sociais, trabalhadores, movimentos, sindicatos, entidades e associações. O controle social deve ser interpretado como fruto dos movimentos de luta pela garantia dos direitos sociais, incidindo na colaboração da sociedade nas diferentes esferas. Contraditoriamente, é também um instrumento político de coerção do Estado e também um impulsionador da gestão democrática, tendo neste último a participação da gestão pública no planejamento, fiscalização e controle das ações. Como exemplo de controle social no sistema educacional, o conselho escolar é um órgão que tem função deliberativa sobre as normas internas e o funcionamento da escola, no acompanhamento, avaliação e fiscalização no uso dos recursos públicos. O Conselho escolar representa todos os segmentos que compõem a comunidade escolar, participa da elaboração do PPP; analisa e aprova o Calendário Políticas Educacionais e Legislação 13 Navegue entre os capítulosVolte ao Sumário Escolar no início de cada ano letivo; analisa as questões encaminhadas pelos diversos segmentos da escola, propõe sugestões; acompanha a execução das ações pedagógicas, administrativas e financeiras da escola; mobiliza a comunidade escolar e local para a participação em atividades em prol da melhoria da qualidade da educação, conforme prevê a legislação. Sobre os conselhos de Classe, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, lei 9394/96 no Art. 14: Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do en- sino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equi- valentes. 2.1 EDUCAÇÃO BÁSICA Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de: I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da seguinte forma: a) pré-escola; b) ensino fundamental; c) Ensino Médio. II - educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade; IV - acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e médio para to- dos os que não os concluíram na idade própria; VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educan- do (BRASIL. Constituição: 1988). Conforme comenta Carneiro (2015), a partir da LDB e a inserção do conteúdo constitucional por meio do decreto 59/2009, a legislação traz um avanço ao que se chama de cidadania. O autor faz alguns adendos importantes quanto aos direitos aqui conquistados, quanto às esferas de competência compartilhadas entre União, Estado, Distrito Federal e Municípios. O autor também propõe estabelecer a diferença entre direitos e garantias. Para isto, faz referência a uma fala de Rui Barbosa apud Carneiro (2015): Há, no texto constitucional, disposições meramente declaratórias, que são as que imprimem existência legal aos direitos reconhecidos, e “as dis- posições assecuratórias, que são as que, em defesa dos direitos, limitam o poder”, sendo que “aquelas instituem os direitos, estas as garantias”. Políticas Educacionais e Legislação 14 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário Carneiro (2015) refere ainda sobre a Educação Básica, que a oferta da pré-escola, incluída no Art. 4º, incide em corresponsabilidade dos encargos educacionais entre os entes federados, bem como a determinação de formas de gestão escolar. Dentre os programas de assistência à educação básica, destaca-se, neste estudo, o FUNDEB. Sobre este tema o Art. 212 da Constituição Federal institui: Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Es- tados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no míni- mo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. § 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Es- tados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos respec- tivos Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo, receita do governo que a transferir. § 2º Para efeito do cumprimento do disposto no “caput” deste artigo, se- rão considerados os sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213. § 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao aten- dimento das necessidades do ensino obrigatório, no que se refere a uni- versalização, garantia de padrão de qualidade e equidade, nos termos do plano nacional de educação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) § 4º Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão financiados com recursos provenientes de contribuições sociais e outros recursos orçamentários. § 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamen- to a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei. Os recursos advindos do FUNDEB são destinados aos Estados, Distrito Federal e municípios que oferecem atendimento na educação básica, conforme referido no Art 212 da Constituição Federal e devem ser acompanhados e controlados pela sociedade civil organizada e pela comunidade escolar, tendo como um de seus representantes o Conselho Escolar. 2.2 TIPOS DE POLÍTICAS A análise das políticas para a educação requer antes uma breve compreensão do que se entende por políticas públicas. Esta perpassa pela compreensão de um conjunto com fim no bem-estar social, sendo pensados e estruturados programas, ações, movimentos e decisões tomadas na esfera governamental, tendo sempre como norte os marcos legais que vão desde a Constituição Federal até leis e decretos que regulam cada sistema. Políticas Educacionais e Legislação 15 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário a) Políticas Públicas Distributivas As políticas distributivas compreendem o conjunto de políticas financiadas pelos cofres públicos, isto é, verba do orçamento público direcionada a uma determinada parcela da população. A exemplo de política distributiva em educação é possível citar a Lei de cotas, nº 12.711/2012, sancionada em agosto do mesmo ano pelo Decreto nº 7.824/2012 , que se propõe: • definir as condições gerais de reservas de vagas; • fazer o acompanhamento sistemático das reservas de vagas e a regra de transição para as instituições federais de educação superior; • a reserva de 50% das matrículas por curso e turno nas 59 universidades federais e 38 institutos federais de educação, ciência e tecnologia a alunos oriundos integral- mente do ensino médio público, em cursos regulares ou da educação de jovens e adultos; • garantindo os outros 50% das vagas para ampla concorrência. b) Políticas Públicas Redistributivas As políticas redistributivas são definidas como aquelas que alocam bens ou serviços a segmentos específicos dos cidadãos com recursos retirados de outros grupos, também determinados. No sistema educacional brasileiro, as políticas redistributivas são representadas pelos programas de financiamento educacional, a exemplo do FUNDEB. c) Políticas Públicas Regulatórias É o conjunto de normas que regulam os comportamentos e estabelecem princípios de conduta visando o bem-estar social. Tais medidas chegam à sociedade como forma da lei. No sistema educacional, a LDB é um exemplo de política regulatória. d) Políticas Públicas Constituintes ou Instituintes Essa modalidade determina competências e define as responsabilidades dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. A Constituição Federal representa as políticas constituintes. Políticas Educacionais e Legislação 16 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário http:// Políticas Educacionais e Legislação 17 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário § 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e pré-escolar (BRASIL. Constituição: 1988). A Lei N° 13.005/2014 aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Este PNE está estruturado com 20 metas que deverão ser alcançadas até o final de sua vigência, ou seja, 2024, considerando que é um plano com duração de 10 anos, que se articula e norteia os planos estaduais e municipais. O eixo norteador das políticas públicas de incentivo à Educação Superior no Brasil passa, necessariamente, pelo PNE, que entrou em vigor em junho de 2014. Para melhor compreensão da forma como o PNE foi pensado, Bordignon apud Ferreira (2014) esclarece: DIRETRIZES: indica a direção a seguir na caminhada, balizada pelas polí- ticas e por princípios, indicando o rumo a seguir e o futuro desejado. Es- tabelecem as definições normativas das políticas. METAS: Constituem objetivos quantificados e datados. Representam o compromisso dos governos e da sociedade, orientando a ação dos agen- tes públicose controle social. ESTRATÉGIAS: devem constituir programas definidores das ações do governo para alcançar as metas (BORDIGNON, 2014, p. 31/32). PNE surge com o intuito de reforçar o art.214 da Constituição Federal que estabelece uma articulação entre o sistema nacional de educação em regime de colaboração, por meio de ações integradoras dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam à: • erradicação do analfabetismo; • universalização do atendimento escolar; • melhoria da qualidade do ensino; • formação para o trabalho e promoção humanística, científica e tecnológica do País. Políticas Educacionais e Legislação 18 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário 4. ANÁLISE DAS ATUAIS POLÍTICAS PARA A EDUCAÇÃO A educação a distância é fruto das políticas públicas para a educação. Esta modalidade surge a fim de atender a democratização da educação em todos os níveis e modalidades, ressaltando que, na realidade brasileira, a EAD tem sido ofertada nos cursos superiores, mas também para os cursos técnicos e profissionalizantes. Vale ressaltar que o modelo de Educação a distância, como se apresenta atualmente, também tem a participação da rede privada enquanto parceira nas ações governamentais. 4.1 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Os programas de Educação a distância entram no cenário educacional por ocasião dos avanços tecnológicos. No entanto, é importante destacar que esta modalidade de educação passou diferentes etapas de avanço. Historicamente, são estudadas cinco gerações na evolução da história da Educação a distância: > 1ª Geração ou ciclo - Estudo por correspondência; > 2ª Geração ou ciclo - Transmissão por rádio e televisão; > 3ª Geração ou ciclo - Abordagem sistêmica – Mídias de Instrução Articulada e Universidade Aberta; > 4ª Geração ou ciclo - Teleconferência – Satélites e videoconferências interativas; > 5ª Geração ou ciclo - Aulas virtuais. A sociedade do conhecimento exige novos programas e políticas que atendam às demandas educacionais surgidas a partir das inovações tecnológicas. Torres et al. (2010, p.38) apontam que, embora os primeiros registros legais para a EAD datem da década de 1940 até a primeira metade da 1990, a EAD era utilizada, principalmente, para cursos livres por correspondência. A expansão da EAD no Brasil começa a partir de 1996, quando a modalidade é legitimada para o ensino superior. A meta 12 do Plano nacional de educação propõe que seja elevada a taxa de matrícula na educação superior para 50% e outras providências. Neste sentido, a estratégia 12.2 amplia a oferta de vagas, por meio da interiorização da rede federal de educação superior, bem como o sistema Universidade Aberta do Brasil. A Universidade Aberta do Brasil é instituída com a finalidade de desenvolver a EAD e, consequentemente, a interiorização e oferta de cursos e programas de educação superior. Dessa forma, não só a ampliação de matrículas, mas também a formação de professores em nível superior que também é ampliada por meio da Políticas Educacionais e Legislação 19 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário interiorização dos programas EAD – Universidade Aberta. 4.2 FORMAÇÃO DE PROFESSORES Sobre a formação de professores, foram implementadas, em 1995, as seguintes políticas públicas: houve o envio de verbas federais às escolas, sem passar pelos estados e municípios; criação do Sistema Nacional de Educação a Distância, em especial, com a instalação de uma TV em cada escola; melhoria e envio de livros didáticos às escolas; Parâmetros Curriculares Nacionais para cada nível e modalidade de ensino; implementação das avaliações escolares e da premiação das melhores escolas. O Art. 63 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional institui: Os institutos superiores de educação manterão: I - cursos formadores de profissionais para a educação básica, inclusive o curso normal superior, destinado à formação de docentes para a educa- ção infantil e para as primeiras séries do ensino fundamental; II - programas de formação pedagógica para portadores de diplomas de educação superior que queiram se dedicar à educação básica; III - programas de educação continuada para os profissionais de educa- ção dos diversos níveis. DECRETO No 3.276, DE 6 DE DEZEMBRO DE 1999. (REGULAMENTA O Art. 63) Políticas Educacionais e Legislação 20 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário 5. A QUALIDADE E EXPANSÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA E SUPERIOR NO BRASIL – CONTEXTO HISTÓRICO No início do século XX, os esforços a favor da democratização do ensino se intensificaram no Brasil. Até os anos de 1930, a maior parte da população brasileira vivia no campo e não sentiam a necessidade de escolas. Foi no governo de Getúlio Vargas, com seu projeto de desenvolvimento econômico, pautado na industrialização, que surgiu a necessidade da escolarização no país, aumentando, assim a procura por escolas. No manifesto dos pioneiros são apresentados princípios que influenciaram as propostas feitas pela Associação brasileira de educação para a Constituição de 1934, na qual a educação é um direito de todos. A Ditadura do Estado Novo e uma nova constituição em 1937, deram início ao que no Art. 125 afirma que “a educação integral da prole é o primeiro dever e o direito natural do país. O Estado não se opusera a esse dever, colaborando, de maneira principal ou subsidiária, para facilitar a execução ou diminuir as deficiências e lacunas da educação particular”; Ao que diz o art. 130, “o ensino primário é obrigatório e gratuito”; Entre 1933 e 1941, houve um aumento de 48,7% no número de unidades de ensino de todos os níveis e modalidades no Brasil. Em consequência, as instituições que ofereciam o ensino primário, aumentaram, chegando, em 1993, a 29.553 instituições, e representavam 91,1% do total das unidades escolares. As matrículas nesse nível de ensino evoluíram de 2.221.904, em 1933, para 3.347.642, em 1941, configurando um aumento de 50,67%. O crescimento da escolarização neste período foi ocasionado através da ampliação das instituições escolares e pela expansão da oferta. Em 1961 foi aprovada a Lei nº 4.024, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, no qual o Art. 2º diz que: “a educação é direito de todos e será dada no lar e na escola”. Durante a Ditadura Militar, em 1964, a escola pública passa por mudanças estruturais, ampliando o acesso e permitindo que as camadas populares tivessem acesso à escolarização. Foi em 1971 que a Lei 5692/71 foi aprovada, na qual “institui as diretrizes e bases para o ensino de 1º e 2º graus, ampliando o ensino de primeiro grau com duração de oito anos letivos que compreenderá, anualmente, pelo menos, 720 horas de atividades”. 5.1 AÇÃO INTERSETORIAL Junqueira (2000, P. 42) concebe a intersetorialidade como: “articulação de saberes e experiências no planejamento, realização e ava- liação de ações para alcançar efeitos sinérgicos em situações complexas visando o desenvolvimento social, superando a exclusão social.” Políticas Educacionais e Legislação 21 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário Na conjuntura do Pacto pela educação, vale destacar alguns parceiros no desenvolvimento de ações Intersetoriais que possibilitaram a ampliação e execução do programa, promovendo a municipalização da educação. São instituições e organizações parceiras: Fundação Pro paz, Secretaria de esporte e lazer, Secretaria de cultura e Secretaria de saúde. Políticas Educacionais e Legislação 22 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário 6. INOVAÇÃO, GESTÃO E AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS PARA O ENSINO Inovação, gestão e avaliação é a trilogia que está presente no novo cenário mundial. No que diz respeito aos processos de ensino, ela também marca presença, porém, para abordar esta temática, faço o convite para refletirmos sobre a figura da família Jetson e pensar o quanto nós mudamos e o mundo mudou ou vice- versa. Para compreender o sentido dessa trilogia nas políticaseducacionais, considera-se necessário refletir sobre cada uma, as definições, reflexos, interferências para, então, percebê-las potencialmente no contexto. Inovar, nos dicionários Aurélio ou no Michaelis, pressupõe introduzir novidades, algo novo. A partir da compreensão denotativa do termo, somos levados a reconsiderar a concepção de inovação apenas pela perspectiva da inovação tecnológica. Trata-se de mudar a forma de pensar, renovação do entendimento. De acordo com Silva (2005), “quando pensarmos de forma diferente sobre as coisas que estamos habituados podemos criar para nós mesmos grandes oportunidades de aprendizagens inovadoras”. Ainda que o termo inovação nos remeta a análises para além do uso de ferramentas tecnológicas, vamos refletir um pouco sobre o uso das tecnologias na educação brasileira, tendo em vista que as TICs podem ser consideradas uma das ferramentas mais indispensáveis para o bom andamento da educação na sociedade hodierna. Pela perspectiva do Plano Nacional de Educação, meta 5: Estratégia 5.4) “ fomentar o desenvolvimento de tecnologias educacio- nais e de práticas pedagógicas inovadoras que assegurem a alfabetização Políticas Educacionais e Legislação 23 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário e favoreçam a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem dos(as) alu- nos(as), consideradas as diversas abordagens metodológicas e sua efeti- vidade.” Diante da estratégia 5.4 do PNE, requer uma revisão dos conceitos de alfabetização e letramento levando em conta a necessidade de formar professores alfabetizadores, mas também alfabetizados nas novas tecnologias de informação. Quando gestores, alunos e professores conseguirem desenvolver uma mesma linguagem em tecnologias, pode ser que a aprendizagem de fato aconteça. Um dos desafios é exatamente identificar como as TICs podem ser utilizadas no sentido de apoiar mudanças estruturais na educação, da mesma forma como pode ser efetivada a sua aplicação na educação. É consenso entre os pesquisadores e formuladores de políticas educacionais brasileiras que o desenvolvimento está diretamente ligado a uma educação de qualidade que incide na produtividade do trabalho, bem como na criação e inovação. Um dos grandes desafios daqueles que fazem as políticas educacionais é trabalhar no sentido de identificar como as tecnologias de informação e comunicação (TICs) interferem e podem ser utilizadas para inovar a educação, assim como sua aplicabilidade enquanto via de sustentação, desenvolvimento e transformação social no séc. XXI. Autores como Ezell e Andes (2010) consideram as novas tecnologias como os principais motores do desenvolvimento econômico e transformadores da realidade social. No que diz respeito à gestão educacional, Cury (2002, p.165) propõe que: “[...] a gestão é, em si mesma, democrática já que se traduz pela comuni- cação, pelo envolvimento coletivo e pelo diálogo. Apesar da Constitui- ção de 1988 ter inscrito o termo gestão democrática, que foi referendado, posteriormente pela LDB de 1996, pode-se notar nos escritos atuais so- bre gestão escolar que o vocábulo administração continua sendo usado, porém, na maioria das vezes, com sentido diferenciado daquele histori- camente utilizado, passando a agregar a dimensão político-pedagógica.” O termo gestão, por si, já pressupõe a interlocução e o diálogo entre pessoas, sujeitos com objetivos comuns. A constituição de 88 vem instituir novas formas de gerir a educação na perspectiva da sociedade, do bem comum e da descentralização no processo de tomada de decisão. O princípio da gestão democrática é normatizado pela LDB 9393/96, Art. 3º, Inciso VIII “gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da legislação dos sistemas de ensino”. A respeito deste princípio, Carneiro (2015) lembra que este artigo deve ser estudado, articulado com a Constituição Federal, Art.206. O mesmo autor também refere que o conceito de gestão democrática traz implícito a construção de uma educação para a cidadania, isto é, uma escola Políticas Educacionais e Legislação 24 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário cidadã formando sujeitos para a autonomia e participação, contrapondo-se à ideia de subalternidade. No que corresponde à função da avaliação das políticas públicas, deve- se conceber como uma ação sistemática, organizada no sentido de verificar a aplicabilidade e uso dos recursos públicos e, consequentemente, exercer o controle social na execução das políticas públicas. Sobre a temática avaliação, Ala-Harja e Helgason (2000:8) referem que “o termo compreende a avaliação dos resultados de um programa em relação aos objetivos propostos”. De acordo com a OCDE (Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económico), a ava- liação tem a função de determinar pertinência e alcance dos objetivos, a eficiência, efetividade, impacto e sustentabilidade do desenvolvimento. Fonseca (2005) afirma que há três tipos avaliação para o acompa- nhamento e implementação de políticas públicas, que são recortes que compreendem: ex-ante, ex-post e em processo. A primeira, ex-ante, corresponde à avaliação diagnóstica necessária ainda no processo de criação das políticas; a segunda, ex-post, destina-se a levantar resultados ou até mesmo levantar dados sobre ex- periências anteriores. Por fim, a avaliação em processo, como o próprio nome já diz, é realizada ao longo do processo com acompanhamento em tempo real, gerando aprendizado, mas também, em muitas situações, apontando a necessidade de mudar a rota. A avaliação do sistema educacional brasileiro se dá em três dimensões: infraestrutura das institui- ções escolares, os processos de gestão e a formação, qualificação e produtividade dos recursos humanos. A fim de obter indicadores de resultados, o sistema de avaliação da educação brasileira, em nível de Educação Básica e Superior, conta com ações específicas. Para tanto, um exemplo de avaliação do sistema é o IDEB, criado para reunir, em um só indicador, os resultados de dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: o fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações. Políticas Educacionais e Legislação 25 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário CONSIDERAÇÕES FINAIS No início deste trabalho você foi convidado a refletir sobre o futuro, sobre o hoje. Estamos vivendo dias estranhos, diferentes, de mudanças de paradigmas. Nesta celeridade da vida em sociedade, muitas vezes nos sentimos perdidos com tantas informações e, ao mesmo tempo, precisando usar o senso crítico e bom senso para perceber o que é fake ou o que é verdadeiro e, neste contexto de repentinas mudanças, temos que voltar o olhar para os processos educacionais e para as políticas que instituem e regulam o sistema educacional. Afinal de contas, estamos aqui neste planeta lindo chamado Terra. O objetivo desta disciplina foi analisar as atuais políticas para a educação, sua aplicabilidade e reflexos na realidade educacional brasileira. Para tanto, ao longo deste texto, discutimos questões referentes à teoria das organizações e sua relação com a construção de propostas de políticas educativas, tornando possível compreender que a escola, enquanto organização socialmente construída, influencia e sofre influências desta mesma sociedade, constituindo-se em uma unidade social. Vimos também o espaço público e controle social em educação básica e superior, problematizando o conceito de controle social na educação básica e discutindo o processo de elaboração das políticas educacionais no Brasil. No bojo desta discussão, percebemos as evidentes relações de interdependência entre as diferentes instâncias do poder público e a comunidade para que as políticas sejam efetivadas, bem como o controle social como instrumento político de dominação e coerção do Estado e ainda a necessidade de ativa participação na gestão pública, no planejamento, na fiscalização e controle das ações da administração pública. Também fizemos umabreve análise das atuais políticas para a educação, bem como a qualidade e expansão da educação básica e superior no Brasil por meio do pacto pela e seus reflexos e, por fim, uma breve reflexão sobre Inovação, Gestão e avaliação das políticas educacionais para o ensino. É essencial que se compreenda que este estudo é apenas a ponta de uma vasta discussão sobre as políticas educacionais e a legislação, isto significa que cada um precisa ir além nas pesquisas sobre políticas educacionais. Políticas Educacionais e Legislação 26 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Ala-harja, M., & Helgason, S. (2000). Em direção às melhores práticas de avaliação. Revista do Serviço Público, 51(4), 5-60. Aurélio….. Dicionário ARROYO, M. G. Operários e educadores se identificam: que rumos tomará a educação brasileira? Educação & Sociedade, Campinas, v. 2, n. 5, p. 5-23, 1980. BITTAR, Marisa. 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Políticas Educacionais e Legislação 29 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário 1 Didática no Ensino Auditoria Contábil Tributária1 Navegue entre os capítulos Volte ao Sumário Desenho Instrucional: Tiago Lobato Design editorial/gráfico: Darlan Conrado Revisão pedagógica: Aline Ramos Revisão ortográfica: Adriana Morais 2020 Sumário Introdução Considerações finais Referências _heading=h.30j0zll INTRODUÇÃO 1. TEORIA DAS ORGANIZAÇÕES: concepções e práticas 1.1 Realidade organizacional e novos campos doutrinários 1.2 Novo campo doutrinário 1.3 Novos conceitos 1.4 A teoria organizacional e a educação 1.5 Paradigmas organizacionais 2. Espaço público e controle social em educação básica e superior 2.1 Educação Básica 2.2 Tipos de Políticas 3. Princípios da política educacional brasileira 3.1 Plano Nacional de Educação - PNE 4. análise das atuais políticas para a educação 4.1 Políticas Públicas para a Educação a Distância 4.2 Formação de professores 5. A qualidade e expansão da educação básica e superior no Brasil – contexto histórico 5.1 Ação Intersetorial 6. inovação, gestão e avaliação das políticas educacionais para o ensino considerações finais Referências Bibliográficas Sumário 48: Página 1: Página 2: Página 3: Página 4: Página 5: Página 6: Página 7: Página 8: Página 9: Página 10: Página 11: Página 12: Página 13: Página 14: Página 15: Página 16: Página 17: Página 18: Página 19: Página 20: Página 21: Página 22: Página 23: Página 24: Página 25: Página 26: Página 27: Página 28: Página 29: Página 30: Botão 60171: Página 1: Página 2: Página 3: Página 4: Página 5: Página 6: Página 7: Página 8: Página 9: Página 10: Página 11: Página 12: Página 13: Página 14: Página 15: Página 16: Página 17: Página 18: Página 19: Página 20: Página 21: Página 22: Página 23: Página 24: Página 25: Página 26: Página 27: Página 28: Página 29: Página 30: Botão 60172: Página 1: Página 2: Página 3: Página 4: Página 5: Página 6: Página 7: Página 8: Página 9: Página 10: Página 11: Página 12: Página 13: Página 14: Página 15: Página 16: Página 17: Página18: Página 19: Página 20: Página 21: Página 22: Página 23: Página 24: Página 25: Página 26: Página 27: Página 28: Página 29: Página 30: Botão 60173: Página 1: Página 2: Página 3: Página 4: Página 5: Página 6: Página 7: Página 8: Página 9: Página 10: Página 11: Página 12: Página 13: Página 14: Página 15: Página 16: Página 17: Página 18: Página 19: Página 20: Página 21: Página 22: Página 23: Página 24: Página 25: Página 26: Página 27: Página 28: Página 29: Página 30: Botão 60174: Página 1: Página 2: Página 3: Página 4: Página 5: Página 6: Página 7: Página 8: Página 9: Página 10: Página 11: Página 12: Página 13: Página 14: Página 15: Página 16: Página 17: Página 18: Página 19: Página 20: Página 21: Página 22: Página 23: Página 24: Página 25: Página 26: Página 27: Página 28: Página 29: Página 30: Botão 60177: Página 1: Página 2: Página 3: Página 4: Página 5: Página 6: Página 7: Página 8: Página 9: Página 10: Página 11: Página 12: Página 13: Página 14: Página 15: Página 16: Página 17: Página 18: Página 19: Página 20: Página 21: Página 22: Página 23: Página 24: Página 25: Página 26: Página 27: Página 28: Página 29: Página 30: Botão 60178: Página 1: Página 2: Página 3: Página 4: Página 5: Página 6: Página 7: Página 8: Página 9: Página 10: Página 11: Página 12: Página 13: Página 14: Página 15: Página 16: Página 17: Página 18: Página 19: Página 20: Página 21: Página 22: Página 23: Página 24: Página 25: Página 26: Página 27: Página 28: Página 29: Página 30: Botão 608: Botão 260: Botão 261: Botão 239: Sumário 21: Botão 206: Botão 609:
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