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Psicodiagnóstico Fenomenológico-Existencial com Crianças e Pais

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RESUMO: “Psicodiagnóstico Fenomenológico-Existencial” (ANCONA, p.23)
O processo psicodiagnóstico fenomenológico-existencial com crianças e seus pais:
Descrição do processo psicodiagnóstico infantil que se desenvolve em 10 ou 12 sessões. Destas, frequentemente, 6 ou 7 são com os pais e o restante com a criança.
Apesar de a criança ser o foco na terapia os pais também são acolhidos e escutados, para uma melhor forma de processo psicológico sendo mais participativo e interventivo, tendo assim um melhor desenvolvimento entre os trabalhos propostos pelo terapeuta.
Os pais precisam ser informados sobre a importância deles durante o processo terapêutico da criança, eles além de compreenderem precisam aceitar fazer parte do processo, por isso o terapeuta esclarece desde o primeiro encontro esse ponto. Deixando-os decidir se irão ou não participar ativamente.
O terapeuta através da anamnese conhece a família, as condições e limitações, pois é os pais que vão arcar com despesas e tempo para seu filho.
· “O roteiro de anamnese, utilizado na sequência do atendimento, permite o conhecimento do desenvolvimento biopsicossocial da criança, mas é, sobretudo, uma oportunidade para os pais se debruçarem sobre sua experiência passada e presente com o filho, podendo clarificar sentimentos e expectativas que atuam no relacionamento com a criança. Também oferece ao psicólogo a possibilidade de observar formas de relacionamento na família, focos de ansiedade, distribuição de forças na dinâmica familiar.”
Sem ter o contato com a criança até o momento o terapeuta pode criar a imagem da criança e assim quando o conhecer poderá fazer a análise de como a criança é vista pelos pais e como ela é.
Antes da criança ir ao set terapêutico auxilia os pais na conversa com a criança sobre a terapia, de pôr que ele precisará ir a terapia, pois os pais têm receio/medo de conversar sobre esse processo, pelo motivo da criança não aceitar, ou “piorar”, se sinta diferente, mostrar a criança preocupação.
· “O primeiro encontro do psicólogo com a criança se desenvolve através de uma observação lúdica ou de uma entrevista acompanhada da execução de desenhos, dependendo de sua idade, capacidade e possibilidade de expressão verbal e gráfica. A partir daí, as sessões com os pais e com a criança são intercaladas.”
· Por sua vez, o psicólogo também confronta aquilo que esperava, a partir da compreensão vinda da visão dos pais e o que pode observar em seus contatos com a criança. Através desses confrontos pode-se modificar e ampliar a compreensão anterior, tanto do psicólogo como dos pais.
Os instrumentos utilizados pelo psicólogo devem ser conversados com os pais, os pressupostos devem ser explicados de forma que os pais compreendam, uma linguagem na qual eles não fiquem confusos e com dúvidas sobre o que está sendo dito.
· “Ao final do processo, o psicólogo elabora um relatório a respeito do atendimento, no qual procura descrever o processo em seus passos. Na última sessão, este relatório é lido aos pais, para levá-los a compreender que, em se tratando de uma síntese feita pelo profissional, e que síntese implica seleção, é importante eles dizerem se tal síntese corresponde a sua própria compreensão do processo. Assim, eles podem propor modificações, sugerir alterações, acréscimo ou eliminação de situações ou de termos.”
Psicodiagnóstico interventivo, na abordagem fenomenológica-existencial: uma mudança de atitude
· “Uma das contribuições do psicodiagnóstico interventivo, na abordagem fenomenológica-existencial, está na reavaliação do papel desempenhado pelo cliente e pelo psicólogo nesta situação. O cliente, antes agente passivo, torna-se um parceiro ativo e envolvido no trabalho de compreensão e eventual encaminhamento posterior: é corresponsável pelo trabalho desenvolvido.”
A partir desse momento o psicólogo não é mais o detentor do saber, por trabalhar com os pais, agora em conjunto trabalham em observar uns aos outros e compreender a melhor forma de conduzir o processo.
· “O psicólogo aceita as colocações dos pais a respeito daquilo que eles observam, pensam e concluem, procurando ampliar seu campo de visão, contextualizando a queixa particular para inseri-la em contexto mais amplo.”
· “O conhecimento que o cliente traz é valorizado, sendo a partir dele que as falas do psicólogo terão sentido ou não. Por outro lado, para que a intervenção do psicólogo seja eficiente, ela deve pertencer ao campo de possibilidades do cliente, margeando aquilo que ele não compreende, uma vez que se estiver distante deste campo, poderá não ser entendida ou ser recusada por ele.”
Após as sessões que o psicólogo teve com a criança fala com os pais sobre as experiências e observações que teve com ela.
· “O uso de qualquer instrumento é discutido tanto com os pais como com a criança, sendo explicitados o objetivo e os princípios gerais subjacentes a eles. Desta forma, os pais acompanham o estudo do filho, exploram as informações, trazem questões e colaboram com observações informais do filho em novas situações.”
Através das consultas o psicólogo pode sugerir formas de ações dos pais, por ter compreendido a dinâmica familiar, propondo então uma melhor forma de desenvolvimento harmonioso tendo objetivo de facilitar o relacionamento entre a família.
O estilo das intervenções do psicólogo
· “No início do atendimento, as intervenções são sobretudos exploratórios e visam entender melhor as preocupações dos pais para com a criança.” 
O psicólogo, por se mostrar compreensivo acaba tendo que intervir em atitudes e angustias trazidas pelos pais. 
· “Pode lançar mão de confrontações e incitar ativamente os pais a se confrontar-se com suas angústias. Em outros momentos, apenas acompanha os pais, permitindo-lhes falar, sendo suas intervenções de apoio, questionamento e/ou ampliação, dependendo do momento. Nesse sentido, várias intervenções se colocam no âmbito de conselhos e de informações pedagógicas.”
Em alguns momentos em terapia o psicólogo pode colocar-se em situações, falando algo pessoal para mostrar o quanto é “normal” tal situação, mostrando-se simpático, acolhendo assim as angustias trazidas e mostrando aspectos positivos, dando esse apoio aos pais com objetivo de favorecer uma mudança para a criança, pois muitas das vezes os pais põem as expectativas frustradas deles na criança, conduzindo assim um atendimento para a individualização das partes.
· “O ponto de impacto da intervenção, no psicodiagnóstico, é a interação pais versus filho, dirigindo-se ao problema de identificações recíprocas e projeções.”
A utilização dos testes psicológicos
· “Cabem aqui alguns comentários a respeito de como são considerados os testes nesta forma de atuar. Afinal, trata-se de psicodiagnóstico, apenas com outros pressupostos.”
Para psicodiagnóstico fenomenológico os testes de inteligência são considerados metafóricos e são utilizados apenas para dar um link ao que já se vem observado e compreendido, tendo uma visão que o teste diz o que é esperado para tal idade. Na visão deles o mais importante é a compreensão do momento durante a aplicação do teste, a relação estabelecida entre o psicólogo e a criança.
O teste projetivo por sua vez é visto como suporte a uma projeção global das representações inconscientes da criança, pondo a criança em uma situação geradora de possibilidades metaforizadas. “a partir das quais ela poderia revelar sua construção do mundo de uma determinada maneira.”
· “Resumindo, consideramos os testes organizadores que possibilitam a emergência de vivências que ocorrem no cotidiano da criança. Referem-se à experiência em outra situação, permitindo-nos compreender, junto com ela, como está sendo percebida sua relação consigo mesma, com os outros e com o mundo.”
Outros recursos utilizados: a visita domiciliar e a visita à escola
 
Visita domiciliar: Propomos, também, a realização de uma visita domiciliar, com o consentimento do cliente. Ela permite a observação, in loco, da família, assim como a ressignificação de falas e observações ocorridas durante as sessões.Visita à escola: Outro recurso utilizado é a visita à escola. Por essa ocasião, recorre-se a uma entrevista com a professora, à observação da criança na sala de aula e no recreio. Deste modo, através da visita, podem-se observar e, às vezes, redimensionar queixas em relação à criança. Dependendo da disponibilidade da escola, ainda torna possível orientar a professora a partir da compreensão da criança.
As repercussões deste trabalho sobre os pais
Entorno da quinta sessão, nota-se mudanças nos comportamento dos pais com seus filhos, através das indicações do psicólogo, perdendo assim as referências que tinham.
“Em alguns casos, o trabalho se encerra nesta primeira fase. De fato, quando os pais não estão motivados para o trabalho proposto, por se mostrar distante de suas expectativas ou muito ameaçador, desistem do atendimento. Pensamos que, talvez, este seja um aspecto positivo, uma vez que a desistência ocorre no início do processo, evitando investimentos desnecessários e frustrantes de ambas as partes.”
“O psicólogo também se defronta com momentos de angústia, não sabendo como compreender aquilo que está sendo trazido nem qual o caminho a seguir. Para ele, também, é pelas lacunas e ambiguidades entre a expectativa e a vivência que pode procurar um novo conhecimento.”
A importância do relatório final para redigir o que foi feito durante as sessões e ter o momento de perceber os aspectos que não valorizou durante elas.
“Por essa perspectiva, a leitura do relatório no final do atendimento se constitui em um momento significativo do processo. Visa verificar se ele retrata, também do ponto de vista dos pais, o processo vivido. A leitura provoca, ainda, um impacto sobre os pais, na medida em que eles se confrontam de uma só vez com vários aspectos de suas experiências mencionadas ao longo do processo. Para isso, o psicólogo está aberto para alterações do texto, caso eles não concordem com este. Nessas ocasiões, o assunto é retomado e procura-se chegar a um consenso. Quando isto não é possível, registram-se as duas versões, a dos pais e a do psicólogo.”
O follow-up
A entrevista de follow-up é realizada com a finalidade de retomar. Os pais já conseguem se diferenciar de o que é eles e o que é o filho, conseguem ter mais segurança com os filhos (as mães mais que os pais), ficam mais atentos e compreensivos.
· “Por outro lado, pudemos perceber que a entrevista de follow-up também propicia aos pais uma pausa reflexiva para se confrontar com seu momento atual de vida.”
· “Nessa perspectiva, o follow-up pode propiciar possibilidades de revisão por parte do psicólogo e do cliente, abrindo novos horizontes, levando a novas perspectivas. Torna-se, nesse sentido, um momento de encontro que pode propiciar acontecimentos. Assim considerado, realizar follow-up, prática pouco difundida em nossos meios, pode abrir novas perspectivas no campo da pesquisa em Psicologia Clínica, além de tornar-se, por si mesma, um momento significativo de atenção e cuidado tanto para o profissional como para o cliente.”

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