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Resumo TGD np3 FRANCISCA JERLANDIA CLARENTINO DA SILVA (@JER.ESTUDANTE) 2020.1 Capítulo 1: Novidade no problema do ordenamento: As normas jurídicas não existem isoladamente, mas sempre em um contexto de normas com relações particulares entre si. Ordenamento jurídico era um conjunto de normas mas não um objeto autônomo de estudo Com Seus Problemas particulares e diversos, em uma metáfora considerava-se a árvore mas não a floresta. Os primeiros a chamar a atenção sobre a realidade do ordenamento jurídico foram teóricos da instituição. O que afirma haver um direito apenas complexo de normas formando um ordenamento que é um conjunto coordenado de normas. O isolamento dos problemas do ordenamento jurídico das normas e o tratamento autônomo dos primeiros como partem de uma teoria geral dos direitos foram obras, sobretudo de Hans Kelsen. A teoria geral do direito se divide em nomostatica e nomodinamica a primeira considera os problemas relativos A Norma Jurídica a segunda os relativos ao ordenamento jurídico. O ordenamento jurídico e a definição de direito: Não foi possível dar uma definição do direito ponto de vista da Norma Jurídica porque foi preciso alargar novos horizontes para poder considerar o modo pelo qual uma determinada Norma se torna eficaz a partir de uma complexa organização que determina a natureza e a entidade das sanções as pessoas que devem exercer elas e a sua execução. Para caracterizar o direito a partir de um elemento da Norma Jurídica existe o critério formal, material, critério do sujeito que põe a norma e critério do sujeito a qual a norma se destina. • Critério formal- qualquer elemento estrutural das normas - podem se distinguir em positivas ou negativas, categóricas ou hipotéticas, Gerais (abstratas) ou individuais (concretas) sendo que ambas existem em um mesmo ordenamento porém prevalece a hipotética na segunda categoria. • Critério material - é aquele critério que se poderia extrair do conteúdo das normas jurídicas Isto é das ações reguladas ele é manifestamente includente e as ações possíveis do homem são objetos de regulamentação. • Norma inútil- é aquela que comanda uma ação necessária ou proíbe uma ação impossível • Norma inexequível- é aquela que proíbe uma ação necessária e ordena uma ação impossível. As ações possíveis podem ser internas e externas subjetivas e intersubjetivas. • Critério do sujeito que põe a norma - considera jurídicas as normas postas pelo poder soberano. Aqui o direito é o conjunto de regras que se faz valer pela força, ou seja, com eficácia reforçada. Quando se definiu ordenamento a partir da soberania não vem à norma primeira, mas sim o ordenamento. • Critério do sujeito a qual a norma se destina - pode -se considerar como destinatário o súdito ou juiz e jurídica é a norma seguida da convicção na sua obrigatoriedade. Assim, se violar vai ao encontro da intervenção do Poder jurídico aplicando a sanção. O juiz é aquele que recebe autorização do ordenamento para dizer quem tem razão e quem não tem e se é possível executar uma sanção. Definição de direito: Norma é aquela cuja execução é garantida por uma sanção externa e institucionalizada. O problema de definição do direito encontra sua localização na teoria do ordenamento jurídico e não na Teoria da Norma. Essas normas sancionadas distingue ordenamento jurídico de qualquer outro e não significa que todas são sancionadas, mas em sua maioria. O problema da validade e eficácia tem grande dificuldade quando considera apenas uma Norma do sistema, mas essa dificuldade se reduz ao considerar o ordenamento como todo, pois a eficácia é o próprio fundamento de validade. Uma norma consuetudinária torna-se jurídica quando venha fazer parte de um ordenamento jurídico. Não existe ordenamento jurídico porque há normas jurídicas, mas existem normas jurídicas porque ha ordenamentos jurídicos. Pluralidade de normas: O ordenamento jurídico é um conjunto de normas. Qualificar uma ação através de uma das três modalidades normativas ou deônticas do obrigatório do proibido e do permitido para se conceder um ordenamento composto de uma só Norma seria preciso imaginar uma Norma que se referisse a todas as ações possíveis e as qualificações como uma única modalidade. • Tudo é permitido - uma Norma de tal gênero é A negação de qualquer ordenamento jurídico • Tudo é proibido - uma Norma desse tipo tornaria impossível qualquer vida social humana. • Tudo é obrigatório - uma Norma feita assim torna impossível a vida social porque as ações possíveis estão em conflitos entre si e ordenar duas ações em conflito significa tornar uma, outra ou ambas inexequíveis. Toda nova particular que regula uma ação implica uma Norma geral exclusiva. X é obrigatório implica não-X é permitido então existem duas novas a particular e a geral exclusiva. As normas de Conduta prescrevem a conduta que se deve ter ou não ter, já as normas de estrutura prescreve as condições e os procedimentos através dos quais emanam normas de condutas válidas. Os problemas do ordenamento jurídico os problemas do ordenamento jurídico: Como ordenamento jurídico é composto de várias normas Então os problemas são resultados das relações entre essas normas. ✓ O primeiro problema é o da hierarquia das normas. ✓ O segundo problema é saber se além de unidade ordenamento jurídico também é um sistema - antinomias jurídicas. ✓ Todo ordenamento que é formado por uma unidade que, portanto pode compor um sistema tende a ser completo então o problema que o terceiro é o chamado das lacunas do direito. Capítulo 2: A unidade do ordenamento jurídico: • Fontes reconhecidas e fontes delegadas: A hipótese de um ordenamento com uma ou duas normas é puramente acadêmica. Os ordenamentos jurídicos podem ser simples e complexos conforme as normas que o compõem derivem de uma só fonte ou de mais de uma. O ordenamento jurídico é complexo por conta que existem necessidade de regras de Conduta em uma sociedade e não existe um poder só que consiga satisfazer, por isso recorre alguns expedientes: • A recepção de normas já feitas produzidos por ordenamentos diversos e precedentes. Ex: costume • A delegação do Poder de produzir normas jurídicas a poderes ou órgãos inferiores. Ex: regulamento com relação à lei. Então para ordenamento temos Fontes diretas, indiretas, reconhecidas e delegadas. Na recepção ordenamento jurídico acolhe um preceito já feito na delegação Manda fazê-lo ordenando uma produção Futura. Tipos de fontes e formação histórica do ordenamento: O ponto de referência último de todas as normas é o poder originário. É originário juridicamente e não historicamente então é o limite externo do Poder soberano. As fontes do direito: Fonte do direito são aqueles fatos ou Atos dos quais ordenamentos jurídicos faz depender a produção de normas jurídicas. Ordenamento jurídico além de regular o comportamento das pessoas regula também o modo pelo qual se devem produzir as regras. Existem normas de comportamento ao lado de normas de estrutura. As normas de estrutura não regulam o comportamento, mas o modo de regular um comportamento. Se considerar as normas para produção de outras normas elas podem ser assimiladas as imperativas que são entendidas como comandos de fazer ou de não fazer, chamadas de imperativas de primeira instância ou imperativa de Segunda instância que é os comandos de comandar. Classificação das normas imperativas, proibitivas e permissivas: • Normas que mandam ordenar • Normas que proíbem ordenar • Normas que permitem ordenar • Normas que mandam proibir • Normas que proíbem proibir • Normas que permitem proibir normas que mandam permitir normas que proíbem permitir • Normas que permitem permitir. Construçãoescalonada do ordenamento: Essa complexidade do ordenamento não exclui sua unidade, pois não se pode falar em ordenamento se não tiver algo de unitário. A teoria escalonada do ordenamento é elaborada por Kelsen, o seu núcleo é que as normas de ordenamento não estão todos no mesmo plano. A norma suprema é a norma fundamental que cada ordenamento jurídico existe uma Norma fundamental que dá a unidade a todas as outras normas. Sem uma nova fundamental as normas que falamos até agora constituíam um amontoado mas não um ordenamento. ✓ As normas de um ordenamento são dispostas em ordem hierárquica. ✓ Numa estrutura hierárquica como a do ordenamento jurídico os termos execução e produção São relativos porque a mesma Norma pode ser considerada ao mesmo tempo executiva e produtiva. ✓ Todas as fases de um ordenamento são ao mesmo tempo executivas e produtivas com exceção da fase de grau mais alto e da fase de grau mais baixo, o grau mais baixo é constituído pelos atos executivos esses atos são meramente executivos e não produtivos, o grau mais alto é constituído pela Norma fundamental Essa é somente produtiva e não executiva. ✓ Nos graus intermediários estão juntas a produção e execução, nos graus extremos ou só produção (Norma fundamental) ou só execução (atos executivos). ✓ Relação entre poder e dever: a produção jurídica é a expressão de um poder, a execução de um dever. ✓ Às vezes pode haver um poder sem nenhuma obrigação correspondente é o caso dos direitos protestativos. Limites materiais e limites formais: Quando um órgão superior atribui a um órgão inferior um poder normativo não lhe atribui um poder ilimitado. • Limites materiais - refere-se ao conteúdo da Norma que o inferior está autorizando a emanar. • Limites formais - refere-se à forma Isto é ao modo ou ao processo pelo qual a norma do inferior deve ser emanada. ✓ Uma Norma inferior que exceder os limites materiais Isto é, que regulam a matéria diversa da que lhe foi atribuída ou de maneira diferente daquela que lhe foi prescrita ou que exceda os limites formais, Isto é não siga o procedimento estabelecido está sujeito a ser declarada ilegítima e a ser expulsa do sistema. ✓ Chamam-se juízes de Equidade aqueles em que o juiz está autorizado a resolver uma controvérsia sem recorrer a uma Norma legal pré-estabelecida. A norma fundamental: Toda nova pressupõe um poder normativo, e o poder constituinte é o poder o último Ou se quiser Supremo originário no ordenamento jurídico. Então todo poder normativo pressupõe uma Norma que autoriza a produzir normas jurídicas e o poder constituinte sendo o poder último, deve-se pressupor, portanto uma Norma que atribui ao poder constituinte a faculdade e produzir normas jurídicas: essa é a Norma fundamental. A norma fundamental atribui aos órgãos constitucionais poder de fixar normas válidas e também impõe a todos àqueles aos quais se refere às normas constitucionais o dever de Obedecer é uma Norma ao mesmo tempo atributiva e imperativa. • A norma fundamental Não é expressa, mas são pressupostos para fundar o sistema normativo. • A Norma Jurídica que produz o poder constituinte é a norma fundamental. • Ela é o fundamento subtendido da legitimidade de todo o sistema. • A pertinência de uma Norma a um ordenamento aquilo que se chama de validade. • A primeira condição para que uma Norma seja considerada válida é que ela advenha de uma autoridade com poder legítimo de estabelecer normas jurídicas. • A pertinência de uma Norma a um ordenamento vai remontando de grau em grau de poder em poder até a norma fundamental. • A norma fundamental é o critério Supremo que permite estabelecer se uma nova pertence a um ordenamento é o fundamento de validade de todas as normas do sistema, é o princípio unificador das normas de um ordenamento. Os postulados são aquelas proposições primitivas nas quais se deduzem outras mais que por sua vez não são dedutíveis eles são colocados por convenção ou por uma pretensão evidência desses. E isso se compara a norma fundamental que é posta no vértice do sistema porque se tivesse não seria mais a norma fundamental, mas haveria outra superior da qual ela dependeria. Para saber o fundamento do fundamento é preciso sair do sistema é algo externo. Poder é a verdadeira fonte última de todo poder. Hipótese 1 Todo poder vem de Deus Hipótese 2 o dever de obedecer ao poder constituinte derivado da Lei natural que ela não foi estabelecido por uma autoridade histórica mas é revelado ao homem através da razão. Hipótese 3 o dever de obedecer ao poder constituinte derivado de uma convenção originária da qual poder tira a própria e justificação. Direito e força: Critica a Teoria da Norma fundamental: O poder constituinte é o conjunto das forças políticas que num determinado momento histórico tomou o domínio e instauraram novo ordenamento jurídico assim então é possível interpretar que todo o sistema normativo do Poder originário significa reduzir o direito à força. Refutação: Qualquer poder originário repousa um pouco sobre a força e um pouco sobre o consenso. A força é um instrumento necessário do Poder isso não significa que ela seja o fundamento a força necessária para exercer o poder, mas não para justificá-lo. Colocar o poder como fundamento o último de moda jurídico-positivo não quer dizer reduzir o direito à força, mas simplesmente reconhecer que a força é necessária para realização do direito. Uma norma singular pode ser válida sem ser eficaz, o ordenamento jurídico tomada em seu conjunto só é válido se for eficaz, a norma fundamental que manda obedecer aos detentores do Poder originário é aquela que legitima o poder originário a exercer a força. Aqueles que temem a redução do direito à força se preocupam não tanto com o direito, mas com a justiça, a definição do direito que adotamos não coincide com a de justiça, a norma fundamental está na base do direito como ele é o direito positivo não dos direitos como deveria ser o direito justo. O direito como ele é a expressão dos mais fortes não dos mais justos tanto melhor então se os mais fortes foram também os mais justos. Definição de Ross é que o direito deve se entender não um conjunto de normas que se tornem várias através da força faz um conjunto de normas que regulam o exercício da força numa determinada sociedade. Uma regra é uma regra jurídica porque dispõe uma sanção. Objetivo de todo legislador não é organizada a força mas organizada a sociedade mediante a força. Capítulo 3: A coerência do ordenamento jurídico: O ordenamento jurídico como sistema: • A base do ordenamento jurídico uma Norma fundamental onde pode direta ou indiretamente relacionar todas as normas do ordenamento. • Ordenamento jurídico além de uma unidade constitui também um sistema. • Sistema uma totalidade ordenada um conjunto de entes entre os quais existe certa ordem e para se falar em ordem Além de estar relacionado um com o outro é preciso também ter coerência entre si. Análise de sistema feita por Kelsen: Dois sistemas: estático e sistema dinâmico. • Sistema estático é aquele no qual as normas estão relacionadas umas com as outras como proposições de um sistema dedutivo. As normas estão relacionadas entre si no que se refere ao seu conteúdo. • Sistema dinâmico é aquele no qual as normas que o compõem derivam umas das outras através de sucessivas delegações de poder, Isto é não através de seu conteúdo, mas através da autoridade que as colocou, uma autoridade inferior deriva de uma autoridade superior até chegar à autoridade Suprema que não tem nenhuma outra acima desse Ou seja, a norma fundamental. Por que se deve aprender sistema estático, porque se deve obedecer ao seu pai sistema dinâmico. Para Kelsen o ordenamento jurídico é um sistema dinâmico o estático seriaos ordenamentos Morais. O critério estático também é importante porque se atendendo a definição do sistema dinâmico sistema na qual o critério de enquadramento das normas é puramente formal deve-se concluir que no sistema dinâmico duas Normas em oposição são perfeitamente legítimas e de fatos para julgar a oposição de duas normas é necessário examinar o seu conteúdo não basta referir a autoridade da qual emanaram. Mas ordenamento que admite no seu seio entes em oposição entre si pode ainda ser chamado de sistema? Três significados de sistema: As normas que constituem um ordenamento não ficam isoladas, mas, formam um sistema com certos princípios e ligações são mantidas juntas constituindo um bloco sistemático. Todas as normas jurídicas de um dado ordenamento são derivadas de alguns princípios gerais considerados da mesma maneira que os postulados de um sistema científico. O significado mais precisa é aquele que diz que o ordenamento jurídico consiste no sistema porque não podem coexistir neles normas incompatíveis e que sistema equivale a validade do princípio que exclui a incompatibilidades das normas, se num ordenamento vem a existir normas incompatíveis uma das duas ou ambas devem ser eliminadas. No relacionamento de compatibilidade não quer dizer que uma Norma se encaixa umas nas outras, Isto é que constitui o sistema dedutivamente perfeito. No sistema jurídico, Caso haja uma incompatibilidade de duas normas o sistema por completo não ruirá, mas somente uma das duas normas Ou no máximo as duas. As antinomias: • O direito não tolera antinomias Relações de incompatibilidades normativas se verificam em três casos: ✓ Opção 1- normas que ordenam fazer algo e normas que proíbem fazê-lo (contrariedade). ✓ Opção 2 - Norma que ordena fazer e uma que permite não fazer (contraditoriedade). ✓ Opção 3 - Norma que proíbe fazer e uma que permite fazer (contraditoriedade). Vários tipos de antinomias: As antinomias é a situação na qual são colocadas em existência duas novas uma que obriga e outra que proíbe uma que obriga e outra que permite ou uma que proíbe e outra que permite ao mesmo tempo comportamento, e é preciso ter duas condições para ela existir: • Opção 1: as duas normas devem pertencer ao mesmo ordenamento. • Opção 2: as duas normas devem ter o mesmo âmbito de validade, existem quatro âmbitos de validade: temporal, espacial, pessoal e material. Se duas normas não coincidirem com respeito aos critérios abaixo elas não são antinomias: • Validade temporal: É proibido fumar das 5 a 7 não é incompatível com é permitido fumar das 7 horas às 9. • Validade espacial: É proibido fumar na sala de cinema não é incompatível com é permitido fumar na sala de espera. • Validade pessoal: é proibido aos menores de 18 anos fumarem não é incompatível com é permitido aos adultos fumar. • Validade material: É proibido fumar charutos não é incompatível com é permitido Fumar cigarros. Conceito de antinomia: situação em que se verifica entre duas normas incompatíveis pertencentes ao mesmo ordenamento e tendo mesmo âmbito de validade. Antinomias quanto à extensão: • Total - total: quando as duas normas incompatíveis tem igual âmbito de validade e em nenhum caso uma das duas normas podem ser aplicadas sem entrar em conflito com a outra. • Parcial - parcial: se as duas normas incompatíveis tem âmbito de validade em parte igual em parte diferente cada uma das normas tem um campo de aplicação em conflito com a outra em um campo de aplicação na qual o conflito não existe. • Total - parcial: duas normas incompatíveis uma tem um âmbito de validade igual a outra porém mais restrito seu âmbito de validade é na íntegra igual a uma parte do da outra, a antinomia é total por parte da primeira Norma com respeito a segunda e somente parcial por parte da segunda com respeito a primeira. Antinomias impróprias - Fala-se de antinomia no Direito com referência ao fato de que o ordenamento jurídico pode ser inspirado em valores contrapostos em Opostas ideologia da liberdade e o da segurança como valores antinômicos. Antinomias de princípio - não são antinomias jurídicas propriamente ditas, Mas podem dar lugar as normas incompatíveis. Antinomia de avaliação - se verifica no caso em que uma Norma pune um delito menor com uma pena mais grave do que a infligida a um delito maior. Antinomia produz incerteza à injustiça produz desigualdade. Antinomias teleológicas - tem lugar quando existe uma oposição entre a norma que prescreve o meio para alcançar o fim e a que prescreve o fim. Critérios para solução das antinomias: ✓ Antinomias insolúveis (reais) e antinomias insolúveis (aparentes): ✓ As antinomias Nem todas são solúveis Por que há casos de antinomias nos quais, não se pode aplicar nenhuma das regras pensadas para a solução das antinomias e há casos em que se podem aplicar ao mesmo tempo duas ou mais regras em conflito entre si. As regras para a solução das antinomias são: • Critério cronológico • Critério hierárquico • Critério da especialidade Existe uma regra no direito em que a vontade posterior revoga a precedente e que de dois atos à vontade da mesma pessoa vale o último no tempo. ✓ Pelo critério cronológico no conflito entre duas normas prevalece a norma posterior. ✓ Pelo critério hierárquico duas norma incompatível prevalece a hierarquicamente superior. ✓ Pelo critério da especialidade duas normas incompatíveis uma geral e uma especial prevalecem à segunda. Insuficiência dos critérios: Podem ocorrer antinomias entre duas: ✓ Normas contemporâneas, do mesmo nível e ambas Gerais. ✓ Entende-se nesse caso os três critérios não ajudam mais. ✓ No caso de conflito entre duas normas para qual não vale nem o critério cronológico nem o hierárquico nem o da especialidade o intérprete seja ele o juiz ou jurídico tem a sua frente três possibilidades: • Eliminar uma (ab-rogante) • Eliminar as duas (oposição for de contrariedade) • Ou conservar as duas. (+frequente) O intérprete tende a eliminar a incompatibilidade e não as normas incompatíveis. É a interpretação corretiva. Conflito dos critérios: A existência das antinomias insolúveis, ou seja, as antinomias reais são duas: Inaplicabilidade dos critérios ou aplicabilidade de dois ou mais critérios conflitantes. Os três critérios possíveis para a solução das antinomias é o cronológico hierárquico e da especialidade, Mas pode acontecer que duas normas incompatíveis mantêm entre si uma relação que se pode aplicar ao mesmo tempo não apenas um mais dois ou três critérios. Quando a aplicação de um critério dá uma solução oposta à aplicação do outro eles não podem ser usados ao mesmo tempo, é preciso dar preferência a um ou outro. Incompatibilidade de segundo grau: não se trata mais de incompatibilidades entre normas mas de incompatibilidades entre os critérios básicos para a solução da incompatibilidade entre as normas. Primeira opção: conflito entre o critério hierárquico e o cronológico, o critério hierárquico prevalece sobre o cronológico o que tem por efeito fazer eliminar a norma inferior mesmo que posterior. Segunda opção: conflito entre o critério de especialidade e o cronológico, a lei geral sucessiva (cronológico) não tira do caminho a lei especial precedente (especialidade), ou seja, prevalece o critério da especialidade. Terceira opção: conflito entre o critério hierárquico e o da especialidade, é o caso de uma Norma superior geral (hierárquico) e incompatível com uma Norma inferior especial (especialidade), hierárquico prevalece a primeira e especialidade na segunda, qual usar? NÃO EXISTE UMA REGRA GERAL CONSOLIDADA, depende do intérprete. Nesse caso estão em jogo a questão de valores fundamentais de todo ordenamento, o do respeito à ordem que exige o respeito da hierarquia e o da Justiça que exigeadaptação gradual do direito as necessidades sociais e portanto respeito ao critério da especialidade. O dever da coerência: dirigindo também ao legislador que é o produtor por Excelência e ao juízo que é o aplicador por excelência. Capítulo 4: O problema das lacunas: Completude: entende-se a propriedade pela qual um ordenamento jurídico tem uma Norma para regular qualquer caso. Incompletude: consiste no fato de que o sistema não compreende nem a norma que proíbe certo comportamento nem a norma que o permite, demonstra que nem a proibição nem a permissão de certos comportamentos são dedutíveis do sistema e esse sistema, portanto é incompleto e o ordenamento jurídico tem uma lacuna. Sistema incoerente: no qual existe tanto a norma que proíbe o seu comportamento quanto aquela que o permiti Sistema incompleto: no qual não existe nem a norma que proíbe um certo comportamento nem aquela que permite. Sistema de Savigny: é o conjunto das fontes de direito que formam um todo e que está destinada a solução de todas as questões surgidas no campo do direito. Unidade negativa: é a eliminação das contradições. Unidade positiva: é o preenchimento das lacunas. • Antinomias: há mais normas do que deveria haver • Lacunas: é o caso em que a menos normas do que deveria haver. A completude: é uma condição necessária para os ordenamentos em que valem duas regras • 1 - o juiz é obrigado a julgar todas as controvérsias que se apresentar em seu exame • 2 - deve julgá-las com base em uma Norma pertencente ao sistema. Se uma dessas duas regras perdeu o efeito a completude Deixa de ser requisito do ordenamento. Dogma da completude: É o princípio de que o ordenamento jurídico seja completo para fornecer ao juízo a solução sem recorrer à equidade. Para Eugen: O Dogma da completude era fundado em três pressupostos: A proposição maior de cada raciocínio jurídico deve ser uma Norma Jurídica Essa Norma deve ser sempre uma lei do estado Todas essas normas devem formar no seu conjunto uma unidade. A Crítica da completude: Uma das críticas fundamentadas era a respeito da redução ali do direito apenas a forma e ele estava muito preso ao estado as questões antigas sendo que a sociedade evoluíram principalmente com a questão da Revolução Industrial e com novos princípios que a população precisava, portanto aquele direito antigo ele não era completo ele era cheio de lacunas que precisavam ser resolvidas dando crédito sobretudo a interpretação rica do juiz e dos intérpretes. O espaço jurídico vazio: Para os que defendiam o Dogma da completude baseado no espaço jurídico vazio acreditavam que o direito livre representado aos olhos dos juristas tradicionais era uma nova Encarnação do direito natural e aquilo já havia sido sepultado, isso quebrava o princípio da legalidade que havia sido colocado para defesa do indivíduo. • O argumento que sustentava o espaço jurídico vazio é que toda Norma Jurídica representa uma limitação a livre atividade humana fora da esfera regulada pelo Direito o homem é livre para fazer o que quiser, então havia dois compartimentos aquele no qual é regulado por normas jurídicas chamado de espaço jurídico pleno e aquele que é chamado de espaço jurídico vazio. Um ato não pode ser ao mesmo tempo livre e regulado. • Esfera juridicamente relevante: É aquela em que um caso está regulado pelo direito então é um caso jurídico. • Esfera juridicamente irrelevante: é aquela que pertence a esfera de livre desenvolvimento da atividade humana. Por esse Dogma não há lugar para a lacuna do direito. A lacuna não é mais tal Porque não representa uma deficiência do ordenamento, mas um limite natural. CRÍTICAS: Afirmação do espaço jurídico vazio nasce da falsa Identificação do jurídico como obrigatório. Para sustentar essa ideia do espaço jurídico vazio era necessário excluir a permissão das modalidades jurídicas, e não se pode falar em uma situação que não seja ao mesmo tempo nem lícita e ilícita. E o fato de a liberdade não está protegido não torna nessa situação juridicamente irrelevante Porque no momento em que a liberdade de agir de um não está protegida está protegida a liberdade do outro de exercer a força e enquanto está protegida, esta é juridicamente relevante em vez da outra, não falha a relevância jurídica simplesmente muda a relação entre o direito e o dever. A norma geral exclusiva: Se não existe um espaço jurídico vazio - falta o próprio direito e se fala em limites, Então existe somente o espaço jurídico pleno - aqui se fala que o direito nunca falta. Uma Norma que regula o comportamento não só limita a regulamentação e, portanto as consequências jurídicas que desta regulamentação derivam para aquele comportamento, mas ao mesmo tempo excluem daquela regulamentação todos os outros comportamentos. Todos os comportamentos não compreendidos na norma particular São regulados por uma Norma geral exclusiva Isto é pela regra que exclui (por isso é exclusiva ) todos os comportamentos (por isso é geral) que não sejam aqueles previstos pela Norma particular. Nunca acontece que haja além das normas particulares um espaço jurídico vazio mas acontece sim que além daquelas normas haja toda uma esfera de ações reguladas pelas normas gerais exclusivas. CRÍTICAS: A Teoria da Norma geral exclusiva tem seu ponto fraco, muito embora o que ela diga , diga bem e com rigor, mas, num ordenamento jurídico não existe somente um conjunto de normas particulares inclusivas e uma Teoria da Norma geral exclusiva, há um terceiro tipo de Norma que é inclusiva como a primeira e geral como a segunda e podemos chamar de Norma geral inclusiva. Pela Norma geral inclusiva o juiz deve recorrer às normas que regulam casos parecidos ou matérias análogas, enquanto que a norma geral exclusiva e aquela Norma que regula todos os casos não compreendidos na norma particular, mas os regula de maneira oposta, a característica da Norma geral inclusiva é a de regular os casos não compreendidos na norma particular, mas semelhante a eles de maneira Idêntica. Frente a uma lacuna se aplicar a norma geral exclusiva o caso não regulamentado será resolvido de maneira oposta ao que está regulamentado, se aplicarmos a norma geral inclusiva o caso não regulamentado será resolvido de maneira Idêntica àquele que está regulamentado. • Cabe o intérprete decidir se ç em caso de lacuna ele deve aplicar a norma geral exclusiva e assim excluir o caso não previsto da disciplina do caso previsto, ou aplicar a norma geral inclusiva e, portanto incluir o caso não previsto na disciplina do caso previsto. • Por meio dessa norma geral exclusiva foi possível reformular um novo conceito para lacunas que consiste Justamente na falta de uma regra que permita acolher uma solução em vez da outra ou a norma geral exclusiva ou a norma geral inclusiva. As lacunas ideológicas: • Entende-se também por lacuna como uma falta não de uma solução Qualquer que seja ela, mas uma solução satisfatória ou em outras palavras não a falta de uma Norma, mas a falta de uma Norma justa isto é uma Norma que se desejaria que existisse, mas que não existe. Comparação do ordenamento jurídico como ele é como ele deveria ser. As lacunas ideológicas são do direito a serem estabelecidas as lacunas reais são do direito já estabelecido. Brunete disse que o problema das lacunas tem Três Faces: • O problema de ordenamento jurídico considerado em si próprio ser completo ou incompleto • O problema de ser completo ou incompleto ordenamento jurídico tal como ele é comparado ao ordenamento jurídico ideal que advém as lacunas ideológicas • O problema de ser completo ou incompleto ordenamento legislativo. Vários tipos de lacunas: As lacunas próprias é uma lacuna do sistema ou dentro do sistema (real) As lacunas imprópriassão comparação do sistema real com o sistema ideal (ideológicas). Só existe lacuna própria quando ao lado da Norma geral exclusiva existe também a norma geral inclusiva e o caso não regulamentado pode ser encaixado tanto numa como na outra . ✓ As lacunas impróprias são completáveis somente pelo legislador, as lacunas próprias são completáveis por obra do intérprete. Motivos que provocam as lacunas: • Subjetivas são aquelas que dependem de algum motivo imputado ao legislador • As objetivas são aquelas que dependem do desenvolvimento das relações sociais das novas invenções Todas aquelas causas que provocaram envelhecimento do texto legislativo e que, portanto são independentes da vontade do legislador. As subjetivas são: • Voluntárias e involuntárias • Involuntárias são aquelas que dependem de um descuido do legislador que faz parecer regulamentado um caso que não é • Voluntárias são aquelas em que o próprio legislador deixa de propósito quando a matéria é muito complexa e não pode ser regulado com regras muito miúdas e confia isso a interpretação do juiz. NÃO SÃO LACUNAS Lacunas praeter - legem / lacunas intra - legen as primeiras existem quando as regras expressas para serem muito particulares não compreendem todos os casos, a segunda tem lugar ao contrário quando as normas são muito Gerais e revelam do interior das disposições dadas vazios ou buracos que caberá ao intérprete preencher. Heterointegração e autointegração: Para se completar um ordenamento jurídico ha dois métodos: heterointegração e da Auto integração. A heterointegração ela é operada através: • Do recurso a ordenamentos diversos (Direito natural) • Recurso às fontes diversas daquele que é dominante. (costumes, direito judiciário - equidade, opiniões dos juízes) Auto integração é: um método que consiste na integração cumprida através do mesmo ordenamento no âmbito da mesma fonte dominante sem recorrência a outros ordenamentos e com mínimo recurso a fonte diversas da dominante.
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