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Adaptações celulares

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GIOVANA NUNES 
 
Adaptação celular 
 As células respondem ao estresse ou a um 
estímulo nocivo se adaptando e tentando 
ficar em homeostasia, para não sofrer 
dano celular e morte; 
 A adaptação depende da intensidade e do 
tempo que as células foram expostas aos 
estímulos nocivos, além do tipo celular, o 
estado da célula e sua adaptabilidade; 
 Estímulo de elevada intensidade aplicado 
por pouco tempo=favorece o dano 
celular; 
 Estímulo de elevada intensidade em 
longa duração=favorece o processo 
adaptativo; 
 A célula pode evoluir da homeostasia para o 
dano celular, sem passar pela adaptação. 
 
Tipos de células 
 
 
 
 Células quiescentes/estáveis: Células 
estáveis que em condições normais não 
entram em divisão mas que sob 
determinadas circunstâncias capazes de 
gerar a redução do número de células, as 
remanescentes entram em um processo de 
divisão celular, com a finalidade de restaurar 
o volume total; 
 Células permanentes: São formados 
por células que não podem ser submetidas à 
divisão mitótica devido o seu grau de 
especificidade. Não tem capacidades 
regenerativas. 
Ex: Neurônio e células musculares. 
 Células lábeis: São células de divisão contínua. 
Possuem a capacidade de se proliferar por 
toda a vida, substituindo as que estão velhas 
ou destruídas. 
Ex: epitélios, células da medula óssea 
vermelha e tecidos hematopoiéticos. 
 
Hiperplasia 
 É o aumento do número de células de um 
determinado tecido por mitose, podendo 
aumentar o volume do tecido; 
 Só células com capacidades replicativas 
poderão sofrer esse processo, ou seja, só 
células lábeis e quiecentes; 
 
Na imagem: aumento uterino causado por 
hiperplasia 
 Tecido conjuntivo: fibroblastos, células que 
se proliferam muito em processos de 
cicatrização, em processos reparativos, 
formam tecido de granulação devido a 
problemas de colágeno, podem ser 
produzidos em excesso com cicatrizes 
hipertróficas. 
 OBS: Hiperplasia em si jamais gera um 
câncer, mas caso haja uma célula alterada 
naquele ambiente, a sua alta divisão pode 
sofrer transformação maligna, que pode 
levar mais a frente o surgimento de câncer. 
Ou seja, ela não gera o câncer, mas é um 
terreno fértil 
Hiperplasia fisiológica 
 Hiperplasia homonal, exemplos: 
 Útero gravídico, as células devido a 
estímulo fisológico hormonal se 
adaptam. As células do miocito livre se 
dividem; 
 Sob condições hormonais, as meninas 
em certa idade, aumentam as mamas. 
 Hiperplasia compensatória, exemplo: 
 Na cirurgia de remoção de parte do 
fígado, as células se multiplam após a 
cirugia para compensar a retirada. 
Ocorre mitoses contínuas, para o 
volume celular ser restaurado; 
OBS: O tecido hepático é formado por 
células quiecestes 
Hiperplasia patológica 
 Envolve alguma queixa do paciente; 
 Ex: 
 Hiperplasia endometrial: 
 É uma enfermidade causada pelo 
crescimento endometrial excessivo, 
que ocorre devido a estimulação 
estrogênica continua sem oposição 
da estimulação pela progesterona 
 Carcterizada pelo ciclo anovulatório 
em pacientes proximas à 
menopausa. 
 
Na imagem: Hiperplasia endometrial (endométrio 
espesso e mucosa formando franjas) 
 
Na imagem: Biópsia do útero com hiperplasia 
endometrial. As glândulas estão com tamanhos 
variáveis (em branco), angulosas, com 
projeções; isso se dá devido a alta proliferação 
dentro da glândula. 
 Hiperplasia epitelial: 
 Podem levar a formação de pólipos 
hiperplásticos; 
 Oorre nas infecções virais. Ex: HPV 
 
 
Na imagem: Hiperplasia nodular próstática. Sob 
estimulação fisológica hormonal ao longo da vida 
a próstata vai aumentando, podendo surgir 
nódulos. 
(Obs: inicia-se fisológica mas pode se tornar 
patológica) 
 
Na imagem: Apresenta-se glândulas tortuosas, 
irregulares e com projeçõs papilares devido a 
falta de espaço. É um tecido benigno, pois 
possui dupla população e uma célula que está 
voltada para luza da glândula, secretando 
substancias. E tem células basais. 
Hipertrofia 
 Aumento volumétrico das células de 
determinado tecido, causando aumento de 
volume do mesmo; 
 Aumenta o volume individual de cada celula, 
pórem não aumenta a quantidade delas (ao 
contrário da hiperplasia); 
 O aumento do volume é causado pelo 
aumento da quantidade de organelas, 
proteínas, filamentos intermediários e 
contráteis nas células; 
 A célula que sofre hiperplasia pode sofrer 
também hipertrofia. Ex: no útero gravídico. 
 A célula que sofre hipertrofia não pode 
sofrer hiperplasia, pois a maioria das células 
que sofrem hipertrofia não possuem uma 
capacidade replicativa considerável. Ex: 
músculo esquelético e o músculo cardíaco. 
Hipertrofia fisológica 
 Ex: Indivíduos que frequentam academia 
submetem suas fibras musculares ao 
estresse frequente, e caso sejam 
fornecidos nutrientes suficientes a aquela 
célula, ela poderá desenvolver filamentos 
contráteis de miosina, mais desmina, actina, 
tropomiosina e mitocôndrias, hipertrofiando. 
Hipertrofia patológica 
 Ex: Músculo estriado cardíaco: 
 Hipertrofia do ventrículo esquerdo em 
resposta a hipertensão arterial, que 
causa um aumento da resistência 
periférica, então, para manter o débito 
cardíaco e a perfusão adequeada o 
coração hipertrofia os miócitos, 
matendo uma contração mais vigorosa; 
 
Na imagem: Paciente com HAS que apresentou 
hipertrofia do ventrículo direito. A cavidade do 
ventrículo esquerdo vai diminuindo, 
proporcionando o espessamento da sua parede, 
e assim o coração passa a não tem um bom 
enchimento diastólico, sendo assim necessário 
aumentar a frequência cardíaca, levando a 
insuficiência cardíaca. 
 Hipertrofia do ventriculo direito em 
resposta a hipertensão pulmonar, pois 
o aumento da pressão hidrostática na 
circulação pulmonar transmite 
resistência ao ventrículo direito, levando 
a sua hipertrofia. 
Atrofia 
 Diminuição do volume da célula decorrente 
da perda de seus constituintes; 
 Quase sempre há processos patológicos ou 
relacionados a senescência; 
 Causas: 
 Dimuição da ultilização; 
 Perda de invervação (Ex: acidentes com 
trauma no plexo braquial); 
 Diminuição do suporte sanguíneo (Ex: 
aterosclerose); 
 Nutrição inadequada ; 
 Perda de estimulação endócrina (Ex: 
involução da mama pós amamentação); 
 Pressão (Ex: mioma comprimindo o 
miométrio) 
 
Na imagem há um testículo criptorquídico, que 
não completou seu desenvolvimento normal, e 
muitas vezes eles não vão ao seu destino final, 
ficando no abdome. Nesse caso, há um aumento 
na incidência de tumores. 
 
Na imagem há um encéfalo de um homem muito 
idoso, em que se pode observar um 
estreitamento dos giros e alargamento dos 
sulcos, indicando um processo de atrofia. No 
entanto, não necessariamente esse indivíduo 
ficará demente. 
Metaplasia 
 É uma alteração adaptativa onde um tipo 
celular maduro é substituído por outro tipo 
celular também maduro; 
 Na maioria das vezes há um estímulo 
nocivo/patológico envolvido, pois transição 
de um tipo celular para outro acontece em 
resposta a uma agressão; 
 A célula metaplasiada tem uma condição 
melhor de sobreviver no ambiente onde tem 
um estímulo nocivo; 
 Exemplos: 
 Metaplasia do epitélio brônquico: 
 Em condição normal o revestimento 
é colunar ciliado. Todavia, quando as 
pessoas começam a fumar, jogam 
para dentro da via aérea uma 
grande quantidade de substâncias 
irritantes, sendo algumas 
carcinogênicas, originando tumores e 
o epitélio ciliado acaba por não 
resistir a esse tipo de agressão. 
Então, por se tratar de um epitélio 
em constante renovação, morre e é 
substituído por um epitélio 
sedimentoso pavimentado 
semelhante ao da pele. 
 Revestimento colunar ciliado: É uma 
barreira de defesa da via aérea, 
possui muco e batimentos ciliares 
(elimina partículas e 
microorganismos); Epitélio sedimentoso pavimentado: É 
mais resistente à agressão (por um 
curto perído, depois pode 
desenvolver neoplasias), porém não 
possui uma barreira de defesa como 
o colunar ciliado. 
 Metaplasia escamosa dos ductos 
salivares: Ocorre uma inflamação nesse 
local e o epitélio colunar é substituido por 
pavimentoso; 
 Metaplasia conjuntiva ocular na 
deficiência de vitamina A: O ácido 
retinoico é um derivado do retinol cis, a 
forma ativa da formação do pigmento 
visual; 
 Metaplasia cervical: É encontrada na 
grande maioria das mulheres e não 
possui grande relação com 
enfermidades e nem apresenta 
sintomatologias. É a substitução do 
epitélio colunar muco-secretor cervical 
pelo epitélio pavimentoso, no colo do 
útero. 
 Miosite ossificante: Há percussores em 
processo inflamatório que dariam origem 
a tecidos fibroconjuntivos, mas dão 
origem a tecidos ósseos. 
Metaplasia de Barret 
 Acontece no esôfago distal, havendo a 
presença de epitélio colunar especializado 
com células calciformes que em condiços 
normais são encontras apenas no intestino; 
 Em condições normais: 
 Intestino: Epitélio colunar especializado 
em células calciformes (mucosa 
glandular); 
 Esôfago: Epitélio estretificado/ 
escamoso. 
 Quando ocorre metaplasia: 
 Intestino: Epitélio colunar especializado 
em células calciformes (mucosa 
glandular); 
 Esôfago: Epitélio colunar especializado 
em células calciformes (mucosa 
glandular). 
 O epitélio colunar especializado com células 
calciformes registe melhor ao ácido do 
esôfago; 
 Pacientes com essa metaplasia tem uma 
incidência maior de desenvolver um 
carcinoma; 
 É muito relacionado com agressão química 
dada pela esofagite de refluxo, existindo 
não só essa, mas também esofagite aguda, 
esofagite crônica, esofagite viral e 
esofagite por cândida; 
 Esôfago em estado normal: A transição é 
bem delimita; 
 Complicações da esofagite de refluxo: 
 Fibrose com estreitamento; 
 Úlcera de Barret; 
 Esôfago de Barret. 
 Complicações do esôfago de Barret: 
 Ulceração; 
 Fibrose com estreitamento; 
 Hemorragia; 
 Displasia (alteração celular pré-maligna, 
que acontece antes do 
adenocarcinoma); 
 Adenocarcinoma

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