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O ASSISTENTE SOCIAL COMO TRABALHADOR ASSALARIADO: DESAFIOS FRENTE ÀS VIOLAÇÕES DE SEUS DIREITOS E A PRÁTICA DO SERVIÇO SOCIAL NAS INSTITUIÇÕES

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FICHAMENTO DOS TEXTOS: ”O ASSISTENTE SOCIAL COMO TRABALHADOR ASSALARIADO: DESAFIOS FRENTE ÀS VIOLAÇÕES DE SEUS DIREITOS” E “A PRÁTICA DO SERVIÇO SOCIAL NAS INSTITUIÇÕES”. 
DEGENSZAJN, Raquel Raichelis. O Assistente Social como trabalhador assalariado: desafios frente às violações de seus direitos. Serv.Soc.Soc. São Paulo, n.107, p.420-437, jul./set.2011.
“Desde a eclosão da crise mundial do capitalismo de base fordista, em meados dos anos de 1970, a questão social vem assumindo novas configurações e manifestações, pela sua estreita relação com as transformações operadas no "mundo do trabalho", em suas formas de organização, regulação e gestão, e com as redefinições no âmbito do Estado e das políticas públicas.” (Pág.421).
“Nesse movimento de profundas transformações do trabalho e da vida social, consolidou-se "o binômio flexibilização/precarização e a perda da razão social do trabalho, com a reafirmação do lucro e da competitividade como estruturadores do mundo do trabalho a despeito do discurso e de programas de responsabilidade social" (Franco, Druck e Seligman-Silva, 2010, p. 233).” (Pág.421).
“Essa dinâmica de flexibilização/precarização atinge também o trabalho do assistente social, nos diferentes espaços institucionais em que se realiza, pela insegurança do emprego, precárias formas de contratação, intensificação do trabalho, aviltamento dos salários, pressão pelo aumento da produtividade e de resultados imediatos, ausência de horizontes profissionais de mais longo prazo, falta de perspectivas de progressão e ascensão na carreira, ausência de políticas de capacitação profissional, entre outros.” (Pág.422).
“Nas últimas três décadas presenciou-se um significativo avanço do Serviço Social brasileiro, de adensamento e renovação teórico-metodológica e ético-política, qualificação da sua produção científica, bem como o fortalecimento de entidades científicas e de representação política.” (Pág.422).
“Afirmar que o Serviço Social é uma profissão inscrita na divisão social e técnica do trabalho como uma especialização do trabalho coletivo, e identificar o seu sujeito vivo como trabalhador assalariado, implica problematizar como se dá a relação de compra e venda dessa força de trabalho a empregadores diversos, como o Estado, as organizações privadas empresariais, não governamentais ou patronais. Trata-se de uma interpretação da profissão que pretende desvendar suas particularidades como parte do trabalho coletivo, uma vez que o trabalho não é a ação isolada de um indivíduo, mas é sempre atividade coletiva de caráter eminentemente social. O Serviço Social como profissão emerge na sociedade capitalista em seu estágio monopolista, contexto em que a questão social, pelo seu caráter de classe, demanda do Estado mecanismos de intervenção não apenas econômicos, mas também políticos e sociais. Sua institucionalização relaciona-se assim à progressiva intervenção do Estado no processo de regulação social, momento em que as sequelas e manifestações da questão social se põem como objeto de políticas sociais, em dupla perspectiva: seja no sentido de garantir condições adequadas ao pleno desenvolvimento capitalista e seus processos de acumulação privada em benefício do grande capital monopolista; e, simultânea e contraditoriamente, no sentido responder, por vezes antecipar-se, às pressões de mobilização e organização da classe operária, que exige o atendimento de necessidades sociais coletivas e individuais derivadas dos processos de produção e reprodução social (cf. entre outros, Netto, 2005).” (Pág.423).
“Contudo, é esse mesmo processo de profissionalização do assistente social e institucionalização da profissão na divisão social e técnica do trabalho que circunscreve as condições concretas para que o trabalho do assistente social ingresse no processo de mercantilização e no universo do valor e da valorização do capital, móvel principal da sociedade capitalista.” (Pág.424).
“Problematizar o trabalho do assistente social na sociedade contemporânea supõe pensá-lo como parte alíquota do trabalho da classe trabalhadora, que vende sua força de trabalho em troca de um salário, submetido aos dilemas e constrangimentos comuns a todos os trabalhadores assalariados, o que implica ultrapassar a visão liberal que apreende a prática do assistente social a partir de uma relação dual e individual entre o profissional e os sujeitos aos quais presta serviços.” (Pág.425).
“Esta análise crítica da dupla dimensão do trabalho do assistente social - como trabalho concreto e abstrato - e as implicações da mercantilização dessa força de trabalho especializada na sociedade contemporânea não foram objetos de problematização aprofundada na literatura profissional, que vem privilegiando os fundamentos de legitimação social da atividade do assistente social como trabalho concreto, particularizando sua utilidade social na divisão social e técnica do trabalho institucional, como revela Iamamoto (2007, 2009b) em suas últimas produções.” (Pág.426).
“Os dilemas da alienação são indissociáveis do trabalho assalariado e incidem no exercício profissional do assistente social de diferentes modos, dependendo de quem são seus empregadores - o Estado, a empresa privada, as ONGs, as entidades filantrópicas, os organismos de representação política - e da organização e gestão dos processos e relações de trabalho nos diferentes espaços sócio-ocupacionais onde realizam sua atividade. Se o Serviço Social foi regulamentado historicamente como "profissão liberal", o seu exercício se realiza mediatizado por instituições públicas e privadas, tensionado pelas contradições que atravessam as classes sociais na sociedade do capital e pela condição de trabalhador assalariado, cuja atividade é submetida a normas próprias que regulam as relações de trabalho.” (Pág.427).
“O trabalho profissional, na perspectiva do projeto ético-politico, exige um sujeito profissional qualificado capaz de realizar um trabalho complexo, social e coletivo, que tenha competência para propor, negociar com os empregadores privados ou públicos, defender projetos que ampliem direitos das classes subalternas, seu campo de trabalho e sua autonomia técnica, atribuições e prerrogativas profissionais.” (Pág.427-428).
“Exige, portanto, um conhecimento mais amplo sobre os processos de trabalho, os meios de que dispõem o profissional para realizar sua atividade, a matéria sobre a qual recai a sua intervenção, e também um conhecimento mais profundo sobre o sujeito vivo responsável por esse trabalho, que é o próprio profissional.” (Pág.428).
“No âmbito do Serviço Social, intensificam-se os processos de terceirização, de subcontratação de serviços individuais dos assistentes sociais por parte de empresas de serviços ou de assessoria (empresas do eu sozinho ou PJs), de "cooperativas" de trabalhadores, na prestação de serviços aos governos e organizações não governamentais, acenando para o exercício profissional privado (autônomo), temporário, por projeto, por tarefa, em função das novas formas de gestão das políticas sociais.” (Pág.431).
“Os efeitos da terceirização para o trabalho social são profundos, pois ela: a) Desconfigura o significado e a amplitude do trabalho técnico realizado pelos assistentes sociais e demais trabalhadores sociais; b) Desloca as relações entre a população, suas formas de representação e a gestão governamental, pela intermediação de empresas e organizações contratadas; c) Subordina as ações desenvolvidas a prazos contratuais e aos recursos financeiros definidos, implicando descontinuidades, rompimento de vínculos com usuários, descrédito da população para com as ações públicas; d) Realiza uma cisão entre prestação de serviço e direito, pois o que preside o trabalho não é a lógica pública, obscurecendo-se a responsabilidade do Estado perante seus cidadãos, comprimindo ainda mais as possibilidades de inscrever as ações públicas no campo do direito.” (Pág.432).
“Outra questão importante que precisa ser mencionada é a crescente informatização do trabalho, em todosos âmbitos em que ele se desenvolve. No caso do setor público, a exemplo do setor privado, as mudanças tecnológicas também estão sendo profundas em todos os níveis. A incorporação da "cultura do "gerencialismo" da empresa privada no setor público esvazia os conteúdos mais criativos do trabalho, desencadeando o desgaste criado pela atividade mecânica, repetitiva, que não instiga a reflexão.” (Pág.432-433).
“Por isso, por mais que seja imprescindível a incorporação das novas tecnologias de informação, é preciso problematizar os efeitos dessa revolução tecnológica no trabalho do Serviço Social e na relação dos assistentes sociais com os usuários e a população, via de regra, mediada pelo computador nos espaços de atendimento profissional. Também é possível constatar o crescimento de um tipo de demanda dirigida aos assistentes sociais em diferentes áreas, que afasta o profissional do trabalho direto com a população, pois são atividades que dificultam o estabelecimento de relações continuadas, que exigem acompanhamento próximo e sistemático.” (Pág.433).
DEGENSZAJN, Raquel Raichelis. A prática do Serviço Social nas Instituições. São Paulo: PUC-SP, 1988. 
“Historicamente, o Serviço Social tem seu desempenho vinculado à instituições públicas ou privadas, participando da prestação de serviços sociais a amplos segmentos das classes trabalhadoras. É, no entanto a incorporação do Serviço Social no aparato estatal que viabiliza o seu processo de profissionalização.” (Pág.146).
“Os Assistentes Sociais juntamente com um conjunto de diversificado de agentes institucionais contratados para atuar no campo social, são chamados a intervir nas expressões de conflitos sociais, na perspectiva de institucionalizar, administrar e controlar o confronto entre as forças que se expressa no interior das instituições.” (Pág.146).
“Correndo o risco de cair numa excessiva esquematização, mas tendo em vista objetivos didáticos, podemos identificar três grandes tendências na análise das instituições, ancoradas em duas grandes correntes do pensamento – o positivismo e o marxismo – que vêm marcando as concepções e práticas dos Assistentes Sociais, dentro da diversidade de posições que caracteriza cada uma dessas correntes básicas e contraditórias entre si.” (Pág.146-147).
“A concepção estrutural funcionalista reveste-se de um conteúdo modernizado, enfatizando a racionalidade e a produtividade das praticas institucionais. A pratica do Serviço Social a modernização de suas estratégias de ação com os grupos populares, no sentido de potencializar a eficácia dos serviços prestados.” (Pág;149).
“Enfatizando posições de pretensa neutralidade e objetivando enquanto representantes do bem comum, a tendência dos diversos agentes é a de buscar a coesão e o consenso entre as distintas partes que integram os aparatos institucionais, no sentido de manter o equilíbrio e a que devem prevalecer nas suas relações, para garantir o seu adequado funcionamento social.” (Pág.147). 
“A perspectiva histórica – estrutural: orienta-se pela compreensão das instituições como instrumentos exclusivo e direto de realização dos interesses dominantes. Nessa direção, a postura profissional é a e negar qualquer possibilidade de um trabalho institucional voltado para as necessidades populares. São profissionais que, via de regra, exercem uma critica permanente das propostas institucionais vindas de cima para baixo, mas acabam imobilizados na ação, não conseguindo contrapor propostas alternativas, trazendo em consequências a reiteração de praticas assistencialistas e burocráticas do Serviço Social.” (Pág.149).
“A perspectiva de analise histórico-dialética das instituições tem conduzido a uma heterogeneidade de praticas e condutas profissionais, dentro da qual destacamos duas posições básicas. De um lado, identificamos uma posição idealista e ingênua que atribui ao assistente social o papel de articular politico do processo de organização popular, conferindo um caráter transformador ou revolucionário às praticas profissionais.” (Pág.149-150).
“Uma outra postura que decorre da mesma compreensão das instituições como espaço de luta social, é a identificação de que este processo não se esgota nem se limita á pratica profissional.” (Pág.150).
“O debate atual presente no Serviço Social passa por um momento importante que alguns autores denominam de pós reconceituação, partindo da análise do movimento de reconceituação como um marco fundamental no desenvolvimento teórico, metodológico e politico da profissão.” (Pág.150).
“O movimento de reconceituação representou para o Serviço Social no continente num avanço significativo na compreensão do significado social da profissão na sociedade de classes, incorporando, ainda que de maneira frágil, referenciais teóricos marxistas em oposição às análises funcionais incorporados pelo Serviço Social.” (Pág.151).
“Alguns grupos dentro do movimento de reconceituação chegaram a negar a possibilidade do Serviço Social atuar dentro das instituições sociais numa perspectiva de compromisso com os setores populares, propondo a identificação e a criação de campos alternativos de prática fora dos esforços operacionais tradicionais. Esta perspectiva, profundamente influenciada pela visão das instituições como aparelhos do estado e setores dominantes, levou o Serviço Social a um certo impasse na sua prática nas instituições públicas e privadas que continuavam, e continuam sendo, o seu espaço de atuação profissional. ” (Pág.151).
“Do ponto de vista das demandas do poder institucional, a perspectiva tecnocrática de gestão das instituições públicas visa garantir a eficiência dos serviços com o máximo de centralização e controle das decisões.” (Pág.152).
“Do ponto de vista das demandas da população, o contexto que determina a procura das instituições públicas é bastante explicito: relaciona-se à sobrevivência das classes trabalhadoras nas cidades, às necessidades decorrentes da precária situação no espaço urbano, que cada vez mais não conseguem ser satisfeitas através da renda da força de trabalho.” (Pág.153).
“Assim, os assistentes sociais, enquanto agentes das instituições públicas, mediatizam essas relações entre as reinvindicações populares e o aparato estatal, convivendo com expectativas e demandas contraditórias que se expressam no cotidiano institucional.” (Pág.153).

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