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Legitimidade das Partes no Direito Processual Civil

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Legitimidade das Partes no Direito Processual Civil
A Legitimidade das Partes (“ad causam” ou legitimidade para agir), pode ser
conceituada como o poder jurídico de conduzir validamente um processo em que se
discute um determinado conflito.
A legitimidade pode ser exclusiva (atribuída a um único sujeito), concorrente
(atribuída a mais de um sujeito), ordinária (o legitimado discute direito próprio) e
extraordinária (o legitimado, em nome próprio, discute direito alheio). Diz respeito
ao polo ativo e passivo da demanda.
O Interesse Processual é verificado pela ocorrência de duas premissas: a utilidade e a
necessidade do processo. A utilidade está em demonstrar que o processo pode
propiciar benefícios; a necessidade do processo se constata quando o proveito de que
se precisa só é possível alcançar por meio do Judiciário, ou seja, a solução amigável
não foi atingida.
Pode-se conceituar cada ação a partir de seus elementos: partes, pedido e causa de
pedir.
Há duas Teorias sobre os elementos identificadores da ação:
Relação jurídica-material: Os adeptos dessa teoria afirmam que uma ação será igual a
outra quando a relação jurídica-material entre as partes for repetida vezes. Assim, a
identidade de ações não ocorre a partir da análise das partes, do pedido e da causa de
pedir, mas sim da capacidade de verificar que em ambas a relação jurídica-material é
exatamente a mesma. Por isso, mesmo que a causa de pedir, o pedido e as partes
sejam diferentes, o juiz poderá reconhecer a coisa julgada e a litispendência, já que o
direito material em discussão é exatamente o mesmo. No Brasil, a Teoria da Relação
Jurídica-Material é aplicada em caráter subsidiário, quando não for possível utilizar a
Teoria da Tríplice Identidade, é o que ocorre com as ações acidentária e
previdenciária e no caso dos condôminos (artigo 1.314 do CC). Na ação acidentária é
pedido um benefício ao INSS por conta de um acidente de trabalho (acidentária
típica) ou de uma doença. Os requisitos da acidentária típica são os mesmos da ação
previdenciária (não depende de acidente de trabalho). Imagine, por exemplo, que
João ingresse com uma ação requerendo aposentadoria por invalidez em decorrência
de um acidente de trabalho. O laudo afirma que não há incapacidade, razão pela qual
é julgado improcedente. Posteriormente, ingressa com uma ação afirmando que está
incapacitado para o trabalho por uma doença. Como o laudo da ação acidentária já
determinou que ele é capaz, apesar de os pedidos serem diversos, a relação
jurídica-material é a mesma. Em relação aos condôminos, de acordo com o artigo
1.314 do Código Civil, é possível que cada um defenda sozinho as áreas comuns. Por
exemplo, Maria, Ana e Júlia são co-proprietárias de um sítio que foi invadido, é
possível que Maria defenda toda a área, mesmo que Ana e Júlia não sejam
litisconsortes. Caso Maria perca a ação, aplicando a Teoria da Tríplice Identidade,
não haveria impedimento para que Júlia ajuizasse a mesma ação e, posteriormente,
que Ana também fizesse o mesmo. Contudo, aplicando a Teoria da Relação
Jurídica-Material seria possível o juiz extinguir as ações de Ana e Júlia, uma vez que
derivam da mesma relação jurídica-material (invasão do sítio das condôminas Maria,
Ana e Júlia). Como já afirmado, a Teoria da Relação Jurídica Material é subsidiária à
Teoria da Tríplice Identidade (artigo 337, do Código de Processo Civil).
Salienta-se, contudo, que com o CPC/15, especialmente nos parágrafos do artigo 55, a
Teoria da Relação Jurídica-Material seria utilizada, uma vez que é possível o
reconhecimento da conexão mesmo quando não houver identidade de pedido ou
causa de pedir. Por isso, de acordo com a doutrina, o CPC/15, em relação à conexão,
adotou a teoria materialista, tendo em vista que será possível reconhecê-la quando
houver identidade da relação jurídica-material.
Tríplice identidade: é a teoria adotada pelo Brasil, como regra. Assim, os elementos
da ação são: partes, pedido e causa de pedir.
Em cada ação há Parte ativa (autor) e uma Parte passiva (demandado). O pedido é o
objeto do processo, sendo o elemento mais importante do processo.
Ademais, existem o Pedido Imediato, que trata-se da pretensão processual, ou seja, o
provimento jurídico desejado pelas partes, todo processo possui pedido imediato.
Além disso, existe o Pedido Mediato, que se diz respeito à pretensão material, ao bem
da vida pretendido. Ou seja, aquilo que a parte usufruirá no mundo dos fatos com o
acolhimento do seu pedido.
Causa de Pedir: Trata-se das razões que sustentam o pedido. A causa de pedir são as
afirmações dos fatos jurídicos e dos fundamentos jurídicos do pedido. É o fato
jurídico e o direito que é extraído, o direito que a parte afirma ter por consequência
do fato jurídico.
Existem duas espécies de causa de pedir:
1. causa de pedir próxima: são os fundamentos jurídicos do pedido. Assim, o pedido
ocorrerá, por exemplo, porque houve erro, fraude à execução. O fundamento jurídico
não se confunde com o fundamento legal, pois este concerne ao dispositivo da lei em
que está previsto aquilo que se quer sustentar.
2. causa de pedir remota: trata-se dos fundamentos fáticos, o que enseja o pedido.
Neste prospecto, existe a Teoria da Substanciação da causa de pedir, adotada pelo
Código de Processo Civil.
Conforme tal teoria, a causa de pedir é formada pelos fatos e fundamentos jurídicos
do pedido. Alguns países adotam a Teoria da Individualização da causa de pedir, para
quem, a causa de pedir é apenas a afirmação do direito, os fatos são irrelevantes na
causa de pedir.
Importa salientar, que no sistema brasileiro não há necessidade de declinação do
fundamento legal, haja visto:
1. existirem pretensões que são fundadas juridicamente em regras não positivas;
2. vigir o brocardo latino iure novi curiae, o juiz conhece a lei, em que a tipificação do
caso dentro do ordenamento jurídico é considerada um problema do juiz.
ESQUEMATIZADOS, C. Caderno Esquematizados - Processo Civil, parte
I. 2020.
JR., P. C. Cosmo Benedicti. 2021.

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