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< DESCRIÇÃO A sociologia compreensiva de Max Weber, a demarcação dos conceitos de ação social, relação social, dominação, burocracia e desencantamento do mundo. PROPÓSITO Compreender os principais conceitos e instrumentos metodológicos da sociologia de Max Weber e sua influência na contemporaneidade. OBJETIVOS MÓDULO 1 Identificar os principais fundamentos teóricos e os instrumentos metodológicos formulados pelo sociólogo alemão Max Weber MÓDULO 2 Reconhecer temas, questões e influências do pensamento weberiano MÓDULO 1 Identificar os principais fundamentos teóricos e os instrumentos metodológicos formulados pelo sociólogo alemão Max Weber PRIMEIRAS PALAVRAS Em abril de 1999, o jornal Folha de S. Paulo realizou uma enquete com 10 renomados intelectuais brasileiros a respeito dos textos teóricos mais importantes do século XX. Escrito pelo sociólogo alemão Max Weber (1864-1920), o livro A ética protestante e o “espírito” do capitalismo (1904-1905) conquistou a primeira colocação. Em terceiro lugar, outra obra de Weber foi premiada: Economia e sociedade (1922). A decisão dos jurados dá a medida da importância e da influência do complexo, erudito e abrangente legado intelectual de Weber. Esse legado se propagou por vários campos do conhecimento: Seus escritos são lidos no mundo inteiro: é difícil imaginar um pensador contemporâneo que não tenha sido influenciado por seus temas e suas questões. Destacaremos alguns dos conceitos criados ou debatidos por ele: Tipo ideal Patrimonialismo Racionalismo Carisma Burocracia Estamento Ética protestante ESTAMENTO Para Weber, informa Kalberg (2010, p. 102), os estamentos são como “grupos de status” e funcionam como uma base para a estratificação social. Esses conceitos encontram-se bastante difundidos no pensamento sociológico atual, convertendo-se em fonte de inspiração e debate de inúmeras pesquisas. javascript:void(0) CIÊNCIAS SOCIAIS: RAZÃO CIENTÍFICA X RAZÃO HISTÓRICA Max Weber nasceu na cidade de Erfurt, na Alemanha, em 21 de abril de 1864, no interior de uma família abastada. Sua formação acadêmica foi muito ampla, estando concentrada nos estudos de Direito, História, Economia e Filosofia nas universidades de Heidelberg, Berlim e Göttingen. Ainda muito jovem, Weber foi nomeado professor em Berlim e, em 1895, tornou-se catedrático da Universidade de Heidelberg. Uma aguda crise pessoal fez com que ele interrompesse suas aulas e suas pesquisas durante anos. Suas atividades de pesquisa se desenrolaram de modo intermitente nos intervalos entre os anos de sua convalescença. Max Weber em 1918 ABASTADA Conceito que indica prosperidade, riqueza e abundância de bens materiais. javascript:void(0) Império Alemão entre 1871 e 1918. O contexto histórico em que Weber nasceu e viveu marcou profundamente suas ideias. Ao contrário de França e Inglaterra, as duas maiores potências europeias do século XIX, a Alemanha se unificou e se organizou como Estado-Nação mais tarde. Isso atrasou seu ingresso nas corridas industrial e imperialista então vigentes. A Alemanha encontrava-se em uma etapa de transição de um estado agrário para um industrial. Ela foi vivenciada por todas as classes e todos os grupos sociais como problemática. Uma das preocupações centrais da obra de Weber era entender o caráter particular e específico do capitalismo ocidental. Ele dedicou boa parte de suas energias intelectuais a tal tema, estudando-o desde sua perspectiva histórica e econômica até a sociológica e cultural. A amplitude e a profundidade de seus conhecimentos o levaram a iniciar um projeto ambicioso de comparação das implicações das orientações religiosas dos indivíduos no desenvolvimento econômico em diferentes civilizações, como a Índia e a China. Do ponto de vista intelectual, travava-se na Alemanha um acirrado debate entre o positivismo, então corrente dominante no pensamento social e filosófico, e seus críticos. Os objetos da polêmica eram as especificidades das ciências da natureza e das ciências do espírito – e, no interior destas, o papel dos valores e a possibilidade da formulação de leis gerais. Auguste Comte. Na figura de seu principal autor, o francês Augusto Comte (1798-1857), o positivismo defendia a adoção dos métodos das Ciências Naturais e da Matemática como os fundamentos para a produção de conhecimento na área das Ciências Humanas. Wilhelm Dilthey. Já Wilhelm Dilthey (1833-1911), um dos mais importantes representantes da ala antipositivista, contrapôs à razão científica dos positivistas a razão histórica, isto é, a ideia de que a compreensão do fenômeno social pressupõe a recuperação do sentido sempre arraigado temporalmente e sujeito a uma weltanschauung (uma visão de mundo, um ponto de vista). De acordo com Dilthey, o modo explicativo era a característica essencial das Ciências Naturais, que buscavam explicar as causas que davam existência aos fenômenos naturais. A compreensão seria o modo típico das Ciências Humanas, que não devia explicar os fatos em si, determinando as causas imediatas, e sim compreender os processos da ação humana e dela extrair seu sentido. Segundo Weber, um cientista é inspirado pelos próprios valores e ideais, que o levam a escolher e a definir os temas e o objeto de seus estudos. Para ele, os cientistas nunca abordam a realidade empírica de maneira “objetiva”, mas trazem consigo as questões e os interesses provenientes de seus valores. Estudar as consequências do aumento da produtividade do trabalhador no ambiente de trabalho ou o papel do amor no casamento é uma decisão que se baseia não em um fato ou no método científico, e sim em valores, ou seja, no juízo do pesquisador sobre o que é mais importante ou interessante. IMPORTANTE Contudo, uma vez escolhido o tema de pesquisa, não se deve permitir que os valores pessoais, as preferências e os preconceitos interfiram na coleta de dados empíricos e em sua avaliação. A contaminação dos valores do pesquisador com os dos atores investigados também precisa ser evitada. Essa postura implica uma estreita separação entre o que existe (a pergunta para a análise científica) e o que deve ser (o domínio dos valores e das preferências pessoais). Embora os valores inevitavelmente desempenhem um papel na pesquisa, os princípios de neutralidade e isenção recomendam controlar, sempre que possível, a influência deles. Em condições de isenção de valor, pesquisadores praticam a objetividade, resolvendo não escolher métodos nem interpretar dados de maneiras que favoreçam seus valores ou sua postura ideológica. Ignorar a prova que refuta uma teoria, por exemplo, e aceitar apenas a que a apoia são duas ações que violam o princípio de isenção de valor. A neutralidade requer que os pesquisadores identifiquem e deixem bem claro os próprios valores em vez de fingir que não possuem aqueles capazes de influenciar seu trabalho. Max Weber também sustentava o seguinte ponto de vista: as Ciências Sociais visam à compreensão de eventos culturais como singularidades. Seu objetivo é, portanto, captar a especificidade dos fenômenos de estudos e seus significados. No entanto, se a realidade cultural é infinita, uma investigação exaustiva, que leve em consideração todas as possibilidades ou variáveis implicadas em determinado acontecimento, torna-se uma pretensão inatingível. Por isso, o cientista precisa isolar aquilo que considera significativo: trata-se, afinal, de um esforço cognitivo que permite a avaliação da importância de um fenômeno tanto para ele quanto para a cultura e a época em que se insere. Entre os instrumentos de que o sociólogo dispõe para compreender e interpretar a vida social, um dos mais importantes é o que Weber chamou de “tipo ideal”. Esse tipo é formado por ferramentas metodológicas com as quais é possível, na abordagem weberiana, lançar luz sobre o que caracteriza um grupo. Em outros termos, significa buscar o essencial ou o fundante de determinado fenômeno.Os exemplos analisados não representam o todo do “tipo ideal”, mas possibilitam a relação de semelhanças comparáveis entre os grupos sociais em análise. Nesse sentido, trata-se de um trabalho teórico indutivo que busca alcançar a dimensão essencial em meio à diversidade dos fenômenos da vida social. Mediante a seleção e a identificação de exemplares, não se objetiva constituir um modelo empírico do objeto de análise, e sim um instrumento hermenêutico para a conceituação das manifestações e formações sociais. Em outras palavras, Weber coloca o sociólogo como um observador/interpretador do mundo, alguém a reconhecer que determinados comportamentos e certas ações tendem a um tipo de entendimento. Não é algo indiscutível, e sim uma tendência, ou seja, uma reprodução não linear. No entanto, é possível construir um tipo ou um modelo e compará-lo às ações individuais. De certa forma, isso funciona como um manequim de loja: um corpo que ninguém tem, embora o coletivo o reconheça como tal. Comparando as formas, somos capazes de perceber se precisamos de um modelo maior ou menor ou se o caimento ficará bom ou não. CONCEITO DE AÇÃO SOCIAL A sociologia de Weber considerava o indivíduo e sua ação como o centro da investigação. Com isso, ele queria salientar que o verdadeiro ponto de partida da Sociologia é a compreensão das ações dos indivíduos, e não de entidades coletivas, grupos ou instituições. Ele não tinha a intenção de negar a existência ou a importância dos fenômenos sociais, como o Estado, a empresa capitalista e a sociedade anônima, mas tão somente a de ressaltar a necessidade de se compreender as intenções e as motivações dos indivíduos que agem em sociedade. Sua insistência em compreender as motivações da ação humana o levou a rejeitar a proposta do positivismo de transferir para a Sociologia a metodologia de investigação utilizada pelas Ciências Naturais. Segundo o sociólogo, a “ação social” se define como toda conduta humana dotada de um significado subjetivo dado por quem a executa. Ela é diferente de um comportamento reativo ou imitativo, pois a ação social é subjetivamente orientada e conduzida pelo agente tendo em vista a conduta de outro ou de outros agentes. Para Weber (1999, p. 7), a Sociologia é a ciência “que pretende entender, interpretando-a, a ação social para, dessa maneira, explicá-la causalmente em seu desenvolvimento e efeitos”. A interpretação dessa ação não implica uma avaliação dos processos psicológicos internos aos agentes, pois o que interessa a Weber é apreender os motivos que os impeliram a exercer tal ou qual ação social, sempre levando em conta a resposta ou a reação dos outros. Toda ação humana, portanto, é influenciada pela consciência da situação na qual se realiza e pela existência das ações e reações dos outros agentes sociais envolvidos. Em outras palavras, o sujeito faz escolhas como pessoa, ou seja, como alguém que vive as situações sociais. As pessoas têm escolhas e podem, diante da dúvida, do acolhimento, da acomodação e do convencimento, permanecer naquela situação. Veremos um exemplo disso a seguir: Imagine que você nasceu em meio a uma família de criminosos, verdadeiros ladrões históricos. Tudo aquilo que você aprendeu durante toda a sua vida foi naturalizar o roubo. Mas você convive socialmente e tem acesso aos meios de comunicação. As falas, mesmo entre seus próximos, estão do lado “errado”, porém podem até defender seus atos. Você, como indivíduo, está inundado de referências contraditórias: vozes que ouve, olhares e pressão. Quem vai lidar com a sociedade e tomar decisões é você. Cabe ao indivíduo, portanto, afastar-se de um grupo e se aproximar de outro (como abandonar os ladrões por um círculo religioso, por exemplo) ou lutar para ter reconhecimento de seus pares, tornando-se mais importante naquele meio. A sociedade e a cultura estão diante de todos, mas tudo isso só tem sentido no conjunto das ações dos indivíduos. Embora reconheça o condicionamento social da ação humana, o conceito de ação social na sociologia de Weber nos remete ao princípio da liberdade e da participação histórica. O sociólogo (1999) identificava quatro diferentes tipos de ação social que funcionavam de acordo com suas diversas motivações: AÇÃO RACIONAL COM RELAÇÃO A FINS Ação social guiada por um objetivo previamente definido para a qual seu agente avalia os meios necessários ou adequados a fim de atingi-lo. Quanto mais a conduta ocorrer sem a interferência de tradições culturais e afetos que desviem seu curso, mais racional será a conexão entre fins e meios. AÇÃO RACIONAL COM RELAÇÃO A VALORES javascript:void(0) javascript:void(0) Conduta orientada por princípios e convicções. Em sua ação, o agente leva em conta somente sua fidelidade a tais valores como fontes inspiradoras de sua conduta. Trata-se, portanto, de um imperativo ou de uma exigência ditada por seu senso de dignidade e suas crenças religiosas, políticas, morais ou estéticas, assim como por valores que preza, como a justiça, a honra, a honestidade, a fidelidade e a beleza. AÇÃO TRADICIONAL Atuação pautada por hábitos arraigados e costumes seculares. Normalmente, isso é uma resposta rotineira a demandas e estímulos conhecidos ou comuns. Esse tipo de ação está vinculado ao âmbito da dominação tradicional e carismática (tal qual a ação seguinte). AÇÃO AFETIVA Essa ação é determinada por afetos e estados sentimentais, como vingança, desespero, admiração, orgulho, medo, inveja, entusiasmo, desejo, compaixão e gosto estético ou alimentar, sem haver uma consideração dos meios ou dos fins que se deseja atingir. Se a sociologia positivista considera que a ordem social, enquanto força exterior, subjuga os indivíduos, Weber salientava que não existia oposição absoluta entre eles e a sociedade. Nesse sentido, as normas são concretas quando assumem a forma de motivação em cada indivíduo. Aquilo que leva a ação social e seu sentido pode ser expresso pelo agente ou estar implícito em sua atitude ou seu comportamento. Por sempre se pautar pela conduta dos outros, as ações sociais se orientam de forma recíproca na expectativa de que se agirá socialmente de certo modo e a partir de conteúdos e javascript:void(0) javascript:void(0) motivações compartilhados. Com o conceito de “relação social”, Weber designava a probabilidade de que uma forma determinada de conduta social tenha seu sentido partilhado pelos diversos agentes em uma sociedade qualquer. A diferença entre ação social e relação social é importante. Como lembra um dos mais importantes estudiosos de Weber no Brasil... [...] na primeira [ação social], a conduta do agente está orientada significativamente pela conduta de outro (ou outros), ao passo que, na segunda [relação social], a conduta de cada qual entre múltiplos agentes envolvidos (que tanto podem ser apenas dois em presença direta quanto um grande número e sem contato direto entre si no momento da ação) orienta-se por um conteúdo de sentido reciprocamente compartilhado. Assim, um aperto de mão é uma ação social, porque a conduta de cada participante é orientada significativamente pela conduta de outro; já a amizade é uma relação social, porque envolve um conteúdo de sentido capaz de orientar regularmente a ação de cada indivíduo em relação a múltiplos outros possíveis e que, portanto, manifesta-se sempre que as ações correspondentes são realizadas (por isso mesmo, podemos designar esse conteúdo de sentido pelo termo genérico de “amizade”). Claro que a amizade, como qualquer relação social, não existe senão quando se traduz em condutas efetivas. E, como não há garantia prévia de que isso se dê, a ocorrência de qualquer relação social só pode ser pensada em termos de probabilidade, que será maior ou menor conforme o grau de aceitação do conteúdo de sentido da ação pelos seus participantes. COHN, 2003, p. 30, grifo nosso. A ÉTICA PROTESTANTE E O “ESPÍRITO” DO CAPITALISMO O trabalho mais conhecido e importantede Max Weber é, sem dúvida, A ética protestante e o “espírito” do capitalismo , publicado, ao longo dos meses de 1904 e 1905, na revista Archiv für Sozialwissenchaft . Quinze anos depois, o ensaio foi republicado em edição revista e ampliada. Weber estudava nele as relações de afinidade particular entre os presentes na época do surgimento do capitalismo moderno e aqueles disseminados pelas religiões protestantes, em especial pelo calvinismo. Ele estava interessado em uma possível conexão entre valores e condições para o estabelecimento do capitalismo. Como lembra um dos mais conhecidos especialistas em Weber no Brasil, o objeto do sociólogo... NÃO ERA O CAPITALISMO COMO SISTEMA ECONÔMICO OU MODO DE PRODUÇÃO. ERA, SIM, O CAPITALISMO ENQUANTO “ESPÍRITO”, ISTO É, CULTURA – A CULTURA CAPITALISTA MODERNA, COMO TANTAS VEZES ELE IRÁ DIZER –, O CAPITALISMO VIVENCIADO PELAS PESSOAS NA CONDUÇÃO METÓDICA DA VIDA DE TODO DIA. NOUTRAS PALAVRAS, O CAPITALISMO COMO CONDUTA DE VIDA: LEBENSFÜHRUNG . PIERUCCI, 2004, P. 7. A sociologia de Weber era pautada na observação de fenômenos. Os conceitos formulados por ele tinham um fundamento estruturado na observação do homem e nas dinâmicas dessas relações. Ao propor a construção da “ética protestante”, ele observava um fenômeno cultural e buscava entender sua dinâmica. MAS QUE FENÔMENO É ESTE? Os velhos modelos políticos de mundo ruíram ao longo do século XIX, mas, ao mesmo tempo, ele continuava vivo, andando e transformando-se. Novas nações e outras potências vinham se solidificando e vivenciando um fenômeno denominado capitalismo. Destacaremos a seguir as categorias que foram transformadas com o surgimento do capitalismo: A chegada do proletário A remuneração por papel-moeda javascript:void(0) javascript:void(0) A mudança da rotina e da jornada de trabalho O controle do tempo Todas essas mudanças não extinguiam as relações de casamento e as estruturas morais: valores que já haviam sido das cortes foram repaginados e transformados em atributos burgueses. A busca de Weber era perceber a manutenção dos “tipos ideais” em meio a esses novos fenômenos culturais. javascript:void(0) javascript:void(0) MAS COMO ISSO FOI POSSÍVEL? ORA, ELE FOI INVESTIGAR. Primeiramente, Max Weber os vivenciou. Em seguida, obteve dados estatísticos e cruzou o “espírito” da tradição religiosa católica, comparando-a com as linhas “tracionais” do protestantismo e, enfim, com o que ele conheceu nos Estados Unidos: a nova lógica comunitária e capitalizada. Na busca por entender como tais fenômenos se mantinham, Weber inaugurou uma série de conceitos que se tornaram fundamentais: COSTUME E HÁBITO Parece uma distinção menor, mas não é. Costume é o trabalho na fábrica, o horário de entrada e saída. Significa estar preparado para as rotinas corriqueiras sem que se brigue ou se lute por elas, embora elas estejam fortemente internalizadas. Já um hábito se manifesta quando internalizamos algo que parece certo e faz parte do grupo, como, por exemplo, ir à igreja no dia em que a comunidade se encontra, a culpa que se sente por não ir, o peso de representar algo naquele dia, levar os filhos a esse ambiente ou ensinar que é certo guardar aquele dia. RELAÇÃO SOCIAL Retomaremos esse conceito em outro ponto, mas, aqui, estamos falando não de estruturas propriamente antagônicas, e sim complementares. Como vimos, o indivíduo, para Weber, tem escolha. Por exemplo, não cumprir a fiança é uma escolha. Essa decisão gera, no entanto, pressões para além do indivíduo, como o peso de quem o cerca e o que ele perde na comunidade por não exercer o esperado. Isso é a relação social – e todos os indivíduos são constantemente pressionados por ela. ORDEM LEGÍTIMA A relação social nos leva ao entendimento de que toda sociedade constitui uma ordem complexa, um conjunto de valores partilhados pelos grupos e vivenciados por eles. Essa construção de ordem é reconhecida e trabalhada de duas formas: ordem legítima de convenção e ordem legítima de direito. EXEMPLO Se um homem lhe estende a mão, não retribuir esse ato é, segundo uma convenção tradicional do patriarcado ocidental, uma ofensa. Observe que não há uma lei ou uma punição prevista na legislação para isso, porém, na ordem legítima de convenção, foi cometido um ato muito grave. Já na ordem legítima de direito, há punições previstas para determinados casos, pois as leis espelham a materialidade da ordem e buscam garanti-la. Analisaremos agora um exemplo mais amplo. EXEMPLO O adultério faz parte da ordem legítima das sociedades. Algumas pessoas o relativizam, tendo outras posições a respeito do assunto, mas, geralmente, a ordem legítima de convenção entende que ele é algo errado e passível de separação, conflitos etc. Há pouco tempo, inclusive, a legislação brasileira previa o adultério como crime. Tratava-se de algo tão estruturado e crítico que fazia parte do ordenamento jurídico. ESTAMENTOS/STATUS SOCIAL Todos os indivíduos disputam prestígio em meio a suas relações. As formas e seus reconhecimentos são diversos. Nesse sentido, os estamentos aparecem quando a ação social é pautada e orientada para a honra e a estima social, bem como para os padrões de consumo e os estilos de vida compartilhados. Portanto, a desigualdade ocorre não somente pela propriedade, mas também em relação às diferenças de status. Nas páginas finais de seu clássico estudo, Weber indica que, após expandir-se como forma econômica e consolidar-se como modo de produção industrial de massa, o capitalismo abandonou suas raízes religiosas e passou a sustentar-se exclusivamente por razões mundanas. O capitalismo moderno já não necessita mais do suporte de qualquer força religiosa e sente que a influência da religião sobre a vida econômica é tão prejudicial quanto a regulamentação do Estado. Em suas palavras... [...] O PURITANO QUERIA SER UM PROFISSIONAL – NÓS DEVEMOS SÊ-LO. POIS A ASCESE, AO SE TRANSFERIR DA CELA DOS MOSTEIROS PARA A VIDA PROFISSIONAL, PASSOU A DOMINAR A MORALIDADE INTRAMUNDANA E, ASSIM, CONTRIBUIU PARA EDIFICAR ESSE PODEROSO COSMOS DA ORDEM ECONÔMICA MODERNA, LIGADO AOS PRESSUPOSTOS TÉCNICOS E ECONÔMICOS DA PRODUÇÃO PELA MÁQUINA, QUE, HOJE, DETERMINA COM PRESSÃO AVASSALADORA O ESTILO DE VIDA DE TODOS OS INDIVÍDUOS QUE NASCEM DENTRO DESSA ENGRENAGEM – NÃO SÓ DOS ECONOMICAMENTE ATIVOS – E, TALVEZ, CONTINUE A DETERMINAR ATÉ QUE CESSE DE QUEIMAR A ÚLTIMA PORÇÃO DE COMBUSTÍVEL FÓSSIL. WEBER, 2004, P. 165. ASCESE javascript:void(0) Controle pleno do corpo. Esse conceito é baseado na ideia de que, para purificarmos a alma, devemos punir nosso corpo. Na transposição weberiana, trata-se do exercício de escolha pela abdicação, permitindo-se ser controlado pela moralidade e resistindo a desejos e impulsos. COMENTÁRIO Todos os conceitos que observamos neste módulo aparecem em obras diversas de Weber, embora tenham sido reunidos de forma singular em A ética protestante e o “espírito” do capitalismo . Insistiremos ainda sobre essa relação, que é fundamental na compreensão das bases do pensamento weberiano. WEBER E A MUDANÇA DA PERSPECTIVA SOCIOLÓGICA Um especialista oferece neste vídeo sua visão sobre dois preceitos básicos de Weber acerca da perspectiva do sujeito e do objeto analítico, além de nos explicar como funciona essa operacionalização. VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 2 Reconhecer temas, questões e influências do pensamento weberiano PRIMEIRAS PALAVRAS Iniciaremos este módulo com nosso olhar concentrado em dois pilares fundamentais da pesquisa de Max Weber: PILAR 1: SOCIEDADES TENDEM A REPRODUZIR PRÁTICAS. PILAR 2: SUJEITOS FAZEM ESCOLHAS. A união desses dois processos cria o tecido social, tornando singular e complexo o estudo da Sociologia. TECIDO SOCIAL Weber aproximava seu olhar sociológico da história e da antropologia, porém, ao mesmo tempo, retirava a “prática” da ação do investigador em lutar, em legitimar o mundo. O pesquisador, afinal, explica, entendefenômenos e os analisa – e Weber fazia justamente isso. Vamos notar um pouco dessa prática entendendo como o sociólogo escreveu sua famosa obra A ética protestante e o “espírito” do capitalismo . WEBER E O CAPITALISMO O especialista Rodrigo Rainha explica neste vídeo a visão de Weber sobre o capitalismo. FORMAS DE DOMINAÇÃO Um dos problemas que se coloca para a sociologia weberiana é a continuidade das relações sociais. UMA VEZ QUE WEBER ENTENDE QUE QUALQUER ENTIDADE SOCIAL SE CONSTRÓI A PARTIR DAS AÇÕES INDIVIDUAIS, COMO É POSSÍVEL A PERSISTÊNCIA DA VIDA SOCIAL? O QUE LEVA OS INDIVÍDUOS A CONFERIREM A SUAS AÇÕES UM SENTIDO DETERMINADO QUE GARANTA A PERMANÊNCIA DAS RELAÇÕES SOCIAIS E A EXISTÊNCIA DA PRÓPRIA SOCIEDADE? A resposta dada por ele a tais questões encontra-se no conceito de dominação, isto é, a possibilidade de uma pessoa encontrar outra disposta a obedecer a uma ideia ou situação. Essa submissão é justificada por uma motivação que a legitima. A dominação legítima pode justificar-se por três motivos de submissão ou princípios de autoridade: racionais, tradicionais ou afetivos. Segundo o sociólogo, a dominação... Nas relações entre dominantes e dominados, por outro lado, a dominação costuma apoiar-se internamente em bases jurídicas, nas quais se funda a sua legitimidade, e o abalo dessa crença na legitimidade costuma acarretar consequências de grande alcance. Em forma totalmente pura, as bases de legitimidade da dominação são somente três, cada uma das quais se acha entrelaçada – no tipo puro – com uma estrutura sociológica fundamentalmente diversa do quadro e dos meios administrativos. WEBER, 2003, p. 128.S Tendo em vista essa motivação, o sociólogo conseguiu distinguir diferentes formas de dominação: DOMINAÇÃO LEGAL DOMINCAÇÃO TRADICIONAL DOMINAÇÃO CARISMÁTICA Trata-se do poder que existe nas instituições modernas – impessoal e garantido por leis e estatutos. Seu tipo mais puro é a burocracia, tal como ela se expressa na estrutura administrativa do Estado moderno ou na gestão na empresa capitalista privada. Seu ideal é proceder sem a menor influência de motivos pessoais nem de questões sentimentais de espécie alguma. É o poder que decorre das tradições, como, por exemplo, na gerontocracia e no patriarcalismo. Nesse tipo de dominação, aquele que ordena é o “senhor” e os que javascript:void(0) javascript:void(0) obedecem, os “súditos”. A base da administração é marcada por um quadro de funcionários dependentes pessoais do senhor (familiares e funcionários domésticos), ou de amigos pessoais (favoritos), ou de pessoas ligadas a ele por um vínculo de fidelidade (vassalos e príncipes tributários). Decorre da devoção à personalidade ou ao carisma atribuído a um líder, assim como de sua capacidade excepcional de mobilizar pessoas, seja pelo uso de suas qualidades pessoais ou por suas ideias, seja por mecanismos como propagandas e apresentações públicas. O tipo que manda é o líder; o que obedece, o apóstolo. Em relação à dominação legal, a carismática é mais instável e efêmera, tendendo à rotinização. Em contrapartida, ela contradiz todos os valores, costumes e leis, assim como todas as normas e tradições existentes. GERONTOCRACIA Governo exercido por anciãos. PATRIARCALISMO Governo exercido por patriarcas. Constituída por tipos ideais, essa classificação é apenas abstrata, mas permite o entendimento das diferenças e a identificação dos tipos de autoridade existentes. Cabe ao cientista social reconhecê-los na realidade e estudar seus graus de variância. Para Weber, a dominação legal é o traço mais característico das sociedades ocidentais modernas, nas quais a burocracia assume um papel destacado. Ele estuda a burocracia como um tipo de organização da vida social que se manifesta por dispositivos legais e que busca estabelecer critérios de competência e funcionalidade, como, por exemplo, a qualificação e a eficiência. No entanto, ela também é uma forma de dominação. Tal aspecto da vida social moderna ganha importância na teoria weberiana. Essa teoria procura descrever tanto as estruturas de dominação coercitiva, baseadas no uso da força, quanto as de dominação diretiva, tendo como base a legitimidade das leis. Entre essas estruturas, a mais importante na sociedade moderna é o Estado, que detém, além de instituições racionais de dominação, o monopólio da violência em um território delimitado. Com isso, entramos em mais um dos grandes temas da sociologia weberiana: o progressivo processo de racionalização e o chamado “desencantamento do mundo”. RACIONALIDADE E “DESENCANTAMENTO DO MUNDO” De acordo com Weber, o avanço da racionalidade tinha como resultado, de um lado, uma decadência geral da cultura clássica (em especial, a alemã), e, de outro, uma vida organizada em torno de princípios impessoais de cálculo racional, eficiência técnica e controle. O conhecimento científico e o desenvolvimento de formas de organização racionais e burocratizadas expulsaram do mundo os deuses e os mitos. A escalada da razão e sua utilização abusiva levavam a uma excessiva especialização, a um mundo cada vez mais intelectualizado e artificial, que abandonava para sempre os aspectos mágicos e intuitivos do pensamento e da existência. As análises de Weber o convenceram da inevitabilidade desse processo de racionalização. Os sentimentos, a espiritualidade e os valores morais diminuiriam em importância ao mesmo tempo em que as sociedades construiriam uma “jaula de ferro”. Sua visão sociológica dos tempos modernos desembocou em uma visão – se não for pessimista – resignada diante da realidade social. Diante desse estado de coisas, apenas o surgimento de lideranças carismáticas poderia romper com a inércia e as amarras da “jaula de ferro” que os homens construíram para si mesmos nas sociedades ocidentais modernas. Ocorre, porém, que o carisma rapidamente faz parte da “rotina”, isto é, torna-se cotidiano, sendo absorvido pela lógica férrea das instituições racionais-legais. COMENTÁRIO Se fosse necessário indicar a marca distintiva que Weber identificava nas sociedades ocidentais modernas, ela seria a de que o mundo tende inevitavelmente à racionalização de todas as esferas da vida: da economia à tecnologia, da administração à jurisprudência, da religião às artes. INFLUÊNCIA DO PENSAMENTO WEBERIANO A obra de Max Weber foi traduzida em inúmeras línguas. Seus principais conceitos e questões continuam a alimentar o debate sociológico contemporâneo. Parte expressiva das correntes de pensamento e dos autores de destaque nas Ciências Sociais dialogaram, implícita ou explicitamente, com as principais teses defendidas por Weber. A gama de temas e de possibilidades aberta por ele é a demonstração de que se trata de um clássico no sentido mais vigoroso da expressão. Para apresentarmos apenas um exemplo, tomaremos a influência de Weber na obra do sociólogo francês Pierre Bourdieu (1930-2002), um dos mais célebres autores da segunda metade do século XX. Inspirado nos escritos de Weber sobre sociologia da religião, Bourdieu formulou um de seus principais e mais conhecidos instrumentos de análise: o conceito de campo, que constitui, ao lado da noção de habitus , um dos pilares da estrutura do pensamento sociológico do autor. Pierre Bourdieu. 1 Acompanhando o diagnóstico de Max Weber sobre o crescente processo de racionalização do mundo social e a autonomização da conduta de vida, Pierre Bourdieu enfatizava o surgimento de campos relativamente autônomos que passavam a operar a partir de uma lógica interna específica, com seus agentes posicionados diferencialmente dentro de sua estrutura interna. Bourdieu retomou as considerações de Weber sobre a progressiva diferenciação de esferas da conduta da vida – que vão paulatinamente se desprendendo da religião – a fim de indicar que, em uma sociedade ocidental contemporânea altamente diferenciada, o direito, a arte, a administração, o mercado e a política passam a operar a partirde regras e de mecanismos específicos, e não mais em decorrência da influência da religião. 2 3 Além disso, Bourdieu ambicionou elaborar uma teoria geral dos modos de dominação, uma sociologia comparada dos modos de legitimação do poder e das formas de violência simbólica que lhes são inerentes. Se o ponto de partida de sua análise foi efetivamente a definição weberiana de Estado no qual se concentra o exercício da violência física, Bourdieu não deixou de analisar – algo presente já em seus trabalhos sobre o sistema de ensino – outra dimensão dele: a monopolização da violência simbólica. Para o filósofo, as escolas têm um papel fundamental na imposição e transmissão de um conjunto de valores consagrados que ajuda a reproduzir e perpetuar a dominação exercida pelas classes dominantes e a manter as desigualdades sociais. 4 Na vida acadêmica brasileira, Max Weber talvez seja, entre os autores clássicos das Ciências Sociais, o mais citado e estudado. Desde a década de 1930, constata-se a presença e a influência de suas ideias e de seus conceitos em obras clássicas do chamado pensamento social brasileiro, isto é, nas grandes tentativas de interpretação da singularidade da formação histórica e sociocultural do Brasil. VOCÊ SABIA A obra Raízes do Brasil (1934), escrita pelo historiador Sergio Buarque de Holanda, inaugurou uma perspectiva de análise na qual a tradição cultural brasileira é contraposta à herança protestante norte-americana e europeia. Inspirado na discussão de Weber sobre os tipos puros de dominação, Holanda (2005) identificou a raiz do atraso brasileiro em uma estrutura patrimonial de poder político, ligada, por sua vez, à formação ibérica do Brasil. Segundo o historiador, a herança cultural ibérica transplantada para o Brasil pelos colonizadores portugueses seria responsável por fatores como: A confusão entre o público e o privado; O predomínio das relações pessoais e familiares sobre o sistema impessoal de mérito; A aversão aos trabalhos manuais; O mercado de trabalho pouco desenvolvido. Para Sergio Buarque de Holanda, o predomínio da dominação tradicional-patrimonialista entre os brasileiros, que era a responsável pela apropriação privada dos recursos públicos, contrapunha-se à de caráter legal, característica das sociedades mais avançadas. Nesse contexto, o Estado está separado do mercado e as burocracias funcionam de acordo com regras universais, enquanto o governo expressa os projetos das representações políticas constituídas a partir da sociedade civil. Além de retomar temas e questões vinculados à obra de Weber, Holanda (2005) usou seus principais princípios metodológicos: os tipos ideais e o método compreensivo. Sergio Buarque de Holanda.] Para refletirmos mais sobre a grande influência de Weber no Brasil, destacaremos outro autor de grande importância: o antropólogo Roberto DaMatta. 1 Em seu livro mais famoso, Carnavais, malandros e heróis (1979), o autor se propõe a entender o dilema que atravessa a sociedade brasileira: o antagonismo entre um modelo de ordem social igualitarista, no qual predominam as relações impessoais e universais, e outro de ordem social hierárquico, em que prevalecem as relações familiares, as de compadrio e as de amizade. Usando as sugestões de Max Weber sobre as formas de dominação patrimonialista, DaMatta (1979) analisa, na expressão ritual “Você sabe com quem está falando?”, um elemento central para a compreensão da singularidade das relações sociais brasileiras. De acordo com o antropólogo, determinado sujeito, ao evocar, em uma situação específica, uma posição hierarquicamente superior frente a seu conterrâneo, estabelece com ele uma relação horizontal que se choca com a ideia básica da igualdade de todos perante a lei. Com isso, as regras impessoais são burladas na tentativa de se obter vantagens e privilégios indevidos. 2 3 Em sua análise, DaMatta se vale de uma comparação sistemática do Brasil com os Estados Unidos, um dos países que, de acordo com Weber, desenvolveu, de maneira mais intensa, os princípios defendidos pela ética protestante e de racionalização de todas as esferas da vida social. WEBER E SUAS INFLUÊNCIAS NA SOCIOLOGIA O especialista Rodrigo Rainha aponta neste vídeo as principais influências de Max Weber nos estudos da Sociologia em todo o mundo, assim como no Brasil. VERIFICANDO O APRENDIZADO CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Max Weber representa o terceiro passo de um tripé fundamental no que se refere à perspectiva sociológica. Seu olhar voltado para o indivíduo e sua relação mediada entre ele e a sociedade são fundamentais. Reconhecemos neste tema alguns desses conceitos e visões, as quais, mesmo sendo básicas, são essenciais. Além disso, buscamos entender como foi constituído um legado a partir do olhar desenvolvido por Weber. Ressaltamos, por fim, a profundidade das teorias do autor, convidando você a ter uma primeira aproximação com as proposições do sociólogo. PODCAST AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS BOURDIEU, P. Gênese e estrutura do campo religioso. In : BOURDIEU, P. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 2005. COHN, G. Crítica e resignação – os fundamentos da sociologia de Max Weber. São Paulo: T. A. Queiroz, 1979. COHN, G. (Org.). Max Weber: Sociologia. Coleção Grandes Cientistas Sociais. São Paulo: Ática, 2003. DAMATTA, R. Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro. Rio de Janeiro: Zahar, 1979. HOLANDA, S. B. de. Raízes do Brasil. 26. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. KALBERG, S. Max Weber: uma introdução. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 102. PIERUCCI, A. F. Apresentação. In : WEBER, M. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. WEBER, M. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. WEBER, M. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Brasília: Universidade de Brasília, 1999. WEBER, M. Os três tipos puros de dominação legítima. In : COHN, G. (Org.). Max Weber: Sociologia. Coleção Grandes Cientistas Sociais. São Paulo: Ática, 2003. EXPLORE+ Assista no YouTube a uma entrevista de Roberto DaMatta sobre as teses principais de seu mais famoso livro: MRJGSABINO. Roberto DaMatta explica o Brasil - carnavais, malandros e heróis. Bloco 1, 2, 3. Publicado em: 2 abr. 2013. CONTEUDISTA Rodrigo Martins Ramassote CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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