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LE GOFF, Jacques. “uma longa Idade Média”. In:_ Em busca da Idade Média. 1.1 Problematização da periodização tradicional: século V ao século XV - Eventos: da queda do Império Romano à “Descoberta da América” 1.2 – O “fato histórico” e os “períodos históricos” são fabricações do historiador. - Problematização das determinações históricas 1.3 – As terminologias não são inocentes (estão comprometidas com lugares de poder). - Alta Idade Média > “antigo”, venerável”, “lugar de autoridade”. - Baixa Idade Média > “recente”, “imperfeito”, “decadente”. 1 – Os “marcos fundadores” da Idade Média 2.1-Idade Média – o conceito surge com Petrarca e os humanistas italianos - Acredita-se viver na “idade do meio” e a Antiguidade seria a “Idade Alta”; - Busca pelo passado em sua “pureza” / “verdadeiro renascimento”; - Se julgam “descoloridos”, situando-se entre dois tempos coloridos; - Prolongamento do medievo ao século XVIII. 2 – As emergências das noções de Idade Média e de Renascimento como invenções históricas 2.2 – Renascimento – sua constituição plena no século XIX - A volta à Antiguidade significa um retorno “perfeição original” do cristianismo; - O século XVIII coloca-se entre o “passado esplendoroso” da Antiguidade e o futuro “iluminado dos filósofos”; - Os Iluministas, numa reação contra a Igreja, definem Idade Média como “idades sombrias”, pois ela seria caracterizada pela ausência da razão e do gosto, da esquisitice, da falta de jeito; - Os iluministas estabelecem associação entre Renascimento e “progresso”. 3.1 – Jakob Burckhardt e a sua Civilização do Renascimento na Itália(1860): instaura a periodização que perdura até hoje. -Ruptura definitiva entre os dois período: invenção do Renascimento com “R” maiúsculo, isolando a Idade Média; -“Prioriza a Itália como “brilhante” e inscreve a Idade Média como “idade das trevas”; -Desloca a palavra “moderno” do sentido do “recente”/”presente” e associa ao “progresso”/”evolução”; -Marco do início civilização enquanto Razão, Progresso e “saber incomparável”. 3 – Século XIX: estabelecimento dos marcos para a civilização ocidental -As burguesias nacionais europeias abandonam a Idade Média imaginária dos românticos e “descobre na História a narrativa fundadora da Nação”; -O marco de origem dessa História seria o Renascimento (Lutero na Alemanha e Reforma na Inglaterra); - Na França, Michelet rompe com a Idade Média e define o Renascimento como a “aurora dos tempos presentes”, simbolizados por Rabelais e Lutero. 3.2 – O século XIX: contexto do nacionalismo e da busca apaixonada pela “origem”. - O século XIX: a Idade Média vista como “folclore” (infância da nação). - A colonização do século XIX e o uso e abuso dos vocábulos. - Estabelecimento da “periodização” e a expansão do ensino universitário escolar; - As seleções dos ventos e dos marcos cronológicos: consolidação da imprensa, o “descobrimento”, a tomada de Granada; - A não simultaneidade dos “marcos” para todos os lugares e em todos os setores; - Os conceitos de “economia” e de “política” só são consolidados no século XVIII. 4 – A periodização do século V-XV como uma construção do século XIX 4.1 - A possibilidade de falar de uma “longa Idade Média” - Três “renascimentos medievais”: 1º O Renascimento Carolíngio (século VIII-IX); 2º O Renascimento do século XII; 3º “O grande Renascimento” (XV-XVI); - Na esfera da vida social e da tecnologia, a Idade Média se estende ao século XVIII; - O “problema” da Itália: lugar de excelência da Idade Média e de lugar de exceção; - Idade Média – periodização inadequada para fora da Europa. 5.1- Carlos Magno e a construção de fundamentos de “civilização”: -“Desdramatização da imagem”: evita querelas/ iconoclastias; - Imagem como “instrumento”: representação de Deus e não como “idolatria” ; - Essa concepção de imagem possibilita: valorização do homem na arte ocidental, culto de Maria; - Escrita carolíngia: contribui com unificação – melhora a comunicação no território europeu; - Imposição da Liturgia romana e Canto gregoriano como forma de unificar a celebração. 5- Renascimento Carolíngio (séc. VIII-IX) 6.1- Importância da filosofia e teologia: decorrência do retorno às obras da Antiguidade latina. -Mudanças da ”vida social”: eclosão das escolas urbanas; nascimento dos conventos e das corporações universitárias. Criação da Literatura: nascimento do gênero Romance. 6.2- Latrão IV, o Concílio Capital: - Distinção marcada entre “leigos” e clérigos - A Igreja tenta se separar do poder temporal: influencia da Reforma Gregoriana do século XII e separação entre os “puros” e “impuros”. - Consequências sociais: todos são chamados a se reformar (confissão auricular); o casamento torna-se institucional; condenação de judeus, leprosos, hereges. 6 – Segundo Renascimento – século XII 7.1 - Le Goff considera que não houve uma “verdadeira ruptura”: A separação entre católicos e protestantes não surpreende a cristandade; A palavra Religião marca a ruptura, a palavra era absolutamente estranha à Idade Média; O fim da Idade Média só teria ocorrido no século XVIII, com a Revolução Industrial – a palavra “economia” se diferencia da moral; “Problema da Itália”: fabricação da Itália ocorre posteriormente; pluralidade da Itália 7.2- Periodização Idade Média é uma extensão abusiva do eurocentrismo: inadequação para outros lugares como Japão, Índia, Astecas. 7 - O Renascimento medieval: XV - XVI
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