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Processo Penal I: Anotações de Aula 2º bimestre - UNICURITIBA, prof: Rodrigo Chemim Guimarães

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INVESTIGAÇÃO CRIMINAL
É prévio ao direito de ação (anterior ao processo), e serve como barreira contra denúncias infundadas, já que é justamente no que se baseia.
LEGITIMIDADE INVESTIGATÓRIA
A. Poder Executivo
· Polícias Judiciárias: hoje são subordinados ao Chefe do Executivo, porém a nomenclatura foi copiada da Itália e permaneceu. Realizam inquérito policial. Atuam de forma repressiva (depois que o crime ocorreu, na investigação).
Estados Federados Polícias Civis
União Polícia Federal
· Polícias Militares: subordinadas ao Governador. Atuam de forma ostensiva (antes do crime ocorrer, é de forma preventiva e ostensiva pelo fardamento). Pode, em alguns momentos, investigar (atendem ocorrências) e realizar Inquérito Policial Militar.
· Guardas Municipais: subordinada ao Chefe Executivo Municipal. Criado pela CF/1988 para proteção e conservação do Patrimônio Público Minicipal. Lei Orgânica: mais poderes policiais às Guardas Minicipais, e em alguns casos acaba investigando (mesmo sem previsão).
· Conselho de Controle de Atividade Financeira - COAF: Investigação financeira.
Prevenção controle nos bancos sobre movimentações superiores a R$ 10.000; cartão de crédito superior a 5.000; joias; obras de arte.
· BACEN: O Banco central investiga em casos de fraude de instituição financeira e evasão de divisas.
· CVM: Poder de investigação sobre crimes contra o Mercado de Ações. Investiga e depois passa para o MP.
· Receitas: Federal/ Estadual/ Municipal (quando há constatação de sonegação de imposto, transfere-se ao MP).
· PROCON: Proteção ao Consumidor. E o resultado da investigação também é encaminhada para o MP.
· IAP/IBAMA: Proteção ao Meio Ambiente. Também encaminham para o MP.
B. Poder Legislativo
· Comissão Parlamentar de Inquérito – artigo 58, §3º 
· Polícia da Câmara/Senado: crimes cometidos nas dependências da Câmara ou Senado.
C. Poder Judiciário
LOMAN – artigo 33, parágrafo único: quando no curso da investigação, houver indício da prática de crime por parte do magistrado, a autoridade civil ou militar, remeterá os respectivos autos ao Tribunal ou órgão especial competente para o julgamento, a fim que prossiga na investigação.
	Poder de Investigação do TJ quanto aos Juízes, do STJ para os desembargadores, do STF para STJ, e também do Supremo para crimes cometidos nas suas dependências. Competência para alguns crimes eleitorais por meio da reclamação eleitoral (mistura-se inquérito e processo – mas é encaminhado ao MP).
Artigo 153, CPP.
TRIBUNAL DE CONTAS: investiga os 3 poderes, além de auxiliar o Poder Executivo na aprovação de contas.
CNMP E CNJ: composição mista atividade investigativa complementar – fiscalizar suas atividades.
D. Particular REQUISITAR – característica coercitiva “MANDAR” + artigo 129, VI poder de investigação leI 75 DE 93 LOMPU
Mas o MP não tem estrutura para investigar tudo, então seleciona os temas que historicamente são deixados de lado pela polícia (crimes praticados por ricos, crimes do colarinho branco). GAECO aproxima as duas figuras. Então:
MP requisita Polícia instaura o inquérito 30d não investiga renovação do prazo MP defere ATÉ PRESCREVER.
PEC 37: ACABAR COM O ARTIGO 129 E DEIXAR CLARO QUE O MP NÃO PODE.
· Possui limitações, como a impossibilidade de grampos telefônicos, e de realizar busca e apreensão.
· Exemplos: OAB, Jornalismo investigativo.
E. Ministério Público
Anterior a Constituição de 88 Não há tradição investigativa
Posterior a Constituiçao de 88 Instituição Autônoma
		Institucional
		Funcional
		Financeiramente: aparece na Lei Orçamentária (PR 4,2%), e pode gastar no que quiser.
· Atua em: crimes de colarinho branco (historicamente não investigados pelas polícias, já que são subordinados ao Poder Executivo).
· 
· 1992 – primeira promotoria de defesa do patrimônio público no PR
· 1994 – promotoria de investigação criminal - embrião do GAECO
Investigação de crimes organizados e da estrutura policial.Reação Física e Jurídica (1996)
Argumento que seria monopólio da polícia o poder de investigar artigo 144, §1º, IV, CR polícia federal exerce exclusivamente o poder de polícia judiciária. STF entendeu que a Polícia Estadual NÃO PODE se exercer no âmbito federal (o inverso não é verdadeiro).
 ARGUMENTO FRÁGIL: muda-se o pensamento, todos podem investigar, MENOS o Ministério Público. Baseado no artigo 129, VIII, pois não pode fazer por conta própria. 
Mas por que só o MP não pode? Teoria dos Poderes Implícitos se o MP pode mandar alguém fazer, ele próprio pode fazer também.
INQUÉRITO POLICIAL
1. PROCEDIMENTO: É um procedimento, não é processo pois processo significa a presunção de partes. É a investigação de uma notícia (não quer dizer uma acusação formal > noticia de um possível delito que precisa ser diligenciado para que chegue a aplicação de um crime e ao início da ação. 
No inquérito policial, não há os princípios do contraditório e da ampla defesa, mas isso não significa dizer que eu não tenha exercícios de contraditório e de ampla defesa. Não há os princípios, pois não é sempre possível isso, na maioria das vezes não se sabe nem quem é o autor, como ter contraditório? Não é negado ao advogado o acesso a toda investigação, porem os atos não são vinculados a presença do advogado, se não forem atos de natureza sigilosa. 
2. ADMINISTRATIVO: Quem conduz o inquérito policial é o delegado de polícia (órgão da administração pública). 
Não é conduzido pelo juiz por causa do princípio da inércia. Portanto, no inquérito o Juiz atuará como um Juiz de Garantias, garantia dos direitos dos cidadãos, mediante provocação. A investigação é feita para o Ministério Público (para a decisão de acusar ou não alguém). O juiz é inerte e atua mediante provocação (na defesa das garantias).
3. PRELIMINAR: no sentido de que antecede a fase processual. O ideal é fazer um inquérito para ter os elementos os quais darão embasamento para que o autor dá ação decida se prestará denúncia ou não - Ministério Público (Ação penal pública) ou a vítima (nos casos de Ação penal privada).
4. PREPARATÓRIA: o inquérito instrumentaliza (prepara o procedimento) para permitir que o titular da ação (MP ou vítima) tenha "opnio delecti” ou seja, opinião técnica jurídica a respeito do delito.
5. PROVISÓRIO: no que diz respeito aos DEPOIMENTOS colhidos durante o inquérito policial, existe precariedade probatória justamente porque não há contraditório e ampla defesa. Portanto, o que se produz no inquérito tem caráter de prova provisória. 
· Para que o Juiz utilize os depoimentos como razão da decisão é necessário que estes sejam novamente colhidos durante o processo, na presença das partes, de acordo com os princípios, e aí sim Juiz PODERA VALORAR na sua decisão. Não pode usar o depoimento como razão da condenação. Exceção: depoimento do interrogado, que já tem como regra a exigência do advogado presente.
· Definitivo: em relação a documentos, pericias e provas irrepetíveis, pois já são prova por si só, valendo como prova para todo o processo. 
6. SIGILOSO: Sigilo é dividido em dois: 
O Artigo 20 diz que a autoridade policial assegurará o sigilo necessário ao esclarecimento do fato (inclusive, o delegado sem prévia aprovação do Juiz).
Público interno: para as pessoas que possuem interesse direto no inquérito não poderá haver sigilo (investigado e seu advogado, promotor). Contudo, a autoridade competente (delegado) poderá delimitar o acesso do advogado aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos (em curso), quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências (Súmula vinculante do STF – artigo 7º, §11 Lei 8906/94) depois de documentado o advogado tem acesso. 
Público externo: Conforme, o artigo 20, a autoridade policial assegurará o sigilo necessário ao esclarecimento do fato (inclusive, o delegado sem prévia aprovação do Juiz). Ou seja, a regra geral é de publicidade, mas se necessário o delegado poderá impor sigilo.
7. ESCRITO OU DATILOGRAFADO: Artigo 9 CPP “Todasas peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. ” 
8. DISPENSÁVEL: O inquérito policial não é uma condição para o exercício da ação penal, existem outros instrumentos para investigação, sendo o IP apenas o mais usado. 
O que é indispensável para o exercício da ação penal é um conjunto de elementos que permitam imputar um delito a uma pessoa. Mas esses elementos podem ser trazidos por meio de inquérito ou, por exemplo, pelo COAF, em casos de lavagem de dinheiro, IAP e IBAMA em casos de crimes ambientais. Até o próprio particular pode investigar, por iniciativa própria. 
NOTITIA CRIMINIS
“Notitia Criminis”: É a forma como o Estado toma o conhecimento de um possível delito (notícia do crime). Na classificação doutrinaria existe: 
A) COGNIÇÃO DIRETA: Decorre de uma atividade rotineira de investigação da própria polícia, ou seja, no curso de uma investigação toma contato com a notícia de outro delito. Se tiver ligação, amplia-se a investigação e inclui esse delito que foi descoberto, mas se não tiver conexão, vai ser instaurado um novo procedimento investigatório. Exemplo: mensalão > corrupção do funcionário dos correios (investigaram) e acabam descobrindo a corrupção de deputado.
B) COGNIÇÃO INDIRETA: Quando alguém leva a notitia criminis até a polícia. 
· Pode ser que a própria vítima faça isso, e aí vai ser uma “Delatio criminis”
· Pode ser que um terceiro faça isso, e algumas doutrinas dizem que aqui também terá o nome de Delatio criminis. 
· Pode ser que a notitia criminis venha do Ministério Público, ou do juiz, ou do superior hierárquico do delegado, aí falar-se-a em “Requisição” (é ordem para instaurar a investigação). Onde o MP requisita a instauração de inquérito. 
· Ambas tem dupla função, noticiam o crime e autorizam a investigação ao mesmo tempo. 
· No caso de ação penal pública condicionada, a autorização da vítima para que o Estado investigue chama-se representação. Isso significa que a policia não pode agir de vontade própria.
· No caso de ação penal privada, a vítima faz um requerimento. 
C) COGNIÇÃO COERCITVA: situação de flagrante-delito (artigo 302 CPP).
a) Quem não pode ser preso em flagrante delito: 
a.1 Presidente da república;
a.2 diplomatas estrangeiros cujos países de origem sejam signatários do estado de Viena, EMBAIXADOR;
a.3 quem comete crime de trânsitos com vítima e prestou socorro (artigo 301, CTB);
a.4 quem se apresenta espontaneamente na delegacia depois de cometer um crime;
a.5 quem comete infração penal de menor potencial ofensivo – todos os delitos cuja pena máxima prevista em abstrato seja igual ou inferior a dois anos – e assume o compromisso de comparecer ao juizado especial criminal. LAVRA O TERMO CIRCUNSTANCIADO > tipo um B.O: resumo do fato, testemunhas, vítimas se houver, dados de quem noticiou, possível autor do delito – NÃO INSTAURA O INQUÉRITO);
a.6 quem comete porte para consumo de droga (mesmo se se negar a comparecer ao juizado especial criminal, porque não tem pena privativa). 
a.7 deputados e senadores, os membros do MP, os juízes, os advogados no exercício da profissão só podem ser presos em flagrante se o crime for tecnicamente inafiançável (crimes de racismo, trafico de entorpecentes, tortura, terrorismo e crimes hediondos, crimes feitos por grupos armados – cíveis ou militares – contra a ordem do Estado). artigo 323.
PROVIDÊNCIAS
1) O ato inaugural do inquérito policial nas hipóteses de “notitia criminis” de cognição direta e de cognição indireta será uma Portaria (feita pela Delegado, que irá instaurar o IP). Essa portaria explica porque está se instaurando o inquérito policial, e já determina as diligências preliminares de investigação. 
2) Se for uma situação de flagrante delito aí você pode registrar e dar início a peça inaugural do inquérito, será o auto de prisão em flagrante delito. Aí substitui a Portaria, você já tem o auto processual de prisão em flagrante como a peça inaugural. 
a. Na regra nova - trouxe o preso, ouve o condutor (1º ato), através do termo de ouvida do condutor. Passa um recibo do preso para ele e libera ele (condutor). Ouve a vítima ou testemunha; Interrogatório do preso; Nota de culpa (motivo, quem o prendeu, e os direitos do preso) com prazo de 24h; Auto de registro de flagrante delito tem que ser informado os seus direitos, se isso não foi observado é vício formal, e a sua consequência é o relaxamento do flagrante (soltura). Artigo 304.
b. Se o réu não tiver dinheiro para pagar advogado, for hipossuficiente, o delegado tem 24 horas para entrar em contato com a Defensoria Pública. 
c. Hoje temos a novidade que está sendo implantada no Brasil inteiro que é a Audiência de custódia. Depois de lavrado o flagrante o delegado deve apresentar o preso ao juiz na chamada audiência de custódia. Essa audiência de custódia vem do Pacto de San José da Costa Rica. 
 Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá está o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a esta cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto. 
 § 1o - Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja. 
§ 2o - A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade. 
§ 3o - Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença deste. 
§ 4o - Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. 
 DILIGÊNCIAS DE INVESTIGAÇÃO - artigo 6º, CPP
 
 Art. 6o - Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial (delegado) deverá:
 I - Dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; 
II - Apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; 
· Apreender objetos que estiverem ali a disposição na cena do crime. CSI
· Se os objetos relacionados ao crime estiverem na casa de alguém, por exemplo. Para ingressar é necessário mandado de busca e apreensão, dado pelo Juiz, deve ser o mais delimitado possível. 
· Para cumprir validamente mandado de busca e apreensão em escritório de advocacia, devendo haver durante a diligência um representante da Ordem dos Advogados para acompanhar a busca e apreensão. 
 III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; 
 A doutrina espanhola (parte da doutrina brasileira tem aplicado) diz que na investigação se visam colher provas de cargo e de descargo. 
 	 	-- Provas de cargo: posso incriminar o sujeito, carregar. 
 	 	-- Provas de descargo: posso aliviar, absolver. 
IV - Ouvir o ofendido; vítima direta 
 V - Ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ilhe tenham ouvido a leitura; 
Indiciar = indicar, fica registrado nos anais da Polícia que a pessoa está como suspeita numa investigação policial. Isso não vincula o promotor, ele poderá mudar a denúncia, no entanto, o indiciamento tem uma carga negativa. O indiciado pode pedir judicialmentepara apagar (nulo) o registro pela ausência de fundamentação – que deve ser prévia ao ato de indiciar.
Não existe momento certo para indiciar o sujeito, se não for preso em flagrante. Quem registra é o Delegado.
Indiciamento = ouvir o indiciado. É CONDIÇÃO PARA PROPOSITURA DO IP. O advogado pode querer presenciar isso, e se não for respeitado é nulo.
 VI - Proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; 
Vai ser guiado pelo Princípio da não autoincriminação – não posso obrigar um suspeito a participar de um reconhecimento pessoa. Acareação: duas ou mais pessoas divergindo sobre o mesmo assunto, é possível fazer uma acareação, para esclarecer os fatos. Não é qualitativamente (qualidade da pessoa) e nem quantitativamente (quantidade de sujeito). 
VII - determinar se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; 
Corpo de delito = materialidade do delito: uma expressão que ilustra o resultado físico da prática de um delito. Conjunto de elementos materiais ou vestígios que indicam a existência ou prática de um delito.
· A perícia é feita por um único perito OFICIAL (que seja concursado, e integre os quadros do Estado). Se não existir perito para a área especifica, admite que podem ser duas pessoas com conhecimento específico para a área que pretende-se investigar. 
Artigo 167 não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta 
MAS tem casos que não adianta ter testemunha, é obrigatório ter perícia. Ex: crime ambiental. 
· E existem casos de dispensa do corpo de delito – “icto primo oculi”, porque é possível observar de primeira vista. Ex: crimes do colarinho branco; nota fiscal calçada.
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; 
 
Identificação Criminal. – artigo 5º, LVIII “o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei”.
 
· A Identificação criminal é feita através de datiloscopia (impressão digital, tirar fotos, altura). 
· Se a pessoa portar documento de identidade válida, como regra não vai precisar se submeter a identificação criminal. Mas há alguns casos em que a lei estabelece que mesmo que você tenha id você se submeterá a identificação criminal e pode incluir coleta de material biológico Art. 3º, Lei 12.037/09 - hipóteses de exceção e artigo 5º.
 
 
IX - Averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter. 
Uma amarração com o art. 59, CP- fixação da pena. 
X - Colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. 
REPRODUÇÃO SIMULADA – artigo 7º, CPP
Art. 7o - Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. 
DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA (Lei 12.805/2013)
Art. 3° Em qualquer fase da persecução penal, serão permitidos, sem prejuízo de outros já previstos em lei, os seguintes meios de obtenção da prova:
I - Colaboração premiada; caberá em tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, em crimes hediondos. 
LEI 9.807/99. 
Art. 13. Poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, conceder o perdão judicial e a consequente extinção da punibilidade ao acusado que, sendo primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e o processo criminal, desde que dessa colaboração tenha resultado:
I - A identificação dos demais coautores ou partícipes da ação criminosa;
II - A localização da vítima com a sua integridade física preservada;
III - a recuperação total ou parcial do produto do crime.
Parágrafo único. A concessão do perdão judicial levará em conta a personalidade do beneficiado e a natureza, circunstâncias, gravidade e repercussão social do fato criminoso.
Art. 14. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais coautores ou partícipes do crime, na localização da vítima com vida e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um a dois terços.
Art. 15. Serão aplicadas em benefício do colaborador, na prisão ou fora dela, medidas especiais de segurança e proteção a sua integridade física, considerando ameaça ou coação eventual ou efetiva.
§ 1° Estando sob prisão temporária, preventiva ou em decorrência de flagrante delito, o colaborador será custodiado em dependência separada dos demais presos.
§ 2° Durante a instrução criminal, poderá o juiz competente determinar em favor do colaborador qualquer das medidas previstas no art. 8o desta Lei.
§ 3° No caso de cumprimento da pena em regime fechado, poderá o juiz criminal determinar medidas especiais que proporcionem a segurança do colaborador em relação aos demais apenados.
No Brasil, república, teve uma diminuição de pena com a confissão, arrependimento eficaz (no caso, se o réu confesso tem uma diminuição da pena; e também em casos que o réu muda de ideia, se arrepende, tem diminuição da pena).
II - Captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos; (com autorização)
III - ação controlada; Para realizar a ação controla é necessária atualmente o pedido para o juiz, para que o policial de alguma forma seja controlado, caso venha praticar algum negócio fora do desejado para a investigação.
IV - Acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos de dados públicos ou privados e a informações eleitorais ou comerciais;
V - Interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos termos da legislação específica; Lei 9.296/1996 - só cabe em procedimento de natureza criminal.
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: 
Não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; 
A prova puder ser feita por outros meios disponíveis; 
O fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. 
A interceptação é deferida por 15 dias, podendo ser prorrogada por quantas vezes for necessária. Precisa fundamentação para pedir inicialmente e também para prorrogação. 
VI - Afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, nos termos da legislação específica;
VII - infiltração, por policiais, em atividade de investigação, na forma do art. 11; voluntários
VIII - cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais e municipais na busca de provas e informações de interesse da investigação ou da instrução criminal.
§ 1° Havendo necessidade justificada de manter sigilo sobre a capacidade investigatória, poderá ser dispensada licitação para contratação de serviços técnicos especializados, aquisição ou locação de equipamentos destinados à polícia judiciária para o rastreamento e obtenção de provas previstas nos incisos II e V. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
§ 2° No caso do § 1o, fica dispensada a publicação de que trata o parágrafo único do art. 61 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, devendo ser comunicado o órgão de controle interno da realização da contratação. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
INCOMUNICABILIDADE DO PRESO – artigo 21, CPP.
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. 
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimentoda autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil. 
 Incomunicabilidade do preso até 3 dias. O preso pode ficar incomunicável com outros presos em até 3 dias da investigação (pode falar com advogado, família). 
 
PRAZOS PARA ENCERRAR O INQUÉRITO POLICIAL
Leva-se em conta na contagem dos prazos o dia da prisão, este será o dia 1 da contagem do prazo. A contagem é direta – não se considera dias uteis ou não. 
· INDICIADO SOLTO: tem como regra geral o prazo de 30 dias, que poderá ser prorrogado por mais 30 dias até que prescreva a punição do estado, LOGO, o prazo é o estado poder praticar o exercício punitivo). Tráfico de drogas terá o prazo de 90 dias.
· INDICIADO PRESO: (prisão em flagrante e/ou preventiva).
· Para tráfico de drogas: a lei fala em 30 dias, podendo prorrogar por mais 30. Tanto faz se o crime é estadual ou federal, pode manter o sujeito legalmente preso por até 60 dias. 
A. Crime de competência estadual: o prazo é de 10 dias. Se extrapolo os 10 dias, vai gerar constrangimento ilegal e isso implicará em necessidade de relaxamento da prisão (restabelece a liberdade plena do sujeito). 
B. Crime de competência da justiça federal: o prazo é de 15 dias, podendo ser prorrogado por mais 15 por meio de decisão do juiz (uma vez SÓ). 
· Se for prisão temporária (5 dias), pode ser prorrogável por mais 5, se for prisão temporária em crime hediondo, o prazo é de 30, prorrogáveis por mais 30 dias (lei de crimes hediondos 8072/90). 
· Prisão preventiva vai ocorrer tanto na investigação, quanto no processo. Prisão temporária é apenas na investigação.
Delegado - investigação encerrada - relatório - promotor (MP).
RELATÓRIO DO DELEGADO: Quando o delegado entende que a investigação está encerrada e não tem mais o que investigar, ele elabora um relatório do inquérito. Esse relatório não é opinativo, é informativo. Quando o promotor recebe o relatório, analisa o inquérito e pode tomar suas providências:
1. Oferecer a denúncia: quando as condições da ação estão preenchidas – o promotor tem a obrigatoriedade de oferecer a denúncia.
2. Devolver o inquérito e requisitar diligências complementares: ainda não tem as condições de ação preenchidas, mas é possível ter. Então devolve o inquérito ao delegado de polícia e requisita diligências complementares. 
3. Manifestação pelo arquivamento: quando o promotor avalia que ele não tem as condições de ação, mas o delegado já fez tudo que poderia fazer e não há mais o que fazer, ai o promotor manifesta-se pelo arquivamento. 
· Quem tem a decisão de arquivamento, é o Ministério Público ou o Juiz? O DELEGADO NÃO PODE ARQUIVAR. No código, artigo 28: Numa interpretação gramatical, o promotor vai apenas requerer o arquivamento, e o juiz decide. Indo para uma interpretação lógica/sistemática, quando o Ministério Público se manifesta pelo arquivamento, ele submete essa manifestação pela decisão do juiz, o qual pode aceita ou discordar do promotor, se isto ocorrer, o juiz vai enviar o inquérito para o Procurador apreciar, ou seja, a instancia decisória é dele e se o procurador geral manter o arquivamento o juiz é obrigado a acatar. 
· A doutrina diz que depende do MOTIVO de que está requerendo o arquivamento Quando a manifestação do promotor do arquivamento está relacionada a causas extintivas da punibilidade (art. 107 cp) ou excludentes de ilicitude, ai exige uma decisão jurisdicional porque fará coisa julgada. Quando essa discussão está relacionada a insuficiência probatória a decisão é do ministério Público, é uma decisão administrativa (podendo ser desarquivado o inquérito). 
→ Quando a decisão é do MP é uma decisão administrativa, permitindo o desarquivamento do inquérito. Ausência de prova!
→ Quando a decisão é do juiz, é jurisdicional, não permite revisão por formar coisa julgada. Excludente de ilicitude, extinção da punibilidade – pressupõe xecisao judicial.
Artigo 18 CPP – desarquivamento se tiver outras provas.
AÇÃO PENAL
Savigny – teoria civilista ou imamentista. “a ação é o direito material em movimento” só tem ação quem tem direito material.
· Teorias abstratas da ação: Não vinculadas ao direito material. 
1. Windscheidt – entendimento de actio é diferente, “actio como nos alemães pretensão” – o que eu quero.
2. Muther – concordava que o direito material não se equipara a ação, mas discordava em relação a equiparação de pretensão com ação. Para ele, são coisas diferentes, ação equivale a um direito de invocar a tutela do estado, pretensão é o que eu quero quando invoco a tutela do estado. 
3. Degenkolb e Plósz – desenvolveram o conceito de ação, usado no processo civil: direito público subjetivo abstrato de invocar a tutela jurisdicional do estado. Este conceito é mais utilizado hoje em dia, mas ela não serve para o direito penal, porque não é um direito e sim um poder/dever. 
TEORIA GERAL DO PROCESSO UNITÁRIA 
Em 1920, Carnelutti tentou construir uma Teoria Geral Unitária do Processo e que esta seria possível a partir da compreensão do conceito de lide. Sendo a lide a razão de ser da jurisdição, pois estava presente em todos os ramos do Processo (Civil; penal; trabalhista...). 
 -- Lide no conceito carneluttiano: conflito de interesses pela mesma coisa, acrescido, somado, qualificado por uma pretensão resistida de lado a lado. Carnelutti dizia que enquanto existia uma lide, faz sentido atuar a jurisdição.
POR QUE NO PROCESSO PENAL ISSO NÃO FUNCIONA?
· Essa lide no Processo Penal nem sempre existe. Ou seja, às vezes mesmo não tendo lide persiste a jurisdição.
· Tenta dizer que não era a lide entre o MP e o réu, e sim entre autor a vítima. Mas isso também não é válido pois há crimes em que não há vítima direta (mera conduta). 
PROCESSO PENAL 
· Quem exercita a ação é o Ministério Público através do Princípio da Obrigatoriedade. (Exceção: Ação Penal Privada).
· Se vem do Estado, é muito mais poder do que direito, é um poder dever. 
· É mais público que o Processo Civil. O Processo Penal é exercido pelo Estado e perante o Estado. 
· Não é subjetivo, só o MP tem esse direito e as vezes a vítima. 
· Mais concreto do que abstrato (não é abstrato). 
· Não basta fazer petição seca, tem que mostrar materialidade. 
· Ação: tenho que mostrar o direito material. 
Processo Penal ≠ Processo Civil, em relação a ação. 
CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES PENAIS:
Quanto a legitimidade ativa:
1. Ação penal pública incondicionada: A maioria dos delitos, o estado é quem tem a legitimidade, que se materializa através da denúncia e ele age/ exercita a ação independentemente da vontade de vítima, por isso é incondicionada. Exemplo: maria da penha com lesão corporal (art 129, §9).
2. Ação penal pública condicionada: Eu condiciono o exercício da ação à vontade da vítima. Continua sendo o Ministério Público, porém condicionada a representação da vítima (sendo esta autorização das vítimas ou seu representante legal ou cônjuge, ascendente, descendente, colateral em caso de morte). Não exige formalismo para essa representação, porém existe um prazo de 6 meses para representar contado a partir do dia em que possa dizer que a vítima tomou ciência de quem é o possível autor do delito (quando acaba o prazo, acaba a possibilidade do promotor oferecer a denúncia).
· Vítima pode voltar atrás – retratação da representação. É possível desde que essa retratação ocorra até o momento anterior ao oferecimento da denúncia pelo MP. Nos casos de violência doméstica contra as mulheres, pode ocorrer até o momento imediatamente anterior do recebimento da denúncia pelo juiz, inclusive feita na presença do juiz, ouvido o promotor.
3. Ação Penal Exclusivamente Privada: A lei diz quando vai se proceder por meio desse tipo de açao penal (por meio de queixa crime). É aquela em que o legislador deixou aos cuidados da vítima ou seu representante legal ou os herdeiros a legitimidade para o exercício da ação. Ela precisa necessariamente contratar um advogado. O prazo é decadencial, contadoa partir da ciência do autor do delito, de 6 meses para provocar a tutela jurisdicional (PI), caso não seja exercitado extingue a punibilidade do possível autor do delito. 
4. Ação Penal Privada Subsidiária da Pública: A a lei permite que a vítima ofereça ação penal privada no lugar da ação penal pública diante da inércia do Ministério Público. Quando o ministério público recebe o inquérito ele tem um prazo para oferecer a denúncia (5 dias solto 15 dias preso) caso não seja oferecida a denúncia no prazo legal, passa a existir uma legitimidade concorrente, tanto a vítima, seu representante legal, pode exercitar uma ação penal privada no lugar da publica, mas o Ministério Público também pode, não preclue o direito de oferecer. Porem aquele que oferecer a denúncia primeiro vira o titular da ação pena. Qualquer caso da lei que permita ação penal pública. 
O que acontece, o juiz antes de decidir se recebe essa ação penal privada, ele abre vista dos autos ao promotor, e tem 4 possibilidades de atuação: 
A) Promotor toma ciência (acompanha a ação como custos legis, atua como fiscal da lei) 
B) Promotor analisa a queixa crime oferecida (no lugar da ação penal pública) e diz pela rejeição da queixa crime considerando que a vítima ainda não tinha as condições da ação preenchidas.
C) Promotor analisa a queixa crime e verifica que a vítima se equivocou em algum detalhe, classificação jurídica do crime por exemplo, e faz um aditamento a queixa para arrumar esse detalhe. 
D) Promotor oferece uma denúncia integralmente substitutiva da queixa crime subsidiária. Afasta a vítima e reassume a titularidade. Também pode assumir a titularidade toda vez que a vítima abandonar o processo. 
5. Ação Penal Personalíssima: Nome que a doutrina da para uma espécie de ação penal exclusivamente privada, a diferença está que essa ação penal não é possível transferir para outras pessoas, não existe a possibilidade de haver representante. É exclusividade da vítima. Exemplo: crime do artigo 236 do Código Penal (induzimento a erro essencial quanto a pessoa), ou ocultação de impedimento no casamento, salvo bigamia). 
CONDIÇÕES DA AÇÃO
1. TIPICIDADE APARENTE/ CRIMINOSIDADE APARENTE: Tem que descrever um fato que se amolde a ideia de um delito. Esse fato tem que ser pelo menos na aparência, um fato definido como um delito (tipificar) – não é definitiva porque não tem um processo.
2. PUNIBILIDADE CONCRETA: Verificação da possibilidade concreta do sujeito. Verificar se é possível a punibilidade, pois às vezes pode ser que tenha uma causa extintiva da punibilidade (artigo 107 CP). 
3. LEGITIMIDADE DE PARTE: quem pode propor a ação, quem tem legitimidade. Condicionada: a lei vai dizer quando se procede mediante representação; exclusivamente privada: A lei vai dizer que nesse caso nesse crime somente se procede mediante queixa; subsidiaria da pública: Quando o prazo para o ministério público decorre, e a vítima pode oferecer; Personalíssima: este crime somente se procede mediante queixa de fulano, especificando aí a ação penal é personalíssima. Publica: Quando não disser nada é pública.
4. JUSTA CAUSA: É a necessidade de verificação de um lastro probatório mínimo que dê suporte ao fato narrado na denúncia ou na queixa. É necessário que se demonstre a materialidade, indícios mínimos de autoria, condições de provar tudo em termos de imputação fática. 
Além das condições da ação, dependendo do crime a lei vai exigir algo a mais, exigindo o que se chama de condições de procedibilidade/ especificas da ação.
CONDIÇÕES DE PRECEDIBILIDADE
· Representação na ação penal pública condicionada
· Crimes contra a honra do presidente da república (tem que pedir ao ministro da justiça a requisição)
· Os crimes falimentar/Lei de falências e o esgotamento da discussão na esfera administrativa-fiscal em relação aos crimes contra a ordem tributária (sonegação, são agora, condições objetivas de punibilidade, ao invés de serem como antes (condições de procedibilidade). 
PRESSUPOSTOS DE VALIDADE DA DENÚNCIA OU DA QUEIXA
ART 41 CPP ”A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol de testemunhas”. 
Rol de testemunhas – não é um pressuposto de validade, é o momento certo que o promotor poderá arrolar as testemunhas, ou ele arrola aqui ou não arrola mais, só em caso de aditamento, de fato novo. 
Classificação do crime – não é um pressuposto de validade, o promotor indica o artigo de lei que na sua compreensão aquele fato narrado está encaixado. Imentadio libelli. 
PRESSUPOSTOS DE VALIDADE
· QUALIFICAÇÃO DO ACUSADO OU ESCLARECIMENTOS PELOS QUAIS SE POSSA IDENTIFICA-LO: 
· Ideal: qualificação completa, a mais completa possível, pois é assim que o oficial tenta localiza-lo para citá-lo. Pois sem a citação o processo não segue. 
· Mínimo necessário para que eu tenha uma petição valida: Esclarecimentos pelos quais se possa identifica-lo (identificar a pessoa e individualizada) – identificação criminal (colher as impressões digitais e tirar foto) e junto no prontuário dele na denúncia. Caso descobrir todos os dados dele, eu adito a denúncia e coloco o nome dele. 
· A DENÚNCIA OU QUEIXA CONTERÁ EXPOSIÇÃO DO FATO CRIMINOSO COM TODAS AS SUAS CIRCUNSTANCIAS: 
· Circunstâncias Essências: circunstâncias obrigatórias e que devem constar na narrativa do fato e se não consta a denúncia é nula, inepta. 
· Circunstâncias acidentais: podem constar na narrativa mas não são obrigatórias.
→ COMO IDENTIFICAR: Olhar a narração do tipo penal, sempre tem um verbo que compõe o tipo penal que seleciona conduta (subtrair, matar) esse verbo é o núcleo do tipo e daí eu tenho a circunstâncias que orbitam o tipo (circunstância elementares do tipo). Então na hora de descrever um delito você tem que descrever a partir do tipo penal usando o verbo do tipo. Não pode usar o nome iuris do crime (apelido que se dá ao crime)! 
→ MACETE: circunstâncias essenciais: Quando? Onde? Quem? Fez o que? De que forma? Contra quem? Por que? Sempre tendo o cuidado de descrever o tipo objetivo e subjetivo. 
Quando? → para que o juiz possa avaliar se o fato/pretensão punitiva está prescrito ou não. Começa a contar da data do fato Ideal (dia mês ano e hora) Mínimo imprescindível para oferecer a denúncia: o ano (opera a prescrição da maneira mais favorável ao réu)
Onde? → é importante para o juiz saber se é competente territorialmente. Ideal: a comarca, a rua, o número da rua, ap onde no apartamento. Ignora por completo onde foi realizado o delito (falsificação de documento, juiz competente é onde o réu morar). Mínimo: saber a competência do juiz.
Quem? → A qualificação mais completa possível do acusado, ou esclarecimentos pelos quais se possa identifica-lo. 
Fez o que, de que forma → ajuste do tipo penal no caso concreto, adaptação do tipo ao caso concreto. Olhar para o caso e dizer o tipo que se ajusta. Ajusta os elementares do tipo a narrativa em concreto. Tem que descrever com o máximo de informações possíveis o que é a coisa, de quem era, como ele fez, de que maneira. Princípio da correlação (fato narrado que vincula a atividade do juiz).
A denúncia ou queixa será rejeitada quando artigo 395:
I. For manifestamente inepta (uma denúncia nula, quando não observado os pressupostos de validade, requisitos 41).
II. Faltar pressuposto processual (pressuposto processual de existência de uma denúncia que seja elaborada por quem detenha poder para tanto. Condições para ação, condições da ação são dadas pela doutrina e jurisprudência. 
III. Justa causa (lastro probatório mínimo, é uma condição da ação). 
COMPETÊNCIA NO PROCESSO PENAL 
1. COMPETÊNCIA FUNCIONAL/ RATIONE PERSONAE/ FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO/ FORO PRIVILEGIADO, ou seja, em razão da função.
A função pública definindo a regra de competência. A competência por prerrogativa de função é estabelecida, não em razão da pessoa, mas em virtude do cargo ou da função que elaexerce, razão pela qual não fere qualquer princípio constitucional, como o da igualdade (art. 5º., caput) ou o que proíbe os juízos ou tribunais de exceção (art. 5º., XXXVII). 
· Quem tem prorrogativo de foro:
A) A origem do processo é no Supremo Tribunal Federal:
1. Nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional (regra de simetria de tratamento dos deputados estaduais com os deputados federais), seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República; (crimes funcionais: peculato, corrupção, fraude, crimes em razão da função pública exercida pelo autor do delito) 
2. Nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente; (processo de impeachment). 
Todas essas pessoas que cumprem essa função, se praticarem qualquer delito (crime de transito, bateu na mulher) como crise de responsabilidade, terá foro privilegiado, será julgado no supremo. 
B) Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
1. Processar e julgar originalmente nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais; 
C) Compete aos Tribunais de Justiça julgar:
1. Os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. 
2. Juiz federal será julgado no TRF da região respectiva. Art 29 X - Julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; (perante o tribunal da justiça do seu estado)
D) As regras variam de Estado para Estado (CE). 
1. A Constituição estadual do paraná prevê prerrogativas de foro para secretário do estado do paraná (Julgado pelo tribunal de justiça do paraná); para o vice-governador (Julgado no tribunal do seu estado); vereador NÃO TEMP PRERROGATIVA. 
 COMPETÊNCIA TERRITORIAL/ RATIONE IN LOCI/PELO LUGAR DA INFRAÇÃO 
ART. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução se não for consumado. 
§ 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução. 
§ 2o Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado. 
§ 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. 
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. Crimes da mesma espécie, mesma circunstância de tempo ou execução, fictamente considero como um crime só para somatória de penas, pega a pena de um crime só e acrescenta um percentual, pode ter crime continuado em mais de duas comarcas.
A) Competência por prevenção: Juiz prevento será aquele que primeiro tomou contato oficialmente.
Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa.
B) Competência pelo domicílio ou Residência do Réu: 
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu. 
§ 1o Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção. 
§ 2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato. Metade do ano em Curitiba metade em são Paulo qualquer um dos juízes se torna prevento e competência para julgar. 
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.
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