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Apostila_DE_CONTABILIDADE_AVANCADA

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1 
 
 
 
MANOEL MARTINS DO CARMO FILHO, D.SC. 
 
 
 
 
 
 
 
Contabilidade Avançada 
M A R T I N S . M A N O E L @ G M A I L . C O M 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1.1. AS DIMENSÕES INTERNACIONAIS DA CONTABILIDADE ............................................................................... 3 
1.2. CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL ................................................................ 4 
2. FUNDAMENTOS E ESTRUTURA DA CONTABILIDADE NO BRASIL .................................................................. 6 
2.1. ESTRUTURA CONCEITUAL DA CONTABILIDADE BRASILEIRA ...................................................................... 6 
2.2. APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS NO BRASIL ........................................................... 11 
2.3. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONSOLIDADAS ...................................................................................... 39 
3.1. VALOR JUSTO ............................................................................................................................................. 51 
3.2. VALOR PRESENTE ...................................................................................................................................... 53 
3.3. REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS - IMPAIRMENT ............................................................... 54 
4. IMOBILIZADO ............................................................................................................................................... 59 
4.1. NORMAS GERAIS ........................................................................................................................................ 59 
4.2. DEPRECIAÇÃO ............................................................................................................................................ 72 
4.3. REPARO E CONSERVAÇÃO DE BENS DO ATIVO IMOBILIZADO ................................................................... 80 
4.4. OPERAÇÃO DESCONTINUADA .................................................................................................................... 81 
4.5. AMORTIZAÇÃO ........................................................................................................................................... 82 
4.6. EXAUSTÃO .................................................................................................................................................. 83 
5. ARRENDAMENTO MERCANTIL ...................................................................................................................... 84 
6. AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS .................................................................................................................. 87 
7. REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA .................................................................................................................. 115 
7.1. TRANSFORMAÇÃO ......................................................................................................................................... 115 
7.2. INCORPORAÇÃO ............................................................................................................................................ 116 
7.3. FUSÃO ........................................................................................................................................................ 118 
7.4. CISÃO ......................................................................................................................................................... 119 
8. TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE LUCRO E REGIMES DE TRIBUTAÇÃO .......................................................... 127 
8.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 127 
8.2. LUCRO – FATO GERADOR DO IRPJ E DA CSLL .......................................................................................... 127 
8.3. REGIMES DE TRIBUTAÇÃO NA PESSOA JURÍDICA .................................................................................... 128 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................... 143 
 
3 
 
1. O AMBIENTE ECONÔMICO E A CONTABILIDADE 
A Internacionalização dos mercados, no que diz respeito ao desenvolvimento do mercado de capitais, ao 
crescimento dos investimentos diretos estrangeiros e à formação de blocos econômicos, traz consigo a 
necessidade de se ter um conjunto de padrões contábeis internacionais que possam viabilizar o processo de 
comparação de informações entre companhias de um mesmo grupo ou de grupos distintos. 
 
A contabilidade, por meio das demonstrações contábeis e outras formas de evidenciação de informações, 
torna-se a principal ferramenta de divulgação do desempenho empresarial, viabilizando de forma eficiente a 
comunicação da empresa com seus diversos usuários de suas informações. 
 
1.1. AS DIMENSÕES INTERNACIONAIS DA CONTABILIDADE 
 
No contexto internacional, a contabilidade, por meio das demonstrações contábeis, pode ser entendida como 
o processo de reporte de informações realizado pela empresa junto aos seus usuários internacionais, que por 
sua vez, se encontram localizados em países diferentes do seu país de origem. 
 
No âmbito do mercado de capitais internacional essas formas de evidenciação de informações são 
agrupadas em um único relatório, o chamado Relatório Anual, a ser utilizado, principalmente pelas empresas 
que negociam ações em bolsas de valores. 
 
O Relatório Anual é composto por cinco partes e deve ser apresentado pelas companhias abertas que 
operam em bolsas de valores nacionais ou estrangeiras negociando ações. Os tipos de demonstrações 
contábeis a serem elaboradas e divulgadas pelas companhias, entretanto, são definidos pela legislação de 
cada mercado de capitais. As partes que compõe o Relatório Anual são: 
 
Quadro 1 – Relatório Anual para companhias abertas 
1ª. Parte 
Relatório da 
administração 
Nessa parte são evidenciadas informações gerenciais sobre o desempenho 
econômico-financeiro da empresa e atividades corporativas. 
2ª. Parte 
Demonstrações 
Contábeis 
São relatórios com finalidades específicas que apresentam a situação 
patrimonial, econômica e financeira. 
3ª. Parte Notas Explicativas 
São notas de elementos das demonstrações contábeis que visam a 
apresentar um maior detalhamento sobre os mesmos. 
4ª. Parte 
Relatório dos Auditores 
Independentes 
Expressa a opinião do auditor independente sobre o exame das 
demonstrações contábeis. 
5ª. Parte 
Relatório do Conselho 
Fiscal 
Expressa a opinião do conselho fiscal sobre os atos sociais e 
administrativos do conselho de administração. 
 
Quadro 2 – Objetivos das Demonstrações Contábeis 
Balanço Patrimonial Demonstra a situação patrimonial da empresa. 
Demonstração do resultado 
Evidencia a situação econômica da companhia através da apuração de seu 
resultado (lucro ou prejuízo) em um determinado exercício. 
Demonstração do resultado 
abrangente 
Apresenta o resultado do período, bem como possíveis resultados futuros, 
decorrentes de transações que ainda não se realizaram. 
Demonstração das mutações do 
patrimônio líquido 
Apresenta as variações dos elementos que compõem o patrimônio líquido de 
um período para o outro. 
Demonstração dos fluxos de caixa 
Apresenta a geração de caixa das atividades operacionais, de investimentos e 
de financiamentos da entidade. 
Demonstração do valor adicionado Evidencia o valor agregado gerado e distribuído pela empresa. 
Balanço social 
Demonstra o montante investido pela companhia em ações sociais voltadas 
aos seus colaboradores eà sociedade. 
4 
 
1.2. CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL 
 
As informações contábeis devem possuir alto nível de compreensibilidade para facilitar a sua análise e 
interpretação por parte dos usuários que a utilizam, a qual está relacionada à sua natureza. A sua utilidade 
para a tomada de decisões está subordinada à relevância e confiabilidade, bem como à sua comparabilidade 
e consistência, sem deixar de considerar que seus benefícios devem ser superiores ao custo de sua 
elaboração e divulgação. 
 
A informação poderá propiciar aos seus usuários condições apropriadas para avaliação de situações 
passadas, presentes e futuras relativas a entidade, quer elas sejam internas ou externas, de acordo com as 
seguintes características qualitativas da informação (HENDRIKSEN E BREDA, 1999). 
As características qualitativas são os atributos que tornam as demonstrações financeiras úteis para os 
usuários. 
Quadro 3 – Atributos Qualitativos da Informação Contábil 
Compreensibilidade 
Uma qualidade essencial das informações apresentadas nas demonstrações financeiras é que 
elas sejam prontamente entendidas pelos usuários. 
Relevância 
Para serem úteis, as informações devem ser relevantes às necessidades dos usuários na 
tomada de decisões. A informação é completa quando ela tem condições de fazer diferenças 
numa decisão, ajudando os usuários a fazer predições sobre eventos passados, presentes e 
futuros, ou confirmar ou corrigir expectativas anteriores. 
Confiabilidade 
Para ser útil, a informação deve ser confiável, ou seja, deve estar livre de erros ou vieses 
relevantes e representar adequadamente aquilo que se propõe a representar. Quer dizer que a 
informação contábil é função de fidelidade de representação, verificabilidade e neutralidade. 
Comparabilidade 
Permite aos usuários identificar semelhanças e diferenças entre dois conjuntos de fenômenos 
econômicos, o que depende da uniformidade e da consistência. 
 
Os usuários devem poder comparar as demonstrações financeiras de uma entidade ao longo 
do tempo, a fim de identificar tendências na sua posição financeira e no seu desempenho. Por 
isso é importante que as demonstrações financeiras apresentem as correspondentes 
informações de períodos anteriores. 
Nas informações evidenciadas, as quais poderão ser analisadas por investidores e ajudá-los em sua escolha 
de investimento, existem alguns pontos que podem ser destacados, dentre os quais: 
 Avaliação da lucratividade e rentabilidade do negócio; 
 Verificação do tempo de retorno do investimento; 
 Análise da geração de caixa operacional; 
 Avaliação da capacidade de pagamento das obrigações assumidas, entre outras. 
Os atributos de relevância e confiabilidade apresentam as seguintes restrições: 
 Tempestividade 
 Equilíbrio entre custo e benefício 
 Equilíbrio entre características qualitativas 
 Visão verdadeira e apropriada 
 
5 
 
Para que uma informação contábil seja útil e influencie decisões econômicas ela precisa ser compreensível, 
relevante, comparável e confiável. Vale ressaltar que a relevância envolve a materialidade e a confiabilidade 
resguarda os seguintes fatores: 
 
Quadro 4 – Fatores de Relevância e Confiabilidade das Informações Contábeis 
Materialidade 
A relevância das informações é afetada pela sua natureza e materialidade. Uma informação 
é material se a sua omissão ou distorção puder influenciar as decisões econômicas dos 
usuários, tomadas com base nas demonstrações financeiras. 
Primazia da essência 
sobre a forma 
Para que a informação represente adequadamente as transações e outros eventos que ela 
se propõe a representar; é necessário que essas transações e eventos sejam 
contabilizados e apresentados de acordo com a substância e realidade econômica, e não 
meramente sua forma legal. 
Representação 
adequada 
Para ser confiável, a informação deve representar adequadamente as transações e outros 
eventos que ela diz representar ou que se espera que ela represente. 
Neutralidade 
Para ser confiável, a informação contida nas demonstrações financeiras deve ser neutra, 
isto é, imparcial. 
Prudência 
 
Os preparadores de demonstrações financeiras se deparam com incertezas que 
inevitavelmente envolvem certos eventos e circunstâncias, tais incertezas são reconhecidas 
pela divulgação da sua natureza e extensão e pelo exercício de prudência na preparação 
das demonstrações financeiras. O exercício da prudência está também baseado na 
confiabilidade da informação. 
Integridade 
Para ser confiável, a informação constante das demonstrações financeiras deve ser 
completa, dentro dos limites da materialidade e custo. 
 
 
6 
 
2. FUNDAMENTOS E ESTRUTURA DA CONTABILIDADE NO BRASIL 
 
A sigla BR Gaap tem sido utilizada para configurar a estrutura conceitual contábil brasileira. As letras BR 
representam a palavra Brasil e as letras Gaap correspondem às abreviaturas da expressão norte-americana 
General Accepted Accounting Principles (Princípios Contábeis Geralmente Aceitos). 
 
No Brasil, alteração radical no ordenamento contábil adveio da Lei 11.638/07 e do acatamento dos 
pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis CPC pelas autoridades reguladoras 
governamentais, colocando-nos na especialíssima condição de um dos únicos, senão o único, países do 
mundo a implementar por força legal, as normas internacionais nos balanços individuais das empresas ao 
invés de apenas nos consolidados. 
 
2.1. ESTRUTURA CONCEITUAL DA CONTABILIDADE BRASILEIRA 
 
A estrutura conceitual da contabilidade brasileira para elaboração e apresentação das demonstrações 
contábeis é semelhante à estrutura conceitual da contabilidade internacional. Tal estrutura envolve os 
seguintes conceitos: 
 
 Objetivos e pressupostos básicos das demonstrações contábeis; 
 Características qualitativas da informação contábil; 
 Reconhecimento, avaliação e mensuração dos elementos das demonstrações contábeis; 
 Capital e manutenção de capital. 
 
2.1.1. Princípios Contábeis no Brasil 
 
Os princípios contábeis podem ser considerados a base conceitual de sustentação das teorias contábeis e 
eventos contemplados pela contabilidade. A contabilidade procura evidenciar as variações estruturais 
patrimoniais e financeiras ocorridas nas entidades de tal forma que possamos visualizar a realidade 
econômica na qual essas entidades se encontram. Sendo assim, percebemos que os princípios contábeis 
estão relacionados de forma estrita com a realidade econômica, devendo sempre observar sua essência. 
 
Os Princípios da Contabilidade podem ser observados no exercício da profissão contábil e constitui condição 
de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). Além disso, na aplicação dos Princípios 
Fundamentais de Contabilidade a situações concretas, a essência das transações deve prevalecer sobre 
seus aspectos formais. 
 
No Brasil, desde que a lei 6.404/56 o incluiu como matéria legislativa a ser observada pelos agentes 
do mercado de capitais, os princípios são objeto de regulamentação dos órgãos reguladores oficiais. O 
Conselho Federal de Contabilidade – CFC emitiu, em 29 de dezembro de 1993, a Resolução do CFC nº 750-
93, que dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade, que estão revestidos de universalidade e 
generalidade, elementos que caracterizam o conhecimento científico, justamente com a certeza, o método e 
a busca das causas primeiras. 
 
Partindo dessa fundamentação, o CFC apresentou os seguintes princípios fundamentais de contabilidade, 
atualizados pela Resolução CFC no. 1.282/2010: 
 
Princípio da Entidade: define a entidade contábil, dando, a esta vida e personalidadeprópria, pois 
determina que o patrimônio de toda e qualquer unidade econômica que manipula recursos econômicos, 
independente da finalidade de gerar ou não lucros, de ser pessoa física ou jurídica, de direito público ou 
privado, não deve se confundir com a riqueza patrimonial de seus sócios ou acionistas, ou proprietário 
individual e nem sofrer os reflexos das variações nela verificadas. 
7 
 
A Entidade (empresa) não se confunde com a pessoa física do sócio, juridicamente são duas pessoas 
distintas: a pessoa física e a pessoa jurídica, com obrigações diferentes. Exemplo: a empresa contrai uma 
dívida, caso não a pague será executada (a empresa é executada não o sócio). A mesma coisa acontece se 
o sócio contrair dívida, quem é executado é o sócio e não a empresa. 
 
Observa-se que este postulado é importante na medida em que ele identifica o campo de atuação da 
Contabilidade, pois onde existir patrimônio administrável existirá certamente a Contabilidade. 
 
Princípio da Continuidade: pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a 
mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. Como o 
próprio nome diz a empresa deve ter continuidade, é função da contabilidade primar pela continuidade da 
empresa. 
 
A entidade deve ajustar os valores reconhecidos em suas demonstrações contábeis para que reflitam os 
eventos subsequentes que evidenciem condições que já existiam na data final do período contábil a que se 
referem as demonstrações contábeis. 
 
A seguir são apresentados exemplos de eventos subsequentes ao período contábil a que se referem as 
demonstrações contábeis que exigem que a entidade ajuste os valores reconhecidos em suas 
demonstrações ou reconheça itens que não tenham sido previamente reconhecidos: 
 
a) Decisão ou pagamento em processo judicial após o final do período contábil a que se referem as 
demonstrações contábeis, confirmando que a entidade já tinha a obrigação presente ao final daquele 
período contábil. A entidade deve ajustar qualquer provisão relacionada ao processo anteriormente 
reconhecida; 
 
b) Obtenção de informação após o período contábil a que se referem as demonstrações contábeis, 
indicando que um ativo estava desvalorizado ao final daquele período contábil ou que o montante da 
perda por desvalorização previamente reconhecida em relação àquele ativo precisa ser ajustada. Por 
exemplo: 
 
(i) falência de cliente ocorrida após o período contábil a que se referem as demonstrações contábeis 
normalmente confirma que já existia um prejuízo na conta a receber ao final daquele período, e que a 
entidade precisa ajustar o valor contábil da conta a receber; e 
 
(ii) venda de estoque após o período contábil a que se referem as demonstrações contábeis pode 
proporcionar evidência sobre o valor de realização líquido desses estoques ao final daquele período; 
 
(c) determinação, após o período contábil a que se referem as demonstrações contábeis, do custo de ativos 
comprados ou do valor de ativos recebidos em troca de ativos vendidos antes do final daquele período; 
 
(d) determinação, após o período contábil a que se referem as demonstrações contábeis, do valor referente 
ao pagamento de participação nos lucros ou referente às gratificações, no caso de a entidade ter, ao final 
do período a que se referem as demonstrações, uma obrigação presente legal ou construtiva de fazer tais 
pagamentos em decorrência de eventos ocorridos antes daquela data; e 
 
(e) descoberta de fraude ou erros que mostram que as demonstrações contábeis estavam incorretas. 
 
A entidade não deve elaborar suas demonstrações contábeis com base no pressuposto de continuidade se 
sua administração determinar após o período contábil a que se referem as demonstrações contábeis que 
pretende liquidar a entidade, ou deixar de operar ou que não tem alternativa realista senão fazê-lo. 
 
8 
 
A deterioração dos resultados operacionais e da situação financeira após o período contábil a que se referem 
as demonstrações contábeis pode indicar a necessidade de considerar se o pressuposto da continuidade 
ainda é apropriado. 
 
Se o pressuposto da continuidade não for mais apropriado, o efeito é tão profundo que este Pronunciamento 
requer uma mudança fundamental nos critérios contábeis adotados, em vez de apenas um ajuste dos valores 
reconhecidos pelos critérios originais. 
 
A seguir, estão relacionados exemplos de eventos subsequentes ao período contábil a que se referem as 
demonstrações contábeis que não originam ajustes, os quais normalmente resultam em divulgação: 
 
(a) combinação de negócios importante após o período contábil a que se referem as demonstrações 
contábeis ou a alienação de uma subsidiária importante; 
 
(b) anúncio de plano para descontinuar uma operação; 
(c) compras importantes de ativos, classificação de ativos como mantidos para venda, outras alienações de 
ativos ou desapropriações de ativos importantes pelo governo; 
 
(d) destruição por incêndio de instalação de produção importante após o período contábil a que se referem as 
demonstrações contábeis; 
 
(e) anúncio ou início da implementação de reestruturação importante; 
 
(f) transações importantes, efetivas e potenciais, envolvendo ações ordinárias subsequentes ao período 
contábil a que se referem as demonstrações contábeis; 
 
(g) alterações extraordinariamente grandes nos preços dos ativos ou nas taxas de câmbio após o período 
contábil a que se referem as demonstrações contábeis; 
 
(h) alterações nas alíquotas de impostos ou na legislação tributária, promulgadas ou anunciadas após o 
período contábil a que se referem as demonstrações contábeis que tenham efeito significativo sobre os ativos 
e passivos fiscais correntes e diferidos; 
 
(i) assunção de compromissos ou de contingência passiva significativa, por exemplo, por meio da concessão 
de garantias significativas; 
 
(j) início de litígio importante, proveniente exclusivamente de eventos que aconteceram após o período 
contábil a que se referem as demonstrações contábeis. 
 
Princípio da Oportunidade: refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes 
patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. 
 
A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a 
perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da 
informação. 
 
Princípio do Registro pelo Valor Original: determina que os componentes do patrimônio devem ser 
inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. 
As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do 
tempo, de diferentes formas: 
 
I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou 
equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da 
aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da 
9 
 
obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão 
necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e 
 
II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e 
passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores: 
 
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais 
teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das 
demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentesde caixa, 
não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das 
demonstrações contábeis; 
 
b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais 
poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa 
e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes 
obrigações no curso normal das operações da Entidade; 
 
c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida 
de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são 
mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja 
necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade; 
 
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes 
conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e 
e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser 
reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos 
componentes patrimoniais. 
 
São resultantes da adoção da atualização monetária: 
 
I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em 
termos do poder aquisitivo; 
 
II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário 
atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os 
valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e 
 
III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores 
originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a 
variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. 
 
Princípio da Competência: determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos 
nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. O Princípio da 
Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. 
 
A receita é considerada realizada: 
 
 No momento em que há a transferência do bem ou serviço para terceiros, efetuando estes o pagamento 
ou assumindo o compromisso firme de fazê-lo no futuro (exemplo:venda a prazo); 
 Quando ocorrer a extinção de uma exigibilidade sem o desaparecimento concomitante de 
um bem ou direito (exemplo: perdão de dívidas ou de juros devidos); 
10 
 
 Pelo aumento natural dos bens ou direitos (exemplo: juros de aplicações financeiras); 
 No recebimento efetivo de doações e subvenções. 
 
A despesa é considerada incorrida quando: 
 
 Ocorrer o consumo de um bem ou direito (exemplo: desgaste de máquinas); 
 Ocorrer o surgimento de uma obrigação (exigibilidade) sem o correspondente aumento dos bens ou 
direitos (exemplo: contingências trabalhistas); 
 Deixar de existir o correspondente valor do bem ou direito pela sua transferência de propriedade para um 
terceiro (exemplo: a baixa de mercadorias do estoque quando da efetivação da venda). 
 
Princípio da Prudência: determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior 
para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das 
mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. 
 
O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos 
necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam 
superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao 
processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. 
 
Exemplo: 
 
A empresa discute na justiça o reajuste de preço de um produto ou serviço anteriormente por ela fornecido, 
caso ganhe a ação receberá R$ 100.000,00. Pelo conservadorismo, por se tratar de um possível aumento 
patrimonial (receita), o Contador deverá ser conservador, lançando esse valor como receita somente quando 
o juiz sentenciar ganho final. 
 
A empresa discute na justiça o reajuste de preço de um produto ou serviço anteriormente comprado, caso 
ganhe a ação deverá pagar R$ 98.000,00 à outra empresa litigante. Pelo conservadorismo, por se tratar de 
uma possível perda, o Contador deverá ser conservador, provisionando o valor da ação como despesa no 
exercício. 
 
A Prudência significa cautela, ou seja, os ativos devem ser registrados apenas quando tidos como líquidos e 
certos e as dívidas provisionadas mesmo quando incerto a obrigação do pagamento. 
 
2.1.2. Convenções Contábeis 
 
As convenções são mais objetivas e têm a função de indicar a conduta adequada que deve ser observada no 
exercício profissional da Contabilidade. São: convenção da objetividade, da materialidade e da consistência. 
 
Convenção da Objetividade: o profissional deve procurar sempre exercer a Contabilidade de forma objetiva, 
não se deixando levar por sentimentos ou expectativas de administradores ou qualquer pessoa que venha a 
influenciar no seu trabalho e os registros devem estar baseados, sempre que possível, em documentos que 
comprovem a ocorrência do fato administrativo. 
 
Convenção da Materialidade: a informação contábil deve ser relevante, justa e adequada e o profissional 
deve considerar a relação custo x benefício da informação que será gerada, evitando perda de recursos e de 
tempo da entidade. 
 
 
 
11 
 
Exemplo: 
 
Bens do imobilizado de pequeno valor não devem ser contabilizados no Ativo Imobilizado, mas sim em 
contas de resultado (despesas), devido o custo de controlar contabilmente um bem de pequeno valor. 
 
Ex.: um grampeador, que custa R$ 30,00 e cuja vida útil chega a quase 05 anos. O custo de manter um 
sistema ou planilha de depreciação, bem como os lançamentos contábeis ao longo de sua vida útil 
inviabilizam o trabalho do contador. É o mesmo tempo que se utiliza para controlar um empréstimo de 
milhares ou milhões de Reais. 
 
Convenção da Consistência: os relatórios devem ser elaborados com a forma e o conteúdo das informações 
consistentes, para facilitar sua interpretação e análise pelos diversos usuários. 
Exemplo: 
 
Ao adotar um critério ou método de avaliação, o Contador deverá mantê-lo consistente (uniforme) dentro de 
um mesmo período, e quando for alterá-lo somente no início do período seguinte, bem assim, fazer constar 
nas notas explicativas a utilização de método diverso que o anterior e apresentar os reflexos que a mudança 
proporcionou. Exemplo: Se utilizar a depreciação para veículos a 15% ao ano deverá fazer no período todo, 
procurando não alterar nos próximos exercícios, para fins de análise, porém se for necessário a alteração 
mencionar em notas explicativas (que é parte componente as Demonstrações Financeiras) que a 
depreciação de veículos no exercício foi alterada de 15% ao ano para 20%. 
 
2.2. APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS NO BRASIL 
 
A Lei 11.638, publicada em dezembro de 2007, alterou vários dispositivos contábeis da Lei 6.404/76 que são 
aplicáveis às companhias abertas e de grande porte. Segundo a citada lei, considera-se de grande porte a 
sociedade ou conjunto de sociedades sob controle comum que tiver, no exercício anterior, ativo total superior 
a R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões.A Lei 11.638/07 determina que as normas expedidas pela CVM deverão ser elaboradas em consonância com 
os padrões internacionais de contabilidade (IFRS), além de tornar obrigatória a elaboração e apresentação 
da demonstração dos fluxos de caixa para todas as empresas abrangidas pela lei e a demonstração do valor 
adicionado para as companhias abertas. De acordo com a mencionada lei as demonstrações contábeis 
obrigatórias são: 
 
a) Balanço patrimonial; 
b) Demonstração do resultado; 
c) Demonstração das mutações do patrimônio líquido; 
d) Demonstração dos fluxos de caixa (regulamentada pelo CPC 3); 
e) Demonstração do valor adicionado (se companhia aberta) (regulamentada pelo CPC 9); 
f) Notas explicativas. 
 
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) publicou em 2009 o Pronunciamento Técnico CPC 26 – 
Apresentação das Demonstrações Contábeis, correlacionadas com a IAS 1, do IASB. Isso significa que 
essas normas são semelhantes em todos os seus aspectos relevantes. 
 
 
 
 
 
 
12 
 
2.2.1. Fundamentos básicos das demonstrações contábeis em BR Gaap 
 
Finalidade das demonstrações contábeis 
 
A mudança para a contabilidade com base nas normas internacionais é sentida particularmente na ideia de 
objetivos, ou seja, as informações contábeis devem atender às necessidades de um usuário capaz de tomar 
decisões utilizando as demonstrações financeiras no seu processo decisório. No bojo dessa afirmação está o 
impedimento de utilizar regras contábeis que distorçam a informação sobre a essência econômica das 
transações - casos em que transações foram contabilizadas dentro das regras fiscais, mas com prejuízo da 
informação divulgada ao mercado, ou seja, respeitando a forma, mas destruindo a essência da informação. 
 
Essa nova contabilidade baseada em princípios pretende produzir informações que sirvam a dois propósitos 
centrais: a medição do desempenho com a consequente prestação de contas e o apoio na avaliação dos 
papéis das empresas negociados no mercado com base na previsão dos futuros fluxos de caixa (CPC 26.9). 
 
Esses propósitos devem são atingidos adotando-se o modelo de princípios e estimativas com base no valor 
de mercado e valor de uso, o que leva a novas exigências para os administradores na tarefa de comunicar a 
sua opinião sobre o desempenho do negócio em termos contábeis. 
 
Segundo o item 9 do CPC 26, as demonstrações contábeis são: 
 
“[...] uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da companhia. O 
objetivo das demonstrações contábeis é proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, 
do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que sejam úteis a um grande número de usuários em suas 
avaliações e tomada de decisões econômicas.” 
 
Para atender a esse objetivo, as demonstrações contábeis devem fornecer informações acerca: 
 Dos ativos; 
 Dos passivos; 
 Do patrimônio líquido; 
 Das receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas; 
 Das alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e distribuições a eles; 
 Dos fluxos de caixa. 
 
Elementos das Demonstrações Contábeis 
 
Reconhecimento é o processo que consiste em incorporar ao balanço patrimonial ou à demonstração do 
resultado um item que se enquadre na definição de ativo ou passivo e deve ser reconhecido nas 
demonstrações contábeis se: 
 
 For provável que algum benefício econômico futuro referente ao item venha a ser recebido ou entregue 
pela entidade; e 
 Ele tiver um custo ou valor que possa ser medido em bases confiáveis. 
 
O pronunciamento conceitual básico do CPC considera que os elementos diretamente relacionados com a 
avaliação e mensuração da posição patrimonial e financeira de uma companhia são: 
 
Reconhecimento de Ativos 
 
Um ativo é reconhecido no balanço patrimonial quando for provável que benefícios econômicos futuros dele 
provenientes fluirão para a entidade e seu custo ou valor pode ser determinado em bases confiáveis. 
13 
 
Reconhecimento de Passivos 
 
Um passivo é reconhecido no balanço patrimonial quando for provável que uma saída de recursos 
envolvendo benefícios econômicos seja exigida em liquidação de uma obrigação presente e o valor pelo qual 
essa liquidação se dará possa ser determinado em bases confiáveis. 
 
Reconhecimento de Patrimônio Líquido 
 
São valores residuais do ativo da companhia depois de deduzidos todos os seus passivos, também tratado 
como fonte de recursos próprios, ou seja, capital próprio ou ativo líquido. 
 
Já o resultado da companhia é normalmente usado como medida de desempenho e envolve: 
Reconhecimento de Receitas 
 
A receita é reconhecida na demonstração do resultado quando resulta em um aumento, determinado em 
bases confiáveis, nos benefícios econômicos futuros provenientes do aumento de um ativo ou da diminuição 
de um passivo. 
 
Reconhecimento de Despesas 
 
As despesas são reconhecidas na demonstração do resultado, quando surge um decréscimo, que possa ser 
determinado em bases confiáveis, nos futuros benefícios econômicos provenientes da diminuição de um 
ativo ou do aumento de um passivo. 
 
Reconhecimento de Ganhos 
 
Representam outros itens que se enquadram na definição de receita e podem ou não surgir no curso das 
atividades ordinárias da companhia, representando aumentos nos benefícios econômicos. 
 
Reconhecimento de Perdas 
 
Representam outros itens se enquadram na definição de despesa e podem ou não surgir no curso das 
atividades ordinárias da companhia, representando decréscimos nos benefícios econômicos. 
 
Pressupostos Básicos das Demonstrações Contábeis – CPC 26 
 
Regime de 
Competência 
Demonstrações Financeiras são preparadas conforme o regime contábil de competência. 
Segundo esse regime, os efeitos das transações e outros eventos são reconhecidos quando 
ocorrem e são lançados nos registros contábeis e reportados às demonstrações financeiras 
dos períodos a que se referem. 
Continuidade 
As demonstrações financeiras são normalmente preparadas no pressuposto de que a 
entidade continuará em operação no futuro previsível. Ao tomar conhecimento de incertezas 
relevantes relacionadas a eventos ou condições que possam lançar dúvidas significativas 
acerca da capacidade da companhia para continuar em operação no futuro previsível, a 
administração deve divulgar tais incertezas. 
 
Informações Comparativas 
 
Conforme CPC 26, a menos que uma norma permita ou exija de outra forma, informações comparativas 
devem ser divulgadas em relação ao período anterior, para todos os valores incluídos nas demonstrações 
contábeis. 
14 
 
Identificação das Demonstrações Contábeis 
 
Cada demonstração contábil e suas notas explicativas devem ser identificadas claramente, conforme o CPC 
26, considerando: 
 
 O nome da empresa; 
 Se a demonstração e as notas referem-se a uma empresa individual ou grupo consolidado; 
 A data-base da demonstração e notas explicativas; 
 A moeda de apresentação; 
 O nível de arredondamento utilizado nos valores apresentados em cada demonstração e notas 
explicativas. 
 
Apresentação Apropriada das Demonstrações Contábeis 
 
Com o objetivo de preservar a essência sobre a forma, o CPC 26 permite que, nos casos – extremamente 
raros – em que a administração concluir que a adoção de uma determinada disposição prevista em um 
pronunciamento resultará em informações não correspondentes à realidade, chegando ao ponto de 
conflitarem com os objetivos das demonstrações contábeis estabelecidas na estrutura conceitual básica da 
contabilidade, a companhia poderá vir a deixar de aplicar essadisposição, a não ser que esse procedimento 
seja terminantemente proibido do ponto de vista legal regulatório. 
 
Mensuração 
 
Mensuração é o processo que consiste em determinar os valores pelos quais os elementos das 
demonstrações contábeis devem ser reconhecidos e apresentados no balanço patrimonial e na 
demonstração do resultado. Esse processo envolve a seleção de uma base específica de mensuração. 
Essas bases incluem o seguinte: 
 
Custo histórico 
 
ATIVOS 
Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou 
pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição, podendo ou não 
ser atualizados pela variação na capacidade geral de compra da moeda. 
PASSIVOS 
Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, 
em algumas circunstâncias (por exemplo, imposto de renda), pelos valores em caixa ou equivalentes 
de caixa que serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações, podendo 
também, em certas circunstâncias, ser atualizados monetariamente. 
 
Custo corrente (Valor em uso) 
 
ATIVOS 
Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que teriam de ser pagos 
se esses ativos fossem adquiridos na data do balanço. 
PASSIVOS 
Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que 
seriam necessários para liquidar a obrigação na data do balanço. 
 
Valor realizável (Valor Justo) 
 
ATIVOS 
Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que poderiam ser obtidos pela 
venda numa forma ordenada. 
PASSIVOS 
Os passivos são mantidos pelos seus valores de liquidação, isto é, pelos valores em caixa e 
equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes 
obrigações no curso normal das operações da entidade. 
15 
 
Valor presente (Ajuste ao Valor Presente) 
 
ATIVOS 
Os ativos são mantidos pelos seus valores de liquidação, isto é, pelos valores em caixa e 
equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam recebidos para liquidar os 
correspondentes direitos no curso normal das operações da entidade. 
PASSIVOS 
Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado, do fluxo futuro de saída líquida de 
caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações 
da entidade. 
 
 
Teste de Recuperabilidade 
 
A entidade deve aplicar o Pronunciamento Técnico NBC TG 01 – Redução ao valor recuperável de Ativos, a 
fim de: 
 
Verificar se houve perda por redução ao valor de recuperação (impairment) ao adotar as novas práticas 
contábeis adotadas no Brasil; e 
 
Medir a eventual perda por redução ao valor de recuperação existente, com o objetivo de complementar ou 
reverter perdas por redução ao valor de recuperação que possam ter sido constituídas anteriormente 
 
Custo Atribuído para o Ativo Imobilizado e Propriedade para Investimento 
 
Pode existir ativo com valor contábil substancialmente depreciado, ou mesmo igual a zero, e que continua em 
operação e gerando benefícios econômicos para a entidade, o que pode acarretar, em certas circunstâncias, 
que o seu consumo não seja adequadamente confrontado com tais benefícios, o que deformaria os 
resultados vindouros. 
 
Por outro lado, pode ocorrer que o custo de manutenção seja tal que já represente adequadamente o 
confronto dos custos com os benefícios. 
 
Em ambos os casos a entidade pode: 
 
Adotar a opção de atribuir um valor justo inicial ao ativo imobilizado e fazer o eventual ajuste nas contas do 
ativo imobilizado tendo por contrapartida a conta do patrimônio líquido denominada de Ajustes de Avaliação 
Patrimonial; e 
 
Estabelecer a estimativa do prazo de vida útil remanescente quando do ajuste desses saldos de abertura. 
 
Subsequentemente, e na medida em que os bens, objeto de atribuição de novo valor, nos termos do disposto 
no item anterior e na parte inicial deste item, forem depreciados, amortizados ou baixados em contrapartida 
do resultado, os respectivos valores devem, simultaneamente, ser transferidos da conta Ajustes de Avaliação 
Patrimonial para a conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados e, a depender da opção quanto ao regime de 
tributação da entidade, da conta representativa de Tributos Diferidos Passivos para a conta representativa de 
Tributos Correntes. 
 
As práticas contábeis adotadas no Brasil e por este CPC não admitem o uso de custo atribuído para ativos 
intangíveis, investimentos em controladas, controladas em conjunto, coligadas ou outros ativos que não os 
ativos imobilizados e propriedade para investimento. 
 
 
16 
 
Balanço patrimonial (ou demonstração da posição financeira) 
A informação a ser apresentada no balanço patrimonial tem uma prática bastante consolidada ao longo do 
tempo no Brasil, entretanto, é necessário destacar que a lista de itens mínimos determinada pelos 
pronunciamentos e regulações geralmente não atende aos requisitos de uma boa divulgação, motivo pelo 
qual os administradores devem avaliar a estrutura das demonstrações (contas e detalhamentos) com 
referência aos propósitos a serem alcançados nas divulgações. 
A adequação das contas deve ser julgada com base na (i) natureza e liquidez dos ativos, (ii) na função dos 
ativos na entidade, e (iii) nos montantes, natureza e prazo dos passivos (CPC 26.58). Os detalhamentos das 
contas também usam os mesmos critérios, como por exemplo (CPC 26.78): 
 Os itens do ativo imobilizado são segregados em classes de acordo com o CPC 27 – Ativo Imobilizado; 
 As contas a receber são segregadas em montantes a receber de clientes comerciais, contas a receber de 
partes relacionadas, pagamentos antecipados e outros montantes; 
 Os estoques são subclassificados, de acordo com o CPC 16 – Estoques, em classificações tais como 
mercadorias para revenda, insumos, materiais, produtos em processo e produtos acabados; 
 As provisões são segregadas em provisões para benefícios dos empregados e outros itens; e 
 O capital e as reservas são segregados em várias classes, tais como capital subscrito e integralizado, 
prêmios na emissão de ações e reservas. 
Distinção entre ativos e passivos circulantes e não circulantes 
Nas empresas não financeiras é usual que os ativos não circulantes contenham ativos tangíveis, intangíveis 
e financeiros de longo prazo. Os ativos circulantes nesse tipo de empresa são identificados como os itens 
que participam do ciclo operacional, ou seja, do capital de giro. A exceção a este critério é quando a 
demonstração está baseada no critério de liquidez, geralmente aplicável às instituições financeiras. 
A distinção entre circulante e não circulante é baseada no ciclo operacional ou de ativos realizados e 
passivos liquidados dentro deste mesmo ciclo; a norma define o ciclo operacional como o tempo entre a 
aquisição dos ativos que circulam continuamente (capital de giro) e sua realização em caixa; 
alternativamente, presume-se um prazo de 12 meses para o ciclo operacional no caso de não ser claramente 
identificável (CPC 26.60-65); a divulgação da posição financeira em muitas empresas opta por estabelecer o 
limite de 12 meses como única referência para essa distinção, porém os objetivos de atender a um usuário 
interessado na elaboração de fluxos de caixa prospectivos são mais bem atendidos se ficar claro para o leitor 
quais os itens que participam do capital de giro da companhia tendo em vista a existência de outros itens 
com vencimento para os próximos 12 meses. 
Demonstrações separadas, individuais e consolidadas. 
Demonstrações separadassão demonstrações onde o balanço contém, preferencialmente, os investimentos 
societários em coligadas, controladas e joint ventures avaliados pelo seu valor justo, e onde o resultado é 
mensurado pelas mutações nos valores justos desses investimentos, e não pelo método da equivalência 
patrimonial; a equivalência patrimonial, portanto, é incompatível com a figura da demonstração separada e 
nela não pode ser utilizada. 
 
A apresentação das demonstrações separadas, todavia, não exime a entidade da obrigação de apresentação 
de suas demonstrações individuais e consolidadas, ou da aplicação, nessas demonstrações, da equivalência 
patrimonial, quando determinados pela legislação vigente. Nesse caso, as demonstrações separadas são 
consideradas como demonstrações adicionais. 
 
17 
 
Conforme os CPCs 18; 19; 35 e 36, qualquer entidade que possua investimento em coligada, em controlada 
ou em controlada em conjunto pode, além de suas demonstrações individuais, ou individuais e consolidadas, 
elaborar e apresentar também as demonstrações separadas. As demonstrações separadas não se 
confundem com as demonstrações individuais - o item 7 do CPC 35 – Demonstrações Separadas menciona: 
“as demonstrações de uma entidade que não tenha controladas, coligadas ou participação em uma entidade 
controlada em conjunto não são demonstrações separadas”. 
 
De acordo com as normas internacionais, existem apenas três motivos que levariam à elaboração e 
divulgação das demonstrações separadas: (a) por opção, ou seja, a entidade opta pela apresentação 
adicional das demonstrações separadas; (b) por exigência legal local, ou seja, quando por força de lei local 
se exigir que os investimentos em coligadas, em controladas e em controladas em conjunto sejam 
mensurados pelo custo ou pelo valor justo; e (c) por ter sido dispensada da aplicação do método da 
equivalência patrimonial ou da consolidação (integral ou proporcional), situação em que a entidade deve 
mensurar os investimentos em coligadas, controladas e controladas em conjunto pelo custo ou pelo valor 
justo e então publicar as demonstrações separadas. No caso brasileiro, nossa legislação societária não exige 
que tais investimentos sejam avaliados a custo ou a valor justo, bem como não dispensa a aplicação do 
método da equivalência patrimonial no balanço individual quando de investimentos em coligadas, em 
controladas e em controladas em conjunto. 
Do ponto de vista conceitual, as demonstrações individuais só deveriam ser divulgadas publicamente para o 
caso de entidades que não tivessem investimentos em controladas, ou em joint ventures. No caso de 
existência desses investimentos, as entidades deveriam divulgar somente as demonstrações consolidadas, 
conforme estabelecido nas normas internacionais de contabilidade. Assim, as demonstrações individuais das 
entidades que têm investimentos em controladas e joint ventures devem ser divulgadas em conjunto com as 
demonstrações financeiras consolidadas (integral ou proporcional) conforme requerido pela legislação 
societária. 
Todavia, a legislação societária brasileira e alguns órgãos reguladores determinam a divulgação pública das 
demonstrações contábeis individuais de entidades que contêm investimentos em controladas ou em joint 
ventures mesmo quando essas entidades divulgam suas demonstrações consolidadas; inclusive, a legislação 
societária requer que as demonstrações contábeis individuais, no Brasil, sejam a base de diversos cálculos 
com efeitos societários (determinação dos dividendos mínimos obrigatórios e total, do valor patrimonial da 
ação etc.). (ICPC 09.4,5,6,7,8). 
Considera-se, entretanto, de maior utilidade para o usuário investidor a demonstração consolidada, o que 
implica na maior utilização desse tipo de demonstração para o uso em comentários gerenciais e no relatório 
de administração. 
A obrigação de divulgar, juntamente com suas demonstrações financeiras, demonstrações consolidadas, 
conforme preconizado pelo art. 249 da Lei das Sociedades Por Ações, não implica, necessariamente, 
divulgação em colunas lado a lado, podendo ser uma demonstração contábil a seguir da outra. Cumprido o 
mínimo exigido legalmente em termos de divulgação, a entidade pode divulgar somente suas demonstrações 
consolidadas como um conjunto próprio, o que é desejável ou até mesmo necessário se existirem práticas 
contábeis nas demonstrações consolidadas diferentes das utilizadas nas demonstrações individuais por 
autorização do órgão regulador ou por conterem efeitos de práticas anteriores à introdução das Leis nos. 
11.638/07 e 11.941/09. 
 
Políticas gerais na apresentação das demonstrações financeiras 
Algumas orientações podem ser extraídas dos CPCs como “regras de divulgação” aplicáveis às 
demonstrações: 
18 
 
Equilíbrio 
A entidade deve apresentar com igualdade de importância todas as demonstrações financeiras que façam 
parte do conjunto completo de demonstrações financeiras, o que implica em não destacar nenhuma das 
demonstrações em prejuízo das outras; essas demonstrações são complementares, e o efeito das 
transações deve ser considerado em todas as peças desse conjunto em lugar de enfatizar a posição 
financeira sobre a demonstração do resultado ou vice-versa (CPC 26.11); 
Integridade 
Políticas contábeis inadequadas não podem ser retificadas por meio da divulgação das políticas contábeis 
utilizadas ou por notas ou qualquer outra divulgação explicativa (CPC 26.18); 
Continuidade 
As demonstrações financeiras devem ser elaboradas no pressuposto da continuidade, a menos que a 
administração tenha intenção de liquidar a entidade ou cessar seus negócios, ou ainda não possua uma 
alternativa realista senão a descontinuação de suas atividades (CPC 26.25); 
Materialidade 
Se um item não for individualmente material, deve ser agregado a outros itens, seja nas demonstrações 
financeiras, seja nas notas explicativas; 
Um item pode não ser suficientemente material para justificar a sua apresentação individualizada nas 
demonstrações financeiras, mas pode ser suficientemente material para ser apresentado de forma 
individualizada nas notas explicativas; 
Não é necessário fornecer uma divulgação requerida se a informação não for material (CPC 26.30); 
Compensação de ativos e passivos 
Ativos e passivos, e receitas e despesas não devem ser compensados como regra geral, exceto quando 
refletirem a essência da transação; a mensuração de ativos líquidos de provisões relacionadas, por exemplo, 
a de obsolescência nos estoques ou a de créditos de liquidação duvidosa nas contas a receber de clientes 
não são consideradas compensação (CPC 26.32,33); 
Compensação de receitas e despesas 
As transações não ordinárias que não geram propriamente receitas, mas que são incidentais às atividades 
principais geradoras de receitas devem ser apresentadas compensando-se quaisquer receitas com as 
despesas relacionadas resultantes da mesma transação. Por exemplo: (i) ganhos e perdas na alienação de 
ativos não circulantes, incluindo investimentos e ativos operacionais, devem ser apresentados de forma 
líquida, deduzindo-se seus valores contábeis dos valores recebidos pela alienação e reconhecendo-se as 
despesas de venda relacionadas; e (ii) despesas relacionadas com uma provisão reconhecida de acordo com 
o CPC 25 – Provisões e que tiveram reembolso segundo acordo contratual com terceiros (por exemplo, 
acordo de garantia do fornecedor) podem ser compensadas com o respectivo reembolso (CPC 26.34); 
Informações sobre períodos anteriores 
A informação referente ao período anterior, inclusive a informação narrativa e descritiva, deve ser divulgada 
para todos os valores apresentados nas demonstrações financeiras do período corrente quando for relevante19 
 
para a compreensão do conjunto das demonstrações do período corrente ou quando continua a ser relevante 
no período corrente (CPC 26.38,40); 
Mudanças de políticas contábeis 
Quando a entidade aplica uma política contábil retrospectivamente ou faz a divulgação retrospectiva de itens 
de suas demonstrações financeiras, ou, ainda, quando reclassifica itens de suas demonstrações financeiras 
deve apresentar, como mínimo, 3 (três) balanços patrimoniais e duas de cada uma das demais 
demonstrações financeiras, bem como as respectivas notas explicativas. Os balanços patrimoniais a serem 
apresentados nesse caso devem ser os relativos: i) ao término do período corrente; (ii) ao término do período 
anterior (que corresponde ao início do período corrente); e (iii) ao início do mais antigo período comparativo 
apresentado (CPC 26.39); 
Mudança na apresentação 
Quando a apresentação ou a classificação de itens nas demonstrações financeiras forem modificadas, por 
mudança na natureza das operações, revisão por melhoria na apresentação das demonstrações ou 
exigência de outro pronunciamento, os montantes apresentados para fins comparativos devem ser 
reclassificados, a menos que a reclassificação seja impraticável. Quando os montantes apresentados para 
fins comparativos são reclassificados, a entidade deve divulgar: (i) a natureza da reclassificação; (ii) o 
montante de cada item ou classe de itens que foi reclassificado; e (iii) a razão para a reclassificação (CPC 
26.41,45); 
Considerando as Leis 11.638/07 e 11.941/09, e o CPC 26, um balanço patrimonial pode ser apresentado a 
partir do seguinte formato: 
 
 
A T I V O Notas Ano 1 Ano 2 
ATIVO CIRCULANTE 
 Caixa e Equivalentes 
 Títulos valores mobiliários 
 Contas a receber de clientes 
 Estoques 
 Outros ativos 
 
ATIVO NÃO CIRCULANTE 
 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
Contas a receber de clientes 
Impostos diferidos 
Ativos financeiros 
Depósitos judiciais 
Outros ativos 
 INVESTIMENTO 
 IMOBILIZADO 
 INTANGÍVEL 
 
Total do Ativo 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
P A S S I V O Notas Ano 1 Ano 2 
PASSIVO CIRCULANTE 
 Fornecedores 
 Salários e benefícios 
 Impostos e contribuições 
 Empréstimos e financiamentos 
 Outros passivos 
 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
 Empréstimos e financiamentos 
 Impostos diferidos 
 Provisão para contingências 
 Arrendamentos e compromissos contratuais 
 Receitas diferidas líquidas 
 Outros passivos 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 CAPITAL SOCIAL 
(-) Gastos com emissão de ações 
 RESERVA DE CAPITAL 
(-) Ações em tesouraria 
 RESERVA DE LUCROS 
 PREJUÍZOS ACUMULADOS 
 OUTROS RESULTADOS ABRANGENTES 
 
Total do Passivo e Patrimônio Líquido 
 
Demonstração do resultado e demonstração do resultado abrangente 
Por força da necessidade de atender às disposições societárias, o CPC 26 optou por apresentar a 
demonstração do resultado abrangente em duas demonstrações. A demonstração do resultado do período 
com os itens que tradicionalmente já faziam parte do resultado e a demonstração do resultado abrangente 
contendo, no mínimo (CPC 26.82A): 
a) Resultado líquido do período; 
b) Cada item dos outros resultados abrangentes classificados conforme sua natureza (exceto montantes 
relativos ao item (c); 
c) Parcela dos outros resultados abrangentes de empresas investidas reconhecida por meio do método de 
equivalência patrimonial; e 
d) Resultado abrangente do período. 
O conceito do resultado abrangente pretende explicar todas as variações no patrimônio líquido com exceção 
das transações entre acionistas e, por esta razão, tem alta importância para o investidor interessado no 
desempenho da empresa porque reúne todas as transações que afetam o resultado em uma única 
demonstração. A dificuldade no caso brasileiro é conciliar essa visão, chamada de all inclusive, porque inclui 
todas as transações que alteram o patrimônio líquido, com a lei societária, em especial nas exigências do 
cálculo do dividendo mínimo obrigatório. 
Conforme o item 99 do CPC 26, a companhia deve apresentar análise das despesas utilizando uma 
classificação baseada na sua natureza, se permitida legalmente, ou na função dentro da entidade, devendo 
eleger o critério que proporcionar informação confiável e mais relevante, obedecidas as determinações 
legais. Dessa forma, o CPC 26 ressalta que uma demonstração do resultado do período deve apresentar, no 
mínimo, as seguintes rubricas: 
21 
 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO Notas Ano 1 Ano 2 
Receitas Brutas de Vendas 
(-) Deduções de vendas 
 Impostos sobre vendas 
 Descontos incondicionais concedidos 
 Cancelamentos e devoluções de vendas 
 
Receitas Líquidas de Vendas 
(-) Custos dos produtos vendidos 
Lucro Bruto 
(+) Outras Receitas 
(-) Despesas operacionais 
(-) Outras Despesas 
(+/-) Resultado de Participações Societárias 
Lucro Líquido Antes do Resultado Financeiro 
1. (+) Receitas Financeiras 
2. (-) Despesas Financeiras 
3. (+/-) Variação Cambial Líquida 
4. (+/-) Variação Monetária Líquida 
5. (+/-) Ganhos e Perdas com Derivativos 
(=) Resultado Financeiro (1 a 5) 
Resultado antes dos Tributos sobre o Lucro 
(-) Tributos sobre o Lucro 
(-) Tributos sobre Lucros Diferidos 
Resultado Líquido das Operações Continuadas 
(+/-) Resultado Líquido após tributos das operações continuadas 
Resultado Líquido do Período 
Resultado Líquido atribuível aos Controladores 
Resultado Líquido atribuível aos Não controladores 
Lucro Líquido por ação 
 
A demonstração do resultado abrangente objetiva apresentar o resultado líquido do período, bem como 
possíveis resultados futuros ajustados no patrimônio líquido (outros resultados abrangentes), decorrentes de 
transações que ainda não se realizaram financeiramente, pois dependem de eventos futuros. 
 
Com isso, a demonstração do resultado abrangente pode ser elaborada e apresentada como parte integrante 
da demonstração das mutações do patrimônio líquido ou a partir do modelo seguinte: 
 
 Notas Ano 1 Ano 2 
Resultado Líquido do Período 
(+/-) Outros resultados abrangentes da companhia: 
 Variações na Reserva de Reavaliação 
 Ajustes Acumulados de conversão – variação cambial de investimentos 
societários no exterior 
 Ganhos e perdas com parcela efetiva de hedge de fluxo de caixa 
 Ganhos e perdas com ativos financeiros disponíveis para venda 
 Ganhos e perdas atuariais com plano de pensão com benefício definido 
 
Resultado Abrangente do Período 
Resultado Abrangente atribuível aos Controladores 
Resultado Abrangente atribuível aos Não Controladores 
 
Demonstração das mutações do patrimônio líquido 
Para cada componente do patrimônio líquido, a conciliação do saldo é feita no início e no final do período, 
demonstrando-se separadamente as mutações decorrentes: 
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(i) do resultado líquido; 
 
(ii) de cada item dos outros resultados abrangentes, apresentando separadamente o montante atribuível aos 
controladores e à participação dos não controladores; 
 
(iii) para cada componente do patrimônio líquido, os efeitos das alterações nas políticas contábeis e as 
correções de erros reconhecidas de acordo com oNBC TG 23 ; 
 
(iv) para cada componente do patrimônio líquido, a conciliação do saldo no início e no final do período, 
demonstrando-se separadamente as mutações decorrentes: 
 
1. Do resultado líquido; 
2. De cada item de outros resultados abrangentes 
3. De transações com os proprietários realizadas na condição de proprietário, demonstrando 
separadamente suas integralizações e as distribuições realizadas, bem como modificaçõesnas 
participações em controladas que não implicaram perda do controle (CPC 26.106). 
 
O patrimônio líquido deve apresentar o capital social, as reservas de capital, os ajustes de avaliação 
patrimonial, as ações em tesouraria, os prejuízos acumulados, se legalmente admitidos, os lucros 
acumulados e as demais contas exigidas pelos pronunciamentos emitidos pelo CPC. A seguir apresenta-se o 
modelo de demonstração das mutações do patrimônio líquido. 
 
Demonstração das mutações do patrimônio líquido 
 
Capital 
Social 
Integralizado 
Reserva 
de 
Capital 
Reserva 
de 
Reaval. 
Reserva 
de 
Lucros 
Lucros e 
Prejuízos 
Acumulados 
Outros 
Resultados 
Abrangentes 
Pat. Líquido 
dos 
acionistas 
controladores 
Part. 
Acionista 
não 
controlador 
Total do 
Patrimônio 
Líquido 
Saldo em 
31/12/X1 
 
Variações 
Saldo em 
31/12/X2 
 
Variações 
Saldo em 
31/12/X3 
 
 
Demonstração dos fluxos de caixa 
 
Lucro é diferente de fluxo de caixa. Uma empresa lucrativa não será necessariamente uma empresa com boa 
situação financeira. O fluxo de caixa é resultado das operações da empresa no curto prazo, mas também é 
afetado pelas entradas e saídas dos financiamentos obtidos, projetos de investimento em andamento e 
outros fatores de natureza não operacional. No longo prazo ambas magnitudes do lucro e caixa tenderão a 
convergir. 
 
Assim, a estrutura básica do demonstrativo de Fluxo de Caixa está composta do resultado do aumento ou 
diminuição líquida das disponibilidades nas atividades operacionais, atividades de investimentos e atividades 
de financiamento. 
 
O conceito de caixa, nessa análise refere-se ao conceito de disponibilidades, ampliado pelos denominados 
equivalentes de caixa. Por equivalentes de caixa são definidos os investimentos de alta liquidez, prontamente 
conversíveis em uma quantia de dinheiro e que apresentam risco insignificante de alteração de valor. Neste 
sentido, inclui: Caixa, dinheiro e cheques em mãos recebidos e ainda não depositados, cujo pagamento seja 
previsto imediatamente; Depósitos bancários à vista, contas correntes de livre movimentação mantidas pela 
empresa em bancos; Numerário em trânsito, recursos em trânsito decorrentes de remessas entre filiais, 
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depósitos em cheques e ordens de pagamento; e Aplicações de liquidez imediata, investimentos de 
curtíssimo prazo, como equivalentes de caixa podem ser considerados as aplicações financeiras no mercado 
de capitais e financeiro em títulos de renda fixa, públicos ou privados, por um prazo de até 90 dias contados 
da data de aquisição do título (SANTI Filho, 2004). 
 
A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) tem o propósito de esclarecer de forma condensada as entradas e 
saídas da conta Caixa e equivalente a caixa em determinado período ou exercício gerados por atividades 
operacionais, de investimento e de financiamentos. Tem-se como base às informações contidas no Balanço 
Patrimonial e na Demonstração do Resultado do Exercício. 
 
Para Campos Filho (1999, p. 25), a estrutura do modelo norte-americano (FAS nº 95) para a Demonstração 
dos Fluxos de Caixa está se tornando padrão mundial. Ainda esclarece Campos Filho (1999, p. 25) que o 
referido modelo é resultado de um trabalho que ocorreu entre 1977 e 1987, levado a efeito pelo Financial 
Accounting Standard Board, que é um comitê de padrões de contabilidade financeira, subordinado à Security 
and Exchange Comission, culminando que, a partir de 1987, além do balanço patrimonial, da DRE, as 
empresas americanas deveriam gerar, também, a DFC. 
 
Benefícios das Informações dos Fluxos de Caixa 
 
A informação sobre fluxos de caixa proporciona aos usuários das demonstrações financeiras uma base para 
avaliar a capacidade da entidade para gerar caixa e seus equivalentes e as necessidades da entidade para 
utilizar esses fluxos de caixa. O CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa define os requisitos para a 
apresentação da demonstração dos fluxos de caixa e respectivas divulgações (CPC 26.111). 
 
A DFC, quando usada em conjunto com as demais demonstrações contábeis, proporciona informações que 
habilitam os usuários a avaliar as mudanças nos ativos líquidos de uma entidade, sua estrutura financeira 
(inclusive sua liquidez e solvência) e sua capacidade para alterar os valores e prazos dos fluxos de caixa, a 
fim de adaptá-los às mudanças nas circunstâncias e oportunidades. 
 
As informações sobre os fluxos de caixa são úteis para avaliar a capacidade de a entidade gerar recursos 
dessa natureza e possibilitam aos usuários desenvolver modelos para avaliar e comparar o valor presente de 
futuros fluxos de caixa de diferentes entidades. A demonstração dos fluxos de caixa também melhora a 
comparabilidade dos relatórios de desempenho operacional para diferentes entidades porque reduz os 
efeitos decorrentes do uso de diferentes tratamentos contábeis para as mesmas transações e eventos. 
 
Conceitos 
 
O conceito de disponibilidades, para Santi Filho (2004, p. 18), está atrelado ao conteúdo intitulado pela Lei no 
6.404/76, que considera, além do saldo do caixa, os investimentos denominados equivalentes de caixa. 
Assim, são consideradas disponibilidades dinheiro e cheques recebidos, mas não depositados, cujo 
pagamento seja imediato, contas correntes mantidas nos bancos em nome da empresa, numerário em 
trânsito nas filiais e aplicações altamente líquidas no mercado primário em títulos de renda fixa, públicos ou 
privados, por um prazo de até 90 dias contados da data de aquisição do título. 
 
Assim, as ocorrências que afetaram o fluxo de caixa no período devem ser enquadradas de acordo com as 
suas atividades específicas, operacionais, de investimentos e de financiamentos. 
 
As atividades operacionais, no entendimento de Stickney (2001, p. 173), são aquelas que geram recursos, 
principalmente por meio das vendas de bens ou prestação de serviços, que são as receitas operacionais e 
que consomem recursos no pagamento dos gastos indispensáveis para a criação da oportunidade dessa 
mesma receita operacional, sempre decorrentes das atividades-fim da empresa. Ocorrida a etapa das 
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atividades operacionais e analisado por um lapso de tempo relevante o fluxo de caixa operacional, que é a 
diferença entre as entradas e saídas desse tipo de atividade, se ocorrer terem sido gerados mais recursos 
que consumidos, esses recursos gerados podem ser empregados na “aquisição de edifícios e equipamentos, 
no pagamento de dividendos, no resgate de debêntures e na realização de outras atividades de investimento 
e financiamento”. 
 
Para Campos Filho (1999, p. 27), as atividades operacionais têm um conceito relativamente homogêneo 
entre os profissionais, nesse caso, provavelmente àqueles afeitos às demonstrações contábeis, ou seja, 
trata-se basicamente das contas constantes na demonstração de resultado. Ressalva ainda o autor que o 
detalhamento desse grupo precisa ser adaptado a cada tipo de empresa, para a correta demonstração dos 
principais pagamentos e recebimentos operacionais (CAMPOS FILHO, 1999, p. 27). 
 
Nas atividades operacionais, segundo Santi Filho (2004, p. 19), devem estar incluídas neste conjunto de 
entradas e saídas de caixa, todas as atividades relativas a eventos ou transações que não fazem parte das 
atividades de investimentos ou de financiamentos. 
 
Quanto às atividades de investimentos, Stickney (2001, p. 174) entende que, nessa parte da demonstração 
do fluxo de caixa, é evidenciado o valor do fluxo de caixa de investimentos, principalmente na aquisição de 
ativo não circulante que, normalmente, significa um desencaixe expressivode recursos. Parte dos meios 
financeiros utilizados nesse tipo de operação é obtida pela venda ocasional ou planejada de parte do 
permanente imobilizado, dispensável por não utilização ou por necessidade de renovação. No entanto, esta 
fonte de recursos, em geral, não é suficiente para suportar sozinho o volume necessário para as novas 
aquisições. 
 
As empresas que não se encontram em fase de crescimento rápido, geralmente financiam essas 
novas aquisições com o fluxo de caixa operacional. Crescimento rápido, entretanto, geralmente exige 
financiamento por meio de lançamento de novas debêntures ou ações (STICKNEY, 2001, p. 174). 
 
No caso do Brasil, pode-se incorporar, nesta descrição, o aporte de capital pelos sócios, que não 
necessariamente guarda similaridade com a emissão de ações. 
 
Para Campos Filho (1999), as atividades de investimentos estão em grande parte descritas nas contas 
comumente registradas no grupo do ativo não circulante do balanço patrimonial. 
 
Quanto às atividades de financiamentos, Santi Filho (2004, p. 24) entende que são aquelas cujos aumentos 
ou diminuição dos ativos estejam relacionados com concessão e recebimentos de empréstimos, compra e 
venda de bens do imobilizado e “aquisição e alienação de instrumentos financeiros e patrimoniais a outras 
entidades”. 
 
Já com referência às atividades de financiamentos, Stickney (2001, p. 174) diz que, nesse terceiro 
componente da demonstração do fluxo de caixa, devem estar demonstradas as operações de ingresso de 
recursos, oriundas do lançamento de títulos com obrigações de curto ou longo prazo ou, ainda, de ações, 
sejam ordinárias ou preferenciais, que normalmente são utilizadas para pagar dividendos aos acionistas ou 
“resgatar títulos de dívida e para recomprar ações ordinárias ou preferenciais anteriormente emitidas”. 
 
As atividades de financiamentos, no entender de Campos Filho (1999, p. 27-28), requerem uma atenção 
realçada, porque seu conceito, para fins da DFC, é diferente daquele que o mercado em geral utiliza, 
considerando como financiamentos apenas os bens adquiridos e financiados com recursos de terceiros. Para 
a DFC, é um conceito mais abrangente, pois inclui, além dos recursos dos terceiros, também os recursos 
aportados pelos sócios, pois há o entendimento de que, quando os mesmos realizam essas operações, de 
fato estão financiando a empresa. Além disso, é necessário atentar que os dividendos pagos devem ser 
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considerados como conta retificadora dos recursos aportados pelos sócios. Para Santi Filho (2004, p. 25), 
atividades de financiamentos “referem-se aos empréstimos e financiamentos de credores e investidores à 
empresa”. 
 
Para elaborar a DFC, Kieso; Weygandt (1992) propõe três procedimentos principais. Em primeiro lugar, 
propõe apurar o valor da alteração do caixa, bastando, para isto, ter acesso a dois balanços consecutivos. 
Comparando seus itens, obter-se-ão o saldo inicial e o final. Em segundo lugar, o autor propõe apurar o valor 
total das transações contábeis relacionadas com o caixa pertencente às atividades operacionais. Para obter 
as informações, será necessário ter acesso e resgatar os dados dos balanços de exercícios consecutivos da 
demonstração do resultado do exercício e, ainda, selecionar as transações do período. Em terceiro lugar, 
Kieso; Weygandt (1992) propõe apurar o valor total das transações contábeis relacionadas com o caixa, 
pertencentes às atividades de investimento e financiamento. 
 
Para obter essa informação, será necessário analisar todas as variações das contas do balanço para 
determinar aquelas que afetaram o saldo do caixa, o que pode ser facilitado pela adoção de quadros 
auxiliares conforme os que se propõem a seguir: 
 
Movimentação do AP em X2 Custo Depreciação Total 
Saldo em X1 
Depreciação do período 
Ajuste por equivalência patrimonial 
Aquisição no período 
Saldo em 31/12/X2 
 Movimentação do AP em X3 Custo Depreciação Total 
Saldo em X2 
Depreciação do período 
Ajuste por equivalência patrimonial 
Aquisição no período 
Saldo em 31/12/X3 
 Necessidade de Capital de Giro X3 X2 
 Clientes 
 
 
 Estoques 
 
 
 Fornecedores 
 
 
 Outros 
 
 
Variação da Necessidade de Capital de Giro 
Empréstimos bancários a curto prazo X3 X2 
 Empréstimos Bancários 
 
 
 Duplicatas Descontadas 
 
 
Variação de empréstimos bancários a curto prazo 
 Aumento de Capital X3 X2 
Capital Atual - Capital Anterior 
 Dividendos pagos X3 X2 
LA anterior + LL ano corrente - LA ano corrente 
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Elaboração do fluxo de caixa 
 
O demonstrativo de fluxo de caixa pode ser elaborado pelo método direto e pelo método indireto. Pelo 
método direto, as atividades devem refletir o movimento bruto dos principais recebimentos e pagamentos. 
Pelo método indireto, faz-se a conciliação entre o resultado contábil e o fluxo de caixa, partindo do lucro 
líquido trata-se de eliminar o efeito de todos os valores diferidos decorrentes de operações de recebimentos 
e pagamentos por caixa do período e todas as previsões de expectativas futuras que variaram no período, e 
o efeito de todos os itens classificados no fluxo de caixa como investimento ou financiamento tais como 
depreciação, amortização, ganhos e perdas com vendas do ativo imobilizado e operações descontinuadas 
(relacionadas a investimentos), e ganhos ou perdas com extinção de débitos (os quais são atividades 
financeiras). 
 
Os seguintes tópicos principais devem ser usados em todos os fluxos de caixa: 
 
Atividades operacionais: são as principais atividades geradoras de receita da entidade. 
 
Atividades de investimento: são as aquisições e vendas de ativos de longo prazo. 
 
Atividades de financiamento: são atividades que resultam em mudanças no tamanho e na composição do 
patrimônio líquido e dos empréstimos da empresa. 
 
As somas e subtrações desses itens resultam na mudança do caixa mais equivalentes e compreendem 
numerário, depósitos bancários e investimentos de curto prazo (com vencimento em três meses ou menos da 
data da contratação) com alta liquidez e baixíssimo risco. 
 
 
Método Direto 
 
De acordo com Campos Filho (1999, p. 41), o FAS recomenda às empresas relatar os fluxos de caixa das 
atividades operacionais diretamente, mostrando as principais classes de recebimentos e pagamentos 
operacionais (método direto). Para tanto, torna-se necessário classificar os recebimentos e pagamentos de 
uma empresa utilizando as partidas dobradas. 
 
Pelo Método Direto a empresa fará o confronto direto entre as contas da Demonstração de Resultado e as 
contas do Balanço Patrimonial, detalhando as entradas e saídas de caixa. Agora é só uma questão de 
ordenamento das entradas e saídas de caixa, conforme a estrutura internacional pelo Método Direto. Para os 
ingressos de recursos, considerar os valores positivos, para as saídas, negativos. 
 
A exemplo do que ocorre com o método indireto, é possível elaborar o método direto da DFC de diferentes 
maneiras, dependendo das contas contábeis ativadas no período. Da mesma forma, para transmitir exemplos 
de como elaborar, alguns estudiosos utilizam a técnica de passos. 
 
No entender de Iudícibus (1998, p. 232), a referida demonstração deve iniciar por apurar o recebimento das 
vendas ocorridas no período. Para tanto, utilizam-se os balanços patrimoniais consecutivos e a 
demonstração do resultado do exercício. Somando-se o valor do saldo do balanço patrimonial mais antigo da

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