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Aula 03
Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXII
Exame - Com Videoaulas
Autor:
Rosenval Júnior
Aula 03
26 de Fevereiro de 2020
04889434852 - PAULO CESAR RODRIGUES DOS REIS
1 
 
Sumário 
1 - Responsabilidade Ambiental ................................................................................................................ 3 
2 - Teoria Geral dos Crimes Ambientais..................................................................................................... 5 
3 - PENAS APLICÁVEIS ............................................................................................................................. 11 
3.1 - Competência para Julgamento de Crime Ambiental .................................................................... 14 
3.2 - Princípios da Insignificância (Bagatela) ........................................................................................ 16 
4 - Reparação do Dano Ambiental ........................................................................................................... 22 
Questões Comentadas ................................................................................................................................ 25 
Gabarito ..................................................................................................................................................... 34 
Memorex / Mapas Mentais ........................................................................................................................ 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rosenval Júnior
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04889434852 - PAULO CESAR RODRIGUES DOS REIS
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APRESENTAÇÃO DO CURSO 
Olá, futuros (as) Advogados (as)! 
Antes de iniciarmos a aula, anotem esses tópicos relevantes para o Exame da OAB: 
 Tanto Pessoas Físicas quanto Pessoas Jurídicas respondem em três esferas: civil, penal e 
administrativa!!! 
 MUITA ATENÇÃO, pois é possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos 
ambientais independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em 
seu nome. Ou seja, o STJ e o STF NÃO adotam a teoria da "dupla imputação”. Esse é o entendimento 
atual sobre o tema! 
 Gravem também que a responsabilidade CIVIL por dano ambiental é OBJETIVA!!! Ou seja, na 
reparação do dano ambiental não precisa comprovar culpa! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rosenval Júnior
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04889434852 - PAULO CESAR RODRIGUES DOS REIS
3 
 
1 - Responsabilidade Ambiental 
A Constituição Federal, em seu art. 225, § 3º, prevê a possibilidade de responsabilização da pessoa física e 
jurídica nas esferas penal, civil e administrativa. 
“As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, 
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da 
obrigação de reparar os danos causados.” Art. 225, §3º da CF/88. 
A Lei 9.605/98 regulamenta a norma constitucional e dispõe sobre os crimes ambientais e as infrações 
administrativas. Aplicam-se subsidiariamente à Lei 9.605/98 as disposições do Código Penal e do Código de 
Processo Penal. 
 
 
Responsabilidade Penal SUBJETIVA, 
É imprescindível a comprovação do elemento subjetivo da conduta (dolo ou culpa). Ou seja, precisa 
comprovar. 
 
Responsabilidade
pessoa física e 
pessoa jurídica
PENAL
CIVIL
ADMINISTRATIVA
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4 
 
Responsabilidade Civil OBJETIVA, 
Prescinde da comprovação de culpa, bastando confirmação do dano e do nexo causal. Obs.: prescindir é 
não precisar, dispensar. 
Assim, segundo o art. 14, § 1º da Lei 6.938/81, é o poluidor obrigado, independentemente da existência 
de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua 
atividade. 
A responsabilidade civil além de objetiva, segundo o STJ, é também solidária (permite demandar o 
poluidor direto ou indireto ou, ainda, os dois). 
O STJ admite a inversão do ônus da prova nas ações de reparação dos danos ambientais, dessa forma, 
pode recair sobre o poluidor o ônus de provar a inexistência do dano ou, no caso de existência, que este 
não foi de sua autoria. 
Por último, cabe salientar que há precedente do STJ de que a responsabilidade civil objetiva é norteada 
pela Teoria do Risco Integral, em que não se admite a existência de excludentes do nexo causal, como o 
fato de terceiro, caso fortuito ou a força maior. Segundo essa teoria, o poluidor deve assumir todos os 
riscos da sua atividade, sem exceção! 
O STJ admite, inclusive, de forma excepcional, a dispensa da comprovação do nexo causal nos casos de 
degradação de imóvel rural. Assim, a obrigação de recuperar a área de Reserva Legal degradada é propter 
rem, inerente ao título e se transfere ao futuro proprietário. Ou seja, o proprietário rural deve recuperar 
a área de Reserva Legal degradada independentemente de ter sido ele ou não o responsável pela 
degradação. O novo Código Florestal (Lei 12.651/12) trouxe expressamente essa disposição em seu art. 
2º, § 2º: “As obrigações previstas nesta Lei têm natureza real e são transmitidas ao sucessor, de qualquer 
natureza, no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural.” 
Portanto, a responsabilidade de reparação do dano ambiental é objetiva, solidária e imprescritível. Esse 
tem sido o entendimento do STJ e do TRF 2ª Região. 
ATENÇÃO!!! SÚMULAS IMPORTANTES: 
Súmula STJ 613 
Não se admite a aplicação da teoria do fato consumado em tema de Direito Ambiental. (STJ. 1ª Seção. 
Aprovada em 09/05/2018, DJe 14/05/2018). 
Súmula STJ 618 
A inversão do ônus da prova aplica-se às ações de degradação ambiental. 
Súmula STJ 623 
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As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo admissível cobrá-las do proprietário ou 
possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha do credor. 
Súmula STJ 629 
Quanto ao dano ambiental, é admitida a condenação do réu à obrigação de fazer ou à de não fazer 
cumulada com a de indenizar. 
 
Responsabilidade Administrativa 
Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir representação às autoridades 
competentes para efeito do exercício do seu poder de polícia. 
O poder de polícia é a atividade da Administração que impõe limites ao exercício de direitos e liberdades. 
Em termos bem simples, pode ser entendido como toda limitação individual à liberdade e à propriedade 
em prol do interesse público. O âmbito de incidência é bem amplo, indo desde aspectos clássicos da 
segurança, até a preservação da qualidade do meio ambiente. 
O poder de polícia ambiental é o principal instrumento de controle para garantir o direito fundamental 
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado previsto na CF/88. É o dever-poder exercido pela 
administração pública operando restrições com o objetivo de zelar pelo bem-estar da sociedade. 
 
 
2 - Teoria Geral dos Crimes Ambientais 
A lei de crimes ambientais adota a teoria monista ou unitária sobre o concurso de pessoas, na qual todos 
os agentes respondem pelo mesmo crime, na medida de sua culpabilidade. 
Responsabilidade
Penal Subjetiva
Civil Objetiva
Administrativa
Objetiva/Subjetiva 
(Há divergência na 
Doutrina)
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Diretores, gerentes, administradores, membro de conselho de órgão técnico de pessoa jurídica respondempor crimes ambientais tanto por ação quanto por omissão (omissão penalmente relevante), de acordo com 
o art. 2º da Lei 9.605/98. 
"Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide 
nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o 
administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto 
ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar 
de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la." (Art. 2º, da Lei 9.605/98) 
Sobre a responsabilidade da pessoa jurídica há três correntes doutrinárias. Entretanto, a teoria mais aceita 
e adotada pelas bancas de concursos é a de que a pessoa jurídica pode cometer crime. 
De forma direta, para a prova objetiva de concurso, as pessoas jurídicas têm capacidade de culpabilidade e 
de sanção penal. Obviamente, não há para a pessoa jurídica pena privativa de liberdade, para essas pessoas 
a Lei 9.605/98 prevê outras sanções (Artigos 21, 22, 23, e 24 da Lei 9.605/98). 
 
A base para defender a responsabilidade penal das pessoas jurídicas está no artigo 225, §3º da CF/88 e no 
artigo 3º da Lei 9.605/98. Memorizem, decorem, podem tatuar esses dispositivos no cérebro, pois são muito 
recorrentes nas provas de concursos e por isso precisam estar no sangue! 
 
 "As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os 
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danos causados." Art. 225, §3º da CF/88. 
 
 
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"As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente 
conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de 
seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício 
da sua entidade." Art. 3º, da Lei 9.605/98. 
Para que haja a responsabilização penal da pessoa jurídica, o crime deverá ser cometido no interesse ou 
benefício da entidade E por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado. 
ATENÇÃO! 
Essas duas condicionantes precisam ser observadas para que a pessoa jurídica seja responsabilizada. 
A denúncia genérica tem sido rejeita pelos Tribunais Superiores nos crimes societários. Assim, para incluir 
os administradores das pessoas jurídicas na denúncia é necessário descrever a sua conduta, sob risco de 
inépcia e trancamento da ação. 
O STJ e o STF admitem a responsabilização penal da pessoa jurídica em crimes ambientais. 
ATENÇÃO! 
Em 2013, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a possibilidade de se processar penalmente uma 
pessoa jurídica, mesmo não havendo ação penal em curso contra pessoa física com relação ao crime. De 
acordo com o STF, é admissível a condenação de pessoa jurídica pela prática de crime ambiental, ainda que 
absolvidas as pessoas físicas ocupantes de cargo de presidência ou de direção do órgão responsável pela 
prática criminosa. 
Em 2015, a Quinta e a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça reiteraram o entendimento da Primeira 
Turma do Supremo Tribunal Federal no sentido de que a Constituição (art. 225, § 3.º) não exige a necessidade 
de dupla imputação das pessoas natural e jurídica nos crimes ambientais. 
Dessa forma, é possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais 
independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. Nesse 
sentido, o atual entendimento é o de que NÃO há a necessidade de aplicação da teoria da dupla imputação! 
Jurisprudência 
Leiam com especial atenção a jurisprudência abaixo. 
STF: Crime ambiental: absolvição de pessoa física e responsabilidade penal de pessoa jurídica 
É admissível a condenação de pessoa jurídica pela prática de crime ambiental, ainda que absolvidas as 
pessoas físicas ocupantes de cargo de presidência ou de direção do órgão responsável pela prática 
criminosa. Com base nesse entendimento, a 1ª Turma, por maioria, conheceu, em parte, de recurso 
extraordinário e, nessa parte, deu-lhe provimento para cassar o acórdão recorrido. Neste, a imputação aos 
dirigentes responsáveis pelas condutas incriminadas (Lei 9.605/98, art. 54) teria sido excluída e, por isso, 
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trancada a ação penal relativamente à pessoa jurídica. Em preliminar, a Turma, por maioria, decidiu não 
apreciar a prescrição da ação penal, porquanto ausentes elementos para sua aferição. Pontuou-se que o 
presente recurso originara-se de mandado de segurança impetrado para trancar ação penal em face de 
responsabilização, por crime ambiental, de pessoa jurídica. Enfatizou-se que a problemática da prescrição 
não estaria em debate, e apenas fora aventada em razão da demora no julgamento. Assinalou-se que caberia 
ao magistrado, nos autos da ação penal, pronunciar-se sobre essa questão. Vencidos os Ministros Marco 
Aurélio e Luiz Fux, que reconheciam a prescrição. O Min. Marco Aurélio considerava a data do recebimento 
da denúncia como fator interruptivo da prescrição. Destacava que não poderia interpretar a norma de modo 
a prejudicar aquele a quem visaria beneficiar. Consignava que a lei não exigiria a publicação da denúncia, 
apenas o seu recebimento e, quer considerada a data de seu recebimento ou de sua devolução ao cartório, 
a prescrição já teria incidido. 
RE 548181/PR, rel. Min. Rosa Weber, 6.8.2013. 
 
DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. DESNECESSIDADE DE DUPLA IMPUTAÇÃO EM CRIMES AMBIENTAIS. 
É possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da 
responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. Conforme orientação da Primeira 
Turma do STF, "O art. 225, § 3º, da Constituição Federal não condiciona a responsabilização penal da pessoa 
jurídica por crimes ambientais à simultânea persecução penal da pessoa física em tese responsável no 
âmbito da empresa. A norma constitucional não impõe a necessária dupla imputação" (RE 548.181, Primeira 
Turma, DJe 29/10/2014). Diante dessa interpretação, o STJ modificou sua anterior orientação, de modo a 
entender que é possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais 
independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. 
Precedentes citados: RHC 53.208-SP, Sexta Turma, DJe 1º/6/2015; HC 248.073-MT, Quinta Turma, DJe 
10/4/2014; e RHC 40.317-SP, Quinta Turma, DJe 29/10/2013. RMS 39.173-BA, Rel. Min. Reynaldo Soares da 
Fonseca, julgado em 6/8/2015, DJe 13/8/2015. Informativo n. 0566. Período: 8 a 20 de agosto de 2015. 
 
PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. RESPONSABILIDADE PENAL DA 
PESSOA JURÍDICA POR CRIME AMBIENTAL: DESNECESSIDADE DE DUPLA IMPUTAÇÃO CONCOMITANTE À 
PESSOA FÍSICA E À PESSOA JURÍDICA. 
1. Conforme orientação da 1ª Turma do STF, "O art. 225, § 3º, da Constituição Federal não condiciona a 
responsabilização penal da pessoa jurídica por crimes ambientais à simultânea persecução penal da pessoa 
física em tese responsável no âmbito da empresa. A norma constitucional não impõe a necessária dupla 
imputação." (RE 548181, Relatora Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 6/8/2013, acórdão 
eletrônico DJe-213, divulg. 29/10/2014, public. 30/10/2014). 
2. Tem-se, assim, que é possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais 
independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. 
Precedentes desta Corte. 
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3. A personalidade fictícia atribuída à pessoa jurídica não pode servir de artifício para a prática de condutas 
espúrias por parte das pessoas naturais responsáveis pela sua condução. 
4. Recurso ordinário a que se nega provimento. 
(RMS 39.173/BA, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 
06/08/2015, DJe 13/08/2015) 
Assim, atualmente, tem-se que há uma uniformidade na jurisprudência quanto à desnecessidade de 
aplicação da teoria da dupla imputação para fins de responsabilização penal da pessoa jurídica por crimes 
ambientais. 
Lembrem-se ainda de que a pessoa jurídica somente poderá ser responsabilizada se presentes dois 
pressupostos cumulativos: 
1. Que o crime tenha sido cometido por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu 
órgão colegiado; 
2. Que o crime ambiental tenha se consumado no interesse ou benefício da entidade. 
A pessoa jurídica poderá ser desconsiderada sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento 
de prejuízos causados à qualidade do ambiente, Art. 4º da Lei 9.605/98. (Teoria Menor). Para isso, basta a 
impossibilidade da Pessoa Jurídica de arcar com a reparação ambiental. Atenção, pois esse dispositivo é 
muito cobrado em prova! 
A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar ou ocultar 
a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio será 
considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional (Art. 24 
da Lei 9.605/98). 
De acordo com o art. 26, a ação penal é pública incondicionada nas infrações penais previstas Lei 9.605/98. 
Embora a Lei 9.605/98 seja omissa, é cabível a ação privada subsidiária da pública, quando o Ministério 
Público não oferecer denúncia no prazo legal (Art. 5º, LIX da CF/88). Nos casos dos crimes ambientais, além 
de PÚBLICA a ação penal é INcondicionada, ou seja, não possui nenhum requisito. Dessa forma, a ação pode 
ser iniciada sem a representação do ofendido (vítima) ou de quem tiver qualidade para representá-lo e sem 
a requisição do Ministro da Justiça, sendo suficiente a vontade do Ministério Público. 
Assim, na ação penal pública incondicionada, a ação é exercida pelo Ministério Público, que representa o 
Estado, como autor da ação. 
Nos crimes previstos na Lei de Crimes Ambientais, a suspensão condicional da pena (sursis) pode ser 
aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não superior a 3 anos (Art. 16). 
Obs.: CUIDADO! Muitas provas colocam dois anos, pois no Código Penal será cabível o “sursis” se a 
condenação a pena privativa de liberdade não for superior a 2 anos, observada outras condições. Então, 
atenção, vou repetir, segundo a Lei de Crimes ambientais, a suspensão condicional da pena pode ser 
aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não superior a 3 anos! 
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A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal; se revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no 
valor máximo, poderá ser aumentada até 3 vezes, tendo em vista o valor da vantagem econômica auferida. 
A perícia produzida no inquérito civil ou no juízo cível poderá ser aproveitada no processo penal, 
instaurando-se o contraditório. 
A sentença penal condenatória, sempre que possível, fixará o valor mínimo para reparação dos danos 
causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo meio ambiente. 
 
FIXAÇÃO DA PENA BASE (Mnemônico: SANGRA) 
APLICAÇÃO DA PENA - DOSIMETRIA DAS SANÇÕES (Art. 6º) 
Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente observará: 
 a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas consequências para a saúde 
pública e para o meio ambiente; 
 os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental; 
 a situação econômica do infrator, no caso de multa. 
Fixada a pena base, o juiz analisará as circunstâncias atenuantes e agravantes. (Mnemônico: BARCOCO) 
ATENUANTES (Art. 14) 
 baixo grau de instrução ou escolaridade do agente; 
 arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou limitação 
significativa da degradação ambiental causada; 
 comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental; 
 colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental. 
 
AGRAVANTES (Art. 15) 
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I - reincidência nos crimes de natureza ambiental; 
II - ter o agente cometido a infração: 
a) para obter vantagem pecuniária; 
b) coagindo outrem para a execução material da infração; 
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio ambiente; 
d) concorrendo para danos à propriedade alheia; 
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a regime 
especial de uso; 
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos; 
g) em período de defeso à fauna; 
h) em domingos ou feriados; 
i) à noite; 
j) em épocas de seca ou inundações; 
l) no interior do espaço territorial especialmente protegido; 
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais; 
n) mediante fraude ou abuso de confiança; 
o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental; 
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada 
por incentivos fiscais; 
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades competentes; 
r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções. 
 
3 - PENAS APLICÁVEIS 
Pessoas Físicas Pessoas Jurídicas 
Privativa de Liberdade 
Restritiva de Direitos 
Multa 
Prestação de Serviços à Comunidade 
Restritiva de Direitos 
Multa 
 
PENAS aplicadas às PESSOAS FÍSICAS 
Privativas de Liberdade (Detenção/Reclusão) 
Restritivas de Direito (Art. 8º) 
 prestação de serviços à comunidade; 
 interdição temporária de direitos; 
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 suspensão parcial ou total de atividades; 
 prestação pecuniária (+ que 1 salário e no máximo 360 salários); 
 recolhimento domiciliar. 
Multa 
Penas Restritivas de Direito da PESSOA FÍSICA. 
A prestação de serviços à comunidade consiste na atribuição ao condenado de tarefas gratuitas junto a: 
 Parques e jardins públicos e unidades de conservação, 
 No caso de dano da coisa particular, pública ou tombada, na restauração desta, se possível. (Art. 9º) 
As penas de interdição temporária de direito são a proibição de o condenado contratar com o Poder 
Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios, bem como de participar de licitações, 
pelo prazo de: 
 5 anos, no caso de crimes dolosos, 
 3 anos, no de crimes culposos. (Art. 10) 
A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem obedecendo às prescrições legais. (Art. 
11.) 
A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima ou à entidade pública ou privada com 
fim social, de importância, fixada pelo juiz, não inferior a 1 salário mínimo nem superior a 360 salários 
mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual reparação civil a que for condenado o 
infrator. (Art. 12.) 
O recolhimento domiciliar baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado, que 
deverá, sem vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer atividade autorizada, permanecendorecolhido nos dias e horários de folga em residência ou em qualquer local destinado a sua moradia habitual, 
conforme estabelecido na sentença condenatória. (Art. 13) 
PENAS aplicadas às PESSOAS JURÍDICAS (Art. 21) 
Prestação de Serviços à Comunidade (Art. 23) 
 custeio de programas e de projetos ambientais; 
 execução de obras de recuperação de áreas degradadas; 
 manutenção de espaços públicos; 
 contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas. 
Restritivas de Direitos (Art. 22) 
 suspensão parcial ou total de atividades; 
 interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade; 
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 proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou 
doações (Máx. 10 anos). 
Multa 
Notem que tanto pessoas físicas quanto pessoas jurídicas possuem penas restritivas de direito e multa. 
Entretanto, nas penas restritivas de direito há algumas diferenças. Algumas penas restritivas de direitos são 
diferentes e aplicam-se só à Pessoa Jurídica ou só a Pessoa Física. 
Observem, também, que prestação de serviço à comunidade é um tipo de pena restritiva de direito para as 
pessoas físicas. 
As bancas examinadoras misturam as penas, e as questões exigem o conhecimento de quais penas são 
aplicadas às pessoas físicas ou às pessoas jurídicas. 
Penas restritivas de liberdade (reclusão/detenção) e a restritiva de direito (recolhimento domiciliar) aplicam-
se apenas à Pessoa Física, por óbvio. 
Por fim, nas infrações administrativas NÃO cabe nenhuma pena restritiva de liberdade. As sanções 
administrativas são: multa, advertência, suspensão, demolição, embargo, cancelamento, proibição... 
Pessoal, eu sei que para quem nunca estudou essa lei pode ficar meio confuso, pode parecer complicado, 
mas fiquem calmos! Leiam uma vez, duas, tentem entender. No final da aula, eu inseri alguns mapas mentais 
sobre as penas, imprimam esses mapas, colem na parede, no espelho do banheiro, no guarda-roupa...leiam 
todos os dias, em poucos minutos é possível fazer uma revisão e até o dia da prova já estará tudo 
memorizado. 
 
Para as Pessoas Jurídicas a pena de proibição de contratar com o Poder Público ou receber subsídios, 
subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de 10 anos (Art. 22, III e §3º). 
Já para as Pessoas Físicas a pena de interdição temporária de direito consiste na proibição de o condenado 
contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios, bem como de 
participar de licitações, pelo prazo de 5 anos para crime doloso e 3 anos para crime culposo. (Art. 10). 
O artigo 37 traz as excludentes de ilicitude. Costuma cair muito em concurso. 
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Tomem nota: 
NÃO é crime o abate de animal, quando realizado (Art.37): 
I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família; 
II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais, desde 
que legal e expressamente autorizado pela autoridade competente; 
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente. 
 
ATENÇÃO, pois a Lei nº 13.052, de 2014 alterou o art. 25 da Lei 9.605/98. Verificada a infração, serão 
apreendidos seus produtos e instrumentos, lavrando-se os respectivos autos. 
Os animais serão prioritariamente libertados em seu habitat ou, sendo tal medida inviável ou não 
recomendável por questões sanitárias, entregues a jardins zoológicos, fundações ou entidades 
assemelhadas, para guarda e cuidados sob a responsabilidade de técnicos habilitados. Até que os animais 
sejam entregues a essas instituições, o órgão autuante zelará para que eles sejam mantidos em condições 
adequadas de acondicionamento e transporte que garantam o seu bem-estar físico. 
Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão estes avaliados e doados a instituições científicas, 
hospitalares, penais e outras com fins beneficentes. 
Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão destruídos ou doados a instituições científicas, 
culturais ou educacionais. 
Os instrumentos utilizados na prática da infração serão vendidos, garantida a sua descaracterização por meio 
da reciclagem. 
3.1 - Competência para Julgamento de Crime Ambiental 
Em regra, compete à Justiça Estadual julgar as contravenções e os crimes ambientais, exceto se o delito for 
contra bens, serviços ou interesse da União, de suas autarquias ou empresas públicas, pois neste caso será 
competência da Justiça Federal - art. 109, IV, da CF/88. 
O entendimento predominante na jurisprudência, do STF e do STJ, é de que o interesse da União para atrair 
a competência da Justiça Federal deve ser direto e específico. 
Assim, a competência da Justiça Federal só ocorre quando a infração penal é praticada em detrimento de 
bens, serviços ou interesses da União como tal, ou seja, de bens ou serviços que possua, ou de seu interesse 
direto e específico. 
Jurisprudência: 
Segundo o STJ são situações específicas de competência da Justiça Federal: 
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Delito envolvendo espécies ameaçadas de extinção, em termos oficiais; 
Conduta envolvendo ato de contrabando de animais silvestres, peles e couros de anfíbios ou répteis para o 
exterior; 
Introdução ilegal de espécie exótica no país; 
Pesca predatória no mar territorial; 
Crime contra a fauna perpetrado em parques nacionais, reservas ecológicas; ou áreas sujeitas ao eminente 
domínio da Nação; 
Conduta que ultrapassa os limites de um único estado ou as fronteiras do país. 
(STJ: CC 34.689 - SP, Relator Min. Gilson Dipp, julgado em 22/5/2002.) 
Liberação ilegal de organismos geneticamente modificados. 
(STJ: CC 41.301, Relator Min. Gilson Dipp, julgado em 12/5/2004.) 
Para a incidência da norma constitucional (art. 109, IV), basta a ofensa direta a bens, serviços ou interesse 
da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas. 
Os bens da União estão elencados no art. 20, da Constituição Federal: 
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; 
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das 
vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; 
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um 
Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, 
bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; 
IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas 
e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao 
serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; 
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; 
VI - o mar territorial; 
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; 
VIII - os potenciais de energia hidráulica; 
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; 
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X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos; 
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. 
 
A floresta Amazônica Brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona 
Costeiraembora sejam patrimônio nacional, não se enquadram, por si só, na definição de bens da União, e 
por isso compete à justiça estadual processar e julgar contravenções e crimes ambientais nessas áreas. 
Portanto, não há que confundir patrimônio nacional com bem (ou patrimônio) da União. 
Apenas caberá à justiça federal o crime perpetrado em detrimento de bens, serviços ou interesses diretos e 
específicos da União, ou de suas autarquias ou empresas públicas. 
 
Após a edição da Lei 9.605/98, o STJ cancelou a Súmula 91, que atribuía à Justiça Federal a competência de 
processar e julgar os crimes praticados contra a fauna. 
Agora, após o cancelamento da referida Súmula, caso não se verifique a hipótese do art. 109, IV da CF/88, 
a competência para processar e julgar tanto os crimes contra a flora quanto contra a fauna será da Justiça 
ESTADUAL. 
3.2 - Princípios da Insignificância (Bagatela) 
O princípio da insignificância, de acordo com o glossário jurídico do STF, tem o sentido de excluir ou de 
afastar a própria tipicidade penal, ou seja, não considera o ato praticado como um crime, por isso, sua 
aplicação resulta na absolvição do réu e não apenas na diminuição e substituição da pena ou não sua não 
aplicação. 
Para ser utilizado, faz-se necessária a presença de certos requisitos, tais como: 
(a) a mínima ofensividade da conduta do agente, 
(b) a ausência de periculosidade social da ação, 
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(c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e 
(d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada. 
Mnemônico para a prova: MARI 
Sua aplicação decorre no sentido de que o direito penal não se deve ocupar de condutas que produzam 
resultado cujo desvalor - por não importar em lesão significativa a bens jurídicos relevantes - não represente, 
por isso mesmo, prejuízo importante, seja ao titular do bem jurídico tutelado, seja à integridade da própria 
ordem social. 
Há controvérsia na sua aplicação no caso de danos ambientais. No entanto, no segundo semestre de 2012, 
o Supremo Tribunal Federal aplicou o princípio da insignificância ou bagatela em um caso de pesca. 
Em 2016, a Quinta Turma do STJ aplicou o princípio da insignificância em crime ambiental. Em decisão 
unânime, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o trancamento de ação penal 
contra um homem denunciado pela prática de pesca ilegal em período de defeso. 
O pescador foi abordado em uma área de proteção ambiental de Roraima, sem autorização de órgão 
competente e no período de defeso, carregando linha de pesca. 
Mínima ofensividade: Ministro do STJ destacou a importância da proteção ao meio ambiente, mas lembrou 
que jurisprudência do STJ reconhece a atipicidade material de determinadas condutas praticadas, desde que 
verificada a mínima ofensividade na atuação do agente, a ausência de periculosidade social da ação, o 
reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da lesão jurídica provocada. 
Abaixo colacionamos jurisprudência do STJ e do STF a respeito do tema. 
Jurisprudência: 
PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME AMBIENTAL. PESCA PREDATÓRIA. PEQUENA QUANTIDADE DE PESCADO 
DEVOLVIDO AO HABITAT NATURAL. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. 
PARTICULARIDADES DO CASO CONCRETO. RELEVÂNCIA PENAL DA CONDUTA. CRIME CONTRA O MEIO 
AMBIENTE. ESPECIAL RELEVO. ORDEM DENEGADA. I. Hipótese em que o paciente foi denunciado como 
incurso nas penas do art. 34, parágrafo único, II, da Lei 9.605/98, porque teria sido flagrado pela Polícia 
Militar de Proteção Ambiental, praticando pesca predatória de camarão, com a utilização de petrechos 
proibidos em período defeso para a fauna aquática e sem autorização dos órgãos competentes. II. A 
quantidade de pescado apreendido não desnatura o delito descrito no art. 34 da Lei 9.605/98, que pune a 
atividade durante o período em que a pesca seja proibida, exatamente a hipótese dos autos, isto é, em época 
de reprodução da espécie, e com utilização de petrechos não permitidos. III. Paciente que, embora não 
possua carteira profissional de pescador, faz da pesca a sua única fonte de renda. IV. Para a incidência do 
princípio da insignificância devem ser considerados aspectos objetivos referentes à infração praticada, assim 
a mínima ofensividade da conduta do agente, a ausência de periculosidade social da ação, o reduzido grau 
de reprovabilidade do comportamento, bem como a inexpressividade da lesão jurídica causada (HC 
84.412/SP, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de 19/11/2004), que não restou demonstrado in casu. V. A 
Constituição Federal de 1988, consolidando uma tendência mundial de atribuir maior atenção aos interesses 
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difusos, conferiu especial relevo à questão ambiental, ao elevar o meio-ambiente à categoria de bem jurídico 
tutelado autonomamente, destinando um capítulo inteiro à sua proteção. VI. Interesse estatal na repreensão 
da conduta, em se tratando de delito contra o meio-ambiente, dada a sua relevância penal. VII. Ordem 
denegada. 
(STJ - HC: 192696 SC 2010/0226460-0, Relator: Ministro GILSON DIPP, Data de Julgamento: 17/03/2011, T5 
- QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 04/04/2011) 
 
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PENAL. CRIME DE PESCA EM LOCAL PROIBIDO. ART. 34, CAPUT, 
LEI 9.605/ 1998. PESCA EM LOCAL PROIBIDO. PEDIDO DE TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INCIDÊNCIA DO 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. IRRELEVÂNCIA PENAL DA CONDUTA. RECURSO PROVIDO. 1. Recorrente foi 
denunciado como incursos nas sanções do art. 34, caput, da Lei n. 9.605/1998, porque teria sido, em 20 de 
abril de 2012, surpreendido por Policiais Militares do meio ambiente pescando em local proibido pela 
Portaria IEF nº 129, de 10 de setembro de 2004, publicado no Diário do Executivo - Minas Gerais, em 11 de 
setembro de 2004; 2. Nessa ocasião, o Recorrente já havia pescado 10 (dez) peixes, conhecidos 
popularmente como lambari, totalizando 240 (duzentos e quarenta) gramas de pescado, apreendidos e, 
posteriormente, descartados. 3. A aplicação do princípio da insignificância nos crimes contra o meio 
ambiente, reconhecendo-se a atipicidade material do fato, é restrita aos casos onde a conduta do agente 
expressa pequena reprovabilidade e irrelevante periculosidade social. Afinal, o bem jurídico tutelado é a 
proteção ao meio ambiente, direito de natureza difusa assegurado pela Constituição Federal, que conferiu 
especial relevo à questão ambiental. 4. Verifica-se que se insere na concepção doutrinária e jurisprudencial 
de crime de bagatela a conduta do Recorrente, surpreendido em atividade de pesca com apenas uma vara 
de pescar retrátil e 240 (duzentos e quarenta) gramas de peixe. 5. Recurso ordinário provido para, aplicando-
se o princípio da insignificância, determinar o trancamento da Ação Penal nº 0056.12.012562-2. 
(STJ - RHC: 39578 MG 2013/0241325-5, Relator: Ministra LAURITA VAZ, Data de Julgamento: 05/11/2013, 
T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 19/11/2013) 
 
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PENAL. CRIME DE PESCA COM PETRECHO NÃO PERMITIDO. ART. 
34, PARÁGRAFO ÚNICO, INCISO II, DA LEI Nº 9.605/98. PEDIDO DE TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. 
INCIDÊNCIA DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. APLICABILIDADE. ANÁLISE DO CASO CONCRETO. 
IRRELEVÂNCIA PENAL DA CONDUTA. RECURSO PROVIDO. 1. A aplicação do princípio da insignificância nos 
crimes contra o meio ambiente, reconhecendo-se a atipicidade material do fato, é restrita aos casos onde a 
conduta do agente expressa pequena reprovabilidade e irrelevante periculosidade social. Afinal, o bem 
jurídico tutelado é a proteção ao meio ambiente, direito de natureza difusa assegurado pela Constituição 
Federal, que conferiuespecial relevo à questão ambiental. 2. Verifica-se que se insere na concepção 
doutrinária e jurisprudencial de crime de bagatela a conduta do Recorrente - sem antecedentes criminais, a 
quem não se atribuiu a pesca profissional ou reiteração de conduta -, que não ocasionou expressiva lesão 
ao bem jurídico tutelado, já que foi apreendido apenas petrecho (rede), sem, contudo, nenhum espécime 
ter sido retirado do local, o que afasta a incidência da norma penal. 3. Recurso ordinário provido para, 
aplicando-se o princípio da insignificância, determinar o trancamento da Ação Penal nº 5003126-
41.2012.404.7101 . 
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(STJ - RHC: 35122 RS 2013/0004163-4, Relator: Ministra LAURITA VAZ, Data de Julgamento: 26/11/2013, T5 
- QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 09/12/2013) 
 
HABEAS CORPUS. CRIME AMBIENTAL. PESCA EM PERÍODO PROIBIDO. APLICAÇÃODO PRINCÍPIO DA 
INSIGNIFICÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE. ESPECIALREPROVABILIDADE DA CONDUTA NO CASO CONCRETO. 
HABEAS CORPUS DENEGADO. 1. A aplicabilidade do princípio da insignificância nos crimes contra o meio 
ambiente, reconhecendo-se a atipicidade material do fato, é restrita aos casos onde a conduta do agente 
expressa pequena reprovabilidade e irrelevante periculosidade social. Afinal, o bem jurídico tutelado é a 
proteção ao meio ambiente, direito de natureza difusa assegurado pela Constituição Federal, que conferiu 
especial relevo à questão ambiental. 2. Não se insere na concepção doutrinária e jurisprudencial de crime 
de bagatela a conduta do Paciente, pescador profissional, que foi surpreendido pescando com petrecho 
proibido em época onde a atividade é terminantemente vedada. Há de se concluir, como decidiram as 
instâncias ordinárias, pela ofensividade da conduta do réu, a quem se impõe maior respeito à legislação 
ambiental, voltada para preservação da matéria prima de seu ofício. 3. E, apesar de terem sido apreendidos 
apenas 05 kg (cinco quilos) de peixe, nos termos da jurisprudência desta Corte Superior: "A quantidade de 
pescado apreendido não desnatura o delito descrito no art. 34 da Lei 9.605/98, que pune a atividade durante 
o período em que a pesca seja proibida, exatamente a hipótese dos autos, isto é, em época de reprodução 
da espécie, e com utilização de petrechos não permitidos." (HC 192696/SC, 5.ª Turma, Rel. Min. GILSON 
DIPP, DJe de04/04/2011.) 4. Ordem de habeas corpus denegada. 
(STJ - HC: 192486 MS 2010/0225552-4, Relator: Ministra LAURITA VAZ, Data de Julgamento: 18/09/2012, T5 
- QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 26/09/2012) 
 
AÇÃO PENAL. Crime ambiental. Pescador flagrado com doze camarões e rede de pesca, em desacordo com 
a Portaria 84/02, do IBAMA. Art. 34, parágrafo único, II, da Lei nº 9.605/98. Rei furtivae de valor 
insignificante. Periculosidade não considerável do agente. Crime de bagatela. Caracterização. Aplicação do 
princípio da insignificância. Atipicidade reconhecida. Absolvição decretada. HC concedido para esse fim. 
Voto vencido. Verificada a objetiva insignificância jurídica do ato tido por delituoso, à luz das suas 
circunstâncias, deve o réu, em recurso ou habeas corpus, ser absolvido por atipicidade do comportamento. 
(STF - HC: 112563 DF, Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Data de Julgamento: 21/08/2012, Segunda 
Turma, Data de Publicação: DJe-241 DIVULG 07-12-2012 PUBLIC 10-12-2012) 
 
RECURSO EM HABEAS CORPUS. CRIME CONTRA O MEIO AMBIENTE. PESCA EM PERÍODO DEFESO. 
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. POSSIBILIDADE. CONDUTA QUE NÃO CAUSOU DANOS AO 
ECOSSISTEMA. ATIPICIDADE MATERIAL DOS FATOS. RECLAMO PROVIDO. 
 
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1. Esta Corte Superior de Justiça e o Supremo Tribunal Federal reconhecem a atipicidade material de 
determinadas condutas praticadas em detrimento do meio ambiente, desde que verificada a mínima 
ofensividade da conduta do agente, a ausência de periculosidade social da ação, o reduzido grau de 
reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da lesão jurídica provocada. Precedentes. 
 
2. No caso dos autos, o paciente foi denunciado, tendo sido acusado de pescar em período defeso, 
entretanto foi abordado pelos fiscais apenas com a “linha de mão”, sem nenhuma espécime da fauna 
aquática, conduta que não causou perturbação no ecossistema a ponto de reclamar a incidência do Direito 
Penal, imperioso, portanto, o reconhecimento da atipicidade da conduta perpetrada, sendo o recorrente 
tecnicamente primário. 
 
3. Recurso provido para determinar o trancamento da Ação Penal nº 5495-84.2011.4.01.4200 
HC Nº 58.247 - RR (2015/0078375-6) 
 
PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. ART. 34 DA LEI 9.605/1988. PESCA EM PERÍODO DE 
DEFESO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. APLICABILIDADE. 
I - Aplicável, no caso, o princípio bagatelar, uma vez que este STJ entende pela possibilidade de aplicação do 
princípio da insignificância aos delitos ambientais quando demonstrada a ínfima ofensividade ao bem 
ambiental tutelado. 
II - No caso, conforme consta do v. acórdão recorrido, não foi apreendida nenhuma quantidade de qualquer 
espécie animal, nem há notícia de reincidência por parte do ora agravado. 
Agravo regimental desprovido. 
(AgRg no REsp 1558312/ES, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 02/02/2016, DJe 
22/02/2016) 
 
PENAL. HABEAS CORPUS. PACIENTE CONDENADO PELO CRIME PREVISTO NO ART. 34 DA LEI 9.605/1998 (LEI 
DE CRIMES AMBIENTAIS). PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. APLICAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. 
REPROVABILIDADE DA CONDUTA DO AGENTE. REITERAÇÃO DELITIVA. ORDEM DENEGADA. I - Nos termos da 
jurisprudência deste Tribunal, a aplicação do princípio da insignificância, de modo a tornar a ação atípica 
exige a satisfação de certos requisitos, de forma concomitante: a conduta minimamente ofensiva, a ausência 
de periculosidade social da ação, o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e a lesão jurídica 
inexpressiva. 
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II – A quantidade de peixes apreendida em poder do paciente no momento em que foi detido, fruto da pesca 
realizada em local proibido e por meio da utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não 
permitidos, como no caso dos autos, lesou o meio ambiente, colocando em risco o direito constitucional ao 
meio ambiente ecologicamente equilibrado, o que impede o reconhecimento da atipicidade da conduta. 
III - Ademais, os autos dão conta da existência de registros criminais pretéritos, bem como de relatos de que 
o paciente foi surpreendido por diversas vezes pescando ou tentando pescar em área proibida, a demonstrar 
a reiteração delitiva do paciente. IV - Os fatos narrados demonstram a necessidade da tutela penal em função 
da maior reprovabilidade da conduta do agente. Impossibilidade da aplicação do princípio da insignificância. 
Precedentes. V – Ordem denegada. 
HC 135404, Relator (a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 07/02/2017, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-169 DIVULG 01-08-2017 PUBLIC 02-08-2017) 
STF julga inconstitucional lei cearense que regulamenta vaquejada 
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou procedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 
4983, ajuizada pelo procurador-geral da República contra a Lei 15.299/2013, do Estado do Ceará, que 
regulamenta a vaquejada como prática desportiva e cultural no estado. 
A maioria dos ministros acompanhou o voto do relator, ministro Marco Aurélio, que considerou haver 
“crueldade intrínseca” aplicada aos animais na vaquejada. 
Vejamosa ementa da ADI 4983: 
“VAQUEJADA – MANIFESTAÇÃO CULTURAL – ANIMAIS – CRUELDADE MANIFESTA – PRESERVAÇÃO DA 
FAUNA E DA FLORA – INCONSTITUCIONALIDADE. A obrigação de o Estado garantir a todos o pleno exercício 
de direitos culturais, incentivando a valorização e a difusão das manifestações, não prescinde da observância 
do disposto no inciso VII do artigo 225 da Carta Federal, o qual veda prática que acabe por submeter os 
animais à crueldade. Discrepa da norma constitucional a denominada vaquejada”. 
O julgamento da matéria teve início em agosto de 2015, quando o relator, ao votar pela procedência da 
ação, afirmou que o dever de proteção ao meio ambiente (artigo 225 da Constituição Federal) sobrepõe-se 
aos valores culturais da atividade desportiva. 
Em seu voto, o ministro Marco Aurélio afirmou que laudos técnicos contidos no processo demonstram 
consequências nocivas à saúde dos animais: fraturas nas patas e rabo, ruptura de ligamentos e vasos 
sanguíneos, eventual arrancamento do rabo e comprometimento da medula óssea. Também os cavalos, de 
acordo com os laudos, sofrem lesões. 
Para o relator, o sentido da expressão “crueldade” constante no inciso VII do parágrafo 1º do artigo 225 da 
Constituição Federal alcança a tortura e os maus-tratos infringidos aos bois durante a prática da vaquejada. 
Assim, para ele, revela-se “intolerável a conduta humana autorizada pela norma estadual atacada”. 
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22 
 
Diante do posicionamento do STF e pressionado pela bancada ruralista, o Congresso Nacional aprovou a Lei 
nº 13.364/16, que elevou o Rodeio e a Vaquejada, bem como as respectivas expressões artístico-culturais, à 
condição de manifestações da cultura nacional e de patrimônio cultural imaterial. 
Posteriormente, o Congresso Nacional promulgou a emenda constitucional nº 96/2017, que acrescentou o 
§7º ao artigo 225, da CF88, com o seguinte texto: 
“Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas 
desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 
desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural 
brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos”. 
Agora compete ao Supremo, nas ADIn 5.728 e ADIn 5.772, julgar a constitucionalidade da Emenda à 
Constituição 96/17, que inseriu um §7º no art. 225, da CF/88. 
4 - Reparação do Dano Ambiental 
Para Édis Milaré, dano ambiental é “a lesão aos recursos ambientais, com a consequente 
degradação/alteração adversa ou – in pejus – do equilíbrio ecológico e da qualidade ambiental. 
O dano ambiental, como o de qualquer outra espécie, enseja a responsabilidade do causador, ficando este 
obrigado a repará-lo. 
A Política Nacional do Meio Ambiente visará à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de 
recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos 
ambientais com fins econômicos. 
Sem obstar a aplicação de outras penalidades, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de 
culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. 
O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil 
e criminal, por danos causados ao meio ambiente. ATENÇÃO!!! Notem que a responsabilidade civil por 
dano ambiental é OBJETIVA, ou seja, independe da comprovação de culpa! 
O § 3º do art. 225 da Constituição Federal dispõe que a responsabilização, tanto da pessoa física como da 
jurídica, pelas condutas e atividades consideradas nocivas ao meio ambiente poderá se dar nas esferas 
administrativa, penal e civil, de forma independente e cumulativa. 
A reparação do dano ambiental pode ocorrer por meio da restauração natural e pela indenização pecuniária 
ou compensação econômica. 
A restauração natural consiste em uma obrigação de fazer, enquanto que o pagamento da indenização 
constitui uma obrigação de dar. A obrigação de não fazer existe, mas entende a doutrina que esta se 
apresenta de forma contígua, pois sempre que se pretender impor a cessação de uma atividade danosa é 
postulada conjuntamente a execução de uma prestação positiva, até porque de nada adiantaria a reparação 
do dano se o mesmo continuasse a ocorrer. 
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É perfeitamente possível condenar o responsável pelo dano ecológico a cumprir cumulativamente a 
obrigação de dar e a de fazer, porque os pedidos têm fundamento diverso, inexistindo bis in idem. 
O art. 225 da Constituição Federal e a Lei 6.938/81 consagram o princípio da reparação in integrum, 
consistente nos deveres de restaurar e reparar danos ambientais, de forma objetiva, sem a exigência de 
prova de culpa e independentemente de eventuais sanções penal e administrativa cabíveis. 
Finalmente, não se podem esquecer as ações judiciais úteis para a obtenção em juízo da reparação do dano 
ambiental, tais como a ação civil pública, a ação popular e o mandado de segurança coletivo. 
A jurisprudência do STJ é unânime no sentido de que a lesão ao meio ambiente deve ser reparada na sua 
integralidade. 
 
PROCESSO CIVIL. DIREITO AMBIENTAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA PARA TUTELA DO MEIO AMBIENTE. 
OBRIGAÇÕES DE FAZER, DE NÃO FAZER E DE PAGAR QUANTIA. POSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO DE PEDIDOS 
ART. 3º DA LEI 7.347/85. INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA. ART. 225, § 3º, DA CF/88, ARTS. 2º E 4º DA LEI 
6.938/81, ART. 25, IV, DA LEI 8.625/93 E ART. 83 DO CDC. PRINCÍPIOS DA PREVENÇÃO, DO POLUIDOR-
PAGADOR E DA REPARAÇÃO INTEGRAL. 
1. O sistema jurídico de proteção ao meio ambiente, disciplinado em normas constitucionais (CF, art. 225, 
3º) e infraconstitucionais (Lei 6.938/81, arts. 2º e 4º), está fundado, entre outros, nos princípios da 
prevenção, do poluidor-pagador e da reparação integral. Deles decorrem, para os destinatários (Estado e 
comunidade), deveres e obrigações de variada natureza, comportando prestações pessoais, positivas e 
negativas (fazer e não fazer), bem como de pagar quantia (indenização dos danos insuscetíveis de 
recomposição in natura), prestações essas que não se excluem, mas, pelo contrário, se cumulam, se for o 
caso. 
2. A ação civil pública é o instrumento processual destinado a propiciar a tutela ao meio ambiente (CF, art. 
129, III). Como todo instrumento, submete-se ao princípio da adequação, a significar que deve ter aptidão 
suficiente para operacionalizar, no plano jurisdicional, a devida e integral proteção do direito material. 
Somente assim será instrumento adequado e útil. 
3. É por isso que, na interpretação do art. 3º da Lei 7.347/85 ("A ação civil poderá ter por objeto a 
condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer"), a conjunção “ou” deve ser 
considerada com o sentido de adição (permitindo, com a cumulação dos pedidos, a tutela integral do meio 
ambiente) e não o de alternativa excludente (o que tornaria a ação civil pública instrumento inadequado a 
seus fins). É conclusão imposta, outrossim, por interpretação sistemática do art. 21 da mesma lei, combinado 
com o art. 83 do Código de Defesa do Consumidor ("Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos 
por este código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva 
tutela.") e, ainda, pelo art. 25 da Lei 8.625/1993, segundo o qual incumbe ao Ministério Público “IV - 
promover o inquérito civil e a ação civil pública, na forma da lei: a) para a proteção, prevenção e reparação 
dos danos causadosao meio ambiente (...)”. 
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4. Exigir, para cada espécie de prestação, uma ação civil pública autônoma, além de atentar contra os 
princípios da instrumentalidade e da economia processual, ensejaria a possibilidade de sentenças 
contraditórias para demandas semelhantes, entre as mesmas partes, com a mesma causa de pedir e com 
finalidade comum (medidas de tutela ambiental), cuja única variante seriam os pedidos mediatos, 
consistentes em prestações de natureza diversa. A proibição de cumular pedidos dessa natureza não existe 
no procedimento comum, e não teria sentido negar à ação civil pública, criada especialmente como 
alternativa para melhor viabilizar a tutela dos direitos difusos, o que se permite, pela via ordinária, para a 
tutela de todo e qualquer outro direito. 
5. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, desprovido. (REsp 605323/MG, Rel. Ministro 
JOSÉ DELGADO, Rel. p/ Acórdão Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, DJ 17/10/2005 p. 179). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 - (FGV - Exame de Ordem - OAB) Diante das disposições estabelecidas pela Lei n. 9.605/98 sobre as 
sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, assinale a 
alternativa correta. 
(A) A desconsideração da pessoa jurídica somente será admitida se a pena restritiva de direitos se revelar 
inócua para os fins a que se destina. 
(B) A pena restritiva de direitos da pessoa jurídica, no que tange a proibição de contratar com o poder 
público, terá duração equivalente ao tempo de permanência dos efeitos negativos da conduta delituosa 
sobre o meio ambiente. 
(C) Constitui inovação da lei de crimes ambientais a excludente de antijuridicidade relativamente ao 
comércio não autorizado de animais da fauna silvestre voltado exclusivamente à subsistência da entidade 
familiar. 
(D) Os tipos penais ambientais, em regra, descrevem crimes de perigo abstrato, que se consumam com a 
própria criação do risco, efetivo ou presumido, independentemente de qualquer resultado danoso. 
Comentários: 
A - Errada. Art. 4º da Lei 9.605/98. Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua 
personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente. 
B - Errado. Para as Pessoas Jurídicas a pena de proibição de contratar com o Poder Público ou receber 
subsídios, subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de 10 anos (Art. 22, III e §3º da Lei 9.605/98). 
C - Errado. NÃO é crime o abate de animal, quando realizado: 
I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família; 
II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais, desde que 
legal e expressamente autorizado pela autoridade competente; 
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente. 
D - Correto. Pessoal, no direito ambiental devem ser aplicados os princípios da prevenção e da precaução. 
Deve-se buscar evitar que o dano ocorra, uma vez que a recuperação pode ser inviável, muito custosa ou 
até mesmo irreparável. Assim, os crimes de perigo abstrato não aguardam o efetivo dano ou lesão ocorrer 
para que se possa punir o infrator. Sendo o perigo a mera probabilidade do dano. Dessa forma, o infrator 
pode ser punido simplesmente por colocar em perigo o meio ambiente ou o recurso ambiental, por exemplo. 
Gabarito D. 
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2 - (FGV - V Exame de Ordem- OAB) João adquiriu em maio de 2000 um imóvel em área rural, banhado 
pelo Rio Formoso. Em 2010, foi citado para responder a uma ação civil pública proposta pelo Município de 
Belas Veredas, que o responsabiliza civilmente por ter cometido corte raso na mata ciliar da propriedade. 
João alega que o desmatamento foi cometido pelo antigo proprietário da fazenda, que já praticava o 
plantio de milho no local. Em razão do exposto, é correto afirmar que 
(A) a responsabilidade por dano ambiental é objetiva, mas, como não há nexo de causalidade entre a ação 
do novo proprietário e o corte raso na área, verifica-se a excludente de responsabilidade, e João não será 
obrigado a reparar o dano. 
(B) a responsabilidade civil por dano ambiental difuso prescreve em cinco anos por força da Lei 9.873/99. 
Logo, João não será obrigado a reparar o dano. 
(C) João será obrigado a recuperar a área, mas, como não poderá mais utilizá-la para o plantio do milho, terá 
direito a indenização, a ser paga pelo Poder Público, por força do princípio do protetor-recebedor. 
(D) a manutenção de área de mata ciliar é obrigação propter rem; sendo obrigação de conservação, é 
automaticamente transferida do alienante ao adquirente. Logo, João terá que reparar a área. 
Comentários: 
LETRA A - ERRADO. A responsabilidade por dano ambiental é objetiva! Conforme dispõe a Lei 6.938/81, 
em seu art. 14, § 1º, o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar 
os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. 
De acordo com o STJ, “descabe falar em culpa ou nexo causal, como fatores determinantes do dever de 
recuperar a vegetação nativa e averbar a Reserva Legal por parte do proprietário ou possuidor, antigo ou 
novo, mesmo se o imóvel já estava desmatado quando de sua aquisição. Sendo a hipótese de obrigação 
propter rem, desarrazoado perquirir quem causou o dano ambiental in casu, se o atual proprietário ou os 
anteriores, ou a culpabilidade de quem o fez ou deixou de fazer”. 
LETRA B – ERRADO. A ação de reparação do dano não prescreve. 
A obrigação de reparação dos danos ambientais é propter rem, sendo assim o proprietário rural, ainda que 
não seja ele o responsável por eventuais desmatamentos anteriores, deverá recuperar a área, uma vez que 
a responsabilidade acompanha a coisa. 
A obrigação propter rem é uma relação entre o atual proprietário do bem e a obrigação decorrente da 
existência da coisa. A obrigação é imposta ao titular adquirente da coisa, que assume todas as obrigações e 
ônus de recuperar a área degradada, ou seja, assume o passivo ambiental. 
Em outras palavras, a obrigação propter rem recai sobre uma pessoa em razão da sua qualidade de 
proprietário ou de titular de um direito real sobre um bem, sem prejuízo da solidariedade entre os vários 
causadores do dano. Desse modo, compete ao novo proprietário ou possuidor assumir os ônus de manter a 
preservação, tornando-se responsável pela recuperação/reparação, mesmo que não tenha contribuído para 
o dano ambiental causado. Com efeito, o STJ decidiu que o “novo proprietário assume o ônus de manter a 
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preservação, tornando-se responsável pela reposição, mesmo que não tenha contribuído para o 
desmatamento”. Assim, a obrigação de reparar o dano ambiental pode “ser imediatamente exigível do 
proprietário atual, independentemente de qualquer indagação a respeito de boa-fé do adquirente ou de 
outro nexo causal que não o que se estabelece pela titularidade do domínio”. 
LETRA C – ERRADO. João será obrigado a recuperar a área e por óbvio não terá direito a indenização, pois 
ele nem poderia ter usado a área que é considerada de preservação permanente. 
LETRAD – CERTO. Os entendimentos doutrinários, bem como a jurisprudência consolidada a respeito, foram 
objeto de expressa incorporação no novo Código Florestal (Lei nº 12.651/2012), nos termos de seu art. 2º, 
§ 2º, que assim dispõe “As obrigações previstas nesta Lei têm natureza real e são transmitidas ao sucessor, 
de qualquer natureza, no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural”. Trata-se portanto de 
obrigação propter rem. 
Gabarito: Letra D. 
3 - (FGV - Exame de Ordem - OAB) Luísa, residente e domiciliada na cidade de Recife, após visitar a 
Austrália, traz consigo para a sua casa um filhote de coala, animal típico daquele país e inexistente no 
Brasil. 
Tendo em vista tal situação, assinale a afirmativa correta. 
A) Ao trazer o animal, Luísa não cometeu qualquer ilícito ambiental já que a propriedade de animais 
domésticos é livre no Brasil. 
B) Ao trazer o animal, Luísa, em princípio, não cometeu qualquer ilícito ambiental, pois o crime contra o 
meio ambiente só se configuraria caso Luísa abandonasse ou praticasse ações de crueldade contra o animal 
por ela adotado. 
C) Ao trazer o animal, Luísa cometeu crime ambiental, pois o introduziu no Brasil sem prévio licenciamento 
ambiental, sendo a Justiça estadual de Pernambuco competente para julgar a eventual ação. 
D) Ao trazer o animal, Luísa cometeu crime ambiental, pois o introduziu no Brasil sem licença e sem parecer 
técnico oficial favorável, sendo a Justiça Federal competente para julgar a eventual ação. 
Comentários: 
De acordo com o art. 31 da Lei 9.605/98, introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial 
favorável e licença expedida por autoridade competente é crime contra a fauna, com pena de detenção de 
três meses a um ano, e multa. Logo, eliminamos letras “A” e “B”. 
Além disso, conforme vimos nesta aula, segundo entendimento do STJ, compete à Justiça Federal julgar o 
crime de introdução ilegal de espécie exótica no país. Logo, eliminamos também agora a letra “E” e ficamos 
com a letra “D”. 
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Apenas para complementar, compete à Justiça Federal processar e julgar delito envolvendo espécies 
ameaçadas de extinção, em termos oficiais; conduta envolvendo ato de contrabando de animais silvestres, 
peles e couros de anfíbios ou répteis para o exterior; introdução ilegal de espécie exótica no País; pesca 
predatória no mar territorial; crime contra a fauna perpetrado em parques nacionais, reservas ecológicas ou 
áreas sujeitas ao domínio iminente da Nação; além da conduta que ultrapassa os limites de um único Estado 
ou as fronteiras do País e liberação ilegal de organismos geneticamente modificado. 
Gabarito D. 
4- (CESPE – EXAME DE ORDEM - OAB) Relativamente à tutela penal do meio ambiente, assinale a opção 
correta. 
(a) não constitui crime o abate de animal quando realizado, entre outras hipóteses, em estado de 
necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família. 
(b) constitui crime matar, perseguir, caçar, apanhar ou utilizar espécimes da fauna silvestre sem a devida 
permissão, licença ou autorização da autoridade competente. Tal proibição não alcança, entretanto, os 
espécimes em rota migratória que não sejam nativos. 
(c) comprovada a responsabilidade de pessoa jurídica na prática de crime ambiental, ficará automaticamente 
excluída a responsabilidade das pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato. 
(d) os animais ilegalmente caçados que forem apreendidos deverão ser libertados em seu habitat, não 
podendo ser entregues a jardins zoológicos ou a entidades similares. 
Comentários: 
A – Certo. Art. 37, da Lei de Crimes Ambientais. 
Não é crime o abate de animal, quando realizado: 
I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família; 
II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais, desde que 
legal e expressamente autorizado pela autoridade competente; 
III – (VETADO) 
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente. 
B – Errado. De acordo com o art. 29, da Lei 9.605/98, é crime matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar 
espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização 
da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida: 
C – Errado. Consoante dispõe o art. 3º, § único, da Lei 9.605/98, a responsabilidade das pessoas jurídicas 
não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato. 
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D – Errado. O art. 25, § 1º, da Lei 9.605/98, dispõe que os animais serão prioritariamente libertados em seu 
habitat ou, sendo tal medida inviável ou não recomendável por questões sanitárias, entregues a jardins 
zoológicos, fundações ou entidades assemelhadas, para guarda e cuidados sob a responsabilidade de 
técnicos habilitados. 
Gabarito: Letra A. 
5 - (FGV- EXAME DE ORDEM - OAB) Diante das disposições estabelecidas pela lei n. 9.605/98 sobre as 
sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, assinale a 
alternativa correta. 
(a) a desconsideração da pessoa jurídica somente será admitida se a pena restritiva de direitos se revelar 
inócua para os fins a que se destina. 
(b) a pena restritiva de direitos da pessoa jurídica, no que tange a proibição de contratar com o poder 
público, terá duração equivalente ao tempo de permanência dos efeitos negativos da conduta delituosa 
sobre o meio ambiente. 
(c) constitui inovação da lei de crimes ambientais a excludente de antijuridicidade relativamente ao comércio 
não autorizado de animais da fauna silvestre voltado exclusivamente à subsistência da entidade familiar. 
(d) os tipos penais ambientais, em regra, descrevem crimes de perigo abstrato, que se consumam com a 
própria criação do risco, efetivo ou presumido, independentemente de qualquer resultado danoso. 
Comentários: 
A - Errada. Art. 4º da Lei 9.605/98. Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua 
personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente. 
B - Errado. Para as Pessoas Jurídicas a pena de proibição de contratar com o Poder Público ou receber 
subsídios, subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de 10 anos (Art. 22, III e §3º, da Lei 9.605/98). 
C - Errado. 
NÃO é crime o abate de animal, quando realizado: 
I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família; 
II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais, desde que 
legal e expressamente autorizado pela autoridade competente; 
III – (VETADO) 
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente. 
D - Correto. Pessoal, no direito ambiental devem ser aplicados os princípios da prevenção e da precaução. 
Deve-se buscar evitar que o dano ocorra, uma vez que a recuperação pode ser inviável, muito custosa ou 
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até mesmo irreparável. Assim, os crimes de perigo abstrato não aguardam o efetivo dano ou lesão ocorrer 
para que se possa punir o infrator. Sendo o perigo a mera probabilidade do dano. Dessa forma, o infrator 
pode ser punido simplesmente por colocar em perigo o meio ambiente ou o recurso ambiental, por exemplo. 
Gabarito: Letra D. 
6– (FGV – V EXAME DE ORDEM – OAB) A lei 9.605/98, regulamentada pelo decreto 6.514/2008, quedispõe 
sobre sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, 
trouxe novidades nas normas ambientais. 
Entre elas está a 
(a) desconsideração da pessoa jurídica, que foi estabelecida para responsabilizar a pessoa física sempre que 
sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente. 
(b) possibilidade de assinatura de termos de ajustamento de conduta, que somente é possível pelo 
cometimento de ilícito ambiental. 
(c) responsabilidade penal objetiva pelo cometimento de crimes ambientais. 
(d) substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direito quando tratar-se de crime doloso. 
Comentários: 
A – Certo. Embora a alternativa tenha uma redação confusa, é a opção correta. Conforme o art. 4º, da Lei 
9.605/98, poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao 
ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente. 
B – Errado. Não foi uma novidade. O termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta ou Termo de 
Ajustamento de Conduta (TAC), é um título executivo extrajudicial por meio do qual pessoa, física ou jurídica, 
assume o compromisso de ajustar sua conduta à lei, sob pena de sanções. Encontra sua base legal no art. 
5º, § 6º da Lei nº. 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública – LACP). Lembrando que a Lei de Crimes Ambientais é 
de 1998 e o Decreto que regulamenta as infrações administrativas é de 2008. 
C – Errado. A responsabilidade penal é subjetiva, ou seja, depende da comprovação de dolo ou culpa. Não 
confundam a responsabilidade penal com a civil. ATENÇÃO! A responsabilidade civil é objetiva, mas a penal 
é subjetiva. 
D – Errado. Não foi uma inovação, pois já havia previsão no Código Penal. 
Gabarito: Letra A. 
7 - (FGV- EXAME DE ORDEM - OAB) Luísa, residente e domiciliada na cidade de recife, após visitar a 
Austrália, traz consigo para a sua casa um filhote de coala, animal típico daquele país e inexistente no 
brasil. Tendo em vista tal situação, assinale a afirmativa correta. 
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A) ao trazer o animal, Luísa não cometeu qualquer ilícito ambiental já que a propriedade de animais 
domésticos é livre no brasil. 
B) ao trazer o animal, Luísa, em princípio, não cometeu qualquer ilícito ambiental, pois o crime contra o meio 
ambiente só se configuraria caso Luísa abandonasse ou praticasse ações de crueldade contra o animal por 
ela adotado. 
C) ao trazer o animal, Luísa cometeu crime ambiental, pois o introduziu no brasil sem prévio licenciamento 
ambiental, sendo a justiça estadual de Pernambuco competente para julgar a eventual ação. 
D) ao trazer o animal, Luísa cometeu crime ambiental, pois o introduziu no brasil sem licença e sem parecer 
técnico oficial favorável, sendo a justiça federal competente para julgar a eventual ação. 
Comentários: 
De acordo com o art. 31, da Lei 9.605/98, introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial 
favorável e licença expedida por autoridade competente é crime contra a fauna, com pena de detenção de 
três meses a um ano, e multa. 
Além disso, conforme vimos nesta aula, segundo entendimento do STJ, compete à Justiça Federal julgar o 
crime de introdução ilegal de espécie exótica no país. 
Apenas para complementar, compete à Justiça Federal processar e julgar delito envolvendo espécies 
ameaçadas de extinção, em termos oficiais; conduta envolvendo ato de contrabando de animais silvestres, 
peles e couros de anfíbios ou répteis para o exterior; introdução ilegal de espécie exótica no País; pesca 
predatória no mar territorial; crime contra a fauna perpetrado em parques nacionais, reservas ecológicas ou 
áreas sujeitas ao domínio iminente da Nação; além da conduta que ultrapassa os limites de um único Estado 
ou as fronteiras do País e liberação ilegal de organismos geneticamente modificado. 
Gabarito: Letra D. 
8 - (FGV – XIX EXAME DE ORDEM - OAB) Pedro, em visita a determinado Município do interior do Estado 
do Rio de Janeiro, decide pichar e deteriorar a fachada de uma Igreja local tombada, por seu valor histórico 
e cultural, pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico-Cultural – INEPAC, autarquia estadual. 
Considerando o caso em tela, assinale a afirmativa correta. 
A) Pedro será responsabilizado apenas administrativamente, com pena de multa, uma vez que os bens 
integrantes do patrimônio cultural brasileiro não se sujeitam, para fins de tutela, ao regime de 
responsabilidade civil ambiental, que trata somente do meio ambiente natural. 
B) Pedro será responsabilizado administrativa e penalmente, não podendo ser responsabilizado civilmente, 
pois o dano, além de não poder ser considerado de natureza ambiental, não pode ser objeto de simultânea 
recuperação e indenização. 
C) Pedro, por ter causado danos ao meio ambiente cultural, poderá ser responsabilizado administrativa, 
penal e civilmente, sendo admissível o manejo de ação civil pública pelo Ministério Público, demandando a 
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condenação em dinheiro e o cumprimento de obrigação de fazer. 
D) Pedro, além de responder administrativa e penalmente, será solidariamente responsável com o INEPAC 
pela recuperação e indenização do dano, sendo certo que ambos responderão de forma subjetiva, havendo 
necessidade de inequívoca demonstração de dolo ou culpa por parte de Pedro e dos servidores públicos 
responsáveis. 
Comentários: 
Pessoal, conforme estudamos, o meio ambiente é dividido didaticamente em natural, artificial, cultural e do 
trabalho. 
O conhecimento do artigo 225 da CF/88 era suficiente para acertar a questão, pois no §3º temos que as 
condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou 
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos 
causados. 
A conduta de Pedro configura-se crime ambiental e infração administrativa contra o Ordenamento Urbano 
e o Patrimônio Cultural. 
Conforme dispõe o artigo 65, da Lei 9.605/98, é crime pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou 
monumento urbano. Além disso, Pedro pode ser responsabilizado na esfera civil (reparação dos danos 
causados), e administrativa (pois a sua conduta também é enquadrada como infração administrativa, 
consoante dispõe o art.75, do Decreto Federal 6514/08). 
Importante enfatizar que a responsabilidade civil por dano ambiental é OBJETIVA, ou seja, independente 
da comprovação de culpa. 
Assim, o causador de dano ambiental poderá ser responsabilizado em três esferas (tríplice 
responsabilização). Temos, portanto, na ocorrência de uma conduta lesiva ao meio ambiente uma 
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA, CIVIL e PENAL. 
Gabarito: Letra C. 
9 - (FGV – XXII Exame de Ordem – OAB) Tendo em vista a infestação de percevejo-castanho-da-raiz, praga 
que causa imensos danos à sua lavoura de soja, Nelson, produtor rural, desenvolveu e produziu de forma 
artesanal, em sua fazenda, agrotóxico que combate a aludida praga. Mesmo sem registro formal, Nelson 
continuou a usar o produto por meses, o que ocasionou grave intoxicação em Beto, lavrador da fazenda, 
que trabalhava sem qualquer equipamento de proteção. Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta. 
A - Não há qualquer responsabilidade de Nelson, que não produziu o agrotóxico de forma comercial, mas 
para uso próprio. 
B - Nelson somente responde civilmente pelos danos causados, pelo não fornecimento de equipamentos de 
proteção a Beto. 
Rosenval Júnior
Aula 03
Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXII Exame - Com Videoaulas
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