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Correção Roteiro_Introdução à Contabilidade

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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 
 
Olá, aluno! 
 
Esta disciplina tem o propósito de apresentar os sistemas contábeis por meio dos 
demonstrativos padronizados, interpretando seus resultados e utilizando a contabilidade como fonte 
de informações para a tomada de decisões gerenciais nas organizações. 
Assim, vamos estudar os seguintes conteúdos: 
Unidade I – Aspectos iniciais da contabilidade e o patrimônio: Evolução da contabilidade. 
Processo de normatização contábil no Brasil. Campo de aplicação. Objeto, funções e finalidade da 
contabilidade. Usuário da contabilidade. Contabilidade como instrumento de gestão comercial. 
Patrimônio; representação gráfica do patrimônio. Função econômica da contabilidade. 
Unidade II – Das contas: Conceito, teoria, função, estrutura, débito, crédito e saldos. Classificação 
das contas: contas patrimoniais e de resultado. Plano de contas. 
Unidade III– Escrituração e lançamentos contábeis: Livro diário, livro razão e razonetes. 
Lançamentos contábeis. Apuração do resultado do exercício. Balancete de verificação. 
Unidade IV - Principais demonstrações FIN: Introdução ao balanço patrimonial e à demonstração 
do resultado do exercício. 
Não se esqueça de observar a bibliografia recomendada no plano de ensino da disciplina. 
Procure estar sempre atualizado acerca da disciplina, pois a contabilidade ainda está em processo de 
convergência internacional e em constante transformação. Outra dica não menos importante é a leitura 
da legislação indicada. Isso é fundamental! 
Enfatizamos que esse roteiro se trata de um RESUMO das referências básicas indicadas no 
projeto pedagógico do curso, bem como de legislações específicas da contabilidade e de bibliografias 
complementares. Ressaltamos, ainda, que o intuito não é esgotar o assunto, mas trazer um 
conhecimento introdutório da disciplina. 
A disciplina está organizada em quatro unidades temáticas e contém duas atividades de 
percurso, além de avaliação regular e exame final. Ela foi construída de forma que você estude e 
realize as atividades no seu tempo, respeitando, é claro, sua autonomia de estudos para a conclusão 
das atividades e o aprendizado, de acordo com o calendário acadêmico. 
Desejo a você um ótimo estudo! 
 
 
 
UNIDADE I: ASPECTOS INICIAIS DA CONTABILIDADE E O 
PATRIMÔNIO 
 
Prezado(a) estudante, 
 
Nesta unidade temática, estudaremos: aspectos iniciais da contabilidade; evolução da contabilidade; 
processo de normatização contábil no Brasil; campo de aplicação; objeto, funções e finalidade da 
contabilidade; usuário da contabilidade; contabilidade como instrumento de gestão comercial; 
patrimônio: bens, direitos, obrigações; representação gráfica do patrimônio; função econômica da 
contabilidade. 
O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga: 
✓ Conhecer a história e os fundamentos da ciência contábil; 
✓ Identificar os principais métodos utilizados pela contabilidade para gerar informações; 
✓ Entender o que é patrimônio e sua representação gráfica na contabilidade; 
✓ Reconhecer como a composição do patrimônio afeta suas situações líquidas. 
 
Vamos iniciar nossa jornada do conhecimento seguindo os tópicos abaixo. 
 
1.1 Contabilidade como instrumento de gestão comercial 
 
Estamos frequentemente tomando decisões, como a que hora iremos nos levantar, em que 
escola matricularemos os nossos filhos, qual será o próximo destino da viagem de férias, que modelo 
de carro comprar, por qual rota de trânsito chegaremos ao trabalho neste dia, em que supermercado 
faremos as compras do mês, dentre tantas outras. 
Algumas vezes, trata-se de decisões importantíssimas, como o casamento, a carreira que 
escolhemos, a aquisição da casa própria ou a aplicação em poupança ou em fundos de renda fixa ou 
variável. Evidentemente que estas decisões mais importantes requerem maior cuidado e uma análise 
mais profunda sobre as informações disponíveis, sobre os critérios racionais, os impactos ocasionados 
pelas variáveis do mundo externo e até mesmo o aspecto emocional íntimo, pois uma decisão 
importante, mal tomada, pode prejudicar toda uma vida. Planejarmos antecipadamente nossas 
decisões nos ajuda a diminuir os riscos de cometermos erros, talvez irreparáveis. 
Assim como na vida pessoal, se pensarmos em relação às decisões tomadas no ambiente 
 
 
 
organizacional e nos relacionamentos internos e externos, a situação não é diferente. Frequentemente, 
os gestores comerciais devem tomar decisões, de menor ou maior impacto, todas elas importantes e 
vitais para o sucesso do negócio. Por isso, são necessários dados, informações corretas e subsídios 
que contribuam para uma boa tomada de decisão. 
Decisões como comprar ou alugar uma máquina; definir preço de venda do produto; no que 
investir e de que forma; fazer empréstimos e financiamentos, de longo ou curto prazo; quais itens do 
estoque comprar ou produzir mais, e quais eliminar; reduzir custos de produzir ou terceirizar a 
produção, entre outras tantas, impactam a vida da empresa em sua missão de se perpetuar 
(IUDÍCIBUS; MARION, 2018). 
A contabilidade é o principal instrumento que subsidia os gestores a tomar decisões. Na 
verdade, por meio da contabilidade, registram-se os fatos econômicos ocorridos (passado) – por 
exemplo, a compra de mercadorias, matéria- prima, máquinas e equipamentos; o pagamento de 
fornecedores, empregados e impostos; a venda de mercadorias, produtos e serviços –, mensurando-
os monetariamente, com a finalidade de transformá-los em informações demonstradas em relatórios 
financeiros utilizados para projetar situações e cenários futuros com dados preditivos, que norteiam 
os gestores para melhor decisão (IUDÍCIBUS; MARION, 2018). 
A contabilidade é uma ciência que se baseia em princípios aplicados a todos os tipos de 
negócios, de forma padronizada, de modo que as informações de ganhos financeiros, prejuízos e grau 
de endividamento sejam facilmente lidas e interpretadas em todo o mundo (IUDÍCIBUS; MARION, 
2018). 
Neste contexto, agora que já sabe a importância da contabilidade na tomada de decisões, 
gostaria que você se questionasse: o que é contabilidade? Qual é a aplicação da contabilidade? Quem 
são seus usuários? Com base nestas questões, convido você a navegar pelo conhecimento dos 
aspectos iniciais da contabilidade. 
 
1.2 Resumo sobre a evolução histórica da contabilidade 
 
O surgimento da contabilidade certamente é antigo, tanto quanto a origem da civilização, por 
exemplo, e está relacionado à necessidade de controlar o patrimônio. Relatos históricos demonstram 
que a contabilidade empírica já existia entre povos antigos, com o objetivo de registrar as posses e 
riquezas oriundas da criação de animais e do cultivo agrícola. Com o natural crescimento do 
patrimônio, surgiu a necessidade de se manter um controle sobre as movimentações e a evolução das 
 
 
 
riquezas, ação permitida pela ciência contábil até os dias de hoje. 
 
Convido você, primeiramente, a assistir ao vídeo sobre a evolução histórica da 
contabilidade. Depois, daremos seguimento ao assunto. 
 
<https://www.youtube.com/watch?v=qw5wbbPwXTg> 
 
Não é descabido afirmar que, de acordo com a noção intuitiva, a contabilidade talvez seja 
bastante antiga. Segundo alguns historiadores, os primeiros sinais objetivos da existência de contas 
remontam a aproximadamente 2.000 anos antes de Cristo. Mas ainda podemos pensar que, antes 
disso, ao inventariar o número de instrumentos de caça e pesca disponíveis, ao contar seus rebanhos 
ou ao enumerar suas ânforas de bebidas, o homem primitivo já estava praticando uma forma 
rudimentar de contabilidade. 
Portanto, é possível localizar os primeiros exemplos completos de contabilização, 
seguramente, no terceiro milênio antes de Cristo nas civilizações da Suméria e da Babilônia – na 
Mesopotâmia (hoje Iraque) –, no Egito e na China. Mas é provável, como mencionado previamente, 
que algumas formas mais rudimentaresde contagem de bens tenham sido realizadas bem antes disso, 
talvez por volta do quarto milênio antes de Cristo (IUDÍCIBUS, 2015). 
Podemos resumir a evolução da ciência contábil da seguinte forma: 
✓ Contabilidade do mundo antigo - período que se inicia com as primeiras civilizações e vai até 
o ano 1202 da era cristã, quando apareceu o Liber Abaci, de autoria de Leonardo Fibonaci, o Pisano. 
✓ Contabilidade do mundo medieval - período que vai de 1202 da era cristã até 1494, quando 
apareceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas) de Frei Luca 
Paciolo, publicado em 1494, enfatizando que a teoria contábil do débito e do crédito corresponde à 
teoria dos números positivos e negativos, obra que contribuiu para inserir a contabilidade entre os 
ramos do conhecimento humano. 
✓ Contabilidade do mundo moderno - período que vai de 1494 até 1840, com o aparecimento 
da obra La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche, de autoria de Francesco 
Villa, premiada pelo governo da Áustria; é uma obra marcante na história da contabilidade. 
✓ Contabilidade do mundo científico - período que se inicia em 1840 e continua até os dias de 
hoje. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=qw5wbbPwXTg
 
 
 
 
 Esse resumo está disponível no Portal de Contabilidade: 
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm 
 
 
Faça também a leitura das páginas 16 a 33 do livro de Iudícibus (2015), disponível na 
biblioteca virtual no SUAP. 
 
 
 
1.3 Definição, normas e campo de aplicação 
 
A contabilidade, de acordo com Marion (2018), é o instrumento que fornece o máximo de 
informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. Ela é muito antiga e sempre 
existiu para auxiliar as pessoas a tomarem decisões. 
 
1.3.1 Definição de contabilidade 
A contabilidade é uma ciência social que estuda o patrimônio de uma entidade econômico-
administrativa, pessoa física ou jurídica, com o objetivo de obter registros classificados e sintetizados 
dos fenômenos que afetam a sua situação patrimonial e financeira (MONTOTO, 2018). Todavia, 
devemos saber o seguinte conceito, considerado como o oficial, extraído do 1º Congresso Brasileiro 
de Contabilidade, realizado em 1924: “Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de 
orientação, de controle e de registro dos atos e fatos de uma administração econômica”. 
A ciência contábil possibilita a análise, o controle e o registro do patrimônio das aziendas, 
com o intuito de apurar o resultado e gerar informações favoráveis à tomada de decisões. As 
informações geradas pela aplicação das técnicas contábeis visam demonstrar a situação econômico-
financeira das entidades. 
 Atenção! A contabilidade é uma ciência social. 
Vale trazer aqui os conceitos de atos e fatos contábeis. Atos contábeis ou administrativos são 
aqueles que ocorrem na empresa e que não provocam alterações no patrimônio e, por isso, não 
precisam ser contabilizados (exemplo: assinatura de contrato). Por conseguinte, os fatos contábeis 
são aqueles que provocam modificações no patrimônio, e podem ou não alterar o patrimônio líquido 
(situação líquida patrimonial), interferindo no aspecto qualitativo e/ou quantitativo (exemplo: como 
compra, venda ou pagamento) (MONTOTO, 2018). 
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm
 
 
 
 
1.3.2 Normas da contabilidade 
Você deve saber que a contabilidade também possui uma base legal para estudo. Esse alicerce, 
hoje, se encontra na Lei 6.404/1976 (também chamada de Lei das Sociedades por Ações). É 
extremamente importante que você saiba os artigos 175 a 204 desta legislação. 
Aqui no Brasil, devido às convergências internacionais da contabilidade, as Leis 11.638/2007 
e 11.941/2009 trouxeram avanços gigantes para esse processo, alterando a Lei 6.404/1976 e 
permitindo a adoção de diversas normas internacionais pelas empresas brasileiras. 
✓ Lei 6.404/1976 – Lei das Sociedades por Ações, artigos 175 a 204; 
✓ Lei 11.638/2007 e 11.941/2009 – as principais alterações promovidas por essas leis na Lei 
6.404/1976; 
✓ Pronunciamentos contábeis – hoje, temos vigentes os pronunciamentos contábeis 00 até o 
CPC 49; 
✓ Lei 12.873/2014 – trata dos efeitos tributários da convergência às normas internacionais. 
Alguns aspectos pontuais serão tratados no curso. 
✓ Código Civil – também apresenta aspectos importantes sobre adoção obrigatória de 
sistemas de contabilidade pelas empresas brasileiras. 
O professor Luciano Rosa esquematizou a Lei 6.404/1976 e a disponibilizou em sua 
plataforma. Acesse o link para baixá-la e fazer uma leitura detalhada da lei. 
 
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/lei-6404-esquematizada-e-atualizada- para-concursos/ 
 
 
 
1.3.3 Campo de aplicação da contabilidade 
 
O campo de aplicação da contabilidade, segundo a doutrina, são as aziendas. Azienda é o 
conjunto de bens, direitos e obrigações que constituem o patrimônio e que estejam sob a supervisão 
do homem. Todas as entidades, mesmo que não visem ao lucro, são consideradas aziendas, afinal, 
utilizam a ciência contábil para controlar a evolução de seu patrimônio (BACINELLO, 2014). 
São exemplos de aziendas: empresas, governo, pessoas físicas, entidades de assistência social, 
enfim, qualquer entidade que tenha a necessidade de controlar um patrimônio, mesmo que não seja 
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/lei-6404-esquematizada-e-atualizada-para-concursos/
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/lei-6404-esquematizada-e-atualizada-para-concursos/
 
 
 
obrigada legalmente à escrituração, como no caso de pessoas físicas. 
 
Azienda é uma entidade com ou sem fim lucrativo, com objetivo social ou econômico, 
de ordem econômico-administrativa, isto é, que possui patrimônio a controlar. 
 
Por outra lado, a estrutura conceitual (CPC 00 R2) nos traz outro termo, atualizado, para 
azienda: é o de entidade que reporta. 
A entidade que reporta é a entidade que é obrigada a, ou decide, elaborar demonstrações 
contábeis. A entidade que reporta pode ser uma única entidade ou parte da entidade ou pode 
compreender mais de uma entidade. Uma entidade que reporta não é necessariamente uma entidade 
legal. 
 
https:/ /www.youtube.com/watch?v=tgKwW00QcVY 
 
 
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf 
 
 
 
 
1.4 Objeto, funções, finalidade e usuários da contabilidade 
 
Toda ciência tem um objeto; o da contabilidade, que é uma ciência social, é o patrimônio da 
entidade. A contabilidade possui duas funções práticas básicas: administrativa e econômica. O 
objetivo final da contabilidade é o fornecimento de informações de natureza econômica, financeira e 
patrimonial para o controle das operações e para o planejamento. 
 
1.4.1 Objeto da contabilidade 
O objeto delimita o campo de abrangência de uma ciência. Na contabilidade, o objeto é o 
PATRIMÔNIO de uma entidade, definido como um conjunto de bens e direitos e de obrigações com 
terceiros, pertencente a uma pessoa física, a um conjunto de pessoas ou a uma sociedade ou instituição 
de qualquer natureza, independentemente da sua finalidade, que pode ou não incluir o lucro. 
 
O objeto da contabilidade é o PATRIMÔNIO e ela estuda seus aspectos 
QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS. 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=tgKwW00QcVY
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf
 
 
 
1.4.2 Funções da contabilidade 
 
Segundo a doutrina, a contabilidade possui duas funções: a função administrativa e a função 
econômica. Vejamos objetivamente cada uma delas. 
A contabilidade tem por função administrativa o controle do patrimônio da entidade 
mediante registro dos fatos contábeis em livros apropriados. Os principais livros são o diário e o razão. 
A contabilidade tem por função econômica a apuração do resultado líquido (crédito), o qual 
pode ser positivo (lucro líquido)ou negativo (prejuízo líquido). 
No âmbito empresarial, a contabilidade, por meio de seus dois principais relatórios contábeis 
– o balanço patrimonial (BP) e o demonstrativo de resultado (DRE) –, resume o controle do 
patrimônio e a apuração do resultado. 
 
1.4.3 Finalidade da contabilidade 
Basicamente, a contabilidade possui a finalidade de controlar o patrimônio administrado e 
fornecer informações sobre a composição e as variações patrimoniais, bem como sobre o resultado 
das atividades econômicas desenvolvidas pela entidade para alcançar seus fins. Assim, a 
contabilidade, por meio do controle do patrimônio, fornece informações úteis para a tomada de 
decisão (POSSATI, 2020). 
 
O objetivo final da contabilidade é o de fornecer informações quantitativas e qualitativas aos seus usuários 
para tomada de decisões nos processos de controle e planejamento da entidade. 
 
Leia também o tópico de introdução do livro Contabilidade geral e avançada (MONTOTO, 2018), disponível 
em: https://docero.com.br/doc/5c5xn 
 
 
 
1.4.4 Usuário da informação contábil 
A doutrina costuma classificar os usuários da informação contábil em dois grandes grupos: 
internos e externos. 
Os usuários internos estão ligados aos objetivos e às atividades da entidade. Como a própria 
classificação indica, são internos à entidade. Basicamente, são os administradores e acionistas/sócios 
controladores. Eles influenciam na gestão administrativa da entidade (funções de planejamento e 
aspectos gerenciais, como políticas de preços, gestão de pessoal, dentre outros). 
Os usuários externos, por sua vez, não compõem como regra a estrutura da entidade. 
https://docero.com.br/doc/5c5xn
 
 
 
Estão interessados em diversas informações, de acordo com o seu objetivo. Basicamente, englobam 
os acionistas/sócios não controladores (investidores), bancos, fornecedores, governo, entre outros. 
Marion (2018) conceitua os usuários, conforme suas necessidades, da seguinte forma: 
 
✓ Investidores: é por meio dos relatórios contábeis que se identifica a situação econômico-
financeira da empresa; dessa forma, o investidor tem em mãos os elementos necessários para 
decidir sobre as melhores alternativas de investimentos. Os relatórios evidenciam a 
capacidade da empresa de gerar lucrose outras informações; 
✓ Fornecedores de bens e serviços a crédito: usam os relatórios para analisar a capacidade de 
pagamento da empresa compradora; 
✓ Clientes: os clientes têm interesse em informações sobre a continuidade operacional da 
entidade, especialmente quando têm um relacionamento de longo prazo com ela, ou dela 
dependem, como fornecedora importante; 
✓ Bancos: utilizam os relatórios para aprovar empréstimos, limites de crédito etc.; 
✓ Governo: não só usa os relatórios com a finalidade de arrecadar impostos, como também para 
dados estatísticos, no sentido de melhor redimensionar a economia (IBGE, por exemplo); 
✓ Sindicatos: utilizam os relatórios para determinar a produtividade do setor, fator preponderante 
para reajuste de salários; 
✓ Outros interessados: funcionário (quer saber se a empresa tem condições de pagar seu salário 
ou não), órgãos de classes, pessoas e diversos institutos, como a Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM), o Conselho Regional de Contabilidade (CRC), concorrentes etc. 
. 
Assista ao vídeo para melhor assimilação do conteúdo: 
https://www.youtube.com/watch?v=nJBGpFWjdUo 
 
Faça também a leitura do capítulo 1 do livro de Marion (2018), disponível na biblioteca virtual no 
SUAP. 
MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018103/cfi/6/30!/4/10/4@0:78.3 
 
 
1.5 O patrimônio e a representação gráfica do patrimônio 
 
O termo patrimônio significa, a princípio, o conjunto de bens pertencente a uma pessoa ou a 
uma empresa. Compõe-se também de valores a receber (ou dinheiro a receber). Por isso, em 
https://www.youtube.com/watch?v=nJBGpFWjdUo
 
 
 
contabilidade, esses valores a receber são denominados direitos a receber ou, simplesmente, direitos. 
Relacionando-se, todavia, apenas bens e direitos, não se pode identificar a verdadeira situação 
de uma pessoa ou empresa. É necessário evidenciar as obrigações (dívidas) referentes aos bens ou 
direitos. Por exemplo, se você disser que tem um apartamento como patrimônio e não fizer referência 
à dívida com o banco financiador (em caso de ter sido adquirido através desse sistema de crédito), sua 
informação será incompleta e pouco esclarecedora (MARION, 2018). 
Para compreender melhor, assista ao vídeo. 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=ltyDuc5zRxI 
 
1.5.1 Bens 
Entendem-se por bens as coisas úteis, capazes de satisfazer às necessidades das pessoas e das 
empresas. Se eles têm forma física, são palpáveis, denominam-se bens tangíveis: veículos, imóveis, 
estoques de mercadorias, dinheiro, móveis e utensílios (móveis de escritório), ferramentas, entre 
outros (MARION, 2018). 
Os bens incorpóreos, isto é, não palpáveis, não constituídos de matéria, denominam-se bens 
intangíveis. Normalmente, as marcas que constituem um bem significativo para as empresas (Nike, 
Coca-Cola) e as patentes de invenção são exemplos de bens intangíveis (MARION, 2018). Porém, há 
muitos outros exemplos. 
 
Vamos admitir que você tivesse de avaliar seu lar, sua casa. Seria fácil somar os eletrodomésticos, os 
utensílios, os móveis... Os bens tangíveis. Todavia, algo muito precioso, talvez o mais importante, você 
não pode avaliar monetariamente: o amor, a comunhão entre os membros de sua família. Estes são 
exemplos de bens intangíveis. 
 
1.5.2 Direitos 
 
 Em contabilidade, entende-se por direito ou direito a receber o poder de exigir alguma coisa. 
São valores a receber, títulos a receber, contas a receber, entre outros (MARION, 2018). Segundo 
Montoto (2018), os direitos são a parte da riqueza da entidade (empresa) que a ela pertence, mas que 
está em poder de terceiros; logo, não está disponível para utilização imediata. Como exemplos de outros 
direitos, podem ser citados: aluguéis a receber, promissórias a receber, ações a receber. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=ltyDuc5zRxI
 
 
 
1.5.3 Obrigações 
São dívidas com outras pessoas. Em contabilidade, tais dívidas são denominadas obrigações 
exigíveis, isto é, compromissos que serão reclamados, exigidos; pagamento na data do vencimento. 
Uma obrigação exigível bastante comum nas empresas é a compra de mercadorias a prazo 
(exatamente o contrário de duplicatas a receber): ao comprar a prazo, a empresa fica devendo para o 
fornecedor da mercadoria; por essa razão, tal dívida é conhecida como fornecedores, embora também 
possa ser denominada duplicatas a pagar (MARION, 2018). 
Outras obrigações exigíveis são: com os funcionários – salários a pagar –; com o governo – 
impostos a pagar –; com as financeiras – financiamentos –; com a Previdência Social e FGTS – 
encargos sociais a pagar –; com o locador do prédio – aluguéis a pagar –; diversas contas de luz, 
água, gás etc. – contas a pagar – etc. 
Representação gráfica do patrimônio 
 
 
 
 
 
 
Vamos entender um pouco mais sobre bens, direitos e obrigações? 
https://www.youtube.com/watch?v=KBuwXxbSQxE 
 
1.6 Elementos do patrimônio 
 
Os elementos que compõem o patrimônio são três: ativo, passivo e patrimônio líquido. Com 
base na junção destes três elementos, é possível realizar a mensuração do patrimônio de uma entidade 
econômico-administrativa. 
 
1.6.1 Ativo 
Trata-se da parte positiva do patrimônio. É composto pelos bens e direitos, representados 
monetariamente. O ativo (recursos) representa o resultado de ações adotadas pela entidade e utilizadas 
para obtenção de resultados futuros. As contas componentes do ativo encontram-se relacionadas do 
lado esquerdo do balanço patrimonial. 
https://www.youtube.com/watch?v=KBuwXxbSQxE
 
 
 
Segundo o CPC00 (R2), ativo é um recurso econômico presente controlado pela entidade 
como resultado de eventos passados. Destaca-se que o recurso econômico é um direito que tem o 
potencial de produzir benefícios econômicos. 
 
1.6.2 Passivo 
Trata-se da parte negativa do patrimônio. É composto pelas obrigações (dívidas com terceiros). 
O passivo é oriundo de eventos ocorridos. Espera-se que as saídas de recursos destinadas ao 
pagamento de tais obrigações gerem benefícios à entidade. 
Segundo o CPC 00 (R2), passivo é uma obrigação presente da entidade de transferir um 
recurso econômico como resultado de eventos passados. 
 
1.6.3 Patrimônio líquido 
O patrimônio líquido (PL) é a diferença entre o ativo e o passivo da entidade. É representado 
pelo resultado da equação: bens + direitos – obrigações. Também recebe o nome de situação líquida 
patrimonial. 
O PL é a representação dos resultados líquidos da entidade. Serve para medir as condições 
econômicas e financeiras das instituições. Encontra-se do lado passivo do balanço patrimonial 
visando manter o equilíbrio. Mesmo estando expresso no lado direito do balanço patrimonial, não é 
um passivo exigível, mas sim um passivo não exigível, uma vez que representa obrigações da entidade 
com os sócios (BACINELLO, 2014). 
Nesse sentido, o patrimônio líquido da entidade pode ser proveniente de investimentos dos 
sócios (em troca de ações, quotas ou participações de outra natureza) ou de lucros acumulados pela 
atividade da empresa e ainda não distribuídos. 
 
Para aprofundamento e exemplos sobre o Patrimônio, leia o capítulo 2 (p. 15) do livro de Marion 
(2018), disponível na biblioteca virtual no SUAP. MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 12. 
ed. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018103/ 
 
Assista ao vídeo para aprofundamento do assunto, baseado no livro Contabilidade Básica do professor 
Marion (2018), disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=5dYY5lW52V0 
 
 
Assista ao vídeo para entender os termos capital, origem e aplicação de 
recursos. https://www.youtube.com/watch?v=tvcLFD6HMSI 
https://www.youtube.com/watch?v=tvcLFD6HMSI
 
 
 
 
 
 
1.6.3.1 Equação patrimonial 
 
A equação patrimonial demonstra que o total do ativo é igual ao 
total do passivo. Como já sabemos, o patrimônio = bens + direitos 
(elementos positivos do patrimônio) + obrigações (elementos 
negativos do patrimônio). O patrimônio líquido é a diferença entre os elementos positivos do 
patrimônio e os elementos negativos do patrimônio. 
 
 
PL = elementos positivos do patrimônio – elementos negativos do patrimônio 
PL = bens + direitos – obrigações 
Assim, chegamos à equação patrimonial: PL=A- P ou A=PL+P , em que: 
A = ativo (bens + direitos) 
P = passivo exigível (obrigações)PL = patrimônio líquido 
Conclusões que podemos extrair da equação patrimonial: 
 
1ª) Passivo total = passivo exigível + passivo não exigível. 
2ª) Capital total à disposição da empresa = capital de terceiros + capital próprio. 
Como o total do ativo (capital aplicado) é igual ao total do passivo (capital total à disposição da 
empresa), temos: capital aplicado = capital total à disposição da empresa. 
3ª) Origem dos recursos = recursos de terceiros + recursos próprios. 
Como o total do ativo (aplicações dos recursos) é igual ao total do passivo (origem dos 
recursos), temos: aplicações dos recursos = origem dos recursos (POSSATI, 2020). 
 
1.6.3.2 Situações líquidas patrimoniais 
 
Os elementos componentes do patrimônio poderão assumir valores diferentes. O ativo poderá 
ser maior ou igual a zero; o passivo poderá ser maior ou igual a zero; e o patrimônio líquido poderá 
ser maior, menor ou igual a zero. Salienta-se que ativo e passivo não poderão ser negativos. Ao 
analisarmos os possíveis resultados da equação patrimonial, poderemos observar as seguintes 
situações patrimoniais: 
 
1º caso: situação líquida positiva; situação líquida ativa; situação líquida superavitária (SL > 
0). Ocorre quando o total da soma dos ativos (bens + direitos) excede as obrigações com terceiros. 
 
 
 
Neste caso, diz-se que a empresa possui riqueza própria. 
A > P à A – P > 0 à SL > 0 
 
2º caso: situação líquida nula; situação líquida compensada (SL = 0). Ocorre quando o total 
da soma das obrigações com terceiros é igual à soma dos ativos (bens + direitos). Neste caso, diz-se 
que a riqueza própria da empresa é inexistente. 
A = P à A – P = 0 à SL = 0 
 
 3º caso: situação líquida negativa; situação líquida passiva; situação líquida deficitária; passivo 
a descoberto (SL < 0). Ocorre quando as obrigações com terceiros são nulas. Neste caso, a soma 
dos ativos (bens + direitos) é igual ao patrimônio líquido da empresa. Quando o valor do passivo é 
maior que o do ativo, ocorre a situação de passivo a descoberto. 
A < P à A – P < 0 à SL < 0 
 
4º caso: situação líquida plena ou propriedade total de ativos. Ocorre quando as obrigações 
com terceiros são nulas. Neste caso, a soma dos ativos (bens + direitos) é igual ao patrimônio líquido 
da empresa. 
Conclusão: a seguinte relação é aplicável a todas as entidades: A ≥ 0, P ≥ 0 e SL > 0 ou SL < 
0 ou SL = 0 
 
 
a) O valor registrado no patrimônio líquido de uma companhia nunca pode ser superior ao valor 
total de seus ativos. 
b) Tanto o ativo como o passivo podem ser maiores ou iguais a zero. No entanto, jamais poderão 
ser negativos. 
c) O patrimônio líquido pode ser positivo, negativo ou nulo. (POSSATI, 2020). 
 
 
 
Dica de ouro! 
 
 
No quadro 1, são apresentados os sinônimos para os componentes patrimoniais, bem como 
as principais características de cada elemento do balanço patrimonial. 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 1. Sinônimos dos elementos patrimoniais 
 
ATIVO (AT) PASSIVO (PA) 
Sinônimos para o ativo 
Capital aplicado 
Capital investido 
Patrimônio bruto 
Investimentos 
 
Sinônimos para o passivo 
Passivo exigível 
Capital de terceiros 
Capital alheio 
Recursos de terceiros 
Características do ativo 
 Características do passivo 
- Bens + direitos; 
- Trata-se da parte positiva do patrimônio; 
- Representa o resultado de ações adotadas pela 
entidade e utilizadas para obtenção de resultados 
futuros; 
- Lado esquerdo do balanço patrimonial; 
- Aplicação de recursos (onde foi investido o 
dinheiro). 
 
- Obrigações; 
- Trata-se da parte negativa do patrimônio; 
- Representa as dívidas com terceiros 
(obrigações); 
- Lado direito do balanço patrimonial; 
- Origem ou fonte de recursos (onde conseguiu o 
dinheiro). 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL) 
Sinônimos para o patrimônio líquido 
Passivo não exigível 
Situação líquida 
Riqueza própria (líquida) 
Recursos próprios 
Capital próprio 
Representa obrigações da entidade com os sócios 
PL= A-P 
PL=B+D-O 
TOTAL DO ATIVO 
Capital aplicado = capital total à disposição da 
empresa 
TOTAL DO PASSIVO 
Passivo total = passivo exigível + passivo não 
exigível 
Fonte: elaborado pela autora. 
 
Finalizamos aqui mais uma unidade, espero que tenha compreendido o conteúdo abordado e 
que você leve esse conhecimento para sua vida contidiana, tanto na vida financeira quanto nas suas 
tomadas de decisões. 
 Referências 
BACINELLO, Edilson; BOM FIM, Jaqueline P. Contabilidade Geral. Cuiabá: UFMT, 2014. 
BRASIL. Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. 
Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm. Acesso em: 15 mar. 
2021. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm
 
 
 
COMITÊ de Pronunciamentos Contábeis. Estrutura conceitual. Disponível em: 
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/455_CPC00%20Pronunciamento.pdf. Acessoem: 15 
mar. 2021. 
 
CONSELHO Federal de Contabilidade. Legislações. Disponível em: 
https://cfc.org.br/legislacao/. Acesso em: 18 mar. 2021. 
 
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. 11.ed. São Paulo: Atlas, 2015. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522496242/.Acesso em: 14 mar. 
2021. 
 
 
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não contadores: 
para as áreas de administração, economia, direito e engenharia. 8. ed. SãoPaulo: Atlas, 2018. 
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597016932. Acesso em: 14 
mar. 2021. 
 
MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018103/.Acesso em: 14 mar. 2021. 
 
MONTOTO, Eugênio. Contabilidade geral e avançada esquematizado. 5. ed. SãoPaulo: 
Saraiva Educação, 2018. 
 
PORTAL de Contabilidade. História da contabilidade. Disponível em: 
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm. Acesso em: 14 mar.2021. 
 
POSSATI, Gilmar. Contabilidade geral. São Paulo: Estratégia Concursos, 2020. 
 
VICECONTI, Paulo; NEVES, Silvério das. Contabilidade básica. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 
2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547220921/. Acesso 
em: 18 mar.2021 
 
 
UNIDADE II: DAS CONTAS 
 
Prezado(a) estudante, 
Nesta unidade, estudaremos as contas contábeis: teoria, função, subcontas; débito, crédito e 
saldos; classificação das contas: contas patrimoniais e de resultado; função econômica da contabilidade: 
rédito, receita despesas e regimes contábeis. 
O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga: 
 
✓ Conceituar conta e plano de contas; 
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/455_CPC00%20Pronunciamento.pdf
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597016932
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm
 
 
 
✓ Distinguir contas patrimoniais de contas de resultado; 
✓ Reconhecer o significado dos termos débito e crédito em contabilidade. 
Bons estudos! 
 
 
2.1 Contas contábeis 
 
As contas contábeis são utilizadas para registrar elementos semelhantes do patrimônio, 
possibilitando o controle e o acompanhamento necessários ao fornecimento de informações para a 
tomada de decisão e para o controle do patrimônio. Sendo assim, a conta “caixa”, por exemplo, é uma 
conta do ativo que registra as variações ocorridas com o numerário que a empresa guarda fora do 
banco. 
Nessa esteira, contas são nomes que qualificam os elementos patrimoniais e quantificam-nos 
por meio de saldos devedores e credores. Diante disso, vamos estudar as características dessas contas 
 
2.1.1 Teoria das contas 
 
Ao longo dos anos, houve várias escolas que se especializaram nos estudos contábeis, 
notadamente na teoria das contas, entre as quais podemos destacar três: personalista, materialista e 
patrimonialista. 
Na teoria personalista, cada conta assume a configuração de uma pessoa no seu 
relacionamento com a empresa ou entidade. Assim, caixa, bancos, duplicatas a receber, fornecedores, 
capital, receitas e despesas representam pessoas com as quais a entidade mantém relacionamento de 
débito e crédito (VICECONTI; NEVES, 2017). 
Segundo esta teoria, as contas se classificam em: 
✓ Contas dos agentes consignatários – representam os bens da empresa; 
✓ Contas dos agentes correspondentes – representam os direitos e as obrigações da entidade 
perante terceiros; 
✓ Contas dos proprietários – são as contas do patrimônio líquido e suas variações, inclusive as 
receitas e despesas. 
Na teoria materialista, as contas representam relações materiais e se classificam em dois 
grandes grupos: 
 
 
 
✓ Contas integrais – representam bens, direitos e PE; 
✓ Contas diferenciais – representam as contas do patrimônio líquido (PL) e suas variações, 
inclusive receitas e despesas. 
O patrimônio é constituído pelas contas materiais ou integrais, ou seja, as representativas dos 
bens, dos direitos e das obrigações. As contas de PL representam a diferença entre os bens, os direitos 
e as obrigações, sendo, portanto, contas diferenciais. 
Na teoria patrimonialista, entende-se que o patrimônio é o objeto a ser administrado (essa é 
a teoria adotada no Brasil). Dessa forma, esta teoria separa as contas que representam a situação 
estática (patrimônio ou A = PE + PL) das contas que representam a dinâmica da situação (receitas e 
despesas): 
✓ Contas patrimoniais – representam a situação estática, ou seja, o patrimônio: bens, direitos, 
PE e PL; 
✓ Contas de resultado – representam a situação dinâmica, ou seja, as contas que alteram o 
patrimônio líquido: receitas e despesas. 
 
2.1.2 Função e estrutura das contas 
 
A função das contas é representar os itens patrimoniais e de resultado. Assim, as contas 
exercem um importante papel no processo contábil, pois controlam e movimentam todos os 
componentes patrimoniais. A utilização das contas permite à contabilidade atingir a sua principal 
finalidade: fornecer informações aos seus usuários acerca do patrimônio e de suas variações. 
As contas contábeis possuem uma estruturação, composta por elementos essenciais, 
necessários para a identificação e a mensuração dos fatos contábeis. A estrutura padrão da conta 
completa possui: nome (título) da conta; data da operação; histórico da operação; débito (valor); 
crédito (valor); saldo (valor). 
Essa estrutura é encontrada no livro razão. No entanto, para fins de controle da movimentação 
das contas, existe uma estrutura simplificada das contas contábeis, o que a doutrina chama de “conta 
em T” ou “razonete”. 
 
2.1.3 Contas e subcontas 
As contas contábeis podem ser subdivididas em subcontas de maneira a individualizar o 
registro, melhorando o controle contábil. Por exemplo: 
 
 
 
 
Quadro 2. Contas e subcontas 
Código Descrição Saldo 
1.1.2 Bancos 120.000,00 
1.1.2.1 Banco do Brasil 50.000,00 
1.1.2.2 Caixa Econômica Federal 70.000,00 
Fonte: Possati (2020). 
 
Perceba que a conta “bancos” foi subdividida nas contas “Banco do Brasil” e “Caixa 
Econômica Federal”, melhorando o controle contábil. Destaca-se que, quando da publicação das 
demonstrações, a entidade poderá publicar apenas o saldo consolidado, nesse caso, os R$ 120.000,00. 
A partir desse entendimento, podemos classificar as contas da seguinte forma: 
✓ Contas sintéticas: contas que consolidam os saldos de contas a ela vinculadas. Perceba que a 
conta “bancos”, no nosso exemplo, “sintetiza” (resume) o estado patrimonial dos elementos aos quais 
se refere; 
✓ Contas analíticas: são as contas utilizadas para controle e acompanhamento específicos. No 
nosso exemplo, as contas “Banco do Brasil” e “Caixa Econômica Federal” representam contas 
analíticas. 
 
Para revisar o que foi estudado até o momento sobre as contas, assista ao vídeo disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=Q-9yGUwxQAg 
 
 
2.2 Classificação das contas 
 
De acordo com os ensinamentos contábeis, as contas são classificadas em dois grupos: contas 
patrimoniais e contas de resultado. 
 
2.2.1 Contas patrimoniais 
As contas patrimoniais são aquelas que representam a situação estática, o patrimônio: bens, 
direitos, obrigações e o patrimônio líquido. Podem ser ativas quando representarem bens e direitos, 
ou passivas, quando representarem obrigações (BACINELLO, 2014). 
As contas patrimonias ativas terão sempre saldo devedor e serão dispostas no lado esquerdo 
do balanço patmonial e as contas patrimoniais passivas possuirão sempre saldo credor e estarão 
representadas no lado direito do balanço patrimonial. São exemplos de contas patrimoniais: caixa, 
http://www.youtube.com/watch?v=Q-9yGUwxQAg
 
 
 
veículos, bancos, duplicatas pagar etc. 
 
2.2.2 Contas de resultado 
 
Contas de resultado são aquelas que representam a situação dinâmica possibilitada pelas contas 
de receitas e despesas, ou seja, aquelas que alteram o patrimônio líquido da entidade. 
As contas de receitas e despesas surgem durante o exercício social e encerram-se no fim do 
exercício; não aparecemexpressas no balanço patrimonial, porém é através delas que se visualiza se a 
entidade auferiu lucro ou teve prejuízo (BACINELLO, 2014). A receita é definida no pronunciamento 
conceitual básico (CPC 00) como aumentos nos ativos, ou reduções nos passivos (vendas, perdão de 
dívida), exceto aqueles referentes a contribuições de detentores de direitos sobre o patrimônio 
(subscrição de capital) que resultam em aumentos do patrimônio líquido da entidade. A receita 
corresponde, em geral, a vendas de mercadorias ou prestações de serviços. 
A despesa é definida no pronunciamento conceitual básico (CPC 00) como reduções nos 
ativos ou aumentos nos passivos (despesas administrativas, impostos a pagar), exceto aqueles 
referentes a distribuições aos detentores de direitos sobre o patrimônio (dividendos) que resultam em 
reduções no patrimônio líquido 
Nesse sentido, podem diminuir o ativo e/ou aumentar o passivo, mas sempre provocam 
diminuições na situação líquida ou patrimônio líquido da entidade (VICECONTI; NEVES, 2017). 
As contas de despesas apresentarão sempre saldo devedor e as contas de receitas apresentarão 
sempre saldo credor. São exemplos de contas de resultado: despesas de salários, receitas de vendas, 
receitas de aluguéis etc. 
Assista ao vídeo para saber mais sobre as contas patrimoniais e de resultado. 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=Y2lmIeSSYF0 
 
Segundo Viceconti e Neves (2017), o resultado é a diferença entre o valor das receitas 
e o valor das despesas. Pode ser: 
a) Positivo ou lucro – ocorre quando o valor das receitas é superior ao valor das despesas; 
b) Negativo ou prejuízo – ocorre quando o valor das receitas é inferior ao valor das despesas; 
c) Nulo – ocorre quando o valor das receitas é igual ao valor das despesas. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=Y2lmIeSSYF0
 
 
 
Uma RECEITA recebida antecipadamente não é considerada uma RECEITA, mas sim 
uma DÍVIDA, porque não foi ganha. Dizemos que é uma receita a apropriar (a ganhar). 
Ganhar significa fechar um negócio e concluir uma transação comercial, o que ocorre quando 
entregamos a mercadoria, produto ou serviço. Uma DESPESA paga antecipadamente não é 
uma DESPESA do período, é um DIREITO que deve ser registrado no ATIVO. 
 
 
Agora, vamos conhecer alguns conceitos importantes para a contabilidade. 
 
2.2.3 Conceitos importantes 
Abordaremos alguns conceitos importantes que facilitarão seu entendimento acerca dos 
conteúdos a seguir. 
 
Rédito 
O termo rédito é mais amplo que resultado; nas entidades sem fins lucrativos, representa o 
superávit ou o déficit de suas atividades sociais. É o resultado da atividade econômica das entidades 
com fins lucrativos e provoca variação patrimonial, aumentativa ou diminutiva. 
 
Regime de caixa 
Na apuração dos resultados (rédito) do exercício, o regime de caixa ocorre quando são 
considerados apenas os pagamentos e recebimentos efetuados no período contábil. 
 
Regime de competência 
O regime de competência acontece quando, na apuração dos resultados (rédito) do exercício, 
são consideradas as receitas e despesas nas datas a que se referirem, independentemente de seus 
recebimentos ou pagamentos. 
 
A legislação comercial, por meio da Lei 6.404/1976, art. 177, torna o regime de competência de aplicação 
obrigatória pelas sociedades anônimas, e a legislação do imposto de renda (Decreto-lei 1.598/1977, art. 7º) 
também obriga sua adoção pelas empresas que declararem renda pelo lucro real. 
 
Assista aos vídeos abaixo para aprofundar o seu conhecimento sobre os regimes contábeis. 
https://www.youtube.com/watch?v=F3GCrYl-
GUs&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvgBEFDPX3Wci9AlC5&index=17 
 
2.3 Plano de contas 
 
O plano de contas é um conjunto de contas, diretrizes e normas que disciplina as tarefas do 
setor de contabilidade. Nessa esteira, seu objetivo é uniformizar os registros contábeis de uma 
https://www.youtube.com/watch?v=F3GCrYl-GUs&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvgBEFDPX3Wci9AlC5&index=17
https://www.youtube.com/watch?v=F3GCrYl-GUs&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvgBEFDPX3Wci9AlC5&index=17
 
 
 
entidade. Para tanto, o plano de contas relaciona todas as contas a serem utilizadas no registro das 
variações patrimoniais. 
Nesse ponto, vale destacar que o plano de contas deve ser flexível, permitindo a exclusão ou 
inclusão de contas, acompanhando a dinâmica das operações da entidade. Além disso, destaca-se que, 
em geral, cada entidade elabora o seu plano de contas de acordo com suas peculiaridades (POSSATI, 
2020). 
Segundo a doutrina, um plano de contas deve conter no mínimo as seguintes partes: elenco 
de contas, manual de contas e modelos de demonstrações padronizadas. 
Como forma de apresentação e organização, os planos de contas apresentam uma codificação, 
ou seja, cada conta contábil apresentará um código. A seguir, no quadro 3, temos um exemplo básico 
dessa codificação: 
 
Quadro 3. Codificação das contas 
 
Código da conta Descrição da conta 
1. Ativo 
1.1 Ativo circulante 
1.1.1 Disponível 
1.1.1.1 Caixa 
1.2 Ativo não circulante 
Fonte: Possati (2020). 
 
O elenco de contas (ou rol de contas) nada mais é do que a relação de contas (intitulação) e 
respectivos códigos utilizados pela entidade. Já o manual de contas objetiva apresentar informações 
detalhadas de cada conta, ou seja, é um guia para o contabilista registrar uniformemente todos os 
eventos envolvidos na gestão do patrimônio da entidade. 
A ITG 1000 estabelece critérios e procedimentos simplificados a serem observados pelas 
entidades. É apresentado nessa norma um modelo de plano de contas para ser seguido. A seguir, abra 
o link para baixar a ITG 1000 e veja seu modelo de plano de contas. 
 
https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/Res_1418.pdf 
 
 
Para aprofundar o assunto sobre o plano de contas, assista ao vídeo abaixo: 
https://www.youtube.com/watch?v=dvRJGi8qfpY 
 
 
https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/Res_1418.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=dvRJGi8qfpY
 
 
 
 
2.4 Partidas dobradas 
A essência deste método, universalmente aceito, conforme Viceconti e Neves (2017), é que o 
registro de qualquer operação implica que um débito em uma ou mais contas deve corresponder a um 
crédito equivalente, em uma ou mais contas, de forma que a soma dos valores debitados seja sempre 
igual à soma dos valores creditados, ou, simplificando: 
 
Não há débito sem crédito correspondente 
A soma dos débitos é sempre igual à soma dos créditos. 
Um ou mais débitos em uma ou mais contas deve corresponder a um ou mais 
créditos de valor equivalente em uma ou mais contas. 
 
 
2.4.1 Débito, crédito e saldo 
 
Viceconti e Neves (2017) abordam o conceito de 
débito, crédito e saldo. 
 
O débito representa a situação de dívida de 
responsabilidade da conta. As contas que 
representam bens, direitos, despesas e custos têm 
saldo devedor. 
O crédito representa a situação de direito de haver da conta. As contas que representam obrigações 
(P), PL e receitas têm saldo credor. O saldo de uma conta representa a diferença entre o valor do 
débito e do crédito. Os saldos podem ser devedor, credor ou nulo. 
 
a) Devedor – quando o valor do débito for superior ao do crédito (D > C). 
b) Credor – quando o valor do crédito for superior ao do débito (D < C). 
c) Nulo – quando o valor do débito for igual ao do crédito (D = C). 
Você ainda se sente confuso quanto ao conceito de débito e crédito? Assista ao vídeo abaixo 
para aprofundar o seu entendimento sobre o assunto. 
 
 https://www.youtube.com/watch?v=FLYBWM8bPa0 
 
Faça a leitura do capítulo 2 (p. 33-61) do livro de VICECONTI, P.; NEVES, S. das. Contabilidade 
básica. São Paulo: Saraiva, 2017. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547220921/ 
https://www.youtube.com/watch?v=FLYBWM8bPa0
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547220921/
 
 
 
 
 Referências 
COMITÊ de Pronunciamentos Contábeis. Estruturaconceitual. Disponível em: 
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/455_CPC00%20Pronunciamento.pdf. Acesso 
em: 15 mar. 2021. 
 
MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018103/. Acesso em: 14 mar. 2021. 
 
MONTOTO, Eugênio. Contabilidade geral e avançada esquematizado. 5. ed. SãoPaulo: 
Saraiva Educação, 2018. 
 
VICECONTI, Paulo; NEVES, Silvério das. Contabilidade básica. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 
2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547220921/. Acesso 
em: 18 mar.2021 
 
 
UNIDADE III: ESCRITURAÇÃO E LANÇAMENTOS 
CONTÁBEIS 
 
Prezado(a) estudante, 
Nesta unidade, estudaremos sobre os livros contábeis: livro diário, livro razão e razonetes, 
livro caixa, lançamentos contábeis, apuração do resultado do exercício e balancete de verificação. 
O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga: 
 
✓ Apresentar elementos necessários à escrituração contábil; 
✓ Reconhecer as fases da escrituração contábil e os livros para onde são destinadas 
essas informações; 
✓ Apurar o resultado do exercício e o balancete de verificação. 
Bons estudos! 
 
3.1 Escrituração 
 
Escrituração é a técnica encarregada do registro dos fatos contábeis ocorridos emuma 
entidade, visando ao controle do patrimônio, à apuração dos resultados dos exercícios sociais e à 
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/455_CPC00%20Pronunciamento.pdf
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018103/
 
 
 
prestação de informações aos diversos usuários da informação contábil; ou seja, a escrituração é a 
base dos relatórios contábeis, que são, em última análise, os meios de comunicação da entidade com 
o mundo exterior ou interessados na informação contábil. 
Os livros utilizados pelas empresas para realizar suas escriturações de forma ampla estão 
subdivididos em quatro tipos: livros fiscais; livros societários; livros trabalhistas; livros contábeis. 
Todavia, os livros que mais nos interessam aqui são aqueles que servem de base para o registro dos 
fatos contábeis, os quais estão normalizados pelo Conselho Federal de Contabilidade em diversas 
normas e são exigidos tanto pela legislação comercial como fiscal: os livros contábeis. 
Os livros contábeis podem ser classificados de acordo com sua utilidade, natureza e finalidade. 
✓ Principal: registra todos os eventos da entidade (diário e razão); 
✓ Auxiliar: registra eventos específicos ou grupos de eventos (outros livros); 
✓ Cronológico: registra os fatos em ordem cronológica diariamente (diário); 
✓ Sistemático: registra os fatos de mesma natureza (por exemplo, razão); 
✓ Obrigatório: é o exigido por alguma legislação; 
✓ Facultativo: é o livro que as entidades utilizam sem que haja exigência legal. 
 
3.1.1 Livro diário 
Como o próprio nome diz, ele registra todas as movimentações de valores da empresa, mesmo 
as que não geram alterações nas finanças, como as provisões de recebíveis e obrigações. 
O início e o final são marcados por termos de abertura e encerramento assinados e que devem 
levar a autenticação da junta comercial. Neles, são colocados os dados empresariais e o período 
compreendido pelo livro. 
Os registros são elencados em ordem cronológica e de lançamento, do primeiro ao último dia 
de cada ano, mostrados em partidas dobradas, como lançados, com data, valor e breve histórico 
escrito. E é exatamente esta a sua função: documentar toda a movimentação da escrituração em débito 
e crédito. 
 
Livro diário é obrigatório? 
 
 
Conforme o quadro 4, as formalidades do livro podem ser extrínsecas e intrínsecas. 
 
 
 
 
 
Quadro 4. Formalidades 
Formalidades 
Extrínsecas Intrínsecas 
✓ Encadernado, com páginas numeradas; 
✓ Termos de abertura e fechamento; 
✓ Registro em órgão competente (junta 
comercial ou cartório). 
✓ Ordem cronológica; 
✓ Sem rasuras, emendas ou borrões; 
✓ Língua e moeda nacionais; 
✓ Sem espaços ou linhas em branco. 
 
3.1.2 Fórmulas de lançamento 
 
As fórmulas de lançamento contábeis são quatro: de uma conta devedora contra uma 
conta credora; de uma conta devedora contra várias credoras; de várias contas debitadas e apenas 
uma conta creditada; de várias contas debitadas e várias contas creditadas. 
O principal objetivo de um lançamento contábil é fazer o registro dos fatos contábeis de 
uma empresa. Portanto, consiste em registrar os valores que impactam o ativo, o passivo e o 
patrimônio líquido de um negócio e, consequentemente, as suas receitas e despesas. 
Esse registro é fundamental para dar ao empreendedor uma visão clara do como está a 
saúde financeira da sua empresa, seu fluxo de caixa e o desempenho do seu negócio. 
Com informações precisas em mãos, as tomadas de decisão para o futuro da empresa são 
feitas de forma muito mais assertiva. No entanto, existe uma maneira certa de realizar esse 
processo. 
Por isso, confira quais são os tipos de lançamentos contábeis existentes, qual a 
característica de cada um e como registrá-los da maneira correta. 
3.1.2.1 Lançamento de primeira fórmula 
É quando o fato contábil envolve uma conta a ser debitada e uma conta a ser creditada 
(MONTOTO, 2018). 
Histórico: Compra à vista de veículo no valor de R$ 20.000,00. 
Data do lançamento: 15/04/2021 
Lançamento: 
Débito: Veículo ............................. 20.000,00. 
Crédito: Caixa .............................. 20.000,00. 
 
 
 
 
3.1.2.2 Lançamento de segunda fórmula 
É quando o fato contábil envolve uma conta a ser debitada e mais de uma conta a ser 
creditada (MONTOTO, 2018). 
Histórico: Recebimento de duplicatas no valor de R$ 30.000,00, com juros de 10%. 
Data do lançamento: 17/04/2021 
Lançamento: 
Débito: Caixa ...................................... 33.000,00. 
Crédito: Duplicatas a receber ............. 30.000,00. 
Crédito: Juros ativos .............................. 3.000,00. 
 
 
3.1.2.3 Lançamento de terceira fórmula 
É quando o fato contábil envolve mais de uma conta a ser debitada e uma conta a ser 
creditada (MONTOTO, 2018). 
Histórico: Pagamentos de duplicatas no valor de R$ 20.000,00, com juros de 10%. 
Data do lançamento: 20/04/2021 
Lançamento: 
Débito: Duplicatas a pagar....................... 20.000,00. 
Débito: Juros passivos .............................. 2.000,00. 
Crédito: Caixa .......................................... 22.000,00 
 
 
3.1.2.4 Lançamento de quarta fórmula 
É quando o fato contábil envolve mais de uma conta a ser debitada e mais de uma conta a 
ser creditada (MONTOTO, 2018). 
Histórico: Venda à vista de mercadorias no valor de R$ 60.000,00 ao custo de R$ 40.000,00. 
Data do lançamento: 20/02/2020 
Lançamento: 
Débito: Caixa ..................................... 60.000,00. 
Débito: CMV ................................... 40.000,00. 
 
Crédito: Vendas ................................ 60.000,00. 
Crédito: Mercadorias ......................... 40.000,00. 
 
 
 
 
 
3.1.3 Livro razão e razonete 
 
As partidas de diário devem ser transportadas para o livro razão, que é um livro sistemático 
porque destina uma página para cada conta, retratando os saldos das contas. 
O livro razão é indispensável em qualquer empresa, por demonstrar de forma analítica as 
contas escrituradas no livro diário. Ele é obrigatório para as empresas cuja tributação do imposto de 
renda tem, como base, o lucro real. A autenticação do livro razão é dispensada pela junta comercial, 
pois se trata de uma cópia autêntica daquilo que já foi escriturado no livro diário. 
A legislação atual do imposto de renda não impõe a obrigatoriedade de encadernação do livro 
razão. Ele apenas deve ser mantido em boa ordem e seguir as normas da legislação comercial e fiscal. 
Ainda assim, deve conter o termo de abertura e de encerramento, além da assinatura do representante 
legal da empresa e do contador responsável. 
 
3.1.3.1 Razonete 
O razonetenada mais é que um espelho do resumido do livro razão, facilitando a consulta 
rápida dos resultados. No lado esquerdo do razonete, são lançados os débitos (saldos devedores) e, no 
lado direito, são lançados os créditos (saldos credores), ficando o nome da conta na parte de cima do 
T. Sendo assim, de um lado do razonete, registram-se os aumentos e, do outro, as diminuições. Nos 
razonetes, são identificados: 
✓ O nome da conta com o respectivo grupo; 
✓ Os lançamentos a débito e a crédito; 
✓ Os totais de débitos e créditos; 
✓ O saldo da conta, que poderá ser devedor ou credor. 
 
 
3.1.4 Livro caixa 
É um livro auxiliar e sistemático, porque somente registra os fatos que envolvem 
movimentação de dinheiro; só registra os fatos da espécie caixa. É obrigatório para empresas optantes 
pelo lucro presumido (Lei 8.541/1992) (MONTOTO, 2018). 
 
 
 
 
 
3.2 Lançamento contábil – mecanismo do débito e do crédito 
 
O lançamento contábil refere-se ao registro dos fatos contábeis (aqueles que provocam 
mudanças na composição do patrimônio ou do resultado da empresa) nos livros de escrituração 
comercial da empresa – livros diário e razão. 
O lançamento é feito nas contas que registram o patrimônio da sociedade, e podem ser 
pertencentes ao grupo do ativo, do passivo ou do PL. 
Vamos relembrar um conceito importante! Antes de seguir com a leitura, assista ao vídeo 
para um entendimento prévio do conteúdo: https://www.youtube.com/watch?v=rVN8vD64DHA 
A conta que receberá o primeiro registro será a conta devedora, que indicará a 
aplicação do recurso efetuado pela entidade ou empresa, e o segundo registro será 
efetuado na conta credora, que indicará a origem do recurso aplicado. O estudante 
poderá, também, lançar mão do seguinte raciocínio: quem recebe recursos é debitado, 
e quem paga é creditado. 
 
 
3.3 Balancete de verificação 
 
O balancete de verificação é elaborado com base nos saldos de todas as contas do livro razão 
(razonetes). Segundo o método das partidas dobradas, cada débito corresponde a um crédito de igual 
valor, de forma que, apurando-se os saldos das contas do livro razão em determinado momento, a 
soma dos saldos devedores deve, obrigatoriamente, ser igual à soma dos saldos credores 
(MONTOTO, 2017). 
O principal objetivo do balancete de verificação é o de testar (verificar) se o método das 
partidas dobradas foi respeitado. Portanto, o único erro de escrituração é a troca de saldos (devedores 
por credores e vice-versa). Veja um exemplo de balancete de verificação no quadro 5. 
 
Quadro 5. Balancete de verificação 
ESQUEMA 
Das contas Saldos 
Devedores Credores 
 
Totais 0,00 0.00 
Fonte: Viceconti e Neves (2017). 
 
https://www.youtube.com/watch?v=rVN8vD64DHA
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=4gcMUmI4IcI&list=PLX4skTGVrWU_medoaCP9 
9ieEzTvlXIzQ&index=8 
 
 
 
3.4 Transferência dos saldos das contas de resultado para a conta de apuração do resultado 
do exercício (ARE) 
 
No final do período, as contas de resultado serão encerradas contra uma conta denominada 
apuração do resultado do exercício (ARE) em que, como o próprio nome indica, será apurado o 
resultado, isto é, se a empresa teve lucro, prejuízo ou resultado nulo em suas atividades em 
determinado exercício social (VICECONTI; NEVES, 2017). 
As contas relativas às receitas, por possuírem saldo credor, serão encerradas debitando-se a 
respectiva conta pelo valor do saldo (portanto, tornando o saldo nulo e encerrando a conta) e creditando-
se à conta ARE. 
O saldo final da conta ARE, se credor, significará que as receitas foram maiores que as despesas 
e, portanto, a empresa obteve lucro em suas atividades. Se devedor, significará que as despesas foram 
superiores às receitas e a empresa teve prejuízo. Se as receitas forem iguais às despesas, o saldo da conta 
ARE será nulo. 
Assista ao vídeo abaixo para melhor entendimento dos exercícios de fixação. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=GN7nOZNcaCA&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvg 
BEFDPX3Wci9AlC5&index=16 
 
Faça a leitura do exercício de fixação do capitulo 2 (p. 42) do livro de VICECONTI, P.; NEVES, S. das. 
Contabilidade básica. São Paulo: Editora Saraiva, 2017. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547220921/ 
 
 
Exemplo 1:Faça o lançamento diário das seguintes operações da Cia. Muito Fácil Ltda.: 
 
1. Integralização de capital social em 01/05/2012, no valor de R$ 20.000,00, sendo R$ 
13.000,00 em dinheiro e R$ 7.000,00 em mercadorias; 
2. Compra de um terreno pelo valor de R$ 4.000,00, com uma entrada em dinheiro de R$ 
2.000,00 e o restante para 30 dias; 
3. Compra de mercadoria por R$ 7.800,00, com uma entrada de R$ 4.000,00; 
https://www.youtube.com/watch?v=4gcMUmI4IcI&list=PLX4skTGVrWU_medoaCP9
https://www.youtube.com/watch?v=4gcMUmI4IcI&list=PLX4skTGVrWU_medoaCP99ieEzTvlXIzQ&index=8
http://www.youtube.com/watch?v=GN7nOZNcaCA&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvg
http://www.youtube.com/watch?v=GN7nOZNcaCA&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvg
https://www.youtube.com/watch?v=GN7nOZNcaCA&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvgBEFDPX3Wci9AlC5&index=16
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547220921/
 
 
 
4. Venda de mercadoria por R$ 6.000,00 à vista; 
5. O custo das mercadorias vendidas na operação anterior é de R$ 3.000,00; 
6. Pagamento de salários do mês no valor de R$ 1.500,00; 
7. Pagamento de R$ 3.000,00 em dinheiro referente à compra de mercadorias. 
 
Com base nos dados fornecidos anteriormente, pede-se: 
a) Fazer os lançamentos contábeis; 
b) Abrir os razonetes com os saldos das contas; 
c) Levantar o balancete de verificação; 
d) Apurar o resultado; 
e) Elaborar o balanço patrimonial. 
 
 
a) Lançamentos 
 
 
b) Razonetes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
c) Balancete de verificação 
 
Quadro 06. Balancete de verificação 
 
Balancete de verificação 
Das contas Saldos 
Devedores Credores 
Caixa 8.500 
Capital social 20.000 
Mercadorias/estoque 11.800 
Terreno 4.000 
Contas a pagar 2.800 
Despesas de salário 1.500 
Receitas de vendas 6.000 
CMV 3.000 
Total 28.800 28.800 
 
 
 
 
 
d) Apuração do resultado 
 
e) Balanço patrimonial 
Quadro 07. Elaboração do balanço patrimonial 
 
Balanço patrimonial 
Ativo Passivo e patrimônio líquido 
Caixa 8.500 Passivo 
Mercadoria/ 
Estoque 
11.800 
Contas a pagar 
 
2.800 
 
Não circulante 
 Patrimônio líquido 
Capital social 
PL. Lucro líquido 
 
 
20.000 
1.500 
Terreno 4.000 
 
Total 24.300 Total 24.300 
 
 
 
Referências 
 
BRASIL. Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. 
Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm.Acesso em: 15 mar. 
2021. 
 
MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018103/. Acesso em: 14 mar. 2021. 
 
MONTOTO, Eugênio. Contabilidade geral e avançada esquematizado. 5. ed. São Paulo: 
Saraiva Educação, 2018. 
 
VICECONTI, Paulo; NEVES, Silvério das. Contabilidade básica. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 
2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547220921/. Acesso 
em: 18 mar.2021. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018103/
 
 
 
 
 
UNIDADE IV: PRINCIPAIS DEMONSTRAÇÕES 
FINANCEIRAS 
 
Prezado(a) estudante, 
Parabéns por ter chegado até aqui. Esta é a nossa última unidade temática, e nela estudaremos 
o conceito de relatório contábil; introdução às demonstrações financeiras: períodos de apresentação 
das demonstrações financeiras; introdução ao balanço patrimonial e à demonstração do resultado do 
exercício. 
Ressalto que o resumo desta unidade foi baseado, principalmente, nos livros dos autores 
Marion (2018), Montoto (2018) e Viceconti e Neves (2017), e que não se pretendeu esgotar os 
assuntos, mas trazer uma base do estudoda nossa disciplina. 
O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga: 
 
✓ Conhecer a obrigatoriedade da divulgação das demonstrações financeiras; 
✓ Interpretar e aplicar as duas principais demonstrações financeiras: BP e DRE; 
✓ Diferenciar as contas do ativo, do passivo e do balanço patrimonial; 
 
 
Aproveite os estudos! 
 
 
4.1 Introdução às demonstrações financeiras 
 
Os dados coletados pela contabilidade são apresentados periodicamente aos interessados de 
maneira resumida e ordenada, formando, assim, os relatórios contábeis. Os relatórios são elaborados 
de acordo com as necessidades dos usuários. Dos inúmeros relatórios que há em contabilidade, 
destacam-se aqueles que são obrigatórios de acordo com a legislação brasileira. Esses relatórios são 
conhecidos como demonstrações financeiras ou, ainda, demonstrações contábeis. 
Convido você, primeiramente, a assistir ao vídeo sobre as principais demonstrações 
financeiras. Depois, daremos seguimento ao assunto. 
https://www.youtube.com/watch?v=tV9PK9bileQ 
 
https://www.youtube.com/watch?v=tV9PK9bileQ
 
 
 
4.1.1 Principais demonstrações financeiras 
Segundo o art. 176 da Lei 6.404/1976, ao fim de cada exercício social, a diretoria deve 
elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, 
que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no 
exercício: 
✓ Balanço patrimonial (BP); 
✓ Demonstração dos lucros e prejuízos acumulados (DLPA); 
✓ Demonstração do resultado do exercício (DRE); 
✓ Demonstração dos fluxos de caixa (DFC); 
✓ Demonstração do valor adicionado (DVA). 
 
O tratamento dessas demonstrações financeiras varia de acordo com o tipo de constituição da 
sociedade empresarial. Há dois tipos principais: as sociedades anônimas (S.A.) e as sociedades por 
quotas de responsabilidade limitada (Ltda.). 
 
✓ A elaboração da DLPA é dispensada, desde que seja elaborada a demonstração das mutações 
do patrimônio líquido (DMPL); 
✓ A DVA somente é obrigatória para as sociedades anônimas de capital aberto; 
✓ A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois 
milhões de reais), está dispensada da elaboração da DFC. 
 
 
4.2 Períodos de apresentação das demonstrações financeiras 
 
A Lei das Sociedades por Ações (LSA), Lei 6.404/1976, estabelece que, ao fim de cada 
período de 12 meses, a diretoria da empresa fará elaborar, com base na contabilidade, as 
demonstrações financeiras. Este período é denominado exercício social ou período contábil. Não há 
necessidade de que o exercício social coincida com o ano civil (01/01 a 31/12); todavia, para fins 
fiscais, o imposto de renda sugere o encerramento em 31/12. 
A data do término do exercício social é definida pelos proprietários da empresa e não pode 
ser alterada, exceto em condições supervenientes. Isto é, se a empresa decidir que o exercício 
terminará no dia 31 de dezembro, não deve mudar esta data sem um motivo muito forte, para preservar 
a comparabilidade. 
Por fim, para atender às necessidades internas (fins gerenciais) e facilitar a administração da 
empresa, a contabilidade deverá apresentar relatórios contábeis em períodos mais curtos (semanal, 
 
 
 
quinzenal, mensal...). Todavia, ressaltamos que, em termos legais, o período contábil (exercício 
social) será de 12 meses. 
 
Assista ao vídeo abaixo e relembre os principais pontos abordados sobre a obrigatoriedade 
das demonstrações contábeis. 
https://www.youtube.com/watch?v=aCPKsIl46qE&list=PLo4LG32Q
SFX8CsKTt7TEc ojkxxWQU_WuE&index=3 
 
 
http://docs.uninove.br/arte/fac/publicacoes/pdfs/ricardo_eliane.pdf 
 
 
4.3 Introdução ao balanço patrimonial 
O balanço patrimonial (BP) é o mais importante relatório gerado pela contabilidade. Através 
dele, pode-se identificar a saúde financeira e econômica da empresa no fim do ano ou em qualquer 
data prefixada. Ele representa uma posição estática, compreendendo todos os bens e direitos (ativo), 
as obrigações (passivo exigível) e o patrimônio líquido da entidade (MARION, 2018). 
O balanço patrimonial é um relatório importante da contabilidade, porque apresenta o seu 
objeto, o patrimônio. Esse relatório é um resumo dos saldos das contas patrimoniais; sua principal 
missão é a de sintetizar em contas representativas a posição das contas do exercício findo e as 
mudanças patrimoniais que ocorreram em relação ao exercício anterior (MONTOTO, 2018). 
O BP é dividido em duas colunas: a do lado esquerdo é denominada ativo, a do lado direito, 
passivo. O ideal seria denominar a segunda coluna passivo e patrimônio líquido. Entretanto, a Lei das 
Sociedades por Ações apresenta apenas o termo “passivo”. Denominar a coluna da esquerda ativo e 
a da direita passivo é mera convenção. 
Em se tratando da diferença entre curto e longo prazo na contabilidade, sabe-se que, 
normalmente, curto prazo em contabilidade significa um período de até um ano. Nesse sentido, ao 
se apresentar um balanço, por exemplo, em 31 de dezembro, todas as contas a receber e a pagar no 
próximo exercício (nos próximos 365 dias) devem ser classificadas como de curto prazo. Longo 
prazo, por sua vez, identifica um período superior a um ano. Assim, ao se contrair financiamento de 
um banco de desenvolvimento, com resgate de dívida após cinco anos, essa dívida é considerada de 
longo prazo (MARION, 2018). 
Outro conceito de curto prazo, em caráter de exceção, está relacionado com o ciclo 
https://www.youtube.com/watch?v=aCPKsIl46qE&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7TEcojkxxWQU_WuE&index=3
https://www.youtube.com/watch?v=aCPKsIl46qE&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7TEcojkxxWQU_WuE&index=3
https://www.youtube.com/watch?v=aCPKsIl46qE&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7TEcojkxxWQU_WuE&index=3
http://docs.uninove.br/arte/fac/publicacoes/pdfs/ricardo_eliane.pdf
 
 
 
operacional do negócio. Imagine uma empresa que fabrica navios; dependendo do porte da 
construção, a empresa levará mais de um ano para concluir a obra. Nesse caso, quando o ciclo 
operacional ultrapassa um ano, o conceito de curto prazo passa a valer pelo ciclo operacional. 
(MARION, 2018). 
 
4.3.1 Estrutura e classificação das contas do balanço patrimonial 
 
Nesse momento, basta visualizar o quadro 08, a seguir, que ilustra a estrutura do balanço 
patrimonial. 
 
 
Quadro 08. Estrutura do BP 
ATIVO PASSIVO 
Circulante (AC) 
 
 
Não circulante (ANC) 
Circulante (AC) 
Não circulante (ANC) 
Patrimônio líquido 
 
A estrutura e a classificação das contas encontram-se disciplinadas nos artigos 178 a 184 da 
Lei 6.404/1976. Segundo o caput do art. 178, 
 
(...) as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e 
agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia”. 
Art. 178, § 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de 
liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: 
I – ativo circulante; e 
II– ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo,investimentos, 
imobilizado e intangível. 
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: I – 
passivo circulante; 
II– passivo não circulante; e 
III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação 
patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. 
§ 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão 
classificados separadamente. (BRASIL, 1976). 
 
Em que pese a lei não normatizar expressamente, no passivo as contas serão dispostas em 
ordem decrescente de grau de exigibilidade dos elementos nela registrados. Portanto, as obrigações 
vincendas até o término do exercício seguinte serão classificadas no passivo circulante. As obrigações 
 
 
 
vincendas após o término do exercício seguinte serão classificadas no passivo não circulante.O “grau de liquidez” está associado ao prazo no qual os bens e direitos podem ser transformados em 
dinheiro. Sendo assim, quanto menor o prazo, maior a liquidez e vice-versa. Já o “grau de exigibilidade”, 
assim como o de liquidez, está associado ao prazo no qual as obrigações devem ser pagas. Portanto, 
quanto menor o prazo, maior o grau de exigibilidade e vice-versa. 
 
Como vimos, o balanço patrimonial divide-se em grupos de contas, de características 
semelhantes, facilitando dessa forma a sua leitura, interpretação e análise.Veja a leitura do BP no 
quadro 09: 
Quadro 09. Exemplo de balanço patrimonial 
ATIVO PASSIVO 
Circulante (AC) 
– Dinheiro ou tudo que vai ser transformado em 
dinheiro no curto prazo (até um ano) 
Circulante (AC) 
Tudo aquilo que vai ser pago (liquidado) em até um 
ano 
 
Não circulante (ANC) 
Realizável a longo prazo 
– Tudo aquilo que vai ser recebido a LP (acima de 
um ano) 
• Investimentos 
• Imobilizado 
• Intangível 
Não circulante (ANC) 
• Exigível a longo prazo 
 
– Tudo aquilo que vai ser pago a LP (acima de um 
ano) 
Patrimônio líquido 
• Capital 
• Reservas de lucro retido 
– Não vai ser pago, não é exigível – Não se destina à venda, não vai ser recebido 
Fonte: adaptado de Marion (2018). 
 
 
Para mais conhecimento, analise o BP dessa empresa do ramo de cosméticos. 
https://br.investing.com/equities/natura-on-nm-balance-sheet 
 
 
 
Para complementar o seu aprendizado sobre o Balanço Patrimonial, 
assista aos vídeos abaixo. 
https://www.youtube.com/watch?v=L-
KR7lh_iQM&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7TEcojkxxWQU_WuE&index=4 
 
grupos de contas do BP parte1 
https://www.youtube.com/watch?v=lcK7zjF_znI&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7TE
cojkxxWQU_WuE&index=5 
 
Grupo de contas do BP parte 2 
https://www.youtube.com/watch?v=z1ti9DF-
Vyg&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7TEcojkxxWQU_WuE&index=6 
 
 
https://br.investing.com/equities/natura-on-nm-balance-sheet
https://br.investing.com/equities/natura-on-nm-balance-sheet
https://www.youtube.com/watch?v=L-KR7lh_iQM&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7TEcojkxxWQU_WuE&index=4
https://www.youtube.com/watch?v=L-KR7lh_iQM&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7TEcojkxxWQU_WuE&index=4
https://www.youtube.com/watch?v=lcK7zjF_znI&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7TEcojkxxWQU_WuE&index=5
https://www.youtube.com/watch?v=lcK7zjF_znI&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7TEcojkxxWQU_WuE&index=5
https://www.youtube.com/watch?v=z1ti9DF-Vyg&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7TEcojkxxWQU_WuE&index=6
https://www.youtube.com/watch?v=z1ti9DF-Vyg&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7TEcojkxxWQU_WuE&index=6
 
 
 
 
Para aprofundamento e exemplos sobre o balanço patrimonial, leia os capítulos 4 e 5 (p. 39-51) do livro 
de MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. Sao Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018103/. 
 
 
 
4.4 Demonstração do resultado do exercício 
 
A demonstração do resultado do exercício é um resumo ordenado das receitas e despesas da 
empresa em determinado período, normalmente 12 meses. É apresentada de forma dedutiva (vertical); 
ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado – lucro ou prejuízo 
(MARION, 2018). 
As normas contábeis em vigor passam a exigir a demonstração do resultado abrangente, que, 
a partir do resultado líquido obtido na DRE, inclui outros resultados abrangentes, tais como correção 
de erros, ajustes de reclassificações e mutações na reserva de reavaliação. Neste roteiro, será 
abordado apenas o modelo da DRE. 
 
4.4.1 Estrutura segundo a Lei das S/As 
O art. 187 da Lei das S/As (Lei 6.404/1976) consagra a adoção do princípio da competência 
ao determinar que sejam computados na determinação do resultado do exercício: 
a) As receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização 
em moeda; 
b) Os custos, as despesas, os encargos e as perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a 
essas receitas e rendimentos. 
No mesmo artigo, ela discrimina a forma de apresentação do resultado: 
 
I. a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, osabatimentos e os impostos 
sobre vendas; 
II. a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviçosvendidos e o 
lucro bruto; 
III. as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas dasreceitas, as 
despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; 
IV. o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; 
V. o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto; 
VI. as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, 
mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou 
previdência de empregados, que não se caracterizem como despesas; 
VI. o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social; [...] 
(BRASIL, 1976). 
 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018103/
 
 
 
 
4.4.2 Como apurar a receita líquida 
 
A receita bruta é o total bruto vendido no período. Nela estão inclusos 
os impostos sobre vendas (os quais pertencem ao governo) e dela não 
foram subtraídos as devoluções (vendas canceladas) e os 
abatimentos (descontos) ocorridos no período. 
Impostos e taxas sobre vendas são aqueles gerados no momento da venda; variam proporcionalmente 
à venda, ou seja, quanto maior for o total de vendas, maior será o imposto. 
Devoluções (vendas canceladas) – são mercadorias devolvidas por estarem em desacordo 
com o pedido (preço, qualidade, quantidade, avaria). O comprador, sentindo-se prejudicado, devolve 
total ou parcialmente a mercadoria. Às vezes, a empresa vendedora, na tentativa de evitar devolução, 
propõe um abatimento no preço (desconto) para compensar o prejuízo ao comprador. Tanto a 
devolução como o abatimento aparecem deduzindo a receita bruta na DRE. 
Portanto, deduções são ajustes (e não despesas) realizados sobre a receita bruta para se apurar 
a receita líquida. O que interessa para a empresa é efetivamente a receita líquida, que é o que sobra 
em termos de receita. 
 
A diferença entre deduções (ajustes) e despesas é que deduções não são sacrifícios 
financeiros para a empresa (quem paga impostos sobre vendas é o consumidor), enquanto 
despesas são sacrifícios, esforços, onerando a empresa. 
 
4.4.3 Como apurar o lucro bruto 
 
Trata-se do primeiro indicador de desempenho nas atividades 
operacionais da empresa. Lucro bruto é a diferença entre a venda de 
mercadorias e o custo dessa mercadoria vendida, sem considerar 
despesas administrativas, de vendas e financeiras. Para uma empresa 
prestadora de serviços, o raciocínio é o mesmo: lucro bruto é a 
diferença entre a receita e o custo do serviço prestado, sem considerar 
aquelas despesas acima referidas (MARION, 2018). 
Resumindo, subtrai-se da receita o custo da mercadoria ou do produto, ou o do serviço para 
ser colocado à disposição do consumidor, não considerando as despesas administrativas, financeiras 
 
 
 
e de vendas. 
O lucro bruto, após cobrir o custo da fabricação do produto (ou o custo da mercadoria 
adquirida para revenda, ou o custo do serviço prestado), é destinado à remuneração das despesas de 
vendas, administrativas e financeiras, bem como à remuneração do governo (imposto de renda) e dos 
proprietários da empresa (lucro líquido). 
 
4.4.4 Como apurar o lucro operacional 
A apuração deste resultado evidencia o desempenho no negócio da entidade. O lucro 
operacional é obtido através da diferença entre o lucro bruto e as despesas operacionais. 
4.4.5 Despesas operacionais: despesas com vendas, administrativas e outras despesas e receitas 
operacionais 
As despesas operacionais são as necessárias para vender os produtos, administrar a empresa 
e financiar as operações. Enfim, são todas as despesas sacrificadas para a manutenção da atividade 
operacional da empresa. 
 
4.4.6 Despesas e receitas

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