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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Olá, aluno! Esta disciplina tem o propósito de apresentar os sistemas contábeis por meio dos demonstrativos padronizados, interpretando seus resultados e utilizando a contabilidade como fonte de informações para a tomada de decisões gerenciais nas organizações. Assim, vamos estudar os seguintes conteúdos: Unidade I – Aspectos iniciais da contabilidade e o patrimônio: Evolução da contabilidade. Processo de normatização contábil no Brasil. Campo de aplicação. Objeto, funções e finalidade da contabilidade. Usuário da contabilidade. Contabilidade como instrumento de gestão comercial. Patrimônio; representação gráfica do patrimônio. Função econômica da contabilidade. Unidade II – Das contas: Conceito, teoria, função, estrutura, débito, crédito e saldos. Classificação das contas: contas patrimoniais e de resultado. Plano de contas. Unidade III– Escrituração e lançamentos contábeis: Livro diário, livro razão e razonetes. Lançamentos contábeis. Apuração do resultado do exercício. Balancete de verificação. Unidade IV - Principais demonstrações FIN: Introdução ao balanço patrimonial e à demonstração do resultado do exercício. Não se esqueça de observar a bibliografia recomendada no plano de ensino da disciplina. Procure estar sempre atualizado acerca da disciplina, pois a contabilidade ainda está em processo de convergência internacional e em constante transformação. Outra dica não menos importante é a leitura da legislação indicada. Isso é fundamental! Enfatizamos que esse roteiro se trata de um RESUMO das referências básicas indicadas no projeto pedagógico do curso, bem como de legislações específicas da contabilidade e de bibliografias complementares. Ressaltamos, ainda, que o intuito não é esgotar o assunto, mas trazer um conhecimento introdutório da disciplina. A disciplina está organizada em quatro unidades temáticas e contém duas atividades de percurso, além de avaliação regular e exame final. Ela foi construída de forma que você estude e realize as atividades no seu tempo, respeitando, é claro, sua autonomia de estudos para a conclusão das atividades e o aprendizado, de acordo com o calendário acadêmico. Desejo a você um ótimo estudo! UNIDADE I: ASPECTOS INICIAIS DA CONTABILIDADE E O PATRIMÔNIO Prezado(a) estudante, Nesta unidade temática, estudaremos: aspectos iniciais da contabilidade; evolução da contabilidade; processo de normatização contábil no Brasil; campo de aplicação; objeto, funções e finalidade da contabilidade; usuário da contabilidade; contabilidade como instrumento de gestão comercial; patrimônio: bens, direitos, obrigações; representação gráfica do patrimônio; função econômica da contabilidade. O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga: ✓ Conhecer a história e os fundamentos da ciência contábil; ✓ Identificar os principais métodos utilizados pela contabilidade para gerar informações; ✓ Entender o que é patrimônio e sua representação gráfica na contabilidade; ✓ Reconhecer como a composição do patrimônio afeta suas situações líquidas. Vamos iniciar nossa jornada do conhecimento seguindo os tópicos abaixo. 1.1 Contabilidade como instrumento de gestão comercial Estamos frequentemente tomando decisões, como a que hora iremos nos levantar, em que escola matricularemos os nossos filhos, qual será o próximo destino da viagem de férias, que modelo de carro comprar, por qual rota de trânsito chegaremos ao trabalho neste dia, em que supermercado faremos as compras do mês, dentre tantas outras. Algumas vezes, trata-se de decisões importantíssimas, como o casamento, a carreira que escolhemos, a aquisição da casa própria ou a aplicação em poupança ou em fundos de renda fixa ou variável. Evidentemente que estas decisões mais importantes requerem maior cuidado e uma análise mais profunda sobre as informações disponíveis, sobre os critérios racionais, os impactos ocasionados pelas variáveis do mundo externo e até mesmo o aspecto emocional íntimo, pois uma decisão importante, mal tomada, pode prejudicar toda uma vida. Planejarmos antecipadamente nossas decisões nos ajuda a diminuir os riscos de cometermos erros, talvez irreparáveis. Assim como na vida pessoal, se pensarmos em relação às decisões tomadas no ambiente organizacional e nos relacionamentos internos e externos, a situação não é diferente. Frequentemente, os gestores comerciais devem tomar decisões, de menor ou maior impacto, todas elas importantes e vitais para o sucesso do negócio. Por isso, são necessários dados, informações corretas e subsídios que contribuam para uma boa tomada de decisão. Decisões como comprar ou alugar uma máquina; definir preço de venda do produto; no que investir e de que forma; fazer empréstimos e financiamentos, de longo ou curto prazo; quais itens do estoque comprar ou produzir mais, e quais eliminar; reduzir custos de produzir ou terceirizar a produção, entre outras tantas, impactam a vida da empresa em sua missão de se perpetuar (IUDÍCIBUS; MARION, 2018). A contabilidade é o principal instrumento que subsidia os gestores a tomar decisões. Na verdade, por meio da contabilidade, registram-se os fatos econômicos ocorridos (passado) – por exemplo, a compra de mercadorias, matéria- prima, máquinas e equipamentos; o pagamento de fornecedores, empregados e impostos; a venda de mercadorias, produtos e serviços –, mensurando- os monetariamente, com a finalidade de transformá-los em informações demonstradas em relatórios financeiros utilizados para projetar situações e cenários futuros com dados preditivos, que norteiam os gestores para melhor decisão (IUDÍCIBUS; MARION, 2018). A contabilidade é uma ciência que se baseia em princípios aplicados a todos os tipos de negócios, de forma padronizada, de modo que as informações de ganhos financeiros, prejuízos e grau de endividamento sejam facilmente lidas e interpretadas em todo o mundo (IUDÍCIBUS; MARION, 2018). Neste contexto, agora que já sabe a importância da contabilidade na tomada de decisões, gostaria que você se questionasse: o que é contabilidade? Qual é a aplicação da contabilidade? Quem são seus usuários? Com base nestas questões, convido você a navegar pelo conhecimento dos aspectos iniciais da contabilidade. 1.2 Resumo sobre a evolução histórica da contabilidade O surgimento da contabilidade certamente é antigo, tanto quanto a origem da civilização, por exemplo, e está relacionado à necessidade de controlar o patrimônio. Relatos históricos demonstram que a contabilidade empírica já existia entre povos antigos, com o objetivo de registrar as posses e riquezas oriundas da criação de animais e do cultivo agrícola. Com o natural crescimento do patrimônio, surgiu a necessidade de se manter um controle sobre as movimentações e a evolução das riquezas, ação permitida pela ciência contábil até os dias de hoje. Convido você, primeiramente, a assistir ao vídeo sobre a evolução histórica da contabilidade. Depois, daremos seguimento ao assunto. <https://www.youtube.com/watch?v=qw5wbbPwXTg> Não é descabido afirmar que, de acordo com a noção intuitiva, a contabilidade talvez seja bastante antiga. Segundo alguns historiadores, os primeiros sinais objetivos da existência de contas remontam a aproximadamente 2.000 anos antes de Cristo. Mas ainda podemos pensar que, antes disso, ao inventariar o número de instrumentos de caça e pesca disponíveis, ao contar seus rebanhos ou ao enumerar suas ânforas de bebidas, o homem primitivo já estava praticando uma forma rudimentar de contabilidade. Portanto, é possível localizar os primeiros exemplos completos de contabilização, seguramente, no terceiro milênio antes de Cristo nas civilizações da Suméria e da Babilônia – na Mesopotâmia (hoje Iraque) –, no Egito e na China. Mas é provável, como mencionado previamente, que algumas formas mais rudimentaresde contagem de bens tenham sido realizadas bem antes disso, talvez por volta do quarto milênio antes de Cristo (IUDÍCIBUS, 2015). Podemos resumir a evolução da ciência contábil da seguinte forma: ✓ Contabilidade do mundo antigo - período que se inicia com as primeiras civilizações e vai até o ano 1202 da era cristã, quando apareceu o Liber Abaci, de autoria de Leonardo Fibonaci, o Pisano. ✓ Contabilidade do mundo medieval - período que vai de 1202 da era cristã até 1494, quando apareceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas) de Frei Luca Paciolo, publicado em 1494, enfatizando que a teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos, obra que contribuiu para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano. ✓ Contabilidade do mundo moderno - período que vai de 1494 até 1840, com o aparecimento da obra La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche, de autoria de Francesco Villa, premiada pelo governo da Áustria; é uma obra marcante na história da contabilidade. ✓ Contabilidade do mundo científico - período que se inicia em 1840 e continua até os dias de hoje. https://www.youtube.com/watch?v=qw5wbbPwXTg Esse resumo está disponível no Portal de Contabilidade: http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm Faça também a leitura das páginas 16 a 33 do livro de Iudícibus (2015), disponível na biblioteca virtual no SUAP. 1.3 Definição, normas e campo de aplicação A contabilidade, de acordo com Marion (2018), é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. Ela é muito antiga e sempre existiu para auxiliar as pessoas a tomarem decisões. 1.3.1 Definição de contabilidade A contabilidade é uma ciência social que estuda o patrimônio de uma entidade econômico- administrativa, pessoa física ou jurídica, com o objetivo de obter registros classificados e sintetizados dos fenômenos que afetam a sua situação patrimonial e financeira (MONTOTO, 2018). Todavia, devemos saber o seguinte conceito, considerado como o oficial, extraído do 1º Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado em 1924: “Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro dos atos e fatos de uma administração econômica”. A ciência contábil possibilita a análise, o controle e o registro do patrimônio das aziendas, com o intuito de apurar o resultado e gerar informações favoráveis à tomada de decisões. As informações geradas pela aplicação das técnicas contábeis visam demonstrar a situação econômico- financeira das entidades. Atenção! A contabilidade é uma ciência social. Vale trazer aqui os conceitos de atos e fatos contábeis. Atos contábeis ou administrativos são aqueles que ocorrem na empresa e que não provocam alterações no patrimônio e, por isso, não precisam ser contabilizados (exemplo: assinatura de contrato). Por conseguinte, os fatos contábeis são aqueles que provocam modificações no patrimônio, e podem ou não alterar o patrimônio líquido (situação líquida patrimonial), interferindo no aspecto qualitativo e/ou quantitativo (exemplo: como compra, venda ou pagamento) (MONTOTO, 2018). http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm 1.3.2 Normas da contabilidade Você deve saber que a contabilidade também possui uma base legal para estudo. Esse alicerce, hoje, se encontra na Lei 6.404/1976 (também chamada de Lei das Sociedades por Ações). É extremamente importante que você saiba os artigos 175 a 204 desta legislação. Aqui no Brasil, devido às convergências internacionais da contabilidade, as Leis 11.638/2007 e 11.941/2009 trouxeram avanços gigantes para esse processo, alterando a Lei 6.404/1976 e permitindo a adoção de diversas normas internacionais pelas empresas brasileiras. ✓ Lei 6.404/1976 – Lei das Sociedades por Ações, artigos 175 a 204; ✓ Lei 11.638/2007 e 11.941/2009 – as principais alterações promovidas por essas leis na Lei 6.404/1976; ✓ Pronunciamentos contábeis – hoje, temos vigentes os pronunciamentos contábeis 00 até o CPC 49; ✓ Lei 12.873/2014 – trata dos efeitos tributários da convergência às normas internacionais. Alguns aspectos pontuais serão tratados no curso. ✓ Código Civil – também apresenta aspectos importantes sobre adoção obrigatória de sistemas de contabilidade pelas empresas brasileiras. O professor Luciano Rosa esquematizou a Lei 6.404/1976 e a disponibilizou em sua plataforma. Acesse o link para baixá-la e fazer uma leitura detalhada da lei. https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/lei-6404-esquematizada-e-atualizada- para-concursos/ 1.3.3 Campo de aplicação da contabilidade O campo de aplicação da contabilidade, segundo a doutrina, são as aziendas. Azienda é o conjunto de bens, direitos e obrigações que constituem o patrimônio e que estejam sob a supervisão do homem. Todas as entidades, mesmo que não visem ao lucro, são consideradas aziendas, afinal, utilizam a ciência contábil para controlar a evolução de seu patrimônio (BACINELLO, 2014). São exemplos de aziendas: empresas, governo, pessoas físicas, entidades de assistência social, enfim, qualquer entidade que tenha a necessidade de controlar um patrimônio, mesmo que não seja https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/lei-6404-esquematizada-e-atualizada-para-concursos/ https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/lei-6404-esquematizada-e-atualizada-para-concursos/ obrigada legalmente à escrituração, como no caso de pessoas físicas. Azienda é uma entidade com ou sem fim lucrativo, com objetivo social ou econômico, de ordem econômico-administrativa, isto é, que possui patrimônio a controlar. Por outra lado, a estrutura conceitual (CPC 00 R2) nos traz outro termo, atualizado, para azienda: é o de entidade que reporta. A entidade que reporta é a entidade que é obrigada a, ou decide, elaborar demonstrações contábeis. A entidade que reporta pode ser uma única entidade ou parte da entidade ou pode compreender mais de uma entidade. Uma entidade que reporta não é necessariamente uma entidade legal. https:/ /www.youtube.com/watch?v=tgKwW00QcVY http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf 1.4 Objeto, funções, finalidade e usuários da contabilidade Toda ciência tem um objeto; o da contabilidade, que é uma ciência social, é o patrimônio da entidade. A contabilidade possui duas funções práticas básicas: administrativa e econômica. O objetivo final da contabilidade é o fornecimento de informações de natureza econômica, financeira e patrimonial para o controle das operações e para o planejamento. 1.4.1 Objeto da contabilidade O objeto delimita o campo de abrangência de uma ciência. Na contabilidade, o objeto é o PATRIMÔNIO de uma entidade, definido como um conjunto de bens e direitos e de obrigações com terceiros, pertencente a uma pessoa física, a um conjunto de pessoas ou a uma sociedade ou instituição de qualquer natureza, independentemente da sua finalidade, que pode ou não incluir o lucro. O objeto da contabilidade é o PATRIMÔNIO e ela estuda seus aspectos QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS. https://www.youtube.com/watch?v=tgKwW00QcVY http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf 1.4.2 Funções da contabilidade Segundo a doutrina, a contabilidade possui duas funções: a função administrativa e a função econômica. Vejamos objetivamente cada uma delas. A contabilidade tem por função administrativa o controle do patrimônio da entidade mediante registro dos fatos contábeis em livros apropriados. Os principais livros são o diário e o razão. A contabilidade tem por função econômica a apuração do resultado líquido (crédito), o qual pode ser positivo (lucro líquido)ou negativo (prejuízo líquido). No âmbito empresarial, a contabilidade, por meio de seus dois principais relatórios contábeis – o balanço patrimonial (BP) e o demonstrativo de resultado (DRE) –, resume o controle do patrimônio e a apuração do resultado. 1.4.3 Finalidade da contabilidade Basicamente, a contabilidade possui a finalidade de controlar o patrimônio administrado e fornecer informações sobre a composição e as variações patrimoniais, bem como sobre o resultado das atividades econômicas desenvolvidas pela entidade para alcançar seus fins. Assim, a contabilidade, por meio do controle do patrimônio, fornece informações úteis para a tomada de decisão (POSSATI, 2020). O objetivo final da contabilidade é o de fornecer informações quantitativas e qualitativas aos seus usuários para tomada de decisões nos processos de controle e planejamento da entidade. Leia também o tópico de introdução do livro Contabilidade geral e avançada (MONTOTO, 2018), disponível em: https://docero.com.br/doc/5c5xn 1.4.4 Usuário da informação contábil A doutrina costuma classificar os usuários da informação contábil em dois grandes grupos: internos e externos. Os usuários internos estão ligados aos objetivos e às atividades da entidade. Como a própria classificação indica, são internos à entidade. Basicamente, são os administradores e acionistas/sócios controladores. Eles influenciam na gestão administrativa da entidade (funções de planejamento e aspectos gerenciais, como políticas de preços, gestão de pessoal, dentre outros). Os usuários externos, por sua vez, não compõem como regra a estrutura da entidade. https://docero.com.br/doc/5c5xn Estão interessados em diversas informações, de acordo com o seu objetivo. Basicamente, englobam os acionistas/sócios não controladores (investidores), bancos, fornecedores, governo, entre outros. Marion (2018) conceitua os usuários, conforme suas necessidades, da seguinte forma: ✓ Investidores: é por meio dos relatórios contábeis que se identifica a situação econômico- financeira da empresa; dessa forma, o investidor tem em mãos os elementos necessários para decidir sobre as melhores alternativas de investimentos. Os relatórios evidenciam a capacidade da empresa de gerar lucrose outras informações; ✓ Fornecedores de bens e serviços a crédito: usam os relatórios para analisar a capacidade de pagamento da empresa compradora; ✓ Clientes: os clientes têm interesse em informações sobre a continuidade operacional da entidade, especialmente quando têm um relacionamento de longo prazo com ela, ou dela dependem, como fornecedora importante; ✓ Bancos: utilizam os relatórios para aprovar empréstimos, limites de crédito etc.; ✓ Governo: não só usa os relatórios com a finalidade de arrecadar impostos, como também para dados estatísticos, no sentido de melhor redimensionar a economia (IBGE, por exemplo); ✓ Sindicatos: utilizam os relatórios para determinar a produtividade do setor, fator preponderante para reajuste de salários; ✓ Outros interessados: funcionário (quer saber se a empresa tem condições de pagar seu salário ou não), órgãos de classes, pessoas e diversos institutos, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Conselho Regional de Contabilidade (CRC), concorrentes etc. . Assista ao vídeo para melhor assimilação do conteúdo: https://www.youtube.com/watch?v=nJBGpFWjdUo Faça também a leitura do capítulo 1 do livro de Marion (2018), disponível na biblioteca virtual no SUAP. MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018103/cfi/6/30!/4/10/4@0:78.3 1.5 O patrimônio e a representação gráfica do patrimônio O termo patrimônio significa, a princípio, o conjunto de bens pertencente a uma pessoa ou a uma empresa. Compõe-se também de valores a receber (ou dinheiro a receber). Por isso, em https://www.youtube.com/watch?v=nJBGpFWjdUo contabilidade, esses valores a receber são denominados direitos a receber ou, simplesmente, direitos. Relacionando-se, todavia, apenas bens e direitos, não se pode identificar a verdadeira situação de uma pessoa ou empresa. É necessário evidenciar as obrigações (dívidas) referentes aos bens ou direitos. Por exemplo, se você disser que tem um apartamento como patrimônio e não fizer referência à dívida com o banco financiador (em caso de ter sido adquirido através desse sistema de crédito), sua informação será incompleta e pouco esclarecedora (MARION, 2018). Para compreender melhor, assista ao vídeo. https://www.youtube.com/watch?v=ltyDuc5zRxI 1.5.1 Bens Entendem-se por bens as coisas úteis, capazes de satisfazer às necessidades das pessoas e das empresas. Se eles têm forma física, são palpáveis, denominam-se bens tangíveis: veículos, imóveis, estoques de mercadorias, dinheiro, móveis e utensílios (móveis de escritório), ferramentas, entre outros (MARION, 2018). Os bens incorpóreos, isto é, não palpáveis, não constituídos de matéria, denominam-se bens intangíveis. Normalmente, as marcas que constituem um bem significativo para as empresas (Nike, Coca-Cola) e as patentes de invenção são exemplos de bens intangíveis (MARION, 2018). Porém, há muitos outros exemplos. Vamos admitir que você tivesse de avaliar seu lar, sua casa. Seria fácil somar os eletrodomésticos, os utensílios, os móveis... Os bens tangíveis. Todavia, algo muito precioso, talvez o mais importante, você não pode avaliar monetariamente: o amor, a comunhão entre os membros de sua família. Estes são exemplos de bens intangíveis. 1.5.2 Direitos Em contabilidade, entende-se por direito ou direito a receber o poder de exigir alguma coisa. São valores a receber, títulos a receber, contas a receber, entre outros (MARION, 2018). Segundo Montoto (2018), os direitos são a parte da riqueza da entidade (empresa) que a ela pertence, mas que está em poder de terceiros; logo, não está disponível para utilização imediata. Como exemplos de outros direitos, podem ser citados: aluguéis a receber, promissórias a receber, ações a receber. https://www.youtube.com/watch?v=ltyDuc5zRxI 1.5.3 Obrigações São dívidas com outras pessoas. Em contabilidade, tais dívidas são denominadas obrigações exigíveis, isto é, compromissos que serão reclamados, exigidos; pagamento na data do vencimento. Uma obrigação exigível bastante comum nas empresas é a compra de mercadorias a prazo (exatamente o contrário de duplicatas a receber): ao comprar a prazo, a empresa fica devendo para o fornecedor da mercadoria; por essa razão, tal dívida é conhecida como fornecedores, embora também possa ser denominada duplicatas a pagar (MARION, 2018). Outras obrigações exigíveis são: com os funcionários – salários a pagar –; com o governo – impostos a pagar –; com as financeiras – financiamentos –; com a Previdência Social e FGTS – encargos sociais a pagar –; com o locador do prédio – aluguéis a pagar –; diversas contas de luz, água, gás etc. – contas a pagar – etc. Representação gráfica do patrimônio Vamos entender um pouco mais sobre bens, direitos e obrigações? https://www.youtube.com/watch?v=KBuwXxbSQxE 1.6 Elementos do patrimônio Os elementos que compõem o patrimônio são três: ativo, passivo e patrimônio líquido. Com base na junção destes três elementos, é possível realizar a mensuração do patrimônio de uma entidade econômico-administrativa. 1.6.1 Ativo Trata-se da parte positiva do patrimônio. É composto pelos bens e direitos, representados monetariamente. O ativo (recursos) representa o resultado de ações adotadas pela entidade e utilizadas para obtenção de resultados futuros. As contas componentes do ativo encontram-se relacionadas do lado esquerdo do balanço patrimonial. https://www.youtube.com/watch?v=KBuwXxbSQxE Segundo o CPC00 (R2), ativo é um recurso econômico presente controlado pela entidade como resultado de eventos passados. Destaca-se que o recurso econômico é um direito que tem o potencial de produzir benefícios econômicos. 1.6.2 Passivo Trata-se da parte negativa do patrimônio. É composto pelas obrigações (dívidas com terceiros). O passivo é oriundo de eventos ocorridos. Espera-se que as saídas de recursos destinadas ao pagamento de tais obrigações gerem benefícios à entidade. Segundo o CPC 00 (R2), passivo é uma obrigação presente da entidade de transferir um recurso econômico como resultado de eventos passados. 1.6.3 Patrimônio líquido O patrimônio líquido (PL) é a diferença entre o ativo e o passivo da entidade. É representado pelo resultado da equação: bens + direitos – obrigações. Também recebe o nome de situação líquida patrimonial. O PL é a representação dos resultados líquidos da entidade. Serve para medir as condições econômicas e financeiras das instituições. Encontra-se do lado passivo do balanço patrimonial visando manter o equilíbrio. Mesmo estando expresso no lado direito do balanço patrimonial, não é um passivo exigível, mas sim um passivo não exigível, uma vez que representa obrigações da entidade com os sócios (BACINELLO, 2014). Nesse sentido, o patrimônio líquido da entidade pode ser proveniente de investimentos dos sócios (em troca de ações, quotas ou participações de outra natureza) ou de lucros acumulados pela atividade da empresa e ainda não distribuídos. Para aprofundamento e exemplos sobre o Patrimônio, leia o capítulo 2 (p. 15) do livro de Marion (2018), disponível na biblioteca virtual no SUAP. MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018103/ Assista ao vídeo para aprofundamento do assunto, baseado no livro Contabilidade Básica do professor Marion (2018), disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=5dYY5lW52V0 Assista ao vídeo para entender os termos capital, origem e aplicação de recursos. https://www.youtube.com/watch?v=tvcLFD6HMSI https://www.youtube.com/watch?v=tvcLFD6HMSI 1.6.3.1 Equação patrimonial A equação patrimonial demonstra que o total do ativo é igual ao total do passivo. Como já sabemos, o patrimônio = bens + direitos (elementos positivos do patrimônio) + obrigações (elementos negativos do patrimônio). O patrimônio líquido é a diferença entre os elementos positivos do patrimônio e os elementos negativos do patrimônio. PL = elementos positivos do patrimônio – elementos negativos do patrimônio PL = bens + direitos – obrigações Assim, chegamos à equação patrimonial: PL=A- P ou A=PL+P , em que: A = ativo (bens + direitos) P = passivo exigível (obrigações)PL = patrimônio líquido Conclusões que podemos extrair da equação patrimonial: 1ª) Passivo total = passivo exigível + passivo não exigível. 2ª) Capital total à disposição da empresa = capital de terceiros + capital próprio. Como o total do ativo (capital aplicado) é igual ao total do passivo (capital total à disposição da empresa), temos: capital aplicado = capital total à disposição da empresa. 3ª) Origem dos recursos = recursos de terceiros + recursos próprios. Como o total do ativo (aplicações dos recursos) é igual ao total do passivo (origem dos recursos), temos: aplicações dos recursos = origem dos recursos (POSSATI, 2020). 1.6.3.2 Situações líquidas patrimoniais Os elementos componentes do patrimônio poderão assumir valores diferentes. O ativo poderá ser maior ou igual a zero; o passivo poderá ser maior ou igual a zero; e o patrimônio líquido poderá ser maior, menor ou igual a zero. Salienta-se que ativo e passivo não poderão ser negativos. Ao analisarmos os possíveis resultados da equação patrimonial, poderemos observar as seguintes situações patrimoniais: 1º caso: situação líquida positiva; situação líquida ativa; situação líquida superavitária (SL > 0). Ocorre quando o total da soma dos ativos (bens + direitos) excede as obrigações com terceiros. Neste caso, diz-se que a empresa possui riqueza própria. A > P à A – P > 0 à SL > 0 2º caso: situação líquida nula; situação líquida compensada (SL = 0). Ocorre quando o total da soma das obrigações com terceiros é igual à soma dos ativos (bens + direitos). Neste caso, diz-se que a riqueza própria da empresa é inexistente. A = P à A – P = 0 à SL = 0 3º caso: situação líquida negativa; situação líquida passiva; situação líquida deficitária; passivo a descoberto (SL < 0). Ocorre quando as obrigações com terceiros são nulas. Neste caso, a soma dos ativos (bens + direitos) é igual ao patrimônio líquido da empresa. Quando o valor do passivo é maior que o do ativo, ocorre a situação de passivo a descoberto. A < P à A – P < 0 à SL < 0 4º caso: situação líquida plena ou propriedade total de ativos. Ocorre quando as obrigações com terceiros são nulas. Neste caso, a soma dos ativos (bens + direitos) é igual ao patrimônio líquido da empresa. Conclusão: a seguinte relação é aplicável a todas as entidades: A ≥ 0, P ≥ 0 e SL > 0 ou SL < 0 ou SL = 0 a) O valor registrado no patrimônio líquido de uma companhia nunca pode ser superior ao valor total de seus ativos. b) Tanto o ativo como o passivo podem ser maiores ou iguais a zero. No entanto, jamais poderão ser negativos. c) O patrimônio líquido pode ser positivo, negativo ou nulo. (POSSATI, 2020). Dica de ouro! No quadro 1, são apresentados os sinônimos para os componentes patrimoniais, bem como as principais características de cada elemento do balanço patrimonial. Quadro 1. Sinônimos dos elementos patrimoniais ATIVO (AT) PASSIVO (PA) Sinônimos para o ativo Capital aplicado Capital investido Patrimônio bruto Investimentos Sinônimos para o passivo Passivo exigível Capital de terceiros Capital alheio Recursos de terceiros Características do ativo Características do passivo - Bens + direitos; - Trata-se da parte positiva do patrimônio; - Representa o resultado de ações adotadas pela entidade e utilizadas para obtenção de resultados futuros; - Lado esquerdo do balanço patrimonial; - Aplicação de recursos (onde foi investido o dinheiro). - Obrigações; - Trata-se da parte negativa do patrimônio; - Representa as dívidas com terceiros (obrigações); - Lado direito do balanço patrimonial; - Origem ou fonte de recursos (onde conseguiu o dinheiro). PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL) Sinônimos para o patrimônio líquido Passivo não exigível Situação líquida Riqueza própria (líquida) Recursos próprios Capital próprio Representa obrigações da entidade com os sócios PL= A-P PL=B+D-O TOTAL DO ATIVO Capital aplicado = capital total à disposição da empresa TOTAL DO PASSIVO Passivo total = passivo exigível + passivo não exigível Fonte: elaborado pela autora. Finalizamos aqui mais uma unidade, espero que tenha compreendido o conteúdo abordado e que você leve esse conhecimento para sua vida contidiana, tanto na vida financeira quanto nas suas tomadas de decisões. Referências BACINELLO, Edilson; BOM FIM, Jaqueline P. Contabilidade Geral. Cuiabá: UFMT, 2014. BRASIL. Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm. Acesso em: 15 mar. 2021. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm COMITÊ de Pronunciamentos Contábeis. Estrutura conceitual. Disponível em: http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/455_CPC00%20Pronunciamento.pdf. Acessoem: 15 mar. 2021. CONSELHO Federal de Contabilidade. Legislações. Disponível em: https://cfc.org.br/legislacao/. Acesso em: 18 mar. 2021. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. 11.ed. São Paulo: Atlas, 2015. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522496242/.Acesso em: 14 mar. 2021. IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não contadores: para as áreas de administração, economia, direito e engenharia. 8. ed. SãoPaulo: Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597016932. Acesso em: 14 mar. 2021. MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018103/.Acesso em: 14 mar. 2021. MONTOTO, Eugênio. Contabilidade geral e avançada esquematizado. 5. ed. SãoPaulo: Saraiva Educação, 2018. PORTAL de Contabilidade. História da contabilidade. Disponível em: http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm. Acesso em: 14 mar.2021. POSSATI, Gilmar. Contabilidade geral. São Paulo: Estratégia Concursos, 2020. VICECONTI, Paulo; NEVES, Silvério das. Contabilidade básica. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547220921/. Acesso em: 18 mar.2021 UNIDADE II: DAS CONTAS Prezado(a) estudante, Nesta unidade, estudaremos as contas contábeis: teoria, função, subcontas; débito, crédito e saldos; classificação das contas: contas patrimoniais e de resultado; função econômica da contabilidade: rédito, receita despesas e regimes contábeis. O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga: ✓ Conceituar conta e plano de contas; http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/455_CPC00%20Pronunciamento.pdf https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597016932 http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm ✓ Distinguir contas patrimoniais de contas de resultado; ✓ Reconhecer o significado dos termos débito e crédito em contabilidade. Bons estudos! 2.1 Contas contábeis As contas contábeis são utilizadas para registrar elementos semelhantes do patrimônio, possibilitando o controle e o acompanhamento necessários ao fornecimento de informações para a tomada de decisão e para o controle do patrimônio. Sendo assim, a conta “caixa”, por exemplo, é uma conta do ativo que registra as variações ocorridas com o numerário que a empresa guarda fora do banco. Nessa esteira, contas são nomes que qualificam os elementos patrimoniais e quantificam-nos por meio de saldos devedores e credores. Diante disso, vamos estudar as características dessas contas 2.1.1 Teoria das contas Ao longo dos anos, houve várias escolas que se especializaram nos estudos contábeis, notadamente na teoria das contas, entre as quais podemos destacar três: personalista, materialista e patrimonialista. Na teoria personalista, cada conta assume a configuração de uma pessoa no seu relacionamento com a empresa ou entidade. Assim, caixa, bancos, duplicatas a receber, fornecedores, capital, receitas e despesas representam pessoas com as quais a entidade mantém relacionamento de débito e crédito (VICECONTI; NEVES, 2017). Segundo esta teoria, as contas se classificam em: ✓ Contas dos agentes consignatários – representam os bens da empresa; ✓ Contas dos agentes correspondentes – representam os direitos e as obrigações da entidade perante terceiros; ✓ Contas dos proprietários – são as contas do patrimônio líquido e suas variações, inclusive as receitas e despesas. Na teoria materialista, as contas representam relações materiais e se classificam em dois grandes grupos: ✓ Contas integrais – representam bens, direitos e PE; ✓ Contas diferenciais – representam as contas do patrimônio líquido (PL) e suas variações, inclusive receitas e despesas. O patrimônio é constituído pelas contas materiais ou integrais, ou seja, as representativas dos bens, dos direitos e das obrigações. As contas de PL representam a diferença entre os bens, os direitos e as obrigações, sendo, portanto, contas diferenciais. Na teoria patrimonialista, entende-se que o patrimônio é o objeto a ser administrado (essa é a teoria adotada no Brasil). Dessa forma, esta teoria separa as contas que representam a situação estática (patrimônio ou A = PE + PL) das contas que representam a dinâmica da situação (receitas e despesas): ✓ Contas patrimoniais – representam a situação estática, ou seja, o patrimônio: bens, direitos, PE e PL; ✓ Contas de resultado – representam a situação dinâmica, ou seja, as contas que alteram o patrimônio líquido: receitas e despesas. 2.1.2 Função e estrutura das contas A função das contas é representar os itens patrimoniais e de resultado. Assim, as contas exercem um importante papel no processo contábil, pois controlam e movimentam todos os componentes patrimoniais. A utilização das contas permite à contabilidade atingir a sua principal finalidade: fornecer informações aos seus usuários acerca do patrimônio e de suas variações. As contas contábeis possuem uma estruturação, composta por elementos essenciais, necessários para a identificação e a mensuração dos fatos contábeis. A estrutura padrão da conta completa possui: nome (título) da conta; data da operação; histórico da operação; débito (valor); crédito (valor); saldo (valor). Essa estrutura é encontrada no livro razão. No entanto, para fins de controle da movimentação das contas, existe uma estrutura simplificada das contas contábeis, o que a doutrina chama de “conta em T” ou “razonete”. 2.1.3 Contas e subcontas As contas contábeis podem ser subdivididas em subcontas de maneira a individualizar o registro, melhorando o controle contábil. Por exemplo: Quadro 2. Contas e subcontas Código Descrição Saldo 1.1.2 Bancos 120.000,00 1.1.2.1 Banco do Brasil 50.000,00 1.1.2.2 Caixa Econômica Federal 70.000,00 Fonte: Possati (2020). Perceba que a conta “bancos” foi subdividida nas contas “Banco do Brasil” e “Caixa Econômica Federal”, melhorando o controle contábil. Destaca-se que, quando da publicação das demonstrações, a entidade poderá publicar apenas o saldo consolidado, nesse caso, os R$ 120.000,00. A partir desse entendimento, podemos classificar as contas da seguinte forma: ✓ Contas sintéticas: contas que consolidam os saldos de contas a ela vinculadas. Perceba que a conta “bancos”, no nosso exemplo, “sintetiza” (resume) o estado patrimonial dos elementos aos quais se refere; ✓ Contas analíticas: são as contas utilizadas para controle e acompanhamento específicos. No nosso exemplo, as contas “Banco do Brasil” e “Caixa Econômica Federal” representam contas analíticas. Para revisar o que foi estudado até o momento sobre as contas, assista ao vídeo disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Q-9yGUwxQAg 2.2 Classificação das contas De acordo com os ensinamentos contábeis, as contas são classificadas em dois grupos: contas patrimoniais e contas de resultado. 2.2.1 Contas patrimoniais As contas patrimoniais são aquelas que representam a situação estática, o patrimônio: bens, direitos, obrigações e o patrimônio líquido. Podem ser ativas quando representarem bens e direitos, ou passivas, quando representarem obrigações (BACINELLO, 2014). As contas patrimonias ativas terão sempre saldo devedor e serão dispostas no lado esquerdo do balanço patmonial e as contas patrimoniais passivas possuirão sempre saldo credor e estarão representadas no lado direito do balanço patrimonial. São exemplos de contas patrimoniais: caixa, http://www.youtube.com/watch?v=Q-9yGUwxQAg veículos, bancos, duplicatas pagar etc. 2.2.2 Contas de resultado Contas de resultado são aquelas que representam a situação dinâmica possibilitada pelas contas de receitas e despesas, ou seja, aquelas que alteram o patrimônio líquido da entidade. As contas de receitas e despesas surgem durante o exercício social e encerram-se no fim do exercício; não aparecemexpressas no balanço patrimonial, porém é através delas que se visualiza se a entidade auferiu lucro ou teve prejuízo (BACINELLO, 2014). A receita é definida no pronunciamento conceitual básico (CPC 00) como aumentos nos ativos, ou reduções nos passivos (vendas, perdão de dívida), exceto aqueles referentes a contribuições de detentores de direitos sobre o patrimônio (subscrição de capital) que resultam em aumentos do patrimônio líquido da entidade. A receita corresponde, em geral, a vendas de mercadorias ou prestações de serviços. A despesa é definida no pronunciamento conceitual básico (CPC 00) como reduções nos ativos ou aumentos nos passivos (despesas administrativas, impostos a pagar), exceto aqueles referentes a distribuições aos detentores de direitos sobre o patrimônio (dividendos) que resultam em reduções no patrimônio líquido Nesse sentido, podem diminuir o ativo e/ou aumentar o passivo, mas sempre provocam diminuições na situação líquida ou patrimônio líquido da entidade (VICECONTI; NEVES, 2017). As contas de despesas apresentarão sempre saldo devedor e as contas de receitas apresentarão sempre saldo credor. São exemplos de contas de resultado: despesas de salários, receitas de vendas, receitas de aluguéis etc. Assista ao vídeo para saber mais sobre as contas patrimoniais e de resultado. https://www.youtube.com/watch?v=Y2lmIeSSYF0 Segundo Viceconti e Neves (2017), o resultado é a diferença entre o valor das receitas e o valor das despesas. Pode ser: a) Positivo ou lucro – ocorre quando o valor das receitas é superior ao valor das despesas; b) Negativo ou prejuízo – ocorre quando o valor das receitas é inferior ao valor das despesas; c) Nulo – ocorre quando o valor das receitas é igual ao valor das despesas. https://www.youtube.com/watch?v=Y2lmIeSSYF0 Uma RECEITA recebida antecipadamente não é considerada uma RECEITA, mas sim uma DÍVIDA, porque não foi ganha. Dizemos que é uma receita a apropriar (a ganhar). Ganhar significa fechar um negócio e concluir uma transação comercial, o que ocorre quando entregamos a mercadoria, produto ou serviço. Uma DESPESA paga antecipadamente não é uma DESPESA do período, é um DIREITO que deve ser registrado no ATIVO. Agora, vamos conhecer alguns conceitos importantes para a contabilidade. 2.2.3 Conceitos importantes Abordaremos alguns conceitos importantes que facilitarão seu entendimento acerca dos conteúdos a seguir. Rédito O termo rédito é mais amplo que resultado; nas entidades sem fins lucrativos, representa o superávit ou o déficit de suas atividades sociais. É o resultado da atividade econômica das entidades com fins lucrativos e provoca variação patrimonial, aumentativa ou diminutiva. Regime de caixa Na apuração dos resultados (rédito) do exercício, o regime de caixa ocorre quando são considerados apenas os pagamentos e recebimentos efetuados no período contábil. Regime de competência O regime de competência acontece quando, na apuração dos resultados (rédito) do exercício, são consideradas as receitas e despesas nas datas a que se referirem, independentemente de seus recebimentos ou pagamentos. A legislação comercial, por meio da Lei 6.404/1976, art. 177, torna o regime de competência de aplicação obrigatória pelas sociedades anônimas, e a legislação do imposto de renda (Decreto-lei 1.598/1977, art. 7º) também obriga sua adoção pelas empresas que declararem renda pelo lucro real. Assista aos vídeos abaixo para aprofundar o seu conhecimento sobre os regimes contábeis. https://www.youtube.com/watch?v=F3GCrYl- GUs&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvgBEFDPX3Wci9AlC5&index=17 2.3 Plano de contas O plano de contas é um conjunto de contas, diretrizes e normas que disciplina as tarefas do setor de contabilidade. Nessa esteira, seu objetivo é uniformizar os registros contábeis de uma https://www.youtube.com/watch?v=F3GCrYl-GUs&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvgBEFDPX3Wci9AlC5&index=17 https://www.youtube.com/watch?v=F3GCrYl-GUs&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvgBEFDPX3Wci9AlC5&index=17 entidade. Para tanto, o plano de contas relaciona todas as contas a serem utilizadas no registro das variações patrimoniais. Nesse ponto, vale destacar que o plano de contas deve ser flexível, permitindo a exclusão ou inclusão de contas, acompanhando a dinâmica das operações da entidade. Além disso, destaca-se que, em geral, cada entidade elabora o seu plano de contas de acordo com suas peculiaridades (POSSATI, 2020). Segundo a doutrina, um plano de contas deve conter no mínimo as seguintes partes: elenco de contas, manual de contas e modelos de demonstrações padronizadas. Como forma de apresentação e organização, os planos de contas apresentam uma codificação, ou seja, cada conta contábil apresentará um código. A seguir, no quadro 3, temos um exemplo básico dessa codificação: Quadro 3. Codificação das contas Código da conta Descrição da conta 1. Ativo 1.1 Ativo circulante 1.1.1 Disponível 1.1.1.1 Caixa 1.2 Ativo não circulante Fonte: Possati (2020). O elenco de contas (ou rol de contas) nada mais é do que a relação de contas (intitulação) e respectivos códigos utilizados pela entidade. Já o manual de contas objetiva apresentar informações detalhadas de cada conta, ou seja, é um guia para o contabilista registrar uniformemente todos os eventos envolvidos na gestão do patrimônio da entidade. A ITG 1000 estabelece critérios e procedimentos simplificados a serem observados pelas entidades. É apresentado nessa norma um modelo de plano de contas para ser seguido. A seguir, abra o link para baixar a ITG 1000 e veja seu modelo de plano de contas. https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/Res_1418.pdf Para aprofundar o assunto sobre o plano de contas, assista ao vídeo abaixo: https://www.youtube.com/watch?v=dvRJGi8qfpY https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/Res_1418.pdf https://www.youtube.com/watch?v=dvRJGi8qfpY 2.4 Partidas dobradas A essência deste método, universalmente aceito, conforme Viceconti e Neves (2017), é que o registro de qualquer operação implica que um débito em uma ou mais contas deve corresponder a um crédito equivalente, em uma ou mais contas, de forma que a soma dos valores debitados seja sempre igual à soma dos valores creditados, ou, simplificando: Não há débito sem crédito correspondente A soma dos débitos é sempre igual à soma dos créditos. Um ou mais débitos em uma ou mais contas deve corresponder a um ou mais créditos de valor equivalente em uma ou mais contas. 2.4.1 Débito, crédito e saldo Viceconti e Neves (2017) abordam o conceito de débito, crédito e saldo. O débito representa a situação de dívida de responsabilidade da conta. As contas que representam bens, direitos, despesas e custos têm saldo devedor. O crédito representa a situação de direito de haver da conta. As contas que representam obrigações (P), PL e receitas têm saldo credor. O saldo de uma conta representa a diferença entre o valor do débito e do crédito. Os saldos podem ser devedor, credor ou nulo. a) Devedor – quando o valor do débito for superior ao do crédito (D > C). b) Credor – quando o valor do crédito for superior ao do débito (D < C). c) Nulo – quando o valor do débito for igual ao do crédito (D = C). Você ainda se sente confuso quanto ao conceito de débito e crédito? Assista ao vídeo abaixo para aprofundar o seu entendimento sobre o assunto. https://www.youtube.com/watch?v=FLYBWM8bPa0 Faça a leitura do capítulo 2 (p. 33-61) do livro de VICECONTI, P.; NEVES, S. das. Contabilidade básica. São Paulo: Saraiva, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547220921/ https://www.youtube.com/watch?v=FLYBWM8bPa0 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547220921/ Referências COMITÊ de Pronunciamentos Contábeis. Estruturaconceitual. Disponível em: http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/455_CPC00%20Pronunciamento.pdf. Acesso em: 15 mar. 2021. MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018103/. Acesso em: 14 mar. 2021. MONTOTO, Eugênio. Contabilidade geral e avançada esquematizado. 5. ed. SãoPaulo: Saraiva Educação, 2018. VICECONTI, Paulo; NEVES, Silvério das. Contabilidade básica. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547220921/. Acesso em: 18 mar.2021 UNIDADE III: ESCRITURAÇÃO E LANÇAMENTOS CONTÁBEIS Prezado(a) estudante, Nesta unidade, estudaremos sobre os livros contábeis: livro diário, livro razão e razonetes, livro caixa, lançamentos contábeis, apuração do resultado do exercício e balancete de verificação. O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga: ✓ Apresentar elementos necessários à escrituração contábil; ✓ Reconhecer as fases da escrituração contábil e os livros para onde são destinadas essas informações; ✓ Apurar o resultado do exercício e o balancete de verificação. Bons estudos! 3.1 Escrituração Escrituração é a técnica encarregada do registro dos fatos contábeis ocorridos emuma entidade, visando ao controle do patrimônio, à apuração dos resultados dos exercícios sociais e à http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/455_CPC00%20Pronunciamento.pdf https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018103/ prestação de informações aos diversos usuários da informação contábil; ou seja, a escrituração é a base dos relatórios contábeis, que são, em última análise, os meios de comunicação da entidade com o mundo exterior ou interessados na informação contábil. Os livros utilizados pelas empresas para realizar suas escriturações de forma ampla estão subdivididos em quatro tipos: livros fiscais; livros societários; livros trabalhistas; livros contábeis. Todavia, os livros que mais nos interessam aqui são aqueles que servem de base para o registro dos fatos contábeis, os quais estão normalizados pelo Conselho Federal de Contabilidade em diversas normas e são exigidos tanto pela legislação comercial como fiscal: os livros contábeis. Os livros contábeis podem ser classificados de acordo com sua utilidade, natureza e finalidade. ✓ Principal: registra todos os eventos da entidade (diário e razão); ✓ Auxiliar: registra eventos específicos ou grupos de eventos (outros livros); ✓ Cronológico: registra os fatos em ordem cronológica diariamente (diário); ✓ Sistemático: registra os fatos de mesma natureza (por exemplo, razão); ✓ Obrigatório: é o exigido por alguma legislação; ✓ Facultativo: é o livro que as entidades utilizam sem que haja exigência legal. 3.1.1 Livro diário Como o próprio nome diz, ele registra todas as movimentações de valores da empresa, mesmo as que não geram alterações nas finanças, como as provisões de recebíveis e obrigações. O início e o final são marcados por termos de abertura e encerramento assinados e que devem levar a autenticação da junta comercial. Neles, são colocados os dados empresariais e o período compreendido pelo livro. Os registros são elencados em ordem cronológica e de lançamento, do primeiro ao último dia de cada ano, mostrados em partidas dobradas, como lançados, com data, valor e breve histórico escrito. E é exatamente esta a sua função: documentar toda a movimentação da escrituração em débito e crédito. Livro diário é obrigatório? Conforme o quadro 4, as formalidades do livro podem ser extrínsecas e intrínsecas. Quadro 4. Formalidades Formalidades Extrínsecas Intrínsecas ✓ Encadernado, com páginas numeradas; ✓ Termos de abertura e fechamento; ✓ Registro em órgão competente (junta comercial ou cartório). ✓ Ordem cronológica; ✓ Sem rasuras, emendas ou borrões; ✓ Língua e moeda nacionais; ✓ Sem espaços ou linhas em branco. 3.1.2 Fórmulas de lançamento As fórmulas de lançamento contábeis são quatro: de uma conta devedora contra uma conta credora; de uma conta devedora contra várias credoras; de várias contas debitadas e apenas uma conta creditada; de várias contas debitadas e várias contas creditadas. O principal objetivo de um lançamento contábil é fazer o registro dos fatos contábeis de uma empresa. Portanto, consiste em registrar os valores que impactam o ativo, o passivo e o patrimônio líquido de um negócio e, consequentemente, as suas receitas e despesas. Esse registro é fundamental para dar ao empreendedor uma visão clara do como está a saúde financeira da sua empresa, seu fluxo de caixa e o desempenho do seu negócio. Com informações precisas em mãos, as tomadas de decisão para o futuro da empresa são feitas de forma muito mais assertiva. No entanto, existe uma maneira certa de realizar esse processo. Por isso, confira quais são os tipos de lançamentos contábeis existentes, qual a característica de cada um e como registrá-los da maneira correta. 3.1.2.1 Lançamento de primeira fórmula É quando o fato contábil envolve uma conta a ser debitada e uma conta a ser creditada (MONTOTO, 2018). Histórico: Compra à vista de veículo no valor de R$ 20.000,00. Data do lançamento: 15/04/2021 Lançamento: Débito: Veículo ............................. 20.000,00. Crédito: Caixa .............................. 20.000,00. 3.1.2.2 Lançamento de segunda fórmula É quando o fato contábil envolve uma conta a ser debitada e mais de uma conta a ser creditada (MONTOTO, 2018). Histórico: Recebimento de duplicatas no valor de R$ 30.000,00, com juros de 10%. Data do lançamento: 17/04/2021 Lançamento: Débito: Caixa ...................................... 33.000,00. Crédito: Duplicatas a receber ............. 30.000,00. Crédito: Juros ativos .............................. 3.000,00. 3.1.2.3 Lançamento de terceira fórmula É quando o fato contábil envolve mais de uma conta a ser debitada e uma conta a ser creditada (MONTOTO, 2018). Histórico: Pagamentos de duplicatas no valor de R$ 20.000,00, com juros de 10%. Data do lançamento: 20/04/2021 Lançamento: Débito: Duplicatas a pagar....................... 20.000,00. Débito: Juros passivos .............................. 2.000,00. Crédito: Caixa .......................................... 22.000,00 3.1.2.4 Lançamento de quarta fórmula É quando o fato contábil envolve mais de uma conta a ser debitada e mais de uma conta a ser creditada (MONTOTO, 2018). Histórico: Venda à vista de mercadorias no valor de R$ 60.000,00 ao custo de R$ 40.000,00. Data do lançamento: 20/02/2020 Lançamento: Débito: Caixa ..................................... 60.000,00. Débito: CMV ................................... 40.000,00. Crédito: Vendas ................................ 60.000,00. Crédito: Mercadorias ......................... 40.000,00. 3.1.3 Livro razão e razonete As partidas de diário devem ser transportadas para o livro razão, que é um livro sistemático porque destina uma página para cada conta, retratando os saldos das contas. O livro razão é indispensável em qualquer empresa, por demonstrar de forma analítica as contas escrituradas no livro diário. Ele é obrigatório para as empresas cuja tributação do imposto de renda tem, como base, o lucro real. A autenticação do livro razão é dispensada pela junta comercial, pois se trata de uma cópia autêntica daquilo que já foi escriturado no livro diário. A legislação atual do imposto de renda não impõe a obrigatoriedade de encadernação do livro razão. Ele apenas deve ser mantido em boa ordem e seguir as normas da legislação comercial e fiscal. Ainda assim, deve conter o termo de abertura e de encerramento, além da assinatura do representante legal da empresa e do contador responsável. 3.1.3.1 Razonete O razonetenada mais é que um espelho do resumido do livro razão, facilitando a consulta rápida dos resultados. No lado esquerdo do razonete, são lançados os débitos (saldos devedores) e, no lado direito, são lançados os créditos (saldos credores), ficando o nome da conta na parte de cima do T. Sendo assim, de um lado do razonete, registram-se os aumentos e, do outro, as diminuições. Nos razonetes, são identificados: ✓ O nome da conta com o respectivo grupo; ✓ Os lançamentos a débito e a crédito; ✓ Os totais de débitos e créditos; ✓ O saldo da conta, que poderá ser devedor ou credor. 3.1.4 Livro caixa É um livro auxiliar e sistemático, porque somente registra os fatos que envolvem movimentação de dinheiro; só registra os fatos da espécie caixa. É obrigatório para empresas optantes pelo lucro presumido (Lei 8.541/1992) (MONTOTO, 2018). 3.2 Lançamento contábil – mecanismo do débito e do crédito O lançamento contábil refere-se ao registro dos fatos contábeis (aqueles que provocam mudanças na composição do patrimônio ou do resultado da empresa) nos livros de escrituração comercial da empresa – livros diário e razão. O lançamento é feito nas contas que registram o patrimônio da sociedade, e podem ser pertencentes ao grupo do ativo, do passivo ou do PL. Vamos relembrar um conceito importante! Antes de seguir com a leitura, assista ao vídeo para um entendimento prévio do conteúdo: https://www.youtube.com/watch?v=rVN8vD64DHA A conta que receberá o primeiro registro será a conta devedora, que indicará a aplicação do recurso efetuado pela entidade ou empresa, e o segundo registro será efetuado na conta credora, que indicará a origem do recurso aplicado. O estudante poderá, também, lançar mão do seguinte raciocínio: quem recebe recursos é debitado, e quem paga é creditado. 3.3 Balancete de verificação O balancete de verificação é elaborado com base nos saldos de todas as contas do livro razão (razonetes). Segundo o método das partidas dobradas, cada débito corresponde a um crédito de igual valor, de forma que, apurando-se os saldos das contas do livro razão em determinado momento, a soma dos saldos devedores deve, obrigatoriamente, ser igual à soma dos saldos credores (MONTOTO, 2017). O principal objetivo do balancete de verificação é o de testar (verificar) se o método das partidas dobradas foi respeitado. Portanto, o único erro de escrituração é a troca de saldos (devedores por credores e vice-versa). Veja um exemplo de balancete de verificação no quadro 5. Quadro 5. Balancete de verificação ESQUEMA Das contas Saldos Devedores Credores Totais 0,00 0.00 Fonte: Viceconti e Neves (2017). https://www.youtube.com/watch?v=rVN8vD64DHA https://www.youtube.com/watch?v=4gcMUmI4IcI&list=PLX4skTGVrWU_medoaCP9 9ieEzTvlXIzQ&index=8 3.4 Transferência dos saldos das contas de resultado para a conta de apuração do resultado do exercício (ARE) No final do período, as contas de resultado serão encerradas contra uma conta denominada apuração do resultado do exercício (ARE) em que, como o próprio nome indica, será apurado o resultado, isto é, se a empresa teve lucro, prejuízo ou resultado nulo em suas atividades em determinado exercício social (VICECONTI; NEVES, 2017). As contas relativas às receitas, por possuírem saldo credor, serão encerradas debitando-se a respectiva conta pelo valor do saldo (portanto, tornando o saldo nulo e encerrando a conta) e creditando- se à conta ARE. O saldo final da conta ARE, se credor, significará que as receitas foram maiores que as despesas e, portanto, a empresa obteve lucro em suas atividades. Se devedor, significará que as despesas foram superiores às receitas e a empresa teve prejuízo. Se as receitas forem iguais às despesas, o saldo da conta ARE será nulo. Assista ao vídeo abaixo para melhor entendimento dos exercícios de fixação. https://www.youtube.com/watch?v=GN7nOZNcaCA&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvg BEFDPX3Wci9AlC5&index=16 Faça a leitura do exercício de fixação do capitulo 2 (p. 42) do livro de VICECONTI, P.; NEVES, S. das. Contabilidade básica. São Paulo: Editora Saraiva, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547220921/ Exemplo 1:Faça o lançamento diário das seguintes operações da Cia. Muito Fácil Ltda.: 1. Integralização de capital social em 01/05/2012, no valor de R$ 20.000,00, sendo R$ 13.000,00 em dinheiro e R$ 7.000,00 em mercadorias; 2. Compra de um terreno pelo valor de R$ 4.000,00, com uma entrada em dinheiro de R$ 2.000,00 e o restante para 30 dias; 3. Compra de mercadoria por R$ 7.800,00, com uma entrada de R$ 4.000,00; https://www.youtube.com/watch?v=4gcMUmI4IcI&list=PLX4skTGVrWU_medoaCP9 https://www.youtube.com/watch?v=4gcMUmI4IcI&list=PLX4skTGVrWU_medoaCP99ieEzTvlXIzQ&index=8 http://www.youtube.com/watch?v=GN7nOZNcaCA&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvg http://www.youtube.com/watch?v=GN7nOZNcaCA&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvg https://www.youtube.com/watch?v=GN7nOZNcaCA&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvgBEFDPX3Wci9AlC5&index=16 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547220921/ 4. Venda de mercadoria por R$ 6.000,00 à vista; 5. O custo das mercadorias vendidas na operação anterior é de R$ 3.000,00; 6. Pagamento de salários do mês no valor de R$ 1.500,00; 7. Pagamento de R$ 3.000,00 em dinheiro referente à compra de mercadorias. Com base nos dados fornecidos anteriormente, pede-se: a) Fazer os lançamentos contábeis; b) Abrir os razonetes com os saldos das contas; c) Levantar o balancete de verificação; d) Apurar o resultado; e) Elaborar o balanço patrimonial. a) Lançamentos b) Razonetes c) Balancete de verificação Quadro 06. Balancete de verificação Balancete de verificação Das contas Saldos Devedores Credores Caixa 8.500 Capital social 20.000 Mercadorias/estoque 11.800 Terreno 4.000 Contas a pagar 2.800 Despesas de salário 1.500 Receitas de vendas 6.000 CMV 3.000 Total 28.800 28.800 d) Apuração do resultado e) Balanço patrimonial Quadro 07. Elaboração do balanço patrimonial Balanço patrimonial Ativo Passivo e patrimônio líquido Caixa 8.500 Passivo Mercadoria/ Estoque 11.800 Contas a pagar 2.800 Não circulante Patrimônio líquido Capital social PL. Lucro líquido 20.000 1.500 Terreno 4.000 Total 24.300 Total 24.300 Referências BRASIL. Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm.Acesso em: 15 mar. 2021. MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018103/. Acesso em: 14 mar. 2021. MONTOTO, Eugênio. Contabilidade geral e avançada esquematizado. 5. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. VICECONTI, Paulo; NEVES, Silvério das. Contabilidade básica. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547220921/. Acesso em: 18 mar.2021. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018103/ UNIDADE IV: PRINCIPAIS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Prezado(a) estudante, Parabéns por ter chegado até aqui. Esta é a nossa última unidade temática, e nela estudaremos o conceito de relatório contábil; introdução às demonstrações financeiras: períodos de apresentação das demonstrações financeiras; introdução ao balanço patrimonial e à demonstração do resultado do exercício. Ressalto que o resumo desta unidade foi baseado, principalmente, nos livros dos autores Marion (2018), Montoto (2018) e Viceconti e Neves (2017), e que não se pretendeu esgotar os assuntos, mas trazer uma base do estudoda nossa disciplina. O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga: ✓ Conhecer a obrigatoriedade da divulgação das demonstrações financeiras; ✓ Interpretar e aplicar as duas principais demonstrações financeiras: BP e DRE; ✓ Diferenciar as contas do ativo, do passivo e do balanço patrimonial; Aproveite os estudos! 4.1 Introdução às demonstrações financeiras Os dados coletados pela contabilidade são apresentados periodicamente aos interessados de maneira resumida e ordenada, formando, assim, os relatórios contábeis. Os relatórios são elaborados de acordo com as necessidades dos usuários. Dos inúmeros relatórios que há em contabilidade, destacam-se aqueles que são obrigatórios de acordo com a legislação brasileira. Esses relatórios são conhecidos como demonstrações financeiras ou, ainda, demonstrações contábeis. Convido você, primeiramente, a assistir ao vídeo sobre as principais demonstrações financeiras. Depois, daremos seguimento ao assunto. https://www.youtube.com/watch?v=tV9PK9bileQ https://www.youtube.com/watch?v=tV9PK9bileQ 4.1.1 Principais demonstrações financeiras Segundo o art. 176 da Lei 6.404/1976, ao fim de cada exercício social, a diretoria deve elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: ✓ Balanço patrimonial (BP); ✓ Demonstração dos lucros e prejuízos acumulados (DLPA); ✓ Demonstração do resultado do exercício (DRE); ✓ Demonstração dos fluxos de caixa (DFC); ✓ Demonstração do valor adicionado (DVA). O tratamento dessas demonstrações financeiras varia de acordo com o tipo de constituição da sociedade empresarial. Há dois tipos principais: as sociedades anônimas (S.A.) e as sociedades por quotas de responsabilidade limitada (Ltda.). ✓ A elaboração da DLPA é dispensada, desde que seja elaborada a demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL); ✓ A DVA somente é obrigatória para as sociedades anônimas de capital aberto; ✓ A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), está dispensada da elaboração da DFC. 4.2 Períodos de apresentação das demonstrações financeiras A Lei das Sociedades por Ações (LSA), Lei 6.404/1976, estabelece que, ao fim de cada período de 12 meses, a diretoria da empresa fará elaborar, com base na contabilidade, as demonstrações financeiras. Este período é denominado exercício social ou período contábil. Não há necessidade de que o exercício social coincida com o ano civil (01/01 a 31/12); todavia, para fins fiscais, o imposto de renda sugere o encerramento em 31/12. A data do término do exercício social é definida pelos proprietários da empresa e não pode ser alterada, exceto em condições supervenientes. Isto é, se a empresa decidir que o exercício terminará no dia 31 de dezembro, não deve mudar esta data sem um motivo muito forte, para preservar a comparabilidade. Por fim, para atender às necessidades internas (fins gerenciais) e facilitar a administração da empresa, a contabilidade deverá apresentar relatórios contábeis em períodos mais curtos (semanal, quinzenal, mensal...). Todavia, ressaltamos que, em termos legais, o período contábil (exercício social) será de 12 meses. Assista ao vídeo abaixo e relembre os principais pontos abordados sobre a obrigatoriedade das demonstrações contábeis. https://www.youtube.com/watch?v=aCPKsIl46qE&list=PLo4LG32Q SFX8CsKTt7TEc ojkxxWQU_WuE&index=3 http://docs.uninove.br/arte/fac/publicacoes/pdfs/ricardo_eliane.pdf 4.3 Introdução ao balanço patrimonial O balanço patrimonial (BP) é o mais importante relatório gerado pela contabilidade. Através dele, pode-se identificar a saúde financeira e econômica da empresa no fim do ano ou em qualquer data prefixada. Ele representa uma posição estática, compreendendo todos os bens e direitos (ativo), as obrigações (passivo exigível) e o patrimônio líquido da entidade (MARION, 2018). O balanço patrimonial é um relatório importante da contabilidade, porque apresenta o seu objeto, o patrimônio. Esse relatório é um resumo dos saldos das contas patrimoniais; sua principal missão é a de sintetizar em contas representativas a posição das contas do exercício findo e as mudanças patrimoniais que ocorreram em relação ao exercício anterior (MONTOTO, 2018). O BP é dividido em duas colunas: a do lado esquerdo é denominada ativo, a do lado direito, passivo. O ideal seria denominar a segunda coluna passivo e patrimônio líquido. Entretanto, a Lei das Sociedades por Ações apresenta apenas o termo “passivo”. Denominar a coluna da esquerda ativo e a da direita passivo é mera convenção. Em se tratando da diferença entre curto e longo prazo na contabilidade, sabe-se que, normalmente, curto prazo em contabilidade significa um período de até um ano. Nesse sentido, ao se apresentar um balanço, por exemplo, em 31 de dezembro, todas as contas a receber e a pagar no próximo exercício (nos próximos 365 dias) devem ser classificadas como de curto prazo. Longo prazo, por sua vez, identifica um período superior a um ano. Assim, ao se contrair financiamento de um banco de desenvolvimento, com resgate de dívida após cinco anos, essa dívida é considerada de longo prazo (MARION, 2018). Outro conceito de curto prazo, em caráter de exceção, está relacionado com o ciclo https://www.youtube.com/watch?v=aCPKsIl46qE&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7TEcojkxxWQU_WuE&index=3 https://www.youtube.com/watch?v=aCPKsIl46qE&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7TEcojkxxWQU_WuE&index=3 https://www.youtube.com/watch?v=aCPKsIl46qE&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7TEcojkxxWQU_WuE&index=3 http://docs.uninove.br/arte/fac/publicacoes/pdfs/ricardo_eliane.pdf operacional do negócio. Imagine uma empresa que fabrica navios; dependendo do porte da construção, a empresa levará mais de um ano para concluir a obra. Nesse caso, quando o ciclo operacional ultrapassa um ano, o conceito de curto prazo passa a valer pelo ciclo operacional. (MARION, 2018). 4.3.1 Estrutura e classificação das contas do balanço patrimonial Nesse momento, basta visualizar o quadro 08, a seguir, que ilustra a estrutura do balanço patrimonial. Quadro 08. Estrutura do BP ATIVO PASSIVO Circulante (AC) Não circulante (ANC) Circulante (AC) Não circulante (ANC) Patrimônio líquido A estrutura e a classificação das contas encontram-se disciplinadas nos artigos 178 a 184 da Lei 6.404/1976. Segundo o caput do art. 178, (...) as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia”. Art. 178, § 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: I – ativo circulante; e II– ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo,investimentos, imobilizado e intangível. § 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: I – passivo circulante; II– passivo não circulante; e III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. § 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão classificados separadamente. (BRASIL, 1976). Em que pese a lei não normatizar expressamente, no passivo as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de exigibilidade dos elementos nela registrados. Portanto, as obrigações vincendas até o término do exercício seguinte serão classificadas no passivo circulante. As obrigações vincendas após o término do exercício seguinte serão classificadas no passivo não circulante.O “grau de liquidez” está associado ao prazo no qual os bens e direitos podem ser transformados em dinheiro. Sendo assim, quanto menor o prazo, maior a liquidez e vice-versa. Já o “grau de exigibilidade”, assim como o de liquidez, está associado ao prazo no qual as obrigações devem ser pagas. Portanto, quanto menor o prazo, maior o grau de exigibilidade e vice-versa. Como vimos, o balanço patrimonial divide-se em grupos de contas, de características semelhantes, facilitando dessa forma a sua leitura, interpretação e análise.Veja a leitura do BP no quadro 09: Quadro 09. Exemplo de balanço patrimonial ATIVO PASSIVO Circulante (AC) – Dinheiro ou tudo que vai ser transformado em dinheiro no curto prazo (até um ano) Circulante (AC) Tudo aquilo que vai ser pago (liquidado) em até um ano Não circulante (ANC) Realizável a longo prazo – Tudo aquilo que vai ser recebido a LP (acima de um ano) • Investimentos • Imobilizado • Intangível Não circulante (ANC) • Exigível a longo prazo – Tudo aquilo que vai ser pago a LP (acima de um ano) Patrimônio líquido • Capital • Reservas de lucro retido – Não vai ser pago, não é exigível – Não se destina à venda, não vai ser recebido Fonte: adaptado de Marion (2018). Para mais conhecimento, analise o BP dessa empresa do ramo de cosméticos. https://br.investing.com/equities/natura-on-nm-balance-sheet Para complementar o seu aprendizado sobre o Balanço Patrimonial, assista aos vídeos abaixo. https://www.youtube.com/watch?v=L- KR7lh_iQM&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7TEcojkxxWQU_WuE&index=4 grupos de contas do BP parte1 https://www.youtube.com/watch?v=lcK7zjF_znI&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7TE cojkxxWQU_WuE&index=5 Grupo de contas do BP parte 2 https://www.youtube.com/watch?v=z1ti9DF- Vyg&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7TEcojkxxWQU_WuE&index=6 https://br.investing.com/equities/natura-on-nm-balance-sheet https://br.investing.com/equities/natura-on-nm-balance-sheet https://www.youtube.com/watch?v=L-KR7lh_iQM&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7TEcojkxxWQU_WuE&index=4 https://www.youtube.com/watch?v=L-KR7lh_iQM&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7TEcojkxxWQU_WuE&index=4 https://www.youtube.com/watch?v=lcK7zjF_znI&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7TEcojkxxWQU_WuE&index=5 https://www.youtube.com/watch?v=lcK7zjF_znI&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7TEcojkxxWQU_WuE&index=5 https://www.youtube.com/watch?v=z1ti9DF-Vyg&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7TEcojkxxWQU_WuE&index=6 https://www.youtube.com/watch?v=z1ti9DF-Vyg&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7TEcojkxxWQU_WuE&index=6 Para aprofundamento e exemplos sobre o balanço patrimonial, leia os capítulos 4 e 5 (p. 39-51) do livro de MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. Sao Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018103/. 4.4 Demonstração do resultado do exercício A demonstração do resultado do exercício é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período, normalmente 12 meses. É apresentada de forma dedutiva (vertical); ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado – lucro ou prejuízo (MARION, 2018). As normas contábeis em vigor passam a exigir a demonstração do resultado abrangente, que, a partir do resultado líquido obtido na DRE, inclui outros resultados abrangentes, tais como correção de erros, ajustes de reclassificações e mutações na reserva de reavaliação. Neste roteiro, será abordado apenas o modelo da DRE. 4.4.1 Estrutura segundo a Lei das S/As O art. 187 da Lei das S/As (Lei 6.404/1976) consagra a adoção do princípio da competência ao determinar que sejam computados na determinação do resultado do exercício: a) As receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda; b) Os custos, as despesas, os encargos e as perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos. No mesmo artigo, ela discrimina a forma de apresentação do resultado: I. a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, osabatimentos e os impostos sobre vendas; II. a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviçosvendidos e o lucro bruto; III. as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas dasreceitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; IV. o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; V. o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto; VI. as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesas; VI. o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social; [...] (BRASIL, 1976). https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018103/ 4.4.2 Como apurar a receita líquida A receita bruta é o total bruto vendido no período. Nela estão inclusos os impostos sobre vendas (os quais pertencem ao governo) e dela não foram subtraídos as devoluções (vendas canceladas) e os abatimentos (descontos) ocorridos no período. Impostos e taxas sobre vendas são aqueles gerados no momento da venda; variam proporcionalmente à venda, ou seja, quanto maior for o total de vendas, maior será o imposto. Devoluções (vendas canceladas) – são mercadorias devolvidas por estarem em desacordo com o pedido (preço, qualidade, quantidade, avaria). O comprador, sentindo-se prejudicado, devolve total ou parcialmente a mercadoria. Às vezes, a empresa vendedora, na tentativa de evitar devolução, propõe um abatimento no preço (desconto) para compensar o prejuízo ao comprador. Tanto a devolução como o abatimento aparecem deduzindo a receita bruta na DRE. Portanto, deduções são ajustes (e não despesas) realizados sobre a receita bruta para se apurar a receita líquida. O que interessa para a empresa é efetivamente a receita líquida, que é o que sobra em termos de receita. A diferença entre deduções (ajustes) e despesas é que deduções não são sacrifícios financeiros para a empresa (quem paga impostos sobre vendas é o consumidor), enquanto despesas são sacrifícios, esforços, onerando a empresa. 4.4.3 Como apurar o lucro bruto Trata-se do primeiro indicador de desempenho nas atividades operacionais da empresa. Lucro bruto é a diferença entre a venda de mercadorias e o custo dessa mercadoria vendida, sem considerar despesas administrativas, de vendas e financeiras. Para uma empresa prestadora de serviços, o raciocínio é o mesmo: lucro bruto é a diferença entre a receita e o custo do serviço prestado, sem considerar aquelas despesas acima referidas (MARION, 2018). Resumindo, subtrai-se da receita o custo da mercadoria ou do produto, ou o do serviço para ser colocado à disposição do consumidor, não considerando as despesas administrativas, financeiras e de vendas. O lucro bruto, após cobrir o custo da fabricação do produto (ou o custo da mercadoria adquirida para revenda, ou o custo do serviço prestado), é destinado à remuneração das despesas de vendas, administrativas e financeiras, bem como à remuneração do governo (imposto de renda) e dos proprietários da empresa (lucro líquido). 4.4.4 Como apurar o lucro operacional A apuração deste resultado evidencia o desempenho no negócio da entidade. O lucro operacional é obtido através da diferença entre o lucro bruto e as despesas operacionais. 4.4.5 Despesas operacionais: despesas com vendas, administrativas e outras despesas e receitas operacionais As despesas operacionais são as necessárias para vender os produtos, administrar a empresa e financiar as operações. Enfim, são todas as despesas sacrificadas para a manutenção da atividade operacional da empresa. 4.4.6 Despesas e receitas
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