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SÍNDROME DA FRAGILIDADE E SÍNDROME DA IMOBILIDADE - @biaresumosdafisio

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Faculdade de Ciências e Empreendedorismo – FACEMP 
Maria Beatriz Costa Barboza 
7º período de Fisioterapia 
Fisioterapia na Saúde do Idoso – Prof.ª Candice Seixas 
SÍNDROME DA FRAGILIDADE E SÍNDROME DA IMOBILIDADE 
1. SÍNDROME DA FRAGILIDADE 
O envelhecimento pode ser entendido como um processo dinâmico e progressivo, 
em que há modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas, com 
perda progressiva da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, assim 
como maior prevalência de processos patológicos que demonstram maior incapacidade 
com as inúmeras perdas, incluindo papel social, renda, posição social, independência e 
estrutura anatômica. Desta forma, o envelhecimento leva a uma maior vulnerabilidade 
a fatores internos e externos, que predispõem ao risco de morbimortalidade. 
Nesse contexto, pode ocorrer o desenvolvimento da fragilidade no idoso, 
caracterizada como uma síndrome clínica cujos sinais e sintomas incluem perda de peso 
não intencional (5kg nos últimos cinco anos), autorrelato de fadiga, diminuição da força 
de preensão, redução das atividades físicas, diminuição na velocidade da marcha 
(lentidão) e diminuição das relações sociais. Tais sinais e sintomas são preditores de 
diversas complicações futuras na saúde do idoso, como, por exemplo, risco de quedas, 
incapacidade, hospitalização e morte, o que torna esta condição um importante 
problema de saúde pública. 
A definição mais utilizada sobre a síndrome da fragilidade é que ela representa uma 
síndrome biológica caracterizada por diminuição da reserva homeostática e redução da 
capacidade do organismo de resistir às intempéries, resultando em declínios 
cumulativos em múltiplos sistemas fisiológicos, causando vulnerabilidade e efeitos 
adversos. 
Existem diferentes instrumentos utilizados pelos profissionais da saúde para 
identificar e quantificar a presença da síndrome da fragilidade no idoso, tanto no âmbito 
da pesquisa como na prática clínica. Observa-se que o fenótipo da fragilidade é um 
método de identificação e mensuração da fragilidade nos idosos que utiliza, como 
critérios integrantes da síndrome, a perda de peso não intencional (pelos menos 5Kg no 
último ano), exaustão avaliada por autorrelato de fadiga, diminuição da força de 
preensão da mão dominante, baixo nível de atividade física e baixa velocidade ao 
caminhar (lentidão). Ainda dentro dos critérios componentes da síndrome da fragilidade, 
outros estudos têm mostrado marcadores adicionais ao fenótipo proposto por Fried et 
al. para a mensuração da fragilidade em idosos, com a inclusão da Escala de Katz, que 
avalia as atividades básicas da vida diária (ABVD); a Escala de Lawton, para as 
atividades instrumentais da vida diária (AIVD); a Escala Internacional de Eficácia de 
Quedas; o Miniexame do Estado Mental; e a Medida de Independência Funcional, que 
avalia o desempenho e a capacidade funcional de idosos. 
Os dados identificam que o perfil dos idosos frágeis pode estar associado a etnia, 
tipo de instrumento, local do estudo e tamanho da amostra, evidenciando abrangência 
na prevalência de idosos frágeis no âmbito da comunidade, hospital e instituições de 
longa permanência para idosos. Contudo, os estudos mostram que os idosos de maior 
idade, com menor escolaridade, doença crônica prévia, institucionalizados, em uso 
contínuo de medicações, com queda da própria altura nos últimos anos e poucas 
relações sociais estão presentes entre os idosos considerados frágeis. 
Existem ainda poucos dados disponíveis sobre a incidência e prevalência da 
Síndrome da Fragilidade em idosos, principalmente pela falta de consenso de uma 
definição que possa ser utilizada como screening em diferentes populações. A partir de 
dados do Cardiovascular Health Study, estimou-se que em uma população com idade 
superior a 65 anos, 6,3% dos idosos tinham o fenótipo de fragilidade. 
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO: a perda de massa muscular é acentuada 
nos idosos frágeis, mas estudos têm mostrado que os exercícios físicos são benéficos 
para os idosos nessa condição de saúde. O tratamento fisioterapêutico tem apresentado 
resultados significativos nessa população, levando ao aumentando da amplitude de 
movimento (ADM), melhor desempenho na realização das AVD’s, melhora na 
velocidade da marcha, melhora do equilíbrio, redução no número de quedas e bem-
estar geral. O treinamento do exercício físico resistido tem sido cada vez mais 
indicado para idosos, como uma maneira eficaz e segura de melhorar a força muscular 
e a capacidade funcional. O aumento da capacidade do músculo de gerar força é 
explicado a partir do princípio de sobrecarga; o grupo muscular é submetido a um 
trabalho com cargas mais elevadas do que está acostumado a suportar, gerando 
aumento de tamanho e força. O treinamento da capacidade aeróbia tem se mostrado 
efetivo para diminuir a taxa de quedas e também para modificar os seus fatores de risco, 
em função dos ganhos de força muscular, mobilidade articular, aumento da velocidade 
da marcha e melhora na qualidade do equilíbrio. A perda da capacidade aeróbia dificulta 
a execução das AVD e AIVD (por exemplo, subir escadas, vestir-se, atravessar a rua), 
pois para realizá-las é necessário o condicionamento cardiovascular. Com base nisto, o 
treinamento da capacidade aeróbia seria uma estratégia de prevenção de quedas. 
2. SÍNDROME DA IMOBILIDADE (SI) 
De um modo geral, a saúde do idoso está intimamente relacionada a funcionalidade 
geral durante o processo de envelhecimento, impactando diretamente na qualidade de 
vida desses indivíduos (MARTIN et al., 2006). O normal é que com o envelhecimento 
também surja os problemas orgânicos, sociais e psicológicos, que, frequentemente, 
encaixam-se em um ou mais das 5 principais síndromes geriátricas: incontinência 
urinária e/ou fecal; instabilidade postural; iatrogenia; insuficiência cerebral e imobilidade 
(MARTIN et al., 2006). 
 Aproximadamente 1/5 dos idosos com mais de 75 anos possuem algum agravo 
na sua mobilidade, cujas principais causas são hospitalização prolongada, doenças 
neurológicas, doenças osteoarticulares, depressão e demência (BOECHAT et al., 
2012). A Síndrome da Imobilidade é o conjunto de agravos que acometem o idoso 
acamado por longo período de tempo e leva ao grau máximo de imobilidade, bem como 
a uma perspectiva negativa de longevidade e qualidade de vida (BOECHAT et al., 2012). 
Para classificar um idoso como portador da síndrome da imobilidade, necessita-
se mais do que este está acamado ou ser dependente (MORAES et al., 2010). Na 
Síndrome da imobilidade o idoso deverá apresentar dois critérios maiores que são: 
múltiplas contraturas em grandes articulações e déficit cognitivo moderado a grave; e 
dois critérios menores, dentre os quais têm-se: afasia, dupla incontinência (fecal e 
urinária), disfagia e úlceras de pressão (MORAES et al., 2010) 
O processo de imobilidade é progressivo e tende a afetar todos os sistemas 
orgânicos, o que leva à anorexia, sarcopenia, depressão, bexigoma, úlceras de pressão, 
hipotensão ortostática (MORAES et al., 2010). 
A prevenção é a principal forma de tratamento da imobilidade, visando à 
reabilitação do paciente e possibilitando assim o retorno a suas atividades da vida diária. 
A principal forma de reabilitação é a fisioterapia, na qual através do programa de 
cinesioterapia promove a movimentação do paciente, utilizando de movimentos ativos 
ou passivos, de acordo com a condição clínica do mesmo, com o objetivo de prevenir 
contraturas articulares ou osteomusculares. A movimentação precoce promove também 
melhora da nutrição e oxigenação de órgãos internos, além de diminuir a incidência de 
trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar. (BOECHAT et al, 2012). A 
síndrome da imobilidade não responde ao tratamento curativo, portanto o tratamento é 
basicamente paliativo, no qual o foco não está na cura da enfermidade, mas sim na 
melhora da qualidade de vida do idoso e atenuação de possíveis complicações.É 
importante também o tratamento de doenças associadas, como depressão, que é muito 
comum em paciente com imobilidade, assim como delirium, principalmente devido ao 
uso de determinados medicamentos, que podem ser alterados para melhora do quadro 
do paciente (LEDUC et al., 2016). 
 
3. REFERÊNCIAS 
Síndrome de fragilidade no idoso: uma revisão narrativa. Letice Dalla Lana e Rodolfo 
Herberto Schneider 
Síndrome da fragilidade no idoso: importância da fisioterapia. Camila Macedo, Juliana 
Maria Gazzola, Myrian Najas. 
Síndrome do Imobilismo: Revisão Bibliográfica. Indra Peixoto Godinho, et al.

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