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Conceito e Boas Práticas de Paradas de Manutenção Este artigo tem como finalidade apresentar o conceito: parada de manutenção, que é empregado nas indústrias de processo, que visa uma manutenção generalizada dos equipamentos, sem causar muitos danos a produção, manutenção esta que tem todo um processo a ser executado, como o planejamento, que é onde definimos a fase de início, fim, custos, e os envolvidos na operação. 1 INTRODUÇÃO Com a evolução técnico-industrial da humanidade, os homens começaram a desenvolver máquinas para produção, figura 1. No fim do século XIX, com a mecanização das indústrias surgiu à necessidade dos primeiros reparos, e até 1914 a manutenção era deixada para segundo plano, sendo executada pelos mesmos profissionais que as operavam. Com a implantação da produção em série, instituída por Ford, as fábricas passaram a exigir programas mínimos de produção, como consequência houve cada vez mais a necessidade de equipes especializadas, que pudessem fazer os reparos necessários em máquinas operatrizes no menor tempo possível, (Cortizo, 2011). De lá pra cá, a produção só aumentou, e realizar as manutenções corretivas já não eram mais suficientes, necessitando assim de novas formas de manutenção, algumas das quais podemos denominar como manutenção preventiva, preditiva e a TPM (Total Productive Maintenance). Surgindo também os setores especializados no planejamento e controle dessas manutenções, utilizando de sistemas informatizados como ferramenta de suporte no gerenciamento e implantações das manutenções. Hoje existe uma preocupação maior com a vida útil de um equipamento, e alguns cuidados são tomados mesmo antes da aquisição do mesmo, tipo, local de implantação, acesso a manutenção e segurança do operador, peças de reposição e serviços. E também antes de operar o equipamento, como treinamento e capacitação especializada dos envolvidos, uma inspeção inicial no equipamento, com a criação de uma ficha de operação, que contenha as anotações das inspeções diárias, horário de funcionamento e análise preliminar de riscos, com acompanhamento do responsável pelas manutenções preventivas e preditivas. Figura 1 – Primeiro Torno, 1797 Fonte – Metal + Forma, 2016. 2 PARADAS DE MANUTENÇÂO E BOAS PRÁTICAS O termo parada de manutenção, é dirigido geralmente a indústrias de processo, onde grande parte dos equipamentos trabalham initerruptamente, ou seja, 24h / dia, e muitos não podem ser deslocados da produção para uma manutenção adequada enquanto a planta estiver operando, por isso após um tempo determinado, conhecido como “campanha da unidade” é necessário parar toda a planta, e realizar uma manutenção em todos os equipamentos. Esses períodos de manutenção costumam variar dependendo do tipo da indústria, segundo Stonner (2013) no refino de petróleo, unidades de destilação atmosférica e a vácuo tem uma campanha de cerca de 4 anos, unidades de processamento de gás natural (UPGN) tem campanhas em torno de 5 anos, e as caldeiras por norma da NR-13 tem campanha de 12 meses, nas siderúrgicas as campanhas são sensivelmente menores. 2.1 PMI – PROGRAMA DE MANUTENÇÃO INTEGRADA Uma forma de realizar uma parada é usando o programa de manutenção integrada (PMI), que consiste na alocação de força de trabalho, para a manutenção completa dos equipamentos em um curto espaço de tempo, o programa conta com o levantamento e criação de bases de dados completos dos equipamentos, manutenção programada, monitoramento preditivo e acompanhamento pós-paradas, relatórios podem ser levantados apontando possíveis defeitos e ou melhorias. Os benefícios desse programa além da diminuição do tempo de parada, e redução de custos de manutenção, podemos contar com o aumento da disponibilidade e confiabilidade dos equipamentos, otimização do estoque e redução de custos de operação, (DENAI, 2016). Com o escopo bem definido as paradas de manutenção têm inicio e términos perfeitamente caracterizados, devido à atenção dada no planejamento. 2.2 PLANEJAMENTO DA PARADA DE MANUTENÇÃO Obter o sucesso nas paradas de manutenção é muito importante para as partes envolvidas no processo, e por isso é feito todo um planejamento em cima dessa parada, esse planejamento se inicia meses de antecedência ao evento, e se estende durante e após a realização do mesmo. Esse processo visa identificar os recursos apropriados, no tempo exato, visando à execução correta do trabalho. Esse processo de gestão de paradas é realizado dentro dos parâmetros definidos na figura 2. Nesse planejamento deve ter o envolvimento de todos, (pessoas, serviços, equipamentos, ferramentas, materiais, procedimentos especiais, etc.), e atividades (operação, inspeção, manutenção, infraestrutura, recursos humanos, SMS, etc.), considerando todos os aspectos que podem influenciar na produtividade do serviço. Manter os bancos de dados dos equipamentos atualizados, formulários, gráficos e relatórios são essenciais para que não surja nenhuma surpresa no futuro, (Stonner, 2013). Figura 2 – Fases do planejamento de paradas Fonte – TecHoje, 2016 Na fase do planejamento é onde detalhamos as manobras operacionais, fazemos as análises de riscos, e identificamos as medidas necessárias de contingência para o evento, firmamos os prazos e custos previstos para a execução dos serviços, bem como a contratação das equipes e serviços que darão suporte ao projeto. Na fase da pré-parada verificamos as ações estabelecidas no planejamento, e criamos meios para execução dos serviços, fazemos o diligencia mento das matérias e o treinamento das equipes envolvidas. A fase da liberação da unidade é onde ocorre a parada do setor onde se encontra os maquinários que receberão as manutenções necessárias. A fase da parada requer todo o envolvimento da equipe, e um acompanhamento constante durante todo o processo, visando completar os serviços previstos, no prazo, para que os custos e a qualidade desejada sejam alcançados. Na fase pós-parada é onde retomamos a produção, e inicia-se um acompanhamento do serviço empregado. 3 CONCLUSÃO Para se obter uma produção contínua é necessário tomar os devidos cuidados com os equipamentos, observando sempre seu estado, e empregando as manutenções diárias necessárias, atento ao planejamento das paradas atrelado a vida útil dos equipamentos. Observando esses pontos, haverá um alimento na produção e assim como consequência um ganho maior na lucratividade do setor. Observamos também que para ocorrer uma parada de manutenção adequada, é necessário o investimento no planejamento, investimento este que várias empresas ainda não perceberam a sua importância, deixando de ter ganhos na sua produção devido a falta de um programa de manutenção adequado. 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CORTIZO MOREIRA NETO, Teófilo. 2011. A história da evolução do sistema de gestão de manutenção. Disponível em http://www.webartigos.com/artigos/a-historia-da-evolucao-do- sistema-de-gestao-de-manutencao/75650/. Acesso em: 02 mar 2016. STONNER, Rodolfo. 2013. O planejamento de uma parada de manutenção – parte 1. Disponível em http://blogtek.com.br/o-planejamento-de-uma-parada-de-manutencao-parte-1/.. Acesso em: 02 mar 2016. STONNER, Rodolfo. 2013. O planejamento de uma parada de manutenção – parte 2. Disponível em http://blogtek.com.br/o-planejamento-de-uma-parada-de-manutencao-parte-2/. Acesso em: 02 mar 2016. DENAI. PMI – Programa de manutenção integrada. Disponível em http://denai.com.br/produtos/pmi-programa-de-manutencao-programada/. Acesso em 02 mar 2016. Sobre os Autores: Flávio Ferreira, Graduando em Engenharia Mecânica pela UNI-BH, cursando a língua inglesa, experiência profissional como operador de máquina de solda eletrônica pela LOKPIRÂMIDE, projetista de Estruturas Metálicas pela SMART PROJETOS, participando e atuando em projetos de prédios industriais, galpões, mezaninos, transportadores, etc. Domínio nos software AutoCAD, SolidWorks e Tekla Structurs. E-mail: flaviofraen@gmail.com Luiz Ricardo dos Santos, Cursando 8º período em Engenharia Mecânica,Graduado em Matemática e Formação técnica em Eletrotécnica. Possuo especificações para atender aos seguintes pré- requisitos: Seis anos de experiência no segmento de manutenção; Habilidade para coordenar equipes; Comprometimento; Habilidade em consultorias para clientes. E-mail: luizricardos1@hotmail.com Contexto: Artigo apresentado como trabalho graduação Engenharia de Mecânica na Disciplina de Gestão da Manutenção em ministrada pelo Prof. Ms. Ítalo Coutinho do Centro Universitário de Belo Horizonte – UNIBH. Se você tem comentários, sugestões ou alguma dúvida que gostaria de esclarecer, aproveite o espaço a seguir. http://www.webartigos.com/artigos/a-historia-da-evolucao-do-sistema-de-gestao-de-manutencao/75650/ http://blogtek.com.br/o-planejamento-de-uma-parada-de-manutencao-parte-1/ http://blogtek.com.br/o-planejamento-de-uma-parada-de-manutencao-parte-2/ http://denai.com.br/produtos/pmi-programa-de-manutencao-programada/ http://i0.wp.com/pmkb.com.br/uploads/2013/11/Artigos_pmkb-e1439139947521.jpg mailto:flaviofraen@gmail.com mailto:luizricardos1@hotmail.com http://www.italonaweb.com.br/
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