Buscar

Artigo Tamires - SCFV no Ceja

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

O SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS DA 
PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO CENTRO DA 
JUVENTUDE ALEX MAZARON: POSSIBILIDADES E DESAFIOS 
 
 
TAMIRES DE ARAÚJO - 1 
LIANA GOMES NETTO - 2 
 
 
RESUMO 
 
 
O Centro da Juventude oferece um espaço de referência para juventude, acessível, 
aberto e democrático visando ações que favoreçam a formação pessoal, profissional 
e política. O equipamento também pretende-se como um dos espaços de execução 
do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – SCFV da Proteção Social 
Básica de Assistência Social, que tem por objetivo prevenir a ocorrência de 
situações de exclusão social e de risco. Diante disto, este artigo tem como intuito 
identificar as possibilidades e dificuldades no desenvolvimento deste serviço no 
âmbito do Centro da Juventude Alex Mazaron. Estima-se que as informações aqui 
trazidas possam subsidiar as ações socioeducativas desenvolvidas, atendendo aos 
anseios do público juvenil. 
 
Palavras-chave: Juventudes. Educação. Direito 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O Centro da Juventude, programa aprovado pela Deliberação Nº004/2009 
CEDCA/PR, objetiva constituir-se em espaço aberto de convivência, de formação e 
de cidadania dos jovens, para jovens, pelos jovens. 
Atualmente o estado do Paraná conta com vinte e seis unidades em 
funcionamento, destinadas ao desenvolvimento integral de adolescentes e jovens, 
com prioridade para usuários entre 12 e 18 anos em situação de vulnerabilidade, 
onde se pretende a oferta de serviços de convivência e fortalecimento de vínculos 
 
1Pós-graduada em Serviço Social e Intervenção Profissional pela Universidade Estadual do Paraná – 
UNESPAR. Graduada em Serviço Social pela mesma instituição. 
2Mestre, professora orientadora, conteudista e mediadora da pós-graduação EAD Unicesumar. 
2 
 
familiares e comunitários, formação cidadã, atividades culturais, esportivas e de 
lazer. 
Os parâmetros para implantação e funcionamento dos Centros da Juventude 
foram estabelecidos com base no panorama estadual da realidade das juventudes. 
A partir dos dados reunidos evidenciou-se que a violência contra crianças e 
adolescentes perpassa todas as classes sociais, mas é nos grupos mais 
pauperizados onde esta questão social se evidencia. 
Aproximamo-nos, portanto, de um perfil de jovem o qual historicamente 
verifica-se como principal grupo de risco: jovens residentes em áreas pobres, de cor 
negra, com baixa escolaridade e pouca ou nenhuma qualificação profissional. 
Neste cenário, o Centro da Juventude se apresenta como alternativa para 
este público. Espaço de inclusão pessoal, social, cultural e econômica. 
 Assim sendo, a proposta socioeducacional do equipamento é inovadora na 
medida em que se baseia na Pedagogia Freiriana, diferentemente da maioria dos 
serviços ofertados para este público na nossa sociedade atual, onde prevalecem 
práticas educativas verticais e hierárquicas. 
O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – SCFV, por sua vez, 
constitui-se enquanto serviço da Proteção Social Básica de Assistência Social, e a 
partir de seu reordenamento exposto na Resolução Nº 01 de 07 de Fevereiro de 
2013 apresenta-se da forma como conhecemos hoje: ações socioeducativas, 
trabalhadas por percursos, utilizando como instrumento metodológico os grupos, 
organizados de acordo com as faixas etárias. 
Ao analisarmos a proposta do Centro da Juventude observamos que os 
objetivos do Programa convergem com os objetivos do Serviço de Convivência e 
Fortalecimento de Vínculos. Fato este que não desabona o grande desafio de 
planejar e executar este último serviço no âmbito do Centro da Juventude. 
Diante deste cenário, verificou-se a necessidade de compreender melhor o 
funcionamento tanto do Programa quanto do Serviço, na expectativa de melhor 
desenvolvê-los, potencializando as ações propostas por cada um, e objetivando uma 
execução cada vez mais qualificada. 
Optou-se então por estudo das produções bibliográficas referentes ao Serviço 
de Convivência e Fortalecimento de Vínculos - SCFV e ao Centro da Juventude, no 
intuito de compreender as principais características de ambos, histórico de 
surgimento, seus públicos e seus objetivos, considerando as especificidades do 
3 
 
município de Apucarana. Assim, o artigo foi dividido em dois subtópicos, no primeiro 
é abordado o Programa Centro da Juventude, no segundo discorre-se sobre o 
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, assim busca-se iniciar a 
análise acerca das possibilidades e desafios da interrelação entre os dois, 
contribuindo para maior entendimento não só do funcionamento dos serviços, mas 
da própria concepção acerca de convivência e fortalecimento de vínculos. 
 
 
2 O CENTRO DA JUVENTUDE ALEX MAZARON 
 
Inaugurado no ano de 2012 no município de Apucarana-PR, o Centro da 
Juventude integra o Programa Estadual “Centros da Juventude”. O Programa é 
desenvolvido a partir de uma nova abordagem proposta para as políticas públicas 
voltadas ao público jovem. 
Até então o se que observava no âmbito das políticas para juventude, eram 
ações de caráter punitivo. Segundo Weisheimer [Et al.] (2013, p.196); 
 
as políticas de juventude no Brasil não nasceram com base em 
espaço de visibilidade da condição juvenil moderna, associada à 
idéia de direitos, mas sim das vulnerabilidades – do jovem como 
problema social, que precisa ser controlado pelo Estado. 
 
Com o Estatuto da Criança e do Adolescente, promulgado em 1990, o 
atendimento a infância e juventude no Brasil passou a ser orientado a partir da 
doutrina de Proteção Integral. De acordo com Rizzini ( 2000, p.10): 
 
[...] as políticas sociais e os programas destinados à população 
jovem em situação de pobreza normalmente priorizam seus 
problemas, fracassos e deficiência e, com frequência, atingem 
crianças e adolescentes quando já se encontram em situação de 
difícil reversão. 
 
Na contramão dessa postura, o Centro da Juventude busca estratégias para 
construção de um espaço de educação não formal popular, que possibilite aos 
jovens não somente o acesso a atividades de cultura, esporte, lazer e cidadania, 
mas também e principalmente um espaço onde eles sejam produtores das mesmas. 
4 
 
A autonomia abre o caminho para a libertação, no sentido que humaniza o 
homem. O ser humano autônomo busca, através da comunicação, desvelar a 
realidade na qual está inserido (FREIRE, 1996). 
O Programa exige, portanto, “práticas pedagógicas que considere a realidade 
dos sujeitos com foco em seu desenvolvimento integral. Assim, “optar pela 
metodologia com base na pedagogia freiriana, como fundamento estruturante da 
organização pedagógica do Centro da Juventude, significa fazer uma escolha 
essencialmente política” (PARANÁ, 2012, p. 13). 
Essa politicidade do ato educativo constitui-se como um dos princípios do 
método Paulo Freire e emerge na medida em que se entende o sujeito suscetível de 
não só conhecer a realidade, mas de transformá-la. 
Aliado a isso, tende-se a considerar que homens são seres de adaptação, de 
ajustamento; que quanto mais exercitarem os educandos no arquivamento de 
conteúdos, tanto menos desenvolverão para si consciência crítica sobre o mundo, 
como sujeitos transformadores dele. Quanto mais lhe imporem passividade, mais 
irão se adaptar ao mundo, ingenuamente (FREIRE, 2005). 
As diretrizes propostas ao Programa seguem, portanto, alinhadas à proposta 
metodológica e podem ser sintetizadas nos pilares do Centro da Juventude: 
 
Cidadania: pela organização de atividades que promovam a elevação 
da consciência política, a participação ativa, a organização, a 
mobilização, e formação de lideranças juvenis; 
Convivência: por se caracterizar como espaço de convivência, 
encontro e de pertencimento, numa dinâmica que combine liberdade 
e respeito; 
Formação: Pelo elencode atividades ofertadas que objetivam 
aprendizagem no âmbito das relações pessoais, do mundo do 
trabalho e da produção cultural. (PARANÁ, 2012, p.21) 
 
Aproximando-nos da realidade municipal, identificamos algumas 
especificidades que marcam a trajetória do Centro da Juventude Alex Mazaron. Na 
data de sua inauguração o equipamento pertencia à Secretaria Especial da 
Juventude, criada em 2009. Nas gestões subseqüentes pertenceu à Secretaria da 
Juventude e Esportes, e em 2016 quando a pasta da Juventude foi extinta o Centro 
da Juventude permaneceu na então Secretaria Municipal de Esportes até o ano de 
2018, quando só então o município o entendeu enquanto equipamento 
socioassistencial, passando a integrar a Secretaria Municipal de Assistência Social. 
5 
 
No plano prático, a transferência do equipamento da Secretaria de Esportes 
para a Secretaria de Assistência Social pouco se efetivou, pois somente dois 
servidores da última Secretaria, um Assistente Social e um Educador Social foram 
cedidos para o equipamento. Assim, a coabitação das secretarias no mesmo prédio 
e o histórico do equipamento desde sua inauguração gestado pela ótica da Política 
Municipal de Esporte, colaboraram para que não houvesse clareza acerca do novo 
direcionamento que deveria ser dado ao Centro da Juventude, idealizado desde sua 
concepção. 
Diante deste contexto, o equipamento vem funcionando bem, dentro do que 
seria um complexo esportivo. Conforme aponta a Política Nacional de Esporte: 
 
a garantia de acesso ao esporte será um poderoso instrumento de 
inclusão social, considerando sua importância no desenvolvimento 
integral do indivíduo e na formação da cidadania, favorecendo sua 
inserção na sociedade e ampliando sobremaneira suas 
possibilidades futuras. (BRASIL, 2005) 
 
Portanto, reconhecem-se as potencialidades do esporte no âmbito das 
Políticas para Juventude, mas destaca-se que a parceria entre as duas secretarias 
na execução de atividades pontuais e desconexas, sem a construção de um Projeto 
Político Pedagógico comum, constitui-se como um dos maiores entraves para 
efetivação dos objetivos propostos pelo Centro da Juventude. 
Outro aspecto relacionado às condições técnicas de trabalho de grande 
relevância, diz respeito à importância de garantia de uma equipe mínima para 
desenvolvimento do trabalho, conforme explicitado no Projeto da instituição a equipe 
mínima do Centro da Juventude deve ser composta por: 
 
01 coordenador do Centro (com formação em Pedagogia, Psicologia 
ou Serviço Social); 
01 psicólogo; 
01 assistente social; 
01 assistente administrativo; 
03 auxiliares na manutenção, limpeza; 
04 vigilantes; 
08 educadores (um por atividade especifica ); 
06 jovens atuando como agentes de cidadania contratados pelo 
Centro de Juventude da comunidade, conforme projetos específicos 
em andamento (bolsa atitude). (PARANÁ, 2012, p. 29) 
 
6 
 
Atualmente a equipe do Centro da Juventude Alex Mazaron conta com dois 
servidores efetivos, Assistente Social e Educador Social, um servidor de cargo em 
comissão denominado “Assessor de Assistência Social”, e um oficineiro, prestador 
de serviços, contratado pelo período de um ano, responsável pelas oficinas de arte 
circense e grafite. 
As outras oficinas culturais: violão, danças populares e teatro são realizadas 
em parceria com as Secretarias de Turismo e Promoção artística e de Esportes 
responsáveis pela cessão dos oficineiros. Destaca-se que todos os oficineiros são 
prestadores de serviços e possuem vínculo de trabalho temporário, permanecendo 
no equipamento apenas no horário das oficinas. 
Além da execução das oficinas acima citadas, o Centro da Juventude realiza 
acompanhamento e tutoria de nove jovens incluídos no Programa Jovem Aprendiz 
através de convênio firmado com entidade socioassistencial e executa o Programa 
Bolsa Agente de Cidadania. 
O Programa Bolsa Agente de Cidadania, também está alicerçado à 
Pedagogia Freiriana e constitui-se em: 
 
Ação de pagamento de bolsas auxílio à adolescentes, denominados 
Agentes de Cidadania. Essa ação objetiva incentivar o ‘protagonismo 
juvenil’, como potencial de tornar a vivência de adolescentes e jovens 
mais frutífera tanto para si mesmo como para a sociedade em geral. 
(SEDS, 2013, p. 04) 
 
O jovem com interesse de se candidatar à Agente de Cidadania para 
percepção da bolsa deverá propor Projeto exequível e no interesse da comunidade 
nas áreas de esporte, recreação, lazer, artísticas e culturais ou qualquer outra de 
acordo com suas habilidades e interesse. 
Após avaliação da proposta e respeitados os critérios para participação e de 
prioridade expostos na Resolução nº 175/2017 – SEDS alterada pela Resolução nº 
166/2018, o jovem deverá cumprir 10 (dez) horas semanais, no planejamento e 
execução de atividades necessárias à efetivação do projeto apresentado. 
A execução do Programa Bolsa Agente de Cidadania compreende assim as 
seguintes etapas: “período para o planejamento da ação, período para a execução 
da ação, período para elaboração dos relatórios da ação, período para os encontros 
de supervisão e formação.” (SEDS, 2013, p. 09). 
7 
 
O traçado metodológico do Programa contempla ainda, a busca-ativa de 
adolescentes, supervisão de profissional de referência do Agente de Cidadania e 
realização de encontros sistemáticos para discussão de planejamento e avaliação 
dos relatórios da ação. 
Esse breve resumo nos permite identificar a complexidade do Programa Bolsa 
Agente de Cidadania, seu caráter inovador, e o potencial de transformação que 
carrega quando bem executado. O Centro da Juventude atende atualmente trinta e 
um (31) bolsistas. O Programa estabelece um limite máximo de pagamento de até 
quarenta (40) bolsas por município. 
Entre bolsistas, jovens aprendizes e participantes das oficinas, o Centro da 
Juventude recebe diariamente uma média de sessenta e cinco (65) jovens. 
Considerando que desde seu planejamento o equipamento já expressava em 
seu projeto que seus objetivos convergem com os objetivos do Serviço de 
Convivência e Fortalecimento de Vínculos, aspectos como: “trocas culturais e de 
vivências, desenvolver o sentimento de pertença e de identidade, fortalecer vínculos 
familiares e incentivar a socialização e a convivência comunitária.” (TIPIFICAÇÃO 
NACIONAL DOS SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS, 2009, p. 16) vêm sendo 
trabalhados no âmbito do Programa Bolsa Agente de Cidadania, e não no Serviço 
de Convivência, nos moldes da Tipificação, visto que o último exige: grupos, faixa 
etárias determinadas, reconhecida a flexibilidade de acordo com a realidade do 
território, e percursos específicos. 
Diante da situação, ainda que o serviço executado no Centro da Juventude 
Alex Mazaron traga resultados positivos esperados pela Política de Proteção Social 
Básica de Assistência Social, por não executar Serviço de Convivência e 
Fortalecimento de Vínculos totalmente alinhado à dinâmica operacional proposta 
pela Tipificação, que por vezes não atendem a realidade vivenciada no território, 
observa-se que ele tende a ser desqualificado no âmbito dos serviços ofertados pela 
rede socioassistencial. 
 
2.1 O SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS 
 
O Serviço de convivência e Fortalecimento de Vínculos do Sistema Único de 
Assistência Social – SUAS, constitui-se em: 
 
8 
 
Serviço realizado em grupos, organizado a partir de percursos, de 
modo a garantir aquisições progressivas aos seus usuários, de 
acordo com o seu ciclo de vida, a fim de complementar o trabalho 
social com famílias e prevenir a ocorrência de situações de risco 
social (TIPIFICAÇAÇÃO NACIONAL DOS SERVIÇOS 
SOCIOASSISTENCIAIS, 2009) 
 
O Serviço tal qual o conhecemos atualmente é fruto do reordenamento do 
SCFV (Resolução CIT Nº 01 de 07 de Fevereiro de 2013), que visou promover a 
equalização e qualificação da oferta, para as faixas etárias de 0 a 17 anos e acimade 60 anos, a unificação da lógica de cofinanciamento federal e o estabelecimento 
de meta de atendimento do público prioritário, respeitando-se as características de 
cada faixa etária. 
Anterior ao reordenamento, a Política de Assistência Social, no âmbito do 
trabalho socioeducativo para jovens, executava os Programas Projovem 
Adolescente – Serviço Socioeducativo, Projovem Urbano e ações socioeducativas 
do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI. 
Assim, o reordenamento almejou ainda “possibilitar o planejamento da oferta 
de acordo com a demanda local, garantir serviços continuados, potencializar a 
inclusão dos usuários identificados nas situações prioritárias e facilitar a execução 
do SCFV, otimizando os recursos humanos, materiais e financeiros.” (BRASÍLIA, 
2013, p. 01). 
Destaca-se que o SCFV pode ser executado por equipamentos públicos ou 
entidades socioassistenciais, e em qualquer das situações deve obrigatoriamente 
ser articulado ao Serviço de Proteção e Atendimento Integral às Famílias – PAIF. 
Assim sendo, compõe a equipe mínima responsável pelo Serviço de 
Convivência e Fortalecimento de Vínculos: 
 
Técnico de Referência – profissional de nível superior do CRAS ao 
qual o Núcleo esteja referenciado; Orientador Social – função 
exercida por profissional de, no mínimo, nível médio, com atuação 
constante junto ao(s) Grupo(s) e responsável pela criação de um 
ambiente de convivência participativo e democrático; Facilitadores de 
Oficinas – função exercida por profissional com formação mínima em 
nível médio, responsável pela realização de oficinas de convívio por 
meio de esporte, lazer, arte e cultura. (BRASIL, 2010) 
 
A Tipificaçao Nacional dos Serviços Socioassistenciais sugere que as faixas 
etárias para realização dos grupos socioeducativos, sejam compreendidas da 
9 
 
seguinte forma: SCFV de 0 a 06 anos, de 06 a 15 anos, de 15 a 17 anos, de 18 a 29 
anos, de 30 a 59 anos, essas duas últimas inseridas em consonância à Resolução 
CNAS nº 13/2014, e por fim, o SCFV para idosos. 
Ainda que a Lei Nº 12.852 de 05 de Agosto de 2013, Estatuto da Juventude, 
considere jovens aqueles entre quinze (15) e vinte e nove (29) anos de idade, a 
presente análise acerca da execução do SCFV no Centro da Juventude Alex 
Mazaron concentra-se nas faixas etárias entre doze (12) e dezoito (18) anos de 
idade, público prioritário do Programa. 
O traçado metodológico do Serviço de Convivência e Fortalecimento de 
Vínculos ainda tem como suas principais produções os materiais produzidos no 
âmbito dos extintos Projovem adolescente – serviço socioeducativo, que 
compreendia as faixas entre 15 e 17 anos de idade, e o Projovem Urbano que 
compreende as faixas entre 19 e 29 anos. 
Ainda que os Programas tivessem como objetivo Central reintegrá-los ao 
processo educacional. A ação socioeducativa do Projovem adolescente era 
compreendida como: 
 
uma intervenção formadora, deliberada, planejada e participativa que 
cria situações desafiadoras que estimulam a capacidade reflexiva e 
crítica dos jovens e nos orientada na sua construção e reconstrução 
de suas vivências na família, na escola, na comunidade e na 
sociedade, contribuindo para o processo de formação de sua 
identidade pessoal, de futuro profissional e de cidadão. (TRAÇADO 
METODOLÓGICO, MDS, 2009, p. 24) 
 
Destacava-se inclusive que planejar o serviço nessa perspectiva “significa 
avançar para além da escolaridade padrão – ainda que importante e necessária -, 
apostando no desvelar de interesses e talentos pulsantes na vida do adolescente e 
juvenil e numa formação técnica geral que os prepare para o mundo do trabalho” 
(BRASILIA, 2009, p. 24). 
Identificamos assim que a metodologia do Programa Centro da Juventude, do 
Programa Bolsa Agente de Cidadania e do Serviço de Convivência e Fortalecimento 
de Vínculos, ainda que com suas especificidades convergem para os mesmos 
objetivos. 
 Ainda assim, questões relacionadas à dinâmica operacional dificultam 
a execução dos serviços de forma fluída. Sendo necessária flexibilização na 
10 
 
organização dos serviços, bem como atenção da gestão municipal no sentido de 
deflagrar uma série de providências de forma a criar condições para a oferta do 
serviço socioeducativo. 
 
 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Historicamente o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos veio 
se modificando, e as diversas regulamentações do serviço surgem no intuito de 
aprimorá-lo, e garantir um serviço continuado e de qualidade à população. 
Assim, a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais e legislação 
complementar têm por objetivo contribuir para execução do Serviço, e não o 
engessar e dificultar a efetivação de novas possibilidades e releituras do mesmo, 
respeitando-se é claro, a promoção das aquisições preteridas no âmbito da proteção 
Social Básica da Assistência Social. 
É necessário se ter clareza de que promover Convivência e Fortalecimento de 
Vínculos não é tarefa apenas da Política de Assistência Social. Assim, esse 
processo pode ser construído de diversas formas, em diversos espaços, e não 
apenas no âmbito de um serviço específico. 
Ao contrário do que pode parecer, mudanças construídas de forma coletiva 
embasadas em dados que conversem com a realidade vivenciada, não significam a 
execução de um serviço que não atende à parâmetros da Política, mas sim 
contribuições que enriquecem o trabalho executado. 
Destaca-se ainda que cada vez mais ações voltadas às juventudes pobres, 
que possibilitem a participação efetiva do jovem, adquirem caráter de resistência em 
meio à escassez de alternativas de formação, entretenimento, lazer e cultura para 
este público. 
Neste cenário, a proposta apresentada pelo Centro da Juventude se coloca 
como uma experiência diferente das quais a maioria dos jovens estão inseridos 
atualmente. A pedagogia freireana propõe uma educação libertadora, que torne o 
sujeito crítico, reflexivo, capaz de transformar a realidade. 
Assim, a almejada execução do Serviço de Convivência e Fortalecimento de 
Vínculos no Centro da Juventude não se dá de forma solta, mas recebe 
11 
 
interferências da construção do próprio espaço, da clara proposta educativa, e de 
sua trajetória política. 
Diante disto se faz necessária clareza acerca da concepção de convivência e 
fortalecimento de vínculos, a fim de facilitar o planejamento e execução de um 
serviço que respeite as diretrizes da política, a dinâmica do território e contribua 
efetivamente na construção de uma vivência jovem que busque uma reversão no 
quadro de políticas e ações sociais de cunho conservador, em detrimento de uma 
cidadania ativa. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Estatuto da Juventude. Brasília, 2013. 
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Traçado 
Metodológico. Brasília, 2009. Disponível em: 
<https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/assistencia_social/docu
mentos%20ju/smads-projovem.pdf.> Acesso em: 05 Mai. 2020 
BRASIL. CONSELHO NACIONAL DO ESPORTE. Aprova a política Nacional do 
Esporte.Resolução nº 05 de 14 de Junho de 2005, Brasil.. 
BRASIL. Secretaria Nacional de Assistência Social. Comissão Intergestores 
Tripartite. Resolução nº 01 de 07 de Fevereiro de 2013. Dispõe sobre o 
reordenamento do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – 
SCFV, no âmbito do Sistema Único da Assistência Social – SUAS, pactua os 
critérios de partilha do cofinanciamento federal, metas de atendimento do 
público prioritário e, dá outras providências. Curitiba. Disponível em: < 
http://www.mds.gov.br/webarquivos/legislacao/assistencia_social/resolucoes/2013/R
esolu%C3%A7%C3%A3o_CIT_n%C2%BA1_2013_Pactua%20o%20reordenamento
%20do%20SCFV_Parte%201.pdf>. Acesso em: 11 Jun. 2020 
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social. Orientações Técnicas sobre o 
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para Crianças e 
Adolescentesde 6 a 15 anos. Brasília. 2010. Disponível em: < 
https://www.gesuas.com.br/blog/static/criancas-adolescentes-6-a-15-anos.pdf> 
Acesso em: 13 Jul. 2020 
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social. Reordenamento do Serviço de 
Convivência e Fortalecimento de Vínculos – Passo a Passo. Brasília, 
2013.Disponível em: <http://www.assistenciasocial.al.gov.br/sala-de-
imprensa/eventos/Passo%20a%20Passo%20-%20Reordenamento%20SCFV.pdf> 
Acesso em: 14 Jul. 2020 
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/assistencia_social/documentos%20ju/smads-projovem.pdf
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/assistencia_social/documentos%20ju/smads-projovem.pdf
http://www.mds.gov.br/webarquivos/legislacao/assistencia_social/resolucoes/2013/Resolu%C3%A7%C3%A3o_CIT_n%C2%BA1_2013_Pactua%20o%20reordenamento%20do%20SCFV_Parte%201.pdf
http://www.mds.gov.br/webarquivos/legislacao/assistencia_social/resolucoes/2013/Resolu%C3%A7%C3%A3o_CIT_n%C2%BA1_2013_Pactua%20o%20reordenamento%20do%20SCFV_Parte%201.pdf
http://www.mds.gov.br/webarquivos/legislacao/assistencia_social/resolucoes/2013/Resolu%C3%A7%C3%A3o_CIT_n%C2%BA1_2013_Pactua%20o%20reordenamento%20do%20SCFV_Parte%201.pdf
https://www.gesuas.com.br/blog/static/criancas-adolescentes-6-a-15-anos.pdf
http://www.assistenciasocial.al.gov.br/sala-de-imprensa/eventos/Passo%20a%20Passo%20-%20Reordenamento%20SCFV.pdf
http://www.assistenciasocial.al.gov.br/sala-de-imprensa/eventos/Passo%20a%20Passo%20-%20Reordenamento%20SCFV.pdf
12 
 
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social. Tipificação Nacional dos Serviços 
Socioassistenciais. Brasília, 2019. Disponível em: < 
http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/tipifica
cao.pdf> Acesso em: 29 Jun. 2020 
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17. Ed.Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2005. 
PARANÁ. Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento Social. Bolsa Agente 
de Cidadania nos Centros da Juventude,Curitiba, 2013. Disponível em: < 
http://www.justica.pr.gov.br/sites/default/arquivos_restritos/files/migrados/File/Capacit
acao/centros_juventude/05.pdf> Acesso em: 14 Jul. 2020 
PARANÁ. Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento Social. Centros da 
Juventude. Curitiba, 2012. Disponível em: < 
http://www.justica.pr.gov.br/sites/default/arquivos_restritos/files/migrados/File/Projeto
CentrodaJuventudeRev6_11_2012.pdf> Acesso em: 13 Jul. 2020 
 
PARANÁ. Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento Social. Resolução nº 
175 de 2017 alterada pela Resolução nº 166/2018 SEDS. Curitiba. Disponível em: 
<http://www.justica.pr.gov.br/sites/default/arquivos_restritos/files/migrados/File/Capa
citacao/Agente_da_Cidadania/Resolucao-175-Seds.pdf> Acesso em: Acesso em: 13 
Jul. 2020 
RIZZINI, I.; BARKER, G.; CASSANIGA, N. Criança não é risco, é oportunidade: 
fortalecendo as bases de apoio familiares e comunitárias para crianças e 
adolescentes. Rio de Janeiro: USU Editora Universitária: Instituto Promundo, 2000. 
WEISHEIMER, Nilson [Et al.] Sociologia da Juventude. [livro eletrônico] – Curitiba: 
Intersaberes, 2013. – ( Série por dentro das Ciências Sociais). Disponível em: 
<https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/6218/pdf/5?code=NksZ8IwRU3
plrHv21ti0LRQhfpIa6OfTRgAooG9mjtbMrc2ccYNGYyTKujT+oqs+ovSV2i5TiT9WEG
zzOBLkTQ== > Acesso em: 20 Mai. 2020. 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/tipificacao.pdf
http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/tipificacao.pdf
http://www.justica.pr.gov.br/sites/default/arquivos_restritos/files/migrados/File/Capacitacao/centros_juventude/05.pdf
http://www.justica.pr.gov.br/sites/default/arquivos_restritos/files/migrados/File/Capacitacao/centros_juventude/05.pdf
http://www.justica.pr.gov.br/sites/default/arquivos_restritos/files/migrados/File/ProjetoCentrodaJuventudeRev6_11_2012.pdf
http://www.justica.pr.gov.br/sites/default/arquivos_restritos/files/migrados/File/ProjetoCentrodaJuventudeRev6_11_2012.pdf
http://www.justica.pr.gov.br/sites/default/arquivos_restritos/files/migrados/File/Capacitacao/Agente_da_Cidadania/Resolucao-175-Seds.pdf
http://www.justica.pr.gov.br/sites/default/arquivos_restritos/files/migrados/File/Capacitacao/Agente_da_Cidadania/Resolucao-175-Seds.pdf
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/6218/pdf/5?code=NksZ8IwRU3plrHv21ti0LRQhfpIa6OfTRgAooG9mjtbMrc2ccYNGYyTKujT+oqs+ovSV2i5TiT9WEGzzOBLkTQ==
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/6218/pdf/5?code=NksZ8IwRU3plrHv21ti0LRQhfpIa6OfTRgAooG9mjtbMrc2ccYNGYyTKujT+oqs+ovSV2i5TiT9WEGzzOBLkTQ==
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/6218/pdf/5?code=NksZ8IwRU3plrHv21ti0LRQhfpIa6OfTRgAooG9mjtbMrc2ccYNGYyTKujT+oqs+ovSV2i5TiT9WEGzzOBLkTQ==

Continue navegando