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EMBRIOLOGIA DO MÚSCULO: ■ A maioria dos músculos tem origem no mesoderma ■ Ocorre a gastrulação na terceira semana (com influência de proteínas morfogenéticas ósseas e outras moléculas de sinalização como FGF, SHH, Tgfs e Wnts), dando origem as 3 camadas germinativas (ectoderma, mesoderma e endoderma) ■ O mesoderma embrionário é formado a partir de quando o tubo neural e a notocorda já se formam e as células próximas à notocorda proliferam e o formam, após esse processo, este se diferencia em mesoderma lateral, intermediário e paraxial ■ Mesoderma paraxial se encontra dos dois lados da notocorda → origina somitos (segmentação em blocos do mesoderma) → originarão os primórdios da pele, esqueleto e músculos ■ Região do dermomiótomo (porção dorsolateral) originará músculos e a pele por meio dos miótomos → células mesenquimais se diferenciam → originam os mioblastos ■ Os mioblastos que formam os músculos esqueléticos do tronco são derivados do mesênquima das regiões dos miótomos dos somitos. Alguns músculos, como os músculos intercostais, permanecem agrupados de forma segmentada como os somitos, mas a maioria dos mioblastos migram para longe do miótomo e formam músculos não segmentados ■ Durante ou após a fusão dos mioblastos, os miofilamentos se desenvolvem no citoplasma dos miotubos. Outras organelas características do músculo estriado, como as miofibrilas, também se formam. Assim que os miotubos se desenvolvem, eles se tornam revestidos com lâminas externas (camadas), que o separam do tecido conjuntivo circundante ■ Fibroblastos produzem as camadas de perimísio e epimísio da bainha fibrosa do músculo. O endomísio é formado pela lâmina externa e por fibras reticulares ■ A maior parte dos músculos esqueléticos se desenvolve antes do nascimento e, quase todos os músculos restantes são formados até o final do primeiro ano ■ A primeira indicação de miogênese é o alongamento dos corpos celulares dos núcleos das células mesenquimais ao se diferenciarem em mioblastos Regulação miogênica ■ MYOD, um membro da família de fatores de regulação gênica, gene específico dos músculos, ativa a transcrição de genes músculo específicos. O MYOD é considerado um importante gene regulador para a 1 indução de diferenciação miogênica. A indução por miogênese em células mesenquimais por MYOD depende do grau de diferenciação das células mesenquimais ■ O BMP4 induz a produção de proteínas WNT (pelo tubo neural dorsal) + secreção de SHH (pela notocorda em baixas concentrações) → induzem a expressão de MYF5, MFY (anteriormente chamado de MFY4) e do MYOD ■ Tanto o MYOD quanto o MYF5 são membros de uma família de fatores de transcrição chamados de Fatores Reguladores Miogênicos (FRM), e esse grupo de genes ativa as vias para o desenvolvimento muscular, ativados e expressos sobre células precursoras miogênicas Tecido muscular ■ O tecido muscular é responsável pelo movimento do corpo e de suas partes e por mudanças no tamanho e no formato dos órgãos internos. Caracteriza- se por agregados de células alongadas e especializadas, dispostas em arranjos paralelos cuja principal função é a contração ■ A interação de miofilamentos é responsável pela contração das células musculares. Dois tipos de miofilamentos estão associados à contração celular: 1. Os filamentos finos (6 a 8 nm de diâmetro, com 1,0 μm de comprimento), compostos principalmente pela proteína actina. Cada filamento fino de actina fibrosa (actina F) é um polímero formado, principalmente, a partir de moléculas de actina globular (actina G) 2. Os filamentos espessos (cerca de 15 nm de diâmetro, com 1,5 μm de comprimento) são compostos principalmente pela proteína miosina II. Cada filamento espesso consiste em 200 a 300 moléculas de miosina II ■ Os dois tipos de miofilamentos ocupam a maior parte do citoplasma que, nas células musculares, também é denominado sarcoplasma ■ O músculo é classificado de acordo com o fenótipo das células contráteis. São reconhecidos dois tipos principais de músculos: ➤ O músculo estriado, cujas células exibem estriações transversais ao microscópio óptico ➤ O músculo liso, cujas células não exibem estriações transversais. O tecido muscular estriado é ainda subclassificado de acordo com sua localização: ➤ O músculo esquelético está inserido nos ossos e é responsável pelo 2 movimento do esqueleto axial e esqueleto apendicular, bem como pela manutenção da posição e da postura do corpo. Além disso, os músculos esqueléticos do olho (músculos extraoculares) possibilitam o movimento preciso dos olhos ➤ O músculo estriado visceral é morfologicamente idêntico ao músculo esquelético, mas está restrito aos tecidos moles; isto é, língua, faringe, parte lombar do diafragma e parte superior do esôfago. Esses músculos desempenham papel essencial na fala, na respiração e na deglutição ➤ O músculo cardíaco é um tipo de músculo estriado encontrado na parede do coração. Encontra-se também em um pequeno trecho da parede das grandes veias pulmonares, que desemboca no coração ■ No músculo esquelético, cada célula muscular (fibra muscular), representa, na realidade, um sincício multinucleado. A fibra muscular é formada durante o desenvolvimento pela fusão de pequenas células musculares (mioblastos) ■ O músculo esquelético consiste em fibras musculares estriadas, mantidas unidas por tecido conjuntivo. Esse tecido que circunda tanto as fibras musculares individuais quanto os feixes de fibras musculares é essencial para a transdução da força 1. Endomísio: camada delicada de fibras reticulares que circunda cada fibra muscular. Apenas vasos sanguíneos de pequeno diâmetro e os ramos neuronais mais finos são encontrados no endomísio, que corre paralelamente às fibras musculares 2. Perimísio: camada de tecido conjuntivo mais espessa, que circunda um grupo de fibras para formar um fascículo (unidades funcionais de fibras musculares que tendem a atuar em conjunto para a realização da contração. Nesse perimísio são encontrados vasos sanguíneos de maior calibre e nervos 3. Epimísio: bainha de tecido denso que circunda um conjunto de fascículos constituindo o músculo. O suprimento vascular e nervoso adentra o músculo através desse epimísio Tipos de fibras musculares ■ A classificação atual das fibras musculares esqueléticas fundamenta- se 3 na velocidade de contração, na velocidade enzimática da reação da miosina ATPase da fibra e no perfil metabólico ■ A velocidade de contração determina a velocidade com a qual a fibra é capaz de se contrair e de relaxar. A velocidade da reação da miosina ATPase determina a taxa com que essa enzima é capaz de degradar as moléculas de ATP durante o ciclo de contração. O perfil metabólico indica a capacidade de produção de ATP por fosforilação oxidativa ou glicólise ■ As fibras caracterizadas por metabolismo oxidativo contêm grandes quantidades de mioglobina e um número maior de mitocôndrias com seus complexos de citocromos na cadeia de transporte de elétrons. A mioglobina atua principalmente no armazenamento de oxigênio nas fibras musculares e proporciona uma fonte rápida de oxigênio para o metabolismo muscular ■ Os três tipos de fibras musculares esqueléticas são as fibras do tipo I (oxidativas lentas), do tipo IIa (glicolíticas oxidativas rápidas) e do tipo IIb (glicolíticas rápidas) 1. Fibras do tipo I ou oxidativas lentas: elas contêm numerosas mitocôndrias e grandes quantidades de mioglobina e complexos citocrômicos. São unidades motoras de contração espasmódica lenta resistente à fadiga (uma contração espasmódica é uma contração única e breve do músculo). Essas fibras exibem grande resistência à fadiga, mas geram menos tensão que outras fibras. Sua velocidade de reação da miosina ATPase é a mais lenta de todos os tipos de fibras. Em geral, as fibras do tipo I são encontradas nos músculos dos membros dos mamíferos. OBS: constituemas principais fibras dos músculos eretores longos da espinha do dorso (espinha dorsal) nos humanos, nos quais estão particularmente adaptadas para a contração lenta e prolongada necessária para a manutenção da postura ereta. Uma alta porcentagem dessas fibras constitui os músculos de atletas de alta resistência (endurance), como os corredores de maratona 2. Fibras do tipo 2a ou glicolíticas oxidativas rápidas: possuem numerosas mitocôndrias e alto conteúdo de mioglobina. Diferentemente das fibras do tipo I, as fibras do tipo IIa contêm grandes quantidades de glicogênio e são capazes de realizar a glicólise anaeróbica. Constituem as unidades motoras de contração espasmódica rápida, resistentes à fadiga, que provocam alta tensão muscular máxima. Os atletas com alta porcentagem dessas fibras 4 glicolíticas oxidativas rápidas são os corredores de 400 e 800 m, os nadadores de média distância e os jogadores de hóquei. 3. Fibras do tipo 2b ou glicolíticas rápidas: contêm menor quantidade de mioglobina e um menor número de mitocôndrias, em comparação com as fibras do tipo I e do tipo IIa. Apresentam baixo nível de enzimas oxidativas, mas exibem alta atividade enzimática anaeróbica e armazenam quantidade considerável de glicogênio. Essas fibras são unidades motoras de contração espasmódica rápida, propensas à fadiga, que provocam alta tensão muscular máxima. Sua velocidade de reação da miosina ATPase é a mais rápida de todos os tipos de fibras. Elas também se fadigam rapidamente em consequência da produção de ácido láctico. OBS: fibras do tipo IIb estão adaptadas para a contração rápida e os movimentos finos e precisos. Constituem a maioria das fibras dos músculos extraoculares e dos músculos que controlam os movimentos dos dedos. Esses músculos apresentam maior número de junções neuromusculares em relação às fibras do tipo I, possibilitando, assim, controle neuronal mais preciso de seus movimentos. Os corredores de curta distância, os levantadores de peso e outros atletas de campo apresentam alta porcentagem de fibras do tipo IIb. Organização da fibra muscular: ■ É preenchida com subunidades estruturais dispostas longitudinalmente (miofibrilas) ■ Essas miofibrilas são compostas por feixes de miofilamentos. feixes de miofilamentos. Os miofilamentos são os polímeros filamentosos individuais da miosina II (filamentos espessos) e da actina e suas proteínas associadas (filamentos finos). Eles constituem os elementos contráteis efetivos do músculo estriado ■ Os feixes de miofilamentos que constituem as miofibrilas são circundados pelo retículo sarcoplasmático. Esse retículo forma uma rede tubular muito organizada ao redor dos elementos contráteis 5 ■ As mitocôndrias e os depósitos de glicogênio estão localizados entre as miofibrilas em associação ao REL Anatomia da fibra muscular: SARCOLEMA: membrana plasmática de uma fibra muscular. Dentro do sarcolema encontramos o sarcoplasma que consiste no citoplasma da fibra; ele possui uma quantidade substancial de glicogênio (usado para a síntese de ATP). Além disso, o sarcoplasma possui uma proteína (mioglobina) que liga as moléculas de oxigênio que se espalham pelas fibras musculares a partir do líquido intersticial ■ O sarcoplasma é cheio de pequenos filamentos chamados de miofibrilas que são as organelas contráteis do músculo esquelético; as suas estriações fazem com que todo o músculo possua uma aparência estriada ■ Essas miofibrilas são envolvidas por um sistema de sacos membranáceos cheios de líquidos chamado de retículo sarcoplasmático (semelhantes ao retículo endoplasmático liso presente nas células não musculares). As extremidades dilatadas dos sacos do retículo (cisternas terminais) fazem contato com os túbulos T e as duas cisternas terminais formam uma tríade ■ Em uma fibra muscular relaxa, o retículo sarcoplasmático armazena íons cálcio e a liberação desse íon pelas cisternas do retículo desencadeiam a contração muscular ■ Dentro das miofibrilas encontram-se os filamentos (finos e grossos) que participam diretamente da contração. Eles não se estendem por todo o comprimento da fibra muscular, estando dispostos em sarcômeros (unidades funcionais básicas de uma miofibrila, sendo dividido em partes: ■ As linhas Z separam um sarcômero do outro. Os filamentos finos e grossos se sobrepõem, em maior ou em menor grau, dependendo se o músculo está contraído, relaxado ou esticado. Esse padrão de sobreposição cria uma variedade de estriações (miofibrilas) ■ Faixa A: parte média e mais escura de um sarcômero que se estende por toda a extensão de filamentos grossos. Próximo a cada extremidade da Faixa A existe uma zona de sobreposição. Existe uma zona H no meio de cada faixa A que contém filamentos grossos mais nenhum fino. As proteínas de sustentação que unem os filamentos grossos, no centro de cada zona H, formam a linha M (está no meio do sarcômero) ■ Faixa I: área mais clara, menos densa, que contém o restante dos filamentos finos e nenhum filamento grosso. 6 Proteínas Musculares: ■ As miofibrilas são formadas a partir de três tipos de proteínas: 1. Contráteis: geram força durante a contração. As duas presentes no músculo são a miosina (filamentos finos) e a actina (filamentos grossos) ■ Miosina: atua como uma proteína motora nos três tipos de tecido muscular. Elas empurram ou puxam diversas estruturas celulares para realizar o movimento, convertendo energia química no ATP em energia mecânica de movimento ou em produção de força. A cauda da miosina está voltada para a linha M, no centro do sarcômero. A cabeça da miosina são as duas projeções de cada molécula de miosina; elas se projetam para fora do corpo, cada uma se estendendo na direção de um dos seis filamentos finos que circundam o filamento grosso. Esses filamentos estão ancorados às linhas Z. Seu principal componente é a proteína actina, sendo que, em cada uma encontram-se sítios de fixação de miosina (onde ocorre a fixação) 2. Reguladoras: ajudam a ligar e desligar o processo de contração ■ Em menores quantidades, temos duas proteínas reguladoras: troponina e a tropomiosina (fazem parte do filamento fino). No músculo relaxado, a miosina é impedida de se ligar à actina porque filamentos de tropomiosina recobrem os sítios de fixação 3. Estruturais: mantém os filamentos finos e grossos no alinhamento adequado, conferem elasticidade e extensibilidade à miofibrila e unem as miofibrilas ao sarcolema e à matriz extracelular ■ O músculo contém aproximadamente uma dúzia desse tipo de proteína. Dentre elas: titina (terceira proteína mais abundante; conecta uma linha Z á uma M, ajudando a estabilizar a posição do filamento espesso; responde por grande parte da elasticidade e extensibilidade das miofibrilas; provavelmente ajuda os sarcômeros a retornarem ao seu comprimento de repouso após a contração ou alongamento); nebulina (não elástica longa que envolve toda a extensão de cada filamento fino); distrofina ( liga os filamentos finos do sarcômero a proteínas integrais da membrana do sarcolema que se prendem às proteínas na matriz do tecido conjuntivo; ela e 7 suas proteínas associadas reforçam o sarcolema, ajudando a transmitir a tensão gerada pelos sarcômeros para os tendões) Contração Muscular ■ Os sinais de cálcio “liga” e “desliga” a contração muscular está relacionado a troponina que controla o posicionamento de uma tropomiosina ■ No músculo esquelético em repouso, a tropomiosina se enrola em torno dos filamentos de actina e cobre os sítios de ligação da miosina na actina. Esta é a posição de bloqueio da tropomiosina ou posição “desligada”. Antes que a contração possa ocorrer, a tropomiosina deve ser deslocada para a posição “ligada”, que expõe o restante dos sítios de ligação da miosina na actina ■ O posicionamento “ligado-desligado” da tropomiosina é regulado pela troponina. Quando acontração começa em resposta a um sinal de cálcio, a proteína-C se liga reversivelmente ao cálcio ■ Esse complexo troponina C-cálcio puxa a tropomiosina, afastando-a dos sítios de ligação da miosina na actina. Esta posição “ligado” permite que as cabeças da miosina formem pontes cruzadas fortes e executem seu movimento de força Ciclo da contração: ➽ O ATP se liga e a miosina desliga: uma molécula de ATP se liga à cabeça da miosina, diminuindo a afinidade da ligação da actina com a miosina e a miosina se desliga da actina ➽ A hidrólise do ATP fornece energia para a cabeça de miosina rotar e voltar a se ligar na actina: o sítio de ligação do ATP na cabeça da miosina se fecha em torno do ATP e o hidrolisa, formando ADP e fosfato inorgânico (P1). ADP e P1 permanecem ligados à miosina enquanto a energia liberada pela hidrólise do ATP gira a cabeça da miosina até que ela forme um ângulo de 90º com o eixo longitudinal dos filamentos (miosina se liga a uma nova actina) ➽ As pontes cruzadas miosina-actina recém formadas são fracas porque a tropomiosina está bloqueando parcialmente os sítios de ligação da actina. A maioria das fibras musculares em repouso estão nesse estado, engatilhadas e preparadas para contrair, e apenas esperando por um sinal de cálcio ➽ Movimento de força: começa após o Ca2+ se ligar à troponina para expor o restante dos sítios de ligação da miosina ➽ As pontes cruzadas tornam-se ligações fortes, quando a miosina libera P1, fazendo com que a cabeça da miosina gire. As cabeças se inclinam em direção 8 à linha M, levando o filamento de actina com elas ➽ A miosina libera ADP: no final do movimento de força, a miosina libera ADP; com a saída desse ADP, a cabeça da miosina está novamente ligada fortemente à actina no estado rigidez ➽ O ciclo está ponto para começar mais uma vez quando um novo ATP se liga à miosina OBS: embora o ciclo de contração inicie com o estado de rigidez, no qual nenhum ATP ou ADP está ligado a miosina, as fibras do músculo relaxado permanecem a maior parte do tempo na etapa 2 O estado de rigidez de um músculo vivo normalmente é breve, porque a fibra muscular tem suprimento suficiente de ATP, que rapidamente se liga a miosina após o ADP ser liberado na etapa 4 Após a morte, quando metabolismo cessa e o suprimento de ATP se esgota, os músculos não podem mais se ligar ao ATP e por isso permanecem no estado de ligação forte de rigidez (rigor mortis). O músculo “congela” em decorrência das pontes cruzadas permanecerem imóveis Tipos de contração: ■ Contração Concêntrica: músculo se encurta e traciona outra estrutura reduzindo o ângulo de uma articulação; ■ Contração Excêntrica: quando aumenta o comprimento total do músculo durante a contração; ■ Contração Isomérica: serve para estabilizar articulações enquanto outras são movidas – gera tensão muscular sem realizar movimentos ■ Contração Isotônica: movem cargas ➽ A tensão (força de contração) desenvolvida pelo músculo permanece quase constante, enquanto o músculo muda seu comprimento. São usadas para os movimentos corporais e para mover objetos. Exemplo: pegar um peso (um em cada mão) e dobrar os cotovelos até os pesos encostarem nos ombros ➽ Contração Isotônica Concêntrica: nela, se a tensão gerada é grande o suficiente para superar a resistência do objeto a ser movido, o músculo se encurta e traciona outra estrutura (como um tendão) para produzir movimento e reduzir o ângulo na articulação. Exemplo: Pegar um livro sobre a mesa acarreta contrações isotônicas concêntricas do músculo bíceps braquial. Por outro lado, conforme abaixamos o livro para colocá-lo de novo sobre a mesa, o bíceps aumenta gradualmente seu comprimento, enquanto continua a se contrair ➽ Contração Isotônica Excêntrica: quando o comprimento de um músculo 9 aumenta durante a contração; durante esse tipo de contração, a tensão exercida pelas ligações transversas de miosina resiste ao movimento da carga e diminui o processo de alongamento. Exemplo: estender lentamente os braços (segurando pesos), resistindo à tendência dos pesos de puxá-los para baixo. Os músculos bícps estão ativos realizando uma contração associada ao alongamento ■ Contração Isomérica: geram força sem movimento - A tensão gerada não é suficiente para superar a resistência do objeto a ser movido e o músculo não altera o seu comprimento. Exemplo: segurar os pesos, mantendo-os imóveis na sua frente, os músculos dos braços estão gerando uma tensão para superar a carga do peso, mas não geram movimento - Essa contração é importante para manter a postura e a sustentação de objetos em posição fixa. Ela estabiliza algumas articulações, enquanto outras são movidas. Metabolismo Energético do Músculo ■ Produção de ATP nas fibras musculares: ➽ As fibras musculares esqueléticas alternam entre níveis baixos de atividade (quando estão relaxadas e usando um pouco de ATP) e níveis altos (quando contraídas e usando muito ATP) ➽ O ATP presente no interior das fibras é suficiente para energizar a contração durante poucos segundos, ou seja, se o exercício intenso continuar por mais tempo, as fibras musculares precisam produzir mais ATP ➽ São dispostas 3 fontes para a produção de ATP: Fosfato de Creatina ➸ Enquanto as fibras musculares estão relaxadas, ocorre uma produção maior do que a necessária em repouso de ATP. Esse excesso de ATP é usado na síntese de fosfato de creatina (molécula rica em energia) ➸ A enzima creatinoquinase catalisa a transferência de um dos radicais fosfato ricos em energia do ATP para a creatina, formando o fosfato de creatina e ADP ➸ A creatina é uma molécula pequena, sintetizada no fígado, rins e pâncreas e, em seguida, transportada para as fibras musculares ➸ Quando a contração começa o teor de ADP começa a aumentar, a enzima creatinoquinase catalisa a transferência 10 do radical fosfato rico em energia do fosfato de creatina de volta para o ADP ➸ Essa reação de fosforilação forma novas moléculas de ATP. Juntos, o fosfato de creatina e o ATP fornecem energia suficiente para o músculo se contraiam por 15 segundos Suplementação de Creatina ➸ Os adultos precisam sintetizar e ingerir uma quantidade total de 2 gramas por dia para compensar a perda urinária de creatinina ➸ Alguns estudos não mostram um efeito de otimização do desempenho decorrente da suplementação da creatina ➸ Essa suplementação causa desidratação e pode provocar disfunção renal Respiração Celular Anaeróbica: ➸ Reações produtoras de ATP que não necessitam de oxigênio ➸ Quando a atividade muscular continua e o suprimento de fosfato de creatina na fibra muscular se esgota, a glicose é catabolizada para gerar ATP ➸ A glicose passa do sangue para as fibras musculares em contração por meio da difusão facilitada, sendo também produzida pela degradação do glicogênio no interior das fibras musculares ➸ Reação de glicólise degrada cada molécula de glicose em duas de ácido pivúrico ➸ Geralmente, esse ácido pivúrico formado pela glicólise no citosol entra nas mitocôndrias, produzindo grande quantidade de ATP (reação aeróbica). ENTRETANTO, durante algumas atividades, não há oxigênio disponível suficiente, com isso, as reações anaeróbias convertem a maior parte do ácido pivúrico em ácido lático no citosol ➸ Aproximadamente 80% do ácido lático produzido difunde-se das fibras musculares esqueléticas para o sangue ➸ As células hepáticas convertem parte do ácido lático em glicose ➸ Esse tipo de respiração celular é capaz de fornecer energia suficiente para para 30 a 40 segundos de atividade muscular máxima Respiração Celular Aeróbica: ➸ Reações que usam oxigênio e produzem ATP nas mitocôndrias ➸ Se houver oxigênio o suficiente, o ácido pivúrico entra nas mitocôndrias, sendo completamente oxidado por reações que geram ATP, dióxido de carbono, água e calor ➸ Embora a respiração celular aeróbica seja mais lenta doque a glicólise, ela produz muito mais ATP (cada molécula de glicose produz 36 moléculas de ATP/ uma molécula de ácido graxo produz 11 mais de 100 moléculas de ATP, por meio da respiração aeróbica) ➸ O tecido muscular possui duas fontes de oxigênio: o que se difunde para as células musculares por meio do sangue e o liberado pela mioglobina no interior das fibras musculares ➸ A respiração aeróbica fornece ATP o suficiente para a atividade prolongada, enquanto houver oxigênio e nutrientes (ácido pivúrico, ácidos graxos e aminoácidos da degradação de proteínas) ➸ Nas atividades com duração maior do que 10 minutos, o sistema aeróbico fornece mais de 90% do ATP Hipertrofia do Músculo Esquelético: ■ É uma resposta fisiológica caracterizada pelo aumento do volume dos músculos decorrentes de estímulos gerados pelo exercício físico. ■ Musculação + dieta rica em proteína, pois o músculo utiliza suas proteínas para suprir as demandas energéticas e estimulam a síntese proteica preservando as proteínas da miofibrila e aumentando a taxa de síntese proteica para aumentar a musculatura ■ INSULINA - É o hormônio mais anabólico do corpo, podendo aumentar o volume da maior parte dos tecidos, acumulando proteínas, carboidratos e gordura. - Não há comprovações que o treino aumente diretamente a sua taxa sanguínea, mas sim de seus mediadores, como GLUT-4 e LPL ■ GH - Age por meio da somatomediação. - Ele chegaria até o fígado e tecidos periféricos, causando a liberação e produção de IGFs, aumentando também os seus receptores. - O GH é tão eficiente, que ele aumenta 50 vezes mais o nível sérico de IGF do que se injetarmos o próprio IGF-1. - Além disso, existe a hipótese de que o GH age diretamente nas células satélites, causando diferenciação. Estudos provam que ele aumenta a massa magra, mas não nos ganhos de força. Recentemente tem-se dado grande importância ao estudo das vias de sinalização de síntese proteica, e dentre elas, a sinalização intracelular da hipertrofia muscular recebeu destaque. - Uma via bastante comum de sinalização celular acionada pelo exercício físico, em particular pelo treinamento de força, é a fosfatidil-inositol 3-quinase (PI3K). A via da PI3K/Akt/mTOR/p70S6K tem sido amplamente atribuída como uma das principais controladoras do crescimento celular. 12 - Estimulada pelo aumento nas concentrações de IGF-1 e MGF ela aciona, em forma de cascata, outras proteínas (proteína quinase B [Akt], proteína alvo de rapamicina em mamíferos [mTOR] e proteína ribossomal 70 quinase S6 [p70S6K]) responsáveis pelo desencadeamento da síntese proteica e do crescimento celular ■ Exercício físico, tipo de treino e hipertrofia -O ganho de massa muscular tem estreita relação com o treinamento realizado. Para um ganho eficiente, o treinamento resistido (com peso, contra resistência) é o mais adequado. Devem-se considerar as variáveis: volume, intensidade, duração, intervalo, velocidade e frequência; -Os intervalos entre as séries e os exercícios são a variável mais negligenciada durante o planejamento do treino. É necessário que haja o respeito dos intervalos, pois eles proporcionarão a faixa média ideal de recrutamento para cada objetivo. - Para a Hipertrofia o descanso de intervalo entre as sessões é de 48 a 72 horas em média, intervalo entre as séries e os exercícios de 30 segundos a 2 minutos Junção Neuromuscular: ■ Cada neurônio motor somático possui um axônio filiforme que se estende do SNC até um grupo de fibras musculares esqueléticas. A fibra muscular se contrai em resposta a um ou mais potenciais de ação que se propagam ao longo de seu sarcolema e pelo seu sistema de túbulos T. ■ Os potenciais de ação se originam na JNM, a sinapse entre um neurônio motor somático e uma fibra muscular esquelética ■ Na JNM, a extremidade do neurônio motor somático, a terminação axônica, divide-se em um grupo de botões sinápticos, os quais contêm as vesículas sinápticas. Dentro dessas vesículas, há acetilcolina (ACh) ■ A região do sarcolema, oposta aos botões sinápticos, a placa terminal motora, é parte da fibra muscular da JNM. Dentro de cada placa terminal motora estão os receptores de acetilcolina, proteínas integrais transmembrana que se fixam especificamente à ACh. Esses receptores são abundantes nas dobras juncionais, sulcos profundos da placa terminal motora que proporcionam uma ampla área de superfície para a ACh ■ Os receptores da ACh são canais de íons controlados por ligantes. JNM= todos os botões terminais sinápticos de um lado da fenda sináptica 13 + placa motora da fibra muscular, do outro lado Formação do Potencial de Ação: ➽ Liberação da ACh: ocorre exocitose das vesículas sinápticas quando o impulso chega nos terminais sinápticos. A ACh difunde-se através da fenda, entre o neurônio motor e a placa terminal motora ➽ Ativação dos receptores de ACh: a fixação de duas moléculas de ACh ao receptor abre um canal iônico no receptor. Uma vez aberto, pequenos cátions, especialmente o Na2+, fluem através da membrana. ➽ Geração do PA muscular: o influxo do íon sódio torna o interior da fibra muscular carregado positivamente. Essa alteração no potencial de membrana desencadeia um PA muscular. Cada impulso nervoso, normalmente, produz um PA muscular. Em seguida, o PA se propaga ao longo do sarcolema pelo sistema de túbulos T. Isso faz com que o RS libere seu Ca2+ armazenado e a fibra muscular se contrai. ➽ Término da atividade de ACh: o efeito da ligação de acetilcolina é apenas temporário, porque a ACh é rapidamente decomposta pela acetilcolinesterase (AChE). Esta enzima está presa às fibras colágenas na matriz extracelular da fenda. A AChE cliva a ACh em acetil e colina, produtos que não ativam o receptor ➽ Quando os PAs do neurônio motor cessam, a ACh não é mais liberada. Isso finaliza a produção de PAs muscular e os canais de liberação de cálcio na membrana do RS se fecham. - A JNM, em geral, fica perto do ponto médio de uma fibra muscular esquelética. Os potenciais de ação musculares que se originam na JNM se propagam para as duas extremidades da fibra. Isso permite a ativação (contração) quase simultânea de todas as partes da fibra Agentes Anticolinesterásicos: Existem substâncias que bloqueiam seletivamente certos processos da JNM. ● Toxina Botulínica: produzida pela bactéria Clostridium botulinum, bloqueia a exocitose das vesículas sinápticas na JNM. Essas bactérias se proliferam em alimentos enlatados inadequadamente, e sua toxina é letal. ● Botox: injeções de botox (que é a mesma toxina acima) são realizadas nos músculos afetados em pacientes com estrabismo. É usado também como tratamento cosmético para relaxar músculos que produzem rugas faciais e para aliviar a dor lombar crônica 14 causada por espasmos musculares. Fadiga Muscular: ■ É a incapacidade de um músculo de manter a força de contração após atividade prolongada ■ Ela resulta, principalmente, pela intensidade e pela duração da atividade contrátil, pelo fato de a fibra muscular estar usando o metabolismo aeróbico ou anaeróbico, pela composição do músculo e pelo nível de condicionamento do indivíduo ■ A maior parte das evidências experimentais sugere que a fadiga muscular surge de uma falha na excitação-contração da fibra muscular, ao invés de uma falha nos neurônios controlados ou na transmissão neuromuscular ■ Fadiga Central: fatores originados no Sistema Nervoso Central. Ela inclui sensação de cansaço e vontade de interromper a atividade física. Estudos mostram que essa fadiga psicológica precede a fisiológica sendo um mecanismo de proteção ■ Fadiga Periférica: originada em algum lugar entre a junção neuromuscular e os elementos contráteis do músculo ■ As causas neurais de fadiga poderiam surgir tanto da falha de comunicação na junção neuromuscular quanto na falha dos neurônios de comando do SNC ■ Exemplo: se a acetilcolinanão é sintetizada no terminal axônico rápido o suficiente para manter a taxa de disparo do neurônio, a transmissão desse neurotransmissor na sinapse diminui ➞ potencial na placa terminal do músculo não atinge o limiar necessário para disparar um potencial de ação na fibra muscular ➞ falha na contração (fadiga associada a doenças neuromusculares) ■ Fadiga em caso de esforço máximo de curta duração: níveis aumentados de fosfato inorgânico Pi( produzidos quando o ATP e a fosfato creatina são utilizados como fonte de energia) ➞ isso pode diminuir a liberação de Pi da miosina ➞ alteração no movimento de força. Outra teoria é a de que níveis elevados de fosfato ➞ diminuem a liberação de Ca2+ Cãimbra: ■ Falta de energia para bomba de cálcio ■ Ocorre quando a quantidade de sódio e potássio não é suficiente para alimentar a bomba de cálcio, cálcio fica na miofibrila realizando contração. ■Perda de eletrólitos no suor → distúrbios nos potenciais de ação → contração muscular espontânea 15 16
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