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Apostila de filosofia

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Prévia do material em texto

APOSTILA PREPARATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA PREPARATÓRIA 
FILOSOFIA 
 
 
Você será convidado a 
conhecer e explorar a história 
do homem em busca do 
autoconhecimento e 
conhecimento do mundo que o 
rodeia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Bruno Dias Gomes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA: FILOSOFIA 
 
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 
Caro estudante, 
Seja bem-vindo! Na disciplina de Filosofia, você será convidado a conhecer e 
explorar a história do homem em busca do autoconhecimento e conhecimento do 
mundo que o rodeia. 
Inicialmente, transitando pelo surgimento do mais antigo registro do estudo da 
filosofia, passaremos pelas transformações históricas e sociais que o mundo sofreu 
nessa viagem do pensar na construção de uma filosofia sólida. Neste passeio 
histórico, não perderemos de vista a reflexão crítica sobre os temas estudados. 
É de suma importância que você entenda a história da Filosofia, o contexto 
sociopolítico e as celeumas que fizeram parte da construção do conhecimento. 
Faremos um apanhado dos principais filósofos e de suas principais teorias. Você 
entenderá como elas influenciaram o mundo e foram influenciadas por ele também. 
Ao adquirir conhecimento sobre o desenvolvimento da Filosofia nos diversos períodos 
da história (antigo, medieval, moderno, contemporâneo), você irá desenvolver a 
capacidade de análise crítica de situações que impactaram o mundo, de modo a 
transcender a mera interpretação. A vida fará mais sentido. Acompanhe a evolução 
do raciocinar, as descobertas e influências que repercutiram na doutrina filosófica e, 
por fim, perceba que o mundo não só evolui, mas também possui características 
extremamente cíclicas. 
Para fazer a diferença no mercado de trabalho e nas demais relações, é 
primordial que você desenvolva o próprio raciocínio e quebre as barreiras do senso 
comum. Ao entender o nascimento da Filosofia e os ciclos humanos, adquirirá 
 
 
 
 
segurança e lucidez para entender o período atual e formar suas próprias conclusões. 
O escopo deste material é formar profissionais capacitados e conscientes de sua 
função social, bem como da função da Filosofia neste contexto. 
Acreditamos que a Filosofia permitirá que você amplie sua percepção de 
mundo e entenda o porquê da divisão estrutural/ política/ jurídica da sociedade. Ao 
final deste estudo, você terá desenvolvido um senso crítico geral. Entretanto, a 
Filosofia proporcionará muito mais: por meio dela você poderá ir além, sair da sua 
zona de conforto, observar, questionar e perceber outras cores e formas no mundo. 
As dicas de estudo e sugestões de aprofundamento ao final da maior parte das 
unidades servirão como um complemento do estudo. Por meio de vídeos e sugestões 
de leitura, você poderá fazer o link entre os temas estudados e a sua realidade. 
Pronto para alçar voos mais altos? 
Boa leitura! 
“Se queres prever o futuro, estuda o passado.” (Confúcio) 
 
OBJETIVOS DA DISCIPLINA 
A disciplina de Filosofia tem por objetivo fomentar em você a percepção crítica 
de si e da sociedade como um todo para, a partir deste conhecimento, conseguir 
chegar às próprias conclusões. As discussões promovidas pela disciplina 
possibilitarão a construção de um olhar crítico acerca das relações humanas e seu 
contexto social, colaborando assim para uma formação acadêmica ética e política, 
atenta à realidade e às influências nela inseridas. 
 
HABILIDADES E COMPETÊNCIAS 
Ao final da disciplina, você será capaz de: 
- Correlacionar os pressupostos básicos da Filosofia, sua necessidade e sua 
conexão com o Direito; 
https://www.pensador.com/autor/confucio/
 
 
 
 
- Definir a visão crítica do Direito, com base nos postulados da Filosofia apreendidos 
nas diferentes posições jusfilosóficas; 
- Desenvolver a reflexão sobre o fenômeno jurídico; 
- Explicar as dimensões éticas e políticas do Direito Positivo; 
- Identificar o valor e o sentido do Direito no contexto dos problemas da sociedade 
contemporânea. 
 
 
EMENTA: 
Introdução à Filosofia: aspectos sociais e históricos que contextualizam o surgimento 
da Filosofia na Grécia Antiga; o surgimento da Filosofia e a sua oposição ao 
pensamento mítico; os pré-socráticos; Sócrates e o humanismo antigo; Platão e noção 
de Justiça na cidade ideal; Aristóteles. As noções de bem e mal na Idade Média à luz 
do pensamento de Santo Agostinho e de São Tomás de Aquino. A modernidade: 
Principais filósofos. O pensamento de Immanuel Kant – gnosiologia, ética e Direito. A 
contemporaneidade: o pensamento de Marx e sua concepção sobre o Direito; 
Nietzsche e a queda dos valores supremos (o niilismo); Escola de Frankfurt. 
Heidegger e a crítica ao Humanismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 UNIDADE I - FILOSOFIA ANTIGA: O PENSAMENTO MÍTICO .............................11 
Instruções Preliminares.............................................................................................12 
O Surgimento da Filosofia na Grécia Antiga: O Pensamento Mítico.........................15 
Conceitos Relevantes: Cosmogonia, Teogonia, Cosmologia....................................16 
Caixa de Pandora.......................................................................................................16 
Atividade Extraclasse: Sugestão de Animação..........................................................17 
UNIDADE II - PENSAMENTO MÍTICO x PENSAMENTO FILOSÓFICO..................18 
Comparativo: Pensamento Mítico X Pensamento Filosófico......................................20 
Reflexão: A importância do Pensamento Mítico.........................................................20 
Aspectos Sociais e Históricos que Contextualizam o Surgimento da Filosofia..........21 
Atividade Extraclasse: Indicação de Filme.................................................................21 
UNIDADE III - SURGIMENTO DA FILOSOFIA NA GRÉCIA ANTIGA. FILÓSOFOS 
PRÉ-SOCRÁTICOS, SOCRÁTICOS E PÓS-SOCRÁTICOS....................................24 
O que é a Filosofia?...................................................................................................25 
Características da Filosofia........................................................................................25 
Filósofos Pré-Socráticos, Socráticos e Pós-Socráticos..............................................26 
Atividade Extraclasse: Sugestão de Leitura...............................................................27 
UNIDADE IV - PRIMEIROS FILÓSOFOS..................................................................28 
O Período Pré-socrático (Escolas Jônica. Pitagórica, Atomista, Eleática) ................29 
Ceticistas. Epicutistas. Estoicistas.............................................................................29 
Filósofos Naturalistas ................................................................................................30 
Principais Conceitos. Physis, Arché, Logos...............................................................31 
UNIDADE V - PRIMEIROS FILÓSOFOS. NATURALISTAS. SOFISTAS.................32 
Principais Filósofos Naturalistas: Thales de Mileto, Pitágoras, Demócrito, Leucipo, 
áclito e Parmênides....................................................................................................34 
Sofistas.......................................................................................................................35 
UNIDADE VI – SOFISTAS. PASSAGEM DO NATURALISMO AO HUMANISMO. 
SÓCRATES E A REVOLUÇÃO DO MUNDO INTERIOR. SÓCRATES E O 
MÉTODO DIALÉTICO. MAIÊUTICA.........................................................................37 
 
 
 
 
Passagem do Naturalismo para o Humanismo..........................................................37 
Sócrates e a Revolução Interior do Naturalismo para o Humanismo.......................39 
Sócrates: Dialética e Maiêutica..................................................................................40Autenticidade dos Ensinamentos Socráticos.............................................................41 
UNIDADE VII – SÓCRATES E OS SOFISTAS. MORTE E HERANÇA DE 
SÓCRATES. PLATÃO ..............................................................................................43 
Sócrates e os Sofistas................................................................................................43 
A Morte e a Herança Deixada por Sócrates...............................................................44 
Filósofos Socráticos...................................................................................................45 
Quem Foi Platão?.......................................................................................................45 
A Construção da Cidade Ideal com Base no Conceito de Justiça.............................46 
Teoria da Alma...........................................................................................................47 
Atividade Extraclasse: Indicação de Filme.................................................................48 
UNIDADE VIII - PLATÃO E A TEORIA DA REMINISCÊNCIA . PLATÃO E A 
VIRTUDE. ALEGORIA DA CAVERNA. ARISTÓTELES. DIFERENÇAS ENTRE 
PLATÃO E ARISTÓTELES.......................................................................................49 
Teoria da Reminiscência............................................................................................49 
Platão e as Virtudes Cardeais....................................................................................50 
Alegoria da Caverna...................................................................................................52 
Quem Foi Aristóteles?................................................................................................52 
Platão X Aristóteles....................................................................................................53 
Atividade Extraclasse: Indicação de Filme.................................................................54 
UNIDADE IX – ARISTÓTELES: VIDA E OBRA. METAFÍSICA................................55 
A Vida de Aristóteles: ................................................................................................57 
Conceitos Aristotélicos...............................................................................................57 
Metafísica...................................................................................................................58 
Atividade Extraclasse: Questionamentos Sobre a Metafísica....................................59 
UNIDADE X – ARISTÓTELES E A TEORIA DAS CAUSAS....................................60 
Teoria das Causas.....................................................................................................62 
Aristóteles e Outros Filósofos (Platão, Parmênides e Heráclito)................................62 
Atividade Extraclasse: Sugestão de Vídeo (Metafísica).............................................64 
 
 
 
 
UNIDADE XI – ARISTÓTELES E VIRTUDE, A ÉTICA E A JUSTIÇA......................65 
Aristóteles e a Virtude ...............................................................................................65 
A Virtude e o Meio Termo...........................................................................................66 
Aristóteles e a Ética....................................................................................................67 
Justiça Aristotélica......................................................................................................68 
UNIDADE XII - FILOSOFIA MEDIEVAL: O ENCONTRO DA FILOSOFIA ANTIGA E 
A EXPERIÊNCIA DA CRISTANDADE......................................................................69 
Agostinho de Hipona – Vida e Obra (354-430)..........................................................69 
Do Maniqueísmo ao Cristianismo...........................................................................,,,,70 
A Indistinção do Plano Ontológico Para o Plano Deontológico segundo o 
Pensamento de Agostinho...................................................................................... 71 
Teoria da Iluminação Divina.......................................................................................72 
UNIDADE XIII – O PROBLEMA DO BEM E DO MAL E SUA IMPORTÂNCIA PARA 
A FILOSOFIA.............................................................................................................73 
A Importância do Estudo de Agostinho de Hipona.....................................................73 
O Problema do Bem e do Mal....................................................................................73 
Conceitos Fundamentais – Perguntas e Respostas .................................................76 
UNIDADE XIV – O PROBLEMA DO BEM E DO MAL E SUA IMPORTÂNCIA PARA 
O DIREITO.................................................................................................................78 
O Problema do Direito................................................................................................78 
Agostinho e a Política.................................................................................................79 
A Paz Perfeita.............................................................................................................80 
Agostinho e o Livre Arbítrio........................................................................................81 
Agostinho e Platão.....................................................................................................81 
UNIDADE XV – SÃO TOMÁS DE AQUINO..............................................................82 
Convergências e Divergências Entre as teorias de Tomás de Aquino e Agostinho de 
Hipona........................................................................................................................83 
Tomás de Aquino e a Teoria da Existência de Deus.................................................84 
Tomás de Aquino e a Ética Tomista...........................................................................85 
UNIDADE XVI - A MODERNIDADE: CONTEXTO HISTÓRICO, ECONÔMICO, 
SOCIAL E POLÍTICO ................................................................................................87 
Aspectos Históricos que Justificam o Advento da Filosofia Moderna: Renascimento 
Cultural. .....................................................................................................................88 
Principais Causas do Surgimento do Renascimento Cultural:...................................89 
Novo Mundo (Versus Velho Mundo)......................................................................... 89 
Reformas Religiosas do Século XVI...........................................................................90 
 
 
 
 
Mudança no Comércio...............................................................................................90 
Absolutismo................................................................................................................90 
Nascimento da Burguesia. ........................................................................................91 
UNIDADE XVII – FILOSOFIA MODERNA: REVOLUÇÃO CIENTÍFICA, NOVOS 
VALORES. DIFERENÇAS ENTRE A IDADE MÉDIA E A MODERNA.....................92 
Revolução Científica do Século XVI a XVIII...............................................................92 
Nascimento e Retomada de Certos Valores..............................................................94 
Idade Média X Modernidade......................................................................................95 
UNIDADE XVIII - O SURGIMENTO DA MODERNIDADE: A NOVA ERA 
HISTÓRICA CENTRADA NO HOMEM E SEUS IMPACTOS NA FILOSOFIA E NO 
DIREITO.....................................................................................................................96 
Características da Filosofia Moderna: Fruto do Renascimento..................................96Principais Filósofos Modernos....................................................................................98 
 Nicolau Maquiavel.....................................................................................................99 
UNIDADE XIX – PRINCIPAIS FILÓSOFOS MODERNOS......................................100 
Francis Bacon e o Método Empirista-Indutivo..........................................................100 
Baruch Espinosa e o Determinismo.........................................................................102 
Montesquieu (Charles-Louis de Secondat)..............................................................103 
Voltaire (François-Marie Arouet)..............................................................................103 
Adam Smith..............................................................................................................104 
Atividade Extraclasse: Distinção entre Senso Comum e Senso Crítico...................104 
UNIDADE XX – FILÓSOFOS DA MODERNIDADE: DAVID HUME. RENÉ 
DESCARTES...........................................................................................................105 
David Hume..............................................................................................................106 
René Descartes .......................................................................................................107 
Conceitos: Solipsismo, Princípio da Correspondência, Teoria das Ideias...............108 
Método Cartesiano...................................................................................................109 
Unidade XXI – FILÓSOFOS MODERNOS: CONTRATUALISTAS: THOMAS 
HOBBES, JOHN LOCKE E ROUSSEAU. IMANNUEL KANT................................111 
Filósofos Contratualistas: O Que Foi o contratualismo?..........................................111 
Thomas Hobbes.......................................................................................................112 
https://www.todamateria.com.br/maquiavel/
https://www.todamateria.com.br/francis-bacon/
https://www.todamateria.com.br/baruch-spinoza/
https://www.todamateria.com.br/montesquieu/
https://www.todamateria.com.br/adam-smith/
https://www.todamateria.com.br/david-hume/
https://www.todamateria.com.br/thomas-hobbes/
https://www.todamateria.com.br/thomas-hobbes/
https://www.todamateria.com.br/john-locke/
https://www.todamateria.com.br/jean-jacques-rousseau/
https://www.todamateria.com.br/thomas-hobbes/
 
 
 
 
John Locke...............................................................................................................112 
Rousseau.................................................................................................................113 
Immanuel Kant - Vida e Obra (1724-1804)..............................................................114 
A Filosofia de Kant Como Maior Expressão do Pensamento Moderno...................115 
Base dos Conceitos Kantianos: a Priori e a Posteriori.............................................115 
UNIDADE XXII – A FILOSOFIA DE KANT COMO A MAIOR EXPRESSÃO DO 
PENSAMENTO MODERNO....................................................................................117 
A Dicotomia “Sujeito x Objeto”.................................................................................117 
Revolução Copernicana...........................................................................................118 
A Teoria do Conhecimento de Kant – Sensibilidade e Entendimento (Estética e 
Lógica Transcendental)............................................................................................119 
UNIDADE XXIII – KANT: JUÍZOS ANALÍTICOS, SINTÉTICOS A POSTERIORI E 
SINTÉTICOS A PRIORI; DIREITO, MORAL E IMPERATIVOS 
CATEGÓRICOS.......................................................................................................123 
Juízos Analíticos, Sintéticos a Posteriori e Sintéticos a Priori .................................123 
A Ética Kantiana.......................................................................................................124 
Direito, Moral e Imperativos Categóricos.................................................................125 
UNIDADE XXIV- KANT: O DIREITO E A PAZ PERPÉTUA. INTRODUÇÃO À 
FILOSOFIA PÓS-MODERNA..................................................................................129 
Kant e a Paz Perpétua (1795)..................................................................................128 
Introdução ao Período Filosófico Pós-Moderno.......................................................129 
Filosofia Contemporânea (Pós-Moderna)................................................................132 
Diferenças Entre a Filosofia Moderna e a Contemporânea.....................................133 
UNIDADE XXV – KARL MARX E A LUTA DE CLASSES......................................135 
Karl Marx e a Luta de Classes: Materialismo Histórico Dialético.............................136 
Concepção Marxista do Direito como Superestrutura – Infraestrutura e 
Superestrutura..........................................................................................................137 
O Conceito Marxista de Ideologia............................................................................139 
Atividade Extraclasse: Sugestão de Leitura.............................................................141 
UNIDADE XXVI – FRIEDRICH NIETZSCHE. NIETZSCHE X KARL MARX. 
NIILISMO..................................................................................................................142 
 
https://www.todamateria.com.br/john-locke/
https://www.todamateria.com.br/jean-jacques-rousseau/
https://www.todamateria.com.br/immanuel-kant/
 
 
 
 
Friedrich Nietzsche: Vida e Obra..............................................................................142 
Materialismo: Nietzsche e Marx...............................................................................143 
Niilismo.....................................................................................................................145 
Atividade Extraclasse: Sugestão de Leitura.............................................................146 
UNIDADE XXVII – NIETZSCHE E A QUEDA DOS VALORES SUPREMOS. A 
FILOSOFIA, A MORAL E A RELIGIÃO COM O DIREITO.....................................147 
Nietzsche e o Niilismo..............................................................................................147 
Nietzsche e a Queda dos Valores Supremos...........................................................148 
UNIDADE XXVIII – A SOLUÇÃO DE NIETZSCHE PARA OS HOMENS. 
FILOSOFIA, MORAL, RELIGIÃO E O DIREITO.....................................................152 
O Homem Sem Muletas: O Super-Homem..............................................................152 
Relação Entre: Filosofia, Moral, Religião e o Direito............................................... 154 
UNIDADE XXIX – CRÍTICA À FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA...........................157 
O Marxismo e a Escola de Frankfurt:.......................................................................157 
Meios de Comunicação em Massa e Indústria Cultural...........................................160 
Atividade Extraclasse: Sugestão de Vídeos.............................................................161 
UNIDADE XXX – MARTIN HEIDEGGER................................................................165 
Martin Heidegger e a Crítica ao Humanismo Moderno............................................165 
Ser e Ente................................................................................................................166 
Atividade Extraclasse: Representação da Angústia.................................................168 
Conclusão e Despedida...........................................................................................169 
RESUMO DO QUE FOI ESTUDADO ENTRE AS UNIDADES 1 A 6 ..................... 170 
RESUMO DO QUEFOI ESTUDADO ENTRE AS UNIDADES 7 A 12 ................... 174 
RESUMO DO QUE FOI ESTUDADO ENTRE AS UNIDADES 13 A 18 ................. 177 
RESUMO DO QUE FOI ESTUDADO ENTRE AS UNIDADES 19 A 24 ............... ..180 
RESUMO DO QUE FOI ESTUDADO ENTRE AS UNIDADES 25 A 30 .............. ...183 
GLOSSÁRIO ........................................................................................................... 186 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 188 
11 
 
 
UNIDADE I – FILOSOFIA ANTIGA: O PENSAMENTO MÍTICO. 
 
Objetivos da unidade 
- Nesta unidade, você compreenderá em que consistiu o pensamento mítico; 
- Diferenciará os conceitos de Cosmogonia, Teogonia e Cosmologia. 
 
“Pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro.” (Heródoto) 
 
Instruções preliminares 
Para estudarmos a disciplina Filosofia, é fundamental que entendamos o 
contexto histórico, político, econômico e social do objeto de análise. Diferente de 
outras disciplinas, o estudo da nossa matéria não pode ser feito de forma isolada nem 
distante de sua evolução histórica. Para entendermos o momento da Filosofia 
analisado, é necessário também que nos voltemos para o momento anterior. Muitas 
das vezes, o momento anterior é o que justifica o extremo oposto vivenciado no 
momento posterior. Mas isso ficará mais claro quando passarmos de fato ao estudo 
dos períodos pelos quais a Filosofia passou. 
Essa parte introdutória é apenas para que você compreenda que na Filosofia é 
um erro trazer fatos passados para o mundo atual, como se os fatos apreciados 
fizessem parte do presente. É preciso notar o contexto e a época para analisar um 
fato passado e assim compreender o período filosófico estudado. 
Preparados? Então, iniciemos nossa viagem histórica pelo mundo do saber e 
do pensar! 
 
O surgimento da Filosofia na Grécia Antiga: o pensamento mítico 
Filosofia é a arte de pensar. Filosofar é sair da zona de conforto para questionar 
o mundo e tudo que nos cerca. Filosofar é pedir mais da vida. É não se contentar com 
https://www.pensador.com/autor/herodoto/
12 
 
 
as coisas e com o mundo da forma como é colocado. Um filósofo é um grande 
questionador. É alguém que se tornou amante do conhecimento, do saber. O filósofo 
é um ser que não se contenta em ver a vida sem refletir nos seus porquês e que usa 
sua racionalidade para isso. 
Inicialmente, não existia a Filosofia no mundo. Porém, o fato de não haver 
Filosofia não significava que o homem não questionava. É próprio de o 
comportamento humano ter questionamentos. É próprio de a racionalidade humana 
ser extremamente inquieta mentalmente. Faz parte da estrutura do homem ter sede 
de conhecimento. Os animais irracionais agem por instinto, quase que 
mecanicamente. O ser humano é diferente: desde a Antiguidade indaga sobre tudo. 
Isso porque o ser humano é racional e é da sua essência, quase que naturalmente, 
tentar encontrar resposta para tudo na vida. E por indagar demais, quando não tem 
respostas, o homem cria. A natureza humana precisa de uma resposta para se sentir 
confortável. 
Nesse primeiro momento, não havia conhecimento científico, nem grandes 
descobertas. Não havia escritos, nem livros, nem calendários, nem instrumentos para 
medição, nem telescópio ou navegações. Havia questionamentos que intrigavam os 
seres humanos. Porém, tudo era mistério e dúvidas. A existência dos fenômenos 
naturais, o início do cosmos e do universo, as estações do ano, a origem dos 
sentimentos, a magnitude do céu , dos astros e do mar, todas essas coisas 
precisavam de explicações. E assim surgiu a Era da Mitologia. Tudo que o homem 
não podia explicar pela razão, tentava explicar por meio da crença em mitos, em 
deuses, usando a imaginação. 
O homem, na ânsia de desvendar os “porquês” do mundo e sanar suas dúvidas, 
criou a figura mítica para entender o que, para o povo da época, era completamente 
impossível de forma racional. Assim, o pensamento mítico foi uma necessidade social. 
No afã de solucionar suas incansáveis dúvidas, o ser humano mistura características 
humanas com características de animais, com super poderes e com formas 
transcendentais e cria seus deuses. 
A origem desses deuses não são apenas lendas, mas também histórias reais 
de antepassados que foram glamourizadas e tornaram-se respostas para as 
indagações dos povos antigos. 
13 
 
 
Neste contexto, são criados os famosos deuses da mitologia grega. Deuses 
que em diversos momentos foram retomados e serviram de inspiração para a 
humanidade, para filmes, quadrinhos, histórias infantis. Os Deuses do Caos, Os Doze 
Deuses Olímpios1, Os Titãs. Deuses das imaginações culturais coletivas. 
 
 
 
Deusa Thêmis 
O pensamento mítico foi a primeira forma 
coletiva mundial de pensar o mundo e consiste 
principalmente em uma narrativa sobre a origem 
dos fenômenos naturais. 
Abrange também a explicação sobre o 
porquê dos sentimentos, da origem do universo e da 
vida. 
Tudo o que os povos antigos não 
conseguiam entender, explicavam através da 
existência da divindade. 
Nesse contexto, natureza e transcendental 
eram interligados. Formavam um todo harmônico 
que, para a época, fazia muito sentido. Gerava 
conforto, segurança e servia como norma de 
contenção social. 
 
Os mitos eram narrados pelos enviados dos deuses. Eram os únicos 
autorizados a transmitir as histórias ao mundo dos homens. Esses enviados 
chamavam-se rapsodo. Eram poetas e cantores que andavam pelos lugarejos a 
recitar, cantar e narrar as histórias míticas. Naquela época, ainda não existia escrita 
e as narrativas eram feitas de forma oral. 
Dessa situação, decorre uma importante característica do pensamento mítico: 
por ser um escolhido dos deuses, as narrativas do rapsodo eram incontestáveis 
pelos homens. Assim, havia uma completa confiança nas histórias contadas pelo 
poeta narrador, humanos intermediadores dos deuses na Terra. Ainda que existisse 
 
1 Afrodite, Apolo, Ares, Ártemis, Atena, Deméter, Dioniso, Éolo, Eros, Hades, Hefesto, 
Hera, Hermes,Héstia, Poseidon, Zeus. 
14 
 
 
alguma contradição no mito, os indivíduos não a percebiam, nem ousavam discordar 
dela. 
São exemplos de pensamento mítico2 antigo: a lenda de Pandora, do período 
homérico da Grécia Antiga, e as lendas indígenas. Em comum, tais pensamentos têm 
três valores base: piedade, desobediência e castigo. 
 
 
Outra qualidade marcante do pensamento mítico é a de que ele tem forte 
característica antropomórfica3. Isso porque são atribuídas aos deuses 
características físicas humanas, bem como emocionais, a exemplo dos sentimentos 
de raiva, amor e afeto. 
 
2 Um segundo exemplo são as histórias dos doze deuses do Olimpo: Zeus, Hera, Posidão, 
Atena, Ares, Deméter, Apolo, Ártemis, Hefesto, Afrodite, Hermes e Dioniso. 
 
3 O radical grego Antropo significa homem. Morfo significa forma. As formas dos deuses gregos 
reproduziam características humanas. 
15 
 
 
Na base do pensamento mítico, não havia razão ou justificativa racional 
qualquer. O fundamento da crença era exclusivamente a fé e o medo. 
Nota-se que o medo de provocar o furor dos deuses funcionou como importante 
meio de controle social e pacificação social dos povos antigos. Naquela época, não 
havia regras escritas nem código de conduta. Assim, o temor aos deuses pacificou e 
garantiu, por certo tempo, a ordem coletiva. No entanto, impediu, por certo período, o 
desbravamento dos mares. Portanto, a crença na existência de deuses e monstros 
marinhos impedia os homens de alçar novos voos. 
De outra senda, o pensamento mitopoiético serviu de base para a manutenção 
do sistema socioeconômico da época e permitiu que os líderes exercessem domínio 
quase que absoluto sobre o povo. 
 
Conceitos Relevantes para o Nosso Estudo: Cosmogonia, Teogonia, 
Cosmologia. 
Também são dignos de nota outrascaracterísticas marcantes do pensamento 
mítico. Havia forte cosmogonia e teogonia. Veja ambos os conceitos logo abaixo: 
 
Cosmogonia Teogonia Cosmologia 
Em Grego, kosmos significa universo, 
mundo, ordem, oposto de caos. Gonia 
(ou genia), por sua vez, significa 
origem, nascimento, gênese. 
Cosmogonia é qualquer teoria que, 
por meio da mitologia, tenta explicar o 
mundo de acordo com a origem do 
universo e dos seus componentes. 
São princípios e teorias que procuram 
explicar a origem da existência do 
universo, do cosmos e dos seres. 
Em grego 
theos, 
significa 
deus. 
Gonia 
/genia, 
significa 
origem. 
Trata-se de 
uma forma 
de entender 
o mundo 
Conforme aprendemos no 
quadrinho anterior, kosmos 
é um radical de origem 
grega que significa 
universo, mundo. 
Logia, por sua vez, significa 
estudo. 
Cosmologia é ramo da 
astronomia que busca 
explicar a origem da 
existência humana usando 
métodos científicos, 
estudos e testes aplicáveis 
16 
 
 
Justificava a força dos seres naturais 
pela existência de deuses e os 
vinculava às estações do ano, ao dia 
e à noite, aos fenômenos naturais, de 
a outros fenômenos e fatores 
externos ligado ao cosmos. 
Aplica a fé e a crença inquestionável e 
absoluta. 
pela origem 
provinda de 
deuses 
pagãos 
antigos. 
 
aos elementos naturais e 
ao universo. 
Diferente da Cosmogonia, 
a Cosmologia aplica a 
racionalidade e a razão. 
 
Mitologia da Caixa de Pandora 
Certamente, você já ouviu algo sobre a lenda da caixa de Pandora. Uma das 
interpretações da caixa de Pandora é a crítica à curiosidade, à falta de autocontrole, 
ao dever de obediência às normas e à sabedoria no agir. Certas situações não devem 
ser reveladas ou aprofundadas, sob pena de causar um mal maior, que fuja do 
controle. 
Entretanto, também traz uma mensagem de esperança à humanidade, tendo 
em vista que, quando o mal é liberado, a esperança também vem ao mundo para 
amenizar a dor. 
Veja essa interessante 
animação, que conta a famosa história 
da caixa de Pandora: 
 
17 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=hoCq3_BYFq4 
Ao assistir ao vídeo, transponha os ensinamentos da lenda para o seu 
cotidiano e agregue tais ensinamentos a sua vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Chegamos ao fim do capítulo I! 
Procure entender o contexto do surgimento da Filosofia. e a contribuição da Filosofia para o 
seu cotidiano. Em tudo há Filosofia e a tudo a Filosofia é aplicável. Isso facilitará seu caminho 
em busca do conhecimento. 
Até a próxima unidade! 
https://www.youtube.com/watch?v=hoCq3_BYFq4
18 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE II: PENSAMENTO MÍTICO x PENSAMENTO FILOSÓFICO. 
COMPARATIVO. A IMPORTÂNCIA DO PENSAMENTO MÍTICO. SURGIMENTO DA 
FILOSOFIA NA GRÉCIA ANTIGA 
 
Objetivos da Unidade 
- Nesta unidade, você aprenderá sobre o contexto em que se deu a passagem 
do pensamento mítico para o filosófico; 
- Refletirá de forma comparativa em que consistiu o pensamento; 
- Diferenciará o pensamento mítico do pensamento filosófico. 
- Compreenderá como o contexto histórico, político, cultural, social e econômico 
influenciou o nascimento da Filosofia; 
 
O Pensamento Mítico X Pensamento Filosófico 
19 
 
 
 
Os gregos contribuíram de forma excepcional para a história da civilização. 
Antes do surgimento da Filosofia, o sistema político vigente era aristocrático, 
tradicional e teocrático. O mundo era explicado por meio dos deuses e das 
imaginações culturais coletivas. As palavras do Imperador/Faraó eram vistas como 
sagradas e inquestionáveis4. 
O pensamento racional começou a romper o pensamento mítico, quando os 
primeiros filósofos perceberam que a razão era o método mais eficaz de explicar o 
universo. O início das navegações na Grécia Antiga, o crescimento do comércio, a 
criação dos calendários, da escrita e das moedas, dentre outros fatores, que 
estudaremos oportunamente, fizeram com que os gregos a fundamentar as razões 
do universo na Ciência e na Matemática. 
De maneira progressiva, o pensamento filosófico foi substituindo o mítico. 
Quando os primeiros filósofos não entendiam algo, procuravam desvendar os motivos. 
Não atribuíam mais os fenômenos a seres mágicos ou aos deuses, mas exigiam 
comprovações lógicas. Os primeiros cientistas do saber retiram as argumentações 
dos deuses pagãos e as colocam em elementos da natureza. 
A Filosofia nasce nas colônias da Grécia Antiga (não foi na cidade da Grécia 
Antiga) como expressão da oposição ao pensamento mítico. O logos (razão) 
 
4 No tocante a Grécia Antiga, este foi o chamado período homérico. 
20 
 
 
distancia-se da Teologia, e por fim, rompe com ela. Assim, ocorre a passagem do 
pensamento mitopoiético para o pensamento filosófico-teorizante5. 
A Filosofia se opõe ao mito por ser o seu oposto. É um discurso argumentativo, 
marcado pelo rigor conceitual. Utiliza a razão e não aceita contradições. É um saber 
problematizador, crítico e radical. 
A Filosofia não se contenta com respostas prontas, movidas pelo senso comum 
e sem questionamento no seu interior. Se alguém pergunta por que algo é de 
determinada forma, é insuficiente, para a Filosofia, a velha resposta: “Porque sim.” A 
Filosofia quer saber o porquê das causas primeiras. É a ciência que busca de maneira 
racional a origem de todas as coisas. 
 
Comparação: Pensamento Mítico X Pensamento Filosófico 
Prezado aluno, para você visualizar e fixar com maior riqueza de detalhes quais 
mudanças ocorreram no mundo com a passagem do estágio mítico para o filosófico, 
veja o quadrinho abaixo: 
Diferenças entre o pensamento mítico e o filosófico: 
Pensamento Mítico 
(até séc. VI a.C.) 
Pensamento filosófico 
(séc. VII a.C. em diante) 
Deuses. Elementos da natureza. 
Narrativa. Discurso argumentativo. 
Ausência de crítica. Saber problematizador. Quer saber o 
porquê, a origem das coisas. 
Fundamento está completamente na 
fé, por isso não há contradição. 
Confiança no argumento, na razão. 
Intuição. Demonstração racional. 
 
5 Diz respeito à teoria filosófica estruturada cientificamente. 
21 
 
 
 
 
Reflexão: A Importância do Pensamento Mítico 
Para pensar... A importância do pensamento mítico 
O preconceito e o senso comum podem nos levar a acreditar que o pensamento 
mítico é uma forma inferior de explicar o mundo. Entretanto, esse raciocínio é 
superficial, raso, preconceituoso e insuficiente para classificá-lo. 
Primeiramente, porque, quando estudamos Filosofia, é de fundamental 
importância entender o contexto histórico, político, econômico e social do objeto de 
análise. 
O estudo da Filosofia não pode ser feito de forma isolada, trazendo fatos 
passados para o mundo atual, como se os fatos apreciados fizessem parte do 
presente. É preciso analisar a fundo a sociedade da época e o seu status social, 
econômico, político, cultural e influências, para entendê-la. 
No caso do pensamento mítico, é indispensável que você perceba a época em 
que as coisas estavam postas. Não havia escrita, não havia moeda, não havia as 
navegações, nem os dias do ano, nem calendários, telescópios ou outros 
instrumentos que aperfeiçoaram o conhecimento do homem. Não existiam cientistas 
nem grandes descobertas. 
As estações do ano, os fenômenos naturais, os astros, tudo era mistério e 
dúvidas. 
Assim o homem, na ânsia de desvendar os “porquês” do mundo e sanar suas 
dúvidas, criou a figura mítica para entender o que, para o povo da época, era 
completamente impossível de forma racional. Assim, o pensamento mítico foi uma 
necessidade social. 
Por outro lado, o pensamento mítico existe em todos os tempos; não é uma 
característica exclusiva dos povos antigos. É um reflexo indissociável da 
personalidade dos homens e de sua compreensão da realidade. Ideologias dos 
tempos atuais podem ser consideradas um mito, a exemplo do socialismo e do mito 
nazistada raça ariana. 
22 
 
 
Os mitos encontram-se ainda presentes nos dias atuais nas fábulas infantis, 
nos contos de carnaval, nas lendas urbanas, dentre outros. Portanto, o conceito de 
mito é amplo, perfaz todos os povos e é atemporal. 
A figura mítica servia e serve para eternizar valores morais, desempenhando 
um papel social moralizante. Em outro aspecto, o pensamento mítico também serve 
para narrar acontecimentos reais. 
 
Surgimento da Filosofia na Grécia Antiga: Aspectos Sociais e Históricos 
que Contextualizam o Surgimento da Filosofia 
A passagem da mitologia para a Filosofia foi marcada por alguns 
acontecimentos sociais, políticos, culturais, econômicas na Grécia Antiga, conforme 
veremos. 
Costuma-se dizer que o surgimento da Filosofia foi uma inovação, criação com 
identidade certa e manifestação direta do gênio helênico6. 
O gênio grego é um termo que faz referência ao período de ascensão da cultura 
helênica na Grécia Antiga e que favoreceu o nascimento da Filosofia. Seus traços 
fundamentais são: 
- Racionalismo do pensar, que se voltou à experiência e à sensibilidade. 
- O otimismo e o pessimismo grego. 
Fatores não filosóficos decorrentes de condições socioeconômicas históricas, 
culturais e políticas, vivenciadas na Grécia Antiga, contribuíram para o nascimento da 
Filosofia. Vejamos: 
- A inserção do regime de governo democrático foi um primeiro fator, 
tendo em vista que substitui o despotismo até então vigente. Despotismo é a 
forma de governo em que o poder é concentrado nas mãos de um só governante. A 
democracia daquela época era diferente da forma em que conhecemos hoje, no 
sentido de governo do povo. Eram restritas a um sistema político dividido entre 
 
6 Estilo de vida grego. 
23 
 
 
atenienses adultos, homens livres. As mulheres não poderiam votar e havia 
escravidão. Ainda assim, era considerada democracia dentro da conjuntura da 
época. 
- O nascimento de cidades favoreceu a necessidade de um discurso 
político para a criação das leis. 
- A existência de solo e poços férteis da região da Grécia Antiga permitiu 
as primeiras navegações. O impulso expansionista dos comerciantes 
demonstrou a inexistência de monstros no mar, contribuiu para o 
questionamento de algumas lendas e desconstruiu o pensamento mítico. 
- A descoberta da navegação permitiu desenvolver o comércio, 
favoreceu o intercâmbio cultural, adquirir novos conhecimentos e facilitou o 
desenvolvimento da filosofia. 
- As criações de instrumentos facilitadores do uso da racionalidade 
também exerceram importante função, a exemplo do calendário, da moeda e da 
escrita. 
- Socialmente, a escravidão e o crescimento do ócio criativo 
possibilitaram a reflexão filosófica, a discussão e a disputa oratória. Havia a 
visão de que o trabalho manual denegria o homem. 
- Nas ágoras, locais públicos separados para a discussão, todos os 
cidadãos atenienses possuíam isonomia (todos eram iguais) e isegoria 
(direitos iguais de participação política). As ágoras consistiram em uma grande 
inovação para a época. Principalmente, se considerados o contexto 
sociopolítico de forte despotismo, atrelado ao pensamento mítico e autoritarismo 
dos imperadores da época. 
 
Atividade Extraclasse 
 INDICAÇÃO DE FILME: A ODISSEIA 
Nesse interessante filme, adaptação do poema épico de Homero, você poderá 
conhecer melhor alguns dos intrigantes deuses que compõem a mitologia grega. 
24 
 
 
UNIDADE III - FILOSOFIA: CONCEITOS INICIAIS. O QUE É A FILOSOFIA. 
CARACTERÍSTICAS. FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICO, SOCRÁTICOS E PÓS-
SOCRÁTICOS. 
 
Objetivos da Unidade: 
- Nesta unidade, você entenderá com maior profundidade o conceito e as 
principais características da Filosofia; 
- Aprenderá sobre a classificação dos filósofos em: pré-socráticos, socráticos e 
pós-socráticos; 
 
Mas afinal, o que é a Filosofia? 
O primeiro filósofo a usar a palavra Filosofia foi Pitágoras, no século VIII, aC. 
Para entendermos o significado da palavra que é nosso objeto de estudo, vamos 
primeiramente aprender a etimologia7 dela. 
 
 
 
7 Raiz, origem e evolução das palavras. 
Filosofia é amar a sabedoria. Filosofar é pensar. E é isso o que 
nos distingue dos outros animais. É ser racional e não aceitar respostas 
prontas. A Filosofia consiste em um discurso argumentativo, marcado 
pelo rigor conceitual. 
A Filosofia utiliza a razão e não aceita contradições. É um saber 
problematizador, crítico e radical. Quer saber o porquê das causas 
primeiras e busca de maneira racional a origem de todas as coisas. 
25 
 
 
A Filosofia, ao mesmo tempo em que é uma sistematização do pensamento, é um 
enfrentamento do próprio pensamento e do mundo (Mascaro, 2016, p. 19). 
 
Características do pensamento filosófico 
Estudiosos pontuaram as características básicas do pensamento filosófico. 
Vamos entendê-las. 
 
 Radicalidade 
O pensamento filosófico visa buscar a origem dos acontecimentos. Tem por 
objetivo encontrar a raiz e o sentido das coisas. É uma ciência profunda, que não se 
contenta com o conhecimento superficial e tendente a manutenção do status quo. 
Para tanto, se afasta das respostas provindas do senso comum, apressadas, 
superficiais e generalizantes. 
 
Rigorosidade 
Ser rigoroso é seguir uma sistematização, um método cadenciado, um caminho 
específico. Não é algo fragmentário, atécnico, inconstante, inseguro. Filosofar é um 
processo de pensamento disciplinado e específico. É seguir um script racional/lógico, 
ainda que determinadas formas do pensar não adotem técnica ou métodos 
tradicionais. 
 
Universalidade ou De Conjunto 
A Filosofia é ciência principiológica e generalizante. Ela observa um fato de 
forma correlacionada e contextualizada com fatores históricos e sociais. Analisa o 
universal em detrimento do isolado, de forma totalizante. A realidade é estudada por 
cada ciência no seu respectivo âmbito de atuação. É a soma do conjunto de realidades 
que forma o saber universal e totalizante. 
 
Informação/Historicidade 
26 
 
 
A Filosofia não se contenta com presente e o passado recente. Vai buscar suas 
respostas em todos os tempos e assim orienta as soluções. Busca suas explicações 
tendo como base o passado, as tradições, as lendas e a sociedade. 
 
Conhecimento 
É o resultado que a Filosofia causa no ser humano. Ela ensina o indivíduo a 
pensar por si, discutir, argumentar, fazer um juízo aprofundado e tirar suas próprias 
conclusões sobre o que foi informado. 
 
Sabedoria 
A Filosofia ensina a escolhermos com zelo o caminho mais acertado. A agir de 
forma ponderada, equilibrada, razoável. A Filosofia leva à sabedoria, pois leva à 
escolha da decisão mais coerente. 
 
Autonomia 
A Filosofia é ciência autônoma e independe de outras ciências. Isso porque ela 
é dotada de seus próprios métodos. O pensador tem liberdade para fazer seu próprio 
sistema, sem precisar beber de outras fontes. 
Por outro lado, é uma ciência dotada de autonomia porque independe da 
religião e do senso comum. A Filosofia é a própria base para que o indivíduo pense 
por si. 
 
Filósofos Pré-Socrático, Socráticos e Pós-Socráticos: 
Inicialmente em nossos estudos, é de fundamental importância que você 
compreenda as diferentes linhas seguidas pelos filósofos que estudaremos nesta 
Unidade. Os primeiros filósofos foram distribuídos doutrinariamente em: pré-
socráticos, socráticos e pós-socráticos. 
Essa divisão em três categorias foi organizada de acordo com a forma com que 
os filósofos entendiam o mundo. Ela não é uma separação com base no tempo. Assim, 
27 
 
 
não significa que os filósofos pré-socráticos divulgaram seus estudos antes de 
Sócrates, os socráticos durante a vida de Sócrates e os pós-socráticos após a vida de 
Sócrates. Ao contrário, alguns filósofos pré-socráticos viveram após a morte de 
Sócrates e assim sucessivamente. 
Os filósofos naturalistas são considerados pré-socráticosporque apenas 
acreditavam na razão direcionada ao cosmos e aos fenômenos da natureza. Suas 
justificativas filosóficas eram pautadas em fenômenos da natureza, na Física. 
Sócrates iniciou uma nova tendência filosófica. Inaugurou uma forma peculiar 
de ver o mundo. Seguindo os ensinamentos de Platão, foi Sócrates quem pela 
primeira vez direcionou a Filosofia para a ética e a política, indo para além do 
pensamento natural. Com o tempo, o método dialético passou a ser usado como meio 
científico para chegarmos à razão. 
Por fim, o pensamento pós-socrático foi um reflexo do contexto do fim da 
hegemonia da Grécia Antiga, marcada por guerras e mudanças que refletiram na 
Filosofia. 
Em assim sendo, a doutrina filosófica entendeu ser mais didático distinguir os 
primeiros filósofos entre pré-socráticos, socráticos e pós-socráticos, de acordo com o 
perfil dos filósofos. Mas esta é apenas uma divisão didática entre aqueles que têm 
pensamento filosófico distinto. 
 
 
 
 
Sugestão de leitura. Características da Filosofia: 
https://www.professornews.com.br/artigos/5622-filosofar-
uma-atividade-de-reflexao.html 
 
 
 
 
UNIDADE IV: PRIMEIROS FILÓSOFOS. 
https://www.professornews.com.br/artigos/5622-filosofar-uma-atividade-de-reflexao.html
https://www.professornews.com.br/artigos/5622-filosofar-uma-atividade-de-reflexao.html
28 
 
 
 
Objetivos da Unidade 
- Nesta unidade, você continuará o estudo na divisão filósofos entre: pré-
socráticos, socráticos e pós-socráticos; 
- Conhecerá os primeiros filósofos que aprofundaram o pensamento racional: 
os filósofos naturalistas; 
.Aprenderá os mais importantes conceitos dos filósofos naturalistas. 
 
Filósofos Pré-Socráticos, Socráticos e Pós-Socráticos: 
 
Nesta unidade, continuaremos os estudos iniciados na unidade anterior. 
Observe o quadrinho abaixo, com a divisão dos principais filósofos em pré-socráticos, 
socráticos e pós-socráticos: 
 
FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS 
Tales de Mileto (624 a.C. - 548 a.C.), Anaximandro de Mileto (610 a.C. - 
547 a.C.), Anaxímenes de Mileto (588 a.C. - 524 a.C.), Heráclito de Eféso (540 
29 
 
 
a.C. - 476 a.C.), Pitágoras de Samos (570 a.C. - 497 a.C.), Xenófanes de 
Cólofon (570 a.C. - 475 a.C.), Parmênides de Eléia (530 a.C. - 460 a.C.), Zenão 
de Eléia (490 a.C. - 430 a.C.), Demócrito de Abdera (460 a.C.- 370 a.C.). 
 
 
FILÓSOFOS SOCRÁTICOS 
Filósofos socráticos: Anaximandro, Heráclito, Anaxímenes de Mileto, 
Demócrito, Zenão de Eleia, Empédocles, Anaxágoras, Filolau de Crotona. 
 
 
Por fim, os filósofos pós-socráticos são divididos em dois subgrupos: 
grandes e pequenos. Dentro destes há, ainda, a divisão das escolas, vejamos: 
 
FILÓSOFOS PÓS-SOCRÁTICOS 
=> Pequenos: 
-Megáricos: "Euclides de Mégara" 
-Cirenaicos: "Aristipo" 
-Cínicos: "Antístenses e Diógenes" 
 
=> Grandes: 
-Academia de Platão: "Platão" 
-Liceu de Aristóteles: "Aristóteles" 
 
Escolas do período pré-socrático 
O período pré-socrático foi marcado por quatro escolas: 
1) Escola Jônica → Originária da colônia grega Jônia, na Ásia Menor (atual 
Turquia). Filósofos: Tales de Mileto, Anaxímenes de Mileto, Anaximandro de Mileto e 
Heráclito de Éfeso. 
 2) Escola Pitagórica/Escola Itálica → Desenvolvida no sul da Itália, por 
Pitágoras. Foi Pitágoras quem iniciou os estudos da alma humana ser vista de forma 
distinta do corpo. 
30 
 
 
3) Escola Atomista/Atomismo → Originada na região da Trácia. 
Representantes: Demócrito de Abdera e Leucipo de Abdera. 
4) Escola Eleática → Originada no sul da Itália. Representantes: Xenófanes 
de Colofão, Parmênides de Eléia e Zenão de Eléia. 
 
Escolas do Período Pós- Socrático 
O período pós-Socrático fora marcado pelo fim da hegemonia política e militar 
da Grécia. Esse contexto de guerras e perdas permitiu que surgissem três novas 
escolas de pensadores: 
1) Ceticistas → Não acreditam em nada, tudo é dúvida; 
2) Epicutistas → O sentido da vida é o prazer, buscar a felicidade; 
3) Estoicistas → A razão deve comandar. Tudo que não for razão deve ser 
deixado de lado. 
As três escolas de pensadores são um reflexo direto deste período de transição 
enfrentado pelos gregos. Período de guerra e de mudança de domínio. 
 
Filósofos naturalistas: 
Conforme dito anteriormente, a Filosofia foi marcada por períodos. Os filósofos 
naturalistas e físicos foram os primeiros pensadores e constituíram a fase pré-
socrática. Também eram chamados de filósofos cosmólogos, pois estudavam a 
Physis (a origem de todas as coisas)8 e o cosmos. Buscavam suas explicações no 
estudo empírico do fenômeno natural. Preocupavam-se com a origem do universo, 
com os fenômenos naturais e as divindades. 
 
8 O que indica a natureza – “não no sentido moderno do termo, mas no sentido de realidade primeira e 
fundamental” – REALI; ANTISERI, 2003, p. 30 
31 
 
 
Em que pese o forte vínculo com a natureza, ousaram deixar de lado a crença 
em deuses e em fenômenos naturais e sobrenaturais do pensamento mítico, para 
buscar compreender de forma racional os fenômenos da natureza e o universo. 
 
Filósofos Naturalistas: Principais Conceitos 
Antes de passarmos para as biografias dos principais primeiros filósofos, é 
imprescindível que você entenda alguns conceitos abstratos dos filósofos naturalistas. 
 
Conceitos importantes para os filósofos cosmólogos: Logos, Razão, 
Arché. Cosmologia e Cosmogonia. 
Physis → Em Grego, significa natureza. Physis representa um termo 
genérico que significa de onde tudo vem e para onde tudo vai. A origem de 
todas as coisas no universo. Realidade primeira e fundamental que tudo 
originava. O conceito naturalista distingue coisas que são criadas de coisas 
que são fabricadas. Physis diz respeito ao que é criado e evolui. 
Arché → Em Grego, a palavra tem duplo significado: fonte, começo, 
início. Mas também significa algo que direciona. Para os gregos, arché fazia 
referência à origem, em que dela tudo deriva. É a raiz de todas as coisas da 
physis. 
Logos → Em Grego, significa a explicar, enunciar a razão. Logos é um 
termo utilizado para explicar a razão humana. Em um primeiro momento, 
logos busca explicar a physis (origem de todas as coisas). Posteriormente, 
evolui para um sentido de razão universal, porém na forma de princípio, de 
verdade, de razão. 
 
 
 
 
32 
 
 
UNIDADE V – PRIMEIROS FILÓSOFOS: NATURALISTAS. SOFISTAS. 
 
Objetivos da Unidade 
- Nesta unidade, você conhecerá os principais filósofos naturalistas; 
- Aprenderá sobre o contexto do surgimento do Sofismo e quem foram os 
sofistas. 
 
 
 
Filósofos Naturalistas ou físicos: 
 
Thales de Mileto, 
filósofo da Era 
Jacônica, foi o primeiro 
a desenvolver a 
filosofia da physis. Para 
ele, a água era a fonte 
originária, o princípio 
único. O “princípio” de 
tudo (arché) é o infinito, 
uma natureza (physis) 
infinita e indefinida da 
qual provém todas as 
coisas que existem. 
 
Thales de Mileto 
 
 
Pitágoras 
formou a 
escola 
pitagórica, 
cujos 
princípios 
universais 
eram os 
números. Tudo 
no universo 
tem medidas, o 
homem não 
inventou as 
medidas, elas 
sempre 
existiram. Não 
há certeza 
científica 
quanto às 
obras de 
Pitágoras, 
tendo em vista 
 
Dentre os 
atomistas o maior 
expoente foi 
Demócrito. 
Segundo seus 
ensinamentos, o 
vazio existe e os 
átomos o 
preenchem e 
podem combinar-
se, alterando forma 
e estado, porém 
permanecem 
iguais. O grafite e o 
diamante 
representam esta 
ideia, pois mudam 
a aparência, mas 
permanecem na 
essência. O átomo-
ideia é indivisível, 
inteligível e 
 
Heráclito e 
Parmênides 
encerram o período 
pré-socrático. O 
primeiro explicava 
que tudo muda o 
tempo todo. Ninguém 
entra no mesmo rio 
duas vezes. Há 
tensão entre 
elementos opostos. 
Eis que se encontram 
em guerra e em 
proximidade, pois um 
depende do outro. Por 
exemplo: o frio e o 
calor, a noite e odia. 
Heráclito defendia 
que o elemento era o 
33 
 
 
Seu discípulo, 
Anaximandro, no lugar 
da água acreditava no 
princípio no sentido de 
infinito (ápeiron). Toda 
origem de tudo no 
mundo é ilimitada e 
indefinida, em que 
desta análise abstrata 
se conclui que nada se 
perde, tudo se 
transforma. 
 
Anaximandro. 
 
que a escola 
tinha como 
princípio o 
segredo, e 
muito da obra a 
si atribuída 
surgiu após 
sua morte. 
Seus 
ensinamentos 
eram orais e a 
escola 
Pitagórica deu 
continuidade. 
 
Pitágoras. 
invisível9. 
 
Demócrito. 
 
Leucipo também 
foi um importante 
expoente. Defende 
que todas as coisas 
são formadas a 
partir da existência 
do átomo. 
 
Leucipo de Mileto. 
fogo.
 
Heráclito 
 
Em sentido oposto, 
Parmênides, poeta 
do ser, defendendo 
que nada muda. O 
Ser é o não ser. As 
mudanças são uma 
ilusão, nada muda, na 
verdade, a essência 
não se modifica. 
 
Parmênides. 
 
Tales de Mileto, Anaximandro e Heráclito são considerados filósofos físicos. 
Além desses, outros filósofos naturalistas também marcaram a época e 
contribuíram para que o caminho dos cosmólogos chegasse ao seu limite 
exploratório10. Conheça mais alguns logo abaixo: 
Anaxímenes de Mileto (588-524 a.C.): integrante da Escola Jônica, defendia 
a condensação e rarefação do ar como a origem de todas as coisas. 
 
9 É indivisível porque é a menor partícula da matéria. Inteligível, pois não é possível descrevê-lo. Por 
fim, invisível tendo em vista que é tão pequeno que não dá para ver. 
10 Anaxímenes de Mileto, Xenófanes e os eleatas, Zenão e a Dialética, Melisso, Empédocles. 
Anaxágoras, Lêucipo, dentre outros. 
34 
 
 
Xenófanes (570 - 475 a.C.): considerado um dos fundadores da Escola Eleata. 
Foi mestre de Parmênides. Combatia o antropomorfismo. Defendia a existência de um 
Deus único presente no cosmos. 
Zenão (488 – 430 a.C.): integrante da Escola Eleática, foi discípulo de 
Parmênides e defendeu a filosofia de seu mestre. Segundo Aristóteles, ele foi o criador 
do método dialético. 
Anaxágoras (500 - 428 a.C.): acreditava na decomposição do que morre e 
composição do que nasce. Tudo era imutável. 
Empédocles (484 - 421 a.C.): grande poeta. Defensor da democracia. Acreditava 
nos 4 elementos da natureza. Integrou a Escola Jônica. 
 
Quem foram os Sofistas (IV e V a.C)? 
A palavra sofista deriva do grego Sophia, que significa sabedoria. 
Os sofistas foram filósofos estrangeiros que viviam como nômades e 
dominavam a Filosofia e a Arte da Oratória. Tinham que se deslocar de cidade em 
cidade e não faziam parte da vida política de Atenas. Por serem nômades, foram um 
dos responsáveis pela difusão do gênio Helênico. 
Defendiam a democracia usando a retórica. Eram relativistas11 e adotavam 
entendimento de mundo oposto ao socrático quanto à remuneração pelo pensamento 
filosófico. Isso porque eles ensinavam seus saberes em troca de compensação 
pecuniária, condição a que Sócrates e Platão se opuseram e que criticaram 
severamente. 
Os sofistas eram céticos dogmáticos. Segundo esse tipo de ceticismo, a 
verdade é impossível de ser alcançada. É uma teoria anticientífica, pois se preocupa 
em destruir toda e qualquer crença. Ela não é construtiva de teorias, mas destrutiva. 
Ela não acrescenta, mas limita, engessa a evolução do conhecimento. 
 
 
11 Tudo era relativo e não haveria uma verdade. 
https://www.todamateria.com.br/parmenides/
https://www.todamateria.com.br/aristoteles/
35 
 
 
Contexto para o surgimento do sofismo 
Em um primeiro momento, havia apenas a Filosofia naturalista dos pré-
socráticos. 
 Os filósofos naturalistas retiraram os deuses do centro das discussões. 
Justificavam suas dúvidas sobre a origem do universo, dos sentimentos e dos 
fenômenos naturais como o cosmos (universo), a física e a natureza. Na natureza 
eram encontrados os elementos essenciais de tudo, o princípio de tudo e a origem de 
todas as coisas (o arché). 
Com o desenvolvimento das navegações na Grécia Antiga, ocorreu o 
crescimento do comércio e Atenas se tornou um grande pólo intercultural. Havia a 
necessidade de intermediadores que falassem diferentes línguas e ajudassem na 
intermediação dos negócios. 
Neste contexto, surgem os sofistas: pessoas de fora de Atenas que tinham 
vasto conhecimento adquiridos nas navegações, inclusive quanto a diversas culturas. 
Os sofistas acreditavam na dialética, na persuasão, no poder do argumento e 
na arte da negociação. Visavam à formação de uma cultura grega marcada pelo 
diálogo, pela retórica. 
A grande virtude dos sofistas é que eles foram um instrumento de 
democratização do saber e da arte do convencimento. Eles trouxeram a qualquer 
cidadão, desde que pagassem, a possibilidade da oratória, do discurso. Importante 
ressaltar que naquela época não havia ainda escrita. Assim, quem dominasse a 
retórica, a arte da palavra e da persuasão, teria a garantia do sucesso comercial e 
político. 
Uma desvantagem é que os sofistas criaram o Sofismo, termo que significa 
uma falta de verdade capaz de enganar algumas pessoas. Para os sofistas, a verdade 
não existe e tudo pode ser desmentido e convencido pela oratória (fala, discurso, 
retórica). 
Por fim, os sofistas eram egoístas, hedonistas e imediatistas. Acreditavam que 
a busca da felicidade era o caminho. O homem deveria perseguir este ideal o tempo 
inteiro, pois a vida é curta. 
36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE VI – PASSAGEM DO NATURALISMO AO HUMANISMO. 
SÓCRATES E A REVOLUÇÃO DO MUNDO INTERIOR. SÓCRATES E O MÉTODO 
DIALÉTICO. MAIÊUTICA. 
 
Objetivos da unidade 
37 
 
 
- Nesta Unidade, você entenderá a passagem do Naturalismo para o 
Humanismo; 
- Compreenderá em que consistiu o Humanismo em Sócrates e a revolução do 
mundo interior; 
- Estudará a metodologia dialética socrática direcionada à Maiêutica; 
- Conhecerá “o problema de Sócrates”. 
 
Passagem do Naturalismo para o Humanismo 
Os sofistas viveram na época dos filósofos pré-socráticos e influenciaram a 
passagem do Naturalismo para o Humanismo. 
Tudo deve ser formado pelo homem e em prol do homem. O mais famoso 
sofista, Protágoras, eternizou seus ensinamentos com a conhecida frase: “O homem 
é a medida de todas as coisas.”. 
 Os sofistas inauguram uma época em que não há mais a crença nos deuses. 
Também não há mais a preocupação com a Physis e a origem de todas as coisas. 
Todo o conhecimento que a Filosofia gerar deve ser direcionado ao homem e à 
melhora de sua vida e à coletividade. 
Assim, corre a passagem da visão teocêntrica para a visão humana e o início 
do Humanismo Antigo. 
Nestes termos, os sofistas também estabeleceram o Relativismo. Nele, cada 
homem estabelece sua medida e forma de interpretar o mundo. Há múltiplas leituras 
do real. Virtuoso era o sujeito que conseguisse derrubar o argumento de outro. Tudo 
era relativo. Assim, uma verdade poderia tornar-se mentira e vice-versa, a depender 
do argumento. Os sofistas acreditavam na relatividade da verdade e venciam suas 
verdades na ágora ateniense12. 
 
12 Espaço público em que ocorriam verdadeiras disputas filosóficas, discussões. 
38 
 
 
A retórica (argumentação e convencimento) e a política eram os grandes 
investimentos dos sofistas, que ensinavam a arte do argumento a quem pudesse 
pagar. 
Sócrates, Platão e Aristóteles os criticavam. Diziam que eles não tinham 
compromisso com a verdade e distorciam a função do filósofo, tendo em vista que 
vendiam sua fala por terem uma boa retórica. Também os consideravam mentirosos 
e oportunistas. Alegavam que os sofistas defendiam a justiça, segundo esses 
interesses, quando defendiam o Relativismo. 
Em que pese as críticas da época, hoje se sabe que os sofistas romperam com 
o esquema social que limitava a cultura e o conhecimento aos ricos. 
É importante notarmos, ainda, que os sofistas questionavam os costumesvigentes e iniciaram uma nova tradição filosófica que alterou o foco da discussão: do 
cosmos para o homem. 
Ademais, os sofistas influenciavam os jovens a questionar o modelo vigente. 
Defendiam a educação de todos os cidadãos e a preparação dos estudantes para 
pensar. 
Devido a essa conjuntura, os sofistas 
foram severamente perseguidos e acusados de 
causar rebeldia nos jovens. Também foram 
acusados de irem contra os interesses da 
cidade. Protágoras foi o mais famoso sofista. 
Defendia o Humanismo e o Relativismo. 
Suas célebres frases são: “Tudo é 
relativo.” e “O homem é a medida de todas as 
coisas.” 
Por fim, Protágoras teve seus livros queimados. Apenas uma parte foi 
resgatada por Platão. 
 
Sócrates e a revolução interior – do Naturalismo ao Humanismo 
39 
 
 
Sócrates (469‑399 a.C.) foi 
considerado o divisor de águas na Grécia 
Antiga. Conforme estudamos 
anteriormente, este fato permitiu a divisão 
dos filósofos em pré-socráticos e pós-
socráticos. 
O filósofo viveu em Atenas, em um 
período bastante conturbado. Tinha como 
escopo a busca da verdade e do 
conhecimento, conforme a aplicação do 
método da Maiêutica (aprofundaremos na 
próxima unidade). 
 
Ser sábio para Sócrates era ser humilde13. Era questionar com método o que 
estava posto, questionar o senso comum. Para ele, a verdade plena jamais é 
possível de ser atingida. 
 
A grande frase do filósofo era: “Conhece-te a ti mesmo.”. Ele almejava que as 
pessoas conhecessem a si. Acreditava que a razão é o que distinguia um homem do 
outro. 
É ele quem consolida o Humanismo iniciado pelos sofistas. Nisso há um ponto 
em comum entre as duas teorias. Porém, é Sócrates quem direciona o estudo 
filosófico para o método científico (Dialética e Maiêutica, conforme veremos 
oportunamente) e para a busca do conhecimento de cada um por si. Os sofistas eram 
céticos dogmáticos e não admitiam nenhuma crença. Sócrates também criticava o fato 
dos sofistas cobrarem pagamento por sua boa fala (oratória). 
 
13 Uma célebre frase de Sócrates é: “Só sei que nada sei.” (O paradoxo de Sócrates). 
 
Sócrates 
40 
 
 
Esse Humanismo socrático que busca coerência na vida humana será 
retomado na Renascença, conforme estudaremos oportunamente. 
Sócrates: Dialética e Maiêutica 
Continuando o estudo do filósofo Sócrates, verificamos que em seus estudos 
ele utiliza a famosa Técnica da Formulação de Perguntas (discussão racional). Essa 
técnica compôs a metodologia socrática e foi eternizada pelos séculos em todo o 
mundo. 
O MÉTODO SOCRÁTICO passa por fases de aprofundamento do conhecimento para 
chegar, por fim, a Maiêutica, conforme o quadro que segue: 
MAIÊUTICA 
Maiêutica significa parto, dar à luz. Neste contexto, Sócrates se refere à 
Maiêutica no sentido de fazer nascer a verdadeira ideia, o belo, a coragem, as 
virtudes. Com este termo, ele quer dizer que é preciso conhecer para, a partir 
do conhecimento, modificar o ser, dando luz a algo verdadeiro e virtuoso. 
Assim, a Maiêutica é uma filosofia científica (sistematizada em 
metodologia) voltada ao autoconhecimento, à coerência, à conformidade entre 
pensamento e ser. Com esta finalidade, o filósofo utilizava do método indutivo14 
e dialético, que era composto de duas etapas. 
Segundo Sócrates, estas são as etapas da metodologia: 
1) Etapa: Ironia → No sentido Grego da época, ironia significa 
perguntar, questionar (eiren). É um significado diferente de como 
entendemos a palavra hoje. 
Nesta primeira etapa da metodologia, Sócrates visa que o interlocutor 
declare a própria ignorância pelo reconhecimento do preconceito da 
resposta dada, das opiniões subjetivas, da ausência de 
fundamentação completa, da falha no raciocínio. 
Funciona da seguinte forma: Sócrates pede que o interlocutor faça 
uma conceituação sobre determinado assunto. Com a conceituação 
feita, Sócrates destaca as contradições e as carências da resposta. E 
assim faz uma nova pergunta, levando o interlocutor a uma nova 
 
14 Indutivo o método de pesquisa que começa com a observação de vários casos particulares para 
concluir uma verdade geral. 
41 
 
 
resposta, refutada pelo filósofo, o que levava a nova resposta. E assim 
sucessivamente, em constantes perguntas e respostas. Até que por 
fim, o interlocutor exausto, confuso e irritado, perdido nos próprios 
argumentos, reconhece a própria ignorância, declarando-se perdedor. 
O primeiro passo na busca do conhecimento era o reconhecimento 
da ignorância pelo interlocutor não para constrangê-lo, mas para 
purificar o entendimento e desfazer as ilusões. 
2) Etapa: Maiêutica → É a segunda etapa do método de Sócrates. O 
interlocutor deveria encontrar as respostas dentro de si. 
 
Maiêutica é a arte de auxiliar o interlocutor a se despojar de tudo aquilo 
que alguém diz saber, desfazer da própria ignorância, dos preconceitos e 
encontrar a resposta dentro de si. 
 
Sócrates em seus estudos nunca chega a um conhecimento absoluto. 
 
Aplicação do MÉTODO SOCRÁTICO: 
 
EXORTAÇÃO (Chama para a discussão) → INDAGAÇÃO (Ouve a opinião do 
outro e questiona o senso comum) → IRONIA (Destrói o argumento oposto) → 
MAIÊUTICA (Surge nova verdade e novos filósofos. Aquisição de conhecimento 
e sabedoria). 
 
 
Autenticidade dos ensinamentos socráticos: 
Sócrates não deixou nada escrito; todas as suas fontes eram orais. Fato que 
dificultou distinguir o que efetivamente foi produção do autor. A esse fato dá-se o nome 
de O problema de Sócrates15. 
Porém, Sócrates teve vários expositores de suas ideias, uns dotados de maior 
credibilidade, outros dotados de menor credibilidade: 
 
15 Tem a ver com a natureza da escrita na época. 
42 
 
 
- Xerofontes: amigo de Sócrates constitui uma fonte duvidosa para retratá-lo, 
tendo em vista que Sócrates foi condenado à morte. 
- Aristófanes: foi um dramaturgo. É a fonte cômica que tenta retratar Sócrates 
em uma peça, de forma lúdica e com senso comum. Exagero negativo da imagem de 
Sócrates. 
- Aristóteles: entende Sócrates como o pai da ciência. Exagerou quanto à 
figura de Sócrates de forma positiva. 
- Platão: trouxe os diálogos entre ele e Sócrates e substância para o 
entendimento do método Socrático. 
Platão é a mais confiável externalização do pensamento socrático. Ainda 
assim, não se sabe ao certo onde terminam os ensinamentos de Sócrates e, então, 
começam os ensinamentos de Platão. Isso porque alguns trechos das obras 
intituladas a Sócrates são voltados à política, característica de Platão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
 
UNIDADE VII – SÓCRATES E OS SOFISTAS. MORTE E HERANÇA DE 
SÓCRATES. PLATÃO E A CONSTRUÇÃO DA CIDADE IDEAL. 
 
Objetivos da Unidade 
- Nesta unidade, você refletirá sobre Sócrates e os Sofistas; 
- Aprenderá sobre a morte de Sócrates e a herança deixada por ele; 
- Iniciaremos os estudos de Platão, sobre a construção da cidade ideal; 
- Compreenderá a Teoria da Alma. 
 
 Sócrates e os sofistas 
Sócrates defendeu teses diversas às dos sofistas e pode ser considerado o 
contraponto deles, apesar de por muitas vezes ter sido confundido com eles. 
Ocorre que os sofistas não acreditavam na verdade e na Dialética para chegar 
à Maiêutica, mas na Relatividade16, no poder do argumento e do convencimento. A 
verdade podia ser criada conforme o gosto do freguês. 
Por outro lado, Sócrates defendia que a verdade se encontra no interior da alma 
humana. Aduzia a utilização do método dialético para chegar até a verdade 
(Maiêutica). 
Sócrates também não pode ser confundido com os sofistas, pois criticava a 
cobrança de valores pela oratória, ao invés de exigir remuneração por seu trabalho. 
O maior indício de que não era sofista vem da sua própria vida. Sócrates era 
pobre e não cobrava caro pelo ensinamento de suas virtudes, apesar de ter pupilos 
riquíssimos, a exemplo de Platão, que pertencia à família nobre. Diferentementedos 
 
16 Segundo a relatividade dos sofistas, tudo é passível de discussão e pode ser vencido ou não, a 
depender de quem discute. 
44 
 
 
sofistas, Sócrates preocupava-se apenas em difundir sua verdade e a verdade de 
cada ser humano. 
 
A morte e a herança deixada por Sócrates 
Sócrates foi importantíssimo para a Antiguidade. Questionou o modelo vigente 
e a verdade exposta por uma opinião rasa e incomodou as autoridades. 
Tais questionamentos custaram-lhe a vida. Acusado de ser sofista, corromper 
a juventude de Atenas (inclusive Platão), desacreditar nos deuses da cidade e de ir 
contra a democracia, foi condenado à morte por “impiedade”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sócrates fora obrigado a tomar um copo de cicuta (veneno). Porém 
morreu fiel às suas ideias, tendo feito um lindo discurso no ato da morte. 
 
Sócrates pode ter morrido, mas suas ideias ficaram vivas por meio de seus 
discípulos, que o devolveram ao mundo e o eternizaram. Até hoje o método socrático 
é utilizado por professores em todo o mundo. Esta foi a sua grande herança para a 
humanidade. 
 
Filósofos socráticos 
 Intitulados porta-vozes da virtude, filósofos socráticos defendiam a busca da 
ética teleológica, da educação, da virtude e da obediência e fincavam seus alicerces 
La mort de socrat 
45 
 
 
no homem e não nos fenômenos naturais, seguindo a mesma linha iniciada por 
Sócrates em seus estudos. 
 
Platão 
“A sabedoria consiste em ordenar bem a nossa própria alma.” (Platão) 
 
Platão 
 
Quem foi Platão? 
Platão (427 a.C. - 347 a.C.) foi o mais 
importante discípulo de Sócrates, mas foi além dos 
ensinamentos deste. Humanista de família nobre, uniu 
em seus estudos política e filosofia para traçar o perfil 
de uma política ideal, verdadeira e justa. 
Decepcionado com a política (principalmente 
devido à morte de Sócrates), buscou alternativas para 
a democracia ateniense e fundou a Metafísica 
Ocidental e a Academia de Platão17. 
 
Posteriormente, Platão foi discípulo de Pitágoras e adicionou aos seus estudos 
a visão pitagórica de alma, Matemática e Geometria. 
O filósofo questionou a democracia da época. Dizia que aquela forma de 
democracia não representava um governo ideal, pois não abarcava todos, mas 
apenas o homem, branco, filho de pai e mãe ateniense, livre e maior de idade18. 
Defendia a instituição de uma República19 em seu lugar, dividida de forma hierárquica 
conforme o saber. 
Juntamente com Sócrates, opôs-se aos sofistas. Condenava-os por venderem 
a retórica. Consideravam tal ato corrupção. Para Platão, o filósofo deveria ser um 
 
17 Considerada a primeira instituição de ensino superior do ocidente. 
18 Os escravos, as mulheres, os menores de idade, os estrangeiros e os pobres não eram considerados 
cidadãos. 
19 “A República” foi o nome conferido ao famoso livro de Platão. 
46 
 
 
intérprete da sociedade, que atuaria na busca do bem comum, de forma transparente, 
de forma a mostrar a todos a verdade. 
Platão criou a Teoria das Ideias, da Dialética. Usou-a para discordar do 
relativismo dos sofistas. Desenvolveu a Maiêutica de Sócrates e aprofundou a síntese 
proveniente da contraposição entre a tese e antítese, complementando-se em uma 
terceira ideia, chamada de síntese (estudaremos o tema com maior profundidade). 
Para tanto, Platão questionou o extremo oposto entre a tese e a antítese, de 
Parmênides e Heráclito, filósofos naturalistas estudados anteriormente. 
 
A construção da cidade ideal com base no conceito de justiça 
A cidade idealizada por Platão é um lugar bem ordenado, justo. Engloba justiça, 
educação e estrutura social. 
Para tanto, Platão desenvolveu um processo educacional que acompanhava o 
indivíduo dos 7 aos 30 anos de idade, chamado de paideia, com o objetivo de preparar 
a parte racional da alma para o controle as outras partes do corpo. 
O filósofo descreve uma pólis ideal, em que haja realmente justiça, distribuindo 
as pessoas de forma hierárquica, de acordo com a capacidade intelectiva de cada um. 
Lembre-se de que, para entendermos Filosofia, precisamos fazer uma viagem 
no tempo e analisar a estrutura social da época. Naquela época, democracia era 
diferente do regime que temos hoje e da ideia de governo do povo. A democracia da 
Grécia consistia apenas na inclusão do homem nascido em Atenas, maior de idade e 
não escravo. 
Assim, a cidade ideal para Platão não seria dividida em posses, como era na 
Grécia Antiga, mas em uma estrutura intelectual. 
Na base dessa estrutura hierarquizada estariam os produtores (parte apetitiva), 
no meio os guardiões (parte emotiva) e, no topo da organização social, os governantes 
(parte racional). Os filósofos comporiam a terceira classe (dos governantes). 
Nesse contexto, somente filósofos poderiam ser reis. Isso porque somente os 
indivíduos dotados de saber científico poderiam ver a potência das coisas e encontrar 
47 
 
 
a virtude nelas - virtude no sentido de justa medida, o meio termo. Todas as coisas 
têm potência, uma natureza em si. E a natureza do filósofo é saber e discernir o melhor 
caminho. É o filósofo que tem a natural sabedoria para escolher o melhor caminho. 
Um último diferencial importante da pólis ideal de Platão é o de que as mulheres 
também poderiam fazer parte desse processo político. 
 
Platão e a Teoria da Alma 
Teoria da Alma 
Após a morte de Sócrates, Platão tornou-se discípulo de Pitágoras e 
sofreu influência dos Pitagóricos (Escola de Pitágoras), corrente filosófica que 
distingue a alma do corpo. 
Platão defendia que havia dois mundos: 
1) Mundo das ideias: mundo sensível, perfeito, imutável, mundo da alma 
(teorias de Parmênides e Heráclito). 
2) Mundo Terreno (mundo humano): o corpo era o túmulo da alma. 
Segundo Platão, os seres humanos têm uma alma imortal. A forma mais 
elevada de pensamento é a razão, que é uma característica da alma imortal. 
Mas o indivíduo na terra perdeu contato com essa razão da alma. A única 
forma de a alma chegar ao conhecimento verdadeiro novamente, ao mundo das 
ideias, é superando a experiência sensorial (experiência dos sentidos, 
experiência terrena). 
Somente é possível chegar ao inato (ao mundo das ideias esquecido) por 
meio do domínio da Filosofia e da Matemática. O papel da educação é o de 
trazer à tona novamente este conhecimento. 
No livro A República, Platão defendeu que no mundo terreno a alma é 
composta por 3 partes: 
1) Apetitiva (parte responsável pela reprodução e subsistência); 
2) Emotiva (parte responsável pelas emoções); 
3) Racional (é a parte responsável por tornar uma pessoa melhor que 
outra e alcançar o mundo das ideias, o mundo perfeito). 
48 
 
 
O estágio racional, ligado ao mundo perfeito, era alcançado por meio de 
um sistema educacional chamado paideia. 
• A paideia era um sistema educacional dialético que ocorria dos 7 aos 
30 anos de idade e preparava a parte racional da alma para o controle 
das outras partes do corpo. 
Na pólis (cidade ideal de Platão), havia realmente justiça, porque apenas 
os filósofos (pessoas racionais) a controlavam. Nela, as pessoas seriam 
distribuídas de forma hierárquica, de acordo com a sua capacidade intelectiva e 
com a parte ocupada na alma terrena. 
A cidade ideal seria dividida em: produtores (parte apetitiva), guardiões 
(parte emotiva), governantes (parte racional – filósofos). Nesse contexto, 
somente os filósofos poderiam ser reis. As mulheres também poderiam fazer 
parte desse processo. 
Em suma, para Platão a Filosofia é uma libertação da alma, para chegar 
a super essência desta. Conhecer é reconhecer algo que a alma humana já 
sabe, mas precisa ser relembrado. 
 
 
Atividade Extraclasse: 
 INDICAÇÃO DE FILME: SÓCRATES 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
 
UNIDADE VIII – PLATÃO E A TEORIA DA REMINISCÊNCIA. PLATÃO E A 
VIRTUDE. ALEGORIA DA CAVERNA. ARISTÓTELES. DIFERENÇAS ENTRE 
PLATÃO E ARISTÓTELES. 
 
Objetivos

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